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Nº 0 setembro de 2009
CHEIAS DE CHARME
APLICAÇÃO DE TECIDO NAS
PAREDES VOLTA À MODA
LONGE DO ESTRESSE
DANÇA DE SALÃO É
ÓTIMA TERAPIA
SUCESSO RETRÔ
PRODUTOS HIGH TECH
COM DESIGN DO PASSADO
Exemplar
para
degustação
ENTREVISTA
AHERDEIRA DENARA?
Fernanda Takai, do Pato Fu, brilha em carreira solo
ANS - 41092-6
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4 MRV Revista
Sumário
24
Foto: Divulgação
14 ENTREVISTA 30 ECO-LÓGICO
De voz contida e delicada, Sacolas de pano substituem as
Fernanda Takai brilha nos palcos plásticas nas compras do
com a turnê “Luz Negra” e supermercado e fazem muito
encara novos projetos musicais bem ao meio ambiente
14
18
MALAS PRONTAS
Conheça a Cordilheira
Huayhuash, no Peru, um dos
dez destinos turísticos mais
procurados pelos amantes do 18
trekking de todo o mundo
Revista MRV 5
Intermedium. Um
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Revista MRV 7
Aconchego
Técnica de inspiração europeia, fácil conservação e baixo custo, o uso de tecidos em paredes é retomado por decoradores
Vestidas para
arrasar
Velho conhecido dos decoradores, o uso de tecidos
aplicados em paredes retorna com força total
8 MRV Revista
Fotos: Bruno Magalhães/Agência Nitro
| Roberto Ângelo
MRV Revista 9
Listras: cuidado na aplicação para que não fiquem tortas
10 Revista MRV
Destaque MRV
Revista MRV 11
Hot Site
Fotos: Divulgação
mundo
INTERNET PEDALANDO SEM
digital SPAM À PRIMEIRA
NA REDE ELÉTRICA? PERDER O RUMO LETRA
A rede elétrica será usada para a transmissão A fabricante de aparelhos GPS Garmin lançou A quantidade de spams que você recebe pode
de dados (áudio, vídeo e internet). A regula- um aparelho para auxiliar os ciclistas. Quando estar relacionada à letra inicial do seu endereço
mentação foi anunciada recentemente pela acoplado à bicicleta, o Edge 500 calcula dis- de e-mail. Essa é a constatação de um estudo
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). tância percorrida, velocidade e os níveis de su- feito pelo cientista da computação Richard
A tecnologia já existe em outros países e é co- bida e descida. Outros sensores podem ser Clayton, da Universidade de Cambridge. No le-
nhecida pela sigla PLC. O sistema dispensa a acoplados ao aparelho, tais como monitores vantamento feito no ano passado com 550 mi-
instalação de cabos de telefone ou TV, pois de batimentos cardíacos. Ele conta com uma lhões de mensagens enviadas por um provedor
uma vez liberado o sinal, basta conectar o bateria que dura até 18 horas, podendo ser re- de internet britânico, o pesquisador observou
modem a uma tomada da casa. Mas ainda vai carregada pela porta USB do computador. que, em endereços eletrônicos que começavam
demorar um pouco para o serviço chegar às com as letras “A”, “M”, “S”, “R” e “P”, 40% dos
residências brasileiras. A Aneel não arrisca e-mails eram spams. Já aqueles que começa-
dizer em quanto tempo o PLC estará, de fato, vam com “Q”, “Z” e “Y” eram menos populares
disponível para a população. As distribuidoras para os geradores das propagandas e recebiam
de energia terão de formar parcerias com pro- apenas 20% de “mensagens lixo” do total de
vedores de internet antes de vender o serviço. seus e-mails.
12 Revista MRV
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Entrevista
Em turnê com
seu segundo
álbum solo, a
vocalista da
banda Pato Fu
consagra-se
como intérprete
Foto: Nino Andrés
14 MRV Revista
Fernanda
Takai
| Desireê Antônio
Sozinha
no palco
D
esde que lançou seu primeiro à frente do Pato Fu ¬ sempre foi uma “ouvinte plural”.
álbum solo, “Onde Brilhem os Mais do que uma ouvinte plural, Fernanda é uma
Olhos Seus”, em 2007, cujo reper- artista plural. Além de cantar, tocar violão, guitarra e
tório é composto integralmente compor, ela também escreve. A cantora é colaboradora
por canções interpretadas por dos jornais “Estado de Minas” e “Correio Braziliense”,
Nara Leão, a cantora Fernanda espaço em que publica contos e crônicas. Em 2007, al-
Takai tem sido celebrada por crí- guns desses textos em que expõe sua visão do mundo
ticos como uma grata surpresa na função de intérprete. e da vida foram reunidos em seu primeiro livro, com
Há quem diga que ela é a herdeira de Nara, a musa da um nome que diz muito sobre o jeito da autora:
Bossa Nova, o álbum caiu nas graças da crítica especiali- “Nunca subestime uma mulherzinha”.
zada, sendo eleito o Melhor Disco de Música Popular de Aos 38 anos, a cantora - que nasceu em Serra do
2007 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. E en- Navio, no Amapá, mas reside em Belo Horizonte desde
cantou também o público. Mais de 50 mil cópias já foram os nove - divide o tempo entre as apresentações solo do
vendidas. “Luz Negra”, os shows do Pato Fu, a composição de
Agora, com o lançamento do CD e DVD ao vivo novas músicas, a redação de crônicas para jornais e a
“Luz Negra”, seu segundo trabalho sem os compa- criação da filha, Nina, de cinco anos. Fernanda é casada
nheiros do Pato Fu, Fernanda dá um novo passo em sua com um colega de banda, o guitarrista John Ulhoa.
carreira e estreita seus laços com a MPB. A partir de outubro, outros dois projetos farão com
O novo disco, derivado do show do primeiro álbum, que seu tempo fique ainda mais escasso: o início da
mescla bossa nova, pop e rock. A lista inclui canções produção do décimo disco do Pato Fu e o lançamento
como There must be an angel (Playing with my heart), de um álbum em japonês, em parceria com a cantora
do Eurythmics, e Ordinary world, do Duran Duran, além Nomiya Maki, vocalista da banda Pizzicato Five.
de uma versão em japonês para “O barquinho”, aprovada Em meio à sua agitada rotina, Fernanda encontrou
pelo próprio Roberto Menescal. A música, que ganhou o uma brechinha para conversar com a Revista MRV.
nome de Kobune, é uma das preferidas da cantora.
A mistura de ritmos do álbum é explicada pela pró-
pria Fernanda. “Qualquer coisa que seja muito estan- Revista MRV: Por que você escolheu a faixa “Luz
que ou facilmente detectada como estilo puro não me Negra” para dar nome ao seu segundo álbum solo?
atrai muito”, revela. Fernanda Takai: Esse nome elegante dá bem a ideia
A diversidade não está presente apenas na seleção de do conteúdo estético visual e sonoro do álbum, além
canções para seus discos, mas também na interpretação de ser um de meus arranjos preferidos. Não queria co-
dos títulos. Mesmo músicas consagradas da MPB rece- locar um título óbvio como “Onde Brilhem Os Olhos
beram arranjos pops. Fernanda justifica dizendo que, Seus - Ao Vivo”, porque o repertório do show tem mui-
apesar de ter feito carreira no pop rock – está há 17 anos tas canções a mais do que o disco de estúdio. Oito das
MRV Revista 15
músicas não tinham sido gravadas. E a plateia me co- brasileira e o pop do Japão. Vamos cantar em japonês e
brava o registro disso, pra que as pudesse ouvir em português. O lançamento está previsto para o próximo
casa, já que no show eram muito aplaudidas. mês. Aqui no Brasil, será apenas digital, pois o formato
EP nunca foi bem acolhido entre o público. Como os
Revista MRV: Como os fãs reagiram à mistura de dias atuais sugerem modernidade também no formato
estilos do álbum? do negócio da música, vamos fazer dessa forma. Os ja-
poneses ainda compram muito discos e gostam de pro-
Fernanda: Recebo muito retorno positivo por email e
jetos especiais assim.
pessoalmente, após os espetáculos. Dá pra sentir a pla-
teia feliz. Acho que os fãs gostam de ser surpreendidos Revista MRV: Você está criando uma relação cada
algumas vezes. No meu show, eu canto o repertório vez mais forte com a MPB. Você tem medo de ser
inteiro do disco dedicado à Nara e esses bônus que associada ao estilo?
agora fazem parte do CD e DVD ao vivo. São minhas
memórias afetivas musicais. Fernanda: Medo? De jeito nenhum! Eu gosto de poder
cantar coisas que vêm dos mais variados universos so-
Revista MRV: Dessas memórias registradas no CD, noros. Apesar de ter construído minha carreira no pop
qual a faixa da qual mais gosta? rock, sou uma ouvinte plural. Acontece que eu agora
tenho cantado mais músicas da MPB, mas pode repa-
Fernanda: Difícil escolher... Gosto muito de cantar rar que o arranjo delas é pop! Nada melhor do que
Kobune, que é O Barquinho, em japonês. poder descompartimentar as coisas.
Revista MRV: De onde veio a idéia de gravar a ver- Revista MRV: Quem é o público da Fernanda Takai
são em japonês para “O Barquinho”? solo?
Fernanda: Quando meu disco estava pra ser licenciado Fernanda: Felizmente, é todo misturado. Gosto de ver
para o Japão, soube que é uma tradição colocar uma na plateia gente de todas as idades e estilos. Acho que
faixa exclusiva para o país. “O Barquinho” podia muito sou assim também. Qualquer coisa que seja muito es-
bem ter entrado no disco aqui do Brasil, mas eu já tanque ou facilmente detectada como estilo puro não
tinha “Insensatez”, representando a Bossa Nova, den- me atrai muito. Quando percebo que pessoas muito di-
tro do universo da Nara. O dono do selo Taiyo, que ferentes têm gostado da minha voz, discos e shows, isso
lança meus discos lá, gostou da ideia de ter mais essa é um grande prêmio de reconhecimento pela carreira
canção em japonês e providenciou uma versão. Mos- de 17 anos que tenho até aqui.
tramos ao Roberto Menescal, que adorou e autorizou o
lançamento. Revista MRV: Qual a diferença entre fazer shows
com o Pato Fu e sozinha?
Revista MRV: Você tem planos de gravar outras can-
Fernanda: Na banda, eu toco violão e guitarra, além
ções ou mesmo lançar um álbum em japonês?
de cantar um repertório mais autoral. No meu show
Fernanda: Estou finalizando um EP com a Nomiya solo, apenas canto. E é um espetáculo baseado em can-
Maki, cantora pop japonesa. Ficamos amigas depois de ções de outras pessoas, um show de intérprete. O figu-
cantarmos juntas no Palácio da Artes, em Belo Hori- rino do Pato Fu é mais despojado, e do meu solo, mais
zonte, e também no Sogetsu Hall, em Tóquio. Quere- elegante; às vezes, até arrisco um salto não muito alto...
mos fazer um intercâmbio mais forte entre música Mas a minha equipe técnica é a mesma. Hoje tenho
16 MRV Revista
Nome: Fernanda Barbosa Takai
Data de Nascimento: 25/08/1971
Origem: Serra do Navio, Amapá
País: Brasil
Gêneros: Pop-rock, MPB
Instrumentos: guitarra, violão
Tempo em atividade: 1992- atualmente
dois empresários: Aluizer Malab (Pato Fu) e Patrícia Nos últimos dois anos, eu fui apenas dizendo sim às
Tavares (solo), e dois escritórios de produção diferen- portas que foram se abrindo e não me arrependo disso.
tes. Fico contente em poder continuar com a banda e
também fazer outras coisas profissionalmente. Revista MRV: Quais são seus projetos futuros?
Fernanda: Até janeiro de 2010, sigo em turnê solo. O
Revista MRV: Você é uma pessoa que costuma fazer
Pato Fu começa a produzir o décimo álbum da carreira,
planos?
a partir do fim do mês de setembro, mas não estamos
Fernanda: Até tento ter um certo planejamento de parados, temos feito alguns shows pelo Brasil. Se tudo
vida, mas a carreira artística não se comporta muito der certo, ele sai no primeiro trimestre do ano que vem.
com o seu simples querer. A demanda do mercado é Neste momento, estou em Porto Velho (RO) com a
sempre incerta. Não se sabe se um disco ou turnê vai banda, para tocar num festival de música independente.
dar certo até que a gente coloque o material na rua, co- Sigo escrevendo pro “Estado de Minas” e pro “Correio
mece a viajar. Então, às vezes, penso que em seis meses Braziliense”, cuidando do meu site [www.fernandata-
vou estar mais tranquila pra pensar em projetos mais kai.com.br], da minha filha que vai fazer 6 anos e de vá-
pessoais, e o que acontece é o trabalho me chamar mais. rios outros convites musicais que surgem o tempo todo.
Fotos: Divulgação
MRV Revista 17
Em 2007, lançou seu
primeiro álbum solo
Malas prontas
Peru
Cordilheira Huayhuash é opção
alternativa – e econômica – ao tradicional
roteiro para Macchu Picchu
MRV Revista 19
Doze dias pela cordilheira
Ao chegar a Lima, aproveite o primeiro dia de viagem Preparar a bagagem exigirá atenção para levar o es-
para visitar pontos históricos da capital peruana ou atra- tritamente necessário. A mochila deve ter três mudas
ções perto da cidade. De Lima, os turistas vão pegar o de roupas, protetor solar – durante o dia a temperatura
ônibus para Huaraz, que fica a 450 quilômetros, no pode chegar a 30º–, capas de chuvas, botas especiais
norte do país. A passagem custa cerca de U$ 30, quase para trekking, calças impermeáveis ou especiais para a
R$ 60, e pode ser comprada pela internet. prática do esporte, luvas e gorros, além de objetos para
A viagem é longa, dura cerca de nove horas. Mas a qua- higiene pessoal.
lidade dos veículos e dos serviços oferecidos pela empresa Considerando mochila e sacos de dormir, a carga será
Mobil Tours ajudam a tornar a viagem agradável. As pol- de quase 18 quilos. A bagagem será levada pelos animais
tronas reclinam num anglo de quase 180 graus e são muito que servem à equipe, o que permitirá que o grupo se mova
confortáveis. As refeições servidas também são muito boas. mais rapidamente. Durante a trilha, que dura 12 dias, a
Para Huaraz, é deve-se reservar dois dias. É preciso rotina do grupo é levantar bem cedo e tomar um bom café
fazer caminhadas por locais com altitude em torno de da manhã: café, leite, chá, panquecas, manteiga, presunto
3.400 metros para promover a aclimatação – fazer o or- e queijo. Depois, a caminhada poderá durar de 10 a 12
ganismo se acostumar às condições climáticas de altas horas, com intervalos para lanches leves.
altitudes, frio e baixa oferta de oxigênio. No vilarejo, os No começo da noite, os guias escolhem algum vale,
turistas têm a oportunidade de conhecer um pouco da próximo a algum dos rios formados pelo degelo da neve
cultura local antes de começar a trilha pelos montes do presente no pico das montanhas, para montar as barra-
Huayhuash e também de passar pelo Lago Churup, pró- cas. Antes de dormir, os turistas têm direito a um jan-
ximo à Cordilheira Branca. tar mais reforçado, com sopas e caldos, para repor as
energias e ajudar a aquecer o corpo. À noite, a tempe-
ratura pode chegar a dez graus negativos.
ol O céu estrelado sobre a cordilheira e o barulho das
C
LIMA
Transporte de Lima para Huaraz:
www.moviltours.com.pe
Agenciamento de guia para trilha:
www.artizonadventure.com
Hotéis em Huaraz: Hotel Los Portales
www.artizonadventure.com/hotellosportales
Informações sobre trilhas em Huayhuash:
www.huayhuash.com
20 MRV Revista
l
e
Chi
Consumo
22 Revista MRV
deira portátil, estilo anos 70, que pode ser ligada até
no isqueiro do carro, e uma garrafa térmica, modelo
1950, como a que é usada, até hoje, no palácio da rai-
nha da Inglaterra.
Para o designer Dijon de Moraes, o retrô caiu nas
graças do consumidor não tanto pelo apelo emocional, Linhas do refrigerador
mas pela volta às linhas arredondadas típicas de déca- Brastemp são da
década de 50, mas
das passadas. “São formas que transmitem suavidade o consumo de energia
aos objetos, deixando os desenhos mais amigáveis e é baixo como nos
afáveis a quem usa”, explica. modelos atuais.
O valor sentimental, entretanto, não é desprezado
pelas empresas que decidem trilhar os caminhos do gerente de Produtos da empresa, Marcelo Papa.
retrô. Nas pesquisas realizadas pela Volkswagen do As vitrolas agradaram tanto que a Import Express
Brasil sobre o perfil dos potenciais consumidores do resolveu redirecionar o foco do seu negócio, antes vol-
New Beetle, o resultado é bastante esclarecedor. “Em tado exclusivamente para as linhas contemporâneas de
sua maioria, são homens de 35 anos, elitizados, cultos, eletroeletrônicos importados. Agora, a maior parte do
nostálgicos e emocionais”, concluem as pesquisas. estoque é composta de artigos retrô. Marcelo Papa co-
A Brastemp lançou um refrigerador compacto que memora um crescimento de 190% nas vendas das vi-
reproduz as formas da década de 50. A intenção da em- trolas desde que lançaram o produto no Brasil. “Até
presa era oferecer um produto que fosse não somente mesmo o visual das lojas, na capital paulista, está sendo
um eletrodoméstico, mas um objeto de decoração para adaptado para o estilo”, anima-se.
a sala. “A aceitação foi imediata, e as vendas vêm cres- Os apaixonados por essa moda podem ficar tranqui-
cendo a cada mês”, destaca o diretor de Marketing da los, pois vão encontrar objetos para todo gosto. Além das
Whirlpool para a marca Brastemp, Jerome Cadier. vitrolas, a loja oferece uma infinidade de modelos de rá-
Já as características tecnológicas do refrigerador dei- dios, telefones das décadas de 20, 30 e 50 e até um Ju-
xam claro em que época o consumidor está vivendo. A kebox em tamanho real, com rádio AM e FM digital, CD
geladeira tem baixo consumo de energia, além de Player, CDR de arquivos MP3 e WAV, controle remoto
layout interno com freezer, porta latas, separador de e gabinete para armazenamento de 42 CDs.
garrafas e dispenser de água. Em São Paulo, a Import O caminho que estes produtos percorrem até che-
Express comercializa vitrolas no estilo anos 30, com garem à casa dos brasileiros (são importados dos Esta-
capacidade para tocar e gravar CD, fita K-7, rádio AM dos Unidos, mas fabricados na China), somado ao valor
e FM e o saudoso vinil. agregado do design, são fatores que tornam os preços
Os aparelhos fazem a alegria dos colecionadores e um pouco salgados para a média do mercado. Para ter
amantes dos discos raros, pessoas, em geral, com idade um desses mimos, é preciso preparar o bolso. A vitrola
acima dos 35 anos, que assistiram à agonia dos long play que oferece os recursos mais avançados pode custar até
(LP) e à chegada dos compact disc (CD), há 25 anos. R$ 2,5 mil. Nada, porém, que a força do desejo não
“Mas também há jovens aficionados por vinil”, ressalta o seja capaz de tornar possível.
Revista MRV 23
Comportamento
No “dois-pra-lá”, dois-pra-cá,
praticantes de dança relaxam e
aliviam tensões do dia-a-dia
entre nessa
Dança
Fotos: Victor Schwaner/ Agência Nitro
Dança de salão é
sucesso em
todas as idades e
classes sociais.
Alunos buscam na
prática bem-estar
físico e mental
Dança curou o estresse da aposentada Rosângela Nicolau.
| Flávia Eto e Roberto Ângelo “Hoje sou uma pessoa mais tranquila”, afirma
As pistas das escolas de dança de salão estão cheias. quem tem a iniciativa da condução do movimento, ele
E, ao contrário do que muitos podem imaginar, os fre- não dança sozinho. “A mulher participa dos passos e é
quentadores não são idosos em busca de companhia ou fundamental para a composição do ritmo. Eles prefe-
de uma atividade para ocupar o tempo livre. Jovens e rem dançar com a parceira que acompanha bem e tem
adultos em busca de bem-estar físico e mental já são jogo de cintura”, explica Rodrigo Delano.
maioria nas academias. O diretor da Unidansa ainda explica que a prática
“Mais do que arte e sequência de movimentos rit- contínua de aulas de zouk, por exemplo, pode consu-
mados, a dança a dois traz qualidade de vida”, afirma mir entre 400 e 700 calorias. “A liberação de endorfina
Rodrigo Delano, diretor da Universidade da Dança de e serotonina (hormônios da euforia e felicidade) pro-
Salão (Unidansa) de Minas Gerais. Dos quase 8 mil vocada pela atividade física pode evitar depressão e
alunos que já passaram pela instituição, cerca de 90% mau humor.”
responderam, na ficha de cadastro, que a busca por Carlos Franco, proprietário da Cênica Cia de Dança
bem-estar e a socialização foram os motivos que os le- de Belo Horizonte, explica que existem alunos que che-
varam à pista de dança. gam à escola sofrendo de muita timidez, ansiedade e
“O salão é um espaço democrático, onde você reúne, até com níveis crônicos de depressão. Para estes casos,
em um mesmo ambiente, pessoas de 20 a 60 anos”, Franco explica que são realizados atendimentos indi-
acrescenta Delano. “Temos alunos que praticam há viduais para que estes alunos ganhem mais autocon-
dois meses, e outros, há dez anos.” fiança e percam o receio de participar das aulas
Homens e mulheres de meia-idade, jovens e adoles- coletivas.
centes descobrem, a cada dia, os benefícios da ativi- Segundo Karina Sabah, professora do Centro de
dade e encaram-na como uma nova forma de Dança Jaime Arôxa, de São Paulo, é o forte apelo lú-
conquistar saúde física e mental. É o caso do estudante dico da dança que faz as pessoas relaxarem. “A dança
Alexandre Lugão, de 19 anos, que pesava 113 quilos há serve como alternativa de lazer, oportunidade para
dois anos e, com a dança, perdeu quase 20. fazer novos amigos e meio de se atingir uma consciên-
Com problemas de saúde devido ao peso, o rapaz já cia corporal mais apurada”, explica. Ela estima que
praticou diversos esportes, sempre por obrigação. Ao 60% das pessoas que se matriculam nos cursos ofere-
descobrir a dança de salão há quase um ano, encontrou cidos pela escola Jaime Arôxa buscam, na atividade,
a maneira perfeita de aliar prazer à atividade física. “Eu um alívio para o estresse e a ansiedade.
escolhi a dança porque o médico pediu para eu mudar Foi justamente isso que levou a aposentada Rosân-
meu estilo de vida”, diz ele. gela Silva Nicolau, de 60 anos, para as pistas de dança.
Foi aí que Alexandre conheceu os ritmos e não mais Durante uma sessão de análise, o psicólogo sugeriu que
largou a prática. Hoje, com 95 quilos, faz aulas todos ela procurasse a dança. Rosângela frequenta as aulas
os dias e frequenta casas noturnas. “Apesar de ainda há cinco meses, duas vezes por semana. “Percebo que
existir muito preconceito contra homens que dançam, me tornei uma pessoa mais tranquila, alegre e bem
pretendo continuar praticando sempre. Ela é envol- mais saudável”. Depois de ver os resultados rápidos que
vente, sensual e agitada.” a dança trouxe para sua vida, Rosangela é categórica:
Homens e mulheres têm papéis fundamentais para “Posso até deixar de lado a minha caminhada diária,
a fluência da atividade. E mesmo sendo o homem mas jamais fico sem aparecer no salão de dança”.
MRV Revista 25
Finanças
Foto: Victor Schwaner / Agência Nitro
Gabriel e seu avô Carlos Alberto: mimos dificultam a educação financeira do neto que, aos sete anos quer uma Ferrari
Be-a-bá
financeiro Cecília Nascimento gosta de tocar piano e de fazer
contas, características não muito comuns para a idade
dela. Juntando moedinhas, de um em um real, ela che-
Aprendizado sobre como gou a mil reais. Quem poderia imaginar que uma garo-
tinha de apenas dez anos fosse capaz deste feito, difícil
lidar com dinheiro deve até para adultos? O cofrinho foi só enchendo, até virar
começar na infância uma poupança no banco, com o saldo de R$ 1.060,04.
A pequena Cecília é decidida e tem objetivos muito
| Joana Suarez claros. “Se eu economizar agora, será mais fácil no fu-
turo; posso comprar o que eu quiser e emprestar para
minha família”, explica ela. Na população brasileira,
poucas pessoas são como Cecília. Num mundo em que
as propagandas induzem ao consumismo, casos como o
de Gabriel Pereira, de sete anos, são bem mais comuns.
Primeiro neto da família, ele é o xodó do vovô Carlos
Alberto, que atende todos os seus desejos. A mãe tenta
impor limites, mas o pequeno sabe que, se pedir ao avô,
ele não resistirá. Seu último pedido foi um carrinho da
Ferrari, que custa R$ 750,00. Toda sexta-feira, a rotina
de Gabriel é sagrada: vai ao shopping com o avô com-
prar brinquedos novos e lanchar no McDonald’s.
26 Revista MRV
Educação financeira
começa em casa
Jogos e livros Comece com Incentive as crianças Dê mesadas com Ensine os conceitos
também ensinam moedinhas a poupar regularidade fundamentais
Use jogos educativos Crianças até quatro anos A partir dos dois anos, A mesada regular, aos Ajude seus filhos a
como “O Banco dificilmente diferenciam dê-lhes diariamente pelo seis ou sete anos de perceberem as diferenças
Imobiliário” e o valor das moedas e menos uma moedinha idade, desenvolve o entre querer e precisar de
“Administrando seu cédulas. Comece para criarem o hábito de senso de alguma coisa.
Dinheiro”. estimulando-as a guardar. responsabilidade.
manusear moedinhas, e, A partir dos dez anos,
aos cinco anos, introduza evite dar às crianças
as notas. dinheiro além da
mesada.
Para a economista Jane Noronha, o momento em que Foto: Bruno Magalhães / Agencia Nitro
a criança está insistindo na compra é a melhor oportu-
nidade para que os pais comecem a educá-la financeira-
mente. Ela ressalta que, apesar de ser uma tarefa difícil,
os pais devem mostrar para os pequenos o valor das coi-
sas e quais são as prioridades para a família.
A educação financeira é papel também da escola, se-
gundo o professor de matemática da Universidade Fe-
deral de Minas Gerais e presidente do Instituto de
Pesquisas em Finanças e Investimentos, Leandro Gra-
jeda. Ele é um dos defensores da ideia de que o Minis-
tério da Educação adote a alfabetização financeira
como matéria obrigatória, o que já acontece em países
como a Inglaterra desde 2000.
Grajeda está testando um projeto piloto de ensino
de gestão de finanças para alunos, em parceria com o
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).
O projeto atua também na capacitação de professores.
“A falta de educação é um fator de exclusão muito
forte”, argumenta.”As pessoas que têm menor renda
fazem os piores negócios, como empréstimos com
juros de 15% ao mês”, conclui.
O Colégio Magnum, de Belo Horizonte, é um dos
que estão investindo nesta área, com o projeto "Con-
sumo Consciente" para estudantes da 5ª série do En-
sino Fundamental. O objetivo é ensiná-los a gastar com
moderação. Durante a aula, os meninos simulam uma
lojinha para fazer compras com dinheiro de mentira. Grajeda defende
Depois, a professora avalia se eles compraram futili- alfabetização financeira
nas escolas
dade ou artigos necessários.
Revista MRV 27
Espetáculo!
Bons de
UMA BANDA
MUUUUUITO
DIFERENTE
A
plateia procura de onde vem o som. Impressionada, tenta
imaginar como a banda consegue apresentar tanto ta-
lento sem usar instrumentos, apenas a voz. Com criati-
vidade, a Banda de Boca domina a arte de fazer música
sem guitarra, contrabaixo, percussão, bateria, violino, cel-
los, sopros, sanfonas ou triângulos. É apenas com a boca
que ela toca e encanta em shows por todo o país.
28 Revista MRV
Formada por quatro vozes masculinas e uma femi- e tenta reproduzi-las com arranjos mais elaborados e
nina, a Banda de Boca atrai o público não só pela ino- reinventados.”
vação musical, mas pela variedade de repertório e A qualidade é resultado da disciplina dos artistas.
improviso nos palcos. Criada há 10 anos, em Salvador, Com ensaios diários, eles dedicam horas para manter
a banda já se apresentou em vários estados como São um condicionamento vocal. Além de não poder ficar
Paulo, Bahia, Santa Catarina, Distrito Federal e até fora muito tempo sem exercitar, é preciso ter cuidado no
do país, em Angola. aquecimento da voz. “É bem interessante a curiosidade
Em 2002, o grupo conquistou o 2º Lugar do Premio do pessoal. Eles ficam olhando para descobrir de onde
Visa de MPB, quando mais de dois mil candidatos do sai o som instrumental”, conta Hiran, que aposta na
Brasil disputaram. A partir daí, outros nomes da mú- resposta positiva do público. “A gente escolhe músicas
sica brasileira passaram a convidar a Banda de Boca de que o grupo gosta, do dia-a-dia, vamos testando nos
para integrar os shows. Ela já dividiu palco com Ivete shows e sentindo o retorno do público, amadurecendo
Sangalo, Tom Zé, Edson Cordeiro e Paulinho Moska. sempre a maneira de cantar”.
Os cantores Carlinhos Brown, Daniela Mercury e O novo disco do grupo formado por Hiran Mon-
Caetano Veloso abriram espaço para participação es- teiro, Arno Junior, Fabio Eca, Neto Moura e Poliana
pecial do grupo em gravações de CDs. "Todo mundo está imerso no imaginário infantil. “MPB para crian-
fica de boca aberta com as coisas que a Banda de Boca ças”, lançado no início do mês pelo selo Biscoito Fino,
faz”, comenta Carlinhos Brown. recupera faixas clássicas como “João e Maria”, de Si-
O fundador do grupo, Hiran Monteiro, explica que vuca e Chico Buarque, e “Leãozinho”, de Caetano Ve-
não se trata apenas de imitar os sons dos instrumen- loso. Contando apenas com arranjos vocais, a banda
tos. “Apesar de não ter técnica, é uma atividade bas- presenteia a garotada de hoje com clássicos que emba-
tante delicada. A gente escuta as músicas várias vezes laram a infância de seus pais.
Foto: Divulgação
Quinteto agrada
com repertório variado
e muito improviso
Revista MRV 29
Eco-Lógico
Bom para o
meio ambiente e para
o bolso
| Desireê Antônio
Consciência ambiental
impulsiona produção de
sacolas de pano
Sempre que vai às compras, a publicitária mineira dia. Apenas no último mês, houve um aumento de 20%
Paula Seabra faz questão de levar, dobrada na bolsa, uma nas vendas. “Há três anos, era muito difícil vender as
de suas ecobags, que usa para evitar o uso das sacolas sacolas; as pessoas não entendiam por que tinham de
plásticas. Adepta das sacolas de pano há quatro anos, parar de usar sacolas de plástico”, lembra. Hoje, mais
Paula está longe de ser considerada uma “ecochata”. pessoas compreendem o encargo que as sacolas plásti-
“Sou uma pessoa normal, cuidar do meio ambiente é ob- cas descartadas representam para o ecossistema. O plás-
rigação”, diz. Além de minimizar o impacto sobre os re- tico pode levar até 400 anos para ser descomposto.
cursos naturais, posturas como as de Paula estão gerando A confecção de Limeira produz, por mês, 20 mil
renda para quem produz as sacolas ecológicas. peças, que são distribuídas nas regiões Sudeste e Sul.
É o caso da confecção Artecológica, de Limeira, no Em agosto, só a livraria virtual “Livros na Rede” enco-
interior de São Paulo, que emprega 16 costureiras na mendou 5 mil sacolas. Kodak e Toyota são outras em-
produção de ecobags. Segundo a proprietária, Dercy presas que já compraram da Artecológica.
Woigt, a procura pelas sacolas vem crescendo a cada
GRANDES REDES
Foto: Bruno Magalhães/ Agência Nitro
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