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PUBLICAÇÃO

CARTA DE “O militante socialista” DO SECRETARIADO


Nº 6 DE 2011 12 DE ABRIL DO POUS

PORTUGAL FRENTE À CHANTAGEM DA UNIÃO EUROPEIA


O resultado combinado das Esta notícia foi festivamente dinação aos grupos económicos e
grandes manifestações que tiveram saudada no Bolsa de Lisboa, onde os financeiros.”
lugar a 12 e 19 de Março – onde maiores bancos portugueses regis- Trata-se de uma análise
centenas de milhar de trabalhadores e taram subidas da ordem de 5%: acertada, mas de onde não são
de jovens saíram às ruas de Lisboa e apenas numa sessão ganharam 347 tiradas as devidas conclusões. De
das principais cidades do nosso país – milhões de euros! O diário britânico facto, se a Dívida é o resultado da
e da recusa da Direcção da CGTP em Finantial Times sintetizou esta “vitória” “submissão às imposições da União
assinar o chamado “Pacto para a do sector financeiro com o eloquente Europeia”, não deveria ser feito um
Competitividade e o Emprego”, título do seu editorial: Bancos 1 – apelo à ruptura com a União
subscrito pelo Governo, pela maioria Portugal 0. Europeia? Jerónimo de Sousa não
das Associações patronais e pela Este “Plano de resgate” terá propõe isso, mas sim “a renegociação
Direcção da UGT, levou a que como “base inicial” o PEC 4, havendo imediata da actual dívida pública
instâncias superiores da União vários dirigentes da União Europeia a portuguesa (…) para aliviar o Estado
Europeia tivessem posto em dúvida a afirmar que ele terá que ser ainda do peso e do esforço do actual serviço
capacidade do governo de Sócrates muito “mais duro”. Segundo o DN de 9 da dívida”, assim como “a intervenção
para pôr em prática um novo Plano de de Abril, além de todos os ataques aos junto de outros países que enfrentam
austeridade. salários, às pensões de aposentações problemas similares de dívida públicas
Foi tudo isto que levou à rejeição e aos direitos sociais, este Plano inclui (…) procurando uma acção conver-
do novo “Plano de Estabilidade e um ambicioso pacote de privatizações gente para travar a actual espiral
Crescimento” (PEC 4), na Assembleia que ameaça 170 mil empregos. especulativa, a par da revisão dos
da República, E duvidosos sobre a capacidade estatutos e objectivos do BCE…”
Após a rejeição do PEC 4, das diferentes forças políticas, em Poderia esta “revisão” converter o lobo
Cavaco Silva dissolveu a Assembleia Portugal, se afrontarem à resistência do capital financeiro no guardião dos
da República e convocou eleições dos trabalhadores e das populações cordeiros?
legislativas antecipadas para o para pôr em prática este Plano Pelo seu lado, o dirigente do BE
próximo dia 5 de Junho. esmagador, fazem chantagem dizen- Francisco Louçã – que pretende
Mas a dúvida das instâncias do do que todos os partidos se têm que representar a IVª Internacional em
grande capital permanece. É ela que concertar para o aplicar… mesmo Portugal e que não menciona uma
determinou que os banqueiros portu- antes das próximas eleições. única vez a responsabilidade da União
gueses, sob orientação do Banco É colocando-se no terreno desta Europeia na crise em que Portugal
Central Europeu (BCE), tivessem chantagem que um conjunto de 47 está mergulhado – declarou
anunciado que deixavam de comprar “personalidades de todos os quadran- “necessitamos que haja uma resposta
as Obrigações da Dívida pública do tes políticos” defende a existência de de um Governo que, governando à
Estado português, precipitando a um Governo de união nacional. esquerda, consiga controlar as contas
“vinda do FMI”. Esta pressão foi e as finanças públicas (…), tomando
confirmada pelo Presidente da Reforma do Banco Central Europeu as decisões de que a democracia
Associação Portuguesa de Bancos, ou nacionalização dos bancos? necessita para corrigir o défice
António de Sousa, ao dizer que o BCE orçamental” e que aplique um “plano
deu “instruções claras” aos bancos E, perante esta situação, o que de emergência” que responda aos
portugueses para que reduzissem a dizem os partidos que se posicionam “ataques” das agências de notação, o
sua sobre-exposição à Dívida pública. “à esquerda”? que passaria por um pedido de
Jerónimo de Sousa, Secretário- empréstimo a curto prazo ao BCE,
Bancos 1 – Portugal 0 Geral do PCP, denuncia justamente “desligado das condições do FMI”.
“uma dívida pública e privada (…) que Para Louçã, tal como para a
No dia seguinte a estas tomadas assume hoje uma dimensão colossal Comissão Europeia, o problema de
de posição, Sócrates anunciou que e que é inseparável de um processo Portugal é o défice orçamental e os
Portugal iria entregar à Comissão de desindustrialização, de abandono “desequilíbrios” das contas públicas, e
Europeia um “plano de resgate”, a da produção nacional, das o BCE – que, segundo a Banca
exemplo do que fizeram a Grécia e a privatizações, da submissão às portuguesa, lhe deu “instruções claras”
Irlanda. Anuncia-se que a verba a imposições da União Europeia e do para que comprasse dívida do Estado
pedir ronda os 80 mil milhões de grande capital nacional e estrangeiro. – teria que ser a salvação dos
euros. Também Jean-Claude Trichet – Uma dívida que não é o resultado de trabalhadores portugueses. E nem
o Presidente do BCE – reconheceu um povo que «vive acima das suas sequer é necessário “reformá-lo”,
que incitou o governo de Sócrates a possibilidades», mas sim de um como propõe o PCP.
pedir o resgate. processo de aprofundamento da A posição de Louçã – que, em
dependência externa e da subor- conjunto, com o “anti-capitalistas” da
França e da Espanha – é um membro zações tem um conteúdo preciso: Será a continuidade desse
destacado do Secretariado Unificado ruptura com a União Europeia, movimento de resistência organizada,
da IVª Internacional (grupo que soberania da Assembleia da Repú- expresso nas grandes manifestações
pretende tapar a sua política com a blica, independência das organizações de 12 e 19 de Março, que poderá
bandeira do “trotsquismo”) é a melhor dos trabalhadores, ruptura com a impor uma Assembleia da República
resposta a quem, ingenuamente, fala “concertação social”, base sobre a constituída por homens e mulheres
de “unidade dos trotsquistas”. O qual se poderá realizar a unidade para livres, libertas da tutela dos tratados
POUS nada tem em comum com a satisfação das reivindicações. que fundam a União Europeia – do
semelhantes “trotsquistas”, partidários Tratado de Maastricht ao Tratado de
da União Europeia e do seu Banco Então, como agir no terreno Lisboa.
Central. eleitoral? (…) O POUS, cujos interesses
O POUS combate para abrir a via não são distintos dos do conjunto da
à construção da união livre de nações O POUS – ao tomar a iniciativa classe trabalhadora, combaterá pois
soberanas de toda a Europa. E de apresentar candidaturas nas nestas eleições para ajudar a
considera que qualquer perspectiva de próximas eleições legislativas, embora desenvolver a luta organizada por
“reforma” das instituições da União considere que não existe saída política estes objectivos.
Europeia só levará a um impasse. numa Assembleia da República Assim, no terreno deste combate
Todos os pretensos “revolucio- subordinada a Bruxelas – tem como democrático, o POUS decide colocar a
nários anti-capitalistas” param as suas objectivo ajudar o movimento de sua sigla, de partido legalmente
“soluções” à porta da propriedade resistência dos trabalhadores e das constituído, ao serviço de todos os
privada. Que solução realista poderá populações a estes ataques, e colocar militantes e trabalhadores que
ser tomada, em relação às operações como questões centrais o combate quiserem intervir no terreno das
especulativas, senão a nacionalização para a soberania da Assembleia da eleições para afirmar, de forma clara,
dos bancos sem indemnização, a República, a ruptura com os tratados as aspirações contidas nas mobiliza-
construção de uma Banca pública sob da União Europeia, o apoio à ções de jovens e de trabalhadores, em
o controlo do Estado, escorada numa organização independente da classe múltiplos momen-tos, rejeitando as
Assembleia da República soberana? operária e a continuação do combate medidas dos governos subordinados à
A revolução de Abril já respondeu a contra a “concertação social”. União Europeia.
esta questão e foram os trabalhadores É por isso que, na base da nossa O POUS convida todas as
que o impuseram com a constituição Plataforma política de candidatura, é organizações, que se reclamam da
das suas CTs e a ocupação dos dito: «O POUS não pode deixar de defesa dos trabalhadores, a assu-
bancos, a retirada do segredo estar de acordo com todos aqueles mirem a mesma posição, para que,
bancário, etc. que afirmam que Portugal não poderá neste país, se abra um novo caminho,
levantar-se da terrível situação em que reatando com tudo o que de positivo a
Unidade dos trabalhadores e das se encontra sem romper com as revolução do 25 de Abril construiu.
suas organizações ou “unidade da políticas impostas pela União O POUS apoia incondicio-
esquerda”? Europeia. A saída positiva para o nalmente todos os que se colocarem
nosso país, para garantir um futuro de neste terreno. Por isso, apoia a
Assim a “unidade da esquerda”, desenvolvimento, de paz e de iniciativa da Comissão pela Proibição
apadrinhada pelo PCP e pelo BE, democracia só pode ser aberta pelo dos Despedimentos de realização de
coloca-se inteiramente no quadro da movimento organizado de todos os um Plenário Nacional de Comissões
submissão da Assembleia da sectores da população trabalhadora, de Trabalhadores, de Comissões de
República aos ditames da União em conjunto com as suas organi- Defesa dos Serviços de Saúde, de
Europeia e, ainda por cima, com uma zações. Comissões de Defesa da Escola
política de hostilização em relação ao Pública e de Comissões de Utentes
PS, sob a palavra de ordem A decisão da CGTP, ao recusar dos Serviços Públicos.»
“PS=PSD”, ajudando Sócrates e o assinar o “Pacto para a Compe-
aparelho do PS a cerrar fileiras para titividade e o Emprego”, cons-titui um Sobre esta base política,
fazer obstáculo a que se constitua apelo à organização da resistência e construamos em conjunto as
qualquer oposição no interior do PS. da mobilização dos trabalhadores e listas impulsionadas pelo POUS
O combate para a unidade dos das populações. para as próximas legislativas.
trabalhadores e das suas organi-

REUNIÃO DE DEBATE

A actualidade do nosso 25 de Abril, à luz da revolução que está a ter lugar na Tunísia

6ª f, 15 de Abril, às 21 h, na Sede do POUS (ver esquema em anexo)

POUS Página na Internet: http://pous4.no.sapo.pt E-mail: pous4@sapo.pt


Morada: Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, 1250 – 217 Lisboa  (fax): 21 325 78 11

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