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Unidade 5: Dor

Doença: Dor Crônica


Portaria MS Nº 859 de 12 de Novembro de 2002

1. Introdução:
A incidência de dor, especialmente a crônica, é crescente, talvez em decorrência dos
novos hábitos de vida, da maior longevidade das pessoas, do prolongamento de sobrevida
dos doentes com afecções clínicas fatais, das modificações dos ambientes e,
provavelmente do reconhecimento de novas condições álgicas e de aplicação de novos
conceitos que traduzam seu significado. Além de gerar estresses físicos e emocionais
para os doentes e seus cuidadores, representam grande peso econômico e social para
a sociedade.
Embora, tradicionalmente, os opióides tenham sido evitados no tratamento da dor
neuropática, para os pacientes que não respondem ao tratamento auxiliar não opióide,
eles são, hoje, uma alternativa importante para oferecer alivio aos pacientes mais
incapacitados, quando todas as outras drogas e modalidades não foram efetivas.
O risco de dependência é uma preocupação real, apesar de exagerada. Pacientes com
dor crônica raramente desenvolvem dependência aos opiáceos, exceto quando existe
história prévia de adição.
A terapia segura com opióides exige um programa de monitoração minuciosa, contínua,
dos ganhos funcionais e dos possíveis efeitos colaterais.
Entende-se por dor crônica a dor persistente por mais de 3 a 6 meses, independente de
qual seja a sua causa. De acordo com a “International Association for The Study of Pain”
(IASP), dor é uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com
dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal dano.
A dor pode ser classificada de acordo com seu mecanismo fisiopatológico em Dor
nociceptiva e dor neuropática.
A dor nociceptiva pode ser somática, que aparece a partir da lesão da pele ou tecidos
mais profundos, é usualmente localizada, e visceral, que se origina em vísceras
abdominais ou torácicas. A dor nociceptiva é pouco localizada e descrita como sendo
profunda e em forma de pressão. Algumas vezes ela é “referida” e sentida em uma parte
do corpo distante do local de estimulação nociceptiva. A dor visceral é também,
freqüentemente, associada a outros sintomas, como: náuseas e vômitos. Ambos os tipos
de dor nociceptiva, usualmente respondem a analgésicos opiáceos e não opiáceos.
A dor neuropática pode ocorrer por lesão do sistema nervoso periférico ou do sistema
nervoso central, com o dano nervoso sendo determinado por trauma, infecção, isquemia,
doença degenerativa, invasão tumoral, injuria química ou irradiação.
Como a dor é sempre subjetiva, o grau de sua intensidade não é diretamente proporcional
à quantidade de tecido lesionada, e muitos fatores podem influenciar a sua percepção,
como: fadiga, depressão, raiva, medo, ansiedade e sentimento de desesperança ou
desamparo.
O componente psicológico é extremamente variável de pessoa para pessoa, e é
modificado e influenciado por fatores culturais, éticos, sociais e ambientais. Dores crônicas
são patológicas, geram sofrimento e costumam ter mais envolvimento emocional que as
dores agudas.
A dor para a qual se indica opiáceos de uso contínuo é aquela moderada ou intensa/
muito intensa.

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 103


2. Classificação CID 10:
COO – Neoplásia Maligna do Lábio
C97 – Neoplásias Malignas de Localizações Multiplas Independentes (primária)
D37 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido da Cavidade Oral e dos
Orgãos Digestivos
D38 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido do Ouvido Médio e dos
Órgãos Respiratórios e Intratoráxicos.
D39 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido dos Órgãos Genitais
Femininos
D40 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido dos Órgãos Genitais
Masculinos
D41 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido dos Órgãos Urinários
D42 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido das Meninges
D43 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido do Encêfalo e Sistema
Nervoso Central
D44 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido das Glândulas Endócrinas
D45 – Policitemia Vera
D46 – Sindromes Mielodisplásicas
D47 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido dos Tecidos Linfático,
Hematopoiéticos e Tecidos Correlatos
D48 – Neoplásia de Comportamento Incerto ou Desconhecido de Outras Localizações e
de Localizações Não Especificadas
D57.0 – Anemia Falciforme com crise. Doença Hb-SS com crise
E10.4 – Diabetes Mellitus Insulino-dependente – com Complicações Neurologicas
E10.6 – Diabetes Mellitus Insulino-dependente – com outras Complicações Especificadas
E12.4 – Diabetes Mellitus Relacionados com a Desnutrição – com Complicações
Neurológicas
E12.6 – Diabetes Mellitus Relacionados com a Desnutrição – com Outras Complicações
Especificadas
E13.4 – Outros Tipos Especificados de Diabetes Mellitus – com Complicações
Neurológicas
E13.6 – Outros Tipos Especificados de Diabetes Mellitus - com Outras Complicações
Especificadas
E14.4 – Diabetes Mellitus não Especificados – com Complicações Neurologicas
E14.6 – Diabetes Mellitus não Especificados – com Outras Complicações Especificadas
I77.6 – Arterite não Especificada. Aortite SOE. Endarterite SOE.
G03.9 – Meningite não especificada
G35 – Esclerose Múltipla
G37 – Outras doenças desmielinizantes do sistema nervoso central
G43.2 – Estado de mal enxaquecoso
G44.3 – Cefaléia crônica pós-traumática
G44.4 – Cefaléia induzida por drogas, não classificada em outra parte.
G53.0 – Nevralgia pós-zoster
G54 – Transtornos das raízes e dos plexos nervosos
G55 – Compressões das raízes e dos plexos nerososos em doenças classificadas em
outra parte
G56 – Mononeuropatias dos membros superiores
G57 – Mononeuropatias dos membros inferiores
G58 – Outras mononeuropatias
G59 – Mononeuropatias em doenças classificadas em outra parte
G63 – Polineuropatia em doenças classificadas em outra parte

104 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas


G96 – Outros transtornos do sistema nervoso central
L95 – Vasculites limitadas à pele não classificada, em outra parte
M05 – Artrite Reumatóide soro-positiva
M06 – Outras Artrites Reumatóides
M15 – Poliartrose
M17 – Gonartrose (artrose do joelho)
M31 – Outras Vasculopatias Necrotizantes
M50 – Transtornos dos discos cervicais
M51 – Outros transtornos de discos intervertebrais
M53 – Outras Dorsopatias, não classificadas em outra parte
M54 – Dorsalgia
M60 – Miosite
M61 – Calcificação e ossificação do músculo
M62 – Outros transtornos musculares
M63 – Transtornos de músculo em doenças classificadas em outra parte
M65 – Sinovite e tenossinovite
M66 – Ruptura expontânea de sinovia e de tendão
M67 – Outros transtornos das sinovias e dos tendões
M68 – Transtorno de sinóvias e de tendões em doenças classificadas em outra parte
M70 – Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, uso excessivo e pressão
M71 – Outras bursopatias
M72 – Transtornos fibroblásticos
M73 – Transtornos dos tecidos moles em doenças classificada em outra parte
M75 – Lesões do ombro
M76 – Entesopatias dos membros inferiores, excluindo pé
M77 – Outras Entesopatias
M79 – Outros transtornos dos tecidos moles, não classificados em outra parte
M80 – Osteoporose com fratura patológica
M81 – Osteoporose sem fratura patológica
M82 – Osteoporose em doenças classificadas em outra parte
M83 – Osteomalácia do adulto
M84 – Transtornos da continuidade do osso
M85 – Outros transtornos da densidade e da estrutura
M86 – Osteomielite
M87 – Osteonecrose
M88 – Doença de Paget (osteíte deformante)
M89 – Outrostranstornos ósseoa
M90 – Osteopatias em doenças em doenças classificadas em outra parte
M91 – Osteocondrose juvenil do quadril e da pelve
M92 – Outras Osteocondroses junenis
M93 – Outras Osteocondropatias
M94 – Outros transtornos das cartilagens
M95 – Outras deformidades adquiridas do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
R52.1 – Dor crônica intratável
R52.2 – Outra Dor crônica

3. Diagnóstico
Quase sempre é possível estabelecer uma relação causa-efeito entre algum distúrbio e
a dor dele resultante. Nesses casos, é lógico procurar eliminar a causa inicial, porque a
dor, que é mera conseqüência, desaparecerá “automaticamente”;
Há situações em que o fenômeno dor não apresenta uma causa identificável, ou em que

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 105


a causa já deixou de existir por muito tempo, mas a dor permanece, tornando-se crônica;
O diagnóstico da dor tem como principal objetivo a identificação do(s) agente(s) causal
(is), a origem, a intensidade e a influência de fatores psicosociais sobre a dor, visando
determinar o método mais adequado para o seu tratamento.

Exame Clínico
Exame físico do paciente detectando histórico das informações em relação à origem da
dor e sua localização, para estabelecer o diagnóstico.
- Manifestações mais comuns – choros ou gemidos, expressões faciais (enrugamento
ou contração muscular), movimentos do corpo considerados como defensivos contra
a fonte da dor, principalmente na dor aguda;
- Manifestações músculo esqueléticas (deformidades, atrofias e outras manifestações
anormais);
- Testes ou manobras clínicas especiais;
- Palpação de diferentes estruturas do corpo;
- Uso dolorímetro, para dimensionar a intensidade da dor.

Exames complementares
- Eletrofisiológicos (eletroneuromiografia, exames de ondas positivas e presença de
fibrilações);
- Exame de imagem (radiografia simples – raios X, tomografia computadorizada,
ressonância magnética, ultrassonografia, mapeamento ósseo, estudos funcionais de
imagem);
- Exames laboratoriais (do líquido sinovial, do líquido cefalorraquidiano, sangue,
biópsias.

4. Critérios de inclusão do paciente:


- Poderão ser incluídos no protocolo de tratamento da dor crônica com uso de
opiáceos aqueles pacientes portadores de dor crônica que, após avaliação médica,
tenham sua dor classificada pela escada analgésica da Organização Mundial da
Saúde – OMS; como dor moderada (degrau 2) ou como dor intensa/muito intensa
(degrau 3). A dor moderada é tratada com opiáceos, fraco e a dor intensa/muito
intensa, com opiáceos forte.
- Concordância com o Termo de Consentimento Informado.

5. Critérios de exclusão do paciente:


- No tratamento da dor crônica, um opiáceo fraco ou forte, é suspenso quando não
apresentar mais efeito, analgésico ou quando os seus efeitos colaterais forem
incontroláveis pelo tratamento sintomático dos mesmos;
- Em alguns casos de doença benigna, existe a possibilidade de suspensão total ou
temporária de opiáceos por se alcançar uma analgesia satisfatória, ou mesmo a
cura da doença.
- Não concordância com o Termo de Consentimento Informado.

6. Tratamento
- O fator determinante na indicação de opiáceos no tratamento da dor crônica é
a intensidade da dor e a resposta obtida no alivio da dor com os medicamentos
empregados.
- A escada analgésica da Organização Mundial da Saúde preconiza que se inicie o
tratamento da dor crônica – no degrau 1, com analgésicos e anti-inflamatórios
associados a medicamentos adjuvantes, meios físicos e psicológicos.

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- Nos degraus 2 e 3 da referida escada utilizam-se opiáceos no tratamento da dor, o
que é objeto do presente Protocolo.

Medicamento 1:
Opiáceos Fracos
Fosfato de Codeína: 30mg e 60mg, comp.; 3mg/ml. solução oral.

Indicação
Quando as medidas adotadas no degrau 1 não aliviarem a dor de modo suficiente e a
dor for classificada como moderada - degrau 2, utiliza-se opiáceo fraco no tratamento.

Dose recomendada
- Adultos: 30mg – 60mg de 6/6 e até de 4/4 horas.
- Crianças: 0,5mg – 1mg/Kg/dose
- Idosos: pode-se iniciar com doses de 15mg de 6/6 horas e até de 4/4 horas.
- Tramadol: 50mg e 100mg, V.O de 6/6 horas, se liberação lenta de 12/12 horas.

Medicamento 2.
Opiáceos Fortes:
Sulfato de Morfina: 10mg e 30mg Comp.; 1 mg/ml solução oral; 1mg e 10mg/ml
solução injetável, 30mg, 60mg e 100mg. cáps. de liberação cronogramada (LC).

Indicação
Caso a dor não tenha sido aliviada de maneira suficiente ou já seja inicialmente
classificada como intensa/muito intensa - degrau 3.

Dose recomendada
Não existe “dose limite” diária para o uso de morfina. A dose máxima é limitada pela
ocorrência de efeitos colaterais de difícil controle.
As doses recomendadas são as seguintes:

Morfina de ação curta - comprimidos, solução oral e gotas:


- Adultos: inicia-se com 10 mg de 4/4 horas
- Crianças: 0,1mg a 0,4mg/Kg/dose a cada 4 horas
- Idosos: pode-se iniciar com 05mg 4/4 horas

Morfina de ação curta - ampolas:


- Adultos: deve-se fazer a conversão de dose oral para parenteral considerando-se a
proporção 1:3 (venosa-oral) para a conversão.
- Crianças: 0,1mg/Kg a cada 2-4 horas 0,03 mg/Kg/hora

Morfina de ação lenta - prolongada - LC - cápsulas:


- Deve-se estabelecer a dose analgésica com morfina de ação curta e após introduzir
a morfina de liberação prolongada. Dose inicial de 30mg-100mg a cada 8-12 horas.

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Medicamento 3.
Opiáceos Fortes:
Cloridrato de Metadona: 5mg e 10mg Comp.; 1 mg/ml solução injetável.

Indicação
- A metadona pode ser indicada nos tratamentos de retirada da dependência de
opióides (Narcodependência).

Dose recomendada
- A dose de metadona deve ser iniciada com 5mg com intervalos de 6 a 12 horas, aumentando-
se gradativamente. Lembrar o efeito cumulativo que possui esta droga.

Vias Alternativas de Administração


A maioria dos pacientes encontram-se em condições de utilizar a morfina por via oral,
porém, aqueles que apresentam vômitos freqüentes, disfagia, tumores de cabeça e
pescoço ou tumores de região abdominal têm que utilizar vias alternativas de
administração.
- Via subcutânea – morfina, metadona e tramadol.
- Via transdérmica – fentanil, apresenta-se em forma de adesivos cutâneas, com boa
aceitação pelo paciente e excelente analgesia.

Critérios da Terapia
Justifica-se a troca de um opiáceo fraco por um opiáceo forte, quando a dor moderada
não é aliviada ou se torna mais intensa/muito intensa na vigência do uso de codeína. Não
se recomenda o uso concomitante de opiáceos fracos e fortes.
O paciente em uso de opiáceo, fraco ou forte, deve ser rigorosamente controlado, no
aspecto do alívio da dor e quanto à ocorrência de efeitos colaterais: sedação, depressão
respiratória, náusea, vômitos, constipação intestinal, confusão mental ou retenção urinária.
Para promover melhora analgesia e conforto com os mínimos efeitos colaterais, devem
ser avaliadas freqüentes nestes pacientes.
A implementação de programas educativos sobre dor, uso de opiáceos e a prevenção e
tratamento dos efeitos colaterais são fundamentais para a boa resposta terapêutica.
Para o acompanhamento da evolução do tratamento, promovendo melhora da analgesia
e conforto com os mínimos efeitos colaterais, são indispensáveis avaliações freqüentes
como:
- Anamnese
- Exame físico;
- Outros exames, conforme a toxicidade observada - sedação, depressão respiratória,
náusea, vômitos, constipação intestinal, confusão mental ou retenção urinária.

Terapias complementares
Drogas Adjuvantes
As drogas adjuvantes são utilizadas para aumentar o efeito analgésico dos opióides,
tratar outros sintomas que exacerbam a dor, tratar tipos específicos de dor, diminuir ou
abolir os efeitos colaterais dos Analgésicos utilizados. Podem ser prescritos em todos
os degraus da escada analgésica da OMS. São eles:

Antidepressivos Tricíclicos:
Amitriptlina e imipramina – iniciar com 10mg à 25mg.

108 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas


Anticonvulsionantes:
Carbamazepina100mg a 200mg – 3x/dia; gabapentina:300mg a 100mg - via oral de 12/
12 horas.

Antieméticos:
Metoclopramida: 5mg a 10mg – via oral até de 6/6 horas.

Neurolépticos:
Haloperidol gotas via oral; levomeprazina 4% : gotas via oral

Laxantes:
Óleo mineral ou derivados da sene

Corticosteróides:
Dexametasona – 4mg a 12mg/dia via oral; prednisona – 20mg a 40mg/dia. Obs: retirada
gradativa

Ansiolíticos:
Diazepam – 5mg a 10mg via oral

Critérios de dispensação
- A quantidade de opiáceos dispensada para cada paciente em tratamento ambulatorial
deverá ser aquela suficiente para a manutenção do referido tratamento por um período
máximo de 30 dias, por lote de medicamentos dispensados.
- Por ocasião da dispensação dos medicamentos, o paciente e seu parente ou
responsável deverá firmar o Termo de Consentimento Informado, de acordo com
modelo constante deste Protocolo.
- A unidade dispensadora, quando da dispensação, deverá alertar pacientes e parentes
a respeito da obrigatoriedade da devolução à unidade de medicamentos
eventualmente não utilizados e estabelecer mecanismos de controle para esta
devolução.
- O compromisso de devolução dos opiáceos eventualmente não utilizados será
consignado no Termo de Consentimento Informado, conforme modelo constante do
presente Protocolo, assinado pelo paciente e seu familiar ou responsável. No caso
de incapacidade do paciente, o Termo poderá ser assinado apenas por parente ou
responsável, devidamente identificado.
- Quando, por qualquer motivo, for interrompida a administração de opiáceo objeto
deste - Protocolo, o mesmo deve ser devolvido em uma das unidades dispensadoras.
- Quando ocorrer, a devolução dar-se-à mediante documento comprobatório da entrega,
emitido pela unidade dispensadora, de acordo com o modelo contido no presente
Protocolo, servindo o mesmo para escrituração.

Interrupção do tratamento
- No tratamento da dor crônica, um opiáceo, fraco ou forte, é suspenso quando não
apresentar mais efeito analgésico ou quando os seus efeitos colaterais forem
incontroláveis pelo tratamento sintomático dos mesmos. Lembrar sempre
a possibilidade do rodizio de opióides para melhor controle álgico.
- A suspensão de opióides não pode ocorrer de forma súbita. Devemos retirar o opióide
gradativamente, evitando assim a ocorrência da síndrome de abstinência.

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Avaliação clínica da resposta terapêutica:
- Como a dor é um sintoma puramente subjetivo, a resposta terapêutica será dada
pelo grau de analgesia obtido e quantificado pelo próprio paciente, utilizando-se a
escala numérica ou escala visual analógica de dor e avaliação do desempenho das
atividades cotidianas.
- Considera-se dor bem controlada aquelas situações em que o paciente refere dor
de zero a 2 nestas escalas; dor fraca, de 1 a 3; dor moderada, de 4 a 7; e dor intensa/
muito intensa, de 8 a 10.

7. Referências
1. The Management of Pain, Michael A. ASHBURN, Linda J. Rice, editora Churchill
Livengstone, 1998.
2. Pain Medicine, P. Prithvi Raj, M.D., editora Mosby, 1996.
3. Dor, contexto interdisciplinary, Manoel Jacobsen Texeira, editora Maio, 2003.
4. Dor, epidemiologia, fisiologia, avaliação, síndromes dolorosas, tratamento, Manoel Jacobsen
Texeira, João Augusto Bertuol Figueira, grupo editorial Moreira Júnior, 2001.
5. Programa Dor e Cuidados Paliativos, Ministério da Saúde.
6. Massachusettes, General Hospital, Manual de Controle da Dor, Jane Ballantyne, editora
Guanabara Koogan, 2004.

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Termo de Consentimento Informado:
Codeína, Morfina, Metadona

Eu _______________________________________________ (nome do(a) paciente),


abaixo identificado(a) e firmado(a), declaro ter sido informado(a) claramente sobre todas
as indicações, contra-indicações, principais efeitos colaterais e riscos relacionados ao
uso dos medicamentos _____________________________ para o tratamento da Dor.
Estou ciente de que este medicamento somente pode ser utilizado por mim,
comprometendo-me a devolvê-lo caso o tratamento seja interrompido.
Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas
pelo médico ________________________________ (nome do médico que prescreve).
Expresso também minha concordância e espontânea vontade em submeter-me ao referido
tratamento, assumindo a responsabilidade e os riscos por eventuais efeitos indesejáveis.
Assim, declaro que fui claramente informado(a) de que os medicamentos podem trazer
os seguintes benefícios: melhora da sintomatologia, redução das complicações e melhoria
da qualidade de vida;
Fui também claramente informado(a) a respeito das seguintes contra-indicações,
potenciais efeitos colaterais e riscos:

Codeína
Medicamento analgésico, considerado opiáceo fraco, usado para alívio da dor moderada.

Contra-indicações:
Diarréia associada à colite pseudo-membranosa causada por uso de cefalosporinas,
lincomicina ou penicilina; diarréia causada por envenenamento; hipersensibilidade à
codeína ou outros opiáceos; casos de dependência de drogas, incluindo alcoolismo.

Efeitos colaterais:
Sonolência; constipação intestinal; náusea e vômitos nas primeiras doses; reações
alérgicas; depressão respiratória; confusão mental; visão dupla ou nublada; boca seca;
perda de apetite; espasmo uretral.

Interações medicamentosas (que interferem na ação da codeína):


- álcool;
- sedativos;
- anti-histamínicos;
- inibidores da monoamino-oxidase (IMAO);
- Antidepressivos tricíclicos.

Morfina:
Analgésico Opiáceo forte indicado para pacientes sem o controle adequado da dor, que
se apresenta em grau moderado, intenso ou muito intenso. Sua dosagem pode ser
aumentada gradativamente, de acordo com n necessidade individual para o alcance da
analgesia.

Contra-indicações:
hipersensibilidade à morfina ou a algum dos componentes da fórmula; insuficiência
respiratória grave.

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 111


Efeitos colaterais:
sedação (pode durar de 3 a 5 dias, melhorando a partir de então); náuseas e vômitos (a
tolerância desenvolve-se rapidamente - de 5 a 10 dias); depressão respiratória (pacientes
com câncer desenvolvem rápida tolerância); constipação intestinal; confusão mental (pode
ocorrer nos primeiros dias de tratamento); retenção urinária.

Efeitos colaterais de menor freqüência:


fraqueza; cefaléia; insônia; anorexia; boca seca; prurido; palpitações.

Interações medicamentosas (que interferem na ação da morfina):


álcool; sedativos; anti-histamínicos; inibidores da monoamino-oxidase (IMAO);
fenotiazinas, butirofenonas, antidepressivos tricíclicos.

Metadona
Medicamento opiáceo sintético de alta potência analgésica, indicado como alternativa
nos casos de dor intensa, de difícil tratamento.

Contra-indicações:
hipersensibilidade à metadona ou a algum dos componentes da fórmula; Insuficiência
respiratória grave.

Efeitos colaterais:
Depressão respiratória; depressão circulatória; delírio; tonteira; náusea e vômitos;
transpiração excessiva;

Efeitos colaterais de menor freqüência:


fraqueza; cefaléia; euforia; insônia; boca seca; anorexia; constipação intestinal;
palpitações; retenção urinária.

Interações medicamentosas (que interferem na ação da metadona):


álcool, agonistas/antagonistas morfínicos (buprenorfina, nalbufina, pentazocina), inibidores
da monoamino-oxidase (IMAO), outros derivados morfínicos (analgésicos ou
antitussígenos); anti-histamínicos H1, sedativos, barbitúricos, benzodiazepínicos, outros
ansiolíticos que não os benzodiazepínicos, neurolépticos, clonidina e similares, fluoxetina
e outros serotoninérgicos, cimetidina, rifampicina, fenitoína e outros indutores enzimáticos
hepáticos.
O uso de qualquer dos opiáceos acima relacionados requer maiores precauções e
cuidados quando em casos de gravidez, amamentação, pacientes idosos e crianças.
A utilização de opiáceos pode prejudicar as habilidades motoras e capacidade física,
necessárias para o desempenho de tarefas potencialmente perigosas como conduzir
veículos ou operar máquinas.
Quando não for possível a prevenção e tratamento dos efeitos colaterais, o medicamento
deverá ser suspenso, em conformidade com a decisão médica.

Desmistificação em relação a analgésicos opiáceos:


não causa vício; não causa depressão respiratória clinicamente significante em pacientes
com câncer, mesmo com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); não acelera a
morte; não transforma paciente em zumbi.

Estou ciente de que posso suspender o tratamento a qualquer momento, sem que este
fato implique qualquer forma de constrangimento entre mim e meu médico, que se dispõe

112 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas


a continuar me tratando em quaisquer circunstâncias.
Autorizo o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde a fazer uso de informações
relativas ao meu tratamento para fins de pesquisa desde que assegurado o anonimato.
Declaro, finalmente, ter compreendido e concordado com todos os termos deste
Consentimento Informado.
Assim, o faço por livre e espontânea vontade e por decisão conjunta, minha e/ou de meu
cuidador e de meu médico.

O meu tratamento constará dos seguintes medicamentos:

Codeína Morfina Metadona

Observações:
1. O preenchimento completo deste Termo e suas respectivas assinaturas são
imprescindíveis para o fornecimento do medicamento.
2. Este Termo será preenchido em duas vias:
- uma será arquivada na farmácia responsável pela dispensação dos medicamentos
- e a outra será entregue ao paciente.

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PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À DOR E CUIDADOS PALIATIVOS

Termo de Devolução de Opiáceos

Do recebimento:
____________________________________________________
Assinatura do Funcionário Responsável da Unidade Dispensadora

1ª Via - Unidade Dispensadora


2ª Via - Portador

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