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1. Introdução:
A incidência de dor, especialmente a crônica, é crescente, talvez em decorrência dos
novos hábitos de vida, da maior longevidade das pessoas, do prolongamento de sobrevida
dos doentes com afecções clínicas fatais, das modificações dos ambientes e,
provavelmente do reconhecimento de novas condições álgicas e de aplicação de novos
conceitos que traduzam seu significado. Além de gerar estresses físicos e emocionais
para os doentes e seus cuidadores, representam grande peso econômico e social para
a sociedade.
Embora, tradicionalmente, os opióides tenham sido evitados no tratamento da dor
neuropática, para os pacientes que não respondem ao tratamento auxiliar não opióide,
eles são, hoje, uma alternativa importante para oferecer alivio aos pacientes mais
incapacitados, quando todas as outras drogas e modalidades não foram efetivas.
O risco de dependência é uma preocupação real, apesar de exagerada. Pacientes com
dor crônica raramente desenvolvem dependência aos opiáceos, exceto quando existe
história prévia de adição.
A terapia segura com opióides exige um programa de monitoração minuciosa, contínua,
dos ganhos funcionais e dos possíveis efeitos colaterais.
Entende-se por dor crônica a dor persistente por mais de 3 a 6 meses, independente de
qual seja a sua causa. De acordo com a “International Association for The Study of Pain”
(IASP), dor é uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com
dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal dano.
A dor pode ser classificada de acordo com seu mecanismo fisiopatológico em Dor
nociceptiva e dor neuropática.
A dor nociceptiva pode ser somática, que aparece a partir da lesão da pele ou tecidos
mais profundos, é usualmente localizada, e visceral, que se origina em vísceras
abdominais ou torácicas. A dor nociceptiva é pouco localizada e descrita como sendo
profunda e em forma de pressão. Algumas vezes ela é “referida” e sentida em uma parte
do corpo distante do local de estimulação nociceptiva. A dor visceral é também,
freqüentemente, associada a outros sintomas, como: náuseas e vômitos. Ambos os tipos
de dor nociceptiva, usualmente respondem a analgésicos opiáceos e não opiáceos.
A dor neuropática pode ocorrer por lesão do sistema nervoso periférico ou do sistema
nervoso central, com o dano nervoso sendo determinado por trauma, infecção, isquemia,
doença degenerativa, invasão tumoral, injuria química ou irradiação.
Como a dor é sempre subjetiva, o grau de sua intensidade não é diretamente proporcional
à quantidade de tecido lesionada, e muitos fatores podem influenciar a sua percepção,
como: fadiga, depressão, raiva, medo, ansiedade e sentimento de desesperança ou
desamparo.
O componente psicológico é extremamente variável de pessoa para pessoa, e é
modificado e influenciado por fatores culturais, éticos, sociais e ambientais. Dores crônicas
são patológicas, geram sofrimento e costumam ter mais envolvimento emocional que as
dores agudas.
A dor para a qual se indica opiáceos de uso contínuo é aquela moderada ou intensa/
muito intensa.
3. Diagnóstico
Quase sempre é possível estabelecer uma relação causa-efeito entre algum distúrbio e
a dor dele resultante. Nesses casos, é lógico procurar eliminar a causa inicial, porque a
dor, que é mera conseqüência, desaparecerá “automaticamente”;
Há situações em que o fenômeno dor não apresenta uma causa identificável, ou em que
Exame Clínico
Exame físico do paciente detectando histórico das informações em relação à origem da
dor e sua localização, para estabelecer o diagnóstico.
- Manifestações mais comuns – choros ou gemidos, expressões faciais (enrugamento
ou contração muscular), movimentos do corpo considerados como defensivos contra
a fonte da dor, principalmente na dor aguda;
- Manifestações músculo esqueléticas (deformidades, atrofias e outras manifestações
anormais);
- Testes ou manobras clínicas especiais;
- Palpação de diferentes estruturas do corpo;
- Uso dolorímetro, para dimensionar a intensidade da dor.
Exames complementares
- Eletrofisiológicos (eletroneuromiografia, exames de ondas positivas e presença de
fibrilações);
- Exame de imagem (radiografia simples – raios X, tomografia computadorizada,
ressonância magnética, ultrassonografia, mapeamento ósseo, estudos funcionais de
imagem);
- Exames laboratoriais (do líquido sinovial, do líquido cefalorraquidiano, sangue,
biópsias.
6. Tratamento
- O fator determinante na indicação de opiáceos no tratamento da dor crônica é
a intensidade da dor e a resposta obtida no alivio da dor com os medicamentos
empregados.
- A escada analgésica da Organização Mundial da Saúde preconiza que se inicie o
tratamento da dor crônica – no degrau 1, com analgésicos e anti-inflamatórios
associados a medicamentos adjuvantes, meios físicos e psicológicos.
Medicamento 1:
Opiáceos Fracos
Fosfato de Codeína: 30mg e 60mg, comp.; 3mg/ml. solução oral.
Indicação
Quando as medidas adotadas no degrau 1 não aliviarem a dor de modo suficiente e a
dor for classificada como moderada - degrau 2, utiliza-se opiáceo fraco no tratamento.
Dose recomendada
- Adultos: 30mg – 60mg de 6/6 e até de 4/4 horas.
- Crianças: 0,5mg – 1mg/Kg/dose
- Idosos: pode-se iniciar com doses de 15mg de 6/6 horas e até de 4/4 horas.
- Tramadol: 50mg e 100mg, V.O de 6/6 horas, se liberação lenta de 12/12 horas.
Medicamento 2.
Opiáceos Fortes:
Sulfato de Morfina: 10mg e 30mg Comp.; 1 mg/ml solução oral; 1mg e 10mg/ml
solução injetável, 30mg, 60mg e 100mg. cáps. de liberação cronogramada (LC).
Indicação
Caso a dor não tenha sido aliviada de maneira suficiente ou já seja inicialmente
classificada como intensa/muito intensa - degrau 3.
Dose recomendada
Não existe “dose limite” diária para o uso de morfina. A dose máxima é limitada pela
ocorrência de efeitos colaterais de difícil controle.
As doses recomendadas são as seguintes:
Indicação
- A metadona pode ser indicada nos tratamentos de retirada da dependência de
opióides (Narcodependência).
Dose recomendada
- A dose de metadona deve ser iniciada com 5mg com intervalos de 6 a 12 horas, aumentando-
se gradativamente. Lembrar o efeito cumulativo que possui esta droga.
Critérios da Terapia
Justifica-se a troca de um opiáceo fraco por um opiáceo forte, quando a dor moderada
não é aliviada ou se torna mais intensa/muito intensa na vigência do uso de codeína. Não
se recomenda o uso concomitante de opiáceos fracos e fortes.
O paciente em uso de opiáceo, fraco ou forte, deve ser rigorosamente controlado, no
aspecto do alívio da dor e quanto à ocorrência de efeitos colaterais: sedação, depressão
respiratória, náusea, vômitos, constipação intestinal, confusão mental ou retenção urinária.
Para promover melhora analgesia e conforto com os mínimos efeitos colaterais, devem
ser avaliadas freqüentes nestes pacientes.
A implementação de programas educativos sobre dor, uso de opiáceos e a prevenção e
tratamento dos efeitos colaterais são fundamentais para a boa resposta terapêutica.
Para o acompanhamento da evolução do tratamento, promovendo melhora da analgesia
e conforto com os mínimos efeitos colaterais, são indispensáveis avaliações freqüentes
como:
- Anamnese
- Exame físico;
- Outros exames, conforme a toxicidade observada - sedação, depressão respiratória,
náusea, vômitos, constipação intestinal, confusão mental ou retenção urinária.
Terapias complementares
Drogas Adjuvantes
As drogas adjuvantes são utilizadas para aumentar o efeito analgésico dos opióides,
tratar outros sintomas que exacerbam a dor, tratar tipos específicos de dor, diminuir ou
abolir os efeitos colaterais dos Analgésicos utilizados. Podem ser prescritos em todos
os degraus da escada analgésica da OMS. São eles:
Antidepressivos Tricíclicos:
Amitriptlina e imipramina – iniciar com 10mg à 25mg.
Antieméticos:
Metoclopramida: 5mg a 10mg – via oral até de 6/6 horas.
Neurolépticos:
Haloperidol gotas via oral; levomeprazina 4% : gotas via oral
Laxantes:
Óleo mineral ou derivados da sene
Corticosteróides:
Dexametasona – 4mg a 12mg/dia via oral; prednisona – 20mg a 40mg/dia. Obs: retirada
gradativa
Ansiolíticos:
Diazepam – 5mg a 10mg via oral
Critérios de dispensação
- A quantidade de opiáceos dispensada para cada paciente em tratamento ambulatorial
deverá ser aquela suficiente para a manutenção do referido tratamento por um período
máximo de 30 dias, por lote de medicamentos dispensados.
- Por ocasião da dispensação dos medicamentos, o paciente e seu parente ou
responsável deverá firmar o Termo de Consentimento Informado, de acordo com
modelo constante deste Protocolo.
- A unidade dispensadora, quando da dispensação, deverá alertar pacientes e parentes
a respeito da obrigatoriedade da devolução à unidade de medicamentos
eventualmente não utilizados e estabelecer mecanismos de controle para esta
devolução.
- O compromisso de devolução dos opiáceos eventualmente não utilizados será
consignado no Termo de Consentimento Informado, conforme modelo constante do
presente Protocolo, assinado pelo paciente e seu familiar ou responsável. No caso
de incapacidade do paciente, o Termo poderá ser assinado apenas por parente ou
responsável, devidamente identificado.
- Quando, por qualquer motivo, for interrompida a administração de opiáceo objeto
deste - Protocolo, o mesmo deve ser devolvido em uma das unidades dispensadoras.
- Quando ocorrer, a devolução dar-se-à mediante documento comprobatório da entrega,
emitido pela unidade dispensadora, de acordo com o modelo contido no presente
Protocolo, servindo o mesmo para escrituração.
Interrupção do tratamento
- No tratamento da dor crônica, um opiáceo, fraco ou forte, é suspenso quando não
apresentar mais efeito analgésico ou quando os seus efeitos colaterais forem
incontroláveis pelo tratamento sintomático dos mesmos. Lembrar sempre
a possibilidade do rodizio de opióides para melhor controle álgico.
- A suspensão de opióides não pode ocorrer de forma súbita. Devemos retirar o opióide
gradativamente, evitando assim a ocorrência da síndrome de abstinência.
7. Referências
1. The Management of Pain, Michael A. ASHBURN, Linda J. Rice, editora Churchill
Livengstone, 1998.
2. Pain Medicine, P. Prithvi Raj, M.D., editora Mosby, 1996.
3. Dor, contexto interdisciplinary, Manoel Jacobsen Texeira, editora Maio, 2003.
4. Dor, epidemiologia, fisiologia, avaliação, síndromes dolorosas, tratamento, Manoel Jacobsen
Texeira, João Augusto Bertuol Figueira, grupo editorial Moreira Júnior, 2001.
5. Programa Dor e Cuidados Paliativos, Ministério da Saúde.
6. Massachusettes, General Hospital, Manual de Controle da Dor, Jane Ballantyne, editora
Guanabara Koogan, 2004.
Codeína
Medicamento analgésico, considerado opiáceo fraco, usado para alívio da dor moderada.
Contra-indicações:
Diarréia associada à colite pseudo-membranosa causada por uso de cefalosporinas,
lincomicina ou penicilina; diarréia causada por envenenamento; hipersensibilidade à
codeína ou outros opiáceos; casos de dependência de drogas, incluindo alcoolismo.
Efeitos colaterais:
Sonolência; constipação intestinal; náusea e vômitos nas primeiras doses; reações
alérgicas; depressão respiratória; confusão mental; visão dupla ou nublada; boca seca;
perda de apetite; espasmo uretral.
Morfina:
Analgésico Opiáceo forte indicado para pacientes sem o controle adequado da dor, que
se apresenta em grau moderado, intenso ou muito intenso. Sua dosagem pode ser
aumentada gradativamente, de acordo com n necessidade individual para o alcance da
analgesia.
Contra-indicações:
hipersensibilidade à morfina ou a algum dos componentes da fórmula; insuficiência
respiratória grave.
Metadona
Medicamento opiáceo sintético de alta potência analgésica, indicado como alternativa
nos casos de dor intensa, de difícil tratamento.
Contra-indicações:
hipersensibilidade à metadona ou a algum dos componentes da fórmula; Insuficiência
respiratória grave.
Efeitos colaterais:
Depressão respiratória; depressão circulatória; delírio; tonteira; náusea e vômitos;
transpiração excessiva;
Estou ciente de que posso suspender o tratamento a qualquer momento, sem que este
fato implique qualquer forma de constrangimento entre mim e meu médico, que se dispõe
Observações:
1. O preenchimento completo deste Termo e suas respectivas assinaturas são
imprescindíveis para o fornecimento do medicamento.
2. Este Termo será preenchido em duas vias:
- uma será arquivada na farmácia responsável pela dispensação dos medicamentos
- e a outra será entregue ao paciente.
Do recebimento:
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Assinatura do Funcionário Responsável da Unidade Dispensadora