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Lúcio Taveira Valadão

1. INTRODUÇÃO porém, acaba por favorecer a concentração da produção


e provoca invariavelmente uma queda acentuada dos
Com precipitação média anual de 1552 mm (Brasil, preços recebidos pelos agricultores.
1992), o Distrito Federal apresenta como característica No caso de fruteiras com esse tipo de comporta-
climática importante a ocorrência de um período chuvo- mento, a irrigação é uma prática importante no que diz
so (verão) e outro seco (inverno) bem definidos. O pri- respeito à diferenciação da época de produção, visando
meiro com ocorrência de outubro a abril, concentra 92% à obtenção de melhores preços na comercialização dos
do total da precipitação anual e permite o desenvolvi- produtos.
mento de culturas anuais, principalmente grãos, sem a Para se alcançar este objetivo é necessário conju-
necessidade da prática regular de irrigação. No período gar práticas de poda, fertilização, derrubada de florada,
seco, de maio a setembro, quando ocorre apenas 8% indução floral e outras, dependendo da espécie, com a
da precipitação total, há uma intensa demanda correta aplicação de água na irrigação, que viabiliza o
evaporativa em função da baixa umidade relativa do ar, uso destas práticas, ao garantir um adequado suprimento
maior insolação e ocorrência freqüente de ventos. Nes- de água às plantas.
se período, só é possível o cultivo de plantas anuais Para as fruteiras que apresentam seu pico de pro-
com o uso da irrigação como prática obrigatória. dução no segundo semestre com a ocorrência da florada
A tabela 1 apresenta os valores normais para o DF e desenvolvimento dos frutos no período seco, é impor-
(média de 30 anos) dos principais parâmetros climáticos. tante a manutenção de índices adequados de água no
O desenvolvimento da fruticultura, com a utilização solo, que influem diretamente na obtenção de frutos
de plantas perenes e semi-perenes, encontra, de ma- de boa qualidade e maiores índices de produtividade.
neira geral, condições satisfatórias de desenvolvimento Esse é caso de fruteiras como a laranjeira, a gravioleira
no período chuvoso, especialmente para aquelas frutei- e o abacaxizeiro.
ras cujo período de florescimento e formação de frutos Além dos aspectos relacionados à diferenciação
ocorre neste período e a colheita (pico de produção) da época de produção e aumento da produtividade, a
ocorre em meados do primeiro semestre (março/abril). prática da irrigação contribui para a racionalização de
Fruteiras como o maracujazeiro, a goiabeira, o limão práticas culturais como as adubações de cobertura, o
tahiti e a aceroleira são exemplos dessa situação. Isso, controle de plantas invasoras e algumas pragas que pre-

Tabela 1. Valores normais mensais dos principais parâmetros climáticos do DF.

Temp. Máx. Temp. Min. Temp. Precipitação Evaporação Umidade


Insolação
MESES Média Média Média Total Total Relativa
(horas)
(°C) (°C) (°C) (mm) (mm) (%)

JAN 26.9 17.4 21.6 241.4 105.5 76 157.4


FEV 26.7 17.4 21.8 214.7 102.8 77 157.5
MAR 27.1 17.5 22.0 188.9 108.6 76 180.9
ABR 26.6 16.8 21.4 123.8 107.4 75 201.1
MAI 25.7 15.0 20.2 39.3 128.6 68 234.3
JUN 25.2 13.3 19.1 8.8 149.2 61 253.4
JUL 25.1 12.9 19.1 11.8 182.1 56 265.3
AGO 27.3 14.6 21.2 12.8 236.6 49 262.9
SET 28.3 16.0 22.5 51.9 227.7 53 203.2
OUT 27.5 17.4 22.1 172.1 153.7 66 168.2
NOV 26.6 17.5 21.7 238 107.7 75 142.5
DEZ 26.2 17.5 21.5 248.6 96.8 79 138.1
Fonte: Brasil (1992).

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judicam as culturas. No caso da adubação de cobertura Esse método apresenta três características impor-
a utilização da fertirrigação permite maior parcelamento tantes: irriga apenas parte do terreno, é o que tem me-
das doses aplicadas e melhor aproveitamento dos nutri- nor custo de implantação e utiliza maiores quantidades
entes com a aplicação através da água de irrigação. Já de água.
a utilização de sistema de irrigação localizada diminui a A implantação dos sistemas de irrigação por sul-
incidência de plantas invasoras e a irrigação por asper- cos requer terrenos relativamente planos. As fruteiras
são contribui para a diminuição da incidência de oídio e devem ser plantadas obedecendo-se a declividade, com-
ácaros. primento e disposição compatíveis, que serão utilizadas
No Distrito Federal são irrigados atualmente 11.000 na construção dos sulcos. Os solos mais indicados para
ha, utilizando-se os sistemas de aspersão (93%), su- sua utilização são aqueles que não apresentam eleva-
perfície (2,0%) e irrigação localizada (5,0%), represen- das taxas de infiltração, que favorecem as perdas de
tando 14% da área cultivada. Do total da área irrigada a água por percolação. Solos sob cerrado, possuem ele-
fruticultura ocupa 4,5% com 500 ha de um total de 3.174 vado grau de agregação e, mesmo quando argilosos,
ha cultivados, o que demonstra o grande potencial para possuem comportamento semelhante ao de um solo are-
o crescimento da irrigação de fruteiras, especialmente noso, favorecendo as perdas por percolação. Para
com a utilização de sistemas de irrigação localizada. minimizar essas perdas é necessário diminuir o compri-
mento dos sulcos, o que termina por aumentar a mão-
2. ESCOLHA DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO de-obra no manejo do sistema. As perdas que ocorrem
no final dos sulcos, quando não controladas, contribu-
A utilização da irrigação nas culturas deve basear- em de maneira significativa para o aumento do consumo
se na viabilidade técnica e econômica do projeto de água nesse sistema. Para diminuir as perdas pode-
(Mantovani, 1996), bem como nos benefícios sociais se utilizar o fluxo intermitente na aplicação da água no
advindos com sua aplicação. sulco ou a redução da vazão ao longo da aplicação
Não existe, como regra geral, um sistema de irriga- (Bernardo, 1988).
ção mais adequado do que outro, uma vez que cada Outras características deste sistema de irrigação,
sistema apresenta características próprias, com custos de acordo com Frizzone (1993), que se mostram inte-
variáveis, vantagens e desvantagens, adequando-se di- ressantes na fruticultura são:
ferentemente às condições locais (Marouelli e Silva, I) não depende do porte da cultura e da ocorrência
1998). de ventos;
No Distrito Federal, os principais sistemas de irri- II) água de baixa qualidade física, química ou bioló-
gação em uso são: gica não impõe severas restrições a sua utilização, uma
a) Superfície: utiliza o próprio solo para condução vez que, em geral, a água não entra em contato direto
e distribuição da água. com as partes vegetais consumidas in natura. Também
Classifica-se em sulcos, faixas, inundação e sub- não existem dispositivos muito sujeitos à obstrução
superficial, sendo que o primeiro é o de utilização mais física;
freqüente na irrigação de fruteiras no DF. III) não interfere em esquemas de tratamento
São abertos pequenos sulcos paralelos à fileira de fitossanitários sistemáticos, pois não molha a parte
árvores, com declividade variando desde próximo a zero aérea das plantas;
até 2%, de tal forma que a água, ao longo do tempo, IV) apresenta suficiente capacidade para superar
infiltra-se no fundo e nas laterais do sulco e, pela movi- eventuais problemas operacionais, não dependendo de
mentação lateral e vertical, fornece água suficiente ao assistência técnica para equipamentos, exceto para o
desenvolvimento da cultura (figura 1). A magnitude des- conjunto motobomba quando presente;
ta movimentação depende da textura do solo. V) o dimensionamento deste sistema exige ensai-
os de campo, que somente após análise intensiva, reve-
lam dados que permitem definir parâmetros para o pro-
jeto.
A eficiência de irrigação no sistema de sulcos varia
de acordo com a textura do solo, topografia do terreno e
aspectos construtivos e de manejo, sendo normalmente
inferior a 70%, com valores típicos entre 30 e 50%.
b) Aspersão: os sistemas de irrigação por asper-
são aplicam a água sob a forma de chuva artificial sobre
o solo e a cultura, através de mecanismos pressurizados,
denominados aspersores.
Os principais tipos de sistemas de aspersão são:
convencional (portátil, semi-portátil e fixo), pivô central,
Figura 1. Exemplo uso de sulcos para irrigação. lateral móvel, autopropelido e ramal rolante.

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No Distrito Federal são mais utilizados a aspersão c) aspersores de pressão de operação média: tra-
convencional e o pivô central, que juntos representam balham com pressão de serviço entre 20 e 40 mca e raio
93% da área irrigada. A grande adaptabilidade destes de alcance entre 12 e 30 m;
sistemas às diferentes condições do terreno, solos e d) aspersores gigantes ou canhões hidráulicos: re-
culturas, explicam a grande disseminação desses sis- presentam os aspersores de grande porte que operam
temas. com pressões acima de 40 mca e raio de alcance que
Condições climáticas em que predominam ventos pode atingir 75 m. Esses aspersores permitem maior
fortes, umidade relativa do ar baixa e temperaturas ele- espaçamento entre linhas, porém apresentam elevado
vadas provocam perdas elevadas quando se utilizam sis- consumo de energia em função da pressão de operação.
temas aspersão e neste caso a irrigação deve ser feita Na escolha do aspersor a ser utilizado deve-se ob-
em períodos de menor intensidade destas variáveis servar os seguintes pontos:
(Mantovani, 1996). O molhamento da parte aérea das a) a taxa de aplicação de água deve ser sempre
plantas afeta o uso de agrotóxicos. inferior à velocidade de infiltração básica do solo, evitan-
do-se o escorrimento superficial;
b.1. Sistemas de aspersão convencional b) para fruteiras que apresentam copa alta e flores
e frutos sensíveis à queda é interessante a utilização de
Um aspecto importante na utilização de sistemas
aspersores denominados sob-copa. Estes possuem
de aspersão convencional na fruticultura é a escolha dos
ângulo de inclinação dos bocais menores, cerca de 6° e
aspersores, uma vez que a copa das plantas pode re-
permitem melhor uniformidade de distribuição da água
presentar uma barreira ao jato de água (figura 2) afetando
(figura 3);
a uniformidade de distribuição da água e a eficiência da
irrigação. O impacto do jato de água pode, também, pro-
vocar a queda de folhas, flores e frutos em desenvolvi-
mento e mesmo danos mecânicos nas plantas, depen-
dendo da pressão de serviço utilizada.Essas observa-
ções não são válidas no caso do abacaxizeiro, que é
uma cultura de baixo porte.

Figura 3: Exemplo do uso de aspersor sob-copa.

c) ângulos dos bocais próximos de 30° devem ser


utilizados em condições de ventos fracos e para propor-
cionar gotas mais finas, próprias para culturas mais sen-
síveis.
As linhas laterais devem ser dispostas em nível, no
sentido perpendicular à direção predominante dos ven-
tos. Uma indicação geral que pode ser adotada quanto
ao espaçamento entre aspersores é a utilização de va-
Figura 2: Danos nas folhas de bananeiras causados pelo impacto da água lores entre 0,25 e 0,5 do diâmetro de cobertura do
de aspersor.
aspersor e, para a distância entre laterais, esse valor
não deve exceder a 0,65 do mesmo diâmetro (Olitta,
Segundo Buchele e Silva (1992) e Ramos e Mantovani 1988).
(1994) os aspersores podem ser classificados quanto à
pressão de operação e raio de alcance em: b.2. Sistemas de pivô central
Os sistemas de pivô central irrigam áreas de formato
a) aspersores de pressão muito baixa (microasper- circular, permitem a irrigação de grandes áreas e
sores): possuem pressão de serviço entre 4 e 10 metros possuem elevado grau de automatização, operando com
de coluna de água (mca) e pequeno raio de alcance, mão-de-obra reduzida. No DF não existem, atualmente,
adaptando-se a utilização em pequenas áreas e cultu- sistemas de pivô central irrigando fruteiras. Em outras
ras permanentes; regiões do país (GO, SP e MG) sistemas que foram
b) aspersores de pressão de operação baixa: ope- utilizados algum tempo para produção de culturas de
ram com pressão de serviço entre 10 e 20 mca, com grãos, hoje estão ocupados irrigando mamoeiro,
raio de alcance entre 6 e 18 m; goiabeira, abacaxizeiro e outras culturas (figura 4).

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(microaspersão e gotejamento), abacaxizeiro


(gotejamento), gravioleira (gotejamento), aceloreira
(gotejamento), bananeira (microaspersão), goiabeira
(microaspersão) e em áreas do entorno do DF a laranjei-
ra (gotejamento) e a videira (microaspersão). Estima-se
que a utilização desses sistemas cresceu em mais de
100% no último ano no DF.
O principal limitador da utilização desses sistemas
são os custos iniciais de implantação, em geral mais
elevados do que os demais sistemas. Isso ocorre por-
que tratam-se de sistemas fixos, cujas laterais, geral-
mente em número igual às linhas da cultura, são dis-
postas paralelamente à linha da cultura e necessitam
de sistemas de filtragem eficientes. Quando compara-
Figura 4: Pivô central irrigando uma lavoura de goiaba. do, por exemplo, ao sistema de aspersão deve-se levar
em conta o espaçamento da cultura no qual o sistema
A principal limitação para o uso desse sistema em será utilizado e nesse caso para o uso em fruticultura
fruticultura é o vão livre do solo que varia entre 2,80 m e tem-se uma situação bastante favorável, pois utilizam-
3,80 m, o que pode limitar a utilização em culturas de se maiores espaçamentos entre linhas e conseqüente-
porte mais elevado, como a mangueira por exemplo. mente custos de implantação que são compatíveis com
os da aspersão convencional fixa. Também a existência
c. Sistema de irrigação localizada de um grande número de fornecedores, a diversidade de
São sistemas que aplicam a água diretamente so- equipamentos disponíveis e as adaptações realizadas,
bre o solo ou próximo a ele, em baixo volume e alta permitem a montagem de sistemas com custos meno-
freqüência. Em função disso, a umidade do solo varia res.
pouco, criando um ambiente propício ao desenvolvimen- A figura 5 mostra uma instalação típica de um sis-
to das plantas. Os principais tipos de irrigação localiza- tema de irrigação por gotejamento.
da são a microaspersão e o
gotejamento.
Dentre os sistemas citados,
esse é o que permite maior eco-
nomia no uso da água. A utiliza-
ção desses sistemas está em
franco crescimento no DF em ra-
zão da baixa disponibilidade
hídrica da região, que é da ordem
de 1.528 m3/hab/ano, segundo
Brasil (1998). De acordo com a
mesma fonte, índices inferiores a
1.700 m3/hab/ano são um sinal de
alerta de escassez hídrica.
Outras características impor-
tantes dos sistemas de irrigação
localizada são a alta eficiência de
irrigação (80 a 95%), economia
de energia (opera com baixas
pressões), utilização da fertirriga- Figura 5: Instalação típica de um sistema de irrigação por gotejamento.
ção, possibilita menor infestação
de plantas invasoras (irriga ape-
nas uma parte do terreno), é pouco afetada pelo vento e Um aspecto positivo quase sempre associado ao
proporciona facilidade para automação. uso da irrigação localizada é a aplicação de fertilizantes
Ressalta-se também a grande adaptabilidade des- via água de irrigação (fertirrigação). Essa prática permi-
tes sistemas aos diferentes tipos de solo, à topografia te melhor aproveitamento dos fertilizantes aplicados,
do terreno e às diversas fruteiras cultivadas. No DF são parcelamento das doses de acordo com as necessida-
irrigados, atualmente, com sistemas localizados o des das culturas e da expectativa de produção e melhor
limoeiro da variedade Tahiti (microaspersão e precisão na distribuição de adubos entre outras vanta-
gotejamento), maracujazeiro (gotejamento), tangerineira gens.

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Diversos métodos podem ser utilizados para a


injeção de fertilizantes, sendo os mais comuns o uso de
tubo de venturi e bombas injetoras. Os injetores tipo
venturi são de baixo custo e de uso bastante comum na
fruticultura. A figura 6 mostra um injetor desse tipo.
Para o adequado funcionamento dos sistemas de
irrigação localizada é indispensável a utilização de sis- Figura 8: Filtro de tela, mostrando o elemento filtrante.
temas de filtragem eficientes e compatíveis com as ca-
racterísticas dos emissores utilizados e da qualidade Os filtros de discos (figura 9) têm elemento filtrante
da água de irrigação. Os tipos de filtros mais comuns composto por um conjunto de anéis, com ranhuras, so-
são: areia, tela e discos. bre um suporte central cilíndrico e perfurado. A filtragem
da água ocorre ao passar pelos condutos formados en-
tre dois anéis adjacentes.

Figura 9: Filtro de disco mostrando o elemento filtrante.

Os filtros de tela ou disco são de uso obrigatório


nos sistemas de irrigação localizada e muitas vezes
representam o único dispositivo de filtragem existente.
Figura 6: Injetor de fertilizantes tipo venturi. Isso ocorre freqüentemente nos sistemas de
microaspersão, que são menos exigentes em relação à
Os filtros de areia (figura 7) retêm partículas maio- filtragem da água e quando se utiliza água de melhor
res e material orgânico presentes na água de irrigação e qualidade nos sistemas de gotejamento.
devem ser sempre o primeiro filtro do sistema. No dimensionamento do sistema, um dos aspec-
tos a se considerar é a percentagem de solo molhado
(P), representada por:

AM
P= x100
AP
Onde :
AM = área molhada pelo emissor (determinada em
campo)
AP = área ocupada pela planta.

Para áreas com períodos de seca mais prolonga-


dos, como o DF, recomendam-se valores de P maiores
do que 30% para que não haja restrições ao crescimen-
Figura 7: Conjunto de filtros de areia. to do sistema radicular, que pode resultar em menor ca-
pacidade de absorção das raízes e prejudicar a susten-
A limpeza desses filtros é realizada invertendo-se o tação da planta.
sentido do fluxo de água no sistema, procedimento co-
nhecido como retro-lavagem. c.1. Gotejamento
Os filtros de tela (figura 8) possuem como elemento Dois tipos de sistemas de gotejamento são mais
filtrante uma tela de aço inoxidável ou nylon e são bas- utilizados para irrigação de fruteiras e podem ser carac-
tante eficientes na retenção de partículas sólidas. As terizados quanto ao aspecto construtivo e ao
dimensões das malhas utilizadas são normalmente de- posicionamento do gotejador na lateral.
signadas “mesh”, definidos como o número de malhas O primeiro conhecido como fita, “tape” ou tubo
por polegada linear e variam de 50 a 200 mesh. gotejador, caracteriza-se por apresentar gotejadores

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como parte integrante de um tubo de polietileno com planta, e da textura e agregação do solo. A figura 13
diâmetro em torno de 16 mm (figura 10). ilustra diferentes maneiras para disposição da linha de
gotejadores.

Figura 10: Gotejador tipo “tape”.

Nesse sistema, os gotejadores são uniformemente


espaçados em distâncias de 0,2 m até 0,4 m e apresen-
tam vazão geralmente inferior a 4 l/h/gotejador. São sis-
temas de custo mais baixo e o preço de mercado varia Figura 13: Diferentes disposições da linha de gotejadores: a) uma linha lateral;
em função da espessura da parede do tubo de polietileno. b) duas linhas laterais; c) múltiplas saídas; d) anéis; e) zig-zag.
O segundo tipo, denominado gotejamento conven-
cional, apresenta gotejadores inseridos sobre o tubo de Aquelas representadas por anéis e múltiplas saí-
polietileno durante a sua montagem no campo e com das adaptam-se bem a culturas com espaçamento mai-
vazão de até 8 l/h/gotejador (figura11). or, propiciando melhor condição de desenvolvimento do
sistema radicular e não irrigando a
área entre plantas na linha.

c.2. Microaspersão
A microaspersão utiliza pe-
quenos aspersores de plástico
(figura 14) que aplicam a água sob
Figura 11: Gotejador inserido sobre o tubo de polietileno. a forma de chuvisco, em círculo ou
semi-círculo, com raio de alcance
Essa técnica permite maior adaptabilidade no uso geralmente inferior a 4 m e pressão
em fruteiras, pois o espaçamento entre gotejadores e o de operação de 10 a 30 mca.
seu número por planta pode ser adaptado às caracterís- Existem disponíveis no mer-
ticas e necessidades da cultura, evitando-se o cado micropaspersores que pos-
molhamento entre as plantas. sibilitam diferentes padrões de
Nos dois casos a aplicação de água é feita de ma- molhamento (figura 15) conferindo
neira pontual, resultando na formação de um bulbo mo- grande maleabilidade ao sistema.
lhado (figura 12), cujas dimensões e forma dependem Figura 14: Modelo de um
da textura e estrutura do solo e da vazão aplicada pelo microaspersor.

emissor.
Para fins de projeto devem ser realizados testes de
campo para avaliar as dimensões da área molhada.

Figura 15: Diferentes padrões de molhamento em microaspersão.

3. MANEJO DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

Conhecido o método de aplicação de água à cultu-


ra devem-se estabelecer critérios para determinar o mo-
mento da irrigação e a quantidade de água a se aplicar,
Figura 12: Forma do bulbo molhado
visando suprir a planta de água de forma a não limitar
seu desenvolvimento e também não provocar desperdí-
Os gotejadores podem ser dispostos de diferentes cios desse recurso, já escasso no DF.
maneiras no campo, de acordo com a percentagem da O consumo de água em um cultivo é resultante dos
área que será irrigada, do volume de água aplicado por processos de evaporação da água do solo e da

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transpiração das plantas, cuja ocorrência simultânea é Os métodos existentes baseiam-se na medida de
denominada evapotranspiração. A parcela de água parâmetros climáticos, do “status” da água no solo ou
que é retida pelos tecidos vegetais é pequena (cerca de na planta ou ainda na combinação dessas medidas.
1% do total) e não é computado no consumo total Os métodos do tanque classe “A” e o uso de
de água. tensiômetros estão entre aqueles que possuem maior
A evapotranspiração depende das condições climá- facilidade de utilização.
ticas, do conteúdo de água no solo e da planta.
Condições climáticas que favorecem a evapotrans- 3.1. Tanque Classe “A” (TCA)
piração são radiação solar intensa, baixa umidade rela- Consiste em um recipiente circular de aço inoxidá-
tiva do ar e ventos intensos. vel ou ferro galvanizado, com 121 cm de diâmetro inter-
Para que ocorra a evapotranspiração máxima é ne- no e 25,5 cm de profundidade (figura 16).
cessário que a umidade do solo seja mantida em valo-
res tais que não ocorra diminuição da capacidade da
planta em atender a demanda atmosférica.
A capacidade dos solos de reter água varia de acor-
do com a textura. A diferença entre o teor de água no
solo na sua máxima capacidade de retenção (capacida-
de de campo) e o ponto de murcha fornece a água dis-
ponível. A tabela 2 (Valadão et al., 1997) apresenta os
valores médios para o limite de água superior e o total
de água disponível para solos com diferentes teores de
argila.
O total de água disponível para a planta correspon-
de a água disponível na profundidade do sistema radicular.
No caso das fruteiras arbóreas essa profundidade pode
atingir mais de 2,0 m e deve ser avaliada de acordo com
o desenvolvimento da planta. Figura 16: Tanque Classe “A”.
Para que não ocorram prejuízos ao desenvolvimen-
to da cultura não se deve permitir, no intervalo entre as
irrigações, que a planta consuma toda a água disponí- Os valores de evaporação do tanque são utiliza-
vel. Para as plantas frutíferas em geral admite-se o con- dos na estimativa da evapotranspiração do cultivo de
sumo de 40 a 50% da água disponível, dependendo do referência (ETo). Essa estimativa é feita através da
sistema de irrigação utilizado. expressão:
Existem diversos métodos para calcular o consu- ETo = kp x ECA
mo de água nas culturas, entretanto poucos alcançam Onde:
grau de utilização generalizado entre os agricultores. Isso Kp = coeficiente de tanque (tabela 3);
ocorre porque de maneira geral os métodos disponíveis ECA = evaporação do tanque classe “A” (mm);
nem sempre reúnem condições de precisão, simplicida- O valor do Kp é dado em tabela (Doorenbos e
de e baixo custo. Pruitt,1977).

Tabela 2. Teores médios de argila e areia (%), limite superior de retenção de água no solo (cm3/cm3) e total de água
disponível (milímetro de água por milímetro de solo) para direrentes tipos de solos e teores médios de argila e areia.

Total de água
Tipo de solo Teor de argila (%) Teor de areia (%) Limite superior disponível
(cm3 /cm3 ) (mm/mm)
Argiloso 60 20 0,53 0,13
Argilo siltoso 45 8 0,49 0,16
Franco argilo siltoso 35 10 0,45 0,17
Franco argiloso 35 35 0,39 0,13
Franco siltoso 15 20 0,39 0,18
Franco 18 40 0,33 0,14
Franco argilo arenoso 28 60 0,30 0,09
Franco arenoso 10 65 0,26 0,11
Areia franca 6 82 0,21 0,09
Arenoso 5 92 0,18 0,08

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A evapotranspiração da cultura (ETc - mm) é calcula- Uma dificuldade no uso dos coeficientes de cultura
da pela expressão: na fruticultura é a pequena disponibilidade de dados para
as diversas espécies cultivadas.
ETc = Eto x Kc
A determinação da lâmina de irrigação com o uso
Onde
do tanque classe “A” pode ser realizada com o procedi-
Kc = coeficiente de cultura.
mento descrito a seguir:
O coeficiente de cultura considera as necessida- a) Cálculo da ETo acumulada desde a última irriga-
des hídricas da cultura nos seus diversos estádios de ção:
desenvolvimento e ao longo do ano no caso das fruteiras ETo = kp x ECA
perenes. b) Cálculo da lâmina de irrigação (LI)

Tabela 3. Coeficiente Kp para o tanque classe A, para estimativa da ETo.

Tanque circundado por grama Tanque circundado por solo nu

Umidade Baixa Média 40- Alta >70% Baixa Média 40- Alta >70%
relativa(%) <40% 70% <40% 70%

Vento Posição Posição


(m/s) do tanque do tanque
R(m)* R(m)*

0 0,55 0,65 0,75 0 0,70 0,80 0,85

Leve <2 10 0,65 0,75 0,85 10 0,60 0,70 0,80

100 0,70 0,80 0,85 100 0,55 0,65 0,75

1000 0,75 0,85 0,85 1000 0,50 0,60 0,70

0 0,50 0,60 0,65 0 0,65 0,75 0,80

Moderado 10 0,60 0,70 0,75 10 0,55 0,65 0,70


2-5
100 0,65 0,75 0,80 100 0,50 0,60 0,65

1000 0,70 0,80 0,80 1000 0,45 0,55 0,60

0 0,45 0,50 0,60 0 0,60 0,60 0,70


Forte 5-8
10 0,55 0,60 0,65 10 0,50 0,55 0,65

100 0,60 0,65 0,75 100 0,45 0,50 0,60

1000 0,65 0,70 0,75 1000 0,40 0,45 0,55

0
0 0,40 0,45 0,50 0 0,50 0,60 0,65
Muito forte
>8 10 0,45 0,55 0,60 10 0,45 0,50 0,55

100 0,50 0,60 0,65 100 0,40 0,45 0,50

1000 0,55 0,60 0,65 1000 0,35 0,40 0,45

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F RUTICULTURA IRRIGADA

kcxEto
LI =
Ei
Onde
Ei = eficiência do sistema de irrigação (decimal)

Com a utilização do TCA o momento da irrigação é


determinado quando atinge-se um nível preestabelecido
de evapotranspiração da cultura.

3.2. Tensiômetros
São equipamentos utilizados para medir a força com
que a água se encontra retida no solo, que é também a Figura 18: Colocação de tensiômetros no campo.

força que a planta exerce para retirar a água da terra.


A figura 17 apresenta modelo de um tensiômetro, À medida que o solo seca, a água contida no
constituído de: tensiômetro passa para o solo criando um vácuo no seu
interior. Esse vácuo, ou tensão, é medido pelo
– cápsula porosa; vacuômetro e o seu valor determina o momento da irri-
– tê de PVC; gação. Conhecendo a capacidade de retenção de água
– vacuômetro metálico; no solo em diferentes tensões (curva de retenção) é pos-
– rolha de borracha para vedação; sível determinar a quantidade de água a ser aplicada.
– tubo de PVC com tamanho variável. Após a aplicação da água de irrigação ou ocorrência de
chuva, a umidade do solo aumenta e o tensiômetro ab-
Os tensiômetros são instalados no solo, próximos sorve água através da cápsula porosa e o vácuo diminui
às plantas na zona de absorção do sistema radicular no interior do equipamento. À medida que a cultura per-
(figura 18). O tubo de PVC deve estar cheio de água e a de água o processo volta a se repetir.
cápsula porosa completamente saturada, retirando-se Além da curva de retenção, pode-se utilizar a tabe-
todo o ar existente na tubulação. la 2 para estimar o volume de água a ser aplicado (Silva
e Valadão, 1997). Isso é feito a partir da estimativa do
total de água disponível em diferentes tensões.
A determinação da lâmina de água (LI) a ser aplica-
da é feita com a seguinte expressão :

 cc − ua 
LI =   x Pr xDa
 Ei 

Onde:
UA = umidade do solo atual (g/g);
Pr = profundidade de irrigação (cm);
Cc = capacidade de campo (limite superior de água no
solo) g/g;
Da = densidade aparente do solo (g/cm3).

4. INFORMAÇÕES PARA A IRRIGAÇÃO DE ALGUMAS


FRUTEIRAS NO DISTRITO FEDERAL

4.1. Abacaxizeiro
Figura 17: Modelo de um tensiômetro. Os principais sistemas de irrigação adaptáveis à
cultura do abacaxi são: aspersão convencional, pivô
central e gotejamento. O plantio realizado em fileiras
Os procedimento para instalação são: abertura de duplas permite a utilização de uma linha lateral com
um buraco no solo com diâmetro semelhante ao do tubo gotejadores por fileira dupla da cultura (figura 19).
de PVC do tensiômetro; colocação do tensiômetro na O coefiente de cultura (kc) varia entre 0,4 e 0,5 no
profundidade desejada e acabamento final para vedação ciclo da cultura, com necessidade de água entre 700 a
junto a parede do tubo. A figura 18 ilustra essas opera- 1000 mm anuais (Doorenbos e Kassan, 1979). Entre-
ções. tanto a cultura é sensível ao déficit hídrico, especial-

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F RUTICULTURA IRRIGADA

falta de informações específicas deste coeficiente para


a acerola e a manutenção do nível de água disponível
entre 80 e 100%.

4.3. Citros
Segundo Coelho (1996), a irrigação em citros pode
resultar em aumento da produtividade da ordem de 30 a
Figura 19. 75%, e resulta também em melhor qualidade dos frutos,
Abacaxizeiro maior pegamento de flores e frutos e maior quantidade
irrigado por
gotejamento de óleo na casca.
com laterais Sistemas de aspersão, sulcos e irrigação localiza-
tipo “tape”.
da podem ser utilizados na irrigação de citros. Em fun-
ção das características das copas das árvores, os sis-
temas de aspersão tendem a provocar elevadas perdas
de água, quando a aplicação da água ocorre sobre a
copa. Por outro lado, a utlização da microaspersão, com
aplicação de água em excesso no colo da planta pode
favorecer a ocorrência de gomose. Para se evitar essa
situação o ideal é utiliziar microaspersores com raio de
molhamento inferior a 360o.
As necessidades de água variam entre 900 e 1200
mm anuais. Os valores de Kc sugeridos por Doorenbos
e Pruitt (1977) são descritos na tabela 4.
mente durante o período de crescimento vegetativo, quan- Quando se utilizam tensiômetros para o controle
do são determinados o tamanho e as características da da água, a faixa de tensão para determinar o momento
frutificação. O déficit hídrico durante a floração tem efei- de se iniciar a irrigação é de 0,5 a 1,0 atm.
tos menos graves e pode até acelerar a frutificação, re- A época de maior consumo de água ocorre no
sultando numa maturação mais uniforme. florescimento e a ocorrência de déficit ligeiro durante a
Segundo Cunha et al. (1995), a irrigação deve ser maturação pode ser desejável para aumentar o teor de
suspensa 8 a 15 dias antes da colheita a fim de evitar a sólidos solúveis e de ácidos nos frutos.
redução dos sólidos solúveis totais. No caso do limão Tahiti a ocorrência de déficit hídrico
O abacaxizeiro apresenta sistema radicular no período de verão pode induzir a floração tardia e a
superfical, geralmente com 0,3 a 0,6 m de profundidade obtenção de colheita fora de época normal de produção.
e extenso. O sistema radicular tipo pivotante e bem desenvol-
Para o reinício das irrigações admite-se o esgota- vido permite níveis de esgotamento da água no solo de
mento de até 50% da água disponível no solo. até 60 a 70% fora do período de florescimento. No
florescimento, o nível de esgotamento não deve ultra-
4.2. Aceroleira passar 40%.
A irrigação da aceroleira pode ser feita por asper-
são convencional, sistemas de irrigação localizados e 4.4. Gravioleira
por superfície (sulcos). Os sistemas de irrigação por sulcos, aspersão sob-
Gonzaga Neto e Soares (1994) recomendam a utili- copa e localizados podem ser utilizados na irrigação da
zação dos coeficentes de cultura dos citros, devido à graviola. Devido ao espaçamento amplo utilizado nessa

Tabela 4. Valores de Kc para citros cultivados em zonas predominantemente secas.

TIPO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Árvores grandes adultas que proporcionam uma 0,5 0,5 0,55 0,55 0,55 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,55 0,55
percentagem de solo sombreado superior a 70%

Árvores que proporcionam uma percentagem de solo 0,45 0,45 0,5 0,5 0,5 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 0,5 0,5
sombreado de mais ou menos 50%

Árvores que proporcionam uma percentagem de solo 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 0,4 0,4
sombreado inferior a 20%

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cultura recomenda-se a preferência por sistemas de – Desenvolvimento inicial: manter os primeiros


gotejamento e microapsersão. 60 cm de solo com uma tensão de água em torno de
Pinto e Silva (1994) estimam a necessidade de água 0,3 atm;
da cultura em 1000 a 1200 mm anuais. O pico de produ- – Desenvolvimento da planta: a irrigação deve ser
ção no DF ocorre no início do segundo semestre, coin- feita toda vez que a tensão de água na profundidade de
cidindo com o período de maior demanda evaporativa, 0,3 m atingir um valor em torno de 0,5 atm;
nesse período, a planta deve ser adequadamente irrigada – Repouso fenológico (após a colheita): a irrigação
para obtenção de produtividades mais elevadas. deve ser realizada de forma que a planta reduza o lança-
A falta de informações mínimas para o manejo da mento de brotos vegetativos, mas na quantidade e
água nessa cultura obriga, no estágio atual, a utilização freqüência necessárias para a manutenção da atividade
de informações gerais para adoção da estratégia de fotossintética;
manejo. – Período de estresse hídrico: neste período a irri-
gação é paralisada de forma gradativa;
4.5. Goiabeira – Floração e produção: retomam-se as irrigações.
A goiabeira quando irrigada e conduzida com siste-
ma de poda adequado produz até duas safras por ano. 4.7. Maracujazeiro
Os sistemas de irrigação preferenciais para uso na Os sistemas de irrigação preferenciais são o
goiabeira são gotejamento, microaspersão e sulcos. gotejamento e a microaspersão. No caso da aspersão
Não existem informações específicas de coeficien- convencional, Ruggiero et al. (1996) recomendam que o
tes de cultura para a goiabeira. Gonzaga Neto e Soares uso da irrigação por aspersão deve ser realizado predo-
(1994) recomendam a utilização dos coeficientes dispo- minantemente no período noturno e nunca à tarde, no
níveis para uva. A tabela 5 indica os índices sugeridos. período de floração.
Para que se alcancem os objetivos de produção em Segundo os mesmos autores, independentemente
época diferenciada, os níveis de água no solo devem ser do método utilizado, é importante que a planta não seja
mantidos em pelo menos 50% da água disponível após submetida a nenhum tipo de estresse hídrico, pois an-
a poda da planta. Os mesmos autores recomendam a tes mesmo do aparecimento dos sintomas visuais de
suspensão da irrigação por um período de um a dois falta de água já ocorreu o comprometimento da produ-
meses antes da poda, visando submeter a planta a um ção de matéria seca. Recomenda-se a manutenção
estresse hídrico. do perfil de umidade do solo próxima à capacidade de
campo.
4.6. Mangueira O uso da irrigação nessa cultura permite a obten-
Cultivada com espaçamentos amplos, com porte ção de boas produtividades nas épocas de maior preço.
médio a grande e sistema radicular bem desenvolvido, a Para o manejo da água devem-se utilizar parâmetros
mangueira pode ser irrigada por microaspersão, de solo, uma vez que não existe disponibilidade de infor-
gotejamento e aspersão sob-copa. mações quanto ao consumo de água nas diversas fases
Cunha et al. (1994) recomendam que a irrigação da cultura.
seja interrompida dois a três meses antes da época de
florescimento, para que as plantas entrem em repouso 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
vegetativo, evitando a queda de flores e problemas
fitossanitários. Nas fases de formação e desenvolvimen- 1. BRASIL. Inventário de dados de recursos hídricos e
to do fruto que se iniciam em pleno perído seco a irriga- irrigação para América Latina e Caribe. Brasília:
ção deve ser freqüente, para se evitar a queda dos frutos Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
recém formados. Hídricos e da Amazônia Legal. Secretaria de Re-
Silva et al. (1996) recomendam a seguinte estraté- cursos Hídricos. Departamento de Aproveitamen-
gia para o manejo da água de irrigação com a utilização to Hidroagrícola,1998. 10 f.
de tensiômetros na mangueira: 2. BRASIL. Normais climatológicas (1961-1990).
– Plantio: as irrigações visam a favorecer o Brasília: Ministério da Agricultura e Reforma
pegamento das mudas, sem o monitoramento do nível Agrária. Secretaria Nacional de Irrigação/DNMET,
da água do solo; 1992. 84 p.

Tabela 5. Coeficientes de cultura (Kc) para goiabeira.

Discrimi- Percentagem de solo sombreado


nação 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Kc .45 .45 .5 .6 .65 .7 .75 .75 .75 .75

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