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Sergio da C. Neves Jr.

Pós – Graduado em Musculação e Treinamento de Força – UGF (Brasília)


Roberto Simão
Mestre em Educação Física – UGF
Professor da graduação e Pós Graduação da UGF (Universidade Gama Filho)

LESÃO DO OMBRO

INTRODUÇÃO

Com o intuito de nortear os profissionais de educação física e outros


sobre a importância dos achados clínicos das lesões do ombro mais comuns
relacionadas a prática esportiva, faz-se necessária uma revisão literária sobre
as condutas mais assertivas na identificação e tratamento destas lesões.
O profissional de Educação Física necessita compreender a anatomia
funcional e os mecanismos anátomo-fisiopatológicos dessa articulação,
buscando não somente o tratamento, mas a prevenção.
O objetivo do presente texto é alertar os profissionais para as lesões tão
freqüentes, porém pouco mencionadas não esgotando o assunto, mas sim,
instigá-los à busca constante pela informação científica.

ANATOMIA DO OMBRO

A cintura escapular que compreende a escápula e clavícula agregado ao


úmero e manúbrio do externo, constituem o “ombro”, uma articulação
complexa constituída por 5 articulações separadas, sendo estas, a
glenoumeral, a esternoclavicular, a acromioclavicular, a coracoclavicular, e a
escapulotorácica. Cada uma das 5 articulações possui amplitudes e
movimentos específicos, sendo limitados por suas estruturas ósseas,
ligamentares, capsulares, tendões e músculos. Este complexo articular
trabalhando sincronicamente, permite aos membros superiores (MS) grandes
amplitudes de movimentos (ADM), sendo no corpo humano a articulação de
maior mobilidade (Ghorayeb et al; 1999, p. 136; Hall, 2000, pp. 134-135).
Esta coordenação entre a escápula e o úmero é denominado ritmo
escapuloumeral (Hall, 2000; Hirschfeld, 1990).
Na cintura escapular, a articulação glenoumeral também chamada de
escapuloumeral é considerada como a principal deste complexo de 5
articulações, sendo classificada como articulação sinovial, tipo esferoidal,
composta por duas estruturas ósseas que se articulam em suas faces
articulares: a cavidade glenóidea da escápula, e a cabeça do úmero localizada
na epífise proximal do úmero (Ghorayeb et al., 1999; Hall, 2000; Moore, 1990;
Weineck, 1990). A conformação anatômica das faces articulares da
glenoumeral propicia pequena coaptação devido a rasa e pequena superfície da

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cavidade glenóidea e a grande cabeça do úmero (Ghorayeb et al., 1999; Hall,
2000). Com o intuito de amenizar esta incongruência mecânica e contribuir
para mínima estabilidade desta articulação tornando-a congruente, encontra-
se na orla da cavidade glenóidea um lábio formado pela cápsula articular e o
tendão do músculo bíceps braquial (cabeça longa). Os ligamentos
glenoumerais, coracoumeral e os tendões dos músculos subescapular, supra-
espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor se fundem à cápsula articular
(Hall, 2000; Hirschfeld, 1990).
Devido a instabilidade já mencionada dessa articulação, os músculos que
transpassam esta articulação sendo considerados como estabilizadores ativos
trabalham gerando tensões contrárias (agonistas e antagonistas) evitando
desta forma possível luxação (Brown et al., 2001; Hall, 2000).
Acima da articulação glenoumeral, mais especificamente abaixo do
músculo deltóide e do processo ósseo acrômio da escápula, localiza-se 2
bursas ou bolsas (cápsulas revestidas por membrana sinovial cheias de liquido
sinovial): a subdeltóidea, e a subacromial, as quais possuem a função
específica de evitar constantes atritos entre as estruturas ósseas e tecidos
moles adjacentes (Hall, 2000).
O processo ósseo acrômio da escápula relaciona-se ao processo
coracóide por meio do ligamento coracoacromial, formando um teto
protegendo a cabeça do úmero e os ligamentos do manguito rotator quanto a
impactos diretos. No entanto no movimento de abdução do ombro esse teto
osteoligamentar diminui o espaço subacromial, ficando os tecidos
compreendidos neste espaço comprimidos (Hirschfeld et al., 1990).
O manguito rotador, um conjunto de 4 músculos (subescapular, supra-
espinhal, infra-espinhal e redondo menor) oferecem estabilidade dinâmica a
articulação do ombro, assim como realizam os movimentos de rotação e
abdução associados a outros músculos (Mellion, 1997). A inserção proximal
destes localiza-se na escápula, sendo a inserção distal do subescapular no
tubérculo menor do úmero e dos demais no tubérculo maior do úmero (Hall,
2000; Moore, 1990; Weineck, 1990).
O músculo deltóide do ombro possui 3 porções (anterior, lateral e
posterior) que revestem superiormente, anteriormente, lateralmente e
posteriormente a articulação glenoumeral tendo a importante função de
estabilizador desta importante articulação (Weineck, 1990). Este músculo tem
sua inserção proximal na face inferior da clavícula no terço lateral, acrômio e
espinha da escápula, sendo sua inserção distal na tuberosidade do úmero
(Hall, 2000; Moore, 1990; Weineck, 1990).
Outro músculo de vital importância na instabilidade da glenoumeral é o
músculo bíceps braquial (cabeça longa), devido a sua disposição a de seu
tendão o qual transpõe por cima da cabeça do úmero, inserindo-se (inserção
proximal) no tubérculo supraglenóideo da escápula deprimindo a cabeça do
úmero (Brown et al., 2001; Weineck, 1990). O sulco intertubercular do úmero
que abriga o tendão do músculo bíceps braquial cabeça longa pode apresentar
alterações degenerativas que levaria este tendão a possível tendinite e
ruptura.
Inúmeros músculos atuam sobre a articulação glenoumeral estando os
principais listados abaixo (Hall, 2000; Moore, 1990; Weineck, 1990):

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AÇÃO MÚSCULOS
Deltóide anterior / Peitoral maior (clavicular) /
Flexão
Coracobraquial
Deltóide posterior / Peitoral maior (esternal) / Grande
Extensão
dorsal
Abdução Deltóide médio / supra-espinhoso
Redondo maior e menor / Peitoral maior (esternal) /
Adução
Grande dorsal / Coracobraquial
Abdução Deltóide médio e posterior / Infra-espinhoso / Redondo
Horizontal menor
Adução Peitoral maior (clavicular e esternal) / Coracobraquial
Horizontal
Subescapular / Grande dorsal / Redondo maior / *Peitoral
Rotação medial
maior (clavicular) / *Deltóide anterior
Infra-espinhoso / Redondo menor / *Supra-espinhoso /
Rotação lateral
*Deltóide posterior
Obs (*): estes não aparecem como principais em todas as referências.
Tabela 1

LESÕES DO OMBRO

Frontera et. al (2001, p. 215), atenta para o fato de que todas as


doenças articulares possuem fatores intrínsecos como: a rigidez, a dor, a
deformidade articular, a contratura dos tecidos moles, atrofia muscular, o
descondicionamento físico generalizado e a diminuição da função. A perda da
força pode vir associada aos fatores citados.
Desta forma, torna-se importante que o profissional de Educação Física
se atente para a pertinência da lesão. Através da acuidade para os aspectos
morfológicos desta articulação e o conhecimento de manobras específicas,
pode-se alertar e indicar o cliente (aluno) a buscar um profissional responsável
com intenção de diagnosticar tais anomalias e posteriormente tratá-la com
maior afinco.
Hall (2000, p. 145), menciona que grande parte das lesões do ombro no
esporte são decorrentes do esforço repetitivo (overuse), e ou traumáticos.

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LUXAÇÕES

A luxação é a separação das superfícies articulares, proporcionando,


frouxidão dos tecidos circundantes e capsular, devido ao estiramento destes
além de seus limites elásticos. Nestes casos, há grande probabilidade de
reincidência.
As luxações do ombro (glenoumeral) podem ocorrer no sentido anterior,
posterior, superior e inferior. Sendo a anterior a mais freqüente, estando
relacionada ao movimento de abdução, rotação externa e/ou extensão. Vale
salientar que em sua maioria as luxações ocorrem por fatores traumáticos, e
uma minoria atraumática devido a pouca estabilidade já mencionada desta
articulação (Hall, 2000; Iversen, 1985; Mellion, 1997). Vale salientar que
concomitante a luxação pode haver lesão do nervo axilar, rupturas do
manguito rotador, lesão vascular, ruptura do lábio glenoidal e fratura (Brown
et al., 2001). Os mesmos são verificados por exames físicos, radiológicos e
neurológicos (Mellion, 1997). Lutas, futebol americano, ciclismo são exemplos
de alguns esportes propensos a este tipo de lesão (Hall, 2000).
O tratamento da luxação consiste inicialmente em sua redução imediata,
com finalidade de findar a algia, espasmos e contraturas musculares podendo
ser necessário sua imobilização. Após este momento, inicia-se a capacitação da
ADM de forma indolor, evitando movimentos tendenciosos a reincidência da
luxação, devendo ser desenvolvido um trabalho de força ao manguito rotador e
músculos escapulotorácicos (Brown et al., 2001; Iversen,1985).

SÍNDROMES DE IMPACTO (IMPINGEMENT)

Refere-se à redução do espaço subacromial nos movimentos de abdução


ou flexão conjuntamente a rotação interna, levando os tecidos compreendidos
neste espaço a ficarem comprimidos, atritando e impactando a bursa, os
tendões do manguito rotador (inserções distais) entre a cabeça do úmero e o
teto osteoligamentar coracoacromial ou acrômio (Brown et al., 2001; Mellion,
1999). O impacto tende a causar micro e macrotraumatismos nos tendões
provocando tendinites e conseqüente bursite. A insistência desta síndrome
pode acarretar em ruptura parcial ou total do manguito rotador (Brown et al,
2001; Hall, 2000; Mellion, 1997).
Vale salientar que a má conformação anatômica do acrômio tende a
maior incidência desta síndrome (Brown et al., 2001).
Os esportes de arremesso, o tênis e a natação são alguns dos esportes
acometidos pelo impingement (Brown et al., 2001; Hall, 2000; Mellion, 1997).
Caso não haja alguma ruptura de tendão, o tratamento consiste,
inicialmente, em repouso relativo evitando-se atividades que agravem ou
incidam na lesão, com redução do processo inflamatório. Exercícios de ADM e
flexibilidade de baixa intensidade 3 vezes ao dia, seguidos por massagens com
gelo, atenuam o processo inflamatório permitindo a mobilização desta
articulação. Cessado os sintomas agudos e recuperado a ADM, inicia-se os
exercícios para recuperação da força tendo como objetivo os rotadores

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internos e externos, frizando-se a constante intensão em afastar a cabeça do
úmero do impacto ou atrito com o acrômio (tração longitudinal).
A tendinite do supra-espinhoso é observada por algias referidas
profundamente no ombro direcionando-se para a inserção distal do deltóide e
sensibilidade ao toque, também caracterizada por dificuldades em realizar
abdução e rotação externa. O teste de colisão de Neer (flexão forçada do
braço) e o teste de Hawkin (rotação forçada do braço fletido a 90º) são
provocativos a fim de inferir a lesão do supra-espinhoso. A ruptura do
manguito rotador é observada pela incapacidade na execução inicial da
abdução do ombro, assim como algia intensa (Mellion, 1997).
Devido à localização do bíceps braquial (parte proximal) na articulação
glenoumeral este vem a sofrer do impacto. Estes traumatismos constantes
provocam a tendinite progredindo para um processo degenerativo e possível
ruptura (Mellion, 1997; Iversen, 1985). Logo a identificação e tratamento
desta síndrome são de vital importância para que se evite o indesejável. O
Teste de Speed é utilizado para tal finalidade (cotovelo estendido e antebraço
supinado, flexiona-se o cotovelo até 60º contra resistência), caso surta algias
esta indica a lesão (Hirschfeld, 1990; Mellion, 1997). Hirschfeld (1990), incita
outra manobra por afirmar ser a anterior pouco precisa: ombro e cotovelo em
extensão, antebraço pronado, realiza-se a flexão do ombro e do cotovelo
contra resistência, ao mesmo tempo em que se realiza a supinação.

CONSIDERAÇÕES

Com o intuito de tornar tênues as lesões do ombro, o profissional de


Educação Física compreendendo algumas das patogenias e complexidade
dessa articulação deve atentar-se para a necessidade do fortalecimento dos
músculos que propiciam maior coaptação da articulação glenoumeral. O
manguito rotador e o bíceps braquial cabeça longa merecem considerações
especiais, por tanto segue abaixo alguns exercícios físicos direcionados para
tais grupamentos musculares. Deve ser observada a tabela 1 para identificação
dos músculos trabalhados em específico: Manguito rotador - crucifixo inverso
(abdução horizontal ombro), crucifixo inverso no banco supino inclinado
(abdução horizontal ombro); elevação lateral 90º com halteres (abdução
ombro); rotação medial e lateral na polia, braço posição neutra com cotovelo
fletido 90º (rotação ombro). Bíceps braquial – rosca direta supinada no banco
inclinado com halteres (flexão cotovelo); rosca direta em pé barra EZ (flexão
cotovelo). Tais exercícios podem ser utilizados em determinadas fases da
reabilitação, porem devem ser respeitadas as considerações já mencionadas
neste informativo.
Importante lembrarmos sobre o ritmo escapuloumeral sendo necessário
que todos os grupamentos musculares envolvidos na articulação do ombro
estejam atuando harmonicamente, agonistas e antagonistas, logo, devemos
analisar as debilidades de nossos clientes a fim de direcionarmos um trabalho
muscular coeso. Outra consideração importante relaciona-se com a boa
execução técnica dos movimentos esportivos, a qual pode atenuar as lesões
mioarticulares nestas práticas.

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Os profissionais da educação Físicos têm um importante papel na área da
saúde prevenindo e, eventualmente, reabilitando tais lesões sendo de sua
competência capacitar-se e esmerilhar-se em seu pronto atendimento
mostrando socialmente sua grande valia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

BROWN, David E. e NEWMANN, Randall D. (2001). Segredos em Ortopedia.


Porto Alegre: Artmed.

FRONTERA, Walter R.; DAWSON, David M. e SLOVIK, David M. (2001).


Exercício Físico e Reabilitação. Porto Alegre: Artmed.

GHORAYEB, Nabil e BARROS, Turíbio (org.) (1999). O Exercício: Preparação


Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. Rio de Janeiro:
Atheneu.

HALL, Susan J. (2000). Biomecânica Básica. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan.

HIRSCHFELD, Peter e WINKEL, Dos (1990). Medicina Ortopédica pelo Método


de Cyriax: Diagnóstico Funcional e Terapia Casual. São Paulo: Santos.

IVERSEN, Larry D. e CLAWSON, D. Kay (1985). Urgencias en Ortopedia


Traumatología. Buenos Aires: Panamericana.

MELLION, Morris B. (1997). Segredos em Medicina Desportiva. Porto Alegre:


Artmed.

MOORE, Keith L. e DALLEY, Arthur F. (2001). Anatomia Orientada para Clínica.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

WEINECK, J. (1990). Anatomia Aplicada ao Esporte. São Paulo: Manole.

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