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EMPREENDEDORISMO
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
Ementa:
Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca
me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma
cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso.
Nada demais. Apenas três histórias.
Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses
antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que
decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso
superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua
esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais,
que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta:
"Apareceu um garoto. Vocês o querem?" Eles disseram: "É claro." Minha mãe biológica descobriu
mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha
completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses
mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.
E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era
quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe
trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia
ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como
a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus
pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi
muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No
minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e
comecei a freqüentar aquelas que pareciam interessantes.
Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do
quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu
comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa
refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquela época, guiado pela
minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço.
Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do
país. Em todo o campus, cada pôster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de
mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava freqüentar as aulas normais, decidi assistir as
aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço
entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito,
histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo
tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando
estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no
Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na
faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E
considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador
as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria freqüentado essas aulas de caligrafia e
os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível
conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito,
muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha
para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem
que acreditar em alguma coisa - sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa
maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a
Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a
Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano
antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - e eu tinha 30 anos. E aí fui
demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu,
contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo
nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou
do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi
devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração
anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo
passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado
tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].
Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi
começar de novo.
Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido
para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com
menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da
minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia
chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o
primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do
mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a
empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E
Lorene e eu temos uma família maravilhosa.
Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um
remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na
sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante
foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para
o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte
grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um
ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você
ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do
coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor
e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.
Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada dia como se fosse o
último, um dia ele realmente será o último". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33
anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu último dia,
eu gostaria de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que
preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar
a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar
vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é importante. Não há razão para
não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para
evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não
seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que
mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me
disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver
mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas - que é o
código dos médicos para "preparar para morrer". Significa tentar dizer às suas crianças em alguns
meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu
vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram
um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram
uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha
mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio,
começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com
cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero
que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora
dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas
abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer
para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca
conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal
invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo.
Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um
velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos
dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da
opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu
próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se
tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o
Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito
longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos
computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever,
tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google
aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias
edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma
edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma
fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo
carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: “Stay hungry; stay foolish” – continue com
fome, continue ingênuo (não se leve tão a sério). Foi à mensagem de despedida deles. “Stay hungry;
stay foolish”.
Eu sempre desejei isso para mim. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo
isso para vocês. “Stay hungry; stay foolish”.
Obrigado.
Jorge Forbes
Todo mundo lê, ou quer ler Steve Jobs, é o que deve explicar o fato desse discurso, além de sua
qualidade, ter sido reproduzido pela imprensa do mundo inteiro, nas mais diversas traduções. Jobs,
junto com poucos outros, como Larry Ellison, da Oracle, Bill Gates, da Microsoft e Richard Branson,
da Virgin, pertence ao restrito grupo de chefes de empresa que também são donos do seu negócio.
Ele não entra na lista dos executivos genéricos, que hoje podem presidir uma indústria de carros,
amanhã de cosméticos, porque tudo se resume a um só elemento - o lucro - na sociedade anônima
de consumo. Aí está o que ele e seus parceiros de clube não são: anônimos. Jobs, por isso, fala na
primeira pessoa do singular, sem misturar singular com pretensão, à la Welch.
Aprende-se, por exemplo, ao lê-lo, que o Macintosh deve a sua beleza a um curso de caligrafia que
seu criador seguiu, em horas vagabundas. Quem não quer saber o prêmio da vagabundagem,
flânerie, no eufemismo gaulês?
Continue com fome, continue ingênuo, ou seja, nunca se satisfaça totalmente, nem desista só porque
você viu como pode fazer besteira, ou como seus sonhos são ilusórios.
O discurso do dono da maçã tem três partes, assim às interpreto: o ingênuo, o esfomeado, e a
conclusão, o limite.
O ingênuo. Steve Jobs constata que o entendimento da vida se dá sempre ao depois. Assim também
falava Freud, mas para outra audiência. Não adianta você medir o próximo passo com régua e
compasso, a não ser se for para repetir o já vivido. Primeiro avançar, depois entender. Isto pode lhe
dar uma impressão de andar ao léu, de ser... ingênuo. Com que bússola? Nenhuma outra além do
desejo, ‘wish’, na língua dele.
O esfomeado. Dura lição recebeu Jobs: criou uma companhia de sucesso, pôs um ‘executivo’ para
dirigi-la e foi demitido. Que tombo! Quase saiu do Vale do Silício, mas ficou e criou a NeXT, e a Pixar
- que ganhou Oscares. A NeXT foi comprada pela ... Apple, e, oops, olha lá o Steve outra vez, no
comando da Apple. Pobre do ‘executivo’ burocrático, sorte da Apple e da geração iPod. Steve Jobs
viveu o peso de ser bem sucedido, de acreditar no sucesso, de se satisfazer como uma jibóia.
Receita: o sucesso é do outro, é dele o aplauso e a mão vermelha; o seu é a vontade inventiva, a
criação insaciável, esfomeada. Há que se manter esfomeado.
O limite. Onde amarro a minha égua? Diz o vulgo brasileiro. Com que roupa que eu vou à festa que
você me convidou? Na globalização essas perguntas são mais fortes que nunca. Acabou o tempo da
vida padronizada, da hora certa de dormir - sem mamãe mandar - da profissão de futuro, da idade
boa para casar e para ter filho, do tempo para aposentar. Tudo isso envelheceu, não existe mais, não
funciona. Hoje, o futuro é uma invenção - título de um livro - e não uma previsão. E como inventá-lo?
Que angústia! Pois é, que angústia. Jobs prescreve: - Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de
fazer o que farei hoje? E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, é preciso mudar alguma
coisa.
Paradoxalmente, e obviamente - necessário dizê-lo - só há um limite, uma âncora para a vida, para a
multiplicidade das possibilidades da vida: a morte. Mas, a morte, como sabê-la, se não a temos e, se
quando a temos, não a sabemos? Mais uma vez, o limite é dado pelo desejo que aponta o que falta à
vida, pela lei do desejo que acende a luz vermelha do sentimento de cabo de guarda-chuva na boca,
quando nos distanciamos do que nos toca. Agora, é Lacan que dizia que só podemos nos culpar ao
não sabermos responder, e nos responsabilizar, pelo desejo.
Conclui Jobs: - O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não
fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o
barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de
seguir o seu próprio coração e a sua intuição.
Pesquisa mostra que 77% dos brasileiros querem ser “donos do próprio nariz”, mas a
falta de faro para lidar com finanças e o perfil inadequado do empreendimento
fulminaram a maioria das empresas abertas do país. (fonte Revista Especial
Negócios)
A Descoberta do Sonho
Essas idéias surgiram e ganharam força porque a humanidade vem de uma ressaca de
muitas décadas de apego ao emprego e construção da economia a partir dos empregos -
grandes corporações, grandes governos - tudo isso vem dando sinais de esgotamento.
O Empreendedorismo
Ser empreendedor é ousar, transformar, descobrir novas vidas em cima de produtos que já
existem. É sonhar para frente, dar função e vida a produtos antigos. Enfim, se
empreendedor é provocar o futuro, reunir experiências e ousadias, ir além do tradicional.
Apollinaire
Tem uma visão ampla, nas atividades de quem se dedica à geração de riquezas, seja na
transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio
conhecimento ou na inovação em área como marketing, produção, organização, etc.
Há poucas dúvidas, hoje, de que uma sociedade composta por pessoas empreendedoras é
capaz de produzir mais riquezas. E a condição necessária para que isso aconteça é o
fomento de uma cultura empreendedora. Sem pessoas capazes de criar e aproveitar
oportunidades, melhorar processos e inventar negócios a economia de um país não se
desenvolve.
É aí que entra o espírito empreendedor, que pode ser traduzido pela vontade e aptidão para
realizar algo, deixar sua marca, fazer diferença. Ele não representa apenas a coragem de
abrir um negócio. Está intimamente ligado à inovação, ao crescimento, à exploração de uma
oportunidade que mais ninguém percebeu.
De acordo com o prof. Mc Clelland, psicólogo americano que desenvolveu um estudo sobre
o perfil desse profissional, os empreendedores tem iniciativa e buscam informações e
oportunidades, planejam e monitoram metas, são perseverantes, comprometidos, correm
riscos calculados, exigem metas, sabem influenciar pessoas, cultivam rede de contatos, são
independentes e autoconfiantes.
Faça o Teste
Mesmo o profissional mais seguro questiona: será que eu levo jeito? Será que eu tenho
características do perfil do empreendedor? Para podermos obter uma avaliação de seu
comportamento e se o mesmo apresenta um perfil promissor de empreendedor,
apresentamos um questionário com sessenta questões que apresentam como característica
não tem respostas certas ou erradas, porém revelam uma semelhança muito grande das
respostas realizadas com empreendedores de sucesso.
Atenção: o teste não é infalível. Suas respostas demonstram que grande parte de sua
características básicas é semelhante a de empreendedores de sucesso. Seja sincero!
1. Diante de uma ordem passada por seu chefe, patrão ou superior, qual a sua reação
mais provável?
2. Se, no trabalho ou em uma reunião social, surge uma atividade para o seu grupo
fazer, qual a sua atitude mais comum?
a. ( ) Espera que o grupo se organize para ver a tarefa que lhe caberá realizar;
b. ( ) Tem tendência de tomar a frente do grupo, propor o que deve ser feito, dividir as
tarefas pelos companheiros e dar início à ação;
c. ( ) Participa das discussões, mas não toma a frente do grupo, ficando sempre junto com
todos, nem à frente, nem à trás.
3. O fato de ter que chegar na hora certa ao trabalho, de ter um momento determinado
para almoçar e retornar ao emprego, e de, ao final do expediente, ter uma hora
marcada para deixar o serviço e voltar para casa:
a. ( ) Deixa você com muita vontade de não precisar seguir horários e de ter tempo para
fazer as coisas que você julga realmente importantes;
b. ( ) Mostra a você que seguir horários é importante, que a disciplina não faz mal a
ninguém e que a liberdade pessoal vem depois das regras sociais;
c. ( ) Torna claro para você que os horários marcados fazem parte do emprego e têm que
ser obedecidos por quem precisa trabalhar.
5. Quando alguém pede para você ajudar a encontrar uma solução para um problema
importante, qual o seu comportamento mais provável?
a. ( ) Aceita o desafio, pensa um pouco e logo imagina mais de uma forma para solucionar
o problema;
b. ( ) Pensa muito sobre o assunto, mas não consegue imaginar uma solução que valha a
pena;
6. Quando uma máquina de sua casa está com defeito, qual a atitude que você,
normalmente, toma?
a. ( ) Aceitaria isso como uma fatalidade e aguardaria um momento mais propício para
arranjar emprego;
b. ( ) Procuraria alternativas para trabalhar e ganhar dinheiro, mesmo que não fossem,
exatamente, aquilo que você costuma fazer;
8. Quando você pensa no que já fez em sua vida profissional, quais as lembranças
que vêm mais rapidamente à sua mente?
a. ( ) Que sempre teve boas idéias, que de alguma maneira ajudaram a resolver problemas
no trabalho;
b. ( ) Que algumas vezes, não muitas, teve boas idéias para melhorar o trabalho;
c. ( ) Que nunca pensou na melhoria da organização, mas sim em cumprir suas obrigações,
trabalhando com afinco.
9. Se alguém lhe fizer uma proposta, como, por exemplo, utilizar um método de
trabalho inovador, o que você faz com maior probabilidade?
b. ( ) Analisa com cuidado e, se a idéia lhe parecer boa, dedica-se à sua implantação com
vontade e confiança de que ela vai dar certo;
c. ( ) Escuta e desconfia de que não pode dar certo e, assim, acha melhor continuar
fazendo do jeito que sempre fez.
10. Você consegue lembrar-se das vezes em que teve de enfrentar uma grande
dificuldade. Nessas ocasiões, qual a atitude que mais comumente você tomou?
c. ( ) Pensou e chegou à conclusão de que nem sempre vale a pena lutar contra a
correnteza.
11. Entre seus amigos e familiares, acredita que a opinião deles a seu respeito é a de
que:
a. ( ) “Você só põe o boné onde possa ganhar!”, pois quando entra em uma luta é porque
tem certeza de que pode vencer;
b. ( ) “Quando começa um projeto vai até o fim, custe o que custar”, pois você é capaz de
sacrificar tudo por um objetivo;
c. ( ) “Para você nem sempre a linha reta é o caminho”, pois você prefere contornar as
dificuldades que se apresentam pela frente.
12. Quando comete um erro, qual a atitude mais comum que você toma?
a. ( ) Avalia cuidadosamente o que fez, por isso não costuma repetir os mesmos erros;
13. Quando lembra das vezes que surgiu uma oportunidade de fazer um bom negócio,
qual foi sua reação nessas ocasiões?
14. Quando analisa a vida das pessoas que conhece, o que você mais valoriza?
15. Qual o seu conceito das pessoas que iniciaram negócios e fracassaram?
b. ( ) Acha que as pessoas não devem cometer erros e fracassos. Por isso, somente
devem entrar em negócios seguros;
c. ( ) As pessoas devem pensar muito antes de agir, mesmo que a oportunidade de iniciar
um negócio passe. Afinal, outras oportunidades surgirão.
16. Se você tivesse que iniciar um negócio, logicamente, procuraria analisar com rigor
a situação e, diante dos resultados dessa análise, que atitude tomaria?
b. ( ) Apostaria na idéia, mesmo que os resultados apontassem uma certa margem de risco;
c. ( ) Só entraria no negócio se tivesse certeza de que haveria grande chance de dar certo.
18. Que atitude você acha que combina mais com sua personalidade, quando está
diante de uma oportunidade de negócio?
b. ( ) De muita fé em Deus;
b. ( ) Pensa nas dificuldades que ele enfrentou e fica satisfeito com a sua vida modesta,
porém tranqüila;
Bem, agora que você já fez o teste, calcule quantos pontos somou, utilizando a tabela a
seguir:
Questões a b c Questões a b c
01 1 3 5 11 3 5 1
02 1 5 1 12 5 3 1
03 5 1 3 13 3 5 1
04 1 5 3 14 3 5 1
05 5 3 1 15 5 1 3
06 5 1 3 16 1 5 3
07 1 5 3 17 5 1 3
08 5 3 1 18 3 1 5
09 3 5 1 19 3 1 5
10 5 3 1 20 5 1 3
O brilho da ousadia
Casos de sucesso - como Natura, Microsiga, Gol, TAM, Grupo Ultra - deveriam ser mais
comentados e discutidos. São lições de empreendedorismo que valem a pena conhecer.
Quando João Hansen Júnior resolveu optar pelo PVC em tubos e conexões para
sistemas hidráulicos no fi nal da década de 1950, sua atitude foi considerada coisa de
maluco. Sua empresa, Tigre, localizada em Joinville, Santa Catarina, estava apenas
começando. Hansen precisou vencer forte resistência, pois não se acreditava nem se
aceitava que o PVC pudesse substituir o ferro usado nas tubulações, em uma época em
que tinha início o processo de urbanização do país. Hansen foi para Hannover, na
Alemanha, para participar de uma feira de plástico na qual adquiriu os equipamentos
necessários para sua fábrica. Acreditou em sua visão e partiu decisivamente para o
empreendimento. Hoje, a Tigre é uma empresa de grande porte, responsável pelo
saneamento básico, principalmente em residências, em 90% dos municípios do país.
O empreendedor tem um modelo: Pode ser na figura de uma pessoa ou de várias pessoas.
Os modelos inspiradores são as referencias que tem iniciativa, autonomia, autoconfiança,
otimismo e necessidade de realização. Ao pensar em soluções é pró-ativo e persiste em
resolver aquilo que tem em mente.
Tem grande energia, pois trabalha de modo incansável sendo um caçador implacável de
nichos;
Sabe fixar metas e alcança-las. Luta contra padrões impostos, quebra de paradigmas;
Tem forte intuição. Suas idéias iniciais nem sempre são compreendidas, pois trabalha
sozinho, é comprometido e acredita no que faz;
Elabora situações que lhe permitam obter feedback sobre seu comportamento e desse
modo corrige a rota e busca o aprimoramento no seu trabalho;
Define o que deve aprender (a partir do não-definido) para realizar as suas visões: primeiro
define o que quer, onde quer chegar, depois busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o
objetivo. Preocupa-se em aprender a aprender porque no seu dia-a-dia será submetido a
situações que exigem constante aprendizado de conhecimento que não está nos livros. O
empreendedor é um fixador de metas;
Tem alto grau de internalidade, que significa a capacidade de influenciar as pessoas com as
quais lida e a crença de que pode mudar algo no mundo. Ele é um provocador de mudanças
nos sistemas em que atua;
O empreendedor não é um aventureiro, pois assume riscos moderados. Gosta do risco, mas
faz de tudo para minimizá-lo. É um inovador criativo e diferente do inventor que geralmente
não dá seqüência um produto criado;
Tem alta tolerância à ambigüidade e incerteza sendo hábil em definir a partir do indefinido;
Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive usando-a para detectar
oportunidades de negócios.
Para evitar ciladas e criação estereotipo é que destacamos esse estudo com as principais
manifestações comportamentais. Deste modo, pensaremos no próprio comportamento e ainda a
perceber o comportamento empreendedor de terceiros. Ao compreender esse comportamento as
parcerias e associações para realizar tarefas são facilitadas e o mercado cresce, as
oportunidades aumentam e o dinheiro é conseqüência.
Apontar armadinhas a serem evitadas – Não basta que exista a motivação para
empreender, é necessário que esteja preparado para isto. Que conheça formas de
análise do negócio, do mercado e de si mesmo para perseguir o sucesso com passos
firmes e saber colocar a sorte a seu favor.
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Pode-se dizer que está apenas começando, mas os resultados já alcançados no ensino
indicam que estamos no início de uma revolução silenciosa. O primeiro curso de que se tem
notícia na área surgiu em 1981, na Escola de Administração de Empresa da Fundação
Getúlio Vargas – São Paulo – por iniciativa do profº Ronald Degen e chamava-se “Novos
Negócios” – Era uma disciplina do CEAG – Curso de Especialização em Administração para
Graduados. Em 1984 – o curso foi estendido para a graduação, com o nome de “Criação de
Novos Negócios – Formação de Empreendedores”, e hoje é uma das “trilhas” obrigatórias a
serem percorridas pelos alunos de graduação.
• Construíram monopólios
A Gol
Em um setor marcado por problemas e precária situação financeira – o das empresas de
aviação comercial -, a Gol Transportes Aéreos é um caso recente de ímpeto
empreendedor. Em uma decisão audaciosa, nasceu a primeira empresa aérea nacional a
operar com o conceito de baixo custo e tarifa baixa (low cost, low fare) aplicado em vários
países. Trata-se de um mercado que não existia no Brasil. Em seu primeiro aniversário, a
empresa chegou à marca de 2,25 milhões de passageiros transportados, com uma média
de 90 passageiros por vôo - excelente ocupação para o tipo de aeronave que a empresa
utiliza. A nova companhia conquistou aproximadamente 20% do mercado doméstico e já é
a segunda maior do Brasil, batendo alguns recordes na história da aviação nacional. A Gol
possui um quadro de 1.400 funcionários e acumulou altos índices de pontualidade e
regularidade ao longo dos últimos meses. Fechou o balanço do primeiro ano com 24 mil
operações de pouso e decolagem e quase 26 mil horas voadas, tendo quase 14 horas de
vôo por avião a cada dia nos 130 trechos diários cobertos pela empresa. A maioria dos
passageiros por ela transportados, 99% do total, manifestou a possibilidade de voltar a
voar pela companhia.
“A SÍNDROME DO EMPREGADO”
O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma.
Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.
Roosevelt
Não é auto-suficiente: exige supervisão e espera que alguém lhe forneça o caminho;
Não busca conhecer o negócio como um todo: a cadeia produtiva, a dinâmica dos
mercados, a evolução do setor;
Não se preocupa com o que não existe ou não é feito; tenta entender, especializar-se o
melhorar somente o que existe;
Não é pró-ativo;
Tem medo do erro (que é punido em nosso sistema de ensino e em nossa sociedade) e
não o toma como fonte de aprendizagem;
O empreendedor é alguém que imagina, desenvolve e realiza uma visão. Acredita que pode
realizar seu próprio sonho, julgando-se capaz de mudar o ambiente em que está inserido.
Ao buscar definir seu destino, assume riscos.
Podemos considerar que empreendedores é um indivíduo que cria uma empresa, qualquer
que seja ela e/ou um empregado que introduz inovações em uma organização, provocando
o surgimento de valores adicionais.
Atualmente, significa a atividade de toda pessoa que está na base de uma empresa, desde
franqueado, um dono de oficina mecânica, um autônomo (nosso caso - informática), até
aquele que criou e desenvolveu uma multinacional. Associam o empreendedor ao
desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades em
negócios.
Em um artigo publicado na revista VOCÊ S.A. sobre o futuro do trabalho, Peter Drucker diz
que se há um evento realmente importante acontecendo nos dias de hoje não é a revolução
tecnológica nem o surgimento da Internet.
O fato relevante é que, pela primeira vez na história, um número cada vez maior de
profissionais tem a possibilidade de fazer escolhas. Pela primeira vez, as pessoas terão de
administrar a si próprias. Terão, portanto, de assumir o controle de sua carreira. Ser
empreendedores do seu próprio futuro.
Não é preciso ir muito longe para reconhecer a veracidade da avaliação de Peter Drucker.
Nunca o mercado brasileiro esteve tão aberto a profissionais com histórias e carreiras
diferenciadas. Basta dar uma olhada nas empresas da chamada velha economia. Elas estão
contratando ex-funcionários que se deram mal nas ponto-com porque, apesar do fracasso,
elas valorizam experiências diversificadas.
O velho modelo do profissional de sucesso, aquele que saía das melhores universidades,
iniciava sua carreira como trainee numa grande multinacional e ali mesmo subia cada
degrau na hierarquia rígida e bem verticalizada da companhia, está em xeque. Em seu
lugar, existem novos caminhos para trilhar uma vida profissional brilhante. Veja bem: isso
não significa que estar numa multinacional e nela crescer não possa ser interessante. O fato
é que essa não é mais a única possibilidade. Agora, o profissional, principalmente o
talentoso e bem preparado, pode optar.
A atitude é que faz a diferença. Mais do que nunca, o mercado valoriza quem sabe
empreender. Há uma demanda crescente por profissionais com espírito empreendedor. São
profissionais inovadores, inquietos, que quebram as regras, correm atrás dos seus sonhos e
sabem reconhecer oportunidades.
Não importa se ele é funcionário de uma empresa ou se está tocando seu próprio negócio.
Inovação depende basicamente de como a pessoa encara sua vida, e não do lugar em que
está trabalhando. É claro que essa discussão não é exatamente uma novidade.
As empresas precisam inovar o tempo todo se quiserem aumentar sua receita e conquistar
novos clientes e novos mercados. Afinal, ficou para trás o tempo em que conseguiam
aumentar seu lucro apenas com os downsizings e reengenharias, típicos dos anos 80 e do
início dos anos 90.
Se você se acomodou ou se burocratizou, cuidado: você está cada vez mais dispensável.
prestados hoje, porque eles podem estar obsoletos nos próximos meses. É necessário
inovar todo o tempo e para isto é preciso talento.
As empresas têm em seus quadros pessoas talentosas, capazes de realizar coisas incríveis,
eles são os intraempreendedores. Porém para que eles surjam, é necessário criar um
ambiente propício. Este artigo trata sobre intraempreendedores e sobre como estimular o
surgimento deles nas organizações.
Nós vivemos em outra realidade, fazemos parte da Era da Informação. Nossa capacidade
de gerar novas tecnologias se tornou tão desenvolvida que hoje, nos tornamos
desatualizados com uma rapidez extraordinária. Há quem diga que metade de tudo o que
temos e sabemos não servirá para absolutamente nada em dez anos.
A rapidez com que são geradas novas tecnologias, torna os produtos e serviços oferecidos
pelas nossas organizações vítimas fáceis da obsolescência.
Apesar de existir abundância de quase tudo, há uma matéria prima cada vez mais escassa:
O tempo.
Vivemos um paradoxo: Nunca tivemos tantas facilidades e nunca estivemos tão sem tempo.
A arena competitiva destrói com enorme facilidade planos estratégicos elaborados com todo
o rigor acadêmico, porque os pensadores dos cenários considerados não foram capazes de
contemplar as mudanças econômicas, sociais e as ações de concorrentes globais, vindos
muitas vezes do outro lado do mundo.
Planejar se torna a cada dia, uma arte que considera um futuro de mais curto prazo.
Nos EUA, cerca de vinte e cinco por cento dos clientes de uma operadora de telefonia
celular mudam de provedor a cada ano. Com isto, são necessários um enorme esforço de
marketing e grandes investimentos em tecnologia para conquistar novos clientes, apenas
para recompor os vinte e cinco por cento da carteira que se tinha no começo do ano.
Para vencer, é necessário mais do que ter recursos financeiros e tecnologia, é preciso ter
talento.
Todas as organizações, por menores que sejam, tem nos seus quadros profissionais de
talento. A obtenção de diferenciais competitivos está intimamente ligada a como estes
talentos são identificados, estimulados e aproveitados.
O grande desafio portanto é utilizar com o máximo de eficiência os talentos que se têm.
O empreendedorismo vem sendo estudado desde 1803, por Jean-Baptiste Say. Segundo
ele, empreendedor é: “Alguém que inova e é agente de mudanças”.
O empreendedorismo por sua vez pode ser definido como : “A atividade de quem se
dedica a gerar riqueza”.
O talento empreendedor, se dizia era inato, como o foi para Cristóvão Colombo, Bill Gates,
Abraham Kasinski, José Mindlin e muito outros personagens que são referência, quando se
fala sobre o assunto. Porém, hoje em dia é amplamente discutido o fato de que é possível
criar empreendedores.
Os EUA têm 30 milhões de empresas e virtualmente, todos os novos empregos provêm das
novas empresas e não das grandes empresas já estabelecidas.
Naquele país, noventa e cinco por cento das inovações radicais surgiram em pequenas
empresas.
Os empreendedores mais conhecidos são aqueles que criam seu próprio negócio, porém
uma categoria importantíssima de empreendedores é a dos intraempreendedores; aqueles
O Brasil tem aproximadamente 4,4 milhões de empresas, das quais, cerca de 95% delas
são micro ou pequenas empresas.
O dicionário Aurélio diz que: “Empresário é aquele que é responsável pelo bom
funcionamento de uma empresa”.
O empreendedor que tem talento para ser empresário, se dedica prioritariamente à gerência
do negócio e na grande maioria das vezes, não tem tempo discricionário para observar o
ambiente de negócios e para se dedicar a ouvir os seus clientes, buscando identificar novas
oportunidades.
Gifford Pinchot, em seu livro; Intrapreneuring (1989), diz que – “A inovação, ocorre quando
existe uma combinação fortuita de uma idéia, um intrapreneur e um patrocinador, todos
ao mesmo tempo”.
CASE DU PONT
CASE 3M
Outro caso interessante foi o de Dick Drew, o intraempreendedor da 3M, que vendia lixas,
quando notou que seus clientes automotivos estavam tendo uma grande dificuldade para
pintar automóveis com duas cores. As áreas eram cobertas com máscaras de papel de
jornal e cola. O sistema era ineficaz, de secagem lenta e potencialmente perigoso para as
superfícies recém-pintadas.
Dick identificou uma necessidade não atendida e prometeu fazer uma fita que resolvesse o
problema. Ninguém o nomeou para aquela tarefa, mas seu chefe o deixou trabalhar nela,
uma vez que era para um cliente. Nem a 3M e nem Dick haviam trabalhado com fitas antes,
ele atuava estritamente no negócio de lixas.
Todas suas tentativas iniciais falharam e Willian McKnight, o presidente da 3M, ficou
preocupado com a possibilidade da reputação da empresa junto a industria automobilística
ser prejudicada pelos freqüentes fracassos de Dick Drew, quando testava a fita com
clientes. McKnight disse ao chefe de Dick para tirá-lo do projeto e fazer com que voltasse às
lixas.
Uma das tarefas seguintes de Dick foi examinar uma base flexível de papel crepom para
lixas. Dick, ainda obcecado com a solução do problema da pintura de carros de duas cores,
viu o papel crepom como um suporte potencial para a fita para mascarar. Ele o levou para o
laboratório e estava no processo de revesti-lo com adesivos, quando o presidente apareceu
por lá e lhe perguntou o que estava fazendo. O que aconteceu a seguir fez mais que permitir
que Dick criasse a fita para mascarar: moldou a cultura da 3M.
Dick explicou que estava tentando fazer fita para mascarar. McKnight perguntou se ele sabia
que lhe haviam ordenado para parar de trabalhar na fita e voltar às lixas. Dick admitiu que
sabia. McKnight perguntou se ele sabia fazer o que estavam mandando que fizesse. Parecia
um dia negro para a inovação da 3M, mas Dick explicou por que acreditava que o
estiramento do papel crepom faria a fita se soltar, deixando a pintura no carro e como isso
era importante para os clientes da 3M. McKnight viu a chama da convicção e foi sábio o
suficiente para deixá-lo continuar.
Ocorreu que depois de centenas de fracassos, a base de papel crepom funcionou. Logo as
empresas automobilísticas estavam comprando a fita para mascarar as toneladas. A 3M
havia entrado no negócio da fitas.
Dick Drew foi além, inventou a fita transparente Scotch cinco anos depois.
Ninguém teria censurado Dick Drew se ele houvesse desistido de tentar fazer a fita para
mascarar, mas ele estava comprometido com o atendimento daquela necessidade, não
importando quantos fracassos houvesse. É assim que acontece a inovação.
CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios
erros;
Tem forte intuição: como no esporte, o que importa não é o que se sabe, mas o que se
faz;
Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais
informações para seu aprimoramento;
Define que o aprender (a partir do não-definido) para realizar suas visões. É pró-ativo:
define o que quer e onde quer chegar; depois, busca o conhecimento que lhe permitirá
atingir o objetivo;
Cria um método próprio de aprendizagem: aprende a partir do que faz; emoção e afeto
são determinantes para explicar seu interesse. Aprende indefinidamente;
Assume riscos moderados: gosta do risco, mas faz tudo para minimizá-lo. É inovador e
criativo. (inovação é relacionada ao produto. É diferente da invenção, que pode não dar
conseqüência a um produto);
Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar
oportunidades de negócios.
Boticário
Em 1977, o bioquímico Miguel Krigsner e mais três sócios fundaram, em Curitiba, no
Paraná, uma pequena botica chamada O Boticário para fabricar xampus e cremes.
O ativo fixo era composto de uma batedeira de bolos para misturar cremes e alguns
garrafões de vinho para armazenar componentes líquidos.
Enquanto aviava receitas de dermatologistas, Krigsner analisava o mercado de
cosméticos, e assim percebeu que haveria público para produtos de alta qualidade com
um conceito ligado à natureza, desde que existisse um canal de distribuição alternativo,
pois as lojas de departamentos e os supermercados estavam focados em perfumes e
cosméticos de grandes fabricantes.
Em 1980, Krigsner abriu uma loja no aeroporto Afonso Pena como um canal inicial para
vendas.
A aceitação foi surpreendente e os sócios começaram a receber pedidos e franquia da
marca.
Em 2008, a empresa conta com milhares de lojas franqueadas no país.
PERFIL DO EMPREENDEDOR
Para iniciar como empresário ou empreendedor interno, a primeira pergunta que você deve
se fazer é: “serei eu um empreendedor??”
Autoconfiança - ter consciência de seu valor, sentir-se seguro com relação a si mesmo
e, com isso, poder agir com firmeza e tranqüilidade;
Por outro lado, você estará indo ao encontro da sua independência e da realização pessoal.
Realidade - O empreendedor individual geralmente ganha a vida. É difícil ter um negócio de alto
potencial sozinho. Os empreendedores de sucesso constroem uma equipe. Acham que 100% de
nada é nada. Eles trabalham para aumentar o bolo, ao invés de tirar a maior parte dele.
Realidade - Está longe de ser independente e serve muitos senhores (sócios, investidores, clientes,
fornecedores, empregados, credores, família).
Mito 6 - Empreendedores trabalham mais tempo e mais duro do que gerentes em grandes
empresas.
Realidade - Não há evidências nas pesquisas, cujos resultados às vezes dizem que sim, às vezes
que não.
Realidade - É verdade, mas não mais que em outras profissões. Mas eles acham o seu trabalho
mais gratificante. São mais ricos e não querem aposentar-se (Os empreendedores preferem não
aposentar-se em uma razão de 3 por 1 com os empregados)
Realidade - Se as outras partes e talentos existirem, o dinheiro virá. Não quer dizer que se o
empreendedor tem dinheiro vá ter sucesso. O dinheiro é um dos ingredientes menos importantes. É,
para o empreendedor, o que o pincel e a tinta são para o pintor: ferramenta inerte que, nas mãos
certas, podem criar maravilhas. Mesmo depois de ter feito alguns milhões de dólares, um
empreendedor irá trabalhar incessantemente em uma nova visão para construir outra empresa.
Realidade - Idade não é barreira. A idade média de empreendedores de sucesso (Higher potential
business) é perto dos 35, mas há numerosos exemplos de empreendedores de 60 anos de idade. O
que é importante: know-how, experiência e relações.
Realidade - Empreendedores de sucesso buscam construir empresas onde possam realizar ganhos
de capital a longo prazo. Não procuram satisfação imediata de grandes salários e aparência. Buscam
realização pessoal, controle dos seus próprios destinos e realização dos seus sonhos. Dinheiro é
visto como uma ferramenta.
Realidade - O poder é antes um subproduto do que uma força motivadora. O empreendedor busca
responsabilidade, realização e resultados.
Mito 14 - Qualquer empreendedor com uma boa idéia pode levantar capital.
Mito 15 - Se um empreendedor tem capital inicial suficiente, não pode perder a chance.
Realidade - O oposto é freqüentemente verdade, isto é, muito dinheiro no princípio cria euforia e a
“síndrome de criança estragada”.
Não existe fracasso – apenas experiências que são positivas em maior ou menor
grau.
Conta-se que Thomas Alva Edison (1847-1931), nos seus tempos iniciais de inventor e
empreendedor, experimentou milhares de fi lamentos para descobrir qual deles
funcionava em uma lâmpada elétrica. À medida que os meses se transformavam em
anos, nenhum filamento durava mais do que dois segundos quando ligado à energia
elétrica. Finalmente, Edison descobriu aquele que produziria luz por um tempo aceitável
antes de se consumir em fogo. Enquanto experiências sucessivas não funcionavam, ele
não pensava em fracasso ou erro nem ao menos sentia desânimo ou frustração. Ao
contrário, em cada passo, Edison descobria algo válido: um filamento que não servia.
Para ele, o processo de inventar e descobrir não constituía uma série de erros e
fracassos, mas uma experiência única, que exigia milhares de passos consecutivos.
Não se tratava de ensaio e erro, mas de um aprendizado contínuo, que acrescentava
experiência e conhecimento.
O processo experimental é como aprender a ler. Cada pessoa começa no seu nível de
aptidão e cresce em competência à medida que faz leituras mais complicadas. Quando
se lê bem, o mundo se abre em possibilidades infinitas.
Assim, deve-se assumir que não existem fracassos, mas experiências que são positivas
em maior ou menor grau.
O nascimento da TAM
O comandante Rolim Adolfo Amaro era piloto da Varig, em 1968, quando comprou seu
primeiro avião, por US$ 50 mil financiados. Com ele, criou na Amazônia uma empresa
de táxi aéreo. Em 1978, adquiriu a pequena Transportes Aéreos de Marília, em São
Paulo. Mas Rolim percebeu que os passageiros desejavam mais do que as companhias
aéreas ofereciam. Eles queriam tapete vermelho e um tratamento mais que especial.
Assim, desenvolveu uma estratégia de atendimento personalizado, investiu fortemente
em tecnologia da informação, deu à empresa as características de inovação e foco no
cliente. A TAM ficou com a cara de Rolim e se transformou em uma das maiores
empresas aéreas do país.
Texto 1
(Arregace as Mangas – Liberte seu espírito empreendedor – Max Gehringer e Fernando Jucá –
Pág.21)
Jucá - Justamente. Nossa idéia então foi simples. Em vez de abrir um bar, decidimos
organizar um seminário que mostraria, na prática, como empresários desse setor tiveram
sucesso. O resultado? Imagine donos de bares falando em um auditório da FGV sobre dicas
de "como gerenciar os garçons" ou "como desenvolver projetos de divulgação". Imagine
também 504 pessoas muito satisfeitas: 500 porque compraram um ingresso para um evento
que valeu a pena e 4 porque ficaram 3 meses viajando pelo Nordeste. Bom, agora feche
essa cena e corte para alguns anos depois, no meu primeiro dia como trainee de uma
multinacional americana. Um desastre. Nas primeiras horas com meu novo chefe já
colecionava uma lista de mais de 15 conceitos e termos de marketing que nunca havia
aprendido na faculdade. E o pior: todas as minhas tentativas de mostrar algum
conhecimento eram rechaçadas com comentários singelos como: "Bacana, Jucá. Pena que
ninguém faz mais assim há muitos anos. Isso é muito antigo". Quando descobri que meus
velhos colegas do seminário sobre bares tinham experimentado a mesma sensação em
seus trabalhos, dois pensamentos não saiam mais da minha cabeça: 1) Será que milhares
de outros jovens, universitários ou recém-formados, não enfrentavam o mesmo problema?;
2) Será que caberiam mais de 500 pessoas no auditório da FGV? A conclusão é que em
1993 abrimos a SSJ, uma empresa especializada em suavizar a transição entre o mundo
teórico da faculdade e a prática do mercado de trabalho. A mesma fórmula do evento sobre
bares, só que aplicada às mais variadas situações e áreas profissionais.
Jucá - Estive ligado formalmente a SSJ por 10 anos. O saldo: cursos e eventos realizados
em mais de 20 cidades do Brasil, para um total de mais de 100 mil participantes. Foi muito
divertido e gratificante. Até hoje encontro pessoas que agradecem por aquela dica ou aquele
pequeno empurrão no inicio da vida profissional que a SSJ propiciou. Por outro lado, nunca
tivemos a boa vida com a qual os candidatos a empreendedor costumam sonhar. Não sei se
isso decorria de características próprias do nosso tipo de negócio, ou em razão do nosso
estilo de trabalho... Sei lá, quem sabe não era mais fácil ter aberto um bar desde o inicio...
Max - Provavelmente, também teria dado certo. Em empreendedorismo não existem más
idéias. Existem, eventualmente, boas idéias que não foram bem executadas. Mas eu
acredito que valha a pena fazermos uma distinção entre o empreendedor de fato e o
empregado que sonha em se tornar empreendedor apenas para se livrar da pressão do
ambiente de trabalho. Ou aquele que ficou sem emprego e resolve que chegou a hora de se
arriscar e abrir seu próprio negócio.
Max - Posso estar enganado - e sempre haverá quem aponte uma exceção ao que vou
dizer -, mas a primeira grande pergunta que uma pessoa deve fazer a si mesma em relação
à sua vida profissional é: "Qual é a minha vocação". Quando alguém que nasceu com
vocação para ser empregado resolve ser empreendedor, dificilmente dá certo. E quando um
empreendedor nato resolve trabalhar em uma empresa, também não se dá bem. Em minha
carreira, eu convivi com muitos funcionários assim, que tinham aquele espírito
empreendedor à flor da pele. Uma das características desses profissionais é que eles
conseguem arrumar encrenca em tempo recorde. Na primeira semana de trabalho, já estão
reclamando que a Área Financeira é lenta, que RH não funciona, que em Marketing todo
mundo é poeta. "Horário", então, é um conceito que eles abominam. Quando eles têm uma
idéia e alguém lhes diz que é preciso preencher um formulário em três vias, eles reagem
como se tivessem sido ofendidos. E não fazem isso porque são contra o mundo; fazem isso
porque o biorritmo natural do empreendedor é diferente do ritmo do empregado.
Max - Correto. Agora, vamos pensar em um empregado bem-sucedido que resolva mudar
de vida e abrir um boteco ou uma consultoria - ou, como é moda hoje em dia, uma pousada
no litoral. Ele não vai demorar muito para descobrir que seu sucesso anterior como
empregado tinha muito a ver com o fato de que ele sabia funcionar em equipe. Não naquele
sentido de "vamos fazer uma reunião" ou "vamos criar um grupo de trabalho", mas no
sentido de compreender os limites da hierarquia, de saber relacionar-se civilizadamente com
pessoas nem sempre agradáveis, de engolir alguns sapos de vez em quando, de aturar
chefes incompetentes. O empregado nato sabe que tudo isso está debaixo de um grande
guarda-chuva corporativo, e que é impossível para qualquer empresa criar uma regra
especifica para cada funcionário. Portanto, o empregado nato se amolda ao meio. Já o
empreendedor nato é o que modifica o meio, ao criar seu próprio ambiente segundo suas
próprias regras. E é isso que o empregado nato não consegue fazer. Ao ter que tomar uma
decisão bem simples - "sim" ou "não" -, o empregado nato sempre conta com a possibilidade
de consultar os colegas e repartir a responsabilidade. Quando ele passa a depender só dele
mesmo para decidir, vacila. E ai percebe que não era tão ruim assim estar debaixo daquele
guarda-chuva...
Jucá - Você está dizendo que eu teria sido um mau empregado se tivesse começado a
minha carreira dentro de uma empresa...
Max - É bem possível. Talvez você acordasse todo dia com aquela coceirinha de
empreendedor. Mas eu quero ressaltar que ser empregado não é nenhum demérito, muito
pelo contrário. Eu sempre fui empregado e nunca me arrependi disso. Essa era a minha
vocação, e eu procurei extrair dela o melhor possível. Já a sua vocação foi a de ser
empreendedor. Por falar nisso, quais são as primeiras dificuldades práticas que um
empreendedor como você foi um dia, jovem e sem experiência, encontra na hora de iniciar
um negócio próprio?
Avaliação
TEXTO 2
(Arregace as Mangas – Liberte seu espírito empreendedor – Max Gehringer e Fernando Jucá –
Pág.63)
Jucá - Só que poucos profissionais conseguem ter essa visão realista da situação...
Max - Realista e dolorosa, eu diria. Por isso, voltando à questão da seleção, quando eu
entrevistava pessoas me dava aquele nó na garganta. Porque a nossa empresa era uma
multinacional, e os padrões mínimos de recrutamento eram estipulados pela matriz. E ali
estava eu, diante de um candidato integro e entusiasmado, cheio de vontade, mas que de
inglês não passava do “yes”. E a fluência em inglês era um pré-requisito obrigatório. Por
mais que eu me identificasse com aquele candidato, e por mais que eu achasse que ele
poderia se encaixar muito bem na cultura da empresa, o sistema me obrigava a contratar
alguém, digamos assim, mais academicamente qualificado para a função. Eu sabia que
aquela pessoa rejeitada poderia fazer sucesso em uma empresa menor (e certamente iria
acabar sendo contratada por uma), mas a frustração da rejeição por uma grande empresa é
algo que não se cura da noite para o dia.
Jucá - O que você está dizendo é que existem dois mercados de trabalho bem distintos,
como num sistema de castas?
Max - Exatamente. E para entrar numa grande corporação, a pessoa precisa ter um
currículo fantástico ou alguma amizade muito influente que possa facilitar o acesso. Ou as
duas coisas. Só a cidade de São Paulo coloca 300 mil universitários por ano no mercado de
trabalho. E quantas boas vagas são abertas anualmente pelas grandes empresas? Vinte
mil, no máximo? Então, a coisa é uma simples questão de aritmética. Mas há outro ponto
importantíssimo a considerar. Se tomarmos 100 pessoas que hoje entram em grandes
corporações e 100 que entram em empresas de pequeno e médio porte, eu aposto que, em
dez anos, o número de frustrados vai ser muito maior entre aqueles que hoje parecem
sortudos ou privilegiados. Porque nas empresas maiores o estresse também é maior. E nas
empresas menores ainda existe mais camaradagem, mais harmonia e menos tentativas de
furar o olho ou de puxar o tapete do colega.
Jucá - E é por isso que cada vez há mais gente sonhando em abrir o próprio negócio.
Max - E é por isso que nós precisamos incentivar essa gente. Como, pelo menos, dois
terços das pessoas bem qualificadas não vão encontrar um emprego à altura de suas
qualificações, porque o mercado de trabalho é um funil pelo qual poucos vão conseguir
passar, o empreendedorismo pode ser a melhor resposta para resolver dois grandes e
sérios problemas: o do crescimento econômico e o do desemprego.
Jucá - É verdade. Tanto que o empreendedorismo já está contribuindo para resolver esses
problemas. Você deve conhecer a pesquisa GEM - Global Entrepreneurship Monitor -,
patrocinada pelo Babson College e pela London Business School. Pois bem, eles mediram o
nível de empreendedorismo em mais de 35 países em 2003. 0 Brasil, se não me engano, foi
o sexto colocado, apesar de todas as dificuldades que o governo faz questão de criar.
Avaliação
2.- Por que o empreendedorismo pode ser a melhor resposta para resolver os
problemas do crescimento econômico e o do desemprego?
Com estampas tropicais, Amir Slama faz da Rosa Chá uma campeã de vendas.
O que têm em comum Madonna, Britney Spears, Vera Fischer e Naomi Campbell? Elas são
algumas das seletas clientes que desfilam os biquínis da paulista Rosa Chá nas areias do
Brasil, Estados Unidos e Europa. Criada há 16 anos, a grife é sinônimo de moda praia
brasileira no exterior. E não é difícil perceber por quê. Desde que confeccionou as primeiras
peças no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, Amir Slama sabia exatamente o que
pretendia: lançar uma grife que se diferenciasse pela exclusividade e inovação. Tarefa nada
fácil em um país que faz da moda praia sua principal bandeira.
Hoje, seus maiôs e biquínis são vendidos a peso de ouro. Chegam a custar mais de 200
reais, mas nem por isso esquentam as araras das 23 lojas – entre próprias e franqueadas –
e dos 380 pontos multimarcas espalhados pelo país, sem contar 122 outros endereços no
exterior. Pelo contrário, somem num piscar de olhos, assim que as novas coleções são
lançadas nas passarelas do São Paulo Fashion Week ou na Semana de Moda de Nova
York. O que desperta tamanho desejo de consumo? "O conceito da marca que apresentou
ao mercado um estilo de roupa de verão construído em cima de muita pesquisa de
comportamento", explica Slama, com surpreendente simplicidade.
Filho de pai iraquiano e mãe romena, Slama nasceu e foi criado no tradicional bairro do Bom
Retiro, reduto de imigrantes judeus e importante pólo de confecções de São Paulo. Formou-
se em História e ainda hoje se confessa apaixonado pelo estudo do comportamento
humano. De hábitos simples e guarda-roupa básico, ele revela que vai à praia por
obrigação. Afinal, a areia é o palco de seus negócios.
"Meu grande desafio é oferecer ao consumidor sempre mais do que ele espera, surpreendê-
lo pela novidade", admite Slama. Essa bandeira o empresário assumiu desde o início,
quando usava o dinheiro ganho com as aulas de História para subsidiar a pequena
confecção, iniciada com cinco máquinas usadas, de uma extinta empresa dos pais. "Não
tínhamos crédito e negociávamos os pedidos pelo telefone da minha sogra, já que uma linha
custava muito dinheiro naquela época", lembra.
Não foram poucas as vezes que sua mulher, Riva, voltou para casa chorando, porque os
lojistas não se davam ao trabalho de olhar as peças. Um biquíni exposto na capa de uma
importante revista feminina ajudou a divulgar a marca e a abrir portas. "Foi um início muito
difícil. Para não desperdiçar, comprávamos a metragem exata de tecido para confeccionar
cada pedido. Um erro significava um prejuízo enorme", recorda Slama, reforçando que a
grife levou quatro anos para ter a sua primeira estampa exclusiva. Os magros pedidos não
eram, porém, suficientes para capitalizar a empresa e fazer da Rosa Chá uma grife
respeitada.
Para fazer caixa, Slama, a mulher e a mãe viravam noites confeccionando maiôs, biquínis e
roupas de ginástica para terceiros. Embora cansativo, o exercício levou o empresário a
entender de costura e modelagem, facilitando a criação de modelos com recortes e encaixes
especiais, um dos traços mais fortes da Rosa Chá.
“A ROSA CHÁ foi pioneira na adoção de um novo conceito no varejo de moda praia” -
Atualmente eles já não trabalham no mesmo ritmo. A fábrica, de 3.800 metros quadrados,
está automatizada e não apenas as estampas, mas boa parte dos tecidos é desenvolvida
com exclusividade para a marca. E, ao contrário do que muitos possam imaginar, o
endereço ainda é o bairro do Bom Retiro. A sede simples, porém funcional, não apresenta
sinais de requinte ou arquitetura de grife. Slama sabe quanto custa ganhar cada centavo e
se preocupa apenas em investir na modernização da linha de produção e na personalização
das peças, jamais em luxo. A preocupação com a qualidade e a exclusividade, segundo o
empresário, consome todas as energias da empresa.
CONCEITO ORIGINAL – A Rosa Chá foi pioneira na adoção de um novo conceito no varejo
de moda praia. A primeira loja, aberta em 1997, na Rua Oscar Freire, chamava a atenção
pela exposição das peças por coordenação de cores e temas. "Pela primeira vez, maiôs e
biquínis foram expostos em cabides, fazendo parte de um contexto, o que levou algum
tempo para ser assimilado pelos lojistas", admite Slama. A Rosa Chá também foi a primeira
confecção a convocar seus clientes a substituírem um lote inteiro de biquínis que
apresentou problemas com a fixação da cor. "Não foi jogada de marketing, como
apregoaram alguns: foi respeito ao cliente", alfineta Slama. Na outra ponta, surpreendeu
positivamente seu público ao oferecer a cada mulher a chance de exibir um maiô
personalizado com sua própria foto. Ele não revela o quanto as vendas aumentaram, mas
abre um belo sorriso ao afirmar que o resultado superou as expectativas.
"Talvez nosso maior segredo tenha sido jamais desviar nossa atenção do conceito original",
reforça o empresário. Uma prova é a segunda marca da casa, a Sais. Lançada há cinco
anos, tem por objetivo atender a um mercado menos seletivo em todo o Brasil, que a Rosa
Chá, em razão de seu perfil, não era capaz de suprir.
Como um administrador com olhos voltados à frente do seu tempo, Slama já traçou os
planos para o futuro próximo da Rosa Chá. "No Brasil há espaço para, no máximo, mais
quatro lojas e a proposta é crescer no exterior", reforça, acrescentando que com esse
objetivo a empresa criou, em 2002, duas novas divisões: a
Rosa Chá Internacional e a Rosa Chá Europa. A primeira cuida dos negócios na América
Latina, México, Canadá e Estados Unidos; a outra, da expansão da marca no resto do
mundo.
Trabalho é que não falta, mas é exatamente disso que gosta esse jovem empresário de 39
anos.
“Nosso segredo foi não desviar os olhos da proposta de criar um conceito de moda
verão baseado no comportamento feminino”
3 - Iniciou com cinco máquinas usadas - A maioria dos negócios começam pequenos. A
atitude é quem determina o crescimento. Mas o ponto mais importante é dar o primeiro
passo.
5 - Não foram poucas as vezes que sua mulher, Riva, voltou para casa chorando,
porque os lojistas não se davam ao trabalho de olhar as peças. Foi um início muito
difícil. -
7 - Para fazer caixa, Slama, a mulher e a mãe viravam noites confeccionando maiôs,
biquínis e roupas de ginástica para terceiros - Os grandes empreendedores trabalham
bastante para ter sucesso. As vezes todos os dias da semana sem hora de fechar.
10 - Administrador com olhos voltados à frente do seu tempo - É preciso ter-se e/ou
desenvolver a visão de futuro. Os grandes empreendedores apresentam características de
vanguarda.
Atividade
Selecione as 5 dicas que para vocês são as mais importantes para o sucesso de um
empreendimento e de seu empreendedor. Justifique
História do Habib’s, de Alberto Saraiva, faz fortuna com produtos na casa dos
centavos
Três esfihas pelo preço de um café. O anúncio, exibido em uma faixa de tecido, chamava a
atenção de quem passava na frente da grande lanchonete, na Rua Cerro Corá, uma
movimentada via de São Paulo. Corria o ano de 1988 e comida árabe era encontrada
basicamente nos restaurantes da comunidade. Movidos pela curiosidade, os fregueses
começaram a entrar e provar os quitutes do primeiro fast-food árabe do país, batizado
Habib’s. Na cozinha, sem dormir havia dias, o português Alberto Saraiva, médico de
formação e comerciante por vocação. "Por 45 dias tivemos fila na porta e em dois meses
recuperei os 60.000 reais investidos na casa", lembra Saraiva, com orgulho.
“Sou centralizador. Boa parte do sucesso do Habib’s é resultado dessa minha postura”
SOB OS OLHOS – Falando assim, parece simples tocar uma estrutura com 10.000
empregados e totalmente verticalizada. A rede conta sete centrais de produção, que
encaminham às lojas os pratos semi-prontos, padronizando e garantindo a qualidade dos
produtos. Fabrica seus próprios pães, sorvetes, sobremesas árabes e até o queijo que
recheia suas esfihas, usando para isso uma média de 70.000 litros de leite por dia. "Dizem
que a terceirização é um bom processo, mas prefiro ter tudo sob o meu controle", afirma
Saraiva. "Tudo" inclui ainda uma agência para cuidar do marketing e uma construtora para
erguer as lojas.
Segundo ele, ser centralizador é uma de suas características mais marcantes e, também,
um dos segredos do sucesso dos negócios que toca. "Se acredito na idéia, não mudo uma
vírgula da proposta", avisa. Com o cardápio do Habib’s aconteceu exatamente isso.
Ninguém queria aceitar a mistura de comida árabe com hambúrguer, pizza, pastel e sorvete.
Saraiva deu a ordem e o resultado é que esse mix, bem ao gosto do brasileiro, é um dos
grandes responsáveis pela boa performance da rede, garantindo um consumo médio de
7,75 reais por cliente.
Essa veia empreendedora foi descoberta a partir de um fato triste: a morte do pai em um
assalto. Obrigado a assumir os negócios da família, Saraiva transformou uma padaria
medíocre em um ponto cobiçado pela concorrência. "Já ouviu aquele ditado: se você tem
um limão, faça com ele uma limonada? Foi o que fiz." Na busca de freguesia, vendia 12
pãezinhos pelo preço de dez, além de assar várias fornadas ao longo do dia, para fisgar o
consumidor pelo cheiro. "Naqueles tempos, era a SUNAB quem ditava as regras e
flexibilizá-las parecia uma afronta", lembra com ar maroto. No momento em que os lucros
começaram a aparecer, passou o negócio para a frente e comprou outro, deficitário, por
uma ninharia. Assim fez com padarias, bares, pizzarias, pastelarias e lanchonetes até
decidir abrir um fast-food de comida árabe, uma novidade no país.
Em todos os lugares por onde passou, procurou ser um especialista na matéria. "Quando
você domina a receita, fica mais fácil contratar a equipe e cobrar o serviço", ensina. Até a
formatação da franquia foi feita em ambiente doméstico. Saraiva fez cursos, leu toda a
literatura do setor e viajou aos Estados Unidos para conhecer de perto o sistema. Na volta,
criou suas próprias regras. "Confesso que no início errei a mão ao escolher os franqueados
parceiros. Hoje, só aceito gente disposta a tocar o negócio pessoalmente e com dinheiro na
mão. Nada de recorrer a bancos",decreta. Graças aos métodos duros de gestão, a
inadimplência da rede é zero.
Saraiva faz questão de controlar custos e despesas. Vira a mesa quando encontra sinais de
desperdício e não admite mudanças na tabela de preços por conta da inflação. Das 232
lojas da rede, 48 são próprias e servem de laboratório para novas propostas. A mais recente
é o delivery, que nos primeiros cinco meses de operação atendeu meio milhão de clientes,
entregando pedidos em 28 minutos. "Não tenho pudores em copiar da concorrência o que
ela tem de melhor", assinala.
QUERO MAIS – Aos 48 anos, pai de três filhos, o português que fez escola vendendo
comida árabe não se considera satisfeito. Seu apetite é ainda maior, mesmo dedicando ao
trabalho a maior parte de seu dia. "Meu grande desafio é conseguir fazer do Habib’s uma
estrutura capaz de sobreviver a todos os tipos de administradores", confidencia. Saraiva se
refere à internacionalização da rede, que já tem sete lojas no México e planos aprovados
para França, Portugal e Estados Unidos.
Enquanto domina a ansiedade e traça estratégias para manter a mesma solidez no mercado
externo, o empresário procura ampliar a participação da empresa em projetos sociais. Há
cinco anos a rede fornece para os programas Mesa São Paulo e Banco Rio de Alimentos
produtos suficientes para compor 21.000 refeições por mês. Paralelamente, instituiu o dia 16
de outubro como o Bib’s Dia Genial, quando a arrecadação da venda de esfihas é destinada
a projetos como Ação Criança. "Quanto mais se aprende a dividir, mais se multiplicam os
ganhos”, ensina.
1 - Três esfihas pelo preço de um café - Preço baixo chama atenção! O consumidor é
cativado se o produto atender as suas necessidades e exigências.
4 - A maioria dos empresários adota qualidade como sinônimo de custo alto - Nem
sempre a qualidade se expressa em preços elevados. Desta forma, a competitividade nos
obriga a aperfeiçoar os processos e reduzir os custos concomitantemente.
10 - Copiar da concorrência - Se está dando certo e agrada ao consumidor, por que não
imitar. Mas, pode-se ofertar algo mais, inovar, fazer melhor. Supere a satisfação do freguês.
Atividade
Selecione as 5 dicas que para vocês são as mais importantes para o sucesso de um
empreendimento e de seu empreendedor. Justifique
O sucesso alcançado pela rede O Boticário é a chave para Miguel Krigsner desenvolver
novos negócios e até entrar em outros ramos. E mais do que isso: faz dele um professor
que tem muito a ensinar aos novos empreendedores.
Depois de consolidar O Boticário como uma das maiores e mais reconhecidas redes de
franquias, o empreendedor Miguel Krigsner ainda mantém aquilo que ele chama de
“inquietude existencial”, que faz com que a pessoa tenha a necessidade de querer criar
coisas novas constantemente. A maior prova dessa inquietude é o envolvimento cada vez
maior dele e do Grupo K&G, controlador da rede O Boticário, com o ramo de shopping
centers e de eventos: foi inaugurado, no final de março, o Estação Embratel 21 Convention
Center, em Curitiba. “O novo projeto nasce com inovações, tem equipamentos flexíveis e até
uma conectividade com todo o planeta, garantida pela parceria que firmamos com a
Embratel”, explica Krigsner. “Dessa forma, podemos ter um excelente palestrante falando
aqui num congresso mundial e uma centena de médicos que não puderem vir estarem
assistindo à palestra numa sala especial, o que é uma grande inovação”, completa.
Além do aspecto técnico da conectividade apontado pelo empresário, o acordo selado com
a Embratel é o primeiro desse tipo no Brasil envolvendo um centro de convenções e uma
operadora de telecomunicações. “Trata-se da união de duas grandes marcas, o que visa a
desenvolver e conferir competitividade ao mercado brasileiro de eventos, capacitando o
Estação para receber novas demandas nacionais e internacionais”, afirma Miguel Krigsner.
“A união fará do Estação um centro de referência onde todos os segmentos de mercado irão
encontrar o ambiente ideal, com acesso ilimitado aos mais modernos serviços com
abrangência nacional e internacional”, aposta Breno Bina Kessler, vice-presidente de
Vendas Corporativas da Embratel.
Como se vê, o homem dos perfumes tem se encantando também com o “aroma” da
construção de shopping centers e de grandes complexos como o Estação Embratel 21
Convention Center, atraído pelas boas oportunidades que esses ramos oferecem.
EMPREENDEDOR
“Ser empreendedor é ter uma inquietude existencial. Isso está na minha própria
personalidade e de outras pessoas que precisam e querem constantemente criar coisas
novas. Durante a trajetória do O Boticário isso ficou bem claro dentro da minha cabeça. Ser
empreendedor é ter uma vontade muito grande de realizar, de enfrentar desafios. Tudo
passa a ser viável quando se coloca na cabeça o que se quer atingir. No meu caso também
acho que o signo ajuda um pouco. Sou capricorniano, um signo de pessoas teimosas, muito
perseverantes naquilo que querem fazer. O empreendedor tem que ter uma energia muito
forte de querer fazer algo que seja importante para a sociedade. Se a visão for apenas
mercantilista, de um negócio, da preocupação do retorno de determinado investimento,
dificilmente alguém assim será um empreendedor. Será um investidor. Essa é uma grande
diferença. A sociedade percebe o que está por trás de uma empresa ou produto. Se é algo
importante, maior, ou puramente comercial.”
A UNIÃO
A EMPRESA
“Acredito que hoje O Boticário transcende muito de ser apenas uma empresa industrial ou
de cosméticos. Hoje, O Boticário é uma verdadeira instituição. O cosmético, sem dúvida, é o
que nutre, alimenta o negócio, todo um sistema. Mas, seguramente pelo fato do O Boticário
estar envolvido em ações sociais, ter um trabalho de responsabilidade social, de
investimento social, diretamente ou através da Fundação Boticário, tem trazido para todas
as pessoas que fazem parte da empresa uma satisfação muito grande. É isso que faz com
que cada pessoa vista a camisa da organização. É esse conteúdo que faz do O Boticário
mais do que um negócio.”
“O empreendedor tem que ter uma energia muito forte de querer fazer algo que seja
importante para a sociedade”
INOVAÇÃO
GESTÃO
“Existem momentos na evolução da empresa que a gestão passa por diferentes fases.
Parte-se muitas vezes de uma gestão extremamente centralizada. Foi assim que O Boticário
nasceu e hoje tem uma gestão totalmente profissional, com uma importância muito grande
para o trabalho em equipe. Em qualquer empreendimento há um momento em que a gestão
IDÉIAS
“O que mais encontrei na minha vida foram pessoas matadoras de idéias. A cada idéia que
se tem, sempre haverá uma pessoa que vai tirar da sua cabeça. ‘Isso não vai dar certo’,
dizem. A idéia não nasce pronta. Você tem a intuição de que aquilo vai funcionar. Você pode
ter uma excelente idéia. Quando expõe, abre para outras pessoas, em geral é tolhido. Na
verdade, as pessoas preferem ficar na zona do conforto, ficar com o conhecido. Querem
uma moldura, que enquadre onde começa e termina a responsabilidade delas. Querem
apenas a garantia do salário no final do mês. São poucas pessoas que se podem contar que
estão totalmente inquietas, que querem ousar, sair da moldura, procurando agregar, somar
com uma nova idéia. Acho que apenas 10% da população são inquietas, ousadas. Mas
90%, pelo menos, são matadoras de idéias. Também todas as pessoas do mundo não
podem ser empreendedoras. O empreendedor é uma pessoa diferenciada. Ele precisa
contar com pessoas disciplinadas, que têm todo mérito, que vão arrumando as casas que o
empreendedor vai abrindo. A mente do empreendedor é inquieta. Não se encontra um
empreendedor extremamente disciplinado. Às vezes nem ele sabe explicar direito o que
quer fazer. Mas na cabeça dele as idéias sempre estão funcionando, trabalhando.”
VALOR
“O empreendedor precisa contar com pessoas disciplinadas que arrumem as casas que ele
vai abrindo”
SONHO
“Como empreendedor tenho o sonho de construir algo importante para a nossa cidade,
Curitiba, a cidade onde O Boticário nasceu e à qual temos uma profunda gratidão. Curitiba
está passando por um novo ciclo. Passamos pelo ciclo da industrialização, com a presença
forte de montadoras e da agroindústria, do agronegócio. Começamos agora um novo e
grande ciclo baseado na prestação de serviços. Curitiba tem hoje todas as condições de
desenvolver fortemente setores como softwares e de alta tecnologia. O novo centro de
convenções será um espaço para integrar esse novo ciclo econômico da cidade, de troca de
conhecimento, de idéias, de aproximação das pessoas, de geração de empregos. Esse
projeto vem ao encontro da missão do O Boticário: unir pessoas. Esse é um grande sonho
de realização.”
AOS JOVENS
“Eu diria a um jovem empreendedor para não ter medo. Assuma riscos e tenha uma visão
que vá além do aparente. Tente desenvolver uma qualidade de ver o que está por detrás
das coisas, não apenas aquilo que está aparecendo. Procure uma inovação muito grande e
tenha coragem de sair do lugar-comum. Ouse, sem precisar ser louco. Pode haver até
alguns momentos de loucura. Pode não se ter num momento todas as informações
necessárias para tomar uma decisão, mas mesmo assim decida: vou ousar. E vá em frente.
Vá atrás do seu sonho. Ouça o seu coração. Não queira ser mais ou menos. O mundo já
está cheio de gente mais ou menos. Ser mais ou menos é ser igual a uma alface. As
respostas para tudo nunca se terá. Pise na grama. Sinta a vida. Siga o que diz o seu
coração sempre.”
Atividade
Selecione as 5 dicas que para vocês são as mais importantes para o sucesso de um
empreendimento e de seu empreendedor. Justifique
TOMADA DE DECISÃO
“Toda decisão é uma escolha entre alternativas. A vida é uma seqüência de escolhas. Viver
implica estar sempre decidindo”.
“Não há decisão perfeita, porque não há condições de se fazer uma avaliação completa de
todas as alternativas e suas conseqüências”.
“Toda decisão implica uma perda, pois a escolha de uma alternativa implica a renúncia das
demais”.
“Não existe uma decisão correta, mas uma escolha adequada a um determinado momento,
pois nada é completo ou perfeito em um ambiente mutável”.
“Toda decisão tem conseqüências e envolve riscos, mas uma vez processada, a escolha
não tem volta. Além disso, os fatores ambientais, estratégias e recursos afetam o processo
decisório, gerando incertezas”.
“Paradigmas são modelos ou padrões aceitos e compartilhados por um grupo social. São
rotinas de uma cultura”.
“Os paradigmas exercem grande influência nas nossas decisões, porque todos nós
decidimos com base em modelos mentais específicos”.
“...uma escolha feita a respeito do que deveria ou não deveria ser feito, em determinada
circunstância.”
Os atos das pessoas são governados por dois tipos de atitudes - Racionais (pensados,
calculados, deliberados) e Emocionais (automáticos, inconscientes).
♦ Imaginação
♦ Coragem
♦ Autoconfiança
É importante entender porque a tomada de decisão pode ser tão desafiadora. A figura
abaixo ilustra várias características das decisões administrativas que contribuem para sua
dificuldade e pressão. A maioria das decisões administrativas carecem de estrutura e
ensejam risco, incerteza e conflito.
FALTA DE ESTRUTURA
INCERTEZA
RISCO
CONFLITO
♦ Conflito: Decisões importantes são ainda mais difíceis por causa do conflito que os
administradores enfrentam. O conflito, que existe quando os administradores precisam
considerar pressões contrárias de diferentes fontes, ocorrem em dois níveis.
Diante desses desafios, como são tomadas as boas decisões? O processo decisório ideal
deve seguir por seis estágios. Conforme a figura abaixo ilustra, os tomadores de decisão
devem:
Avaliar as alternativas
Implementar a decisão
Avaliar a decisão
Por exemplo, um gerente de vendas sabe que as vendas caíram drasticamente. Se ele
fosse deixar a empresa em pouco tempo, ou se ele acreditasse que a queda nas vendas se
deve à economia (a respeito do que ele não pode fazer nada), não executaria nenhuma
ação subseqüente. Mas se fosse para ele tentar resolver o problema, não deveria
automaticamente repreender sua equipe de vendas, contratar mais vendedores ou aumentar
o orçamento de propaganda. Deve analisar por que as vendas estão baixas e então
desenvolver uma solução adequada a sua análise. Perguntar por que a si mesmo e aos
outros é essencial para entender o verdadeiro problema.
As soluções variam desde prontas até aquelas feitas sob medida. Os tomadores de decisão
que buscam soluções prontas utilizam idéias que viram ou tentaram anteriormente ou
seguem as recomendações de outras pessoas que enfrentaram problemas semelhantes.
Soluções sob medida, por outro lado, devem ser projetadas para problemas específicos.
Essa técnica requer uma combinação de idéias em soluções novas e criativas. Por exemplo,
o walkman da Sony foi criado pela combinação de dois produtos existentes: os fones de
ouvidos e os gravadores.
Escolher uma alternativa pronta é muito mais fácil do que projetar uma decisão sob medida.
Por essa razão, a maioria dos tomadores de decisão utilizam uma abordagem de alternativa
pronta, algumas vezes mesmo quando ela é inadequada. Se essa abordagem falha na
obtenção de uma solução aceitável começa o trabalho mais difícil de se imaginar uma
♦ Avaliação de Alternativas
As alternativas obviamente devem ser avaliadas com muito cuidado. É fundamental nesse
processo prever as conseqüências que poderão ocorrer se as várias opções forem
efetivadas.
Deve-se retornar às metas originais. Quais metas cada alternativa atende ou deixa de
atender? Quais alternativas são mais aceitáveis para o tomador de decisão e para outros
públicos interessados? Se várias alternativas podem resolver o problema, qual delas pode
ser implementada ao custo mais baixo? Se nenhuma das alternativas atende às metas,
talvez se possa combinar duas ou mais entre as melhores.
É claro que o futuro não pode ser previsto com exatidão perfeita. Mas algumas vezes os
tomadores de decisão podem criar garantias contra um futuro incerto pela consideração das
conseqüências potenciais de muitos cenários diferentes. Podem então elaborar planos de
contingência - cursos de ação alternativos que podem ser implementados com base no
modo como o futuro se desenvolve.
É claro que nem todos esses cenários ocorrerão; um deles provavelmente será mais exato
que os demais. Seu papel é provocar perguntas do tipo "e se" para os tomadores de decisão
e apontar a necessidade de estar preparado e de desenvolver planos de contingência.
É relevante:
♦ Enfocar as diferenças
Uma vez que se tenha considerado as possíveis conseqüências das opções, é o momento
de se tomar a decisão. Conceitos importantes nesse estágio são maximização, satisfação e
otimização.
Considerar se:
Diretriz:
♦ Ser decisivo!
♦ Implementação da Decisão
O processo decisório não termina quando uma escolha é feita. A alternativa escolhida
precisa ser implementada. Algumas vezes as pessoas envolvidas na escolha devem efetuá-
las. Em outras ocasiões, delegam a responsabilidade pela implementação a outras pessoas,
como no caso de uma equipe administrativa que modifica uma política ou procedimentos
operacionais e possui supervisores de primeira linha para levar a mudança adiante.
Aqueles que implementam a decisão devem entender a escolha e porque foi feita. Devem
também estar compromissados com o sucesso da implementação. Essas necessidades
podem ser atendidas pelo envolvimento dessas pessoas desde os primeiros estágios do
processo de implementação.
Resumindo:
A MELHOR DECISÃO
Como o administrador pode saber se tomou a melhor decisão? Uma abordagem é esperar
até que apareçam os resultados. Mas e se a decisão foi tomada, mas não foi
implementada? Embora nada possa garantir a "melhor" decisão, os administradores devem
pelo menos estar confiantes de que seguiram procedimentos adequados para se chegar à
melhor decisão sob as circunstâncias. Isso significa que os tomadores de decisão devem
estar bastante vigilantes ao tomar a decisão. A vigilância ocorre quando os tomadores de
decisão cuidadosa e conscientemente executam todos os seis estágios de uma tomada de
decisão, incluindo prepararem-se para a implantação e a avaliação.
nada pode garantir um bom resultado. Mas eles irão saber que fizeram o máximo para tomar
a decisão mais racional.
Muitas das causas de fracassos nos negócios descritas a seguir são resultado de vigilância
inadequada. Devem ser consideradas como armadilhas de decisão. Se alguém pensar de
alguma das maneiras seguintes, estará tomando decisões ruins.
• Que grande negócio! É simples - e barato - para iniciar imediatamente. Isso pode
ser verdadeiro, mas se for verdadeiro, para você, também o será para seus
concorrentes. E aconselhável descobrir um modo de ser melhor que os outros.
• Minhas previsões são conservadoras. Você pode pensar que é possível fazer seu
plano funcionar porque fez previsões cautelosas. Mas é melhor ter planos de
contingência para o caso de seus planos darem errado. Uma regra de bolso é que os
iniciantes demoram o dobro do tempo ou necessitam três vezes o dinheiro previsto
pelos fundadores. As projeções de venda quase nunca são atingidas.
• Com todo esse dinheiro para trabalhar, não podemos errar. É difícil ter de contar
os centavos. Mas dinheiro em excesso poderá favorecer decisões arriscadas ou
irrefletidas e você perderá o controle dos custos.
• Pôr sorte, nosso maior cliente é a General Motors (ou Xerox, ou IBM).
Tradicionalmente, muitos administradores adorariam estar nessa posição. Hoje em
dia, é melhor eles estarem preparados para o caso de repentinamente perderem seu
maior cliente - isso acontece o tempo todo.
• Meu pessoal não tem medo de mim. Eles me dizem o que pensam o dia todo.
Eles poderão estar dizendo aquilo que acham que você quer ouvir. Você precisa de
informações honestas e válidas e de conselheiros confiáveis. Essas coisas não
acorrem a você automaticamente. Você terá de esforçar-se para consegui-Ias.
Por vezes, um administrador acha necessário convocar um grupo para tomar uma decisão
importante. Equipes de trabalho contínuas tomam decisões juntas constantemente. Os
administradores, por essa razão, devem entender como os grupos e as equipes operam e
como utilizá-los para melhorar a tomada de decisão. Para essa discussão, será utilizado o
termo "grupo".
A filosofia básica por trás da utilização de um grupo para tomar decisões é expressa pelo
adágio popular "duas cabeças pensam melhor que uma". Mas será essa afirmação
realmente válida? Sim, potencialmente, ela é.
Se existe tempo suficiente disponível, os grupos normalmente tomam decisões de mais alta
qualidade do que a maioria dos indivíduos atuando sozinhos. Entretanto, os grupos
freqüentemente são inferiores ao melhor indivíduo. A qualidade da atuação do grupo
depende da eficácia com que ele capitaliza as vantagens potenciais e minimiza os
problemas potenciais de se utilizar um grupo.
Se outras pessoas têm algo a contribuir, a utilização de grupos para se tomar decisões
oferece pelo menos cinco vantagens potenciais.
♦ Há mais informação disponível quando várias pessoas estão tomando uma decisão.
Se um membro não conhece todos os fatos ou não tem a perícia adequada, algum
outro membro poderá ter.
♦ As pessoas que participam de uma discussão em grupo têm mais chance de entender
porque a decisão foi tomada. Eles terão ouvido os argumentos relevantes que
embasaram tanto a alternativa escolhida como as rejeitadas.
Algo pode dar errado quando grupos tomam decisões. Muitos dos problemas potenciais
envolvem o processo por meio do qual os membros do grupo interagem uns com os outros.
♦ Algumas vezes um membro do grupo domina a discussão. Quando isso ocorre - por
exemplo, quanto um(a) líder forte deixa claro quais são suas preferências - o resultado
será o mesmo se essa pessoa tomar a decisão sozinha. A dominância individual tem
duas desvantagens. Primeiramente, a pessoa dominante não necessariamente tem as
opiniões mais válidas, podendo inclusive ter as piores idéias. Em segundo lugar, se as
preferências dessa pessoa conduzirem a uma boa decisão, reunir-se em grupo terá
sido uma perda de tempo para todos os outros.
♦ É mais provável ocorrer a satisfação em grupos. A maioria das pessoas não gosta de
reuniões e fazem o possível para terminá-las. Isso pode incluir a crítica aos membros
do grupo que querem continuar buscando alternativas novas e melhores. O resultado
é uma decisão satisfatória em vez de uma decisão maximizada ou otimizada.
A figura abaixo ilustra os requisitos para uma administração eficaz de uma tomada de
decisão em grupo: (1) um estilo de liderança apropriado; (2) a utilização construtiva de
discordâncias e conflitos; e (3) a intensificação da criatividade.
Tomada de decisão
em grupo eficaz
Criatividade
1.Brainstorm
2.Evita críticas
3.Esgota idéias
4.Combina idéias
♦ Estilo de Liderança
Ao mesmo tempo, o líder não deve permitir que o grupo pressione as pessoas em direção
ao conformismo. O líder deve estar alerta para os perigos de pensamento grupal e
satisfação. E também, ela ou ele deve estar atento às indicações de que os membros do
grupo estão perdendo o objetivo principal de vista: encontrar a melhor solução possível para
o problema.
Isso implica dois pontos. Primeiro, em não perder o problema de vista. Segundo, em tomar
uma decisão! Tenha-se em mente que as empresas de computadores que agem lentamente
ficavam paralisadas quando os membros do grupo não conseguiam chegar num acordo.
♦ Conflito Construtivo
A concordância total e consistente entre os membros do grupo pode ser destrutiva. Pode
conduzir ao pensamento grupal, a soluções não criativas e a uma perda de todo o
conhecimento e diversidade de pontos de vista que os indivíduos trazem para o grupo.
Desse modo, uma certa intensidade de conflito construtivo deve existir. Algumas empresas,
incluindo a Sun, Microsystems, Xerox, Compaq e United Parcel Service, executam
atividades para assegurar que o conflito e o debate aconteçam em suas equipes de
administração.
É claro que o conflito será destrutivo se o resultado for emotividade, rancor e deslocamento
de metas. O conflito será construtivo, por outro lado, se for utilizado para estimular
diferenças de opinião legítimas e desenvolver melhores idéias e soluções para os
problemas. Assim, o conflito deve ser mais relacionado à tarefa do que pessoal.
♦ Encorajamento da Criatividade
Conforme já foi visto, as soluções prontas para um problema podem ser inadequadas ou
não estarem disponíveis. Nesses casos são necessárias soluções sob medida. Isso significa
que o grupo deve ser criativo na geração de idéias.
Alguns dizem estar-se vivendo em meio à próxima grande revolução nos negócios: a
"revolução criativa". Havendo transcendido as revoluções agrícola, industrial e da
informação. A unidade de valor mais fundamental na revolução criativa é a idéia.
Criatividade é mais do que apenas uma opção; é essencial à sobrevivência. Permitir às
pessoas serem criativas pode ser uma das responsabilidades mais importantes e
desafiadoras dos administradores
Alguém poderia estar dizendo a si mesmo: "Não sou criativo, pois não sou artista ou
músico”. Mas essa pessoa tem o potencial de ser criativa de incontáveis maneiras. Faz-se
alguma coisa criativa se: (1) se traz algo novo à existência (criação); (2) se reúne duas
coisas anteriormente não relacionadas (síntese); (3) se melhora alguma coisa ou se
encontra para ela uma nova aplicação (modificação). Não é necessário ser um gênio na
escola também - Thomas Edison e Albert Einstein não eram exatamente bons estudantes. E
nem é necessário que algo modifique o mundo para ser criativo; as "pequenas coisas" que
ocorrem nos negócios podem sempre ser executadas de maneiras novas e criativas que
adicionam valor ao produto e ao consumidor.
Como é que "se fica" criativo? Primeiro, é preciso reconhecer as infinitas "pequenas"
oportunidades de ser criativo. Segundo, é preciso reconhecer que se pode conseguir
tentando. E terceiro, deve-se obter recursos suficientes, incluindo oportunidades,
equipamentos, informação e fundos.
Como se pode "extrair" a criatividade de outras pessoas? É preciso dar aos esforços
criativos o crédito que merecem e não punir os fracassos criativos. Deve-se também
♦ Realidades Organizacionais
Além disso, as considerações éticas devem ser elaboradas com muito cuidado. Os
tomadores de decisão devem considerar a ética e as preferências de muitos grupos de
elementos - as realidades da vida nas organizações.
♦ Negociação e Política
Suponha-se que alguém na empresa tenha uma grande idéia que irá fornecer um serviço
revolucionário para os clientes de um banco. Não será possível colocar essa idéia em
prática imediatamente. Será preciso vende-la para as pessoas que podem dar o sinal verde
Há algumas crises recentes famosas: Tylenol, Three Mile Island, Bhopal, o lançamento da
Challenger no espaço, o Exxon Valdez. Um vazamento de gás da Union Carbide em Bophal,
India, matou milhares de pessoas, muitas foram mortas por envenenamento de cianeto no
produto Tylenol, da Johnson & Johnson. Conforme está mostrado na tabela abaixo, as duas
empresas lidaram com suas crises de maneiras bem diferentes. A partir desse dia, a J&J
passou a ser conhecida por lidar eficazmente com a crise, conforme está resumido na
tabela.
Comumente, uma crise torna um processo de tomada de decisão eficaz menos provável. A
pressão psicológica e a falta de tempo fazem os tomadores de decisão pensarem em
termos simplistas, deixarem de considerar um número adequado de alternativas e ignorarem
as implicações de suas ações a longo prazo.
Algumas crises podem ser prevenidas pelo esclarecimento dos valores corporativos e das
responsabilidades sociais e pela monitorização do comportamento das pessoas e de sua
conduta ética.
♦ Dois desastres.
O CEO foi imediatamente para a Índia para O CEO designou um executivo para
inspecionar os danos causados. comandar uma equipe da crise.
Interromper as mortes.
Nenhum plano formal para crises foi criado. Plano para crises muito bem documentado.
A tabela abaixo lista algumas racionalizações comuns que fazem com que as empresas não
se preparem adequadamente para administrar crises. Administradores eficazes não
permitem que essas evasões os impeçam de se preparar adequadamente para as crises.
1. Você conhece alguma decisão corajosa tomada por alguém (vale ter lido sobre). Você
acha que essas decisões foram corretas? Sim ou não, por que?
2. Identifique algumas decisões audaciosas/corajosas que você tenha tomado. Por que
você tomou essas decisões? Como elas se desenrolaram? Em retrospectiva, o que você
aprendeu com elas?
3. Recorde-se de uma decisão recente que você tenha tido dificuldade em tomar. Descreva
a situação em termos de características de decisões administrativas.
4. Você acha que os administradores podem utilizar a tecnologia dos computadores para
melhorar a racionalidade de suas decisões? Por que (e como?) ou por que não?
5. Você acha que quando os administradores tomam decisões eles seguem os passos para
tomada de decisão apresentados neste capítulo? Que passos estão mais propensos a
ser negligenciados ou receber atenção inadequada? O que as pessoas podem fazer para
se assegurarem de que estão realizando um trabalho mais aperfeiçoado?
7. Suponha que você é o CEO de uma grande corporação e um dos tanques de óleo de sua
empresa tenha estourado, despejando milhões de litros de óleo num rio que deságua no
oceano. O que você deveria fazer para administrar a crise?
8. Identifique alguns problemas que você quer resolver. Faça um brainstorming com outras
pessoas para obter um conjunto de soluções criativas.
A escolinha da Tia Katy está localizada, há mais de 15 anos, em um bairro da zona sul da
cidade de S.Paulo, o qual, no passado, foi habitado predominantemente por famílias alemãs
e seus descendentes. A escola está situada em um terreno de 4.000 m2, com frente para
duas ruas, e está muito bem aparelhada. Tia Katy é uma idealista e diz sempre que seu
objetivo é formar homens íntegros. Durante muitos anos a escola teve suas classes
ocupadas, era muito requisitada por ser dirigida por uma senhora de origem alemã, onde as
crianças eram alfabetizadas em português e alemão e foi lucrativa. Na mesma região, a
distâncias variadas, há quatro grandes escolas de língua ou origem alemã, para onde
normalmente eram mandados os alunos de Tia Katy que completavam o curso primário. A
escola de Tia Katy só preparava alunos até a 4a série.
Nos três últimos anos, Tia Katy começou a perceber que havia dificuldades em completar
suas classes, porque os pais que optavam por mandar os filhos para uma escola de língua
alemã já os matriculavam diretamente nas grandes escolas, que têm classes até o colegial e
preparam alunos para os exames do “Abitur” (exame final dos cursos colegiais que habilitam
o aluno a freqüentar uma faculdade na Alemanha). Como era também tida como uma
“escola de alemães”, a escola de Tia Katy tinha pouco sucesso com as famílias que não
eram de origem alemã. Além da escola, Tia Katy mantinha outras atividades: aulas de
artesanato, música, balé, apenas para crianças. Nas proximidades da escola de Tia Katy,
onde já havia também uma escola mantida pela Igreja Luterana, nos mesmos moldes da
escola da Tia Katy, instalaram-se outras “escolinhas” maternais e uma escola com 1º grau
completo. Esta escola tem um corpo docente de professores muito dedicados, entusiastas e
eficientes, porém, dado o seu tamanho e instalações, não tem condições de ampliação, a
não ser mediante um grande investimento, para o que não dispõem de recursos.
Nos últimos cinco anos está havendo um desenvolvimento imobiliário muito grande no
bairro, devido à facilidade de se obter grandes terrenos para construção de grandes
conjuntos de apartamentos, e a população do bairro tem crescido significativamente.
Espera-se que, dentro dos próximos cinco anos, o bairro esteja com uma população de
cerca de 250.000 pessoas, contra os pacatos 50.000 de 15 anos atrás. Muitas famílias de
origem alemã mudaram-se para o bairro da Cantareira (zona norte) e outras têm-se
miscigenado com pessoas de outras origens étnicas.
Uma imobiliária fez recentemente uma oferta generosa pelo terreno da Escolinha da Tia
Katy.
Tia Katy é uma pessoa de classe média, casada com um pequeno industrial, dispõe de
um apartamento para férias em Ubatuba, tem hábitos modestos e todos os anos viaja para a
Europa.
Você é um consultor de empresas e foi procurado por Tia Katy para ajudá-la a tomar
uma decisão.
Das alternativas que você apresentou, qual recomendaria para Tia Katy? Justifique
sua escolha (tomada de decisão).
Marta, porém, está criando um problema para a empresa. Ela não consegue cumprir o
horário de entrada e de saída: quase sempre chega atrasada, muitas vezes sai antes de a
jornada terminar e sempre falta ao trabalho mais do que a média das demais pessoas da
empresa.
Em função desse fato, a empresa criou o horário móvel de trabalho, extensivo a todos os
funcionários. Mesmo assim, Marta não consegue cumprir os limites de horário flexível;
passou mesmo a faltar com mais freqüência.
Quando questionada a respeito dessas faltas e atrasos, Marta expôs seu problema: ela é
noctívaga, dorme muito tarde e tem muita dificuldade para acordar cedo. Sua maior
disposição física e psicológica ocorre justamente no período noturno, adentrando a
madrugada. Marta argumentou também que o desenvolvimento de seus projetos dependia
unicamente dela, não demandando a colaboração e a participação de outros consultores –
realmente, alguns consultores trocam informalmente idéias com os demais, mas cada
consultor desenvolve sozinho seu projeto, do início ao fim. Marta ainda acrescentou que, em
se tratando de qualidade do projeto, o horário de trabalho influencia muito pouco, pois o que
interessa são os resultados obtidos e o cumprimento do cronograma.
O Sr. Jorge tem de tomar uma decisão em relação a Marta, mas não sabe qual deve ser.
A princípio, não gostaria de perdê-la, mas percebe que a insatisfação dos consultores tende
a aumentar cada vez mais.
Com vistas a decisões que o Sr. Jorge terá que tomar, você foi incumbido de:
PLANEJAMENTO
♦ As empresas precisam decidir antecipadamente o que pretendem e o que deve ser feito
para atingir seus objetivos.
O planejamento figura como a primeira função administrativa, por ser exatamente a função
que serve de base para as demais funções.
O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em
que seqüência.
CONCEITO DE PLANEJAMENTO
Em outras palavras, o planejamento é a diferença entre uma situação atual e uma situação
desejada como objetivo.
Planejamento
Situação Atual Situação Desejada (Objetivos)
O planejamento é o ponto de ligação entre uma situação atual e uma situação desejada.
♦ Importância:
♦ Necessidade:
ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS
Planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-
los.
A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber onde se pretende chegar, para
se saber exatamente como chegar até lá.
Presente Futuro
Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir. São alvos escolhidos que se
pretende alcançar dentro de certo espaço de tempo, aplicando-se recursos disponíveis ou
possíveis.
Assim, há uma hierarquia de objetivos, pois alguns deles são mais importantes e
predominam sobre os demais.
♦ de cada especialista.
♦ Hierarquia de objetivos
A partir dos objetivos organizacionais a empresa pode fixar suas políticas, diretrizes, metas,
programas, procedimentos, métodos e normas.
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
♦ Planejamento Estratégico:
♦ Planejamento Tático:
♦ Planejamento Operacional:
Um plano é um esquema que estabelece antecipadamente aquilo que deve ser feito.
♦ Quando um plano é elaborado para alcançar um objetivo final, ele é chamado plano-fim.
TIPOS DE PLANOS:
“O objetivo deve ser definido de forma clara e concisa, para que o planejamento seja
adequado”.
Como o planejamento se refere ao futuro, a sua execução deve permitir certa flexibilidade
a situações futuras que podem sofrer alterações imprevistas no decorrer do tempo.
Antes que as organizações determinem objetivos, elas precisam estabelecer uma missão ou
propósito global. Somente depois de estabelecida a missão básica é que os objetivos,
estratégias, programas, políticas e planos específicos podem se encaixar.
A noção de que as organizações podem ter uma missão reflete a visão de que elas são
mais simples que sistemas técnicos e administrativos. Elas são instituições, com
personalidade e propósito. Declarar missão de uma organização é declarar sua razão
principal e transcendental de existir. É identificar a função que a firma desempenha para a
sociedade, bem como seu caráter básico e sua filosofia.
São diversas as maneiras para se definir a missão, porém existem alguns pontos comuns
que devem ser sempre considerados: segmentos-alvo, tecnologia, escopo-geográfico,
benefícios demandados x benefícios oferecidos, crenças e valores dos dirigentes. Mas,
acima de tudo é necessário que a missão tenha certa flexibilidade, a fim de acompanhar as
mudanças ambientais.
A missão da organização visa orientar a sua atuação futura, enquanto os objetivos norteiam
a evolução do seu desempenho competitivo. Ela deve ser entendida como uma identificação
a ser seguida, mas nunca algo específico a ser alcançado.
♦ Não explicar simplesmente o que estão fazendo, pois tais definições não cumprem a sua
finalidade básica, ou seja, a de provocar decisões de mudanças;
♦ Não relacionar diretamente com os produtos e serviços oferecidos, pois reduz, em muito,
a amplitude da missão da empresa;
♦ Não procurar definições curtas e objetivas em excesso, pois este aspecto pode prejudicar
a sua clareza e entendimento. Não estabelecer também definições longas, que podem
prejudicar a sua assimilação;
♦ Não estabelecer uma frase definitiva para a missão da empresa, pois esta não está
isenta das mudanças no tempo e nas circunstâncias internas e externas à empresa. A
finalidade não é apenas definir a missão, mas tornar-se capacitado a defini-la e redefini-la
sempre que for necessário, dento de um processo contínuo de observação e
pensamento. Portanto, o importante é que se tenha sempre uma definição, então ter uma
definição para sempre.
A VISÃO vai além da declaração da missão para prover uma perspectiva em relação ao
direcionamento da empresa e em que a organização pode transformar-se. Embora os
termos missão e visão sejam utilizados muitas vezes como sinônimos, a declaração da
visão idealmente explicita o direcionamento a longo prazo da empresa e seu intento
estratégico. A Delta Airlines, por exemplo, definiu a visão de tornar-se a “empresa aérea de
escolha mundial”. Essa visão inspira a dedicação da Delta em buscar novas rotas e alianças
estratégicas, enquanto fornece o melhor serviço a seus consumidores.
♦ Resumindo:
♦ Missão: É a descrição do que vamos fazer para tornar a Visão uma realidade.
♦ Exemplos:
♦ Rede Globo: Visão – Queremos ser um ambiente onde todos se encontram para se
informar, se educar, se divertir e se emocionar. Entendemos mídia como suporte a
uma organização social que viabilize a felicidade.
Desenvolvimento de Projeto
Antes de iniciar um projeto, você precisa definir sua meta e depois determinar quais tarefas
precisa completar para atingir essa meta. Depois de definirem as etapas e tarefas, resta
somente definir a duração, as pessoas responsáveis por cada tarefa e por fim o custo de
cada etapa.
Um projeto pode ser definido como uma seqüência de atividades ou eventos com início e fim
definidos dirigidos por pessoas que se destinam a alcançar um dado objetivo dentro de
parâmetros de custo tempo, recursos e qualidade.
Um projeto é, todavia, único. Mesmo que haja alguma similaridade com um empreendimento
executado, há características específicas e diferenciadoras.
1. Temporário
Temporário significa que todos os projetos possuem um início e um final definidos. O final é
alcançado quando os objetivos do projeto tiverem sido atingidos, quando se tornar claro que
os objetivos do projeto não serão ou não poderão ser atingidos ou quando não existir mais a
necessidade do projeto e ele for encerrado. Temporário não significa necessariamente de
curta duração; muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos, no entanto, a
duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos.
Além disso, geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado
criado pelo projeto. A maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro.
Por exemplo, um projeto para erguer um monumento nacional criará um resultado que deve
durar séculos. Os projetos também podem com freqüência ter impactos sociais, econômicos
e ambientais, intencionais ou não, com duração muito mais longa que a dos próprios
projetos.
A natureza temporária dos projetos pode também ser aplicada a outros aspectos do esforço:
Um projeto cria entregas exclusivas, que são produtos, serviços ou resultados. Os projetos
podem criar:
• Uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão suporte
à produção ou à distribuição
3. Elaboração progressiva
• fase conceitual,
• fase de planejamento,
• execução
ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS
Um projeto é um conjunto único de atividades que acontecem apenas uma vez, com
ponto de partida (início) e ponto de chegada (encerramento) no curso de determinado
tempo. Os projetos variam em tamanho e objetivo - do lançamento de um ônibus espacial
da NASA até a organização de um casamento. Administração de projetos é a tarefa de
fazer com que as atividades sejam realizadas dentro de condições, prazo, orçamento
e conformidade com as especificações.
Mais e mais empresas estão utilizando a administração de projetos. Por quê? Porque ela se
ajusta bem a um ambiente dinâmico e à necessidade de flexibilidade e respostas rápidas.
As organizações estão progressivamente empreendendo projetos que sejam um tanto
incomuns ou únicos, tenham prazos finais específicos, contenham tarefas complexas inter-
relacionadas que exijam habilidades especializadas e sejam de caráter temporário. Esses
tipos de projeto não se prestam muito bem aos procedimentos operacionais padronizados
que orientam atividades organizacionais rotineiras e contínuas.
O processo de planejamento começa pela definição clara dos objetivos do projeto. Esta fase
é necessária porque gerente e membros de equipe precisam saber o que é esperado. Todas
as atividades envolvidas no projeto e os recursos necessários para realizá-las devem ser
então identificados, ou seja, quais os trabalhos e materiais necessários para concluir o
projeto? Essa tarefa muitas vezes é demorada e complexa porque o projeto é único e, por
isso, não existem a história e a experiência normalmente encontradas no planejamento da
maioria das tarefas.
Uma vez identificadas as atividades, sua relação seqüencial precisa ser determinada. Em
outras palavras, que atividades devem ser completadas antes que outras possam ser
iniciadas? E quais podem ser empreendidas simultaneamente? Essa fase normalmente é
feita pela utilização de diagramas de fluxo.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Drucker, Peter F.
“Inovação e espírito empreendedor – Entrepreneurship” - ( Prática e Princípios )
3 ª edição, Editora Pioneira - São Paulo, 2001.
Drucker, Peter F.
“Administrando para o futuro”
6 ª edição, Editora Pioneira – São Paulo, 2001.
Dolabela F.
“Oficina do Empreendedor”
5 ª edição, Editora Cultura – São Paulo, 2000.
Degen ,Ronaldo J.
“O Empreendedor: Fundamentos da iniciativa empresarial”
8ª edição, Editora Makron Books – 1989.
Muzika, Daniel F.
“Dominando os desafios do empreendedor”
Editora Makron Books, 2002.
Dornelas, J.C.
"Empreendedorismo, transformando idéias em negócios"
Editora :Campus, 2001.
FILION,L.J.,[1991a]
“O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma visão e
avalie o seu sistema de relações”.
Chiavenato, Idalberto
“Empreendedorismo – Dando assas ao espírito empreendedor”
Editora Saraiva
Bibliografia complementar:
Revista Exame, Vencer, Você, Jornais.
Sites Relacionados
• www.empreendedor.com.br
• www.sebrae.com.br