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Alfredo Bosi (Da Universidade de S. Paulo) anucnianenniaane HISTORIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA oem 250084: se por em contato com as forgas da vida universal, mais disposto a tomar um ban de natureza. Ele no 56 exprime nitidamente, traduz tteralmente a letra nitida ‘clara; mas exprime com a obscuridade indispensével o que € obscuro e confusamnente revelado (9). De Baudelaire assimilam os nossos poctas realistas, Carvalho Jr. ¢ Te6filo ins, precisamente os tragos mais sensuais, desfigurando-os por uma leitura positivist que no responde a0 universo estéico € religioso das Flores do Mal. O eros baudelairiano, macerado pelo remorso ¢ pela sombra do pecado, ‘itd Tonge destas expanses camais, quando nio carnfvoras, de Carvalho Jr. Como um bande voraz de Isbricas jumentas, Tnstintos canibais referver-se no peito ‘¢Antropotagia"), © Dido do Rio de Janeiro registra nas suas colunas literérias 6m agudo da fee: &2“Batalha do Pumas (que haa tem er com Pa nismo), ns qual se protestam os direitos da Idsia Nova, expressio igual a lismo, a democraca, a liberdade. Dos versos grandfloquos entd0 comy hada restou, a no ser um ou ous exemplo antolbgico de mau gosto, ci para escarmento da poesia de programa: 4 AA poesia de ontem de Abreus e de Varelas, Coberta com o véu do triste idealism, ‘86 fazemanos (sic) do amor as mérbidas querelas Sem olhar que a nagio can peu abismo, (© modemo ideal por sol tem as eiéncias Que as sendas Th'luminams © velho 86 tem flor, extratos ¢ esstncias, Passarinhos que trinam.. (178) (Ou, de Martins Jr., este hino a Augusto Comte: ou de Te6filo Dias, yr ain, mn cee coh ew ae Vendo atrés Simon, Burdin, Turgot See. Er Genie eater fps sual cra sper ana pag ini ‘rl coc oto Clb Socal “Cumeada etica da Glia. "concn azul da Citncia Social ele romanticos desceriam tanto. Mas o ato de negar 6, ‘como ecundo, Reagindo x0 qe hava decaduco na pcguce dos dtinos nimi toca a leds vores a a 4© COFpO, aos Objetos que nos cercani, dake mei oe ut nd, mes 0 etext da posi dn, a8 nage Vitor Mago ram mis forts vias que ab de ama ¢ fl sual cinilante dos Chitiments que seduziv Théophile Gautier © Baudela © 0s ensinow 1 supotar of chivas do Ulta-romantsme, Lenbem Palavras do dltimo, em honra da poesia hugoana; “ “a ‘Assim, 6 de um Baudelaire treslido que decorre © primeiro veio realista- parnasiano entre nds; dele e da poesia ainda romintica, mas contida e corret de Luis Delfino ¢ de Guimaries Jr., poeta dos Corimbos (1869) ¢ dos Sonetos i Rimas (1880) e, enfim, de Machado de Assis, que abrigou a nova geragio has suas crOnicas Titerrias ¢ deu exemplo de um estilo s6brio ¢ reflexivo em alguns poomas escritos & roda de 1880, enfeixados mais tarde nas Ocidentais. Quanto ao nexo literatura-sociedade: atuando-se entre 1880 € 90 os prin- cipios Tiberais © republicanos e fixando-se como forma de vida do escritor a lade burocracia-boemia, vai perdendo terreno a poesia de combate ¢ triunfando ‘escola oficial do verso parnasiano, O Parnasianismo £ na convergéncia de ideais anti-romanticos, como a objetividade no trato dos temas ¢ 0 culto da forma, que se situa a postica do Pamasianismo. (© nome da escola vinha de Paris ¢ remontava a antologias publicadas a partir de 1866, sob o titulo de Parnasse Contemporain, que inclufam poemas de Gautier, Banville ¢ Leconte de Lisle. Seus tragos de relevo: 0 gosto da descrigdo nftida (a mimese pela mimese), concepgbes tradicionalistas sobre A mea dos vees de Vitor Hog apse 2 prounas hamonis asa esl rams as es ea excl a a imi ca a rh in vs saa ae sss penezam simultane no rio do ler Desa pie impel rela & mor da cols, Near oto ta € mah unveral mas pan (49%) Versos de. Amaldo Colombo, publicados na “Ba oa do oe anos fete, Combo, puns a “Bata do Paras” do Di Deereaiea nae Bandera, Antologia dos Poetas Brasil (079 Das Réflexions sur mes contemporains, ensaio que saiu na Revue Fantaisiste de 15 junho de 1861 ¢ imtegrou mais tarde L'art romantique. 218 219 Fone meio plo isto man ato ds esas eds impress, slocando assim a tnica dos semimentas vagos ara vis ee ee seins msl a coat qo ose is able, Destin mnt sine en Yo¥o PO 9 tichismo do objeto, a reificagdo, de que fala a critica dialética a0 analisé Wintel barges se nets utes ‘metro, ritmo e rima e, no fundo, 0 ideal da impessoalidade que pi com os realistas do tempo. Depois de Te6tilo Dias (18, cujas Fanfarras, de 1882, podem ch de direito, o nosso primeiro livro parnasiano, a corrente ter mesires fm Alberto de Oliveira, Raimundo Correia, Olavo Bilac, Francisca Ji oid cia novada pelo forte lirismo de Vicente de Carvalho, ela perduraria te © pamasiano tpico acabaré deleitandose na nomeacio de fans, vesos até 0 segundo decénio do século XX, mercé de uma geracdo de epfgo Jeques chineses, flautas gregas, tagas de coral, dolos de gesso evn Nels ‘que se costuma dar 0 nome de neoparnasianos, nascidos todos, & We mérmore... e exaurindo-se na sensagio de um deta ultimo, depois de 1880: José Albano, Goulart de Andrade, Martins F in fragmento narrativo. Hermes Fontes, Moacir de Almei pnire a sua atitude estética © a ist i onca de peso: a milo deste 6 mais leve e pura, menos carregada de intengbes is subsiste em ambos como fundo comum a ambigio de fixar meridianamente de um pintor impressionista hé uma dife- Alberto de ( ira Alberto de Oliveira (1) encetou o seu longo roteiro postico par lum romantico retardatério, E embora, a partic do segundo livro, Meri (1884), j4 se afirmasse 0 “culto da forma” com que ele proprio 4 hatureza do Parnaso, a nota intimista da estréia repontaria esparsament (08 tltimos poemas, provando que nio fora posstvel, nem ao primeiro dos {res parnasianos, a impassibilidade que a escola preconizava. Na verdade, a tcoria do “poeta impassivel” era uma chochice que mediocridade da reflexao estética de todo esse pertodo seria capaz de ef ‘rar. Na origem, a poesia que se seguiu a dos romanticos tendeu a diferen 0% V. Antonio Cindido, Introdugao as Poesias Escolhidas de Te6tilo Di Paulo, Comissio Estadual de Cultura, 1960, ") Avtowio Maniano Atacrro pe: Ouivana (Palmital de Saquarema, Provinek Rio de Janeiro, 1859 — Nitersi, 1937). Comegou o curso de Medicina, mas inter ‘Peu-o, passando para o de Farmécia em que se diplomou. Exerceu cargos piblicos lig ‘ao ensino: Diretor Geral da Instrugao, Professor de Portugués e de Literatura Brasil De solido prestfgio nos meios liteérios, membro fundador da Academia Bras Letras (1897), foi, em 1924, eleto principe dos poetas brasleiros. Morreu oct sobtevivendo ao Pamasianismo e & propria glétia, Obras: Cancdes Roménticas, ‘Meridionais, 1884; Sonetos e Poemas, 1885; Versos e Rimas, 1895; Poesias, 1900; sias, 2¥ série, 1908; Poesias, 3" série, 1913; 4 série, 1927; Poesias Escolhidas, 193 Péstuma, 1944. Consultar: José Verissimo, Estudos de Literatura Brasileira, 2 Rio, Gamier, 1901; 6* série, 1907; Métio de Andrade, “Mestres do Passado — IV Alberto de Oliveira” (eser. em 1921), reprod. em Mario da Silva Brito, Histéria ‘Modernismo Brasileiro, !—Antecedentes da Semana de Arte Moderna, 8, Paulo, Sarai 1958, pp. 241-250; Pericles Eugénio da Silva Ramos, “A Renovagio Pamasiana na sia", em A Lit. do Brasil (dit. de Aftanio Coutinho) e cit; Phocion Serpa, Alberta Oliveira, Rio, Livt. 8. José, 1957; JoR0 Pacheco, O Realismo, S. Paulo, Cultix, 196 20 {9 jogo das impressdes visuais. ‘De tal postica nasce a composigio do quadro, da cena, do retrato: [Eswanho mimo aquele vaso! Vi-0, Casualmente, uma ver, de um perfumado Contalor sobre o mismor huidio, nure um logue © © comego de um bordado. Fino aia cits, enamorado, Net puro cara dono Tim brs res. du st vad, Nava adnte de un calor smb, Mas, também por contraste A desventura, Quem 0 sabe. de um velho mandarim ‘Tambsny i estava a singular figura; 7 seas vendor Que arte em pinta! a gente acaso Sentia um nilo sei que com aquele chim er crt ips tn re (“Vaso Chines”) a ualquer compromisso com 08 ‘A arte pela arte, aspirando a destazer-se de qualquer s rivets dn entencia que nos Jo pur fazer mimic, na sa cones 0 Pa husiana acaba especalizando-se em uma arte sobre a arte que se concentra” na Teprodugio de objetos decorativos: I 0 vaso chinds, aqui a copa e a esttua grega: sta de dureos relevos, tabalhada De divas mos, brilhante copa, um. 14 de aos deuses servir como cansada, ‘Vind do Olimpo, a um novo deus servia, (Vaso Grego”) Mas, quando consegue livrar-se do bizantinismo desses motivos, 0 poeta produz. versos expressivos, belamente sObrios: 21 No c6digo novo condena-se hiato, responsével pelo afrouxamento dos elos ire as palavras; em conseqincia, reeita-se a diérese, que dilui a prontincia dos 108. Acatando essas proibigées, Alberto de Oliveira cai no extremo aposto, Contraco sistematica das vogais que resulta no verso duro © martelado, Releia-se este verso de “Aspiragio”: um vetho paredio, todo gretado, Roto e negro, a que o tempo uma oferenda Deixow num cicto en: flor ensangiientado E num pouco de musgo em cada fends, (CO Muro”) Quando voltado para a natureza, Alberto de Oliveira ¢, em geral, mais 0 eco que tem no oceano as boraseas twemendas. vibrante, Falando da palmeira livre na montanha, um dos seus t6picos, ou da fonte na mata, 0 pamasiano nio se subtrafa ao fascinio da tradigao ro- mantica que, sem divida, fora a grande redescobridora do mundo selvagem © da possibilidade de os homens nele se evadirem guiados pela poesia, © ato de objetivar-se retoma a senda da identificagao animista: Ser palmera! existir num pineara azulado, ‘Vendo as nuvens mais perto © as estrelas em bando; Dar ao sopro do mar 6 seio perfumado, ‘Ora os leques abrindo, ora os leques fechando; A contagem pamasiana do alexandrino une com violéncia as trés primeiras vgais (c0¢) ¢ elimina 0 hiato de “oceano”, escandindo o-cea-no, A rigidez. no nfvel pros6dico ajustava-se Aquelas protensoes de impassibi- de Alberto de Oliveira que, como homem, foi saudosista ¢ sempre se 1u dos problemas nacionais, chegando mesmo a declarar em um dos seus limos livros: “Eu hoje dou a tudo de ombros, pouco me importam paz ov letra © nao leio jornais” (1%), Aligs, no 96 na métrica procurou ser duro o mestre fluminense; também. Sva sintaxe mais de uma vez se contrai em inversées neocléssicas quando em verdadeiras sinquises barrocas, como se vé atentando para a primeira dra de “Vaso Grego” acima transcrita, Com todos os seus limites, porém, Alberto de Oliveira representava algo le ia além dos modismos do Parnaso: aquela mudanga de eixo que se operou Poesia ocidental a partir de Gautier © de Baudelaire — da expressao ro- tica do ego para a invengio formalizante do objeto postico. E isto que aqui nto digo eniao dizer: — que te amo, ‘Mie naturezal mas de modo tal que 0 entendas, Como entendes a vox do péssare no ramo E 0 eco que tm no oceano as borrascas temendas, E podir que, ou no sol, a cuja luz referves, ‘Ou no verme do cho ou ma flor que sori, Mais tarde, em qualguer tempo, a minh’alma conserves, Para que etemamente eu me Tembre de tt (Aspiraga0”) imundo Correia Menos fecundo ¢ mais sensfvel, Raimundo Correia (184) es e siado claros do Parnasianismo ¢ deu exemplo de uma poesia de sombras ‘Texto quase todo fraco, mas significativo como tema. A regressio roman Bios iorsci,oukicesen rtcetes doteernate fica ainda mais se acentua quando se casam 0 hino A natureza e os sons day memérias juvenis, nos cantos de “Alma em Flor”. © que, entretanto, scla a constancia do parnasiano em Alberto de Oliveira € a fidelidade a certas leis métricas que a leitura de Castilho (Trasado de Vers sificagdo) e dos franceses mais rigidos como Banville e Heredia pusera em ‘voga e os conselhos académicos de Machado de Assis tinham vivamente es: timulado. Forrados de tais prinespios, os nossos parnasianos entraram a deplo- rar, com ralo senso histrico, a “frouxidio” e a “incorregao” dos romanticos, sem perceberem que estes tinham no ouvido outtos ritmos, mais prOximos dos ‘modelos medievais e populares, e estavam mais inclinados ao fluido e sugestivo da melodia que & mecdnica do metro (12), (0) Apud Geir Campos, Alberto de Oliveira — Poesia, Rio, Agit, 1959, p. 11. 0 encontre-se nas Poesias, 4" série (“Cheiro de For”). (14) Rantoxoo pa Mota Azsve00 Coxkstn (Costas do Marantiio, 1859 — Pars, ), Fez, Humanidades no Colégio Pedro Mle Diteito em S, Paulo, No pertodo aca fe fol ardente liberal ¢ admirador de Antero sociaista, Formado, ingressow na ma . Durante algum tempo secrctariow a legagao brasileira em Lisboa. Embora ecido pelos coetineos como um dos melhores poetas do fim do século, pouco pow da vida literériaescudando a propria timidez.com a reserva que the facultavm es de juiz, Morreu em Paris para onde fora em tratamento, Obras: Primeiros i, 1879; Sinfonias, 1883; Versos e Versdes, 1887; Aleluias, 1891; Poesias, 1898, itr: Alberto de Oliveira, “O Culto da Forma na Poesia Brasileira”, in Anais di a Nacional, vol. XXXV, Rio, 1913; Mério de Andrade, “Raimundo Correia fem 1921), reproduzido em Mario da Silva Brito, Histéria do Modernismo Brasi- 1 city pp. 234-241; Pericles Fugénio da Silva Ramos, “A Renovagio Parasiana (%) V. 08 meticulosos estudos de Péticles Eugénio da Silva Ramos em O Very Romdntico, Sao Paulo, Consetho Estadual de Cultura, 1959, e em Do Barroco ao Mo dernismo, Sto Paulo, C. E. S., 1967. m2 _ Esireou com uma colegio de versos em que Machado de Assis sentiu " cheiro romfintico da decadéncia”, os Primeiros Sonhos, versos de adolescenie {que 0 autor néo incluiria na edigio definitiva das Poesias. Mas note-se que fem meio a cadéncias casimirianas, hé um soneto a Idéia Nova, que jé enti ‘anunciava o republicano e 0 progressista. Comm Sinfonias jf temos o sonetista admirével de “As Pombas”, “Mal So: ret”, “Anoitecer", "A Cavalgada”, “Vinho de Hebe”, “Americana”. Faland smo fora de contexto, esses versos resistem por seu poser de transmitir 3§ Taras, complexas, as vezes agrupadas em sinestesias. Hira constante em Raimundo a capacidade de assimilar estilos alheios, dom Custou por vezes a pecha injusta de plagiério. Fino tradutor, fez seguir mnias, 0S burilados Versos e Versdes em que dé forma vernécula a poe- de Lope, Byron, Heine, Gautier, Hugo, Leconte de Lisle, Catulle Mendes, line Rotlinat. do sortitégio verbal do poeta, Manuel Bandeira (#85) nos ensinou a ver nele @ autor de “alguns dos versos mais misteriosamente belos da nossa ling ‘0 tempo, a poesia de Raimundo foi acentuando tragos que a estremam 808 que, repetidos em tantas antologias escolares, nem por isso perderiam ( to pamnasiano tal como se aclimou entre nds ¢ « aproximam de Leconte encanto de suas combinagGes seminticas € musicais isle pela filosofia amarga que revelam. Dessa percepcao negativa do mun- jo “agra regio da dor”, hd exemplos varios nas Aleluias que, apesar Ree emetic c feaes & paren Soe Pemba lo, sf um breviério de desengano: “Homem, embora exasperado bra- (Bandeira comenta: “Quem nfo ve nesse decassflabo todas as celagens @ “Nirvana”, “Imagem da dor”, “Desiludido”, “Vana”, o schopenhaueriano oryalhos da aurora?”) Criador” e estes versos das “Harmonias de uma noite de verao”, onde Neste, sublinha 0 efeito do hiat: ‘um pessimismo c6smico: ‘wath frisina dos lagos (“Aria Notura"). sta, de fel mesa de dogura, Melancolis augusta € vesperina, Que, com a sombra, avulta, cresce, invade ence de lato anaureza intra ste outro bird, 0 sib, nfo ina Nos gallos de cheirosa laranjelt E, 20 silencio e ao torpor cedendo, cera 0 dia 0s tos no Ocidente absortos; E fuma um negro incenso, Que envolve toda a terra pultura comum, tuto imenso, Dos vives ¢ dos mortos... E Eu do trono das névoas, do cimério Solio de ébano, aos pés do qual, na alt ‘Toda essa poesia edsmica fulgura, Vou ja descendo; e, ans pouces, lentamente, Amasio, desdobrada Aqui, a repetigio do déctil alua Surge tremula, tremula... Anoitece (*Cavalgad’ Outros exemplos de magia pléstica e sonora podem-se acrescentar a0s ¢) tados pelo eritico-poeta ‘As cabeleiras Nquidas ondulam (Missa Universal”), Por céus de ouro © de pirpura raiados (“Anoitecer"), © sangrento perfil rago por trayo (Luz © Treva"), Tha isolada como um dorso de baleia (“A ha e o Mat”), De um sanguinoso abutre @ rubra garra viva C0 Povo ‘Dos exbelos a surda catadupa ‘C’Americana” iS poeta ak valiota eee Oeoea x ‘Sobre este amplo bemisfério, ee neers ‘A minka solta elimide tamanha, [Na extrema raia do horizonte infindo Negra como remorso, ¢ a que, somente, (*Despedida”), Da lua erescentfgera ¢ chantrada ‘A ponta da una Iuminosa arranha nna Poesia’, em A Lit. no Brasil (di. de Afranio Coutinho), cit, vol. I; Waldir Ribeird do Val, Vida Obra de Raimundo Correia, Rio, Istito Naclonal do Livze, 194 Bee us Sarin do! Asdndo udmirayé soca Taservas,'e\cumy dos Jodo Pacheco, O Realismo, cit. 4 u a eli " Poemas que escreveu, “Peniinio”, onde os clarSes do astro se ma- (25M. Bandeia, “Raimundo Conia o Seu Sorilgio Verbal", Introdugi 4 i fs Raimundo Coneia— Poesia Completa © Prosa, Ri Aguila 1961, pp. 12-32, em augesides reiteradas,obsedanics, sé alcangarem vin clima de ‘outro lado, cadéncias pré-simbolistas aparecem inequivocas em oe 205 Alt mos wo, te Werato de veil peels pain de iar no bio (evn bare ds vos sl olde na cave de ro de melo a mensagem fd da pes, ‘Luz entre as frangas, fria e silente; ‘Hoje parece consenso da melhor criiateconhecer em Bilac nao um grande Asin os, enalunente, tits un poeta loge, capa der com sca 8 cosas mals is Bato aeso sin va que Loca deleve aso bain se fazere em suas mos, rar, No portal das Poesias, a “Profissio® Fé”, juramento apoético de que 0 oes "em prol do Ex”, dt a plavra como algo que nfo se pun aa htigas ea com a subsiinis das coiss ts “veste-t” magnificamente: Bora al pene ‘Torce, aprimora, ai ima E os lengsis d'égua, do feral lume Actas cei ‘Se amonathavam na livider.. iN expo ourd epee rama ‘Como wm rikit Filgida névoa verm-me ofuscante Quero que a este alina, De um pesadelo de luz encher, Dobrada 0 jit Ea tudo em rods, desde esse instante, Do ourives,saia dana ‘Sem um defen Da cor da Ina comoga a ver E erguem por vias enluaradas ‘Assim procedo, Malspena Minhas sana eps Mo. Sea eta om HA pb dees pls esate. Port servin Dewan, 3 por ean extras Sees fom sig 4 tomas, cog de 7 ind indierenga torna vitvel o tro motivs diversos como puro exer- ‘Um tuar amplo me inunda, ¢ eu ando literério: 0 tndio, de que Bilac 6cator tardio na esteira de Gongalves Em visiondria luz a nada, (°A Morte de Tapir”), a guerra, pido curiosa nesse refinado homem Por toda a parte, louco arrestando (*Guerreira”) e enfim, copiosemética greco-romana, haurida nos 0 largo manto do mew lua ianos franceses: “A Sesta de Nev; "O Incéndio de Roma’, “O Sonho 10 AntOnio”, “Lendo a Ilfada’, “ikssalina”, “Delenda Cartago”.. Otavo Bilac igo militar obrigat6rio. Foi cleito o pineiro “principe dos poctas brasileiros”. Poesias, 1888; Poescs Infants, U0 Cron e Fantasia, 1906; Conferéncias Fechando a trade e herdando o coro dos louvores académicos, veio Olav 8, 1906; Ironia € Piedade, 1916; Adfesa Nacional, 197; Tarde, 1919, Em Bilac (19, 0 mais antol6gico dos nossos poetas. com Guimaraes Passos: Pimaais 1897; Tatado de Versificagdo, 1910; dle Rimas, 1913. En colaboragost Manual Bont e Coelho Neto, Arraves io ddatico, 1913. Consulta he Versio, Estudos de Literatura Bra- 2 ed, Rio, Gamier, 1910; Tristo inde, Primeiros Estados (0 estado sobre de 1919), Rio, Agr, 1988; Amada mara, Dscursos Académicos, IV, Rio. {0 “Blopio de Wile” & de 1919); Meee Andrade, “Mesres do Passado — V avo Blac” (csr. em 1921), rods em Maio da Silva Brito, Mivtria do amo Brasileiro cit, pp. 251-261; Ao de Carvalho, Poca de Olavo Bilac, iy. Brsilira, 1934; 2¥e,aumentat ist Otynpio, 1945; Eck Pontes, A Vida inte de Olav Bila, Rio, José Oly 1944; Alen de Amoroso Lima “Apre- "a Olavo File — Poesia, Rio, Ag 957; Ferando Jorge, Vida e Poesia de Bilac, 8, Pao, Exp. do Livro, 196, €) O.avo Bris MARTINS pos Guaanius Bu.ac (Rio, 1865-1918). Comegou M icina no Rio de Janeiro e Direito em So Paulo, mas nfo terminow nenthum cu, Cedo atratram-no jomalismo ¢ a botsia, brilhando em ambos pelo engenho verbal de que era dotado. Por ocaso da Revolta da Armada, em 1893, Bilac, aniflorianists, refugiou-se em Minas, af eserevendo Crénicas e Novelas. Mais tarde, tido nos meigy oficiais como 0 nosso maior poeta vivo, foi honrado com vérias misses priblicas: jor nalistaacreditado junto a Campos Sales, na viagem & Argentina em 1902; secretsrio di ‘Conferencia Pan-americana do Rio, em 1906, delegado & mesma Conf. em Buenos Aire em 1910; seeretério do Prefeito do Distrito Federal, em 1907. Nos uiltimos anos assum conscientemente o papel de poeta efvico entregando-se todo a wma campanha em pr 226, 227 Nos trinta e cinco sonetos de Via Léctea, © poeta encontra 0 seu moti mais caro, © amor sensual, vivido numa fuga exaltago, Vaza-o em rithm neocléssicos, préximos de Bocage e, mais raramente, de Camdes. Figuram. colegao algumas de suas peras mais felizes: “Como a floresta secular sombri “Em mim também, que descuidado vistes”, “Ora (direis) ouvir estrelas!”, * ver niio pude sem que o fel provasse”, “LA fora a voz do vento ulule, ro “Olha-me! O teu othar sereno e brando” ¢ “Tu, que no pego impuro das org Nao 6 dificil apontar nesses e noutros sonetos uma estrutura intencion toda voltada para a chave de ouro, que deve sustentar a impress30 do ‘como acorde de grande efeito: Na maior alegre andar chorando (son. VI, Cap de ouvir e do entender estrelas (XIID, ir no verso (XX), Como um jorro de Légrimas ardentes (XIX). Saba, chorando, way Alig, a obsessio do efeito (sempre relativo so sistema de valores estétia 4o tempo) leva © poeta pela mao através de toda a obra posterior e vai ma 68 seus pontos altos mas tambim 0s seus limites. Bilac supre a caréncia uma real fantasia artistica © de um semtimento fundo da condigao human ¢ © intenso britho descritivo, que conserva gragas a um jogo habil de sensag6 € impressées. A sua melodia, embora linear, nio chega a cair na banalidad seu risco permanente, Nao escapa, entrant, A sorte de toda poesia académi 6 iterativa, amplificadora s temas que versou com mais assiduidade, como a beleza 1s amplos cendrios, os momentos épicos da histéxia nacional, ajustavam-se ber 3 esse trago exterior retrico do seu modo de ser aristion; ¢ deram-the leit figis que representavam 0 gosto das geragées resistentes ao impacto st Do ponto de vista ideol6gico, foi o poeta que melhor exprimiu as tendén ias conservadoras vigentes depois do interregno floriaista. A politica rend vadora que animara alguns fautores da Republica seguiu-se um meufanisme estético vazio, amante da tradigio pela tradigio considerada em si mes como beleza. Bila, poeta dos nautas portugueses em Sagres e dos bandeirante no “Cagador de Esmeraldas”, seré também 0 cantor ch aumas nacionais e 0 didata hosanante das Poesias Infanti. Quanto A sua poesia rica, também sofre uma inflexdo, no direi intimist que a rigor nunea 0 f0 exaliado nacionalismo ("Pétria, latejo em ti") sobreleva 0s ardores sensuais «em declinio (“Sou como um vale, numa tarde fria") ¢ avultam as sombrs ‘outono. Digam-no 08 titulos de alguns sonetos: “Sonata ao Crepiscul Creptisculo da Beleza”, “O Crepisculo dos Deuses”, “A um triste”, "Resposta na Sombra”, “Milton cego”, “Miguel-Angelo Velho”, “A Velhice de Aspésia™ “Marcha Finebre"... Falando desse crepisculo bilaqueano, obseivou Ma 208 ‘mas crepuscular, nos sonetos de Tarde, no qual @ esejarfamos menos clangor de metais nessa lave sinfonia da tarde” (18), Aludia, de certo, a0 fecho de “Sinfonia”, o dltimo net do fi Hoje, meu coragao, num scherzo de ansias, ade Em flautas e oboés, na inguietagio da tarde, E entre esporangas foge ¢ entre saudades era, E, herdico, esalaré num final, nos clamores dos arcos, dos metas, das cordas, dos tambores Para glorifcar tudo que ammow na terral Outros parnasianos Além da trade, © Pamaso contou com um nimero consideravel de poetas, ue apesar de “menores”, merecem leitura, pois nem sempre se limitaram a fopetir os modelos consagrados. Assim, hé muito de pessoal nos Cromos (1881), de B. Lopes que, antes de se perder no estetismo esnobe dos Brasdes de Val de Lirios, desenvolveu uma linha rara entre nés: a poesia das coisas domésticas, os ritmos do cotidiano, Merece igualmente atengio Augusto de Lima (1859-1934) que percomeu 4s varias etapas da poesia p6s-romintica, desde experiéncias juvenis de lite- atura social até a vertente religiosa dos simbolistas, mas deixou o melhor de si nas Contempordneas (1887), que partilham com os poemas de Raimundo Correia 0 matiz filosofante, menos comum entre os nossos parnasianos. Da mesma geragio que o mineiro Augusto de Lima, os gatichos Fontoura Xavier (1856-1922) © Miicio Teixeira (1857-1928) contribufram com suas pardfrases de Baudelaire para encorpar 0 veio realista e erstico do Pamasianismo, Francisca Julia Vinda apés a consagragio dos mestres, Francisca Tilia (#88) estreou com lum livro, Mérmores, que logo a algou ao nivel daqueles, tal a fidelidade, ¢ (07 Bim Apresemtagdo da Poesia Brasileira Ri, Casa do Estudane do Bras, 1946, p13 PN C# Fraveaca Jiu bs Su.va Minsax(Xiria, aval Edad Pts, S. Paulo, 1874 — 8, Paulo, 1920), Marmores, 1895; Eginges, 1908, Bdigto completa; Poesias, Consetho Exava de Cultura, S. Paulo, 1961. Consular: Mario de Andrade, “Mestres do Passado — 1 — Francisea Jia” (eer. em 1921), reprod, em Miro da Silva Brito, Histéria do Moderniono Brasileiro, cit; Pericles Eugenio da Siva, Inirodugdo & ed citada de 1961 29

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