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Fala galera!!!
Acabei de fazer, com carinho, dicas de direito humanos para vocês que
estão na reta final de preparação... agora é a hora do gás total...vamos com
força!!!!
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Os membros são eleitos pela Assembléia Geral da Organização.
Dica 9. É bom alertar que estes direitos fazem parte do núcleo irreformável da
Constituição, constituindo cláusulas pétreas (art. 60, §4, IV). É voz corrente
que, apesar do art. 60, §4, IV se referir a “direitos e garantias individuais, ele se
refere a todos os direitos e garantias fundamentais.
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Dica 10. A cada momento histórico foram agregando direitos aos já concebidos
formando o conjunto de direitos humanos/fundamentais que temos atualmente.
Por isso, convencionou-se chamar de gerações ou dimensões de direitos
humanos. Nesse sentido, pode-se afirmar que os direitos foram sendo
conquistados e organizados da seguinte ordem:
a) 1ª Dimensão ou geração (França - 1789) – Direito à prestações negativas -
obrigações de não fazer impostas ao Estado, como os direitos e garantias
individuais tais quais o direito à liberdade, vida, propriedade, inviolabilidade de
correspondência, domicílio, telefônica e assim por diante.
b) 2ª Dimensão ou geração (México 1917 e Alemanha 1919) – Direito à
prestação positiva – obrigações de fazer impostas ao Estado, como os
direitos sociais, de onde podemos extrair o direito à saúde, educação,
previdência, alimentação, etc.
c) 3ª Dimensão ou geração – busca tutelar a sociedade como coletividade –
trata-se dos direitos metaindividuais (ou transindividuais ou ainda coletivos
lato sensu) de onde extraímos os direitos difusos e coletivos strictu sensu como
direito a solidariedade, fraternidade, a paz e assim por diante.
d) 4ª Dimensão ou geração – apesar de divergente, temos como posição
predominante o direito à engenharia genética, como clonagem, congelamento
de embrião, células tronco, etc.
e) 5ª Dimensão ou geração – é o direito à realidade virtual, isto é, o direito
cibernético como direitos sobre o software, direito autoral de obras publicadas
por meio digital, pirataria, etc.
f) 6ª Dimensão ou geração – é o direito encontrado na declaração de
independência dos Estados Unidos, qual seja, direito de buscar a felicidade,
como por exemplo o direito das famílias eudemônicas, união homoafetiva,
cirurgia de redesignação sexual dentre outros.
P.S: É bom frisar que a doutrina mais tradicional concebem somente até a
terceira dimensão, eis que os demais seriam antigos direitos adaptados às
novas exigências da sociedade moderna.
Inclusive, é possível encontrar outros posicionamentos do que vem a ser
4ª, 5ª e 6ª geração de direitos.
Dica 11. O artigo 5, VI, VII e VIII, trata da liberdade de convicção filosófica,
política e religiosa (esta última conhecida como princípio do laicivismo ou
Estado leigo ou Estado laico ou Estado não confessional). Segundo esta
regra, todos podem deixar de cumprir obrigações em razão de suas convicções
religiosas, filosóficas e políticas (este ato conhecido como escusa de
consciência). Porém, se a obrigação for legal (prevista em lei) imposta a todos,
esta terá que ser cumprida, independente de suas convicções (art. 5, VIII).
Como exemplo, podemos citar a obrigação eleitoral (votar) e alistamento
militar.
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Se a obrigação prevista em lei não for cumprida, será imposta uma
sanção, como multa no caso de inadimplência eleitoral e serviço alternativo no
caso de obrigação militar. Somente após o não cumprimento das sanções é
que haverá restrições (suspensão) dos direitos políticos nos moldes do art. 15,
IV.
A leitura deste inciso não pode nos induzir a interpretá-lo como forma de
vedação ao ensino religioso na rede pública de ensino, até porque o art. 210,
§1 autoriza o ensino religioso em escola pública, desde que a matrícula seja
facultativa, por óbvio não será permitido ensinar os fundamentos de uma única
religião. O art. 33 da L. 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que
estabelece o respeito à diversidade cultural religiosa no Brasil e veda qualquer
forma de proselitismo.
Dica 13. O art. 5, XI constitui uma das mais incidentes questões de prova dos
últimos anos. Segundo esse inciso “a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial”. Deve se ter em mente que: a) Casa (sob a ótica
deste inciso) é qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde a
pessoa exerça sua profissão ou utilize como moradia. Neste conceito
enquadram-se no conceito clínicas particulares, escritório de advocacia,
consultório médico, trailer, quarto de hotel ocupado e assim por diante; b) Em
caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro (fds), pode a
qualquer hora e em qualquer dia sem determinação judicial; c) se não for nas
três hipóteses citadas (fds) somente durante o dia por determinação judicial.
Sobre o conceito de dia o STF adota o critério cronológico segundo o qual dia é
o período compreendido entre 6:00 e 18:00h1.
1
Esse é o entendimento de Alexandre de Moraes, José Afonso da Silva, Pedro Lenza, Guilherme Peña de
Moraes.
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constitucionais ou em norma legal. Autoridades carcerárias podem violar o
sigilo de correspondência de preso. Comissão paramentar de inquérito pode
determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal.
No caso de comunicações telefônicas (que deve ser entendida como
espécies do gênero interceptação telefônica e escuta telefônica), somente é
possível sua violação por ordem judicial e para fins criminais (investigação
criminal ou instrução processual penal).
Fiquem ligados! Interceptação telefônica só por ordem judicial, mas
quebra do sigilo telefônico, como contêm dados (conta reversa – número dos
telefones para o qual ligou, tempo de ligação, etc.), pode ser violado por
outras autoridades ou órgãos como a própria CPI citada acima.
Dica 17. O art. 5, LI e LII versam sobre extradição, que é o ato em que uma
pessoa é enviada a outro território em razão da competência para julgamento
e/ou punição.
Por ser um ato que depende de requerimento, sempre haverá um viés ativo
e um passivo. A extradição ativa é ocupada por aquele que ocupa o pólo ativo
do pedido extradicional (extradição ativa) e a extradição passiva é realizada
pelo legitimado passivo do processo de extradição (país requerido). Por isso,
apesar do art. 5, LI afirmar que “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado...” é possível a extradição de brasileiro nato em seu viés ativo,
isto é, um brasileiro pode ser extraditado de outro país para o Brasil, como
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aconteceu com Salvatore Cacciola, preso em Mônaco e extraditado para o
Brasil em razão dos crimes contra o sistema financeiro ao qual foi condenado.
Já o brasileiro naturalizado será extraditado ativa e passivamente. Esta
última hipótese somente ocorrerá se no momento do crime comum cometido o
estrangeiro ainda não havia adquirido a naturalização brasileira (“crime comum
praticado antes da naturalização”) ou se praticar tráfico ilícito de entorpecentes.
Neste caso, não importa saber o exato momento da naturalização, já que a
Constituição afirma que esta extradição pode ocorrer a qualquer tempo, antes
ou depois da naturalização.
O estrangeiro poderá ser extraditado se tiver cumprido os demais requisitos
estabelecidos na Lei 6815/80 (Estatuto do estrangeiro). Há vedação somente
se o crime praticado for político ou de opinião (art.5, LII).
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Os tratados e convenções internacionais que não dispuserem sobre
direitos humanos possuem a mesma hierarquia que lei ordinária. Já os que
versam sobre direitos humanos e aprovados antes da E.C. 45/04 possuem
força supralegal.
Dica 21. Como afirmado acima, além do §3, a reforma do judiciário incluiu o §
4º no art. 5. neste estabeleceu que “o Brasil se submete à jurisdição de
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.” Essa
adesão já havia acontecido antes da Emenda Constitucional através do
Decreto Legislativo 112/02 e Decreto Executivo 4.388/02, este último trazendo
toda a redação do Estatuto de Roma de 17/07/98, conhecido como Tribunal
Penal Internacional (TPI).
Logo no preâmbulo a lei do TPI estabelece que este Tribunal é
complementar (subsidiário) à jurisdição nacional.
O problema é que há institutos previstos no Estatuto que
“aparentemente” colidem com os preceitos fundamentais. Como a possibilidade
de se enviar uma pessoa que está no Brasil para ser julgada perante o TPI,
assemelhando-se a extradição. Este envio deve ocorrer mesmo nas hipóteses
onde não são admitidas extradição (por colidir, por exemplo, com um
dispositivo específico do estatuto do estrangeiro). Ao julgar a Pet
4625/República do Sudão, o STF realizou a distinção entre a extradição e o
instituto previsto no Dec. 4.388/02, que seria denominado entrega ou
surrender ou remisse.
Para isso, lembrou que a extradição só pode ser formulada por Estado
soberano estrangeiro, ao passo que a entrega pode ser requerida por
organismo internacional. Ademais, para acabar com qualquer dúvida, fez uso
do art. 102 do Estatuto de Roma que prevê “a) Por ‘entrega’, entende-se a
entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal, nos termos do presente
Estatuto. b) Por ‘extradição’, entende-se a entrega de uma pessoa por um
Estado a outro Estado, conforme previsto em um tratado, em uma convenção
ou no direito interno.”
Rodrigo Padilha
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