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MARINHA

Técnico em Enfermagem

Tipos de unidades de saúde, a equipe de saúde e a equipe de Enfermagem...................... 1


Necessidades básicas do paciente; Princípios básicos de Enfermagem, Procedimentos de
Enfermagem ............................................................................................................................. 9
Fundamentos de anatomia, fisiologia, microbiologia, parasitologia, nutrição e higiene ...... 35
Princípios e métodos de desinfecção e esterilização ........................................................ 51
Admissão e alta do paciente .............................................................................................. 69
A participação do Técnico de Enfermagem no plano de cuidados de Enfermagem ........... 75
Verificação de sinais vitais, peso e mensuração; monitorização do paciente; .................... 75
Alimentação (cuidados na administração de dieta oral, enteral e parenteral), conforto,
higiene. Segurança do paciente. ............................................................................................ 83
Preparo e manutenção da unidade do paciente ................................................................. 83
Preparo, cálculo e Vias de administração de medicamentos; Noções de farmacologia ... 107
Registro e anotações dos cuidados prestados ao paciente.............................................. 132
Aplicação de calor e frio ................................................................................................... 136
Oxigenoterapia ................................................................................................................ 138
Curativos; ........................................................................................................................ 151
O paciente terminal e cuidados pós-morte ....................................................................... 159
Mediadas de precaução e isolamento. Medidas de prevenção de infecção hospitalar
relacionada à assistência à saúde ........................................................................................ 165

Apostila gerada especialmente para: Janderson silva de mendonça 1088.019.224-00


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Tipos de unidades de saúde, a equipe de saúde e a equipe de Enfermagem

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção
integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado
e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de
territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade
existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e
variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e
relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético
de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas.
Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da
Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo,
da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção
sociocultural, buscando produzir a atenção integral.

São características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica

I - definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes;
II - programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades
de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde
segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e
organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a
divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando
o acesso dos usuários;
III - desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais,
alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças
e danos evitáveis;
IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de
saúde e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda
espontânea e o primeiro atendimento às urgências;
V - prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;
VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões
comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada;
VII - desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população,
no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários;
VIII - implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão tais como a participação
coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes
sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de
trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e
organização do serviço em função delas, entre outras;
IX - participar do planejamento local de saúde assim como do monitoramento e a avaliação das ações
na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento
frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
X - desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e
XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde
controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de
saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde
e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos.

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Das Atribuições dos membros das equipes de Atenção Básica

As atribuições de cada um dos profissionais das equipes de atenção básica devem seguir as referidas
disposições legais que regulamentam o exercício de cada uma das profissões.

São atribuições comuns a todos os profissionais


I - participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando
grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades;
II - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação indicado
pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde
considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;
III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde,
e quando necessário no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre
outros);
IV - realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem
como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
V - garantir da atenção à saúde buscando a integralidade por meio da realização de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da
demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde;
VI - participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta qualificada das necessidades de saúde,
procedendo a primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de
informações e sinais clínicos) e identificação das necessidades de intervenções de cuidado,
proporcionando atendimento humanizado, se responsabilizando pela continuidade da atenção e
viabilizando o estabelecimento do vínculo;
VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos
e situações de importância local;
VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando
esta necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde;
IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa propor intervenções
que influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das famílias, coletividades e da própria
comunidade;
X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação das ações
da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis;
XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações implementadas, visando à readequação do
processo de trabalho;
XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informação na Atenção Básica;
XIII - realizar trabalhos interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de
diferentes formações;
XIV - realizar ações de educação em saúde a população adstrita, conforme planejamento da equipe;
XV - participar das atividades de educação permanente;
XVI - promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social;
XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais; e
XVIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais. Outras
atribuições específicas dos profissionais da Atenção Básica poderão constar de normatização do
município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva gestão e as
prioridades nacionais e estaduais pactuadas.

Das atribuições específicas

Do enfermeiro
I - realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as
fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;
II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos ou
outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
observadas as disposições legais da profissão, solicitar exames complementares, prescrever medicações
e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços;
III - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

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IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros
membros da equipe;
V - contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e
outros membros da equipe; e
VI - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.

Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem


I - participar das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua
profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários
(escolas, associações, etc.);
II - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
III - realizar ações de educação em saúde a população adstrita, conforme planejamento da equipe;
IV - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; e
V - contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente.

Do Médico
I - realizar atenção à saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade;
II - realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e,
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações etc.);
III - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais,
mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário;
V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a necessidade de internação
hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário;
VI - contribuir, realizar e participar das atividades de Educação Permanente de todos os membros da
equipe; e
VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USB.
Do Agente Comunitário de Saúde:
I - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a micro área;
II - cadastrar todas as pessoas de sua micro área e manter os cadastros atualizados;
III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade.
As visitas deverão ser programadas em conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e
vulnerabilidade de modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo
como referência a média de 1 (uma) visita/família/mês;
VI - desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à
UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e
grupos sociais ou coletividade;
VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de
vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos
domicílios e na comunidade, como por exemplo, combate à Dengue, malária, leishmaniose, entre outras,
mantendo a equipe informada, principalmente a respeito das situações de risco; e
VIII - estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à
promoção da saúde, à prevenção das doenças, e ao acompanhamento das pessoas com problemas de
saúde, bem como ao acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família ou de qualquer
outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo
Governo Federal, estadual e municipal de acordo com o planejamento da equipe.
É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas unidades básicas de saúde, desde que
vinculadas às atribuições acima. Do Cirurgião-Dentista:
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a
programação em saúde bucal;
II - realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,
diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento da equipe, com
resolubilidade;

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III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das
urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da
instalação de próteses dentárias elementares;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças
bucais;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB);
e
VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.

Do Técnico em Saúde Bucal (TSB)


I - realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos
específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais;
II - coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos;
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal;
V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS;
VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores
das ações de promoção à saúde;
VII - participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças
bucais;
VIII - participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de
examinador;
IX - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;
XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos exclusivamente em consultórios ou clínicas
odontológicas;
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta,
vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;
XIV - proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive
em ambientes hospitalares; e
XV - aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e
resíduos odontológicos. Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos,
mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
II - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;
III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, equipamentos
odontológicos e do ambiente de trabalho;
IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas;
V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
VII - aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de
produtos e resíduos odontológicos;
VIII - processar filme radiográfico;
IX - selecionar moldeiras;
X - preparar modelos em gesso;
XI - manipular materiais de uso odontológico; e
X - participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de
examinador.

Especificidades da Estratégia de Saúde da Família. A estratégia de Saúde da Família visa à


reorganização da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é
tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo
CONASS e CONASEMS, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica

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por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios,
diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde
das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Especificidades da equipe de saúde da família

São itens necessários à estratégia Saúde da Família


I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde da família) composta por, no mínimo, médico
generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro
generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes
comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional,
os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar
e/ou técnico em Saúde Bucal;
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo
de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo
recomendado de pessoas por equipe;
III - cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a
média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para esta definição.
Recomenda- se que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias
daquele território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de
pessoas por equipe;
IV - cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente
ao profissional médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e com carga horária total de 40
(quarenta) horas semanais; e
V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da
equipe de saúde da família, à exceção dos profissionais médicos, cuja jornada é descrita no próximo
inciso. A jornada de 40 (quarenta) horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32 (trinta
e duas) horas da carga horária para atividades na equipe de saúde da família podendo, conforme decisão
e prévia autorização do gestor, dedicar até 08 (oito) horas do total da carga horária para prestação de
serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especialização em saúde da família,
residência multiprofissional e/ou de medicina de família e de comunidade, bem como atividades de
educação permanente e apoio matricial.

Serão admitidas também, além da inserção integral (40h), as seguintes modalidades de inserção dos
profissionais médicos generalistas ou especialistas em saúde da família ou médicos de família e
comunidade nas Equipes de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de incentivo federal:
I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em uma mesma UBS, cumprindo individualmente
carga horária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um) médico com jornada de 40 horas semanais),
com repasse integral do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família;
II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga
horária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes),
com repasse integral do incentivo financeiro referente a duas equipes de saúde da família;
III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com carga horária semanal de
30 horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas semanais, de três equipes), com
repasse integral do incentivo financeiro referente a três equipes de saúde da família;
IV - 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprindo individualmente jornada de 20 horas
semanais, e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, com repasse mensal equivalente a
85% do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família; e
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais profissionais com jornada de 40
horas semanais, com repasse mensal equivalente a 60% do incentivo financeiro referente a uma equipe
de saúde da família. Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o gestor municipal deve
organizar os protocolos de atuação da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a esta
especificidade. Além disso, é recomendável que o número de usuários por equipe seja próximo de 2.500
pessoas. As equipes com esta configuração são denominadas Equipes Transitórias, pois, ainda que não
tenham tempo mínimo estabelecido de permanência neste formato, é desejável que o gestor, tão logo
tenha condições, transite para um dos formatos anteriores que preveem horas de médico disponíveis
durante todo o tempo de funcionamento da equipe.

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A quantidade de Equipes de Saúde da Família na modalidade transitória ficará condicionada aos
seguintes critérios:
I - Município com até 20 mil habitantes e contando com 01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da
Família, poderá ter até 2 (duas) equipes na modalidade transitória;
II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de 03 (três) equipes poderá ter até 50% das
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória;
III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória;
IV - Município com população entre 50 e 100 mil habitantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória; e
V - Município com população acima de 100 mil habitantes poderá ter até 10% (dez por cento) das
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória.

Em todas as possibilidades de inserção do profissional médico descritas acima, considerando a


importância de manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado, este profissional deverá ter
usuários adscritos de modo que cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1 (um) ACS
(Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01(um)
médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião-dentista, 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal,
sem que a carga horária diferente de trabalho comprometa o cuidado e/ou processo de trabalho da
equipe.
Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitária por um território de referência, sendo que nos
casos previstos nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes com número de profissionais e
população adscrita equivalentes a 2 (duas) e 3 (três) equipes de saúde da família, respectivamente.
As equipes de saúde da família devem estar devidamente cadastradas no sistema de cadastro
nacional vigente de acordo com conformação e modalidade de inserção do profissional médico.
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profissionais das equipes e os
horários e dias de funcionamento das UBS devem ser organizados de modo que garantam o maior acesso
possível, o vínculo entre usuários e profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade do
cuidado. Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das equipes de saúde da família

Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de saúde da família podem se organizar
nas seguintes modalidades:
I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família e auxiliar em saúde bucal (ASB);
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, técnico em saúde bucal (TSB)
e auxiliar em saúde bucal (ASB); e
III - Profissionais das modalidades I ou II que operam em Unidade Odontológica Móvel.

Independente da modalidade adotado, recomenda-se que os profissionais de Saúde Bucal, estejam


vinculados a uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho da equipe tendo
responsabilidade sanitária pela mesma população e território que a ESF à qual integra, e com jornada de
trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes.
Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com os profissionais de saúde bucal ou quando
se introduzir pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já implantada, modalidade I
ou II, o gestor receberá do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, através de doação direta
ou o repasse de recursos necessários para adquiri-los (equipo odontológico completo). Especificidades
da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde É prevista a implantação da estratégia de Agentes
Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a reorganização
inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da estratégia de saúde da família ou como
uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica.
São itens necessários à implantação desta estratégia:
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no sistema de Cadastro Nacional vigente
que passa a ser a UBS de referência para a equipe de agentes comunitários de saúde;
II - a existência de um enfermeiro para até no máximo 12 ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma
equipe de Agentes Comunitários de Saúde; e
III - o cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por toda a equipe de agentes
comunitários, composta por ACS e enfermeiro supervisor.
Fica garantido o financiamento das equipes de agentes comunitários de saúde já credenciadas em
data anterior a esta portaria que não estão adequadas ao parâmetro de 01 enfermeiro para no máximo

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12 ACS, porém extinta a possibilidade de implantação de novas equipes com esta configuração a partir
da publicação desta Portaria.
Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta portaria e ter uma micro área sob sua
responsabilidade, cuja população não ultrapasse750 pessoas.
O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de Saúde, além das atribuições de atenção à saúde
e de gestão, comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica descritas nesta portaria, a atribuição de
planejar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos enfermeiros da estratégia
de saúde da família, e deve ainda facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e
os ACS contribuindo para a organização da atenção à saúde, qualificação do acesso, acolhimento,
vínculo, longitudinalidade do cuidado e orientação da atuação da equipe da UBS em função das
prioridades definidas equanimemente conforme critérios de necessidade de saúde, vulnerabilidade, risco,
entre outros.

Núcleos de Apoio à Saúde da Família


Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram criados com o objetivo de ampliar a
abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são constituídos por equipes compostas por
profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os
profissionais das Equipes Saúde da Família, das Equipes de atenção Básica para populações específicas
(consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais, etc.) e academia da saúde, compartilhando as práticas
e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes, atuando diretamente no apoio
matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território destas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas
independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes,
quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir das
demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou Academia da saúde, atuar de forma
integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, Ambulatórios Especializados
etc.) além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
A responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as equipes de saúde da família/equipes
de atenção básica para populações específicas prevê a revisão da prática do encaminhamento com base
nos processos de referência e contra referência, ampliando a para um processo de compartilhamento de
casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes de atenção básica, atuando no
fortalecimento de seus princípios e no papel de coordenação do cuidado nas redes de atenção à saúde.
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente
por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção
sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. São exemplos de
ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendimento conjunto
ou não, Inter consulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções
no território e na saúde de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes e etc. Todas as
atividades podem ser desenvolvidas nas unidades básicas de saúde, academias da saúde ou em outros
pontos do território.
Os NASF devem utilizar as Academias da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de
intervenção coletiva das equipes de atenção básica para as ações de promoção de saúde, buscando
fortalecer o protagonismo de grupos sociais em condições de vulnerabilidade na superação de sua
condição.
Quando presente no NASF, o profissional sanitarista pode reforçar as ações de apoio institucional e/ou
matricial, ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais como: análise e intervenção conjunta
sobre riscos coletivos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações e indicadores e saúde (bem
como de eventos-sentinela e casos-traçadores e analisadores), suporte à organização do processo de
trabalho (acolhimento, cuidado continuado/programado, ações coletivas, gestão das agendas, articulação
com outros pontos de atenção da rede, identificação de necessidades de educação permanente,
utilização de dispositivos de gestão do cuidado etc.).
Os NASF podem ser organizados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais
de uma modalidade deforma concomitante nos municípios e no Distrito Federal não receberá incentivo
financeiro federal.

O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma composição de profissionais de nível superior
escolhidos dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguintes condições:

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I - a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular no mínimo 200 horas
semanais;
II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; e
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de
carga horária semanal.

O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma composição de profissionais de nível superior
escolhidos dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguintes condições:
I - a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular no mínimo 120 horas
semanais;
II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; e III - cada ocupação,
considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga horária semanal.
Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO:
Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico;
Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico
Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico
Internista (clínica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte
e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de
saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.
A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de
prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de
saúde que serão apoiadas.
Os NASF 1 e 2 devem funcionar em horário de trabalho coincidente com o das equipes de Saúde da
Família e/ou equipes de atenção básica para populações específicas que apoiam.
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde, localizada
preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
atenção básica para populações específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a existência
de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde específicos para a equipe de NASF.
A organização do trabalho do NASF deve seguir as normas publicadas pelo Ministério da Saúde
destacando os Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do tema, descrevendo as diretrizes, o
processo de trabalho, as principais ferramentas e as ações de responsabilidade de todos os profissionais
dos NASF a serem desenvolvidas em conjunto com as equipes de Saúde da Família, equipes de atenção
básica para populações específicas e/ou academia da saúde. Define-se que cada NASF 1 realize suas
atividades vinculado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família e no máximo 15 (quinze) equipes
de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para populações específicas. Excepcionalmente,
nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul
Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no
máximo 9 (nove) equipes.
Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde
da Família e no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família.
OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se tornarão automaticamente NASF 2, para isso os
municípios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados ao Ministério da Saúde deverão enviar para
CIB documento que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o financiamento dos NASF
intermunicipais já habilitados em data anterior, porém extinta a possibilidade de implantação de novos a
partir da publicação desta portaria.
Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três) polos do Programa Academia da Saúde em
seu território de abrangência, independente do tipo de NASF e da modalidade do polo implantado. Para
cada polo vinculado à equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profissional de saúde de nível
superior com carga horária de 40 horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de nível superior com
carga horária mínima de 20 horas semanais cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades do
Programa Academia da Saúde. Este(s) profissional(is) deve(m) ter formação compatível e exercer função
relacionada às atividades da academia da saúde.

Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos Municípios e do Distrito Federal:


I - definir o território de atuação de cada NASF de acordo com as equipes de Saúde da Família e/ou
equipes de atenção básica para populações específicas às quais estes NASF estiverem vinculados;
propiciar o planejamento das ações que serão realizadas pelos NASF, de forma compartilhada entre os
profissionais (Equipe NASF e Equipe SF e Equipes de atenção básica para populações específicas);

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II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais dos NASF, em conformidade com a legislação
vigente nos municípios e Distrito Federal; e
III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e garantir os recursos de custeio necessários ao
desenvolvimento das atividades mínimas descritas no escopo de ações dos diferentes profissionais que
comporão os NASF, não sendo recomendada estrutura física específica para a equipe de NASF.

Necessidades básicas do paciente; Princípios básicos de Enfermagem,


procedimentos de Enfermagem.

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM

Prontuário do Paciente

O prontuário do paciente contém todas as informações sobre o cliente, relatadas ao serviço médico,
de enfermagem, de nutrição, laboratório, etc. Em geral, os prontuários são constituídos por:
- Folha de identificação e relatório médico;
- Prescrição médica e Sistematização da Assistência de Enfermagem;
- Relatórios de enfermagem;
- Evolução Clínica (Médica e Enfermeiro);
- Exames complementares.

As informações sobre o paciente devem se exatas, claras objetivas e legíveis (o costume de anotar
usando letra de forma facilita a leitura dos relatórios). Nunca usar borracha ou rabiscar. Em caso de erro,
colocar a parte errada entre parênteses e escrever “sem efeito” logo em seguida. As palavras devem ser
escritas por extenso, evitando interpretações erradas de palavras abreviadas.
Os cabeçalhos devem ser completos. Quando terminar uma folha, colocar outra preenchendo todos
os itens do cabeçalho outra vez. Toas as anotações devem ser assinadas e datadas.

Finalidades:
- Auxilia no diagnóstico e tratamento;
- Constitui valioso material para ensino;
- Oferece dados e informações para pesquisa e estatísticas;
- É documento legal para fins legais;
- Eficiência do atendimento médico e de enfermagem.

Admissão

O paciente deve ser recebido no hospital com toda cordialidade e atenção. A primeira impressão que
o paciente tem e sempre de grande importância para inspirar-lhe confiança no hospital e no tratamento
que ali vai receber. Este bom acolhimento influirá também nos familiares ou pessoas que o acompanham.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Preencher todos os dados da ficha de identificação do paciente;
- Fazer a lista dos valores do paciente sob suas vistas ou alguém de sua família. Entregá-los ao
responsável para guarda-los no cofre do hospital ou conforme rotina da instituição;
- Levar o paciente até seu quarto e orientá-lo quanto as instalações sanitárias e demais dependências
da enfermaria;
- Deixar a campainha ao seu alcance;
- Providenciar para que o paciente conheça a equipe que lhe dará assistência. Mostrar-lhe o
regulamento do hospital quanto a visita, horas de repouso, de refeição, etc.;
- Encaminhar o paciente para o banho oferecendo o material;
- Arrumar a cama conforme técnica de arrumação de cama aberta;
- Acomodar o paciente e verificar os sinais vitais, fazer o exame físico conforme a técnica, lavando as
mãos antes e após os procedimentos;
- Anotar na folha de evolução de enfermagem o horário da admissão, sinais vitais, exame físico
completo, e se o paciente veio sozinho acompanhado, deambulando, em cadeira de rodas ou de maca;
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- Comunicar o serviço de nutrição a dieta do paciente;
- Encaminhar pedidos de exames;
- Iniciar o tratamento propriamente dito.

Alta Hospitalar

Técnica
- Verificar se a folha de alta está assinada e carimbada pelo médico;
- Reunir e entregar os pertences ao paciente;
- Verificar se existem valores do paciente guardados pelo hospital tais como: dinheiro, joias,
documentos etc;
- Se houver necessidade ajudar o paciente a vestir-se;
- Anotar no prontuário o horário e as condições em que o paciente está saindo, e as orientações feitas
no momento da alta;
- Esperar os familiares ou responsável;
- Acompanhar o paciente a portaria.

Obs.: em caso de alta por óbito, anotar no prontuário a hora, e o médico que constatou e atestou o
óbito.

Observação e anotação do estado do paciente sob ponto de vista anatômico, fisiológico e psicológico.
-Aspecto Geral: Quando ao estado geral do paciente, vamos observar se está magro, gordo, cianótico,
avermelhado, ictérico (amarelado), pálido, fraco, apático (indiferente), nervoso, cansado, grave, agitado.
Observamos todos esses aspectos. Na observação do aspecto geral deve-se anotar qualquer
anormalidade que ocorra com o paciente, como peles, olhos, nariz, ouvidos e etc.
-Estado Mental, observaremos o seguinte: O paciente está consciente, delirante, inconsciente, lúcido,
acuidade auditiva diminuída, deprimido, exaltado, ansioso, alegre, excitado, etc.
-Tipo de Tosse: Um dos sinais importantes para a observação de enfermagem. Observa-se o seguinte:
E frequente, mais comum a noite, ocasional, constante, estertorosa, rouca, seca, com ou sem
expectoração.
-Excreção e Eliminação - observaremos nas fezes: Cor, odor, qualidade, consistência. Quanto a
consistência: Liquidas, semilíquidas, pastosas. Se há detritos de alimentos, presença de muco, pus,
cálculos, sangue escuro (melena), etc.
- Expectoração, observa-se quantidade, cor, odor. A expectoração com raios de sangue vermelho vivo,
chama-se hemoptise.
-Urina- cor, odor, quantidade. Observa-se também se há incontinência, dor ao urinar, se há retenção,
ou presença de pus, sangue (hematúria), etc.
-Vômitos- cor, odor quantidade. Observa-se se há presença de restos alimentares. Quando há
presença de sangue, cor "borra de café", denomina-se de hematêmese.
-Extremidades- devemos dar grande importância a observação das extremidades cor e temperatura.
Observa-se se estão frias, cianóticas, avermelhadas, edema, presença de pulso pedial, etc.
-Dor- devemos observar atentamente o tipo de dor referida pelo paciente: Intensa, latejante, agudas,
espasmódicas, súbitas, perfurante, continua, irregular, curta ou longa duração. Não esquecer o lado ou
órgão em que o paciente sente a dor e se é intensificada pelo movimento, pela respiração, pela tosse,
pela ingestão de alimentos, etc.
-Pulso- ao verificarmos o pulso do paciente, observamos: Forte, fraco, lento, palpável, impalpável. No
que se refere ao ritmo, sentimos:
-Ritmo: Intermitente, regular, irregular, alternante, agitado, normal, lento, rápido, dicrotico (que
apresenta 2 vibrações na pulsação). Se apresentar digeminado (com 2 batimentos seguidos de uma
pausa), trigeminado (3 batimentos seguidos e uma pausa), em martelo d'agua ou pulso de Corrigan
(batimento violento, seguido de colapso súbito). A tensão, se está elevada, baixa, moderada, artérias
duras ou espessas, elásticas. A velocidade está normal, diminuídas (bradisfigmia), acelerada
(taquisfigmia).
-Respiração Nesta, se os movimentos são normais (eupneia), se são abdominais ou profundos, se há
parada respiratória (apneia), lentos, rápidos, do tipo Cheyne-Stokes (ciclo de movimentos cada vez mais
profundos e mais difíceis, seguidos de um período de apneia).

Nota: a observação de enfermagem não se resume somente nos itens citados acima, mas estes são
os principais sinais e sintomas verificados pela equipe de enfermagem na rotina hospitalar.

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Transferência

A transferência se processa como a alta. A unidade para onde o paciente vai deve ser avisada com
antecedência, para que esteja preparada para recebe-lo.
O prontuário deve ser entregue à chefe da outra unidade.
O paciente será transportado de acordo com seu estado geral.

Técnica de Lavagem das Mãos


- Finalidades promover a remoção dos microrganismos da flora transitória e algumas vezes da flora
permanente;
- Remover células descamativas, pelos, suor, sujidades e oleosidades;
- Prevenir infecção hospitalar;
- Material;
- Sabão líquido;
- Papel toalha.

Técnica
- Abrir a torneira e deixar a água fluir;
- Molhar as mãos;
- Aplicar 3 ml de sabão líquido (bactericida) na palma de uma das mãos;
- Fazer movimentos de fricção com a palma das mãos e após entrelaçar os dedos mantendo a fricção;
- Friccione a região da palma das mãos com as pontas dos dedos da mão oposta, fazendo o mesmo
com a ponta do polegar;
- Repetir o movimento com a outra mão;
- Friccione com a palma de uma das mãos, o dorso da mão oposta e a seguir entrelaçar os dedos
mantendo a fricção;
- Repetir o procedimento na mão oposta;
- Segurar o polegar de uma das mãos e fazer movimentos de fricção rotatória;
- Repetir o movimento anterior com o polegar da mão oposta;
- Friccionar com a palma de uma das mãos, o punho da mão oposta;
- Repetir o procedimento no punho oposto;
- Enxaguar completamente, da mão para o punho, com água corrente;
- Secar as mãos com papel toalha;
- Fechar a torneira com o próprio papel utilizado para secar as mãos, ou utilizar o cotovelo para fechar
caso haver dispositivo.

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Limpeza de Unidade

É a limpeza realizada na Unidade do Paciente, pode ser: Limpeza concorrente e Limpeza Terminal.

Limpeza Concorrente
É feita diariamente após o banho do paciente e arrumação do seu leito. Consiste na limpeza de parte
do mobiliário da unidade do paciente.

Limpeza Terminal
É a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta, óbito ou transferência.

Normas
- A limpeza terminal da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário da enfermagem após
alta, transferência ou óbito;
- A limpeza concorrente da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário da enfermagem
uma vez a cada plantão;
- O produto utilizado para a limpeza terminal da unidade deverá ser fenol sintético. No caso da limpeza
concorrente, usar álcool a 70%;

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- A limpeza do carrinho de banho, carrinho de parada, carrinhos de medicação e de curativo, deverá
ser feita uma vez por plantão pela enfermagem, com fenol sintético;
- Os panos de limpeza utilizados na limpeza terminal ou concorrente, deverão ser enxaguados quantas
vezes forem necessárias na bacia utilizada para este fim;
- Ao realizar a limpeza concorrente, limpar a unidade com agua e sabão, caso estiver suja de sangue
ou secreção;
- Utilizar movimentos simples e amplos em um só sentido;
- Observar a sequência da limpeza (do mais limpo para o mais contaminado, evitando sujar as áreas
limpas);
- Evitar molhar o chão.

Limpeza Terminal

Material:
- Solução desinfetante (fenol),
- 01 par de luvas de procedimento,
- Panos de limpeza,
- Hamper e sanito (saco plástico),
- Bacia.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Reunir o material;
- Colocar o material sobre a mesa de cabeceira;
- Calcar luvas;
- Desprender a roupa de cama e despreza-la no hamper, evitando movimentos bruscos;
- Recolher materiais e equipamentos (ambu, umidificador, aspirador, comadre, papagaio) e
encaminha-los ao expurgo;
- Afastar a cama da parede, deixando espaço suficiente para realização da limpeza;
- Iniciar a limpeza do leito pela parte superior do colchão, da cabeceira para o centro, inclusive as
laterais do colchão, sempre do mais distante para o mais próximo;
- Continuar a limpeza do colchão, do centro para os pés, inclusive as laterais do colchão, sempre do
mais distante para o mais próximo;
- Dobrar o colchão ao meio e limpar o estrado iniciando da cabeceira para o centro. Elevar o estrado
e limpar a parte inferior do mesmo, inclusive espaldar e pés;
- Limpar a parte posterior do colchão, da cabeceira para o centro, retorna-lo em cima do estrado;
- Dobrar o colchão para o lado contrário e limpar a outra metade do estrado, do centro para os pés
segundo a técnica, não se esquecendo da parte inferior do estrado;
- Realizar a limpeza da parte posterior do colchão iniciando do centro para os pés;
- Passar para o lado mais distante e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
- Passar para o lado mais próximo e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
- Limpar com a solução de fenol a mesa de cabeceira iniciando pela parte interna da mesma;
- Limpar com a solução de fenol a parte externa da mesa de cabeceira;
- Limpar com pano embebido na solução de fenol o suporte de soro (retirando fitas adesivas e
esparadrapos que porventura estiverem colados);
- Retirar as luvas;
- Arrumar o leito conforme técnica descrita anteriormente;
- Encaminhar material utilizado ao expurgo;
- Montar o painel de gases;
- Lavar a mãos.

Limpeza Concorrente

Material:
- Álcool a 70%,
- Agua e sabão se necessário,
- Panos de limpeza,
- Luvas de procedimento.

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Técnica:
- Lavar as mãos;
- Preparar o material;
- Encaminhar ao quarto do paciente;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Calcar luvas;
- Avaliar as condições de limpeza do leito do paciente;
- Embeber o pano de limpeza com álcool a 70%;
- Limpar as laterais do leito com pano sempre no sentido da cabeceira para os pés e do lado mais
distante para o mais próximo;
- Limpar a cabeceira e os pés do leito por último;
- Trocar o pano embebido em álcool e limpar a mesa de cabeceira iniciando pela parte interna e a
seguir a parte externa;
- Deixar a mesa de cabeceira em ordem;
- Desprezar os panos de limpeza no hamper;
- Desprezar as luvas;
- Lavar as mãos;
- Revisar o painel de gases se necessário;

Arrumação do Leito

Definição:
Cama aberta - quando está ocupada por paciente,
Cama fechada - quando o leito está vago,
Cama de operado - quando está aguardando o retorno do paciente do centro cirúrgico.

Normas
- O leito dever ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o plantão;
- O leito dever ser preparado de acordo com a sua finalidade;
- Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;
- Utilizar lençóis limpos, secos e sem pregas;
- Caso os lençóis sejam reutilizados, não deixar migalhas, fios de cabelos;
- Observar o estado de conservação dos colchoes e travesseiros;
- Não sacudir as roupas de cama;
- Não arrastar as roupas de cama no chão.

Preparo do Leito sem o Paciente (cama fechada)

Material:
- Luvas de procedimento,
- 02 Lençóis,
- 01 Travesseiro,
- 01 Fronha,
- 01 Forro,
- 01 Cobertor, se necessário,
- Hamper.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Preparar o material;
- Colocar o material no carrinho de banho ou mesa de cabeceira;
- Retirar a roupa de cama suja e coloca-los no hamper próximo do leito;
- Desprezar as luvas;
- Estender o lençol sobre o leito, amarrando as pontas do lençol na cabeceira e nos pés;
- Estender o forro sobre o leito prendendo-o sob o lençol na parte mais próxima;
- Estender o viril e fazer uma meia dobra na cabeceira;
- Fazer o canto do viril nos pés da cama;
- Passar para o lado mais distante e proceder a arrumação do forro e virol;
- Colocar a fronha no travesseiro;

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- Colocar o travesseiro na cama;
- Recompor a unidade;
- Lavar as mãos.

Preparo do Leito com o Paciente (Cama Aberta)

Material:
- 01 travesseiro,
- 02 lençóis,
- 01 cobertor (se necessário),
- 01 fronha,
- 01 lençol para fralda,
- 01 rolo para costas (se necessário),
- Camisola ou pijama,
- 01 forro.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Colocar a roupa na mesa de cabeceira;
- Explicar o que se vai fazer ao paciente;
- Colocar o hamper próximo a cama;
- Desprender a roupa do leito, do lado do paciente e depois vir e ir soltando do outro lado;
- Colocar o travesseiro sem fronha na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em decúbito dorsal protegido com o lençol de cima;
- Enrolar o forro e lençol de baixo separadamente, até o meio da cama e sob o corpo do paciente;
- Substituir o lençol de baixo, e o forro, pela roupa limpa;
- Virar o paciente para o lado pronto, nunca o expondo;
- Passar para o lado oposto;
- Retirar a roupa usada, retirar as luvas, e esticar os lençóis limpos, prendendo-os e fazendo os cantos;
- Colocar a fronha no travesseiro, acomodando o paciente;

Obs.: se o paciente for totalmente dependente, a troca de cama dever ser feita por duas pessoas.

Preparo do Leito de Operado

O leito do operado e igual ao leito fechado, mas com lençol dobrado em pregas, na cabeceira do leito
próximo ao lençol móvel. Esse leito terá as roupas soltas nos pés, exceto o lençol de baixo. O lençol de
cima, cobertor, e colcha deverão ser dobrados na parte da cabeceira e dos pés, deixando-os enrolados
lateralmente.
Após deitar o paciente operado cobri-lo e prender as peças da cama que estavam soltas fazendo os
cantos.

Higiene do Paciente

Normas
- A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem;
- Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
- Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do banho e após as refeições, com
solução de Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;
- Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e imprescindível o uso de luvas para procedimentos;
- Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, o paciente. A privacidade contribui
muito para o conforto mental do paciente;
- Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principalmente as dobras;
- As portas do banheiro não devem ser trancadas, durante o banho;
- Deve-se testar a temperatura da água, antes do banho do paciente. Geralmente se usa água morna.

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Higiene Oral

Definição
Consiste na limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e lábios. Condições patológicas que
predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral: (estado de coma, hipertermia).

Finalidades
- Promover conforto ao paciente,
- Evitar halitose,
- Prevenir carie dentaria,
- Conservar a boca livre de resíduos alimentares.

Higiene Oral (em pacientes impossibilitados de cuidar de si)

Material:
- Solução antissépticas - solução bicarbonatada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de agua);
- Espátula envoltas em gazes;
- Lubrificante (vaselina liquida);
- Toalha;
- Copo para colocar solução antissépticas;
- Luvas;
- Cuba rim.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Calcar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada. Em pacientes inconscientes,
coloca-los em decúbito lateral;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando as espátula envoltas em gazes, embebidas
em solução antissépticas diluído em agua;
- Utilizar cuba rim para o paciente "bochechar";
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
- Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evitar rachaduras;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.

Obs.: em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar a espátula com gaze, para retirar o excesso
de liquido da solução antissépticas, sem mobilizar a cabeça.

- Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar os dentes.

Higiene Oral (em paciente entubado)

Material:
- Solução antissépticas - solução bicarbonatada,
- Espátula envoltas em gazes,
- Lubrificante (vaselina liquida),
- Copo para colocar solução antissépticas,
- Seringa de 20 ml,
- Aspirador montado,
- Cânula de guedel (estéril), se necessário,
- Toalha,
- Luvas.

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16
Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Calcar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver
inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo do
conteúdo gástrico para a boca;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário;
- Verificar se o cuff da cânula endotraqueal esta insuflado, para evitar que a solução antissépticas ou
salivação penetre na traqueia, durante a higienização;
- Instilar agua com auxílio da seringa, pelo orifício da cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo
tempo;
- Retirar a cânula de guedel e lava-la em agua corrente na pia do quarto e recoloca-la, ou proceder a
sua troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que conforme rotina, já tenha dado 24 horas após a
sua colocação;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando as espátula envoltas em gazes embebidas
em solução antisséptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentaria;
- Limpar a também a língua;
- Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-los com vaselina;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.

Obs.: a troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas,
ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, que dever
ser feito pela Enfermeira da unidade.

- A higiene oral do paciente entubado dever ser feita 01 vez a cada plantão.

Higiene das Próteses Dentarias

Material:
- Copo com solução antissépticas bucal,
- Escova de dentes,
- Pasta dental ou sabão liquido,
- Cuba rim,
- 01 par de luvas,
- Toalhas de papel,
- Toalhas de Banho,
- Biombos.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai fazer;
- Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
- Proteger o leito com biombo;
- Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
- Calcar as luvas;
- Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel. Se o paciente não puder
remover as próteses sozinho, a enfermagem dever faze-lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
- Colocar as próteses na cuba rim, forrada com toalha de papel. Levar ao banheiro;
- Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a escova;
- Segurar as próteses na palma da mão e escova-la com movimentos firmes da base dos dentes para
as pontas;
- Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
- Lava-la sob jato de agua fria;

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- Desprezar o papel toalha da cuba rim e colocar outro;
- Colocar a prótese limpa na cuba rim;
- Lavar a escova com agua corrente e coloca-los na cuba rim;
- Lavar as mãos enluvadas;
- Oferecer copo com solução antissépticas bucal, para que o paciente enxague a boca;
- Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
- Colocar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas;
- Limpar e guardar todo o material;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs.: quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-la, a Enfermagem dever observar se há alguma
anormalidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no prontuário.

Banho no Leito (Paciente com dependência total)

Normas
- Trocar a agua do banho sempre que necessário;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou troca-la,
depois trocar as luvas e iniciar o banho;
- Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, levando-se em consideração que o paciente ajuda,
seguir a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas, antes de manipular a roupa
limpa;
- O uso de máscara para banho e opcional como rotina. Levar em consideração os pacientes altamente
infectados.

Material:
- Carro de banho ou mesa de cabeceira,
- Luva de banho,
- Toalha de banho (lençol protetor),
- Material para higiene oral,
- Material para higiene intima,
- Pente,
- Sabonete individualizado,
- Comadre e/ou papagaio do próprio paciente,
- Roupa para o paciente (pijama ou camisola),
- Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N).
- Luvas de procedimento,
- Luvas de banho,
- Hamper,
- 01 bacia,
- 01 balde,
- Fita adesiva,
- Biombos.

Técnica
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
- Fechar as portas e janelas;
- Proteger a unidade do paciente com biombos;
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem clister prescrito. Se houver, faze-
lo em primeiro lugar;
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer;
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
- Trocar a agua do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
- Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;

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- Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o tórax protegido com o lençol, descansando
os braços sobre o mesmo;
- Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao que se está trabalhando, depois o mais próximo,
com movimentos longos e firmes, do punho a axila;
- Trocar a agua;
- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares, ativando a circulação, observando
as condições da pele e mamas;
- Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol em uso, até a região genital;
- Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tornozelo até a raiz da coxa, do lado oposto ao que
se está trabalhando, depois o mais próximo;
- Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmente nos interdígitos, observando as condições dos
mesmos e enxugar bem;
- Trocar a agua da bacia e a luva de pano, obrigatoriamente;
- Encaixar a comadre no paciente;
- Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a técnica;
- Trocar, obrigatoriamente, a agua da bacia e a luva de banho, retirando a comadre, deixando-a ao
lado do leito;
- Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob as costas e nádegas, mantendo esta
posição com o auxílio de outra pessoa;
- Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo nádegas e cóccix do paciente;
- Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida para o meio do leito, enxugando o
colchão;
- Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não contaminar a roupa limpa;
- Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;
- Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
- Retirar a roupa suja e despreza-la no hamper;
- Calcar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e terminar a arrumação do leito;
- Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
- Vestir o paciente;
- Pentear os cabelos do paciente;
- Trocar a fronha;
- Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais adequado;
- Limpar balde, bacia, comadre com agua e sabão;
- Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
- Retirar as luvas e lavar as mãos;
- Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas, se houver.

Banho de Aspersão (chuveiro)

Material:
- Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital),
- Toalha de banho,
- Sabonete (individual),
- Pente,
- Luva de banho (opcional).

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material e levar ao banheiro;
- Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas);
- Abrir o chuveiro e regular a temperatura da agua e orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
- Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
- Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente sozinho;
- Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as condições da pele e a reação do banho;
- Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo sozinho; cadeira;
- Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder a limpeza do banheiro;

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- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs.: sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito mais seguro para os pacientes idosos ou para
os pacientes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com menor
probabilidade de escorregarem.

- Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta
e chamar se precisar de assistência. Manter-se perto do local.

Higiene Intima Feminina

Material:
- 01 balde,
- 01 jarra,
- Pacote de gazes,
- Comadre,
- Toalha de banho,
- Sabão líquido o P.V.P.I. degermante,
- Luvas para procedimento,
- Hamper,
- Pinça auxiliar (Cheron),
- Biombo,
- Forro e saco plástico.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de cabeceira;
- Calcar as luvas;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Proteger a unidade com biombos;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando expô-la o mínimo possível;
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os sobre a região glútea;
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
- Irrigar monte pubiano e vulva com agua, despejando-a suavemente com o auxílio da jarra;
- Despejar pequena porção de sabão liquido ou P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano;
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de cima para baixo sem atingir o anus,
desprezando a gaze, após cada movimento vulva - anus;
- Afastar os grandes lábios e lava-la no sentido anteroposterior, primeiro de um lado, desprezando a
gaze e depois do outro lado;
- Lavar por último a região anal;
- Despejar a agua da jarra, sobre as regiões ensaboadas;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Colocar a paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guarda-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs.: se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar
para retirar o excesso, antes de iniciar a limpeza com agua e sabão liquido ou P.V.P.I. degermante.

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Higiene Intima Masculina

Material:
- 01 balde,
- 01 jarra,
- Pacote de gazes,
- Comadre,
- Toalha de banho,
- Sabão líquido o P.V.P.I. degermante,
- Luvas para procedimento,
- Hamper,
- Pinça auxiliar (Cheron),
- Biombo,
- Forro e saco plástico.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e leva-lo a unidade do paciente;
- Proteger a unidade com biombos;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Calcar as luvas de procedimentos;
- Posicionar o paciente expondo somente a área genital;
- Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente;
- Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente;
- Irrigar com a jarra com agua, a região genital;
- Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
- Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze, desprezando a gaze, a cada etapa;
- Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com movimentos únicos e circulares;
- Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal
e por último a região anal;
- Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
- Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido escroto perineal;
- Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Posicionar o prepúcio;
- Colocar a paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guarda-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs.: se houver presença de secreção purulenta na região uretral, limpa-la com gaze, antes de
proceder a limpeza com agua e sabão.

Lavagem dos Cabelos

Material:
- Shampoo,
- Balde,
- Bacia,
- Toalha de banho,
- Luvas para procedimento,
- Forro e saco plástico,

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- Pente,
- Algodão em bola (02 unidades).

Técnica
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Reunir o material no carro de banho e leva-lo próximo a cama do paciente;
- Lavar as mãos;
- Fechar portas e janelas;
- Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
- Retirar o travesseiro;
- Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob o forro com o plástico;
- Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com agua morna;
- Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabeça próxima ao funcionário;
- Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
- Colocar outra toalha ao redor do pescoço do paciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou
retirando a camisa no caso de homem, cobrindo-o com o lençol;
- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos, sobre a bacia com agua;
- Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, cabelos e observando condições de
anormalidade;
- Umedecer os cabelos com um pouco de agua, aplicando o shampoo evitando que o liquido escorra
nos olhos;
- Massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos;
- Lavar os cabelos;
- Enxaguar os cabelos do paciente até sair toda espuma, com o auxílio de uma jarra;
- Despejar a agua da bacia, quantas vezes forem necessário;
- Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos com cuidado, fazendo escorrer agua;
- Retirar a bacia que está sob a cabeça do paciente;
- Descansar e envolver a cabeça do paciente na toalha;
- Secar os cabelos com toalha de banho ou forro;
- Pentear os cabelos do paciente;
- Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição inicial;
- Retirar a toalha, recompor o material no carro de banho, deixando paciente em posição confortável;
- Lavar as mãos;
- Anotar na prescrição do paciente.

Tratamento de Pediculose e Remoção de Lêndeas

Material:
- Solução indicada para pediculose,
- Luvas para procedimento,
- Atadura de crepe,
- Esparadrapo,
- Forro e saco plástico,
- Pente fino,
- Biombo,
- Vaselina Liquida.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Trazer a bandeja com o material e coloca-los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Colocar biombo;
- Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro;
- Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
- Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no
final embeber os cabelos;
- Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando com
esparadrapo no final;
- Conservar o travesseiro com forro;

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- Retirar as luvas;
- Lavar as mãos;
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
- Levar a bandeja com o material para o local de origem;
- Fazer anotações no prontuário do paciente.

Obs.: deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manhã e lava-la a tarde, passando vinagre
apos e penteando.

- Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário.

Uso de Comadre e Papagaio

Indicado em pacientes acamados, ou quando houver necessidade de recolher material para exames
ou controle de diurese. Geralmente o paciente encontra dificuldade no seu uso, cabendo à enfermagem
atende-lo com compreensão e tato.
A privacidade é fundamental para evitar constrangimento. A colocação da comadre ou papagaio deve
ser feita com à exposição mínima do paciente, e de preferência por pessoal da enfermagem do mesmo
sexo.

Material:
- Comadre ou Papagaio (previamente aquecido e seco)
- Papel higiênico,
- Biombos,
- Bacia com agua morna
- Toalha de banho,
- Sabonete.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Identificar o paciente;
- Cercar a cama com biombos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material necessário junto a unidade;
- Colocar as luvas de procedimento;
- Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua superfície, com a extremidade sobre o
lençol ou colocando-a em contato com agua quente);
- Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver impossibilitado, levantar por ele, com a
ajuda de outro funcionário da Enfermagem;
- Colocar a comadre sob os quadris;
- Se for papagaio, deve ser colocado entre os membros inferiores e o pênis dentro do recipiente. Pode
ser colocado em decúbito lateral, observando o conforto do paciente.
- Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
- Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame; necessário, faca por ele;
- Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou, se necessário, levante por ele;
- Retirar a comadre ou papagaio;
- Fornecer bacia com agua para que o paciente lave as mãos;
- Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
- Lavar o material;
- Colocar o material restante no lugar;
- Deixar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs.: não deixar um paciente esperando pela comadre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera
pode levar a angustia física e emocional, podendo ocorrer diminuição do tônus dos esfíncteres.

- Por se tratar de um momento íntimo, muitos pacientes tem que ficar sozinhos, pois sentem-se
inibidos, não conseguindo evacuar perto de outras pessoas.

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Movimentação do Paciente

Normas
- E de responsabilidade da equipe de enfermagem a movimentação do paciente que não se movimenta
sozinho;
- O paciente dever ser mudado de decúbito a cada duas horas e sempre que solicitado pelo mesmo;
- A movimentação e posição deve ser de acordo com o quadro do paciente;
- E de responsabilidade da enfermagem o transporte do paciente dentro da área hospitalar;

Técnica de Movimentar o Paciente para um dos Lados da Cama

Utilizando 02 pessoas:
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Ficar em pé ao lado da cama, de frente para o paciente, uma pessoa de cada lado da cama;
- A primeira pessoa segura o short ou fralda do paciente do lado esquerdo;
- A segunda pessoa segura o short ou fralda do paciente do lado direito;
- Trazer o paciente em movimento ritmados para o lado direito ou esquerdo;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário horário e posição o em que foi colocado o paciente;

Obs.: as pessoas que vão movimentar o paciente devem permanecer com uma das pernas frente a
outra, com os joelhos e quadris fletidos, trazendo o braço ao nível da cama;

- Pode utilizar o forro para fazer a mobilização do paciente.

Técnica de Movimentar o Paciente em Decúbito Lateral E/D

- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Posicionar-se ao lado do qual se quer virar o paciente;
- Aproximar o paciente para a beira oposta da cama;
- Vira-lo para o lado D ou E com movimentos firmes e suaves;
- Apoiar o dorso com travesseiros ou rolo de cobertor;
- Colocar o travesseiro sob a cabeça e o pescoço;
- Flexionar o membro inferior que está por cima e apoia-lo sobre o travesseiro;
- Manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão;
- Recompor a unidade;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Técnica de Movimentar o Paciente Incapacitado mais para Cima na Cama

Utilizando 02 pessoas
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Deixar o paciente em posição horizontal;
- A primeira pessoa solta um dos lados do lençol móvel, a segunda pessoa solta o outro lado do lençol
móvel;
- As duas pessoas, uma de cada lado do leito, num movimento ritmado, movimentam o paciente para
a cabeceira;

Restrição do Paciente

Finalidade
- Nos casos de pacientes agitados, pós-operatórios, principalmente cirurgias de crânio;
- Em traumas e cirurgias em região ocular, quando o paciente não colaborar;
- Em doentes mentais, quando constituem um perigo para si e para os demais;
- Pacientes com infecção na pele, para evitar que se cocem;

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- No caso de pacientes que não colaboram, para manutenção de sondas, cateteres e soros.

Meios Utilizados para Restrição Lençóis, faixas elásticas, coletes, cama com grade, saquinhos de
areia, atadura de crepe, traço;

Normas
- Importante conversar sempre com o paciente durante o tratamento, para diminuir o desconforto da
restrição e a inquietude, explicando-lhe a finalidade da restrição;
- Retirar a restrição logo que terminar o tratamento ou o paciente se acalmar;
- Ha necessidade de uma boa observação devido a possibilidade de deficiência de circulação;
- Sempre anotar as causas das restrições no prontuário;
- Verificar com frequência o local da restrição; se o paciente ficar sob restrição durante muito tempo,
retira-la duas vezes ao dia, lavar o local com agua morna e sabonete ou sabão liquido, massageando o
local;
- Ter cuidado para não apertar demasiadamente; deve-se passar pelo menos 1 dedo entre a argola e
o local restrito;
- Não deixar de restringir os membros sem restringir também o abdome quando o paciente estiver
agitado;
- Quando colocar restrição sobre o abdome, evitar ajustar o lençol sobre a região epigástrica;
- Evitar fazer pressão sobre as artérias, fraturas, queimaduras e ferimentos;
- Deve-se usar a restrição, somente quando se tornar absolutamente necessária;

Restrição por Meio de Lençóis

Restrição dos Ombros

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar um lençol em diagonal, até formar uma faixa de 25 cm de largura;
- Colocar a faixa sob as costas do paciente, passando pelas axilas, cruzando sob o travesseiro e
amarrando na cabeceira da cama;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Restrição do Abdome

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar 02 lençóis de forma longitudinal (ao comprido) ou diagonal cada um, até formar uma faixa de
25 cm de largura;
- Colocar uma faixa sobre o abdome do paciente e a outra sob a região lombar;
05 - Torcer juntas as pontas do lado direito dos dois lençóis, amarrando-as no estrado do leito;
- Repetir o mesmo procedimento para o lado esquerdo;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Restrição dos Joelhos

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar 01 lençol em diagonal;
- Colocar sob os joelhos do paciente;
- Passar a ponta do lado direito do lençol sobre o joelho direito e por baixo do esquerdo;
- Passar a ponta do lado esquerdo do lençol sobre o joelho esquerdo e por baixo do joelho direito,
amarrando as extremidades livres no estrado do leito;

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- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Restrição com Ataduras de Crepe

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Colocar o membro do paciente em posição anatômica;
- Adaptar a atadura de crepe no membro deixando sobrar uma ponta;
- Realizar o enfaixamento do membro, que terá duas finalidades:

a) Proteção do membro;

b) Restrição do membro;
- Amarrar as pontas das ataduras após o enfaixamento;
- Amarrar a ponta da atadura no estrado da cama;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Como Sentar o Paciente em Poltrona ou Cadeira de Rodas

Semi Independente
- Material
- Cadeira,
- Lençóis e Cobertores,
- Travesseio.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Orientar o paciente quanto a necessidade de locomoção, local onde ir e como ser feito o transporte;
- Forrar a cadeira com lençol;
- Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas virada para o pé da cama (se for cadeira de rodas,
não se esquecer de trava-la);
05 - Virar o paciente de lado, colocando um dos braços sob os ombros do paciente e outro, na região
da escápula. O braço mais distante do paciente se apoia no ombro do funcionário, que com um impulso,
senta-o no leito; Observar as áreas do paciente;
- Calcar os chinelos;
- Fazer o paciente levantar, apoiando-se nos ombros do funcionário que o segura pela cintura;
- Virar e sentar o paciente na cadeira;
- Envolver o paciente com lençol ou cobertor (se necessário);
- Colocar travesseiro nas costas para apoio (se necessário);
- Passar uma faixa (lençol dobrado no sentido longitudinal) em volta da região abdominal do paciente,
amarrando as extremidades na parte de trás da cadeira (se necessário);
- Certificar-se do conforto e segurança do paciente;
- Anotar no prontuário: horário da saída e o destino, intercorrências durante o transporte.

Obs.: quando tratar-se de paciente totalmente incapacitado, colocar a cadeira paralela ao leito, com
as costas voltada para a cabeceira do leito;

- Proceder a passagem do leito para a cadeira sempre em 2 ou 3 pessoas: a primeira pessoa pega o
paciente passando os braços pela axila e a segunda e/ou terceira pega o paciente pelos quadris e pé,
colocando-o diretamente na cadeira.

Como Passar o Paciente do Leito Para a Maca com Auxílio de Lençol

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Orientar o paciente quanto a necessidade de locomoção, local onde ir e como ser feito o transporte;

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- Forrar a maca com lençol;
- Soltar o lençol de baixo;
- Colocar a maca paralela ao leito e trava-la;
- Providenciar para que 2 pessoas permaneçam junto a maca com os pés afastados, do lado em que
o paciente ser locomovido, na seguinte ordem:
a) A primeira pessoa apoia a cabeça do paciente e segura na parte superior do lençol móvel. A segunda
pessoa segura a parte inferior do lençol, apoiando todo o tronco do paciente e as pernas;
b) A terceira e a quarta pessoa permanecem ao lado oposto a maca, ao lado da cama seguindo a
técnica anterior, para afirmar a cama e ajudar na locomoção do paciente;
c) Num movimento único, simultâneo e coordenado as pessoas passam o paciente para a maca;
- Envolver o paciente com um lençol;
- Levantar as grades da maca;
- Observar se o paciente está confortável.

Obs.: se necessário utilizar 4 ou 6 pessoas, conforme o tamanho do paciente.

Passagem do Paciente da Cama Para a Maca em Bloco

Finalidade
Usada em especial para pacientes politraumatizados. Utilizando 06 pessoas

Material:
- Lençol,
- Maca.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Preparar o material;
- Orientar o paciente quanto a necessidade do transporte;
- Forrar a maca com lençol;
- Colocar a maca ao lado da cama;
- Travar as rodas da maca;
- 03 elementos devem se posicionar ao lado da cama e os outros 03 elementos do outro lado da maca,
posicionando da seguinte forma:
a) A primeira pessoa coloca um braço sob o pescoço e ombros e o outro sob as costas;
b) A segunda pessoa coloca um braço sob a cintura, e o outro sob os quadris;
c) A terceira pessoa que fica aos pés do paciente coloca um braço sob os quadris e o outro sob as
pernas;
d) Os outros 03 elementos ficam do lado oposto e seguram o paciente da mesma forma (um elemento
se firma no braço do outro);
- Ao dizer 3 (trás) o paciente levantado e colocado na maca;
- Cobrir o paciente com lençol;
- Certificar se o paciente está confortável;
- Levantar as grades da maca.

Técnica de Calçar Luva Estéreis

O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para evitar a contaminação
da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por isso requer muita atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de manipulação de áreas
estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a utilização de luvas estéreis, entre eles os
procedimentos cirúrgicos, aspiração endotraqueal, curativos extensos, que se tornam difíceis realizar
somente com o material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais estéreis ou em lesões,
usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos numerados como 6.0,
6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma superfície limpa, à altura
confortável para sua manipulação.

Apostila gerada especialmente para: Janderson silva de mendonça 088.019.224-00


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Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.
Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar nas luvas e contaminá-
las. Então, segure nas abas abra os dois lados que revestem as luvas,
As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita está a sua direita, e a
luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na maioria dos fabricantes. A maioria das luvas não
tem lado anatômico, mas ficam dispostas nesse sentido, devido a dobra existente do polegar.
- Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão não dominante, segure a luva
pela face interna da luva (que vem dobrada propositalmente).
- Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a luva irá entrar em
contato com sua pele, ou seja, face interna.
- Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar os dedos
internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não se preocupe se os dedos ficarem
mal posicionados dentro da luva. Continue o procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma
errada (é muito arriscado tentar arrumar a posição dos dedos, você pode contaminá-la).
- Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre a segurando pela
face interna.
- Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos colocar a luva na mão
esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora estamos com uma luva estéril na mão dominante, não
podemos tocar em lugares que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao
nosso redor. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela face externa (ou seja, por dentro
da dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva servirá de apoio para segurar a luva, sem que
ocorra o risco de contaminar a luva, mesmo que imperceptivelmente.
- Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão esquerda (não-
dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas agora, com a cautela de não tocar com a
luva na pele da mão esquerda ou em locais não-estéreis.
- Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.
- Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou até mesmo melhorar o
calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém evite manipular a luva na região dos punhos, caso
esta não possua mais as dobras de segurança.

1- Quando se calça primeiro a luva direita, pega-se o punho pelo lado de dentro com a mão esquerda.
2- Introduz-se mão direita no interior da luva, a qual é então puxada para sua posição com a mão
esquerda (deixando a dobra da luva virada). Solta-se a luva.

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3- Depois disso pode-se pegar a luva esquerda com a mão direito já enluvada, introduzindo os dedos
sob a dobra do punho (o lado externo é esterilizado).
4- Introduz-se a mão esquerda, e a luva é levada para a sua posição. Desdobra-se, então, o punho.

Tricotomia

É a retirada dos pelos de uma determinada área com a finalidade do preparo da área para cirurgia ou
exames.

Material:
- Cuba rim;
- Sabão;
- Cuba redonda com água;
- Aparelho com gilete nova;
- Papel higiênico;
- Gazes;
- Luvas.

Técnica:
- Preparo orientação ao paciente;
- Preparo do ambiente e material;
- Descobrir a área indicada;
- Com auxílio de uma gaze, aplicar a solução de sabão na área a ser manuseada;
- Esticar a pele com a mão e com movimentos amplos e suaves, raspar os pelos na direção de
crescimento;
- Sempre que houver excesso de pelos no aparelho, retirar com auxílio do papel higiênico;
- Retirar o excesso de sabão com auxílio de gaze verificando se o campo está bem feito;
- Enviar o paciente ao banheiro;
- Anotar o que foi feito, limpar e colocar em ordem o material.

Sondagens

Apesar de termos inúmeros tipos de sondas e diferentes locais para utilizá-los, importante é a
conceituação correta de sonda e cateter, que frequentemente são utilizados para funções semelhantes.
Sonda é definida como um tubo que se introduz em canal do organismo, natural ou não para reconhecer-
lhe o estado, extrair ou introduzir algum tipo de matéria. Na definição de cateter temos: instrumento tubular
que é inserido no corpo para retirar líquidos, introduzir sangue, soro, medicamentos e efetuar
investigações diagnósticas.

Sondagem Vesical
Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de
sondas ou cateteres que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A
sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da
uretra ou por via suprapúbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Suas principais indicações são:
obtenção de urina asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em
preparo cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar o débito urinário horário e em pacientes
inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga neurogênica que não possuam um
controle esfincteriano adequado.
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o esvaziamento
vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência do mesmo. Nestas sondagens de
demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um
pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrursor; portanto antes da
remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com fechamento e abertura da sonda de maneira
intermitente, deve ser realizada para a prevenção da retenção urinária.
Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é imperativo a utilização de um sistema fechado
de drenagem, que consiste de uma sonda ou cateter de demora, um tubo de conexão e uma bolsa
coletora que possa ser esvaziada através de uma valva de drenagem, tudo isto para a redução do risco
de infecção.

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O risco de infecção é inerente ao procedimento; a colonização bacteriana ocorre na metade dos
pacientes com sonda de demora por duas semanas e praticamente em todos os pacientes após seis
semanas de sondagem. Sabe-se que as infecções do trato urinário são responsáveis por um terço de
todas as infecções hospitalares, e que na grande maioria das vezes existiu um procedimento invasivo do
trato urinário, pois nesses procedimentos os microrganismos podem ter acesso ao trato urinário através
da uretra no momento da sondagem, através da delgada camada de líquido uretral externo à sonda e
através da luz interna da sonda após contaminação. Este índice de infecção acontece mesmo com a
obediência de todos os preceitos de uma boa técnica de sondagem vesical.

Drenagem Vesical Suprapúbica


É realizada através da introdução de um cateter após uma incisão ou punção na região suprapúbica,
a qual é preparada cirurgicamente, sendo que o cateter é posteriormente conectado à um sistema de
drenagem fechado. Suas indicações principais são pacientes com retenção urinária por obstrução uretral
sem possibilidades de cateterização, em pacientes com neoplasia de próstata ou em pacientes com
plegias, ou seja, quando há necessidade de uso crônico da sonda. São várias as vantagens da drenagem
suprapúbica: os pacientes são capazes de urinar mais precocemente, é mais confortável do que uma
sonda de demora transuretral, possibilita maior mobilidade ao paciente, maior facilidade de troca da sonda
e principalmente apresenta um menor risco de infecção urinária. Como desvantagem é ser um método
cirúrgico.

Tipos de Sondas ou Cateteres


Variam de modelos e materiais, de acordo com o tipo de sondagem, se de alívio ou de demora. Para
as sondagens de alívio, as mais utilizadas são a sonda de nelaton; para as sondagens de demora temos
as sondas de duas vias, como a de Foley ou a de três vias para lavagem vesical.

Procedimento
Quanto ao material necessário: pacote esterilizado contendo: cuba rim, campo fenestrado, pinça, gaze,
ampola de água destilada, seringa de 10 ml e cuba redonda, e ainda: sonda vesical, luvas esterilizadas,
frasco com solução antisséptica (PVPI), saco plástico, recipiente para a coleta de urina e lubrificante
(xylocaína esterilizada).
De início devemos ao paciente uma orientação sobre as necessidades e técnicas. Após lavagem
adequada das mãos, deve-se reunir todo o material necessário para o procedimento. O isolamento do
paciente nos quartos comunitários é humano. Quanto à melhor posição, é para as mulheres a
ginecológica e para os homens o decúbito dorsal com as pernas afastadas. Após a abertura do pacote
de cateterismo, calçar luvas estéreis.
Nas mulheres, realizar antissepsia da região pubiana, grandes lábios e colocar campo fenestrado;
entreabrir os pequenos lábios e fazer antissepsia do meato uretral, sempre no sentido uretra-ânus,
levando em consideração de que a mão em contato com esta região é contaminada e não deve voltar
para o campo ou sonda. Introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da saída de
urina. Se for uma sonda de Foley, insuflar o balão de segurança com água destilada, obedecendo o
volume identificado na sonda. Conectar à extensão, fixar a sonda e reunir o material utilizado. Se for uma
sonda de alívio, aguardar esvaziar a bexiga e remover imediatamente a sonda.
Nos homens, após a antissepsia da região púbica, realiza-se o mesmo no pênis, inclusive a glande
com movimentos circulares, e para a passagem do cateter, traciona-se o mesmo para cima, introduzindo-
se a sonda lentamente.
Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drenagem fechado, deve-se observar algumas
regras para diminuição do risco de infecção do trato urinário: nunca elevar a bolsa coletora acima do nível
vesical; limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral; nunca desconectar o sistema de
drenagem fechado, e a troca do sistema deve ser realizado na vigência de sinais inflamatórios.

Sondagem Gastrointestinal
A passagem de sonda gastrointestinal é a inserção de uma sonda de plástico ou de borracha, flexível,
pela boca ou pelo nariz, cujos objetivos são:
- Descomprimir o estômago;
- Remover gás e líquidos;
- Diagnosticar a motilidade intestinal;
- Administrar medicamentos e alimentos;
- Tratar uma obstrução ou um local com sangramento;
- Obter conteúdo gástrico para análise.

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Tipos de Sondas

Enfatizaremos as mais utilizadas que são as sondas nasogástricas, sendo as mais utilizadas para
descompressão, aspiração e irrigação (lavagem): Levin, gástrica simples de Salem, Miller-Abbott e outras;
para administração de alimentos e medicamentos: Levin, Nutriflex, Dobhoff e para controle de
sangramento de varizes esofagianas: Sengstaken-Blakemore.

Sonda de Levin
Possui uma luz única, manufaturada com plástico ou borracha, com aberturas localizadas próxima à
ponta; as marcas circulares contidas em pontos específicos da sonda servem como guia para sua
inserção.

Sonda gástrica simples


É uma sonda nasogástrica radiopaca de plástico claro, dotada de duas luzes, usada para descomprimir
o estômago e mantê-lo vazio.

Sonda de Dobhoff
Sonda utilizada com frequência para alimentação enteral, sendo que como característica possui uma
ponta pesada e flexível.

Sonda Nutriflex
Possui 76 cm de comprimento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar a inserção.

Sonda de Sengstaken-Blakemore
É uma sonda utilizada especificamente para o tratamento de sangramentos de varizes esofagianas,
possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz para insuflar o balão gástrico e outra para o balão
esofagiano.

Sonda de Miller-Abbott
É de duas luzes, sendo uma para introdução de mercúrio ou ar no balão do final da sonda e a outra
para aspiração.

Procedimentos
- Orientação ao paciente sobre o procedimento.
- Lavagem das mãos.
- Reunir o material e levar até o paciente: sonda, copo com água, seringa de 20 ml, gazes, lubrificante
hidrossolúvel (xylocaína geleia) esparadrapo, estetoscópio e luvas.
- Posicionar o paciente em Fowler ou decúbito dorsal.
- Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até a base da orelha e descendo até o final do
esterno, marcando-se com uma tira de esparadrapo.
- Aplicar spray anestésico na orofaringe para facilitar a passagem e reprimir o reflexo do vômito.
- Lubrificar cerca dos 10 cm iniciais da sonda com uma substância solúvel em água (K-Y gel), introduzir
por uma narina, e após a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma que o queixo
se aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que faça movimentos de deglutição, durante a passagem
da sonda pelo esôfago, observando se a mesma não está na cavidade bucal.
- Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo.
- Fixar a sonda, após a confirmação do seu posicionamento.

Comprovação de Correto Posicionamento

Teste da audição
Colocar o diafragma do estetoscópio na altura do estômago do paciente e injetar rapidamente 20 cc
de ar pela sonda, sendo que o correto é a audição do ruído característico.

Aspiração do conteúdo
Aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico e determinar do seu pH. O pH do conteúdo gástrico é
ácido (aproximadamente 3), do aspirado intestinal é pouco menos ácido (aproximadamente 6,5) e do
aspirado respiratório é alcalino (7 ou mais); também está confirmado o correto posicionamento, se com a
aspiração verificarmos restos alimentares.

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Verificação de sinais
Importância para sinais como tosse, cianose e dispneia.

Sondagem Retal

A mais importante utilização da sonda retal é para a lavagem intestinal, que possui como por finalidade:
eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência, facilitar a eliminação de fezes, remover sangue nos
casos de melena e preparar o paciente para cirurgia, exames e tratamento do trato intestinal.

Procedimentos
- Orientar o paciente.
- Preparo do material: forro, vaselina ou xylocaína geleia, papel higiênico, comadre, biombos, sonda
retal, gaze, equipo de soro e luvas.
- Lavar as mãos e utilizar luvas.
- Adaptar a sonda retal à solução prescrita e ao equipo de soro.
- Colocar o paciente na posição de Sims.
- Lubrificar cerca de 10 cm da sonda com vaselina.
- Afastar os glúteos e introduzir a sonda.
- No caso de lavagem intestinal, abrir o equipo, deixar escoar o líquido, fechar o equipo após e término,
retirar a sonda e encaminhar o paciente ao banheiro ou colocá-lo em uma comadre.

Material da passagem de sonda


Bandeja contendo:
- Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16, 18 (adulto);
- Esparadrapo;
- Xilocaína gel;
- Gaze;
- Par de luvas;
- Seringa de 20cc;
- Estetoscópio;
- Copo com água;
- Toalha de rosto de uso pessoal caso a sonda Nasogástrica seja aberta adicione: extensão; saco
coletor.

Técnica:
- Explicar a procedimento ao paciente;
- Colocá-lo em posição de Fowler;
- Colocar a toalha sob o pescoço;
- Calçar as luvas;
- Abrir a sonda;
- Medir o comprimento da sonda: da base da orelha até a ponta do nariz e descer até o apêndice
xifoide;
- Marcar o local com o esparadrapo;
- Passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm;
- Introduzir a sonda s por uma das narinas;
- Flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao paciente para realizar movimentos de
deglutição;
- Introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo;
- Fazer os 3 testes: pegar a ponta da sonda e colocá-la em um copo com água, se borbulhar, retirar a
sonda, pois ao invés de estar no estômago, está no pulmão; pegar a ponta da sonda, encaixar a seringa
e aspirar se vier líquido, a sonda está no lugar certo; pegar o estetoscópio e auscultar.

Diferenças das Sondas

Sonda Nasoenteral
É a sonda que fica na primeira porção intestino (Duodeno). Só o enfermeiro pode realizar o
procedimento de passagem de sonda. Nasogástrica, fica no estômago. Técnicos de Enfermagem podem
passa-la. Tem a sonda vesical, para eliminação de urina que tem que ser feita com técnica estéril, também
privativa do Enfermeiro.

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Sondagem Nasogástrica
É a introdução de uma sonda via nasal ou oral no estômago do paciente com a finalidade de drenagem
de líquidos, infusão de alimentos, medicamentos e hidratação de pacientes impossibilitados de deglutir.

Matéria:
- 01 bandeja;
- 01 unidade de sonda nasogástrica;
- 01 seringa de 10 ml ou 20ml;
- 01 pacote de gaze;
- 20 cm de esparadrapo;
- 100 ml de água filtrada;
- 01 toalha;
- 01 par de luvas de procedimento;
- Xilocaína gel;
- 01 unidade de bolsa coletora descartável (em caso de drenagem);
- 01 equipo para dieta;
- 01 estetoscópio.

Obs.: verificar rotina da CCIH para Prevenção de Pneumonia Hospitalar.

Procedimento:
- Explicar o procedimento para o paciente;
- Preparar o material;
- Colocar o paciente em posição de fowler ou sentado, com a cabeça ligeiramente inclinada para frente;
- Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimentos;
- Proteger o paciente com a toalha;
- Medir a sonda da boca ao lobo inferior da orelha e apêndice xifoide;
- Lubrificar a sonda com xilocaína gel;
- Introduzir pela boca ou narina, pedindo para que o paciente degluta a sonda, respirando pela boca;
- Oferecer água ao paciente se necessário, para facilitar a introdução da sonda;
- Verificar se a sonda está no estômago: aspirar com seringa o conteúdo gástrico e auscultar infusão
de ar com seringa de 20 ml colocando o esteto na região gástrica;
- Conectar bolsa coletora (em caso de NSG aberta);
- Fixar a sonda em “T”, ou seja, proteger a base até a ponta do nariz com micropore ou outro material
adesivo mais suave, e fixar a sonda sobre o material, para evitar muito atrito e lesões nesta área;
- Manter cabeceira elevada enquanto o paciente estiver sondado;
- Organizar o material;
- Instalar dieta se for o caso;
- Retirar luvas de procedimentos;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário tipo e número da sonda, aspecto da drenagem, reações do paciente durante o
procedimento.

Sondagem Nasoenteral (SNE)


É a introdução de uma sonda via nasal ou oral que passa pelo estomago e fica introduzida até o
duodeno, permitindo a infusão de dietas e medicamentos aos pacientes impossibilitados de deglutir. Em
paciente com terapia nutricional por sonda, preferir sempre as SNE por menor risco de bronco aspiração.

Obs.: verificar rotina da CCIH para Prevenção de Pneumonia Hospitalar.

Material:
- 01 bandeja;
- 01 unidade de sonda nasoentérica com fio guia;
- 01 seringa de 20 ml;
- 01 pacote de gaze;
- 20 cm de esparadrapo;
- 100 ml de água filtrada;
- 01 toalha;
- 01 par de luvas de procedimento;

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- Xilocaína gel;
- 01 equipo para dieta;
- 01 estetoscópio.

Procedimento:
- Explicar o procedimento para o paciente;
- Preparar o material;
- Colocar o paciente em posição de fowler ou sentado, com a cabeça ligeiramente inclinada para frente;
- Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimentos;
- Proteger o paciente com a toalha;
- Medir a sonda da boca ao lobo inferior da orelha e deste até a região hipogástrica;
- Retirar o fio guia da sonda, lubrifica-lo com xilocaína gel e introduzi-lo novamente;
- Lubrificar a sonda com xilocaína gel;
- Introduzir a sonda pela narina com fio guia, se o paciente estiver consciente solicitar a sua
colaboração, pedindo que degluta a sonda e respire pela boca;
- Verificar se a sonda está corretamente posicionada, injetando ar com a seringa e auscultando com o
auxílio de um estetoscópio a região hipogástrica;
- Retirar o fio guia;
- Fixar a sonda em “T”, ou seja, proteger a base até a ponta do nariz com micropore ou outro material
adesivo mais suave, e fixar a sonda sobre o material, para evitar muito atrito e lesões nesta área;
- Manter a cabeceira sempre elevada do paciente a fim de evitar bronco aspiração;
- Organizar o material;
- Retirar luvas de procedimentos;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário tipo e número da sonda, aspecto da drenagem, reações do paciente durante o
procedimento;
- Aguardar 03 horas para infundir a dieta;
- Fazer RX confirmatório.

Questões

01.(UNIRIO – Auxiliar de Enfermagem - UNIRIO) A limpeza da unidade do paciente garante conforto


e diminui o risco de infecção. Na alta hospitalar, deve-se proceder à limpeza
(A) concomitante.
(B) terminal.
(C) diária.
(D) concorrente.
(E) esterilizante.

02.(Prefeitura de Parnarama/MA – Enfermeiro - NUCEPE) O banho no leito além de proporcionar


conforto e bem estar ao paciente, ele é indicado para:
(A) Estimular a circulação
(B) Combater as úlceras
(C) Regular a respiração
(D) Regular a digestão
(E) Aumentar o apetite.
Gabarito

01.B / 02.A

Comentários

01.Resposta: B
Limpeza Terminal
É a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta, óbito ou transferência.

02. Resposta: A
O banho no leito do paciente é indicado para a ativação da circulação devido os movimentos circulares.

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Fundamentos de anatomia, fisiologia, microbiologia, parasitologia, nutrição e
higiene

INTRODUÇÃO A ANATOMIA HUMANA

A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável para o estudo


da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo desde a fase de zigoto
até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no reino animal (filogenia).
A unidade fundamental do corpo é a célula. A união de diversas células de mesma função dá origem
aos tecidos. A união de diversos tecidos origina os órgãos, que por sua vez originam os sistemas.

A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas:


(1) anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e;
(2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações
entre si.

Métodos de estudo

1. Inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou
internos (endoscopia);
2. Palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e as
saliências ósseas, dentre outras coisas;
3. Percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons audíveis,
que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos);
4. Ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino);
5. Mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias;
6. Dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização;
7. Métodos de estudo por imagem: inclui os raios X, ecografia, ressonância nuclear magnética e
tomografia computadorizada.

Posição anatômica

É a posição usada para poder descrever a localização de uma lesão ou estrutura.


Cabeça, olhos e palma das mãos (com dedos estendidos) voltadas anteriormente. Braços unidos ao
corpo. Membros inferiores unidos, pés paralelos e voltados anteriormente.

Planos anatômicos do corpo

- Mediano: é o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo-o em duas metades (direita
e esquerda). O plano corta as linhas medianas das superfícies anterior e posterior do corpo.
- Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
- Coronal ou Frontal: são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o
plano mediano, dividindo o corpo em parte anterior (frontal) e posterior (dorsal).
- Transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.

Termos de relação

Superficial, intermediário e profundo: ajuda a definir a posição de uma estrutura.


Medial: próxima ou mais próxima do plano mediano do corpo.
Lateral: está mais afastado do plano mediano.
Anterior: na face anterior, frontal ou ventral do corpo.
Posterior: na face posterior ou dorsal do corpo.
Dorso: face posterior ou dorsal de qualquer parte do corpo que se projete anteriormente.
Caudal: região glútea.
Superior: situado mais próximo ao vértice ou do ponto mais alto do crânio.
Inferior: situado mais próximo à planta dos pés.
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Proximal: situado mais próximo à sua fixação ou sua origem.
Distal: situado mais distante à sua fixação ou sua origem
Ínfero-medial: mais próximo dos pés e do plano mediano.
Súperolateral: mais próximo do vértice e mais afastado do plano mediano.
Ipsilateral: relação entre duas estruturas situadas do mesmo lado do corpo.
Contralateral: relação entre duas estruturas situadas em lados opostos do corpo.

Movimentos em plano coronal: abdução e adução;


Movimentos em plano mediano: flexão e extensão;
Movimentos em plano transverso: rotação.

Definições:
Eixo: reta que passa pelo centro de um corpo e em volta da qual esse corpo executa movimento de
rotação.
Planos: superfície plana limitada.

Para o entendimento do funcionamento do nosso organismo, e necessária a visão de noções básicas


de como se dá a inter-relação entre os sistemas. É disto que trata a Fisiologia, temos a intenção de
mostrar uma visão geral destas relações entre os diversos sistemas do organismo, afim de podermos
entender melhor suas funções e importância para o dia-a-dia, além de melhorar a percepção.
A homeostase designa a tendência do organismo vivo em manter constante o meio interno, em
equilíbrio. Quando o organismo não consegue manter a homeostase ocorre a doença. Quando o corpo é
ameaçado ou sofre um trauma, sua resposta pode envolver mudanças estruturais ou funcionais. Essas
mudanças podem ser adaptativas ou mal adaptativas. Os mecanismos de defesa que o corpo suporta vai
determinar a diferença entre saúde e doença.

Sistema Cardiovascular

O sistema cardiocirculatório é exposto a condições variáveis de estresse e tem uma grande capacidade
de se adaptar. Entender essa fisiologia adaptativa torna-se muito importante, visto que as manifestações
clínicas de muitas doenças cardiovasculares acontecem devido à perda desta capacidade adaptativa e
de sua função principal, que é fornecer sangue para suprir os tecidos de oxigênio e nutrientes necessários
para o metabolismo.
O endocárdio compõe o revestimento interno do coração (membrana interna), em contato direto com
o sangue, o pericárdio é a membrana que reveste externamente o coração. O miocárdio, músculo
cardíaco, é estriado e possui filamentos de actina e miosina (proteínas que fazem a contração muscular),
que deslizam uns pelos outros durante a contração, determinando o inotropismo cardíaco, que é a força
de contração. O feixe átrio ventricular é um sistema de condução elétrica especializado em conduzir
potencial elétrico entre átrio e ventrículo, determinando a contração sincronizada das células cardíacas
(figura1). O nodo sinusal, ou também chamado sinoatrial é considerado o marca-passo normal do
coração, controlando o batimento cardíaco devido a sua frequência de descargas rítmicas liberadas
(figura 1).

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Figura 1 –Sistema de condução elétrica cardíaco. 1 – Nodo sinusal, 2 – Nodo atrioventricular, 3 – Feixe de His e 4 – Células de Purkinji.

O ciclo cardíaco é a sequência de eventos ocorridos entre um batimento e outro, começando pela
geração de um potencial de ação no nodo sinusal (o marca-passo autônomo já citado), que está localizado
no átrio direito, propagando-se através de ambos os átrios e, daí, através do feixe átrio ventricular, para
os ventrículos através do feixe de His que se divide em ramo esquerdo e direito; a partir daí, as células
de Purkinje distribuem-se de forma a permitir que todo o miocárdio ventricular(células de contração
cardíaca) seja ativado simultaneamente. O ciclo cardíaco consiste em um período de relaxamento,
denominada diástole (figura 2), onde o coração se enche de sangue, e um período de contração
denominado sístole (figura 3), onde o coração bombeia boa parte do sangue presente nos ventrículos.

Figura 2 – Diástole Figura 3 – Sístole.

Quando o organismo tem febre, ocorre um aumento acentuado da FC, chegando até o dobro do seu
valor. Isto se dá pelo fato de o calor aumentar o metabolismo, dentre outros fatores. Na hipotermia ocorre
o inverso, a FC diminui chegando a alguns poucos batimentos por minuto até a morte.

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Sistema Hematopoiético

O sangue é um tecido fluido, composto em 45% de componentes celulares que circulam em suspensão
num meio líquido, denominado plasma. A parte celular, composta principalmente pelas hemácias (células
vermelhas, para transporte de oxigênio no sangue) é denominada hematócrito. O componente celular do
sangue consiste em três tipos principais de células: leucócitos (células brancas), eritrócitos (hemácias) e
trombócitos (plaquetas). A porção acelular ou plasma é constituída por 92% de água. Os 8% restantes
são formados por proteínas, sais e outros constituintes orgânicos em dissolução.
Num homem adulto e normal, com peso corpóreo de 75 kg, o volume total de sangue é de,
aproximadamente, 5.000 mL. Nas mulheres, esse valor é um pouco menor, ou seja, 3.404 mL de volume
sanguíneo total, considerando-se um peso médio de 55 kg.
O sistema hematopoiético consiste em sangue e nos locais onde este é produzido, incluindo a medula
óssea e o sistema reticulo endotelial. Na criança, todos os ossos esqueléticos estão envolvidos, mas, à
medida que a pessoa envelhece, a atividade da medula diminui. Todavia, na idade adulta, a atividade da
medula é geralmente limitada à pelve, costela, vértebra e esterno.
Vejamos abaixo, na tabela 1, os principais tipos celulares sanguíneos e suas principais características.

Tabela 1 – principais células sanguíneas

Sistema Respiratório

A respiração é o intercâmbio de gases entre um organismo e o meio no qual esse organismo vive.
Mais especificamente, trata-se da absorção de oxigênio, sua utilização nos tecidos e a eliminação de
dióxido de carbono pelo organismo.
Para o diagnóstico e o tratamento da maioria das doenças respiratórias é necessário compreender os
princípios da fisiologia respiratória e das trocas gasosas. Algumas doenças respiratórias resultam de
ventilação inadequada, ao passo que outras resultam de anormalidades na difusão através da membrana
pulmonar ou no transporte de gases dos pulmões para os tecidos.

Podemos dividir a respiração em quatro grandes eventos, do ponto de vista funcional:


- A ventilação pulmonar, que é a remoção cíclica do gás alveolar pelo ar atmosférico.
- A difusão do oxigênio e do dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue.
- O transporte, no sangue e nos líquidos corporais, do oxigênio (dos pulmões para as células) e do
dióxido de carbono (das células para os pulmões).
- A regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração.

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São exemplos de doenças do sistema respiratórias a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) que
nela inclui o enfisema pulmonar e a bronquite crônica; embolia pulmonar; síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA); edema agudo de pulmão (EAP); pneumonia; infecções; insuficiência
respiratória aguda (IRA); dentre outras.
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o
aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando
o ar a entrar nos pulmões (figura 4). A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo
relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as
costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com consequente aumento da pressão
interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

Figura 4 – Cinética do movimento inspiratório com elevação das costelas e abaixamento do diafragma.

O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada
molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina.
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sanguíneos e penetra nas
hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar.
Nos tecidos ocorrem um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo
líquido tissular, atingindo as células.
Em repouso, a frequência respiratória (FR) é da ordem de até 12 movimentos por minuto. A respiração
é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos
responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais).
Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da
respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através
de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e
dirige-se para baixo, através do tórax até o diafragma.
Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos abdominais, são transmitidos
para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos.
Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai a valores muito baixos.
Isso ocorre especialmente em locais de grande altitude ou quando uma pessoa contrai pneumonia, por
exemplo.

Sistema Renal

O sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Os rins são órgãos excretores e
reguladores. Excretando a água e outras substâncias, os rins eliminam do corpo o excesso de água e
produtos desnecessários e tóxicos. Eles também regulam o volume e a composição dos fluidos corporais
dentro de um limite bastante estreito, eliminando o efeito de grandes variações na absorção de alimentos
e água. Devido à função homeostática dos rins, os tecidos e as células do corpo podem realizar suas
funções habituais em um ambiente relativamente constante.
O fluxo sanguíneo para os dois rins é equivalente a 25% (1,25 L/min) do débito cardíaco nos indivíduos
em repouso. Contudo, os rins constituem menos de 0,5% do peso corporal total.
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No ser humano, cada rim é constituído de cerca de 1 milhão de néfrons, cada um destes é capaz de
formar urina. Os néfrons são tubos ocos formados de uma camada celular simples. O rim não tem a
capacidade de regenerar novos néfrons. Por conseguinte, em caso de lesão ou doença renal, ou no
processo do envelhecimento normal, verifica-se diminuição gradual do número de néfrons.

Figura 5 – Néfron esquemático demonstrando arteríola Inter lobular, arteríola aferente, arteríola eferente, glomérulos, cápsula de Bowman, espaço urinário,
ducto proximal, alça de Henle, ducto distal e ducto coletor.

Cada néfron possui dois componentes principais: (1) um glomérulo (capilares glomerulares), através
do qual grandes quantidades de líquidos são filtradas do sangue e (2) um longo túbulo no qual o liquido
filtrado é convertido em urina no seu trajeto até a pelve renal.

Sistema Nervoso Autônomo

Este é caracterizado pela sua grande complexidade das ações de controle que pode desempenhar.
Em conjunto com o sistema endócrino, provê a maior parte das funções de controle do corpo. A porção
denominada sistema nervoso autônomo (SNA) é responsável pelo controle das funções viscerais.
O SNA regula atividades dos órgãos internos, como o coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos
digestivos e glândulas (figura 6). É responsável, em grande parte, pela manutenção e restauração da
homeostase interna. Dentre suas atribuições encontram-se o controle da pressão arterial, motilidade e
secreção gastrintestinal, esvaziamento da bexiga urinária, transpiração, temperatura corporal, entre
muitas outras. O SNA possui duas divisões importantes: simpático e parassimpático, que geralmente
atuam em oposição (figura 6).
O SNA inerva a grande parte dos órgãos internos, embora ocasionalmente considerado parte do
sistema nervoso periférico, ele é regulado por centros na medula espinhal, tronco cerebral e hipotálamo.
Possui dois neurônios em uma série que se estende entre os centros no SNC e os órgãos inervados.
O SNA transmite seus impulsos por meio de vias nervosas estimulados por mediadores químicos
assemelhando-se, nesse sentido, ao sistema endócrino.
O sistema nervoso parassimpático funciona como o controlador dominante para a maioria dos efetores
viscerais. Durante condições calmas e sem estresse, os impulsos das fibras parassimpáticas
(colinérgicas) predominam. O sistema nervoso Simpático, ao contrário, atua predominantemente nas
situações de “fuga”, associado ao estresse. Tem a função basal também de manter o tônus dos vasos e
frequência cardíaca.

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Figura 6 – Sistema nervoso autônomo com suas divisões simpática e parassimpática e órgãos submetidos os seus controles.

Sistema Digestório

O sistema digestivo tem a função primordial de promover nutrientes para o corpo. O alimento, após
passar pela boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida para os intestinos
delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus. O sistema digestório prepara o alimento para ser
usado pelas células por meio de cinco atividades básicas.
1. Ingestão: Captar alimento pela boca (ato de comer).
2. Mistura e movimentação do alimento: As contrações musculares misturam o alimento e as
secreções e movimentam o alimento ao longo do trato gastrointestinal.
3. Digestão: Ocorre a degradação do alimento por processos químicos e mecânicos. A digestão
química é uma série de reações que degradam as moléculas grandes e complexas de carboidratos,
lipídios e proteínas que ingerimos, transformando-as em moléculas simples, pequenas o suficiente para
passar através das paredes dos órgãos digestórios e eventualmente para as células do corpo. A digestão
mecânica consiste de vários movimentos que auxiliam na digestão química. Os dentes trituram o alimento
para que ele seja deglutido; o músculo liso do estômago e do intestino delgado promovem a mistura do
alimento com as enzimas que o digerem; e as ondas de contração muscular denominadas peristalse
movem o alimento ao longo do trato gastrointestinal.
4. Absorção: É a passagem do alimento digerido do trato gastrointestinal aos sistemas sanguíneo e
linfático para distribuição às células.
5. Defecação: É a eliminação de substâncias não digeridas do trato gastrointestinal.

Assim, as funções gerais desempenhadas pelo tubo gastrintestinal podem ser classificadas em (1)
propulsão e mistura do conteúdo gastrintestinal, (2) secreção dos sucos digestivos, (3) digestão do
alimento e (4) absorção do alimento.

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Figuras 7 - Anatomia do sistema digestório

Todas as células do corpo necessitam de nutrientes. Esses nutrientes derivam da ingestão de alimento
que contém proteína, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais, bem como fibras de celulose e outras
matérias vegetais sem valor nutricional.

As principais funções digestivas do trato gastrointestinal são:


- Clivar as partículas alimentares na forma molecular para a digestão.
- Absorver as pequenas moléculas produzidas pela digestão para dentro da corrente sanguínea.
- Eliminar alimentos não-digeridos e não-absorvidos e outros produtos residuais do corpo.

Depois que o alimento é ingerido, ele é impulsionado através do trato gastrointestinal, ficando em
contato com uma ampla variedade de secreções que auxiliam na digestão, absorção e eliminação do
mesmo.
O processo digestivo consiste em uma série de transformações sequenciais e é deflagrada por
mediadores químicos, endócrinos e estímulos diversos, desenvolvidos pelo aparelho digestivo com a
finalidade de possibilitar a melhor absorção alimentar.
A digestão se inicia na boca, onde a mastigação e a insalivação reduzem os alimentos sólidos a uma
massa de menor tamanho, auxiliados pela movimentação da língua. Segue-se a deglutição voluntária
e/ou reflexa, que conduz o bolo alimentar ao estômago.

Sistema Endócrino

O sistema endócrino possui alta complexidade, sendo composto por um grupo de órgãos integrados e
de ampla distribuição, coordenando um estado de equilíbrio metabólico (homeostase) entre vários órgãos
do corpo. Este equilíbrio ocorre, pois são regulados por dois sistemas: sistema nervoso representado pelo
hipotálamo e o sistema endócrino (figura 8).

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Figura 8 – Controle da homeostase corporal controlado pelo sistema nervoso e sistema endócrino.

O hipotálamo contém neuro secreções que são importantes no controle de certas atividades
metabólicas, como a manutenção do equilíbrio hídrico, metabolismo do açúcar e das gorduras, regulação
da temperatura corporal, secreção de hormônios liberadores e inibidores.
Os hormônios agem nas células em um sistema chamado “chave-fechadura”, ou seja, as chaves são
os hormônios e a fechadura, são os receptores sendo divididos em receptores de membrana: hormônios
hipofisários e catecolaminas; receptores de citoplasma ou de núcleo: hormônios esteroides; receptores
associados diretamente ao DNA: hormônio tireóideo. Com frequência, o hormônio endócrino é
transportado pelo sangue de seu local de liberação até o seu órgão-alvo (órgão onde o hormônio ira agir).
A função das glândulas endócrinas é controlada por meios de mecanismos de retroalimentação:
feedback, assim as discrepâncias nas taxas séricas normais desses hormônios estimulam ou inibem a
liberação de substâncias de controle de secreção produzidas no eixo hipotálamo-hipofisário.
O sistema endócrino (figura 9) é constituído pelo hipotálamo, hipófise, pineal, tireoide, paratireoides,
timo, suprarrenal, pâncreas, ovários, testículos e placenta (durante a gravidez).

Figura 9 – Sistema endócrino.

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Assim, podemos enumerar algumas das principais funções do sistema endócrino, lembrando da
interação com os diversos sistemas do nosso organismo:
1. Regula a proliferação e a diferenciação celular
2. Crescimento
3. Reprodução
4. Controla a pressão arterial
5. Concentração iônica
6. Comportamento

Questões

01. Em relação aos Planos anatômicos do corpo, Assinale a alternativa correta.


(A) Transverso: são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o plano
mediano, dividindo o corpo em parte anterior (frontal) e posterior (dorsal).
(B) Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
(C) Mediano: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.
(D) As alternativas B e C estão corretas

02. Tipo de anatomia que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si.
(A) Anatomia topográfica ou cirúrgica
(B) Anatomia sistemática
(C) Anatomia descritiva
(D) Todas as alternativas estão corretas.

03. Posição anatômica:


É a posição usada para poder descrever apenas a localização de uma estrutura.
( ) Certo
( ) Errado

Gabarito

01. B/ 02. A/ 03. Errado

Comentários

01. Resposta: B
Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
Transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.
Mediano: é o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo-o em duas metades (direita
e esquerda). O plano corta as linhas medianas das superfícies anterior e posterior do corpo.

02. Resposta: A
A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas:
(1) anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e;
(2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações
entre si.

03. Resposta: Errado


É a posição usada para poder descrever a localização de uma lesão ou estrutura.
Cabeça, olhos e palma das mãos (com dedos estendidos) voltadas anteriormente. Braços unidos ao
corpo. Membros inferiores unidos, pés paralelos e voltados anteriormente.

NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA

Microbiologia é um dos ramos da Biologia que estuda os diferentes microrganismos existentes em


nosso planeta; além de estudar também, a nossa convivência com estes pequenos seres. A microbiologia
se divide em:

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- Bacteriologia - Estuda as principais bactérias de interesse para o ser humano;
- Micologia - Estuda os fungos;
- Virologia - Estuda os vírus;
- Parasitologia - Estuda os diferentes parasitas de interesse para o homem;
- Imunologia - Estuda como o organismo se defende das agressões do meio ambiente.

Conceitos Básicos

- Aeróbio - Organismo que necessita de oxigênio para viver;


- Anaeróbio - Organismo que vive em atmosfera com pouca tensão de oxigênio;
- Portador - Indivíduo que carrega microrganismo causador de algum tipo de infecção, sem apresentar
sintomas;
- Colonização - Aumento numérico de um ou mais m.o (microrganismo), sem causar reação;
- Contaminante - Organismo inócuo, que contamina um objeto qualquer;
- Endotoxina - Substância liberada, a partir de m.o desintegrado;
- Exotoxina - Substância produzida a partir de um organismo vivo, e que tem ação à distância;
- Hospedeiro - Organismo que pode receber ou transportar o parasita;
- Infeção - Aumento numérico de m.o levando a lesão tecidual;
- Período de incubação - Período que vai desde a entrada do m.o no corpo humano até o início dos
sintomas de infecção;
- Reservatório/ Fonte - Local onde o m.o é abrigado;
- Vetor - Um portador - não humano - que transfere os parasitas de um indivíduo infectado para outro
não infectado.

Fatores Ligados a Áreas e Artigos Hospitalares

Classificam-se esses artigos e áreas em três categorias:


- Artigos Críticos: São aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais, no vascular e em outros
órgãos isentos de microbiota própria. Ex: Instrumentos de corte ou de ponta; pinças; afastadores; fios;
cateteres venosos; drenos; roupas cirúrgicas;
- Artigos Semi Críticos: São aqueles que entram apenas em contato com a mucosa íntegra. Ex:
equipamentos de anestesia gasosa, cateteres vesicais, traqueias, sondas nasogástricas, endoscópios,
pratos, talheres e alimentos;
- Artigos Não Críticos: São aqueles que entram em contato com a pele integra do paciente. Ex:
termômetros, mesas de aparelho de Rx, incubadoras, microscópios cirúrgicos, telefones, mobiliários;
- Áreas Críticas: Apresentam maior risco de infecção. Ex: Salas de operação ou de partos; salas de
recuperação pós-anestésica; UTI; Unidade de queimados, berçário, CTIs, sala de hemodiálise;
- Áreas Semicríticas: São todas as áreas ocupadas por pacientes de doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas;
- Áreas Não Críticas: São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes. Ex; áreas de
administração e corredores.

Prevenção de Bacteremias

Cerca de 30 a 50% dos pacientes hospitalizados recebem terapia endovenosa que é um acesso para
os m.o que proliferam em cateteres e fluidos. A punção venosa para aplicação de medicamentos é uma
das causas mais importantes de tromboflebites e consequentemente bacteremias. (Ou septicemias)
No entanto, um local de punção que não apresenta sinais de tromboflebite ou secreção purulenta pode
ser um foco de m.o inaparente.

Condições Favoráveis ao Crescimento Microbiano

- Fontes energéticas para as bactérias (proteínas, gorduras, vitaminas, etc.);


- Temperatura entre 5°C e 65°C (ideal 37°C);
- Umidade;
- Oxigênio.

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Alguns dos microrganismos mais comumente causadores de infecção hospitalar são:
- Staphylococcus aureus: bactéria mais abundante nas mãos. Propaga-se através da manipulação
de alimentos e objetos.
Como medidas preventivas de infecções causadas por este organismo temos a lavagem das mãos, a
desinfecção de objetos utilizados e manipulados, além de puxadores e maçanetas das portas,
higienização de máquinas e equipamentos.

- Escherichia coli: encontrada principalmente no intestino de animais e do homem. Amplamente


difundida no ambiente. Sua presença indica falta de higiene correta.
Como medidas preventivas têm-se a lavagem das mãos com água e sabão (principalmente após
utilização de sanitários), desinfecção correta do ambiente.

Como prevenir as bacteremias relacionadas a terapia endovenosa:


-Verificar a permeabilidade do local;
- Lavar as mãos antes de qualquer procedimento que envolva a terapia endovenosa;
- Utilizar álcool iodado ou álcool a 70% para antissepsia do local a ser puncionado;
- Firmar a cânula no local de inserção;
- Trocar a via de acesso quando estiver sujo - podendo ser trocada a cada 24h, 48h, 72 h ou até uma
semana, conforme rotina definida pelo CCIH;
- As soluções não deverão ser infundidas por um período superior a 24 horas;
- As soluções deverão ser revisadas, para verificar se há impurezas (visíveis a olho nu, contra a luz);
- Os equipos deverão ser trocados a cada 72 horas;
- Quando necessário, colocação de respiro no frasco, este local deverá ser limpo e posteriormente
inserido a agulha. Esta recomendação está caindo em desuso, uma vez que os novos equipos estão
vindo de fábrica com respiro;
- No caso de após ter sido instalado o Sistema Equipo-Soro-Paciente, o mesmo apresentar, calafrios,
dor, tremores, cianose, deverá ser imediatamente retirado o sistema e comunicado ao médico.

Resistência Microbiana

Os antimicrobianos devem ser capazes de:


1. alcançar os alvos moleculares, que são primariamente intracelulares. Para isso, o antimicrobiano,
em quantidades suficientes, precisa ultrapassar a membrana celular bacteriana;
2. interagir com uma molécula-alvo de modo a desencadear a morte da bactéria;
3. evitar a ação das bombas de efluxo que jogam os antimicrobianos para fora da célula bacteriana;
4. evitar a inativação por enzimas capazes de modificar o fármaco no ambiente extracelular ou no
interior da célula bacteriana.

Com frequência bactérias utilizam mais de uma estratégia para evitar a ação dos antimicrobianos;
assim, a ação conjunta de múltiplos mecanismos pode produzir um acentuado aumento da resistência
aos antimicrobianos. A resistência a determinado antimicrobiano pode constituir uma propriedade
intrínseca de uma espécie bacteriana ou uma capacidade adquirida. Para adquirir resistência, a bactéria
deve alterar seu DNA, material genético, que ocorre de duas formas:
1. indução de mutação no DNA nativo;
2. introdução de um DNA estranho - genes de resistência - que podem ser transferidos entre gêneros
ou espécies diferentes de bactérias.

Alteração de Permeabilidade

A permeabilidade limitada constitui uma propriedade da membrana celular externa de


lipopolissacarídeo das bactérias Gram-negativas. A permeabilidade dessa membrana reside na presença
de proteínas especiais, as porinas, que estabelecem canais específicos pelos quais as substâncias
podem passar para o espaço periplasmático e, em seguida, para o interior da célula. A permeabilidade
limitada é responsável pela resistência intrínseca dos bacilos Gram-negativos à penicilina, eritromicina,
clindamicina e vancomicina e pela resistência de Pseudomonas aeruginosa ao trimetoprim. As bactérias
utilizam esta estratégia na aquisição de resistência. Assim, uma alteração na porina específica da
membrana celular externa de P. aeruginosa, pela qual o imipenem geralmente se difunde, pode excluir o
antimicrobiano de seu alvo, tornando P. aeruginosa resistente ao imipenem.

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Alteração do Sítio de Ação do Antimicrobiano

A alteração do local-alvo onde atua determinado antimicrobiano, de modo a impedir a ocorrência de


qualquer efeito inibitório ou bactericida, constitui um dos mais importantes mecanismos de resistência. As
bactérias podem adquirir um gene que codifica um novo produto resistente ao antibiótico, substituindo o
alvo original. Staphylococcus aureus resistente à oxacilina e estafilococos coagulase-negativos
adquiriram o gene cromossômico Mec A e produzem uma proteína de ligação da penicilina (PBP ou PLP)
resistente aos β-lactâmicos, denominada 2a ou 2', que é suficiente para manter a integridade da parede
celular durante o crescimento, quando outras PBPs essenciais são inativadas por antibimicrobianos β-
lactâmicos. Alternativamente, um gene recém-adquirido pode atuar para modificar um alvo, tomando-o
menos vulnerável a determinado antimicrobiano. Assim, um gene transportado por plasmídeo ou por
transposon codifica uma enzima que inativa os alvos ou altera a ligação dos antimicrobianos como ocorre
com eritromicina e clindamicina.

Bomba de Efluxo

O bombeamento ativo de antimicrobianos do meio intracelular para o extracelular, isto é, o seu efluxo
ativo, produz resistência bacteriana a determinados antimicrobianos. A resistência às tetraciclinas
codificada por plasmídeos em Escherichia coli resulta deste efluxo ativo.

Uso Racional de Antimicrobianos

O uso indiscriminado de antimicrobianos exerce uma enorme pressão seletiva para a manutenção e
ampliação da resistência bacteriana. O uso extenso de antimicrobianos é seguido de frequência
aumentada de bactérias resistentes que passam a se disseminar em consequência de medidas
insuficientes de prevenção de infecções. Embora não se possa eliminar o uso de antimicrobianos, a
administração racional desses agentes não apenas exige uma seleção criteriosa do antimicrobiano e da
duração da terapia, como também sua indicação apropriada.

Noções de Parasitologia1

Os seres vivos na natureza apresentam grande inter-relacionamento, que varia desde a colaboração
mútua (simbiose) até o predatismo e canibalismo. O parasitismo seguramente ocorreu quando na
evolução de uma destas associações um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção,
quer pela obtenção de alimento.
A parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, as doenças parasitárias humanas, seus métodos
de diagnóstico e controle. O aparecimento e a instalação das diversas parasitoses (doenças causadas
por parasitas) estão bastante relacionados com o subdesenvolvimento de um país e seu ciclo doença e
pobreza.
A distribuição geográfica das parasitoses tem, portanto, vários fatores intervenientes: presença de
hospedeiros susceptíveis apropriados, migrações humanas, condições ambientais favoráveis, além da
maior densidade populacional, baixas condições de vida, hábitos religiosos e hábitos de higiene, que são
fatores muitas vezes propagadores da relação parasita-hospedeiro.

Há dentro da parasitologia a utilização de alguns termos que favorecem a compreensão do processo


doença-parasita-hospedeiro, dentre os quais seguem:
- Agente etiológico: é o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus,
bactéria, fungo, protozoário, helminto.
- Agente infeccioso: Parasito, sobretudo, microparasitos (bactérias, fungos, protozoários, vírus, etc.)
inclusive helmintos, capazes de produzir infecção ou doença infecciosa.
- Antroponose Doença exclusivamente humana. Ex: filariose bancroftiana, necatoriose, gripe, etc.
- Antropozoonose Doença primária de animais, que pode ser transmitida ao homem. Ex: brucelose,
em que o homem é um hospedeiro acidental.
- Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito.
- Parasito acidental: é o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Ex: Dipylidium caninum,
parasitando criança.
1
NEVES, David P. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

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- Parasito errático: é o que vive fora do seu hábitat normal.
- Parasito estenoxênico: é o que parasita espécies de vertebrados muito próximas. Ex: algumas
espécies de Plasmodium só parasitam primatas, ouras, só aves, etc.
- Parasito eurixênico: é o que parasita espécies de vertebrados muito diferentes. Ex: o Toxoplasma
gondii, que pode parasitar todos os mamíferos e até aves.
- Parasito facultativo: é o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro. Ex: larvas de
moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em feridas necrosadas ou em matéria orgânica
(esterco) em decomposição.
- Parasito heterogenético: é o que apresenta alternância de gerações. Ex: Plasmodium - ciclo
assexuado no mamífero e sexuado no mosquito.
- Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Ex: Enterobius vermicularis, A.
lumbricoides.
- Parasito monogenético é o que não apresenta alternância de gerações (isto é, possui um só tipo
de reprodução - sexuada ou assexuada). Ex: A. lumbricoides, Ancylostomatidae.
- Parasito obrigatório: é aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Ex: Toxoplasma
gondii, Plasmodium, S. mansoni, etc.
- Período de incubação: é o período decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos
primeiros sintomas clínicos. Ex: Schistosoma mansoni - penetração de cercária até o aparecimento da
dermatite cercariana levam 24 horas.
- Período pré-patente: é o período que decorre entre a infecção e o aparecimento das primeiras
formas detectáveis do agente infeccioso. Ex: Schistosoma mansoni - período entre a penetração da
cercária até o aparecimento de ovos nas fezes (formas detectáveis) aproximadamente 40 dias.

Existe ainda a designação científica dos agentes das parasitoses, regulada por regras de nomenclatura
denominadas Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica, em que basicamente é recomendado
que a espécie seja designada por duas palavras: a primeira representa o gênero (deve ser escrita com
letra maiúscula), a segunda representa a espécie (deve ser escrita com a letra minúscula), além de o
nome inteiro ser sempre grifado ou escrito em itálico.
Controvérsias são presentes quanto à terminação das palavras indicadoras de doenças parasitárias,
como a utilização dos sufixos ose, íase e ase (que indicam doença). Entretanto, em 1988 alguns
pesquisadores (Kassai et al., 1988) apresentaram um trabalho no qual sugeriram que dos três sufixos
deve-se agregar apenas "ose" ao nome do gênero do agente etiológico, para designar doença ou
infecção.

Questões

01. Julgue o item a seguir


A parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, as doenças parasitárias humanas, seus métodos
de diagnóstico e controle. O agente etiológico é um vírus causador ou responsável pela origem da doença.
( ) Certo
( ) Errado

Gabarito

01.Errado

Comentários

01. Resposta: Errado


A primeira sentença está correta, porém o agente etiológico causador ou responsável pela origem da
doença e pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto.

NOÇÕES DE HIGIENE PESSOAL, SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA PESSOA CUIDADA

É fundamental2 que as funções e responsabilidades como cuidador sejam bem definidas e claras para
todos. Saber o que os pais esperam de você ajuda a organizar o seu cotidiano com a criança.

2
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302000000300007&script=sci_arttext

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Higiene Corporal

Os cuidados de saúde e higiene pessoal têm influência direta na garantia das condições adequadas
de saúde coletiva e individual.
A higiene é o conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde. Higiene refere-se ao
estado geral de limpeza do corpo, do ambiente e das roupas das pessoas. Inclui a postura no dia-a-dia,
a alimentação, o sono, o repouso e a atividade física.
A nossa pele deve permanecer adequadamente limpa e hidratada, uma vez que esta é uma barreira
que nos protege de possíveis infecções.
Para uma adequada higiene corporal deve-se lavar todas as partes do corpo. Deve-se evitar produtos
que possam ser agressivos para a pele, provocando irritações. O mais recomendado é o uso de um sabão
de pH neutro, pois este mantém corretamente o equilíbrio da pele ao respeitar o pH.
Lavar o corpo (tomar banho) é importante para manter limpos: a pele; os cabelos; as unhas; boca e
dentes. Com esse hábito elimina-se: poeiras; secreções; microrganismos; maus odores e previne-se
doenças.
Para mantermos a saúde do corpo e o mesmo protegido usamos roupas e calçados limpos e
confortáveis. As roupas e os calçados nos protegem do sol, do calor, do frio, do vento, da chuva etc. Os
calçados e as roupas devem estar sempre limpos. É muito importante, também, mantermos limpas as
roupas íntimas (cuecas e calcinhas) e as que estão em contato direto com nosso corpo (meias e sutiãs).
Os cabelos devem estar sempre limpos e bem cortados. Cabelo, barba, bigode devem estar sempre
cortados e aparados, pois geram mau cheiro, coceiras e até parasitas (piolhos).
O rosto deve ser bem lavado para eliminar o excesso de oleosidade, desobstruindo os poros e evitando
o crescimento e a dispersão das bactérias na pele. As costas também devem ter igual cuidado. Essas
medidas diminuem acnes (espinhas) e cravos.
A higiene do corpo é muito importante para a saúde e para o relacionamento das pessoas. O cheiro
do corpo pode afetar o relacionamento social. O suor malcheiroso (bromidrose), assim como o mau hálito
e o mau cheiro em partes íntimas podem afetar o relacionamento entre duas pessoas.
Manter o corpo asseado e perfumado, e as roupas limpas evitam-se várias doenças. Essas ações
devem ser transmitidas desde cedo às crianças e aos jovens.
A Higiene Bucal Previne cárie e mau hálito, além de outros problemas. Deve-se escovar os dentes
após cada refeição e comparecer ao dentista periodicamente.
Manter unhas dos pés e das mãos limpas e cortadas evita acúmulo de sujeiras e possíveis doenças.
Esmaltes de cores claras contribuem mais com o aspecto de higiene e elegância das mãos femininas
do que esmaltes de cores escuras.
As mãos devem estar sempre bem lavadas, principalmente antes das refeições, antes de manipular
alimentos, após manusear lixo, comida estragada, dinheiro, ir ao banheiro etc. Deve-se sempre orientar
as crianças e os jovens para esses hábitos.
A falta de cuidado pode gerar repulsa nas pessoas, como p. ex: um aperto em mão suada, suja e
pegajosa e pessoas com as unhas crescidas e sujas.
Lavar os pés todos os dias e secar com pano suave, principalmente entre os dedos. A presença de
calos, inflamações e ou infecções são indicações para procurar um profissional. Manter calçados limpos
e trocá-los todos com frequência e usar sapatos confortáveis também são medidas higiênicas.
A Higiene Íntima da mulher é importante para manter órgãos sexuais livres de infecção. Deve-se lavar
a vulva durante o banho, fazendo uma boa limpeza com os dedos entre os grandes e os pequenos lábios.
Utilizar, de preferência, sabonetes neutros e que não irritam a pele; manter os pelos púbicos cortados;
realizar higiene após urinar; trocar com frequência os absorventes; evitar o uso de calcinhas de material
sintético. É preferível calcinha de algodão. Tecidos de lycra e rendam aumentam a temperatura do corpo
e irritam a mucosa.
A Higiene Íntima Masculina também deve ser diária. Dentre as recomendações, destaca-se o uso
frequente de desodorantes. Com sabonete neutro (de preferência) limpar a glande, puxando bem o
prepúcio (dobra da pele que recobre e protege a glande) para cima. Cortar os pelos púbicos deixando-os
com 1,5cm no mínimo.

Doenças causadas pela falta de higiene corporal

Dermatoses: O grupo das dermatoses está ligado à piodermites, que é uma infecção inflamatória
provocada por bactérias nas camadas da pele. São transmitidas pelo contato principalmente, durante os
períodos quentes e úmidos.

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Foliculites: São folículos pilosos inflamados que causam coceiras em locais com pelos.

Impetigo: É uma doença comum em crianças e ocorre pelo contágio da pele com locais que estejam
contaminados. Mais frequente na região da face ou em partes do corpo que fiquem expostas a objetos
engordurados. Ocorre a formação de bolhas que, posteriormente, transformam-se em feridas cobertas
por uma crosta.

Micose de Praia: Pode surgir em outros ambientes apesar de seu nome. É causado por um fungo que
se espalha pela pele, causando manchas arredondadas na nuca, nas costas e no peito. Pode ser evitada
com banhos diários e com o hábito de secar bem o corpo. O tratamento pode ser feito com a utilização
de antimicóticos.

Pé de Atleta: É uma micose que causa coceira e se manifesta entre os dedos. A pele descama com
formação de machas vermelhas e rachaduras que coçam muito. A contaminação ocorre quando há
contato dos pés descalços com pisos úmidos, banheiros e piscinas. Uso de sandálias e a secagem entre
os dedos é importante para combater o pé de atleta. Pode ser utilizado um antimicótico e o médico deve
ser procurado.

Alimentação

Dez passos para uma alimentação adequada


Visando a manutenção de peso saudável e a prevenção de obesidade, doenças cardiovasculares,
diabetes tipo 2 e osteoporose, recomendamos:
1. Consuma alimentos variados, em 4 refeições ao dia. Pular refeições não emagrece e prejudica a
saúde;
2. Mantenha um peso saudável e evite ganhar peso após os 20 anos. Evite também o aumento da
cintura;
3. Faça atividade física todos os dias. Inclua na sua rotina andar a pé, subir escada, jogar bola, dançar,
passear e outras atividades;
4. Coma arroz e feijão todos os dias acompanhados de legumes e vegetais folhosos;
5. Coma 4 a 5 porções de frutas, todos os dias, na forma natural;
6. Reduza o açúcar. Evite tomar refrigerantes.
7. Para lanches coma frutas ao invés de biscoitos, bolos e salgadinhos;
8. Coma pouco sal. Evite alimentos enlatados e produtos como salame, mortadela e presunto, que
contêm muito sal. Evite adicionar sal à comida já preparada. Aumente o uso de alho, salsinha e cebolinha.
Alimentos ingeridos na sua forma natural como feijão, arroz, frutas, grãos e verduras têm pouquíssimo
sal;
9. Use óleos e azeite no preparo de bolos, tortas e refeições;
10. Tome leite e coma produtos lácteos com baixo teor de gordura, pelo menos 3 vezes por dia.

Higiene dos Alimentos3


Os cuidados com a higiene na manipulação de alimentos são fundamentais para controlar a
contaminação, evitando a formação de bactérias e problemas de intoxicação e doenças relacionadas ao
consumo dos alimentos. São, geralmente, causas de contaminação dos alimentos a falta de asseio
(cuidados com a higiene), a exposição ao ar livre de alimentos preparados para servir e por fim instalações
deficientes e mal cuidadas. A contaminação de alimentos e produtos alimentícios ocorre por diversos
fatores, tais como:
- Microrganismos;
- Agentes químicos;
- Metais pesados;
- Infestação parasitária;
- Pesticidas.

Os principais veículos de contaminação são constituídos pelo homem, animais caseiros, insetos,
pássaros, ratos, pescados, água contaminada, utensílios e matérias primas.
O homem pode representar um importante veículo de contaminação se não tomar os cuidados
necessários. O nariz, a garganta e as mãos são focos predominantes e potenciais de contaminação. No

3
Texto extraído de ROCHA Marcelo do Carmo, Orientações sobre segurança e higiene alimentar. Sebrae, Sindotel.

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momento em que se espirra ou tosse, por exemplo, os microrganismos presentes no corpo humano se
espalham e podem contaminar os alimentos. As mãos são um dos principais focos de contaminação
quando pouco higienizadas, por este motivo devemos sempre lavar muito bem as mãos antes de mexer
com qualquer tipo de alimento, além de manter unhas bem cortadas e limpas.

Questão

01. (UFRRJ – Auxiliar de Creche – UFRRJ) Analise os itens abaixo, sobre a higiene pessoal.
L Higiene do corpo em geral.
II. Higiene das mãos.
III. Higiene do ambiente.
IV Higiene do trabalho.

Considerando V(verdadeiro) e F(falso), assinale a opção que contem a sequência correta.


(A) F-V-V-F
(B) F-V-F-V
(C) V-F-V-V
(D) V-V-F-F
(E) F-V-V-V
Gabarito

01.D

Comentários

01. Resposta: D
Para uma adequada higiene corporal deve-se lavar todas as partes do corpo. Deve-se evitar produtos
que possam ser agressivos para a pele, provocando irritações. O mais recomendado é o uso de um sabão
de pH neutro, pois este mantém corretamente o equilíbrio da pele ao respeitar o pH.
Lavar o corpo (tomar banho) é importante para manter limpos: a pele; os cabelos; as unhas; boca e
dentes. Com esse hábito elimina-se: poeiras; secreções; microrganismos; maus odores e previne-se
doenças.
As mãos devem estar sempre bem lavadas, principalmente antes das refeições, antes de manipular
alimentos, após manusear lixo, comida estragada, dinheiro, ir ao banheiro etc. Deve-se sempre orientar
as crianças e os jovens para esses hábitos.

Princípios e métodos de desinfecção e esterilização

CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO (CME)

Definição

A Central de Esterilização deve ser uma unidade de produção autônoma e independente do Centro
Cirúrgico, considerando-se uma atividade intermediária, pois possui vários clientes e fornecedores.

As principais finalidades da Central de Material Esterilizado (CME) são:


- Centralizar o material, esterilizado ou não, tornando mais fácil seu processamento, conservação,
manutenção e distribuição para as unidades de serviço;
- Executar técnicas de limpeza, preparo, empacotamento e esterilização, assegurando economia de
pessoal, material e tempo;
- Treinar pessoal para as atividades específicas do setor, conferindo-lhe maior produtividade;
- Facilitar o controle do consumo, qualidade do material e das técnicas de esterilização, aumentando
a segurança do uso;
- Oferecer subsídios para o ensino e o desenvolvimento de pesquisas;
- Manter reserva de material para o pronto atendimento das necessidades das unidades de serviço.

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Na Central de Material Esterilizado (CME) é realizado o preparo de todo o material estéril a ser utilizado
no hospital. Para tanto, é composta pelas áreas de recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e
distribuição dos materiais esterilizados utilizados pela equipe de saúde no atendimento ao cliente,
apresentando a vantagem de padronização das técnicas de processamento de material estéril,
contribuindo para a qualidade, favorecendo a economia de pessoal, material e tempo.
Na estrutura do estabelecimento de saúde, a CME é uma unidade importante porque oferece à equipe
de saúde materiais estéreis em condições adequadas ao seu desempenho técnico, bem como
proporciona ao cliente um atendimento com segurança e contribui para que a instituição proporcione uma
assistência com efetiva qualidade.
Alguns estabelecimentos de saúde preparam e acondicionam os materiais que cada unidade utiliza de
forma descentralizada; outros, centralizam todo o seu material para preparo na Central de Material que,
geralmente, constitui-se no método mais comumente encontrado, uma outra tendência é a terceirização
da esterilização de materiais, sendo utilizado principalmente o óxido de etileno, haja vista a necessidade
de condições de segurança especiais para sua instalação e manuseio.
Idealmente, a CME deve ter sua estrutura física projetada de forma a permitir o fluxo de materiais da
área de recepção à de distribuição, evitando o cruzamento de material limpo com o contaminado. Esses
cuidados na estrutura e fluxo proporcionam condições adequadas de trabalho à equipe de saúde,
diminuindo o risco de preparo inadequado do material, com presença de sujidade ou campos com cabelo,
linhas, agulhas de sutura e outras falhas.
Também em relação ao ambiente é importante que as paredes e o piso sejam de cor clara e fácil
limpeza e as janelas amplas, de forma a proporcionar uma iluminação que possibilite o bom trabalho na
unidade.
Quanto à localização, este serviço deve estar situado o mais próximo possível das unidades que mais
utilizam os seus materiais como o centro cirúrgico e obstétrico, o pronto-socorro e a terapia intensiva, o
que facilita a circulação dos mesmos. A distribuição do material estéril para o centro cirúrgico pode ser
realizada por monta-cargas ou carrinhos que propiciem a proteção do material estéril.
A adoção deste cuidado diminui, sobremaneira, a possibilidade de contaminação durante o trajeto
como os riscos de infecção que, além de outras complicações, acarretam sofrimento ao cliente, assim
como um tempo maior de internação.
Atualmente, em decorrência do avanço tecnológico, grande parte dos materiais hospitalares estão
sendo substituídos por materiais descartáveis, que apresentam as vantagens de estarem prontos para
uso, diminuindo a incidência de infecção hospitalar, com baixo custo para a instituição, e proporcionando
segurança e conforto tanto ao cliente como aos profissionais de saúde.

Áreas

A Central de Material Esterilizado (CME) compreende as seguintes áreas: Expurgo, Preparo de


materiais, Esterilização, Armazenamento e distribuição.

Expurgo
Área onde é feita a recepção, limpeza e desinfecção de todo o material contaminado e sujo da Unidade
de Saúde, logo após o seu recebimento e nos horários preconizados na rotina do serviço de saúde. A
padronização de horários no recebimento do material é importante para organizar a dinâmica do trabalho
e favorecer o funcionário no desenvolvimento das rotinas técnicas. É fundamental o uso de Equipamento
de Proteção Individual (EPI) durante todas as etapas do preparo dos artigos para o processo de
esterilização.

Preparo de Materiais
Área onde é feita a revisão, seleção, preparo e acondicionamento do material utilizado em toda
Unidade de Saúde. As rotinas devem ser realizadas utilizando EPI.
Deve possuir amplitude suficiente para abrigar a quantidade e a diversidade dos materiais da Unidade
de Saúde. A iluminação deve ser adequada para permitir a perfeita triagem, revisão e seleção do material,
combinando luz natural com luz artificial, evitando sombras e reflexos.
A escolha da embalagem deve ser realizada de acordo com o tamanho, forma e utilização do material,
sempre levando em conta o padronizado pela Comissão de Controle de Infecção-CCI-SMS. O conteúdo
das embalagens é padronizado por tipo de procedimento.
É imprescindível fazer o levantamento do uso diário de material pelas unidades de serviço, e elaborar
o controle interno de material a ser esterilizado. Serão encaminhados à área de esterilização os pacotes
necessários à reposição do estoque da área de distribuição, evitando-se o acúmulo de materiais

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esterilizados nesta área. Cada pacote a ser esterilizado deve ser identificado durante o preparo com nome
do funcionário, tipo de artigo e data do preparo.

Esterilização
Área onde estão localizados os equipamentos de esterilização, principalmente autoclaves e estufas,
as quais deverão ser em número suficiente para atender a demanda dos materiais necessários à Unidade
de Saúde e em condições adequadas de limpeza interna e externa.
Deve ter espaço suficiente para instalação dos equipamentos e para a colocação e retirada de carga
de material. Devido ao risco de queimaduras pelo contato com o equipamento e materiais quentes,
recomenda-se o uso de luvas antitérmicas de cano longo para proteção de mãos e braços.

Armazenamento e Distribuição
Área que centraliza todo o material processado e esterilizado, para posterior distribuição às unidades
consumidoras. Para o material conservar sua condição estéril, o ambiente deve oferecer condições
adequadas de armazenamento que evitem riscos de recontaminação. Área restrita aos funcionários que
aí trabalham, diminuindo a circulação de pessoas e consequentemente a contaminação do ambiente.
Sendo importante estabelecer uma rotina de entrega ou distribuição dos artigos processados.

Fluxo do Processamento de Material Esterilizado

Os materiais das diferentes unidades chegam ao CME através da área de recepção. De acordo com
a rotina da instituição, os materiais recebidos são anotados em um caderno ou ficha de controle pertinente
a cada unidade. Os que estiverem limpos são encaminhados para a área de acondicionamento, onde
serão preparados; os sujos, ficam no expurgo, para lavagem.
No expurgo ocorre o processo de lavagem do material sujo encaminhado ao CME. A atuação do
expurgo é muito importante, pois se o material não for lavado de forma correta, a esterilização não se
processa adequadamente; consequentemente, permanecerá contaminado, oferecendo riscos ao cliente.
Os materiais sujos de matéria orgânica (sangue, pus e outras secreções corpóreas) devem ficar
imersos em detergentes enzimáticos por cerca de 3 a 5 minutos (ver recomendação do fabricante), tempo
necessário para desagregar a matéria orgânica. Devem ser colocados abertos ou desconectados em
recipiente não-metálico, tendo-se o cuidado de evitar que materiais diferentes (borracha, instrumentais,
vidros) sejam postos no mesmo recipiente.
Após esta etapa, a limpeza do material pode ser feita com água, sabão e escova de cerdas, ou através
de máquinas de limpeza, já que os abrasivos como esponja de aço ou saponáceo danificam o material.
Para cada tipo de material existe uma técnica de lavagem que assegurará que o mesmo chegue à área
de preparo em perfeitas condições de limpeza. Durante a lavagem, devem-se escovar as ranhuras,
articulações e dentes de cada pinça, bem como injetar as soluções no interior das cânulas e sondas.
Após o enxague, em que todo o sabão deve ser retirado, os materiais devem ser secos com pano,
máquina secadora ou ar-comprimido e, posteriormente, encaminhados para a área de preparo.
Nesta área, é indispensável o uso de equipamento de proteção individual (EPI) constituído por luvas
grossas de cano longo, óculos de proteção, máscara e avental impermeável longo; além disso, deve-se
proteger o calçado com algum tipo de capa, ou utilizar botas de borracha, o que favorece a proteção dos
pés. Esses cuidados são absolutamente necessários pelo fato de que o material a ser lavado é
considerado contaminado; assim, devem-se tomar todas as precauções para evitar a contaminação do
funcionário.
Os funcionários da área de preparo de material são responsáveis pela inspeção da limpeza, condições
de conservação dos materiais e funcionalidade dos instrumentais, bem como o acondicionamento e
identificação dos pacotes, caixas e bandejas. Entre suas atividades, cabe separar os materiais
danificados, para posterior substituição.
Durante o desempenho de suas funções, é recomendável que os mesmos utilizem gorro ou touca
descartável, para evitar a queda de fios de cabelo nos materiais; além disso, devem sempre manipular o
material com as mãos limpas.
Na área de preparo os materiais são, preferencialmente, agrupados por tipo de material: vidros, tecido
(roupas e campos), instrumental e borrachas.
Os aventais ou capotes, bem como os campos cirúrgicos e fenestrados, são recebidos da lavanderia
e encaminhados diretamente ao setor de preparo para serem inspecionados, dobrados e acondicionados.
Na inspeção, devem ser observadas sujidades, rasgos e ausência de cadarços ou amarrilhos.
Os campos cirúrgicos e fenestrados são dobrados ao meio, no comprimento; depois, transversalmente
(de cima para baixo). O processo deve ser finalizado dobrando-se a ponta superior externa duas vezes

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na diagonal - as aberturas devem estar voltadas para o lado oposto ao do executante, e as dobras para
cima.
Os aventais são dobrados de forma que as mangas fiquem ao longo do corpo do avental; a abertura
das costas, para o lado externo e a ponta da gola, com os amarrilhos, para cima.
Os campos de algodão devem ser duplos e, quando novos, lavados para a retirada do amido (goma).
Os invólucros de papel não devem ser reaproveitados devido ao perigo de se rasgarem.
O pacote deve ser feito de forma a envolver todo o material - evitando-se deixá-lo frouxo - para que
este, quando esterilizado, não se contamine ao entrar em contato com o meio ambiente. O peso do pacote
deve se situar em torno de 5 quilos e seu tamanho não deve exceder as medidas de 50x30x30cm.
Os instrumentais cirúrgicos, após verificação de sua limpeza, conservação e funcionamento, serão
acondicionados em caixa metálica perfurada ou bandeja de aço inoxidável, empacotada em campo de
algodão.
Para evitar perfurações durante o manuseio destes materiais, bem como conservar a sua integridade,
as tesouras e pinças mais delicadas devem ser protegidas com gaze ou compressa pequena e postas na
parte superior da caixa ou bandeja. Por sua vez, as agulhas, porta-agulhas, pinças de campo e pinças
para antissepsia devem ser organizadas de acordo com o tipo de cirurgia.
As agulhas metálicas, utilizadas em alguns procedimentos especializados, são acondicionadas em
tubo de ensaio com uma bola de algodão no fundo - para proteger suas pontas - e outra na boca do tubo
- para fechá-lo.
Os materiais de borracha e cânulas siliconizadas de baixa pressão são acondicionados,
individualmente, em envelope de poliamida ou papel grau cirúrgico. As extensões de borracha devem
estar enroladas e presas com uma tira de gaze e acondicionadas em campo de algodão ou em envelope
de poliamida ou papel grau cirúrgico.
Em algumas instituições, os materiais de corte e as agulhas são acondicionados, separadamente, em
bandeja ou caixa.

Ao empacotar os materiais, o invólucro utilizado deve possibilitar tanto a penetração do agente


esterilizante como mantê-los protegidos até o momento do uso; portanto, faz-se necessário verificar a
adequação do tipo de invólucro com o processo de esterilização:
- Na autoclave – são utilizados campos de tecido de algodão, papéis (grau cirúrgico e kraft), filme
poliamida transparente e caixa metálica perfurada embalada em campo, para permitir a livre circulação
do vapor;
- Na estufa – são utilizadas lâminas de alumínio, recipiente de vidro refratário e caixa metálica fechada;
- No esterilizador de óxido de etileno – são utilizados filme poliamida transparente e papel grau
cirúrgico.

O fechamento do pacote, bandeja ou caixa depende do invólucro e do processo de esterilização a que


será submetido. Nos pacotes embalados com filme poliamida e papel grau cirúrgico o fechamento é feito
por seladora; nos demais, com fita crepe simples, evitando-se deixar aberturas - esta mesma fita é
utilizada para identificar o pacote e colocar a assinatura do responsável pelo fechamento.
Existe uma outra fita crepe especial que deve ser colocada no pacote – a qual apresenta listras que,
quando submetidas à ação do calor, ficam escuras, identificando que o material foi submetido a processo
de esterilização.
A área de esterilização, como o próprio nome diz, é o local destinado à esterilização dos materiais,
pois nela se encontram instalados os equipamentos necessários a este processo. Aos funcionários que
trabalham nesta área é recomendado o uso de roupa privativa ao setor, bem como luva de amianto para
manuseio do equipamento e material - quando os mesmos estiverem quentes, para evitar queimaduras.

Meios de esterilização:
Físico: Calor seco (Estufa, Flambagem e Fulguração); Calor úmido (Fervura e Autoclave); Radiações
(Raios alfa, Raios gama e Raios x).
Químico: Desinfetantes - Para conseguir-se a esterilização, há vários fatores importantes: Das
características dos microrganismos, o grau de resistência das formas vegetativas; a resistência das
bactérias produtoras de esporos e o número de microrganismos e da característica do agente empregado
para a esterilização.
Esterilização pelo calor: A susceptibilidade dos organismos ao calor é muito variável e dependem de
alguns fatores, e dentre eles citamos:
- Variação individual de resistência;
- Capacidade de formação de esporos;

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- Quantidade de água do meio;
- ph do meio;
- Composição do meio.

As principais formas de esterilização são:


- Por vapor saturado sob pressão: O aparelho utilizado para este processo é a autoclave, composta
por uma câmara - na qual se acondiciona o material, por uma válvula na porta - que mantém a pressão
interna mediante instrumentos que medem a pressão e a temperatura. Seu funcionamento combina a
ação do calor, pressão e umidade na destruição de microrganismos, por agirem na estrutura genética da
célula.
A autoclave funciona sob pressão de 1 a 18 atmosferas, dependendo do equipamento. O tempo de
exposição do material ao vapor varia de acordo com o seu tipo, temperatura e pressão atmosférica. De
forma geral, para o material de superfície, o tempo necessário é de 30 minutos em temperatura de 121ºC
ou 15 minutos em temperatura de 134ºC; para o material de densidade, 30 minutos em temperatura de
121ºC ou 25 minutos em temperatura de 134ºC. Este tipo de esterilização está indicado para todo material
resistente ao calor úmido, como tecidos (aventais, campos cirúrgicos, campos fenestrados), materiais de
borracha e de metal. É contraindicada para materiais termossensíveis, como cateteres e materiais de
terapia respiratória.
Após o material ser colocado na autoclave, inicia-se a drenagem do ar dentro da câmara e do ar
residual dentro dos pacotes, para que o vapor possa entrar em contato com os materiais neles contidos.

Para assegurar a correta esterilização dos materiais, faz-se necessária a adoção de alguns cuidados
que facilitam a circulação e penetração do vapor no material, tais como:
- Utilizar somente 80% da capacidade de armazenamento da câmara, com materiais que requeiram o
mesmo tempo de esterilização;
- Evitar que os pacotes encostem nas paredes do aparelho e entre eles;
- Colocar os pacotes maiores na parte inferior e os menores na parte superior do aparelho, dispondo
os jarros, bacias e frascos com a boca para baixo, para facilitar a remoção do ar e do vapor.

Para se verificar se a esterilização dos materiais está realmente ocorrendo, deve-se observar se a
pressão e a temperatura estão nos níveis programados, durante todo o ciclo. Caso isto não ocorra, o
processo deve ser interrompido e a manutenção do aparelho deve ser solicitada.
Ao término do ciclo deve-se entreabrir a porta do aparelho por um período de 5 a 10 minutos, para a
completa secagem dos pacotes e materiais pelo calor das paredes da câmara.
Finalmente, os pacotes devem ser retirados e só colocados em superfícies frias após perderem
completamente o calor, para evitar a formação de umidade ao contato. Complementando o processo, os
pacotes devem ser datados e encaminhados para a sala de armazenamento.

Importante:
- Observar a disposição dos pacotes dentro da câmara, de modo que o vapor possa circular entre
todos eles;
- Respeitar espaçamento de 2 cm entre os pacotes e destes para as paredes da câmara;
- A carga não deve ultrapassar 80% da capacidade total da câmara da autoclave;
- Não retirar da câmara os pacotes molhados;
- Os pacotes quentes não devem ser tocados ou colocados em superfícies frias;
- Método mais recomendado.

- Por calor seco: Este processo é realizado através de um aparelho denominado estufa, no qual o
calor seco é irradiado das paredes laterais e de sua base para destruir os microrganismos. A estufa possui
uma câmara, para acondicionamento do material, e equipamentos para medirem a temperatura e
controlarem o tempo. Seu uso é limitado, porque o calor seco não é tão penetrante como o calor úmido e
a sua distribuição dentro da câmara não se realiza de modo uniforme.
Como existem várias controvérsias em relação ao tempo necessário e a eficácia deste método, o seu
uso é recomendado apenas para pós, óleos e graxas (vaselina líquida ou gaze vaselinada). Na
impossibilidade de proceder à esterilização pelo método de vapor saturado sob pressão, o uso do calor
seco (estufa) pode ser uma possibilidade - atentando para os cuidados específicos. A temperatura pode
variar de 120oC a 200°C, dependendo do material a ser esterilizado e tempo de exposição.

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Para garantir a eficácia da esterilização e integridade dos materiais, recomenda-se:
- Colocar pequena quantidade de instrumental nas caixas e utilizar apenas 80% da capacidade da
estufa, com materiais que requeiram o mesmo tempo de exposição;
- As caixas maiores devem ser colocadas sobre as menores, o que melhora a condução do calor.
Jamais se deve encostar as caixas nas paredes da estufa ou dispor os materiais no centro da mesma -
por ser um local de concentração de pontos frios -, bem como abrir a estufa durante o processo de
esterilização.

Decorrido o tempo programado para a esterilização, o aparelho deve ser desligado e o material esfriado
com a estufa fechada. Após, deve ser retirado e as bordas das caixas e vidros vedadas com fita adesiva.
Finda a última esterilização do dia, limpar com pano úmido a câmara interna da autoclave e estufa e
enxugar, repetindo o mesmo procedimento na superfície externa.

Importante:
- Requer longos períodos de exposição e temperatura mais elevada;
- As caixas metálicas devem conter poucos artigos e devem estar dispostas lado a lado sem encostar
umas nas outras;
- Não se recomenda utilizar o centro da estufa porque a distribuição do calor é lento, não é uniforme e
não alcança os pontos frios;
- A capacidade total não deve ultrapassar a 2/3 da câmara;
- Utilizar termômetro de bulbo com ponta localizada centralmente na câmara (ponto frio), para
monitorar o alcance da temperatura indicada no termostato;
- Método de esterilização não recomendado.

- Esterilização por óxido de etileno: Os materiais indicados para este tipo de esterilização são os
termossensíveis, como os marca-passos, próteses, instrumentais de hemodinâmica, acessórios de
respiradores, materiais com fibras óticas, cânulas siliconizadas de baixa pressão e materiais de borracha.
O ciclo de esterilização compreende o vácuo inicial, a pré-umidificação, a entrada do gás na câmara,
o tempo de exposição, a exaustão do gás e a aeração mecânica, que tem por objetivo remover os resíduos
de gás através da circulação de ar filtrado por todo o material esterilizado.
Os materiais a serem esterilizados devem estar totalmente secos e dispostos de forma que mantenham
um espaço entre si. Após fechar o aparelho, aguarda-se até que o mesmo atinja os valores adequados
de concentração do gás, temperatura e umidade; somente então se inicia a contagem do tempo de
exposição. Complementando o processo, ajusta-se o tempo de aeração de acordo com as orientações
do fabricante.
Como o óxido de etileno é um gás tóxico e carcinogênico, o operador responsável pela remoção do
material da câmara deve, obrigatoriamente, fazer uso de avental, gorro, máscara e luvas de proteção - o
que o protegerá do contato com o gás.

- Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio: Geralmente, o plasma de peróxido de


hidrogênio é utilizado em clínicas de pequeno porte, em vista de sua fácil instalação, ter um tempo de
esterilização de 1 hora e ocupar menor área física.
O aparelho realiza a esterilização em 5 fases consecutivas: vácuo, injeção, difusão, plasma e exaustão.
O cassete de peróxido de hidrogênio é introduzido no aparelho e, após o término do processo, é
automaticamente descartado em recipiente próprio.
Os materiais esterilizados por este processo são os metais, vidros, acrílicos, borrachas e plásticos,
que devem estar acondicionados em embalagem isenta de compostos de celulose.

- Esterilização por agentes químicos líquidos: Esta esterilização é recomendada apenas na


impossibilidade de uso dos demais métodos, pois estes produtos exigem um tempo de exposição muito
longo, enxague em solução estéril (água destila estéril), secagem em campos estéreis e uso imediato.
Durante o processo, a manipulação exige técnica asséptica.
O material precisa estar limpo e seco para evitar alteração na concentração da solução, a qual deve
ser renovada sempre que houver alteração da coloração, presença de depósito ou vencimento da
validade da diluição do produto, conforme as especificações do fabricante.
Recomenda-se, também, evitar colocar no mesmo recipiente materiais de composição diferente, em
vista da possibilidade de corrosão.
Este método de esterilização requer alguns cuidados simples, que mesmo assim, muitas vezes, não
são seguidos. É importante que seja selecionado um recipiente de vidro ou plástico com tampa e de

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tamanho adequado à quantidade de material; em seguida, após a colocação do material para
esterilização, o recipiente deve ser tampado e iniciada a contagem do tempo de exposição, conforme as
especificações do fabricante. Ao término do processo, retirar os materiais da solução com técnica
asséptica e enxaguá-los abundantemente, inclusive o interior dos tubos e cateteres; complementando o
processo, enxugar com compressas esterilizadas, acondicionar os materiais em invólucros estéreis e
encaminhá-los para uso imediato.
Ao término de todos os processos de esterilização, com exceção do efetuado por agentes químicos
líquidos, os materiais vão para a sala de armazenagem e distribuição. Dependendo da estrutura da
instituição, ficam estocados na CME, sendo distribuídos de acordo com a solicitação, ou nas próprias
unidades de internação.
A sala de armazenagem e distribuição se destina, obviamente, apenas para o armazenamento e
distribuição de material esterilizado; portanto, deve-se ter o cuidado de, em nenhum momento, receber
material contaminado nesta área. É importante que a mesma esteja equipada com armários fechados
para guardarem os materiais de maior permanência, e suportes com cestos ou prateleiras para os de
distribuição diária. Os que possuem prazo de validade mais próximo do vencimento devem ficar colocados
na parte de cima ou na frente, a fim de que se promova a rotatividade dos pacotes, evitando-se a
armazenagem de material com prazo de validade vencido.
Quando a esterilização é realizada por autoclave e estufa, o prazo de validade dos materiais
esterilizados é de 7 dias; por óxido de etileno, de 1 ano. Estes prazos variam conforme as condições de
guarda do material, observando-se alterações da integridade do invólucro (rasgo, não presença da fita de
identificação de esterilização, presença de umidade, violação do lacre). Nestas condições e/ou vencido o
prazo de validade, os materiais são retirados da embalagem e novamente acondicionados e esterilizados.

Qualificação do Processo de Esterilização

O processo de esterilização, qualquer que seja o método empregado, é de importância fundamental


para a qualidade da assistência oferecida. Embora as técnicas empregadas sejam de fácil aprendizado e
execução, a responsabilidade da equipe técnica de saúde sobre o processo em todas as suas fases é
inequívoca. A liberação de um artigo para o uso deve estar aliada à certeza da segurança para o usuário
(pacientes e profissionais da área de saúde).

A qualificação utiliza:
- Indicadores mecânicos: tratam-se dos manômetros, manovacuômetros e termômetros instalados no
painel do equipamento;
- Indicadores químicos: indicadores da exposição do artigo ao processo de esterilização.

O Teste Bowie & Dick (folha impregnada com tinta termoquímica) é utilizada para autoclave pré-vácuo;
a fita termossensível (fita zebrada) muda de cor quando exposta à temperatura elevada, sendo utilizada
em todos os pacotes com tamanho mínimo de 5 cm.
- Indicadores biológicos: únicos que asseguram a qualidade efetiva da esterilização (Ex.: Attest);
realizado semanalmente.
Os equipamentos devem ser qualificados para cada novo ciclo e novo tipo de carga a ser esterilizado.

Limpeza, Descontaminação, Desinfecção e Esterilização de Artigos Hospitalares

Limpeza4
É o processo mecânico de remoção de sujidade, mediante o uso de água, sabão e detergente neutro
ou detergente enzimático para manter em estado de asseio os artigos e superfícies.
A limpeza constitui, ainda, o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização,
considerando que a presença de matéria orgânica protege os microrganismos do contato com agentes
desinfetantes e esterilizantes.

Descontaminação
É o processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies, tornando-os
aptos para o manuseio seguro.

4
Conteúdo extraído de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação Geral das Unidades Hospitalares Próprias do Rio de
Janeiro. Orientações gerais para Central de Esterilização. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

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Desinfecção
É o processo físico ou químico de destruição de microrganismos, exceto os esporulados. É realizada
por meio físico - através da água quente (60 a 90ºC) ou em ebulição - e pelo meio químico, com produtos
denominados desinfetantes.

Esterilização
É o processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive esporulados, a tal ponto que não
seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão.
A probabilidade de sobrevida do microrganismo no item submetido ao processo de esterilização é
menor que uma em um milhão (10/6).
A esterilização é realizada pelo calor, germicidas químicos, óxido de etileno, radiação e outros.

Artigos
São os instrumentos, objetos de natureza diversa, utensílios (talheres, louças, comadres, papagaios e
outros), acessórios de equipamentos e outros.

Superfícies
Os mobiliários, pisos, paredes, portas, tetos, janelas, equipamentos e demais instalações.

Limpeza de Superfícies5

Para que haja um controle e diminuição da infecção hospitalar, higiene é a primeira maneira de tratar
os micro-organismos, impedindo, dessa forma, a sua proliferação.

Objetivos:
- Promover a remoção de sujidade;
- Reduzir a população microbiana;
- Diminuir o risco de contaminação no ambiente hospitalar.

Classificação
- Limpeza Concorrente: realizada diariamente com água e sabão para remover poeira e sujidades
acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do mobiliário e em materiais;
- Limpeza Terminal: realizada com desinfetante quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito
ou transferência do paciente, ou no caso de internação prolongada.

Classificação e Processamento de Artigos

Os artigos hospitalares são definidos de acordo com o grau de risco de aquisição de infecções nas
seguintes categorias: críticos, semicríticos e não críticos. Esta classificação norteará a escolha do
processo de desinfecção ou esterilização a ser utilizado.

Artigos Críticos: possuem alto risco de infecção se estiverem contaminados com quaisquer
microrganismos ou esporos (forma de resistência). São artigos que entram em contato direto com tecidos
ou tratos estéreis (penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos isentos de
flora microbiana própria, bem como aqueles diretamente conectados com eles): agulhas; roupas;
instrumentos cirúrgicos; soluções injetáveis. Devem ser submetidos ao processo de esterilização.

Artigos Semicríticos: entram em contato com a pele não íntegra e membranas mucosas:
equipamentos de anestesia gasosa; endoscópios. Devem ser submetidos, no mínimo, à desinfecção. Em
algumas circunstâncias, a esterilização é desejável devido ao risco do artigo tornar-se crítico, como em
lesões acidentais de mucosas. Dificuldades técnicas e riscos inerentes ao processo de desinfecção
química também concorrem para a indicação da esterilização.

Artigos não críticos: Aqueles que entram em contato com pele íntegra: termômetro clínico;
incubadoras; artigos de higiene. Requerem apenas limpeza com água e sabão (por limpeza entende-se
a completa remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando água, detergente e ação mecânica -
5
Conteúdo extraído de ZORZE, Cleide Maria Ferreira da Silva; Karagulian, Patrícia Partamian. Biossegurança em Enfermagem. In: MURTA, Genilda Ferreira.
Saberes e Práticas: Guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed. rev. e amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2007. v. 1.

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utilizando água morna e detergente enzimático potencializa-se a efetividade da limpeza) complementada
opcionalmente com desinfecção de baixo nível (elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos,
mas não elimina microbactérias). Ex.: desinfetante de nível intermediário: álcool a 70%
Esta medida tem por objetivo bloquear a transmissão de microrganismos.

Observações: considerar todo artigo como contaminado e manusear com equipamentos de proteção
individual (EPI).

Tabela 1. Exemplos de Artigos com a Respectiva Classificação:

CRÍTICOS SEMICRÍTICOS NÃO CRÍTICOS


Inaladores, máscaras de
Metais sem/fio de corte;
nebulização, extensores plásticos,
Metais sem/motor; Termômetro.
ambu, cânula de Guedel,
Instrumental cirúrgico.
acronebulização.
Válvulas de ambu com
Tecido para procedimento cirúrgico Esfigmomanômetro coberto por
componentes metálicos, máscara
(ex.: enxerto vascular) plástico.
de ambu.
Circuitos de respiradores, Esfigmomanômetro coberto por
PVC, nylon, plástico
máscaras de ambu. brim.
Lâmina de Laringoscópio (sem
Tubos de látex, Acrílico, Silicone,
lâmpada), Lâmpada do Cabo de Laringoscópio.
teflon.
Laringoscópio.
Espéculos vaginais, nasais,
Vidraria e borracha para aspiração. Comadres e patinhos.
otológicos (metálicos).
Endoscópios do trato digestivo e
Peças de mão dos motores. Bacias, cubas, jarros e baldes.
respiratório.
Fibra óptica: endoscópios, Mamadeira, bicos de mamadeira, Recipientes para guardar
artroscópios, laparoscópios, utensílios plásticos para preparo mamadeiras e bicos já
aparelho de citoscopia. das mamadeiras, copos e talheres. processados e embalados.

Processamento de Artigos Hospitalares

Todo processo de desinfecção ou esterilização deve ser precedido pela limpeza e secagem rigorosas
dos artigos, devendo todo artigo sujo com sangue ou secreções ser considerado contaminado.
A imersão de artigos sujos em soluções germicidas possui limitações; o nível de proteção oferecido
por este processo é desconhecido, uma vez que todas estas soluções sofrem redução de atividade, em
maior ou menor grau, em presença de matéria orgânica. Além desta, outras desvantagens podem ser
citadas, como: o alto custo envolvido, a impregnação da matéria orgânica nos artigos, a toxicidade dos
produtos e o aporte de grandes volumes de desinfetantes na rede de esgoto, acarretando possíveis danos
ambientais.
Falhas na limpeza dos artigos impedem a esterilização, pois sujeira e gordura atuam como fatores de
proteção para os microrganismos, agindo como barreira para contato com agentes esterilizantes
químicos, físicos ou físico-químicos.
A limpeza de artigos deve ser feita, preferencialmente, por equipamentos que utilizem processos
físicos, como lavadoras termodesinfectadoras, pois promovem limpeza e descontaminação simultâneas,
reduzindo a manipulação do material contaminado.
Detergentes enzimáticos facilitam a ação mecânica, reduzindo, potencialmente, os riscos
ocupacionais. Agem removendo a matéria orgânica, são atóxicos e biodegradáveis.
Na ausência do detergente enzimático, os instrumentais deverão sofrer exposição à água morna e
corrente. Estes artigos deverão estar, preferencialmente, em cestos aramados para minimizar a
manipulação do material contaminado e reduzir a produção excessiva de aerossóis.
Além das lavadoras que utilizam jatos de água quente, existem lavadoras ultrassônicas, nas quais a
ação desincrustante do detergente enzimático é potencializado pelo ultrassom.
Na impossibilidade de tais processos, efetuar lavagem manual por fricção, auxiliada por escova ou
esponja. Este método deve ser utilizado após a imersão do artigo em desincrustante, preferencialmente,
enzimáticos.
O enxágue deverá ser feito em água corrente.

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A água que abastece as Centrais de Esterilização deve ter qualidade diferenciada. Para este setor,
não basta obedecer aos padrões de potabilidade, pois, muitas vezes, a água em uso é potável, porém
está impregnada de metais pesados e cloro, o que acelera a corrosão dos metais.

Produtos Utilizados para Limpeza

Detergente enzimático: são detergentes compostos por enzimas, geralmente proteases, lipases e
amilases, que promovem, simultaneamente, a dispersão, solubilização e emulsificação, removendo
substâncias orgânicas das superfícies dos artigos. São biodegradáveis, neutros concentrados, não
oxidantes, com ação bacteriostática e, portanto, não promovem desinfecção.

Detergente não enzimático (Desincrustante): detergente de baixa alcalinidade à base de


tensoativos aniônico ou em associação de tensoativos aniônicos e não iônicos (nonilfenóis), cuja
formulação coadjuvante é à base de polifosfato, agente alcalinizante e agentes antioxidantes.

Descontaminação
- Baseada na natureza do artigo e na disponibilidade de recursos;
- Fricção com esponja, pano ou escova embebida em solução desinfetante;
- Imersão em solução desinfetante;
- Pressão de jatos d’água quente (temperatura entre 60 a 90ºC por 15 minutos).

Enxágue
- Água potável e corrente.

Secagem
- Pano limpo e seco;
- Estufa (regulada para este fim);
- Ar-comprimido;
- Secadora de ar quente/frio.

Armazenagem
- Armário limpo, seco e fechado.

Desinfecção

Meio Físico
Água em ebulição (desinfecção de alto nível)
- Tempo: 30 minutos;
- Artigos termo resistentes;
- Ferver a água durante 10 minutos sem a presença do artigo;
- Imergir o artigo quando a água estiver em ebulição;
- Usar pinças desinfetadas para retirar os artigos;
- Usar luvas de amianto de cano longo.

Meio Químico
- Imergir o artigo em solução desinfetante (fricção, se não puder emergir);
- Usar EPI;
- Preencher o interior dos tubos e reentrâncias;
- Observar tempo de exposição, de acordo com o fabricante;
- Manter os recipientes tampados;
- Observar a validade do produto;
- Enxaguar com água potável (múltiplos enxágues);
- Secar e acondicionar.

Níveis e Tipos de Desinfecção

Conforme Spaulding, os desinfetantes são classificados em 3 (três) níveis de ação: alto, médio e baixo,
baseado na susceptibilidade dos microrganismos.

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Desinfecção de Alto Nível
Procedimento eficaz contra todas as formas vegetativas, destruindo também uma parte dos esporos,
quando utilizamos entre 10 e 30 minutos.
Os desinfetantes de alto nível, em um tempo relativamente longo - 6 a 10 horas - são capazes de
realizar esterilização.
Destrói todas as bactérias vegetativas – mas não, necessariamente, todos os esporos bacterianos, as
microbactérias, os fungos e os vírus.

Produtos utilizados:
- Glutaraldeído;
- Solução de Peróxido de Hidrogênio;
- Hipoclorito de sódio (1000 ppm);
- Cloro e compostos clorados;
- Ácido peracético;
- Orthophtalaldeído;
- Água superoxidada;
- Pasteurização 75o C a 30 minutos.

Obs.: tempo de exposição > ou = 20 minutos

Desinfecção de Nível Intermediário (Médio)


Procedimento que destrói os microrganismos na forma vegetativa, incluindo o Mycobacterium
tuberculosis, todos os fungos e a maioria dos vírus.
Além dos microrganismos destruídos na desinfecção de baixo nível, são atingidos o Mycobacterium
tuberculosis, a maioria dos vírus (inclusive o HBV) e a maioria dos fungos. Ainda sobrevivem os
Mycobacterium intracelular, os esporos bacterianos e os vírus lentos.

Produtos utilizados:
- Álcool etílico e isopropílico (70 a 90%);
- Fenólicos;
- Iodóforos;
- Hipoclorito de Sódio (100ppm);
- Pasteurização 75o C a 30 minutos;
Obs.: depende da concentração e/ou período de exposição.

Desinfecção de Baixo Nível


Procedimento que destrói a maioria das bactérias na forma vegetativa, exceto Mycobacterium
tuberculosis, alguns fungos e alguns vírus.
São destruídas as bactérias em forma vegetativa, alguns vírus e alguns fungos. O Mycobacterium
tuberculosis, os esporos bacterianos, o vírus da Hepatite B (HBV) e os vírus lentos sobrevivem.

Produtos utilizados:
- Álcool etílico e isopropílico;
- Hipoclorito de Sódio (100ppm);
- Fenólicos;
- Iodóforos;
- Quaternário de amônia.

Obs.: tempo de exposição ≤ a 10 minutos

Não definido: o nível de desinfecção dependerá das variáveis como temperatura e/ou concentração
de germicidas adicionados no processo.
- Calor seco (passar a ferro);
- Fervura em água por 30 min;
- Pastilhas de formaldeído;
- Termodesinfectadoras;
- Sanitizadoras.

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Classificação de Superfícies Segundo o Risco Potencial de Transmissão de Infecções

Áreas Críticas
São aquelas com risco aumentado de transmissão de infecção e presença de pacientes com
depressão da resistência anti-infecciosa, além da presença de matéria orgânica (sangue, pus e outras):
salas de cirurgia, de curativo, de expurgo, laboratório e outros.

Áreas Semicríticas
São todas as áreas ocupadas por pacientes de:
- Doenças não infecciosas;
- Doenças infecciosas de baixa transmissibilidade.
Exemplos: consultórios médicos e de enfermagem.

Áreas não Críticas


São todas as áreas das Unidades de Saúde não ocupadas por pacientes, ou cujo acesso lhes seja
vedado: copa, secretaria, etc.

Observações: As áreas críticas e semicríticas requerem limpeza e desinfecção diárias, e as áreas


não críticas apenas limpeza.

Transmissão de Infecções
- Fatores inerentes ao próprio paciente;
- Agressões diagnóstico-terapêuticas;
- Ambiente e superfícies fixas (pisos, paredes, tetos, portas, janelas) não apresentam riscos
significativos.

Passos do Processamento de Superfície

Desinfecção em local com respingos ou deposição de matéria orgânica (sangue, secreções,


excretas e exsudato)
Passos:
- Utilizar luvas de autoproteção (látex);
- Retirar o excesso da matéria orgânica em papel absorvente;
- Desprezar o papel em saco de lixo;
- Aplicar o desinfetante e deixar o tempo necessário – 10 min;
- Remover o desinfetante com pano molhado;
- Proceder à limpeza com água e sabão.

Descontaminação
Passos:
- Utilizar luvas de autoproteção (látex);
- Aplicar o produto sobre a matéria orgânica;
- Aguardar o tempo de ação – 10 min;
- Remover o conteúdo descontaminado com papel absorvente;
- Desprezar o lixo;
- Proceder à limpeza usual com água e sabão.

No final de cada processo: lavar luvas, avental plástico, pano de chão, escovas e baldes.

Produtos Químicos

- Desinfetante de alto-nível
Glutaraldeído a 2% por 30 min.

- Desinfetante de nível intermediário


Álcool etílico a 70% - 03 aplicações consecutivas com fricção rigorosa e secagem natural. Indicado
para desinfecção em metais, vidros e mármores;

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Hipoclorito de Sódio a 1% - imersão por 30 min em vasilhame opaco, com tampa e posterior enxágue
em água potável ou corrente (troca da solução a cada 12 horas). Indicado para desinfecção em plásticos,
borrachas e acrílicos.

- Solução descontaminante
Detergente enzimático – Ação sobre matéria orgânica, especialmente sobre as grandes estruturas,
decompondo-as; ação instantânea: 2 a 3 minutos para desprender a matéria orgânica; alta penetração;
atóxico, não corrosivo, pH neutro, não iônico; remoção com enxágue rigoroso.

Soluções Cloradas

Dentre os produtos clorados, os hipocloritos são os mais utilizados para desinfecção e podem ser
líquidos (hipoclorito de sódio) ou sólidos (hipoclorito de cálcio). Classificado como de nível intermediário,
porém há controvérsias, pois preenche todos os requisitos para ser considerado como de alto nível.
Possui ação bactericida, virucida, fungicida, microbactericida e esporicida para algumas espécies.

Mecanismo de Ação
Ocorre pela combinação de diversos fatores: oxidação de enzimas e aminoácidos, perda de
componentes celulares, inibição da síntese proteica, quebra do DNA e diminuição na absorção de
nutrientes e de oxigênio.

Indicação
- Desinfecção de artigos de Lactário e cozinha: 200 ppm por 60 minutos;
- Artigos de Inaloterapia e Oxigenoterapia: 1.000 ppm (0,1%) por 30 minutos ou 200 ppm por 60
minutos.

Considerações
- Corrosivo para metais, incompatível com detergentes, ação descolorante, odor forte e irritante para
mucosas do trato respiratório;
- Baixo custo, ação rápida, baixa toxidade e ampla atividade microbicida;
- Após diluição, o hipoclorito deve ser utilizado em, no máximo, 24 horas;
Dependendo do uso, pode ser necessário troca mais frequente em decorrência de saturação por
matéria orgânica ou hiperdiluição;
- Não se recomenda uso de água sanitária de uso doméstico para instituições de saúde.

Rotinas de Limpeza da Sala Cirúrgica

Ao receber a lista de cirurgia, o circulante da sala verifica os materiais, aparelhos ou solicitações


especiais à cirurgia. Para prevenir a contaminação e infecção cirúrgica, é importante manter a sala em
boas condições de limpeza, observar se o lavabo está equipado para uso e lavar as mãos. Portanto,
antes de equipar a sala, o circulante limpa os equipamentos com álcool etílico a 70% ou outro
desinfetante recomendado, deixando-os prontos para a recepção do cliente e equipe cirúrgica.

Mesa Cirúrgica
Utilizar a Técnica de Limpeza e/ou Desinfecção:
- Retirar excesso de secreções com papel toalha ou pano velho;
- Acondicionar no lixo conforme Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços-PGRSS;
- Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente;
- Enxaguar e secar;
- Friccionar parte metálica e o colchão com álcool a 70% ou utilizar outro desinfetante definido pelo
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar-SCIH.

Uso de Material Estéril

O grande número de pacientes que contem infecções durante sua permanência hospitalar é
extremamente preocupante para os profissionais da saúde. Segundo o Ministério da Saúde, assepsia é
o processo de eliminação dos microrganismos patogênicos de determinados locais ou objetos. Para
diminuir o risco de uma infecção é fundamental a aplicação das técnicas de assepsia médica e cirúrgica
por todos que atuam no ambiente hospitalar.

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Assepsia Cirúrgica
Consiste no processo e no manuseio do material de modo de evitar o contato do paciente com qualquer
organismo vivo. Na assepsia cirúrgica o material deverá ser esterilizado. O material cirúrgico é estéril,
isento de microrganismos, devemos tomar os seguintes cuidados em seu manuseio:

Seguintes Cuidados:
1.Lavar as mãos antes de pega-lo;
2.Não falar, tossir ou espirrar próximo a ele;
3.Examinar com cuidado se o pacote apresenta buracos, manchas ou umidade: Se houver qualquer
dúvida quanto a integridade do material, despreze-o;
4.Verificar a data da esterilização e a data da validade;
5.Guardar os pacotes em armários próprios, limpos longe de poeira e insetos;
6.Abrir os pacotes usando a técnica correta;
8.Trabalhar sempre na frente para o campo esterilizado;
9.Manter o material sempre acima do nível da cintura ou nível da mesa;
10.Não atravessar nada por cima do campo esterilizado, nem fazer movimentos bruscos ao redor dele;
11.Nunca tocar em um material ou campo esterilizado com objetos que não estão.

Assepsia Médica
Consiste na utilização de técnicas que visam à redução de microrganismos patogênicos e à diminuição
do risco de transmissão de pessoa a pessoa. É utilizada em qualquer atividade que envolva o paciente e
o meio ambiente, por meio de procedimentos como: Lavar as mãos frequentemente. Limpar as superfícies
com desinfetantes, para reduzir o número de microrganismos.

Técnica para Abrir um Pacote Estéril


1- Lavar as mãos;
2- Colocar o pacote sobre a superfície limpa e seca;
3- Posicionar o pacote de modo que a dobra de cima do invólucro fique de frente para você. Retire a
fita adesiva para autoclave termo sensível;
4 – Puxar a dobra de cima do pacote, abrindo de modo que a ponta se abra. Mantenha seu braço fora
das bordas externas do pacote aberto;
5- Abrir as dobras laterais uma de cada vez;
6- Abrir a dobra mais próxima de você por último;
7- O interior do invólucro é considerado estéril, podendo ser usado com base de campo esterilizado.

Técnica para Abertura de Material


1-Lavar as mãos;
2-Segurar o pacote afastado do campo, solte as pontas fixadas com adesivo;
3-Afastar as pontas do invólucro, próximo ao conteúdo do pacote;
4-Abrir as duas faces das pontas com as duas mãos, tendo o cuidado de não contaminar a face interna
do invólucro.

Precauções Universal ou Precauções Padrão


Pela natureza de suas funções, o profissional de saúde corre mais riscos de contrair doenças
infecciosas, chamado risco profissional. As doenças mais graves são as transmitidas pelo sangue e por
fluidos orgânicos. São elas: hepatite B, hepatite C e infecção por HIV.
Para reduzir os riscos profissionais, é necessário o uso de precauções ou medidas que proporcionam
maior segurança no manuseio de sangue e de outros fluidos orgânicos.
As precauções universais determinadas pelo Ministério da saúde são:
- Lavagem das mãos, antes e após qualquer contato com secreções do doente e após a remoção das
luvas;
- Uso de luvas para contatos com líquido corporais, mucosas, pele não integra e para venopunção;
- Uso de aventais, mascaras e óculos de proteção para procedimentos em que sangue ou líquido
corporais possam ser espirrados;
- Agulhas e instrumentos cortantes devem ser colocados em recipientes sólidos e resistentes;
- Não reencapar, dobrar ou quebrar as agulhas utilizadas;
- Não remover as agulhas das seringas;
- Evitar deixar o material contaminado exposto no meio no meio ambiente;

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- Amostras para laboratório devem ser enviadas dentro de sacos plásticos transparentes. Sangue e
fluidos derramados no ambiente devem ser limpos com hipoclorito de sódio a 1%;
- Se a higiene do paciente for precária ou se houver possibilidade de contaminação do ambiente com
sangue ou secreção deve-se colocá-lo em quarto privativo;
- Os equipamentos reutilizáveis não devem ser usados em outros pacientes antes de serem limpos,
desinfetados e esterilizados.

Como descartar o material perfurante:


- Nunca reencapar a agulha após o uso;
- Nunca separar a agulha da seringa;
- Nunca jogar seringas no lixo comum;
- Matérias cortantes (agulhas, escalpes, laminas) devem ser descartados em recipientes adequado,
rígido, resistente e impermeável;
- Uma das técnicas fundamentais para evitar a propagação de microrganismos patogênicos de um
indivíduo para outro é a técnica de lavagem das mãos, atividade que deve tornar-se um habito para o
profissional de enfermagem.

Referência
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: saúde do adulto,
assistência cirúrgica, atendimento de emergência. 2. ed., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
MANGANARO, Márcia Marcondes et al. Enfermagem na Saúde do Adulto. In: MURTA, Genilda Ferreira. Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado
de enfermagem. 3. ed rev. E amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABhUwAE/manuseio-material-esteril>.

Questões

01. (UFU-MG - Técnico de Laboratório/2017) Qual dos seguintes processos é necessariamente um


esporicida?
(A) Esterilização
(B) Desinfecção
(C) Anti-sepsia
(D) Saneamen

02. (TRE-SP – Enfermagem – FCC/2017) O profissional de enfermagem deve saber que o produto
para saúde semi-crítico utilizado na assistência de inaloterapia, antes da utilização em outro paciente,
deve ser submetido à
(A) limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, com produtos saneantes, ou por
termodesinfecção.
(B) pré-limpeza e limpeza, sendo optativo o processo de desinfecção e esterilização.
(C) esterilização em autoclave gravitacional.
(D) desinfecção por métodos de imersão química líquida com a utilização de saneantes a base de
aldeídos.
(E) desinfecção de alto nível em estufa.

03. (TRF-2ª REGIÃO – Enfermagem – CONSULPLAN/2017) Sabendo que os artigos utilizados nos
serviços de saúde recebem uma classificação quanto ao risco de transmitir infecções para os pacientes,
para o processamento dos artigos de assistência ventilatória, anestesia e os utilizados na inaloterapia,
que são classificados como semicríticos, após a limpeza, devem ser submetidos no mínimo ao processo
de:
(A) Esterilização.
(B) Desinfecção de alto nível.
(C) Desinfecção de baixo nível.
(D) Desinfecção de nível intermediário.

04. (SES-PR - Inspetor de Saneamento – IBFC) Sobre os diferentes processos existentes que tem
como objetivo destruir, inibir ou eliminar microrganismos presentes em objetos e superfícies, o
procedimento que se caracteriza como o processo físico ou químico pelo qual são destruídas todas as
formas microbianas, inclusive os esporos bacterianos, denomina-se:
(A) Limpeza.
(B) Esterilização.

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(C) Desinfecção.
(D) Detoxificação.

05. (TRT-20ª REGIÃO(SE) – Enfermagem – FCC) No centro de material e esterilização − CME o


profissional de enfermagem está sujeito a temperaturas extremas e fontes de calor provenientes de
autoclaves. De acordo com a Norma Regulamentadora 9, do Ministério do Trabalho e Emprego,
temperatura extrema é considerada um risco ambiental classificada como agente
(A) químico.
(B) físico.
(C) biológico.
(D) ergonômico.
(E) epidemiológico.

06. (EBSERH – Enfermeiro – IBFC) Sobre Centro de Material e Esterilização (CME), analise as
afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta de cima para baixo.
( ) É um conjunto de áreas destinadas à recepção, limpeza, secagem, preparo, desinfecção ou
esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do estabelecimento de saúde.
( ) Independentemente do seu tamanho, o CME deve estar separado em duas partes: a “suja” e a
“limpa”.
( ) A sala de depósito de material de limpeza pode ser comum às áreas “sujas” e “limpas”, se o acesso
a ele for interno.
( ) Em todas as áreas do CME devem estar disponíveis, além de pias para lavagem das mãos,
dispensadores de solução alcoólica em gel a 70%.

(A) F,V,F,V
(B) V,V,V,V
(C) V,F,V,F
(D) V,V,F,V
(E) F,V,V,V

07. (SSA-HMDCC - Enfermeiro – Centro Cirúrgico – IBFC) Os produtos para a saúde utilizados em
procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema
vascular, incluindo também todos os produtos para saúde que estejam diretamente conectados com
esses sistemas, recebem o nome de produtos ________. Assinale a alternativa que completa
corretamente a lacuna.
(A) Não críticos.
(B) Semicríticos.
(C) Críticos.
(D) Passíveis de processamento.

08. (Pref. Rio Grande da Serra/SP - Enfermeiro – CAIPIMES) O método de esterilização compatível
com as embalagens de tecido de algodão é:
(A) calor seco.
(B) óxido de etileno.
(C) raios gama.
(D) vapor sob pressão.

09. (IPSA - Auxiliar de Enfermagem – CAIPIMES) Existem falhas no processo de esterilização que
podem acontecer em razão de erros humanos ou mecânicos. A partir disso, leia as frases abaixo e a
seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta.
I- Os erros podem acontecer devido à utilização de embalagens incompatíveis com o processo de
esterilização a vapor.
II- Os erros podem acontecer devido à guarda de pacotes demasiadamente frios nas prateleiras, pois
o contato do pacote frio com a superfície fria da prateleira dos armários pode permitir a condensação de
vapor, favorecendo a sua contaminação pelo meio externo.
III- Os erros podem acontecer devido à má qualidade da água gerando vapor com resíduos de
componentes químicos.
IV- Os erros podem acontecer devido às tubulações de vapor estarem desobstruídas.

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(A) Apenas as frases I e III estão corretas.
(B) Todas as frases estão corretas.
(C) Apenas as frases III e IV estão corretas.
(D) Apenas as frases I, II e III estão corretas.

10. (UNIRIO - Auxiliar de Enfermagem - COSEA/UNIRIO) A limpeza da unidade do paciente garante


conforto e diminui o risco de infecção. Na alta hospitalar, deve-se proceder à limpeza
(A) concomitante.
(B) terminal.
(C) diária.
(D) concorrente.
(E) esterilizante.

11. (AHM - Técnico em Saúde – Enfermagem – CAIPIMES) Os artigos hospitalares são definidos de
acordo com o grau de risco de aquisição de infecção, nas seguintes categorias:
(A) Auto critico, semicrítico, não critico.
(B) Críticos, semicríticos, não críticos.
(C) Bem critico, semicrítico, critico.
(D) Não critico, moderadamente critico, critico.

12. (Pref. Botucatu/SP - Auxiliar de Enfermagem – CAIPIMES) Em relação aos cuidados com os
materiais necessários aos diversos procedimentos de enfermagem, leia as assertivas abaixo, assinale
(V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas, e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
das respostas.
( ) Todo material de inalação utilizado num paciente deve sofrer limpeza com água e sabão e ser
emerso em uma solução desinfetante para ser novamente utilizado em outro paciente. A esse tipo de
reprocessamento damos o nome de assepsia.
( ) A assepsia cirúrgica se relaciona com a ausência total de microrganismos através da esterilização
e manuseio rigoroso do material estéril.
( ) Não falar ao manipular o material esterilizado é uma medida correta para evitar contaminação.
( ) Na realização de um cateterismo de alívio o cateter utilizado é a sonda de Foley com balão de 5 ml.

(A) V, V, V, F.
(B) V, V, F, F.
(C) F, V, F, F.
(D) F, V, V, F.

13. (UFU - Auxiliar em Enfermagem – UFU) Os artigos e as áreas hospitalares são classificados de
acordo com o risco de infecção que possam oferecer aos pacientes. Associe o tipo de artigo ou área
hospitalar da coluna da esquerda com sua definição ou exemplo da coluna da direita.
I. Artigos críticos
II. Artigos semicríticos
III. Área semicrítica
IV. Área não crítica

( ) São áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados intensivos ou de isolamento.
( ) Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção, porque são introduzidos diretamente
em tecidos normalmente estéreis.
( ) Áreas administrativas; almoxarifado.
( ) Equipamentos de anestesia e endoscópios.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna, de cima para baixo.
(A) III – II – I – IV.
(B) III – I – IV – II.
(C) IV – I – III – II.
(D) II – IV – III – I.

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14. (ISGH/HRN – Enfermeiro - INSTITUTO CIDADES) A autoclave é o aparelho que esteriliza:
(A) À seco.
(B) Por umidade.
(C) Por radiação.
(D) Com desinfetante.

15. (ISGH/HRN – Enfermeiro - INSTITUTO CIDADES) Material estéril é considerado:


(A) Desinfetado.
(B) Desinfestado.
(C) Asséptico.
(D) Antisséptico.

Gabarito

01. A/02. A/03. D/04. B/05. B/06. D/07. C/08. D/09. A/10. B/11. B/12. D/13. B/14. B/15. C

Comentários
01.Resposta: A
Esporocida ou esporicida é um agente capaz de matar os esporos, sendo assim esterilizantes.

02. Resposta: A
Entram em contato com a pele não íntegra e membranas mucosas: equipamentos de anestesia
gasosa; endoscópios. Devem ser submetidos, no mínimo, à desinfecção.

03. Resposta: D
Produtos para saúde semicríticos utilizados na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia
devem ser submetidosà limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, antes da utilização
em outro paciente.

04. Resposta: B
Esterilização é processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive esporulados, a tal ponto
que não seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão. A esterilização é
realizada pelo calor, germicidas químicos, óxido de etileno, radiação e outros.

05. Resposta: B
Temperaturas extremas é considerada como risco físico.

06. Resposta: D
O DML (Depósito de Material de Limpeza) pode ser comum para as áreas "suja e limpa", desde que
seu acesso seja externo a essas. NÃO INTERNO.

07. Resposta: C
São artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis (penetram nos tecidos
subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria, bem como
aqueles diretamente conectados com eles): agulhas; roupas; instrumentos cirúrgicos; soluções injetáveis.
Devem ser submetidos ao processo de esterilização.

08. D
O tecido de algodão é uma embalagem compatível com o método de esterilização de vapor sob
pressão.

09. A
Verdadeiro: Os erros podem acontecer devido à utilização de embalagens incompatíveis com o
processo de esterilização a vapor.
Falso: Os erros podem acontecer devido à guarda de pacotes demasiadamente frios nas prateleiras,
pois o contato do pacote quente com a superfície fria da prateleira dos armários pode permitir a
condensação de vapor, favorecendo a sua contaminação pelo meio externo.
Verdadeira: Os erros podem acontecer devido à má qualidade da água gerando vapor com resíduos
de componentes químicos.

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10. B
Limpeza Terminal: realizada com desinfetante quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito
ou transferência do paciente, ou no caso de internação prolongada.

11. B/
Os artigos hospitalares são definidos de acordo com o grau de risco de aquisição de infecções nas
seguintes categorias: críticos, semicríticos e não críticos. Esta classificação norteará a escolha do
processo de desinfecção ou esterilização a ser utilizado.

12. D
Falso: Todo material de inalação utilizado num paciente deve sofrer limpeza com água e sabão e ser
emerso em uma solução desinfetante para ser novamente utilizado em outro paciente. A esse tipo de
reprocessamento damos o nome de assepsia.
Correta: A assepsia cirúrgica se relaciona com a ausência total de microrganismos através da
esterilização e manuseio rigoroso do material estéril.
Correta: Não falar ao manipular o material esterilizado é uma medida correta para evitar contaminação.
Falso: Na realização de um cateterismo de alívio o cateter utilizado é a sonda uretral. A sonda Foley é
indicada para demora, quando há a necessidade de permanência da mesmo.

13. B
Área Semicrítica: São áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados intensivos
ou de isolamento.
Artigo Crítico: Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção, porque são
introduzidos diretamente em tecidos normalmente estéreis.
Área não crítica: São todas as áreas das Unidades de Saúde não ocupadas por pacientes, ou cujo
acesso lhes seja vedado: Áreas administrativas; almoxarifado.
Artigos semicríticos: Equipamentos de anestesia e endoscópios. Entram em contato com a pele não
íntegra e membranas mucosas.

14. B
Na autoclave – são utilizados campos de tecido de algodão, papéis (grau cirúrgico e kraft), filme
poliamida transparente e caixa metálica perfurada embalada em campo, para permitir a livre circulação
do vapor.

15. C
Na assepsia cirúrgica o material deverá ser esterilizado. O material cirúrgico é estéril, isento de
microrganismos.

Admissão e alta do paciente

ADMISSÃO - ALTA - TRANSFERÊNCIA - ÓBITO

Admissão

Se trata da entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período e tem por
objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, proporcionando conforto e segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade e encaminhado ao
quarto ou enfermaria. No qual deve ser recebido com gentileza e cordialidade para aliviar suas
apreensões e ansiedades, devido a suas preocupações com seu estado de saúde.
A primeira impressão recebida pelo paciente e por seus familiares é fundamental para o bem-estar e
colaboração do paciente com o tratamento. Por isso o hospital e a equipe que o atenderá deve lhe inspirar
confiança e segurança durante todos os procedimentos.

Procedimentos
- Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;
- Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o conforto possível;
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- Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
- Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias; horários das refeições; modo
de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira chefe;
- Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário de visita;
- Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão, se não for possível,
colocá-los em um saco e grampear, identificando com um impresso próprio e encaminhar para a sala de
pertences;
- Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de obter sua cooperação;
- Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermaria não permitir o uso da própria roupa;
- Fazer o prontuário do paciente;
- Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao exame físico;
- Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
- Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.

Exemplo de Admissão: 10h - Admitida nesta unidade vinda de casa acompanhada pela prima para
tratamento cirúrgico... (o resto é como no prontuário).

Considerações
- Mobiliza diversos setores e serviços do hospital;
- Leva ao afastamento temporário das atividades diárias e relações familiares, gerando medo e
insegurança;
- Medo do desconhecido;
- Deve ser feita pelo enfermeiro do setor, que terá condições de melhor avaliar o paciente recém
admitido e tentar adequar os hábitos do paciente e da rotina da instituição de saúde.

Procedimentos da Admissão
- Receber o paciente com gentileza chamando-o pelo nome;
- Certificar-se do leito a ser ocupado;
- Apresentá-lo aos companheiros de enfermaria;
- Orientar o paciente no ambiente hospitalar mostrando dependências, explicando rotinas como
horários de visitas médicas e de familiares, horário das refeições; higienização, serviços religiosos e
atividades recreativas se houver;
- Arrolar roupas e valores;
- Encaminhá-lo ao banho;
- Proceder à entrevista, exame físico e histórico de enfermagem. Caso o momento seja
inoportuno, proceder à verificação dos sinais vitais (peso, altura quando necessário);
- Abrir o prontuário, anotando na folha de prescrição: a hora e o motivo da internação (hipótese
diagnóstica), procedência, condições do paciente (sintomas observados e queixas), dados vitais e o
destino dos pertences e valore (inclusive próteses dentárias);
- Comunicar a admissão a outros setores. Ex.: Setor de nutrição e serviço social.

Importante: Devemos considerar que o momento da admissão interferirá em todo o ajustamento do


paciente ao ambiente hospitalar e que por sua vez interferirá diretamente na recuperação da saúde e
adaptação ao tratamento.

Anotações de Enfermagem na Admissão:


- Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
- Condições de chegada (deambulando, maca, cadeira de rodas, etc.);
- Presença de acompanhante ou responsável;
- Condições de higiene;
- Queixas relacionadas ao motivo da internação;
- Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (mensuração dos
Sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação de grades, etc.);
- Orientações prestadas.

Alta

Se trata da Alta Hospitalar que é o encerramento da assistência prestada ao paciente no hospital. O


paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando está em condições de recuperar-

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se e continuar o tratamento em casa. A alta do paciente deve ser assinada pelo médico e também
registrado o número do CRM de maneira escrita.

Procedimentos
- Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada pelo médico;
- Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem feitos antes da saída do
paciente;
- Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
- Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
- Auxiliar o paciente a vestir-se;
- Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
- Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no hospital;
- Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o veículo;
- Transportar o paciente;
- Preparar a unidade para receber outro paciente.

Tipos de Alta
- Alta hospitalar: Alta curado; Alta melhorado; Alta inalterado;
- Alta a pedido: quando é solicitada pelo cliente;
- Alta condicional ou licença médica: concedida pelo médico em datas comemorativas, sendo
necessário que o cliente assine um termo de responsabilidade antes de sair da unidade;
- Alta por indisciplina;
- Transferência: consiste na remoção do cliente de uma unidade para outra dentro da própria instituição
ou para outras instituições;
- Evasão;
- Óbito.

Procedimentos na Alta Hospitalar com o Paciente


- Comunicar ao paciente sobre sua alta hospitalar;
- Orientar sobre os cuidados pós alta;
- Alimentação, Medicação, Retorno as atividades, Sinais de risco, Hidratação, Higiene, Sono e
repouso, Curativos, Retorno ao médico;
- Comunicar o serviço social para contatar a família e também orientá-la quanto aos cuidados pós alta;
- Reunir os pertences do paciente arrolados na admissão e outros que houverem;
- Comunicar a alta a outros setores envolvidos. Ex.: setor de nutrição;
- Fazer a anotação da alta, anotando horário de saída, orientações e com quem saiu acompanhada;
- Entregar prontuário organizado e completo ao SAME;
- Proceder a desinfecção terminal da unidade do paciente.

Anotações de enfermagem na Alta Hospitalar


- Data e horário;
- Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas);
- Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (mensuração de
sinais vitais, retirada de cateter venoso, etc.);
- Orientações prestadas.

Obs.: importante o registro real do horário de saída do paciente e se saiu acompanhado.

Transferência

- Proceder da mesma maneira que a alta;


- Avisar a unidade para onde vai dentro do próprio hospital ou de uma clínica para outra dentro de uma
unidade);
- O prontuário deve estar completo; se não, é necessário providenciar relatório que acompanhe o
cliente à outra instituição;
- O transporte deve ser de acordo com o estado geral do cliente;
- Se a transferência é na mesma entidade, deve-se acomodar o cliente nos novos aposentos como foi
feito na admissão;

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- Passar plantão verbalmente ao responsável da nova admissão do cliente e entregar os devidos
documentos (prontuário completo ou relatório).

Protocolo de Transferência Hospitalar


1. Uma vez que nenhum estabelecimento de assistência médica pode funcionar sem um responsável
médico, os procedimentos e orientações nas ações de transferência da rede hospitalar devem ser
supervisionados por médico, não podendo este se omitir na sua função tutelar da vida como bem
indisponível.
2. O hospital, previamente estabelecido como referência não pode negar atendimento aos casos que
se enquadrem em sua capacidade de resolução.
3. Pacientes com risco de vida não podem ser removidos sem a prévia realização de diagnóstico
médico, com obrigatória avaliação e atendimento básico respiratório e hemodinâmico, além da realização
de outras medidas urgentes e específicas para cada caso.
4. Pacientes graves ou de risco devem ser removidos acompanhados de equipe composta por
tripulação mínima de um médico, um profissional de enfermagem e motorista, em ambulância de suporte
avançado. Nas situações em que seja tecnicamente impossível o cumprimento desta norma, deve ser
avaliado o risco potencial do transporte em relação à permanência do paciente no local de origem.
5. Antes de decidir pela remoção do paciente, faz-se necessário realizar contato com o médico receptor
ou diretor técnico no hospital de destino, para obter a concordância do(s) mesmo(s); e saber a unidade
de internamento, ala ou número do leito para onde se destinará.
6. Todas as concorrências inerentes à transferência devem ser registradas no prontuário de origem.
7. Todo paciente deve ser acompanhado por relatório completo, legível e assinado (com número do
CRM) que passará a integrar o prontuário de destino. Quando do recebimento, o relatório deve ser
também assinado pelo médico receptor.
8. Para o transporte, faz-se necessária a obtenção do consentimento após esclarecimento, por escrito.
Assinado pelo paciente ou seu responsável legal. Isto pode ser dispensado quando houver risco de morte
e impossibilidade de localização do(s) responsável(is). Nesta circunstância, o médico solicitante pode
autorizar o transporte, documentando devidamente tal fato no prontuário.
9. A responsabilidade inicial é do médico transferente, assistente ou substituto, até que o paciente seja
efetivamente recebido pelo médico receptor.
- A responsabilidade para o transporte, quando realizado por ambulância tipo A, E ou F é do médico
da ambulância até sua chegada ao local de destino e efetiva recepção por outro médico;
- As providências administrativas e operacionais para o transporte não são de responsabilidade
médica.
10. O transporte de paciente neonatal deverá ser realizado em ambulância tipo D, aeronave ou nave
contendo:
- Incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada de veículo (12 volts),
suporte em seu próprio pedestal para cilindro de oxigênio e ar comprimido, controle de temperatura com
alarme. A incubadora deve estar apoiada sobre carro com rodas devidamente fixadas quando dentro da
ambulância;
- Respirador de transporte neonatal;
- Nos demais itens, deve conter a mesma aparelhagem e medicamentos de suporte avançado, com
os tamanhos e especificações adequadas ao uso neonatal.
11. Os médicos diretores técnicos das instituições, inclusive os dos serviços de atendimento pré-
hospitalar, serão responsáveis pela efetiva aplicação destes normas.

Óbito

Procedimento
- Providenciar declaração de óbito para ser preenchida pelo médico que assistiu ao óbito em 03 vias;
- Comunicar aos familiares;
- Colocar biombos se necessário;
- Fazer tamponamento apenas dos orifícios que estiverem drenando secreções;
- Solicitar cobertura para óbitos na farmácia;
- Retirar a roupa do paciente;
- Retirar sondas e cateteres se houver;
- Trocar curativos se necessário;
- Alinhar o corpo do paciente, unir as mãos e conter com ataduras, e fixar a mandíbula com atadura se
necessário;

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- Colocar etiqueta na pele do paciente com: nome completo, leito, médico responsável, data e hora do
óbito;
- Colocar o corpo na cobertura para óbitos e colocar nova etiqueta;
- Solicitar maqueiro para transporte do corpo para o necrotério;
- Organizar os pertences do paciente e entregar à família;
- Anotar o óbito no prontuário do paciente;
- Marcar o óbito no censo de controle e registro de enfermagem;
- Lançar o óbito no sistema MV;
- Encaminhar para internação o formulário próprio para lançar no sistema da Prefeitura e/ou Convênios
a alta hospitalar por óbito;
- Solicitar a desinfecção terminal do leito;
- Preencher a ficha de identificação de cadáver;
- Lançar o óbito no livro de declaração de óbito;
- O (a) enfermeiro (a) do setor deverá entregar a via amarela, junto com o formulário da Fundação
Municipal de Desenvolvimento Comunitário (FUNDEC) para a pessoa responsável pelo corpo;
- Orientar a família sobre os procedimentos para sepultamento, conforme orientações do “folder de
óbitos”;
- Arquivar a via branca na chefia de enfermagem para posteriormente ser encaminhada para Secretaria
Municipal de Saúde (SMS);
- Arquivar a via rosa dentro do prontuário do paciente para ser arquivada;
- O (a) enfermeiro (a) do setor deverá entregar o corpo no necrotério para a funerária;
- O responsável pela funerária assina a ficha de identificação do cadáver e o enfermeiro assina e
recebe uma via da ficha da funerária;
- A ficha de identificação e a via da funerária deverão ser arquivadas no prontuário do paciente;
- A secretária da enfermagem deverá conferir os papeis do óbito e arquivar no prontuário, sendo: a
ficha rosa da declaração de óbito, a ficha de identificação do cadáver e a ficha da funerária, caso não
estejam no mesmo;
- O óbito deverá ser lançado na estatística da Comissão de Óbito pela secretária da enfermagem;

Recomendações Importantes
- Em caso de morte violenta, encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML), em caso de Feto
Morto acima de 500gr e paciente sem diagnostico fechado (ex.: menos de 24 horas de internação),
encaminhar o corpo ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), nestes casos o médico deverá preencher
o encaminhamento ao IML ou SVO. Instituto Médico Legal – IML ou Serviço de Verificação de Óbito –
SVO

Em caso de IML ou SVO


- Solicitar que o médico preencha o encaminhamento no formulário próprio do IML/SVO;
- Entregar o encaminhamento médico (via branca) à família em caso de IML;
- Encaminhar a família ao distrito policial mais próximo à instituição juntamente com o encaminhamento
médico para registrar a ocorrência;
- Solicitar à família que leve uma das vias ao IML para recolhimento do corpo;
- Registrar o óbito no livro de declaração de óbito da enfermagem;
- Preencher a ficha de identificação de cadáver;
- Entregar o corpo ao IML, após a devida identificação do mesmo;
- Solicitar que o responsável pela coleta do corpo assine a ficha de identificação de cadáver;
- Em caso de SVO, o enfermeiro deverá ligar no Serviço de Verificação de Óbito e comunicar o óbito
e solicitar a remoção do corpo, não sendo necessário entregar nenhuma via do formulário para a família;
- Registrar o óbito no livro de declaração de óbito da enfermagem;
- Preencher a ficha de identificação de cadáver;
- Entregar o corpo ao SVO juntamente com a via branca do formulário, após a devida identificação do
mesmo;
- Solicitar que o responsável pela coleta do corpo assine a ficha de identificação de cadáver;
- A secretária de enfermagem deverá conferir e anexar no prontuário a ficha de identificação de cadáver
e encaminhamento do IML/SVO e lançar o óbito na estatística da Comissão de Óbitos;

Os exames complementares fornecem informações necessárias para a realização do diagnóstico de


uma determinada alteração ou doença. Vale ressaltar que a realização ou solicitação de um exame
complementar devem ser direcionados levando-se em consideração os dados obtidos através da

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anamnese e exame físico, sabendo exatamente o que pretende-se obter e conhecendo corretamente o
valor e limitações do exame solicitado.

Questões

01. O processo administrativo do serviço de enfermagem que determina o início do relacionamento do


paciente denomina-se
(A) alta hospitalar.
(B) centro de diagnóstico.
(C) transferência para outro hospital.
(D) admissão do paciente.
(E) remoção do paciente.

02. São considerados tipos de alta:


(A) Transferência
(B) Evasão
(C) Óbito
(D) Todas as alternativas estão corretas

03. São procedimentos na alta hospitalar:


(A) Proceder a desinfecção terminal da unidade do paciente.
(B) Organizar os pertences do paciente e entregar à família
(C) Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto
(D) As alternativas A e B estão corretas

04. Em caso de morte violenta, encaminhar o corpo ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).
( ) Certo
( ) Errado

05. Em relação ao SVO é correto afirmar que “o enfermeiro deverá ligar no Serviço de Verificação de
Óbito e comunicar o óbito e solicitar a remoção do corpo, não sendo necessário entregar nenhuma via do
formulário para a família”
( ) Certo
( ) Errado

Gabarito

01.D / 02.D / 03.A / 04.Errado / 05.Certo

Comentários

01. Resposta: D
O processo administrativo do serviço de enfermagem refere-se à Admissão, Transferência, Alta, Óbito
entre outros, assim sendo, o início do relacionamento do paciente com a equipe e hospital denomina-se
“admissão do paciente”.

02. Resposta: D
Tipos de Alta:
- Alta hospitalar: Alta curado; Alta melhorado; Alta inalterado.
- Alta a pedido: quando é solicitada pelo cliente.
- Alta condicional ou licença médica: concedida pelo médico em datas comemorativas, sendo
necessário que o cliente assine um termo de responsabilidade antes de sair da unidade.
- Alta por indisciplina.
- Transferência: consiste na remoção do cliente de uma unidade para outra dentro da própria
instituição ou para outras instituições.
- Evasão.
- Óbito.

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03. Resposta: A
Procedimentos na alta hospitalar:
- Comunicar ao paciente sobre sua alta hospitalar;
- Orientar sobre os cuidados pós alta;
- Alimentação, Medicação, Retorno as atividades, Sinais de risco, Hidratação, Higiene, Sono e
repouso, Curativos, Retorno ao médico;
- Comunicar o serviço social para contatar a família e também orientá-la quanto aos cuidados pós alta;
- Reunir os pertences do paciente arrolados na admissão e outros que houverem;
- Comunicar a alta a outros setores envolvidos. Ex.: setor de nutrição;
- Fazer a anotação da alta, anotando horário de saída, orientações e com quem saiu acompanhada;
- Entregar prontuário organizado e completo ao SAME;
- Proceder a desinfecção terminal da unidade do paciente.

04. Resposta: Errado


- Em caso de morte violenta, encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML)

05. Resposta: Certo


- Em caso de SVO, o enfermeiro deverá ligar no Serviço de Verificação de Óbito e comunicar o óbito
e solicitar a remoção do corpo, não sendo necessário entregar nenhuma via do formulário para a família;
- Registrar o óbito no livro de declaração de óbito da enfermagem;
- Preencher a ficha de identificação de cadáver;

A participação do Técnico de Enfermagem no plano de cuidados de Enfermagem

Prezado (a) candidato (a) esse assunto foi abordado na Apostila Ética e Comportamento no tópico o
papel do Técnico de Enfermagem na equipe de Enfermagem; Código de Deontologia de
Enfermagem; Dimensões ético-legais na Enfermagem.

Verificação de sinais vitais, peso e mensuração, monitorização do paciente;

VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS6

A medição de sinais vitais fornece dados para determinar o estado de saúde normal de um paciente,
por meio de dados de referência. Diversos fatores como a temperatura do ambiente, o esforço físico do
paciente e os efeitos da doença causam alterações dos sinais vitais.
A avaliação dos sinais vitais fornece dados para identificar diagnósticos em enfermagem, uma
alteração nos sinais vitais sinaliza uma mudança na função fisiológica e a necessidade de intervenção
médica ou de enfermagem.
Os sinais vitais (SSVV) refere-se a: temperatura (T), pulso ou batimentos cardíacos (P ou BC),
respiração (R) e pressão ou tensão arterial (PA ou TA), veremos a seguir cada um dos sinais vitais
detalhadamente e seus procedimentos de verificação.

Materiais
- Termômetro adequado;
- Estetoscópio;
- Relógio de pulso com visor digital;
- Esfingmomanômetro;
- Manguito de pressão;
- Tecidos moles ou algodão;
- Algodão embebido com álcool;

6
POTTER, Patrícia A; STOCKERT, Patrícia A; PERRY, Anne Griffin; HAAL, Amy M. Fundamentos de Enfermagem. 9ª Ed. Elsevier.

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- Lubrificante;
- Caneta, folha de fluxo de sinal vital ou registro ou prontuário eletrônico do paciente;
- Luvas de procedimentos.

Temperatura

A temperatura do corpo é a diferença entre a quantidade de calor produzido por processos corporais
e a quantidade perdida para o ambiente externo.
Os tecidos e células do corpo funcionam eficientemente dentro de um intervalo estreito de 36°C a
38°C, mas não há uma temperatura única que seja normal para todas as pessoas.
O local de medição de temperatura pode ser: oral, retal, membrana timpânica, artéria temporal,
esofágico, artéria pulmonar, axilar ou até mesmo bexiga.
Os mecanismos fisiológicos e comportamentais regulam o equilíbrio entre a perda de calor e o calor
produzido ou termo regulação. Para a temperatura do corpo ficar constante e dentro de uma faixa
aceitável, vários mecanismos mantêm a relação entre a produção e a perda de calor.

Terminologia Básica:
- Variação média de temperatura: 36 a 38°C
- Axilar: 36,5°C
Hipotermia
- Leve: 34 a 36°C
- Moderada: 30 a 34°C
- Severa: <30°C

Padrões de Febre
- Sustentada: uma temperatura corporal constante continuamente acima de 38°C.
- Intermitente: picos de febre intercalados com níveis de temperatura habituais.
- Remitente: picos e quedas de febre sem um retorno a níveis de temperatura aceitáveis.
- Reincidentes: períodos de episódios febris e períodos com valores de temperatura aceitáveis.

Procedimentos para verificação da Temperatura com Termômetro Eletrônico

Temperatura Axilar
- Feche a cortina em volta da cama ou feche a porta do quarto;
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
- Verifique se o termômetro a ser utilizado possui capa de sonda descartável, caso contrário realize a
desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70%;
- Ajude o paciente a ficar em uma posição supina ou sentado. Movimente a roupa ou camisola para
longe do ombro e braço;
- Levante o braço do paciente para longe do torso. Verifique se há lesões de pele e transpiração
excessiva. Insira a sonda do termômetro no centro da axila. Abaixe o braço sobre a sonda e coloque o
braço sobre o peito do paciente;
- Uma vez posicionada, mantenha a sonda do termômetro no lugar até que o sinal sonoro indique a
conclusão e a temperatura do paciente apareça no visor digital. Remova a haste do termômetro da axila;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Pressione o botão de ejeção na haste do termômetro para descartar a capa da sonda de plástico no
lugar apropriado, se o termômetro não possuir a capa da sonda descartável realizar a desinfecção do
termômetro em algodão embebido em álcool a 70%;
- Higienizar as mãos.

Temperatura Oral
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Calce as luvas de procedimentos quando houver secreções respiratórias ou drenagem de ferida facial
ou bucal;

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- Peça ao paciente para abrir a boca, coloque gentilmente a sonda do termômetro debaixo da língua,
na bolsa sublingual posterior lateral, ao centro da mandíbula;
- Peça ao paciente para segurar a sonda do termômetro com os lábios fechados;
- Deixe a sonda do termômetro em posição até que o sinal sonoro indique a conclusão, e a leitura da
temperatura apareça no visor digital, remova a sonda do termômetro que está sob a língua do paciente;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Pressione o botão de ejeção na haste do termômetro para descartar a capa da sonda de plástico no
lugar apropriado, se o termômetro não possuir a capa da sonda descartável realizar a desinfecção do
termômetro em algodão embebido em álcool a 70%. O termômetro deve ser individual;
- Higienizar as mãos.

Temperatura Retal
- Feche a cortina em volta da cama ou feche a porta do quarto;
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
- Verifique se o termômetro a ser utilizado possui capa de sonda descartável, caso contrário realize a
desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70%;
- Ajude o paciente a ficar na posição de Sims com a perna de cima flexionada. Movimente o lençol da
cama para o lado a fim de expor apenas a área anal. Mantenha a parte superior do corpo do paciente e
as extremidades inferiores cobertas com lençol ou cobertor;
- Calce as luvas de procedimentos. Limpe a região anal quando estiverem presentes fezes e/ou
secreções. Remova as luvas sujas e calce outro par de luvas de procedimentos;
- Esprema uma porção generosa de lubrificante sobre o tecido. Mergulhe a extremidade do termômetro
no lubrificante, cobrindo 2,5 a 3,5 cm para adultos;
- Com a mão não dominante separe as nádegas do paciente para expor o ânus. Peça ao paciente para
respirar lentamente e relaxar;
- Insira com cuidado a sonda do termômetro no ânus na direção do umbigo 2,5 a 3,5 cm para adultos.
Não force o termômetro;
- Uma vez posicionado, mantenha a sonda do termômetro no lugar até que o sinal sonoro indique a
conclusão e a temperatura do paciente apareça no visor digital, remova a sonda do termômetro do ânus;
- Pressione o botão de ejeção na haste do termômetro para descartar a capa da sonda de plástico no
lugar apropriado, se o termômetro não possuir a capa da sonda descartável realizar a desinfecção do
termômetro em algodão embebido em álcool a 70%;
- Limpe a área anal do paciente com tecido macio para remover o lubrificante ou fezes e descarte o
tecido. Ajude o paciente a assumir uma posição confortável;
- Retire e descarte as luvas no local apropriado;
- Higienizar as mãos;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;

Atenção: de acordo com a ANVISA está proibida a fabricação, importação e comercialização dos
termômetros e medidores de pressão que utilizam coluna de mercúrio para diagnóstico em saúde.

Pulso

O pulso é o limite palpável do fluxo sanguíneo em uma artéria periférica. O sangue flui através do corpo
num circuito contínuo. O pulso é um indicador indireto do estado circulatório.
O volume de sangue bombeado pelo coração durante um minuto é o débito cardíaco, o produto de
frequência cardíaca (FC) e o volume sistólico do ventrículo (VS). Em um adulto, o coração normalmente
bombeia 5.000 ml de sangue por minuto.
Os fatores mecânicos, neurais e químicos regulam a força de contração ventricular e seu VS, porém,
quando esses fatores são incapazes de alterar o VS, uma variação em FC provoca uma alteração no
débito cardíaco, o que afeta a pressão arterial (PA).
Conforme a FC aumenta, há menos tempo para as câmaras ventriculares do coração encherem. E
conforme a FC aumenta sem uma mudança no VS, a PA diminui. Conforme a FC fica mais lenta, o tempo
de enchimento é aumentado e a PA aumenta. A incapacidade da PA para responder a aumentos ou
diminuições em FC indica um possível problema de saúde.

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Pode-se avaliar qualquer artéria para a frequência de pulso, mas normalmente se usa a artéria radial,
por que ela é fácil de palpar.

Técnica de Verificação
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Feche a cortina em torno da cama e/ou feche a porta;
- Pulso radial;
- Ajude o paciente a ficar em uma posição supina ou sentado;
- Se na posição supina, coloque o antebraço do paciente em linha reta ao lado do corpo ou na parte
inferior do tórax ou na parte superior do abdômen com punho estendido reto. Se sentado, incline o
cotovelo do paciente a 90° e apoie o braço inferior na cadeira ou no seu braço;
- Coloque as pontas dos primeiros dois ou três dedos médios da mão sobre o sulco ao longo do lado
radial ou polegar do pulso interno do paciente. Estenda ligeiramente ou flexione o punho com a palma
para baixo até que você observe o pulso mais forte;
- Comprima levemente o pulso contra o rádio, perdendo o pulso inicialmente, e depois relaxe a pressão
de modo que o pulso se torne facilmente palpável;
- Determine a intensidade do pulso. Observe se a pressão do vaso contra a ponta dos dedos é
latejante, cheia/forte, normal ou esperada, diminuída ou muito pouco palpável ou ausente;
- Depois de sentir um pulso regular, olhe para um relógio e comece a contar a frequência a partir da
primeira batida, então conte um, dois e assim por diante;
- Se o pulso for regular, conte a taxa por 30 segundos e multiplicar o total por 2;
- Se o pulso for irregular, conte a frequência por 1 minuto. Avalie frequência e padrão de irregularidade.
Compare os pulsos radiais bilateralmente;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Higienizar as mãos.

Avalição do Ritmo
- Regular ou Rítmico: Batimentos uniformes;
- Irregular ou Arrítmico: Não são uniformes (ex. Dicrótico: sensação de ser dividida em dois.)

Tensão ou Volume
- Pulso Amplo e cheio: contrações cardíacas fortes;
- Pulso Filiforme: contrações cardíacas fracas – fino.

Valores de Referência
- 60 a 100 batimentos/minuto, forte e regular;
- Lactante: 120 a 160 bpm;
- Criança em idade escolar: 75 a 100 bpm;
- Adolescente: 60 a 90 bpm;
- Adulto: 60 a 100 bpm.

Terminologias Básicas
- Bradicardia: quando a FC estiver inferior a 60 bpm;
- Taquicardia: quando a FC estiver superior a 100 bpm;
- Taquisfigmia: aumento da frequência do pulso;
- Bradisfigmia: diminuição da frequência do pulso.

Respiração

A sobrevivência humana depende da capacidade do oxigênio (O2) alcançar as células do corpo e do


dióxido de carbono (CO2) ser removido das células. A respiração é o mecanismo que o organismo utiliza
para a troca de gases entre a atmosfera e o sangue, e entre o sangue e as células.
A respiração envolve a ventilação (o movimento de gases para dentro e para fora dos pulmões), a
difusão (o movimento de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e os eritrócitos) e a perfusão (a
distribuição de eritrócitos para e a partir dos capilares pulmonares).

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Analisar a eficiência respiratória requer a integração de dados de avaliação de todos os três processos.
A avaliação da ventilação determina a frequência respiratória, a profundidade, o ritmo e o valor final da
expiração de dióxido de carbono.
A respiração é um processo passivo, o trabalho muscular está envolvido no movimento dos pulmões
e da parede torácica. A inspiração é um processo ativo.

Técnica de Verificação
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Feche a cortina em torno da cama e/ou feche a porta;
- Certifique-se de que o paciente está em posição confortável, de preferência sentado ou deitado com
a cabeça da cama elevada de 45 a 60°. Certifique-se de que o peito do paciente esteja visível. Se
necessário, movimente a roupa de cama ou a roupa do paciente;
- Coloque o braço do paciente em posição relaxada sobre o abdômen ou parte inferior do tórax ou
coloque a mão diretamente sobre a parte superior do abdômen do paciente;
- Observe o ciclo respiratório completo (uma inspiração e uma expiração);
- Depois de observar um ciclo, olhe para segunda mão do relógio e comece a contar a frequência,
quando a mão de contagem tocar o número no visor, comece a estrutura de tempo, contando um com o
primeiro ciclo respiratório completo;
- Se o ritmo for regular, conte o número de respirações em 30 segundos e multiplique por 2. Se o ritmo
for irregular, menos que 12 ou maior que 20, conte durante 1 minuto inteiro;
- Observe a profundidade de respirações subjetivamente com dados coletados pela observação do
grau de movimento da parede torácica durante a contagem de frequência. Também pode ser avaliada a
profundidade objetivamente pela palpação da excursão da parede torácica ou auscultando a parte
posterior do tórax após a frequência ter sido contada. Descreva a profundidade como superficial, normal
ou profunda;
- Observe o ritmo do ciclo ventilatório. A respiração normal é regular e ininterrupta. Não confundir o
suspiro com ritmo anormal;
- Observe qualquer aumento do esforço para inspirar e expirar. Peça ao paciente para descrever a
experiência subjetiva da respiração em comparação com o padrão de respiração normal.
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado.
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Higienizar as mãos.

Observações: não permitir que o paciente fale e não contar a respiração logo após esforços do
paciente.

Valores de Referência
- 12 a 20 respirações/minuto, profundas e regulares;
- Recém-nascido-nascido: 30 a 60 irpm;
- Lactante: 30 a 50 irpm;
- Criança: 20 a 30 irpm;
- Adolescente: 16 a 20 irpm;
- Adulto: 12 a 20 irpm.

Terminologia Básica
- Eupneia: frequência respiratória dentro da normalidade;
- Taquipneia ou polipneia: frequência respiratória acima da normalidade;
- Bradipneia: frequência respiratória abaixo da normalidade;
- Apneia: parada da respiração. Pode ser instantânea ou transitória, prolongada, intermitente ou
definitiva, podendo levar à uma parada respiratória;
- Ortopneia: respiração facilitada em posição vertical;
- Respiração ruidosa, estertorosa: respiração com ruídos semelhantes a "cachoeira";
- Respiração laboriosa: respiração difícil, envolve músculos acessórios;
- Respiração sibilante: com sons que se assemelham a assovios;
- Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui, com período de apneia;

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- Respiração de Kussmaul: inspiração profunda, seguida de apneia e expiração suspirante.
Característica de acidose metabólica (diabética) e coma;
- Dispneia: dor ou dificuldade ao respirar (falta de ar).

Pressão Arterial

A pressão arterial (PA) é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue pulsando sob
pressão a partir do coração.
O sangue flui através do sistema circulatório por causa das alterações de pressão. Ele movimenta-se
a partir de uma área de alta pressão para uma de baixa pressão.
A contração do coração força o sangue sob alta pressão para a aorta. O pico de pressão máxima
quando a ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os ventrículos relaxam, o sangue restante nas
artérias exerce uma pressão mínima ou pressão diastólica. A pressão diastólica é a pressão mínima
exercida contra as paredes arteriais em todos os movimentos.
A unidade-padrão para medir a PA é milímetros de mercúrio (mmHg). A medição indica a altura que a
PA sobe em uma coluna de mercúrio. Registre a PA com a leitura sistólica antes da leitura diastólica
(exemplo: 120/80). A diferença entre a pressão sistólica e diastólica é a pressão de pulso (exemplo: PA
120/80 a pressão de pulso é 40).

Técnica para Verificação


- Higienizar as mãos,
- Higienizar as olivas auriculares e o diafragma do estetoscópio com algodão embebido em álcool;
- Posicione o paciente;
- Braço: posicione o paciente sentado ou deitado, posicione o seu antebraço na altura do coração. Vire
a palma para cima. Se sentado instrua o paciente para manter os pés no chão, sem cruzar as pernas;
- Coxa: posicione o paciente deitado com a coxa reta. Deixar o joelho levemente flexionado;
- Exponha a extremidade (braço ou perna) totalmente removendo roupas apertadas. O manguito pode
ser colocado sobre a manga da camisa contanto que o estetoscópio descanse sobre a pele do espaço
ante cubital;
- Palpe a artéria braquial (braço) ou artéria poplítea (perna). Com o manguito totalmente esvaziado,
coloque a bexiga do manguito acima da artéria centralizando as setas marcadas no manguito sobre a
artéria. Se não houver setas centrais no manguito, estime o centro da bexiga e coloque-os sobre a artéria.
Posicione o manguito 2,5 cm acima do local da pulsação. Enrole o manguito uniforme e confortavelmente
em torno de extremidade;
- Posicione o manômetro na vertical ao nível dos olhos e não mais que a 1 m de distância;
- Meça a P.A.;
- Coloque as olivas auriculares do estetoscópio nos ouvidos e tenha certeza de que os sons são claros,
não abafados;
- Localize novamente a artéria braquial ou poplítea e coloque a campânula ou peça torácica do
diafragma do estetoscópio sobre ela. Não permita que a peça torácica toque o manguito ou as roupas;
- Feche a válvula de bulbo de pressão no sentido horário até ficar firme;
- Infle rapidamente o manguito a 30 mmHg além da pressão sistólica normal do paciente;
- Solte lentamente a válvula do bulbo de pressão e permita que a agulha do manômetro caia a uma
velocidade de 2 a 3 mmHg/s;
- Observe o ponto no manômetro quando você ouvir o primeiro som claro. O som aumenta lentamente
em intensidade;
- Continue a desinflar o manguito, observando o ponto no qual aparecem sons abafados ou
amortecidos;
- Enquanto se esvazia gradualmente o manguito, observe o ponto em que o som desaparece em
adultos. Ouça por 10 a 20 mmHg após o último som e permita que o ar restante escape rapidamente;
- Remova o manguito de extremidade a menos que você precise repetir a medição. Se esta for a
primeira avaliação do paciente, repita a avaliação de PA na outra extremidade;
- Ajude o paciente a retornar à posição confortável e cubra a parte superior do braço se vestido
anteriormente;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado.
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Higienizar as olivas auriculares e o diafragma do estetoscópio com algodão embebido em álcool;
- Higienizar as mãos.

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80
Valores Normais
- Sistólica: < 120 mmHg;
- Diastólica: < 80 mmHg;
- Pressão de pulso: 30 a 50 mmHg;
- Recém-nascido (3000g): 40 mmHg;
- 1 mês: 85/54 mmHg;
- 1 ano: 95/65 mmHg;
- 6 anos: 105/65 mm Hg;
- 10 a 13 anos: 110/65 mmHg;
- 14 a 17 anos: 119/75 mmHg;
- A partir de 18 anos: < 120/<80 mmHg.

Terminologia Básica
- Pré-Hipertensão: 120 a 139/80 a 89 mmHg;
- Hipertensão Estágio 1: > 140/> 90 mmHg;
- Hipertensão Estágio 2: > 160/> 90 mmHg.

Questões

01. (Correios - Auxiliar de Enfermagem - IADES/2017) Ao aferir os sinais vitais de uma senhora de
70 anos de idade, o técnico em enfermagem constatou que a senhora apresentava-se normotensa.
Assinale a alternativa que confirma essa conclusão.
(A) PA 90 mmHg x 60 mmHg.
(B) PA 155 mmHg x 110 mmHg.
(C) PA 70 mmHg x 40 mmHg.
(D) PA 230 mmHg x 150 mmHg.
(E) PA 120 mmHg x 80 mmHg.

02. (CISSUL/MG - Condutor Socorrista - IBGP/2017) Para poder determinar em nível de primeiro
socorro, como leigo, o funcionamento satisfatório dos controles centrais dos mecanismos da vida, é
necessário compreender os sinais indicadores chamados de sinais vitais. (Manual Primeiros Socorros –
Fiocruz 2003) São sinais vitais que devem ser compreendidos e conhecidos para verificação do estado
geral da pessoa, EXCETO:
(A) Temperatura.
(B) Cor.
(C) Pulso.
(D) Respiração.

03. (Prefeitura de Anápolis/GO - Técnico em Enfermagem - FUNCAB) A medida dos sinais vitais
fornece dados para determinar o estado usual da saúde do paciente, sendo importante o técnico de
enfermagem conhecer os valores aceitáveis para os indivíduos de diferentes faixas etárias. Com relação
à frequência cardíaca é correto afirmar que em:
(A) lactente a variação de valores aceitáveis é de: 80 a 110 bpm.
(B) adultos, a variação de valores aceitáveis é de: 80 a 110 bpm
(C) criança em idade escolar a variação de valores aceitáveis é de: 75 a 100 bpm.
(D) adolescentes a variação de valores aceitáveis é de: 120 a 160 bpm.
(E) pré-escolar a variação de valores aceitáveis é de: 90 a 140 bpm.

Gabarito

01.E / 02.B / 03.C

Comentários

01. Resposta: A
Valores Normais: Sistólica < 120 mmHg e Diastólica < 80 mmHg são valores normotensos.

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02. Resposta: B
Os sinais vitais (SSVV) refere-se a: temperatura (T), pulso ou batimentos cardíacos (P ou BC),
respiração (R) e pressão ou tensão arterial (PA ou TA).

03. Resposta: C
O valor de referência da frequência cardíaca em criança em idade escolar: 75 a 100 bpm.

Medidas Antropométricas - Adulto7

A antropometria estuda as medidas de tamanho e proporções do corpo humano. As medidas


antropométricas tais como peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril são utilizadas
para o diagnóstico do estado nutricional (desnutrição, excesso de peso e obesidade) e avaliação dos
riscos para algumas doenças (diabetes mellitus, doenças do coração e hipertensão) em crianças, adultos,
gestantes e idosos.
A qualidade dos procedimentos de coleta das medidas antropométricas é fundamental para garantir a
fidelidade do diagnóstico nutricional de um indivíduo ou de uma população. Deste modo, o antropometrista
deve realizar cuidadosamente as medidas, pois a qualidade dos dados coletados é de vital importância e
refletirão de maneira significante nos resultados obtidos nesta pesquisa. Veremos a seguir as principais
medidas antropométricas.

Peso e Altura

Altura: serão utilizados os seguintes equipamentos - estadiômetro portátil, de parede ou balança


mecânica antropométrica.

Peso: serão utilizados os seguintes equipamentos - balança portátil, digital ou balança mecânica
antropométrica.

Procedimento - (Balança Mecânica Antropométrica)


1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar blusas ou roupão e chinelos, subir na balança e ficar no centro da
mesma;
8. Destravar a balança e mover o cursor de quilos na escala graduada até o número estimado;
9. Movimentar o cursor de gramas até o número em que o fiel da balança fique nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se à frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os cursores ao ponto zero;
12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os calcanhares e manter-se
ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até acima da cabeça. Girar o
braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo lentamente, até que o ângulo reto da régua se encoste
à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestimentas;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.

Circunferência Abdominal

Equipamento: fita antropométrica.

7
https://www.pns.icict.fiocruz.br/arquivos/Novos/Manual%20de%20Antropometria%20PDF.pdf

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82
Procedimento
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

Questões

01. (TRE/PR – Técnico Judiciário – Enfermagem – FCC) Na mensuração de altura e peso de um


adulto na balança mecânica, um dos procedimentos recomendado é
(A) elaborar um cronograma de pesagem com horários diferenciados para cada dia.
(B) pesar e medir a altura, se possível, antes das eliminações urinária e intestinal.
(C) testar e tarar a balança, evitando travá-la antes de solicitar ao cliente para subir na balança.
(D) pedir ao cliente para retirar o calçado e o roupão ou excesso de roupas, antes de iniciar a
mensuração de peso.
(E) posicionar o cliente ereto e de frente para o antropômetro para proceder a mensuração da altura.

Gabarito

01.D

Comentários

01. Resposta: D
Pedir ao paciente para retirar blusas ou roupão e chinelos, subir na balança e ficar no centro da mesma.

Alimentação (cuidados na administração de dieta oral, enteral e parenteral),


conforto, higiene. Segurança do paciente.

Prezado (a) candidato (a) o assunto Alimentação (cuidado na administração de dieta oral, enteral e
parenteral), foi abordado no tópico Fundamentos de anatomia, fisiologia, microbiologia,
parasitologia, nutrição e higiene, e o assunto conforto, higiene e segurança do paciente, foi abordado
no tópico Necessidades básicas do paciente; Princípios básicos de Enfermagem. Procedimentos
de Enfermagem.

Preparo e manutenção da unidade do paciente

PROCESSO DE LIMPEZA, HIGIENE HOSPITALAR E DO PACIENTE HOSPITALIZADO

As infecções relacionadas à assistência à saúde representam um risco substancial à segurança do


paciente em serviços de saúde.
Falhas nos processos de limpeza e desinfecção de superfícies podem ter como consequência a
disseminação e transferência de microrganismos nos ambientes dos serviços de saúde, colocando em
risco a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam nesses serviços.
A limpeza e a desinfecção de superfícies são elementos que convergem para a sensação de bem-
estar, segurança e conforto dos pacientes, profissionais e familiares nos serviços de saúde. Corrobora

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também para o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, por garantir um ambiente com
superfícies limpas, com redução do número de microrganismos, e apropriadas para a realização das
atividades desenvolvidas nesses serviços.
O ambiente é apontado como importante reservatório de microrganismos nos serviços de saúde,
especialmente os multirresistentes. Ainda, a presença de matéria orgânica favorece a proliferação de
microrganismos e o aparecimento de insetos, roedores e outros, que podem veicular microrganismos nos
serviços de saúde.
Dessa forma, o aparecimento de infecções nos ambientes de assistência à saúde pode estar
relacionado ao uso de técnicas incorretas de limpeza e desinfecção de superfícies e manejo inadequado
dos resíduos em serviços de saúde.
Assim, o Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde apresenta relevante
papel na prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo imprescindível o
aperfeiçoamento do uso de técnicas eficazes para promover a limpeza e desinfecção de superfícies.
O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de saúde (TAS) depende da
hierarquização e complexidade da atividade que desenvolve (hospital terciário ou unidade primária de
saúde), do tipo de atendimento prestado às pessoas (imunodeprimido) e função que desempenha
(hospital, endoscopia, patologia, odontologia, terapia intensiva, lavanderia, patologia clínica, enfermagem,
limpeza, entre outros). Enquanto existirem condições no ambiente de trabalho capazes de provocar danos
à saúde ou à integridade física do trabalhador, considera-se, então, que há riscos ocupacionais. Os riscos
são variáveis e dependem também de problemas administrativos, financeiros, treinamento, educação
continuada, normas e rotinas, existência de EPI, EPC e outros.
Os procedimentos operacionais padronizados para uso pelos profissionais de saúde em hospitais é
um reconhecimento de que os critérios de biossegurança, em geral, são aplicados. O potencial infeccioso
desconhecido das amostras do paciente é o risco mais significativo encontrado.
Isto significa que mesmo um procedimento mais simples como a retirada de rolhas de recipientes à
vácuo, não deverá ser efetuado em uma área aberta por pessoas destreinadas, que carecem de
compreensão de aerossóis infecciosos e de desinfecção apropriada após o extravasamento.
A biossegurança para evitar e prevenir a infecção dos trabalhadores da área de saúde implica em seu
treinamento efetivo, utilização dos equipamentos de proteção, cuidados preventivos individuais, seguir as
normas e procedimentos vigentes, com a finalidade de estabelecer uma organização para garantir a
segurança em todas as áreas do mesmo.
A análise das medidas de biossegurança pressupõe uma apreciação quanto aos princípios
fundamentais para o manuseio de materiais e equipamentos dentro do ambiente hospitalar, incluindo
diversos aspectos que podem minimizar o risco dos profissionais de saúde acidentarem-se ao exercerem
suas atividades laborais. Para isso, é primordial que tenham máxima atenção durante o desempenho de
seu exercício profissional como, por exemplo, não usando os próprios dedos como anteparo, bem como
não realizando o reencapamento ou retirada de seringas com as próprias mãos.
Mesmo com o uso de material estéril, este precisa ser descartado em recipientes próprios com
resistência elevada à perfuração e com fechamento adequado, pois esta é uma das principais formas de
prevenir a infecção dos profissionais, além da propagação da doença dentro do ambiente hospitalar, o
descarte é uma etapa fundamental enquanto medida preventiva. Outra medida elementar é que esses
recipientes somente podem ter 2/3 de sua capacidade total utilizada, a fim de evitar possíveis vazamentos
e a consequente contaminação do ar ou das pessoas que manipularem esses invólucros.
Mas, quando o acidente não puder ser evitado, o profissional de saúde deve adotar medidas que
objetivem a redução do risco de infecção, procedimentos simples, como a lavagem exaustiva da área
externa com água e sabão, bem como o uso de soluções antissépticas degermantes, a realização de
exames que detectem possíveis problemas ou doenças que possam ser desenvolvidas, a ingestão da
medicação adequada a cada caso, a vacinação se for esta a recomendação ou tomar a atitude necessária
a cada caso.
Em caso de exposição de mucosas, é preciso que o local seja lavado com água ou com solução
fisiológica. No entanto, precisa ser evitada a exposição da área afetada a outros possíveis danos, pois
assim o risco do ataque de outras possíveis infecções hospitalares é reduzido, praticamente eliminado.
Nesse sentido, há necessidade do profissional de saúde comunicar a ocorrência do acidente de
trabalho, registrando o ocorrido no setor responsável, estabelecendo medidas precoces para o tratamento
da lesão, além de buscar retirar suas dúvidas quanto aos procedimentos a serem adotados.
Entretanto, ainda são poucas as estruturas de atendimento e notificação para os casos de acidentes
com profissionais de saúde nos hospitais e hospitais brasileiros, dificultando a análise sobre a verdadeira
incidência de acidentes de trabalho envolvendo esses profissionais no ambiente hospitalar, reduzindo o
monitoramento de suas tendências atuais e evolutivas. Outro problema que também merece destaque

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refere-se ao fato de que o sistema de vigilância e acompanhamento não registra casos de acidentes de
trabalho ocorridos no setor informal, mesmo representando uma parcela significativa desses
acontecimentos.
O trabalhador deve receber informações antecipadas da natureza do trabalho que irá desempenhar,
tais como: riscos, responsabilidades, normas básicas de higiene rigorosa e rotinas estabelecidas pela
instituição.
A exposição ocupacional inclui o contato das membranas mucosas (olho, boca, entre outros), pele não
íntegra, bem como por acidentes percutâneos, ao sangue, fluidos orgânicos (secreção e excreção),
potencialmente transmissores do Human immunodeficiency vírus (HIV), Hepatitis B Virus (HBV) e
Hepatitis C Virus (HCV), que eventualmente possa ocorrer no ambiente de trabalho. Estes fatores são os
mais relevantes em caso de infecções, pois são aqueles que podem causar danos mais severos à saúde
desses profissionais.
A infecção ocupacional pode ser compreendida como aquela adquirida pelo trabalhador de saúde no
ambiente a partir de uma exposição ocupacional. Todavia, independente disso, toda e qualquer infecção
hospitalar deve ser evitada, seja junto aos pacientes ou aos funcionários do hospital.
Os profissionais de saúde são aqueles que mais estão submetidos aos riscos ocupacionais, seja por
meio de ferimentos, erupções e outras dermatoses. Também é o segmento da área de saúde em que
mais inexistem programas de imunização e estudos sobre as possibilidades de exposição a riscos
potenciais.
Os profissionais da área de saúde estão submetidos a numerosos riscos, principalmente no que se
refere aos agentes biológicos, essencialmente quando não ocorre o cumprimento da utilização de
medidas protetivas individuais e/ou coletivas. Além disso, deparam-se com barreiras institucionais,
pressões econômicas e técnicas para que as medidas de biossegurança mínimas sejam efetivamente
implantadas.
A unidade de saúde deve manter um banco de dados contendo informações sobre todas as atividades
desenvolvidas na prevenção e controle de doenças ocupacionais transmitidas através do sangue, fluidos
orgânicos e outras doenças infectocontagiosas, como tuberculose, rubéola e tétano.
Desse modo, uma das principais medidas de prevenção contra as infecções é a realização do
acompanhamento sorológico. Deve ser solicitada a sorologia para HIV e hepatite B e C, imediatamente
após o acidente, o que funciona como prévia.
ELISA ANTI-HIV: Profissionais de saúde vacinados previamente contra hepatite B devem solicitar o
anti-HBS, se o resultado der positivo, não é necessário o acompanhamento sorológico.
Trabalhador vacinado com anti-HBs negativo, e para os não vacinados, solicitar HBsAg e anti-HBC.
Repetir, neste caso, as sorologias após 6 meses da exposição ao cliente Fonte HBsAg positivo ou cliente-
Fonte desconhecido.
Quando o trabalhador tiver utilizado gamaglobulina hiperimune imediatamente após o acidente, a
realização da sorologia anti-HBsAg só deve ser realizado 12 semanas após o acidente.
Os principais critérios para a prevenção ou realização de exames ou vacinação em casos de contato
com pessoas contaminadas com HIV, HBV e HCV, deve-se considerar o risco de aquisição ocupacional
quando houver contato comprovado com material infectante, sorologia negativa do trabalhador, realizada
até 15 dias após o acidente, bem como a ocorrência de soro conversão durante o acompanhamento e a
ausência de outros determinantes de risco para o contágio com o agente.
Com relação aos riscos pós-exposição de material biológico com HIV, é imprescindível que o
profissional tenha consciência do tamanho da profundidade da lesão, se existe sangue visível no
dispositivo do acidente e se este dispositivo foi previamente colocado em leito intravascular (agulhas).
Assim, ciente Fonte com alto título de HIV nos casos acima (>vol.sg.>título de HIV), o risco excede 0,3%;
é preciso verificar se existiu a exposição do material em exposição da mucosa, média de 0,1%, se a pele
também teve algum tipo de contato com o material, verificar se a média foi igual ou superior a 0,1%, pois
assim o risco será aumentado também se houver um contato prolongado, áreas extensas, perdas de
integridade da pele e alto título viral inoculante.
Sobre o risco de pós-exposição ao material biológico pelo contato com HVB, caso entre 6 a 40% dos
casos, apresenta-se como agente efetivo de transmissão de doenças em TAS, originadas após o contato
com material biológico.
Com relação ao risco de pós-exposição ao material biológico HVC, existe risco de 3 a 10% dos casos
por possuir cerca de 10 vezes mais possibilidades de complicação que o HBV. Cerca de 30 a 70% dos
infectados por esse vírus podem evoluir para a cronicidade 18.

Os principais cuidados locais, em casos de exposição ao HIV, HVB e HCV:


- As cavidades locais com a área exposta devem ser imediatas;

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- Lavar a área exaustivamente com água e sabão, em caso de exposição percutânea, e colocar solução
antisséptica (álcool a 70%, PVP-1 ou clorohexidina);
- Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica, após exposição em mucosas;
- No caso de ingestão, provocar o vômito;
- Realizar curativo se necessário;
- Comunicar à chefia imediata.

Nesse caso, é imprescindível a necessidade de evitar acidentes com materiais perfurocortantes com
o manuseio adequado dos equipamentos, máquinas e demais elementos utilizados, acondicionamento
adequado em recipientes próprios e, conforme já citado antes, não deixar ultrapassar 2/3 de sua
capacidade de utilização, bem como determinar normas e procedimentos a serem seguidos, não
esquecendo as Normas Reguladoras (NRs) existentes para cada caso.
Para chamar a atenção das pessoas que frequentam ou que trabalhem nos estabelecimentos de
saúde, é importante que haja uma sistemática de identificação dos riscos existentes em cada setor ou
unidade do estabelecimento.
Por isso, de acordo com as necessidades e a gravidade dos riscos existentes, é necessária a presença
de material informativo e de divulgação, como cartazes, folhetos, adesivos, entre outros, que transmitam
e que sejam tomados cuidados preventivos ante o risco presente. Assim, símbolos identificados de
substâncias, cores diferenciadas, etiquetas adequadas, textos alusivos, que indiquem os riscos e as
atitudes adequadas a tomar, devem fazer parte do ambiente do estabelecimento de saúde.

Limpeza

É o processo mecânico de remoção de sujidade, mediante o uso da água, sabão e detergente neutro
ou detergente enzimático para manter em estado de asseio os artigos e superfícies.
A limpeza constitui, ainda o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização,
considerando que a presença de matéria orgânica protege os microrganismos do contato com agentes
desinfetantes e esterilizantes.
A limpeza consiste na remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando-se
meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em um determinado período
de tempo (BASSO). Independentemente da área a ser higienizada, o importante é a remoção mecânica
da sujidade e não simplesmente a passagem de panos úmidos para espalhar a sujidade.
O uso de desinfetantes limita-se à presença de matéria orgânica, utilizando-se o tratamento da
superfície estabelecido pelo órgão responsável pela gestão da limpeza. A escolha das técnicas de limpeza
e desinfecção está diretamente relacionada ao tipo de superfície a ser higienizada, a quantidade e o tipo
de matéria orgânica presente (SEHULSTER & CHINN).
Os processos de limpeza de superfícies em serviços de saúde envolvem a limpeza concorrente (diária)
e limpeza terminal.

- Limpeza concorrente é o procedimento de limpeza realizado, diariamente, em todas as unidades


dos estabelecimentos de saúde com a finalidade de limpar e organizar o ambiente, repor os materiais de
consumo diário (por exemplo, sabonete líquido, papel higiênico, papel toalha e outros) e recolher os
resíduos, de acordo com a sua classificação. Ainda, durante a realização da limpeza concorrente é
possível a detecção de materiais e equipamentos não funcionantes, auxiliando as chefias na solicitação
de consertos e reparos necessários.
Nesse procedimento estão incluídas a limpeza de todas as superfícies horizontais, de mobiliários e
equipamentos, portas e maçanetas, parapeitos de janelas, e a limpeza do piso e instalações sanitárias.

Ressalta-se que a unidade de internação do paciente é composta por cama, criado-mudo, painel de
gases, painel de comunicação, suporte de soro, mesa de refeição, cesta para lixo e outros mobiliários
que podem ser utilizados durante a assistência prestada nos serviços de saúde.
A limpeza da unidade de internação do paciente deve ser feita diariamente ou sempre que necessária,
antecedendo a limpeza concorrente de pisos. Merece maior atenção, a limpeza das superfícies
horizontais que tenham maior contato com as mãos do paciente e das equipes, tais como maçanetas das
portas, telefones, interruptores de luz, grades de camas, chamada de enfermagem e outras (SEHULSTER
& CHINN).
A distribuição das tarefas da limpeza na área próxima ao paciente depende da rotina e procedimentos
da instituição. Em alguns serviços de saúde, por exemplo, a equipe de enfermagem é responsável pela
limpeza e desinfecção de determinados equipamentos para a saúde (respiradores, monitores,

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incubadoras, dentre outros). Outras instituições conferem essa atribuição ao profissional de limpeza e
desinfecção de superfícies, tornando assim imprescindível a capacitação específica desse profissional
para essas atividades.
Atualmente, devido à prevalência de microrganismos multirresistentes e do papel do ambiente na
manutenção e propagação desses, tem-se adotado como medida de precaução na disseminação desses
microrganismos a intensificação da limpeza e desinfecção das superfícies nas trocas de turno. Por
exemplo, nas áreas de isolamento de contato, deve-se realizar a limpeza concorrente (a cada troca de
plantão ou duas vezes ao dia), principalmente nos locais de maior contato das mãos do paciente e dos
profissionais de saúde.
Na limpeza concorrente de piso de corredores deve-se dar preferência aos horários de menor
movimento. Em caso de uso de máquinas, devem ser utilizados os mesmos procedimentos da limpeza
concorrente de piso.

- Limpeza terminal trata-se de uma limpeza mais completa, incluindo todas as superfícies horizontais
e verticais, internas e externas. É realizada na unidade do paciente após alta hospitalar, transferências,
óbitos (desocupação do local) ou nas internações de longa duração (programada). As programadas
devem ser realizadas no período máximo de 15 dias quando em áreas críticas (YAMAUSHI et al.). Em
áreas semicríticas e não críticas o período máximo é de 30 dias.
É importante que o formulário para confirmação da conclusão da limpeza terminal seja preenchido por
parte da chefia do setor. Esse formulário auxilia também na programação da terminal, sinalizando
impedimentos para a realização ou conclusão dessa. Nesse caso, o chefe do setor deverá justificar o
impedimento da terminal programada.
O procedimento inclui a limpeza de paredes, pisos, teto, painel de gases, equipamentos, todos os
mobiliários como camas, colchões, macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição, armários, bancadas,
janelas, vidros, portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar condicionado (YAMAUSHI et al.).
Nesse tipo de limpeza deve-se utilizar máquinas de lavar piso (realizando-se movimentos “oito deitado”
e unidirecional), cabo regulável com esponjas sintéticas com duas faces para parede e os kits de limpeza
de vidros e de teto.
As paredes devem ser limpas de cima para baixo e o teto deve ser limpo em sentido unidirecional
(HINRICHSEN).
O uso de desinfetantes deverá ser restrito a superfícies que contenham matéria orgânica.
Ainda, poderá ser utilizado na desinfecção de áreas de isolamento de contato. Em caso de surtos,
recomenda-se o uso de desinfetantes em toda a extensão da superfície da área onde está ocorrendo o
surto na unidade do paciente (HINRICHSEN).
E importante o estabelecimento de um cronograma com a definição da periodicidade da limpeza
terminal com data, dia da semana e horários, conforme a criticidade das áreas, não se limitando aos
quartos ou salas cirúrgicas. A limpeza terminal de postos de enfermagem, expurgos, depósito de material
de limpeza (DML) e sala de utilidades devem ser programadas considerando horários de menor fluxo ou
que não prejudique a dinâmica do setor ou a qualidade da limpeza. Essa programação (cronograma) deve
ser confirmada por meio da assinatura do chefe do setor e do responsável pela equipe de limpeza e
desinfecção de superfícies.

Técnica de dois Baldes


Envolve a limpeza com a utilização de panos de limpeza de piso e rodo.
Facilita o trabalho do profissional de limpeza e desinfecção de superfícies, evitando idas e vindas para
trocas de água e limpeza do pano no expurgo.
Os seguintes passos são envolvidos nessa técnica de limpeza (ASSAD & COSTA): varredura úmida,
ensaboar, enxaguar e secar.

Varredura Úmida
Tem o objetivo de remover o pó e possíveis detritos soltos no chão, fazendo uso de pano úmido e rodo.
Esses resíduos não podem ser levados até a porta de entrada, devendo ser recolhidos do ambiente com
o auxílio de pá.
Deve-se iniciar a limpeza pelos cantos e de forma profissional e educada, para que quem esteja no
local possa perceber e colaborar, liberando o espaço.
Nessa etapa, os dois baldes conterão apenas água.

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Ensaboar
É a ação de fricção com sabão ou detergente sobre a superfície com a finalidade de remoção de toda
sujidade. Nessa etapa, um dos baldes conterá água, e outro, sabão ou detergente.

Enxaguar e secar
Tem a finalidade de remover o sabão ou detergente.
Nessa etapa, os dois baldes conterão apenas água.

Passo a Passo
- Colocar o material necessário no carro funcional;
- Estacioná-lo no corredor, ao lado da porta de entrada do quarto/enfermaria/unidade (nunca obstruir
a passagem de transeuntes);
- Cumprimentar o paciente e explicar o que será feito;
- Colocar os EPI apropriados para a realização da limpeza. Preferencialmente, as luvas de quarto e
banheiro devem ter cores distintas;
- Recolher os sacos contendo resíduos do local, fechá-los e depositá-los no saco “hamper” do carro
funcional ou diretamente no carro de coleta interna;
- Realizar a limpeza da unidade do paciente, incluindo as maçanetas das portas. Atentar para as
etapas: retirada de pó; ensaboar; enxaguar e secar;
- Iniciar a limpeza do piso, mergulhando o pano de limpeza de piso limpo em um balde contendo
apenas água, torcendo suavemente e envolvendo no rodo;
- Iniciar a varredura úmida pelos cantos (do fundo para a porta de entrada), com movimentos firmes e
contínuos, a fim de remover as partículas maiores do piso (migalhas, papéis, cabelo e outros);
- Recolher as partículas maiores do piso com a pá. Nunca direcionar os resíduos para o banheiro;
- Enxaguar o pano em outro balde contendo apenas água limpa;
- Mergulhar o pano de limpeza de piso limpo em um balde contendo solução de água e sabão ou
detergente, torcendo suavemente e envolvendo no rodo;
- Repetir a operação quantas vezes forem necessárias;
A água do balde também deve ser trocada sempre que houver necessidade;
- Enxaguar o piso, mergulhando um pano limpo em balde contendo apenas água limpa e secar o piso.
Repetir a operação quantas vezes for necessário;
- Realizar a limpeza do banheiro;
- Repor produtos de higiene: papel higiênico, papel toalha, sabonete líquido e outros;
- Recolher o material utilizado no local, organizando o ambiente;
- Encaminhar os panos utilizados na limpeza, preferencialmente, para processamento na lavanderia
ou lavá-los manualmente no expurgo. Desprezar a água do balde em local específico. Nunca utilizar
lavatórios/pias ou banheiro do paciente para esse fim;
- Lavar e secar os recipientes para resíduos, repor os sacos e retorná-los ao local de origem;
- Realizar check list dos procedimentos relativos à limpeza concorrente;
- Avisar o paciente ou acompanhante sobre o término da limpeza;
- Se necessário, reabastecer carro funcional com os materiais necessários;
- Recolher o material utilizado no local, organizando o ambiente.

Outros aspectos da limpeza


- Ao chegar a uma unidade, o profissional de limpeza deve identificar prioridades, como abastecimento
de papel toalha e troca de refil de sabonete;
- A limpeza de um ambiente deve ser iniciada pela coleta de lixo e, posteriormente, deve-se realizar a
varredura úmida, iniciando-se pelos cantos;
- Recomenda-se a utilização de um pano para mobília e outro, para o piso (tamanhos de panos
diferentes e baldes de cores diferentes);
- A água e a solução dos baldes deverão ser trocadas sempre que necessário. Os panos devem estar
alvejados;
- O kit de limpeza (pano para mobília, pano para piso ou mop úmido, baldes, pá, rodo, entre outros) é
exclusivo do setor; no caso de isolamento de contato, o kit é exclusivo dessa área;
- Deve-se estar atento para não se usar luvas para abrir ou fechar portas e não deixar materiais de
limpeza nos quartos ou banheiros;
- Durante a realização da limpeza terminal, deve-se iniciar pela varredura úmida e retirada de lixo;
deixar o piso do banheiro de molho e, em seguida, proceder à limpeza do mobiliário e do teto e paredes;
lavar o banheiro e, por último, realizar a limpeza de todos os pisos;

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- Ao finalizar a limpeza de um setor, todo material deve ser recolhido e levado ao expurgo para limpeza
e desinfecção;
- A técnica a ser adotada pelo serviço de saúde poderá ficar a critério do gestor (responsável técnico),
com aprovação do mesmo.

A utilização correta dos equipamentos e materiais utilizados na limpeza e desinfecção de superfícies,


além de reduzir o custo da mão de obra, aumenta o rendimento dos produtos e, consequentemente, pode
ocorrer a redução de custos.
São exemplos de equipamentos e materiais: máquinas lavadoras e extratoras; máquinas lavadoras
com injeção automática de solução; aspiradores de pó e líquidos; conjunto mop; rodos; kits para limpeza
de vidros e tetos; baldes; panos de limpeza de pisos; espremedor; polidoras; discos abrasivos; carros
para transporte de resíduos e outros.

Exemplos de Equipamentos
- Máquinas lavadoras e extratoras: As máquinas lavadoras e extratoras podem economizar tempo,
movimento e energia. As máquinas de última geração permitem a lavagem tanto de pequenas quanto de
grandes áreas, pela simples substituição de escovas de diferentes tamanhos, dependendo da extensão
da área a ser lavada.
As máquinas lavadoras e extratoras esfregam, limpam, succionam a solução do piso e secam em uma
única operação, não interferindo no tráfego local, permitindo a lavagem de pequenas e grandes áreas
(HINRICHSEN, 2004; TORRES & LISBOA, 2008).
- Máquinas lavadoras com injeção automática de solução: A solução é injetada automaticamente
no piso, promovendo a remoção de sujeiras impregnadas nas superfícies com uso de disco próprio
(HINRICHSEN, 2004; TORRES & LISBOA, 2008). Para esse tipo de equipamento, é necessária a
posterior sucção da água da superfície por meio de aspiradores de água ou retirada manual. Adapta-se
com facilidade a pequenas e médias áreas.
- Aspiradores de pó e líquidos: Existem disponíveis no mercado aspiradores de pó e líquidos. A
necessidade do serviço é que irá determinar os tipos que deverão ser adquiridos, assim como suas
capacidades. É importante lembrar que quem utiliza o aspirador de pó e líquido para as duas funções
deve sempre trocar o filtro com o pó que foi aspirado antes de utilizá-lo como aspirador de líquidos, assim
como deve ser devidamente seco após aspirar líquidos, antes de utilizá-lo como aspirador de pó.
O ideal é que o serviço tenha os dois tipos de aspiradores, evitando o seu uso incorreto. O uso do
aspirador de pó deve ser restrito a áreas administrativas, pois pode desencadear surtos de aspergilose
em pacientes (HINRICHSEN, 2004; TORRES & LISBOA, 2008).

Desinfecção

A desinfecção é o processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos patogênicos de


objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos (BRASIL). Tem a finalidade de
destruir microrganismos das superfícies de serviços de saúde, utilizando-se solução desinfetante. É
utilizado após a limpeza de uma superfície que teve contato com matéria orgânica. Definem-se como
matéria orgânica todas as substâncias que contenham sangue ou fluidos corporais. São exemplos: fezes,
urina, vômito, escarro e outros.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention
– CDC), o tratamento de superfícies com matéria orgânica difere de acordo com o local e o volume do
derramamento, sendo dividida em duas técnicas de desinfecção: com pequena quantidade e com grande
quantidade de matéria orgânica (CDC).
Sempre que houver presença de matéria orgânica em superfícies, essa deverá ser removida.
A seguir, realizar a limpeza e, posteriormente, a desinfecção. É imprescindível que o local seja
rigorosamente limpo antes da desinfecção.

Os fatores que influenciam a escolha do procedimento de desinfecção das superfícies do ambiente


são (BRASIL):
- Natureza do item a ser desinfetado;
- Número de microrganismos presentes;
- Resistência inata de microrganismos aos efeitos do germicida;
- Quantidade de matéria orgânica presente;
- Tipo e a concentração do germicida usado;

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- Duração e a temperatura do contato com o germicida;
- Especificações e indicações de uso do produto pelo fabricante.

Quadro 1: Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde

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Quadro 2 – Limpeza de banheiros e vestiários.

Limpeza de superfícies das áreas externas


A fim de facilitar o processo de limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde, as áreas
internas envolvem, dentre outras: pátios, jardins, estacionamentos, garagens e calçadas.

Quadro 3 – Limpeza das Áreas Externas

Limpeza e Desinfecção de Superfícies

Limpeza hospitalar é o processo de remoção de sujidades mediante a aplicação de energias química,


mecânica ou térmica, num determinado período de tempo.
Consideraremos como limpeza hospitalar a limpeza das superfícies fixas e equipamentos permanentes
das diversas áreas hospitalares, o que inclui pisos, paredes, janelas, mobiliários, equipamentos,
instalações sanitárias, ar condicionado e caixas d’água.

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A energia química é proveniente de ação dos produtos que têm a finalidade de limpar através da
propriedade de dissolução, dispersão e suspensão da sujeira. A energia mecânica é proveniente de uma
ação física aplicada sobre a superfície para remover a sujeira resistente à ação de produto químico. Essa
ação pode ser obtida pelo ato de esfregar manualmente com esponja, escova, pano ou sob pressão de
uma máquina de lavar, como é o caso do borbulhamento na superfície do instrumental cirúrgico numa
lavadora ultrassônica. A energia térmica é proveniente da ação do calor que reduz a viscosidade da graxa
e gordura tornando-as mais facilmente removíveis pela aceleração da ação química.
Os objetivos da limpeza são: a remoção da sujidade visível; a remoção, redução ou destruição dos
microrganismos patogênicos; o controle de disseminação de contaminação biológica, química. A
destruição de microrganismos pode ser realizada com produtos germicidas através do processo de
desinfecção devendo ser observadas as condições de sua utilização como toxicidade, tempo de ação,
quantidade, concentração etc.
De maneira geral, a maioria dos germes encontrados no meio ambiente são de vida livre, não
apresentando potencial patogênico para a espécie humana. Alguns microrganismos podem ser
transmitidos pelo ar através de minúsculas gotículas ou partículas de poeira. As gotículas, denominadas
aerossóis, podem ser de origem ambiental ou humana, sendo no primeiro caso, o exemplo mais clássico,
a Doença dos Legionários, transmitida a partir da contaminação de ambientes artificiais como sistemas
de ar condicionado, torres de resfriamento ou fontes de água quente.
A presença de sujidade principalmente matéria orgânica de origem humana pode servir de substrato
para sua proliferação ou favorecer a presença de vetores, com possibilidade de transportar passivamente
os germes.
A limpeza de paredes, corredores, pisos, tetos, janelas, portas deve ser feita com água e sabão, a
menos que haja respingo ou deposição de matéria orgânica, quando é indicada a descontaminação.

Classificação das Áreas Hospitalares

Com o objetivo de orientar o fluxo de pessoas, materiais, equipamentos e de necessidades de limpeza


as áreas hospitalares conforme o risco potencial de contaminação em:
A. Áreas críticas - São aquelas onde existe o risco aumentado de transmissão de infecções, por
serem locais onde se realizam grande volume de procedimentos de risco ou se encontram pacientes com
seu sistema imunológico deprimido, como UTI, salas de cirurgia, pronto socorro, cozinha, lactário e
lavanderia.
B. Áreas semicríticas - são as ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas, excluindo as incorporadas às áreas críticas, como
enfermarias, quartos de pacientes internados, ambulatórios.
C. Áreas não críticas - São todas aquelas áreas hospitalares não ocupadas por pacientes e onde não
se realizam procedimentos de risco. Exemplos: áreas administrativas de uma forma geral.

Tipos de Limpeza Hospitalar

A. Limpeza concorrente - É aquela realizada de uma forma geral, diariamente e sempre que
necessário, e inclui a limpeza de pisos, instalações sanitárias, superfícies horizontais de equipamentos e
mobiliários, esvaziamento e troca de recipientes de lixo, de roupas e arrumação em geral.
B. Limpeza terminal - Trata-se da limpeza abrangendo pisos, paredes, equipamentos, mobiliários,
inclusive camas, macas e colchões, janelas, vidros, portas, peitoris, varandas, grades do ar condicionado,
luminárias, teto, etc, em todas as suas superfícies externas e internas. Como exemplos, a limpeza terminal
da unidade de um paciente internado deverá ser realizada após sua alta, transferência ou óbito.

Métodos e Equipamentos de Limpeza de Superfícies Fixas

A. Limpeza manual úmida - É realizada com a utilização de rodos, mops, panos ou esponjas
umedecidos em solução detergente com enxágue posterior com pano umedecido em água limpa. Esse
procedimento é adotado mais para paredes, mobiliários e equipamentos de grande porte; no caso de
pisos, é utilizado o mesmo procedimento com pano e rodo. Este procedimento além de requerer muito
esforço do profissional submete-o ao risco de contaminação. Os panos e mops utilizados na limpeza
deverão ser encaminhados e lavados na lavanderia e guardados secos por medida de higiene e
conservação.

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B. Limpeza manual molhada - O procedimento consiste em espalhar uma solução de detergente no
piso e esfregar com escova ou esfregão, empurrar com rodo a solução suja para o ralo, enxaguar várias
vezes com água limpa em sucessivas operações de empurrar com o rodo para o ralo.
C. Limpeza com máquina de lavar tipo enceradeira a vácuo ou automática - É utilizado para
limpeza de pisos com máquinas que possuem tanque para soluções de detergente que é dosado
diretamente para a escova o que diminui o esforço e risco para o trabalhador.
D. Limpeza seca - Consiste na retirada de sujidade, pó ou poeira através de vassoura (varredura seca)
e/ou aspirador. A limpeza com vassoura só é aconselhável em áreas não críticas descobertas, como
estacionamentos, pátios, etc. Já, nas áreas não críticas cobertas, se for necessária a limpeza seca, esta
deve ser feita com aspirador.

Considerações sobre Produtos de Limpeza de Superfícies Fixas

A utilização de produtos de limpeza e de desinfecção se, for o caso, precisa estar de acordo com as
determinações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do hospital, as recomendações dos
órgãos públicos de saúde e as especificidades apresentadas pelos fabricantes. De outra forma, a sua
seleção também deverá considerar os seguintes critérios:

Quanto às superfícies, equipamentos e ambientes:


- Natureza da superfície a ser limpa ou desinfetada, e se a mesma pode sofrer corrosão ou ataque
químico;
- Tipo e grau de sujidade e sua forma de eliminação;
- Tipo de contaminação e sua forma de eliminação (microrganismo envolvido com ou sem matéria
orgânica presente);
- Qualidade da água e sua influência na limpeza e desinfecção;
- Método de limpeza e desinfecção, tipo de máquina e acessórios existentes. Caso o germicida entre
em contato direto com funcionários, considerar a irritação dérmica e toxicidade;
- Segurança na manipulação e uso.
- Quanto ao tipo de germicida:
- Tipo de agente químico e concentração;
- Tempo de contato para ação;
- Influência da luz, temperatura e ph;
- Interação com íons;
- Toxicidade;
- Inativação ou não em presença de matéria orgânica;
- Estabilidade e prazo de validade para uso;
- Condições para uso seguro;
- Necessidade de retirar resíduos após a utilização.

Tipos de Produtos Químicos Utilizados em Limpeza de Superfícies Fixas

a) Produtos tensoativos e detergentes - Detergentes são os produtos que contêm necessariamente


em sua formulação tensoativos que têm a finalidade de limpar através da redução da tensão superficial
(umectação), dispersão e suspensão da sujeira.
b) Produtos alvejantes - Geralmente à base de cloro, buscam, além de algum efeito desinfetante, o
clareamento de determinados pisos.
c) Produtos desincrustantes e enzimáticos - Os detergentes enzimáticos tem em sua formulação
enzimas que facilitam a remoção de sujidades. Os produtos desincrustantes são mais utilizados para a
limpeza de artigos e não de superfícies, pois os objetos precisam nele ficar submersos por um período
de tempo.
d) Produtos desinfetantes - Utilizados na presença de matéria orgânica visível em qualquer superfície
e em locais e instalações que possam constituir risco de contaminação para pacientes e funcionários,
devido presença frequente de descarga de excreta, secreção ou exsudação de material orgânico.
Exemplos: banheiros, expurgos e qualquer local em que tenha ocorrido eliminação de matéria orgânica.
Segundo a Portaria 15/88 do Ministério da Saúde, os princípios ativos permitidos para a desinfecção das
superfícies fixas são: fenólicos; quaternários de amônio; compostos orgânicos e inorgânicos liberadores
de cloro ativo; iodo e derivados; álcoois e glicóis; biguanidas; outros princípios ativos, desde que atendam
a legislação pertinente. Para lactários, os princípios ativos mais adequados, devido à sua baixa toxicidade,
são: compostos inorgânicos e orgânicos liberadores de cloro ativo; hipoclorito de sódio, lítio e de cálcio.

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Limpeza de Superfícies e Outros Objetos

Carpetes, tapetes e cortinas: é recomendável que o carpete seja aspirado diariamente e lavado
periodicamente com equipamentos especiais, como as máquinas lavadoras e extratoras ou a vapor
d’água com extração da umidade a vácuo. Os líquidos, secreções e excreções devem ser imediatamente
removidos, sendo que os profissionais devem ter condições adequadas de trabalho para a
operacionalização dessas rotinas. As cortinas e persianas em geral, devem ser evitadas e substituídos
por tratamento especial nos vidros ou boxes, que elimina sua transparência.
Banheiros, pias, saboneteiras: A desinfecção de rotina de banheiros e pias é desnecessária, sendo
suficiente o processo rigoroso de limpeza com água e detergente, assim como a secagem dos locais,
sempre que se fizer necessário. No caso de utilização de banheiras, em pacientes com feridas que
precisem compartilha-las, está recomendado o processo de desinfecção ou a sua proteção com
impermeáveis descartáveis a cada banho. Os assentos nos casos em que o paciente não tenha condições
de usa-los adequadamente, devem preferencialmente, ser de uso individual, com limpeza frequente,
sendo a sua desinfecção somente necessária após a alta do paciente. São recomendados torneira e
sabão líquido em recipientes com acionamento feito através do cotovelo ou com o pé ou qualquer outro
método que evite o toque das mãos do usuário.
Plantas e flores - recomenda-se sua colocação do lado de fora dos quartos dos pacientes ou mesmo
sua proibição nas unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos e outras áreas onde existam pacientes
de maior risco e grande concentração de procedimentos invasivos.
Paredes, janelas, portas e tetos - a limpeza de rotina destas superfícies não exige grande frequência
devido sua relação com a infecção hospitalar ser pequena.

Princípios Básicos na Operacionalização do Processo de Limpeza

A efetividade da limpeza baseia-se na sua capacidade de remoção de sujidade através da lavagem


por fricção ou escovação com água e detergente em quantidade suficiente do que na mera passagem de
pano úmido em sentidos pré-determinados.
Entretanto, a necessidade de etapas coerentes de limpeza, iniciando-se de locais sabidamente mais
limpos para os mais sujos, não deve ser desprezada, mesmo que seja para estabelecer uma organização
funcional de trabalho.
Os executores da limpeza devem utilizar sempre equipamentos de proteção individual (EPI). Isso inclui
luvas de borracha, sapatos impermeáveis com meias e proteção de cabelo. Os uniformes devem ser
usados somente durante o trabalho. Em áreas específicas, estes devem ser trocados ou acrescidos de
outras vestimentas (aventais de isolamento em unidades de doenças transmissíveis e uniformes
privativos de centro cirúrgico).
Os profissionais da limpeza também devem ser orientados sobre os cuidados de prevenção de
disseminação de contaminação, principalmente relacionados ao uso das luvas, que só devem ser usadas
durante os procedimentos de limpeza e retiradas com técnica correta, nunca utilizando-as para tocar em
locais de uso comum (maçanetas de portas, botões de elevadores, etc.).

Controle dos Riscos

Os meios de controle dos riscos a que estão expostas as pessoas no interior de um estabelecimento
de saúde são: uso de equipamento de Proteção Coletiva – EPC (sinalização, exaustores, câmara de fluxo
laminar, chuveiro de emergência, extintores de incêndio, cabine para radioisótopos, lava olho, entre
outros); equipamentos de Proteção Individual (luvas, máscaras, óculos ou protetor facial, avental, touca);
imunização; e procedimentos que devem estar descritos em documentos como o Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional do estabelecimento - PCMSO. Ex.: programa periódico de vacinas.
Métodos para redução e prevenção de acidentes: desenvolver no ambiente de trabalho a cultura da
biossegurança; avaliar a biossegurança, no contexto global da instituição como ocorre com os processos
da qualidade; aplicar de forma planejada as ferramentas da qualidade para a avaliação e correção do
sistema de biossegurança. Assim, existem os denominados níveis de biossegurança.
O nível de biossegurança 1 (NB-1) é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados
e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que possuam o mínimo risco ao pessoal
do hospital e ao meio ambiente.
Já o nível de biossegurança 2 (NB-2), semelhante ao NB-1, é adequado ao trabalho que envolva
agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente.

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E o nível de biossegurança 3 (NB-3) é aplicável para hospitais clínicos de diagnóstico, ensino e
pesquisa ou produção, onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou
potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação.
Enquanto que o nível de biossegurança 4 (NB-4) é indicado para o trabalho que envolve agentes
exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem
ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por aerossóis.

Ordem e Limpeza na Unidade

Limpeza diária ou concorrente


Entende-se por limpeza concorrente a higienização diária de todas as áreas do hospital, com o objetivo
da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo como: sabão líquido, papel toalha, papel
higiênico, saco para lixo. Inclui:
-Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza completa do sanitário;
-Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira), realizada pela equipe da unidade
(ou pela equipe da higienização, quando devidamente orientada).

Obs.:
-A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há acúmulo de partículas
existentes no ar ou pela movimentação de pessoas;
- A limpeza ou desinfecção concorrente do colchão deve ser feita no período da manhã, durante a
higiene do paciente.

Técnica
Inicia-se do local mais limpo para o local mais sujo, ou do local menos contaminado de acordo com o
“provável nível de sujidade ou contaminação”.
1º. Mobiliários;
2º. Parede;
3º. Piso.

Materiais: Baldes, panos e solução apropriada.


- Embeber o pano em solução apropriada;
- Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido, do mais limpo ao mais sujo;
- Molhar o outro pano em água limpa (2º balde) e enxaguar;
- Molhar com o 3º pano no álcool e aplicar na superfície, deixar secar;
- Friccionar com o 4º pano por 15 segundos em cada ponto;
- Limpar e guardar o material.

Limpeza ou desinfecção terminal


Entende-se por limpeza terminal a higienização completa das áreas do hospital e, às vezes, a
desinfecção para a diminuição da sujidade e redução da população microbiana. É realizada de acordo
com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário.
Além da limpeza da unidade outros mobiliários e equipamentos, que têm contato direto com o paciente,
também devem ser limpos sempre que utilizados (cadeira de rodas, maca e outros).
Consiste no método de limpeza ou desinfecção de mobiliário e material que compõem a unidade do
paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa permanência do paciente.
Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direção.

Seguir os princípios:
- Do mais limpo para o mais sujo;
- Da esquerda para direita;
- De cima para baixo;
- Do distal para o proximal.

Utilizar um balde e um pano para ensaboar e outro balde e pano para enxaguar, deixando quase seco.
No caso de desinfecção passar a solução uma vez.

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Técnica
Materiais: bandeja, 2 baldes com água e recipiente com pedaço de sabão (para limpeza da unidade),
1 balde com solução desinfetante padronizada no hospital (para desinfecção da unidade), cuba-rim para
lixo, papel toalha, luva de procedimentos.
- Retirar a roupa, separando a leve da pesada, manuseando-a com cuidado, fazer um pacote e colocá-
lo sobre a bandeja. Levar a roupa ao expurgo;
- Se houver comadre, papagaio, bacia e cuba-rim no quarto, enxaguar no banheiro e levar para o
expurgo, lavá-las com água e sabão, secar e passar álcool 70%;
- Colocar a luva de procedimentos;
- Limpar a mesa de refeição;
- Limpar suporte de soro;
- Limpar a mesa de cabeceira, iniciar pela área externa (parte superior, laterais, atrás e frente), parte
interna da gaveta (iniciando pelo fundo, laterais, chão e frente) e parte externa da gaveta (limpar apenas
laterais). Parte interna da porta.

Parte interna da mesinha (iniciar pelo teto, fundo, laterais, prateleira do meio e parte inferior). Manter
a porta fechada;
- Limpar um dos lados do travesseiro colocando o lado já limpo sobre a mesa de cabeceira, e proceder
à limpeza do outro lado;
- Abrir o impermeável sobre o colchão e limpar a parte exposta, dobrar e limpar a outra parte exposta,
colocando-a sobre o travesseiro;
- Limpar a face superior e lateral do colchão, no sentido da cabeceira para os pés;
- Colocar o colchão sobre a guarda aos pés da cama, expondo a metade inferior do estrado aos pés
da cama e a metade posterior do colchão;
- Lavar cabeceira, grades e a parte exposta do estrado;
- Dobrar o colchão dos pés da cama para a cabeceira, limpando a parte inferior do estrado aos pés da
cama e a metade posterior do colchão;
- Acionar a manivela para limpar a parte posterior do estrado nos pés da cama;
- Abaixar o estrado e colocar o colchão no lugar, na posição horizontal;
- Limpar os quatro pés da cama;
- Colocar sobre o colchão o impermeável e o travesseiro;
- Proceder a limpeza da cadeira, e a escadinha;
- Recolher o material utilizado e lavá-lo, retirar as luvas e lavar as mãos.

Limpeza e Desinfecção dos Artigos Hospitalares

Os artigos hospitalares são manejados dentro do hospital como ferramentas para realização de
diagnósticos e tratamentos, ou apoio para esses procedimentos.
Necessitam de controle apurado para o manejo, a fim de não comprometer a vida do paciente,
disseminando a infecção hospitalar.
As ações que se realizam com estes artigos dependem de sua área de contato e do tipo de artigo
hospitalar, realizando as limpezas simples, desinfecções e esterilizações.
As desinfecções de artigos hospitalares são realizadas de acordo com a classificação feita por
SPAULDING, há mais de 2 décadas, os artigos hospitalares são classificados em: Críticos, Semicríticos
e Não-críticos, baseado no grau de risco de infecção do uso destes itens.
Os artigos críticos são aqueles destinados a penetração, através de pele e mucosas, que entram em
contato com tecidos estéreis do corpo humano, isentos de colonização. Exemplo: agulhas, materiais
cirúrgicos, cateteres cardíacos e outros.
Os artigos semicríticos são aqueles que entram em contato com mucosas integras ou pele lesada.
Exemplo: circuitos de terapia respiratória, endoscópios, tubos endotraqueais.
Os artigos não críticos são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra do paciente ou
não entram em contato com ele. Exemplo: o material usado para higienização, termômetro,
esfigmomanômetro, oxímetro de pulso, comadre, papagaio, entre outros.
Para os artigos não críticos basta a limpeza com procedimento mínimo. Por limpeza entende-se a
completa remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando água, detergente e ação mecânica.
Utilizando água morna e detergente enzimático potencializa-se a efetividade da limpeza.
Para os artigos semicríticos, além da limpeza, há a necessidade de complementar com a termo
desinfecção ou desinfecção química de nível intermediário, no mínimo. A termo desinfecção faz-se por
meio das lavadoras termo-desinfectoras, que possuem programas que operam em temperaturas variadas

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como as de 70°C, 85°C, 92°C, 95°C, respectivamente, a um tempo de exposição decrescente. A
desinfecção química pode ser feita imergindo o material em soluções à base de glutaraldeído a 2% por
20 a 30 minutos, ou ácido peracético a 0,2% por 10 minutos, atentando-se para indicações e
contraindicações para cada material.
Estas duas soluções garantem a desinfecção de alto nível, ou seja, além de viruscida, bactericida,
fungicida e micobactericida, é também parcialmente esporicida. Já outros germicidas como o álcool a
70%, hipoclorito de sódio a 1% e fenol sintético, são desinfetantes químicos sem ação esporicida, porém
adequados para processar os artigos semicríticos, por serem desinfetantes de nível intermediário
(viruscida, bactericida, fungicida e micobactericida).
Para os artigos críticos, a esterilização é o procedimento aceito. Se o artigo for termorresistente, a
autoclavação com pré-vácuo é o processo imbatível, pois é seguro, rápido, econômico, não-tóxico, e que
permite ser seguramente monitorizado.
Se o artigo for termossensível, há que se recorrer à esterilização gasosa automatizada, por meio de
óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio ou vapor à baixa temperatura com o gás formaldeído.

Higiene do Paciente

Normas
- A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem;
- Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
- Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do banho e após as refeições, com
solução de Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;
- Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e imprescindível o uso de luvas para procedimentos;
- Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, o paciente. A privacidade contribui
muito para o conforto mental do paciente;
- Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principalmente as dobras;
- As portas do banheiro não devem ser trancadas, durante o banho;
- Deve-se testar a temperatura da agua, antes do banho do paciente. Geralmente se usa agua morna.

Higiene Oral: Consiste na limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e lábios. Condições
patológicas que predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral: (estado de coma, hipertemia).
Finalidades:
- Promover conforto ao paciente;
- Evitar halitose;
- Prevenir carie dentaria;
- Conservar a boca livre de resíduos alimentares.

Higiene Oral (em pacientes impossibilitados de cuidar de si): Material: Solução antisséptica,
solução bicarbonatada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de água); Espátula envoltas em gazes;
Lubrificante (vaselina líquida); Toalha; Copo para colocar solução antisséptica; Luvas; Cuba-rim.

Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Calçar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada. Em pacientes inconscientes,
colocá-los em decúbito lateral;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando as espátulas envoltas em gazes, embebidas
em solução antisséptica diluído em água;
- Utilizar cuba-rim para o paciente "bochechar";
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
- Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina líquida, para evitar rachaduras;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.

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Obs: em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar a espátula com gaze, para retirar o excesso
de líquido da solução antisséptica, sem mobilizar a cabeça; em pacientes conscientes, ele próprio deve
escovar os dentes.

Higiene Oral (em paciente entubado): Material: Solução antisséptica, solução bicarbonatada;
Espátula envoltas em gazes; Lubrificante (vaselina líquida); Copo para colocar solução antisséptica;
Seringa de 20 ml; Aspirador montado; Cânula de guedel (estéril), se necessário; Toalha; Luvas.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Calçar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver
inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo do
conteúdo gástrico para a boca;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário;
- Verificar se o cuff da cânula endotraqueal está insuflado, para evitar que a solução antisséptica ou
salivação penetre na traqueia, durante a higienização;
- Instilar água com auxílio da seringa, pelo orifício da cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo
tempo;
- Retirar a cânula de guedel e lavá-la em água corrente na pia do quarto e recolocá-la, ou proceder a
sua troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que conforme rotina, já tenha dado 24 horas após a
sua colocação;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando as espátulas envoltas em gazes embebidas
em solução antisséptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentária;
- Limpar também a língua;
- Enxugar os lábios com a toalha e lubrificá-los com vaselina;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.

Obs: a troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas,
ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, que deve ser
feito pela Enfermeira da unidade; A higiene oral do paciente entubado deve ser feita uma vez a cada
plantão.

Higiene das Próteses Dentárias: Material: Copo com solução antisséptica bucal; Escova de dentes;
Pasta dental ou sabão líquido; Cuba-rim; 01 par de luvas; Toalhas de papel; Toalhas de Banho; Biombos.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai fazer;
- Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
- Proteger o leito com biombo;
- Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
- Calçar as luvas;
- Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel. Se o paciente não puder
remover as próteses sozinho, a enfermagem deve fazê-lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
- Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha de papel. Levar ao banheiro;
- Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a escova;
- Segurar as próteses na palma da mão e escová-la com movimentos firmes da base dos dentes para
as pontas;
- Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
- Lavá-la sob jato de água fria;
- Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar outro;
- Colocar a prótese limpa na cuba-rim;

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- Lavar a escova com água corrente e colocá-los na cuba-rim;
- Lavar as mãos enluvadas;
- Oferecer copo com solução antisséptica bucal, para que o paciente enxague a boca;
- Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
- Colocar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas;
- Limpar e guardar todo o material;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs: quando o paciente retirar a prótese ou recolocá-la, a Enfermagem deve observar se há a alguma
anormalidade em cavidade bucal. Se houver, relatá-la no prontuário.

Banho no Leito (Paciente com Dependência Total)

Normas
- Trocar a água do banho sempre que necessário;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou trocá-la,
depois trocar as luvas e iniciar o banho;
- Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, levando-se em consideração que o paciente ajuda,
seguir a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas, antes de manipular a roupa
limpa;
- O uso de máscara para banho é opcional como rotina. Levar em consideração os pacientes altamente
infectados.

Material
Carro de banho ou mesa de cabeceira; Luva de banho; Toalha de banho (lençol protetor); Material
para higiene oral; Material para higiene íntima, Pente, Sabonete individualizado, Comadre e/ou papagaio
do próprio paciente, Roupa para o paciente (pijama ou camisola),
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N, Luvas
de procedimento, Luvas de banho, Hamper, 01 bacia, 01 balde, Fita adesiva, Biombos.

Técnica
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
- Fechar as portas e janelas;
- Proteger a unidade do paciente com biombos;
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem clister prescrito. Se houver, fazê-
lo em primeiro lugar;
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer;
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
- Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
- Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;
- Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o tórax protegido com o lençol, descansando
os braços sobre o mesmo;
- Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao que se está trabalhando, depois o mais próximo,
com movimentos longos e firmes, do punho a axila;
- Trocar a água;
- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares, ativando a circulação, observando
as condições da pele e mamas;
- Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol em uso, até a região genital;
- Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tornozelo até a raiz da coxa, do lado oposto ao que
se está trabalhando, depois o mais próximo;
- Colocar bacia sob os pés e lavá-la, principalmente nos interdígitos, observando as condições dos
mesmos e enxugar bem;
- Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigatoriamente;
- Encaixar a comadre no paciente;

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- Fazer higiene íntima do paciente, de acordo com a técnica;
- Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de banho, retirando a comadre, deixando-a ao
lado do leito;
- Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob às costas e nádegas, mantendo esta
posição com o auxílio de outra pessoa;
- Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo nádegas e cóccix do paciente;
- Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida para o meio do leito, enxugando o
colchão;
- Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não contaminar a roupa limpa;
- Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;
- Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
- Retirar a roupa suja e desprezá-la no hamper;
- Calçar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e terminar a arrumação do leito;
- Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
- Vestir o paciente;
- Pentear os cabelos do paciente;
- Trocar a fronha;
- Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais adequado;
- Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
- Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
- Retirar as luvas e lavar as mãos;
- Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas, se houver.

Banho de Aspersão (chuveiro): Material: Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo
Hospital); Toalha de banho; Sabonete (individual); Pente; Luva de banho (opcional).

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material e levar ao banheiro;
- Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas);
- Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
- Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
- Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente sozinho;
- Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as condições da pele e a reação do banho;
- Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê-lo sozinho;
- Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em posição confortável na cadeira;
- Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder a limpeza do banheiro;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs: sentar na cadeira embaixo do chuveiro é muito mais seguro para os pacientes idosos ou para os
pacientes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com menor
probabilidade de escorregarem; durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir-
lhe para não trancar a porta e chamar se precisar de assistência. Manter-se perto do local.

Higiene Íntima Feminina: Material: 01 balde; 01 jarra; Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho;
Sabão líquido o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper; Pinça auxiliar (Cheron); Biombo;
Forro e saco plástico.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;
- Calçar às luvas;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Proteger a unidade com biombos;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando expô-la o mínimo possível;

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101
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os sobre a região glútea;
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
- Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando-a suavemente com o auxílio da jarra;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano;
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de cima para baixo sem atingir o ânus,
desprezando a gaze, após cada movimento vulva - ânus;
- Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido anteroposterior, primeiro de um lado, desprezando a
gaze e depois do outro lado;
- Lavar por último a região anal;
- Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Colocar a paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guardá-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs: se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, utilizar gazes montadas na pinça
auxiliar para retirar o excesso, antes de iniciar a limpeza com água e sabão líquido ou P.V.P.I.
degermante.

Higiene Íntima Masculina: Material: 01 balde; 01 jarra; Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho;
Sabão líquido o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper; Pinça auxiliar (Cheron); Biombo;
Forro e saco plástico.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e levá-lo a unidade do paciente;
- Proteger a unidade com biombos;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Calçar as luvas de procedimentos;
- Posicionar o paciente expondo somente a área genital;
- Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente;
- Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente;
- Irrigar com a jarra com água, a região genital;
- Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
- Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze, desprezando a gaze, a cada etapa;
- Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com movimentos únicos e circulares;
- Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal
e por último a região anal;
- Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
- Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido escroto perineal;
- Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Posicionar o prepúcio;
- Colocar o paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guardá-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

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Obs: se houver presença de secreção purulenta na região uretral, limpá-la com gaze, antes de
proceder a limpeza com água e sabão.

Lavagem dos Cabelos: Material: Shampoo; Balde; Bacia; Toalha de banho; Luvas para procedimento;
Forro e saco plástico; Pente; Algodão em bola (02 unidades).

Técnica
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Reunir o material no carro de banho e levá-lo próximo a cama do paciente;
- Lavar as mãos;
- Fechar portas e janelas;
- Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
- Retirar o travesseiro;
- Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob o forro com o plástico;
- Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com água morna;
- Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabeça próxima ao funcionário;
- Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
- Colocar outra toalha ao redor do pescoço do paciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou
retirando a camisa no caso de homem, cobrindo-o com o lençol;
- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos, sobre a bacia com água;
- Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, cabelos e observando condições de
anormalidade;
- Umedecer os cabelos com um pouco de água, aplicando o shampoo evitando que o líquido escorra
nos olhos;
- Massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos;
- Lavar os cabelos;
- Enxaguar os cabelos do paciente até sair toda espuma, com o auxílio de uma jarra;
- Despejar a água da bacia, quantas vezes forem necessário;
- Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos com cuidado, fazendo escorrer água;
- Retirar a bacia que está sob a cabeça do paciente;
- Descansar e envolver a cabeça do paciente na toalha;
- Secar os cabelos com toalha de banho ou forro;
- Pentear os cabelos do paciente;
- Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição inicial;
- Retirar a toalha, recompor o material no carro de banho, deixando paciente em posição confortável;
- Lavar as mãos;
- Anotar na prescrição do paciente.

Tratamento de Pediculose e Remoção de Lendeas: Material: Solução indicada para pediculose;


Luvas para procedimento; Atadura de crepe; Esparadrapo; Forro e saco plástico; Pente fino; Biombo;
Vaselina Líquida.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Trazer a bandeja com o material e colocá-los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Colocar biombo;
- Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro;
- Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
- Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no
final embeber os cabelos;
- Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando com
esparadrapo no final;
- Conservar o travesseiro com forro;
- Retirar as luvas;
- Lavar as mãos;
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
- Levar a bandeja com o material para o local de origem;
- Fazer anotações no prontuário do paciente.

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Obs: deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manhã e lavá-la à tarde, passando vinagre
após e penteando; Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário.

Como colocar e retirar comadre do paciente acamado: Material: Comadre; Papel higiênico;
Biombos; Bacia com água morna; Toalha de banho; Sabonete.

Técnica
- Lavar as mãos;
- Identificar o paciente;
- Cercar a cama com biombos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material necessário junto a unidade;
- Colocar as luvas de procedimento;
- Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua superfície, com a extremidade sobre o
lençol ou colocando-a em contato com água quente;
- Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver impossibilitado, levantar por ele, com a
ajuda de outro funcionário da Enfermagem;
- Colocar a comadre sob os quadris;
- Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
- Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame;
- Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o sobre a higiene íntima e se necessário, faça por
ele;
- Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou, se necessário, levante por ele;
- Retirar a comadre;
- Fornecer bacia com água para que o paciente lave as mãos;
- Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
- Lavar o material;
- Colocar o material restante no lugar;
- Deixar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.

Obs: não deixar um paciente esperando pela comadre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera
pode levar a angústia física e emocional, podendo ocorrer diminuição do tônus dos esfíncteres. Por se
tratar de um momento íntimo, muitos pacientes tem que ficar sozinhos, pois sentem-se inibidos, não
conseguindo evacuar perto de outras pessoas.

Massagem de Conforto
É a massagem corporal realizada durante o banho de leito, e aconselhável ainda, após o uso de
comadre e durante a mudança de decúbito. Estimula a circulação local; Preveni escaras de decúbito;
Proporciona conforto e bem estar; Possibilita relaxamento muscular. Material: Álcool 70%, ou creme ou
ainda talco.

Técnica
- Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se encontra a pessoa que irá fazer a massagem;
- Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral;
- Após lavar às costas, despejar na palma da mão pequena quantidade de álcool, creme ou talco;
- Aplicar nas costas do paciente massageando com movimentos suaves e firmes, seguindo a seguinte
orientação:
a) Deslizar as mãos suavemente, começando pela base da espinha e massageando em direção ao
centro, em volta dos ombros e dos lados das costas por quatro vezes;
b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e para cima da espinha, voltando para baixo com
movimentos circulares por quatro vezes;
c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da espinha e para cima, retornando para baixo
massageando com a palma da mão, executando círculos pequenos;
d) Repatir os movimentos longos e suaves que deram início a massagem por três a cinco minutos e
continuar com o banho ou mudança de decúbito.

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Medidas de conforto e segurança do paciente: O conforto e a segurança tem uma concepção ampla
e abrangem aspectos físicos, psicossociais e espirituais, constituindo necessidade básica do ser humano.
Na admissão, se suas condições físicas permitirem, deve-se apresentar o paciente para os companheiros
da enfermaria e a equipe de saúde. Mostrar as dependências e orientá-lo quanto a equipe de saúde.
Mostrar as dependências e orientá-lo quanto a rotina da unidade. Todas as condutas terapêuticas e
assistência de enfermagem devem ser precedidas de orientação, esclarecimento de dúvidas e
encorajamento.

Medidas importantes para proporcionar conforto ao paciente:


- Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura adequada e leito confortável;
- Boa postura, movimentação ativa ou passiva;
- Mudança de decúbito;
- Respeito quanto a individualidade do paciente;
- Inspiração de sentimento de confiança, segurança e otimismo;
- Recreação através de TV, grupos de conversação, trabalhos manuais, leituras.

Prevenção de Escaras e Deformações: Pacientes que permanecem muito tempo acamados


requerem uma atenção especial; os inconscientes geralmente apresentam reflexos alterados, com
diminuição ou abolição de movimentos voluntários. A imobilização pode facilitar complicações
traqueobrônquicas; a circulação pode-se tornar deficiente em determinados pontos da área corpórea,
onde sofrem maior pressão, provocando ulcerações (escaras de decúbito); o relaxamento muscular e a
posição incorreta dos vários segmentos do corpo pode provocar deformidades. A mudança de decúbito,
exercícios passivos e massagem de conforto, são medidas utilizadas para prevenir deformidades e
escaras de decúbito.

Posição para Exames

Fowler: Paciente fica semi sentado. Usado para descanso, conforto, alimentação e patologias
respiratórias.

SIMs: Lado direito: deitar o paciente sobre o lado direito flexionando-lhe as pernas, ficando a direita
semi flexionada e a esquerda mais flexionada, chegando próxima ao abdômen. Para o lado esquerdo,
basta inverter o lado e a posição das pernas. Posição usada para lavagem intestinal, exames e toque.

Genu-Peitoral: Paciente se mantém ajoelhado e com o peito descansando na cama, os joelhos devem
ficar ligeiramente afastados. Posição usada para exames vaginais, retais e cirurgias.

Ginecológica: A paciente fica deitada de costas, com as pernas flexionadas sobre as coxas, a planta
dos pés sobre o colchão e os joelhos afastados um do outro. É usado para sondagem vesical, exames
vaginais e retal.

Litotomia: A paciente é colocada em decúbito dorsal, as coxas são bem afastadas uma das outras e
flexionadas sobre o abdômen; para manter as pernas nesta posição usam-se suportes para as pernas
(perneiras). Posição usada para parto, toque, curetagem.

Tredelemburg: O paciente fica em decúbito dorsal, com as pernas e pé acima do nível da cabeça,
posição usada para retorno venoso, cirurgia de varizes, edema.

Ereta ou Ortostática: O paciente permanece em pé com chinelos ou com o chão forrado com um
lençol. Posição usada para exames neurológicos e certas anormalidades ortopédicas.

Movimentação e Transporte de Paciente

É mover, e levantar ou transportar o paciente para um determinado local através da utilização de


movimentos planejados.

Objetivos:
- Proporcionar conforto e segurança ao paciente;
- Evitar esforços desnecessários e lesões corporais;
- Aliviar a pressão de determinada área (evitar escaras).
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O primeiro fator importante ao se mover ou levantar o paciente, é o emprego de uma boa mecânica
corporal por parte da enfermagem e de outra pessoa que ajude. Devem-se evitar esforços
desnecessários, prevenindo danos para si e para o paciente. Os movimentos devem ser planejados. É
bom fazer uma pequena contagem para todos agirem juntos, somando forças, empregando princípios de
ergonomia. Por exemplo, contar 1 – 2 – 3 – já!

Procedimentos comuns:
- Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Orientar o paciente sobre o procedimento;
- Registrar no prontuário todos os procedimentos realizados com o paciente;
- Deixar a unidade em ordem;

Decúbito Dorsal para Lateral Direito ou Esquerdo

Duas Pessoas
- Dobrar em leque o sobrelençol até a altura dos pés;
- As duas pessoas executantes devem colocar-se à esquerda do paciente;
- 1ª pessoa: colocar o braço direito sob o ombro do paciente, apoiando a cabeça. Em seguida colocar
o braço esquerdo sob a região lombar;
- 2ª pessoa: colocar o braço direito sob a região lombar e o esquerdo sob o terço superior da coxa;
- Colocar o braço esquerdo do paciente sobre o tórax, o direito semiflexionado e abduzido sobre o leito
e flexionar o joelho esquerdo;
- Colocar uma das mãos sobre o quadril do paciente e virá-lo delicadamente para o lado direito;
- Colocar um travesseiro apoiando a cabeça, pescoço e ombro, outro amparando as costas e um
terceiro entre os membros inferiores;
- Colocar o braço esquerdo do paciente de modo que não pressione o tórax;
- Cobrir o paciente;
- Deixar a unidade em ordem.

Obs: para as mudanças de decúbito inverso seguir os mesmos passos, mudando o posicionamento
dos executantes e do paciente.

Duas Pessoas com Lençol


- Dobrar em leque a colcha e o sobre lençol;
- Ficar uma pessoa de cada lado do paciente;
- Soltar o lençol móvel;
- Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próximo do paciente;
- Executar a técnica da seguinte maneira: ambos seguram o lençol na altura do ombro e do terço
superior da coxa;
- Colocar o paciente para o lado esquerdo com movimentos sincronizados;
- Colocar o braço esquerdo do paciente sobre o tórax, deixando o outro semiflexionado e abduzido
sobre o leito e flexionar o joelho esquerdo;
- Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre o quadril do paciente e virá-lo delicadamente
para o lado direito;
- Colocar um travesseiro apoiando a cabeça, pescoço e ombro, outro amparando as costas e outro
entre os membros inferiores;
- Colocar o braço esquerdo de modo que não pressione o tórax;
- Prender o lençol;
- Cobrir o paciente.

OBS: para movimentar o paciente do decúbito dorsal para a lateral esquerda, seguir as mesmas regras,
mudando o posicionamento do paciente.

Movimentação do Paciente para a Cabeceira

Quando o paciente auxilia


- Dobrar em leque a colcha e sobre lençol até altura dos pés;
- Proteger as grades de cabeceira com travesseiros;

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- Solicitar ao paciente, que flexione os joelhos, apoiando firmemente as pernas e pés no colchão;
- Apoiar o ombro e a coxa do paciente com as mãos;
- Orientar o paciente solicitando-o para dar um impulso com os pés no sentido da cabeceira;
- Colocar o travesseiro e arrumar a cama;
- Cobrir o paciente.

Quando o paciente não auxilia (duas pessoas com lençol móvel ou lençol)
- Dobrar em leque o sobrençol até a altura dos pés;
- Proteger as grades da cabeceira com o travesseiro;
- Ficar uma pessoa de cada lado do paciente;
- Soltar o lençol móvel ou lençol;
- Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próximos do paciente;
- Ambas as pessoas devem segurar o lençol na altura do ombro e na região coxofemoral;
- Deslocar o paciente para a cabeceira da cama com movimentos sincronizados;
- Colocar o travesseiro e arrumar a cama;
- Cobrir o paciente e deixar a unidade em ordem.

Transporte do paciente da cama para a maca (quatro pessoas com lençol)


- Antes do procedimento, fechar infusões venosas, e SNG, SNE ou SVD;
- No caso SVD, exames demorados abrir sonda enquanto aguarda;
- Desprender as roupas de cama;
- Dobrar em leque o lençol e o cobertor até os pés;
- Em quatro pessoas, devem portar-se duas pessoas á direita e duas pessoas á esquerda do paciente;
- Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próximas ao paciente;
- Passar o paciente para a beira da cama com movimentos simultâneos;
- Colocar a maca paralela ao leito, próxima do pacientes;
- Transportar o paciente da cama para a maca num só movimento;
- Afastar a maca da cama, arrumar as roupas e levantar as grades laterais;
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;

Da cama para a cadeira de rodas (duas pessoas com lençol)


- Colocar a cadeira de rodas próximas aos pés da cama. Deixar travada.
- Colocar o lençol sobre o paciente;
- Levantar a cabeceira e sentar o paciente na borda da cama observando sinais de vertigem, palidez,
etc.
- Enrolar as bordas laterais do lençol próximos do paciente;
- Transportar com movimentos sincronizados para a cadeira de rodas.
- Deixar a unidade em ordem.

Cuidados Importantes:
-Fazer a desinfecção concorrente da maca e da cadeira de rodas após cada transporte;
-Utilizar corretamente a mecânica corporal a fim de evitar lesões corporais e desgastes
desnecessários;
-Puxar a cadeira de rodas pelas costas ao descer a rampa;
-Agasalhar o paciente nos dias frios;
-Cuidados com infusões, sondas, dietas, drenos, etc.

Preparo, cálculo e Vias de administração de medicamentos; Noções de


farmacologia

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

O medicamento é uma substância empregada no diagnóstico, tratamento, cura, alívio ou prevenção


das alterações da saúde.
O enfermeiro deve avaliar o efeito que os medicamentos têm na restauração ou manutenção da saúde,
e fornecer a educação contínua para o cliente, família ou pessoal de cuidado de saúde domiciliar sobre a
finalidade e os efeitos colaterais dos medicamentos.
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A administração de medicamentos8,9,10 é um processo que envolve uma sequência de ações a serem
desenvolvidas pelo profissional de enfermagem, a fim de obter os melhores resultados junto ao paciente,
sem desperdício de recursos. Durante a fase de preparo o profissional de enfermagem deve ter muita
atenção para evitar erros, assegurando ao máximo que o paciente receba a medicação corretamente.

Formas de Apresentação do Medicamento

Cápsula: forma de dosagem sólida para uso oral; medicamento na forma de pó, líquido ou óleo, e
envolto por concha gelatinosa; a cápsula é colorida, a fim de auxiliar na identificação do produto.
Comprimido: forma de dosagem em pó comprimido em discos ou cilindros endurecidos; além do
medicamento primário, contém ligantes (adesivos, para possibilitar que o pó permaneça junto),
desintegrantes (para promover a dissolução do comprimido), lubrificantes (para facilitar a fabricação) e
expansores (para o tamanho conveniente do comprimido).
Comprimido com proteção entérica: comprimido para uso oral revestido com materiais que não se
dissolvem no estômago; os revestimentos dissolvem-se no intestino, onde o medicamento é absorvido.
Disco intraocular: pequeno disco oval flexível que contém duas camadas externas macias e uma
camada média que contém o medicamento; quando umedecido pelo líquido ocular, libera o medicamento
por até uma semana.
Drágea: forma de dosagem sólida para uso oral; formato semelhante à cápsula e revestido, para
facilitar a deglutição.
Elixir: líquido claro que contém água e/ou álcool; destinado a uso oral; geralmente possui adoçante
adicionado.
Extrato: forma de medicamento concentrada, feita pela separação da porção ativa do medicamento
de seus outros componentes (por exemplo, o extrato líquido é o medicamento feito em solução de fonte
vegetal).
Glicerite: solução de medicamento, combinado à glicerina para uso externo, que contém pelo menos
50% de glicerina.
Linimento: preparação que comumente contém álcool, óleo ou emoliente saponáceo, aplicada à pele.
Loção: medicamento em suspensão líquida aplicado externamente, para proteger a pele.
Pasta: preparação semissólida, mais espessa e mais rígida que a pomada; é absorvida através da
pele com maior lentidão que a pomada.
Pastilha: forma de dosagem arredondada e achatada que contém medicamento, flavorizante, açúcar
e mucilagem; dissolve-se na boca, para liberar o medicamento.
Pílula: forma de dosagem sólida que contém um ou mais medicamentos, modelada em forma de
glóbulo, ovoides ou alongada; as pílulas verdadeiras raramente são utilizadas, porque foram substituídas
pelos comprimidos.
Placa ou disco transdérmico: medicamento contido dentro de placa ou disco com membrana
semipermeável, a qual permite que os medicamentos sejam absorvidos através da pele de forma lenta
durante um intervalo de tempo prolongado.
Pomada (unguento): preparação semissólida, aplicada externamente, que contém, em geral, um ou
mais medicamentos.
Solução: preparação líquida que pode ser utilizada por via oral, parenteral ou externa; também pode
ser instilada em órgão ou cavidade corporal (por exemplo, irrigações vesicais); contém água com um ou
mais compostos dissolvidos; deve ser estéril para uso parenteral.
Supositório: forma de dosagem sólida misturada com gelatina e moldada na forma de projétil para a
inserção em cavidade corporal (reto ou vagina); dissolve-se, quando alcança a temperatura corporal,
liberando o medicamento para a absorção.
Suspensão: partículas de medicamento finamente divididas dispersas em meio líquido; quando a
suspensão permanece parada, as partículas depositam-se no fundo do frasco; comumente, um
medicamento oral e não é administrada por via intravenosa.
Tintura: solução de medicamento em álcool ou água-álcool.
Xarope: medicamento dissolvido em solução concentrada de açúcar; pode conter flavorizantes, para
tornar o sabor do medicamento mais agradável.

8
EBISUI, C.T.N. Procedimentos de Enfermagem. Reedição revisada e ampliada. São Paulo: Copidart, 2002.
9
https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos
10
http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0212013_8112.html

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Tipos de Ação de Medicamento

Os medicamentos variam consideravelmente no modo pelo qual atuam em seus tipos de ação. Os
fatores diferentes das características do medicamento também influenciam as ações dele.
Um cliente pode não responder da mesma maneira a cada dose sucessiva de um medicamento. Da
mesma forma, idêntica dosagem do medicamento pode provocar respostas muito diferentes em clientes
diversos.
Depois que um enfermeiro administra um medicamento, ele sofre absorção, distribuição, metabolismo
e excreção. Exceto quando administrados por via intravenosa, os medicamentos levam tempo para
penetrar na corrente sanguínea. A quantidade e a distribuição de um medicamento em diferentes
compartimentos corporais alteram-se constantemente.
Quando é prescrito um medicamento, o objetivo consiste em obter um nível sanguíneo constante
dentro de uma faixa terapêutica segura. As doses repetidas são necessárias para alcançar uma
concentração terapêutica constante de um medicamento, porque uma parcela do medicamento sempre
está sendo excretada.
A concentração sérica máxima (a concentração de pico) do medicamento geralmente ocorre
exatamente antes que o final do medicamento seja absorvido. Depois de atingir o máximo, a concentração
sérica do medicamento cai progressivamente. Com as infusões intravenosas, a concentração máxima
ocorre rapidamente, mas o nível sérico também começa a cair imediatamente.
Todos os medicamentos possuem meia-vida sérica, o tempo que demoram para que os processos de
excreção diminuam a concentração sérica do medicamento pela metade. Para manter um platô
terapêutico, o cliente deve receber doses fixas regulares. Por exemplo, demonstrou-se que os
medicamentos para a dor são mais efetivos, quando fornecidos durante todo o dia, em vez de serem
administrados quando o cliente se queixa de maneira intermitente de dor. Desta maneira, um nível quase
constante do medicamento analgésico é mantido. Depois de uma dose inicial de medicamento, o cliente
recebe cada dose sucessiva, quando a dose anterior alcança sua meia-vida.
O cliente e o enfermeiro devem seguir a programação regular de dosagem bem como aderir às doses
e intervalos de doses prescritos. Os esquemas de sondagem são estabelecidos pela instituição em que
o enfermeiro está empregado. Quando informa os clientes a respeito dos esquemas de dosagem, o
enfermeiro deve utilizar linguagem familiar ao cliente. Por exemplo, ao orientar um cliente sobre um
medicamento que tem duas doses ao dia, o enfermeiro deve instruí-lo a tomar um medicamento pela
manhã e novamente à noite. O conhecimento dos intervalos de tempo da ação do medicamento também
ajuda o enfermeiro a prever o efeito de um medicamento. Com este conhecimento, ele pode instruir o
cliente sobre quando esperar uma resposta.

Efeitos Medicamentosos

É essencial que o enfermeiro compreenda todos os efeitos que os medicamentos podem ter, quando
são tomados ou administrados aos clientes:
Efeitos Terapêuticos: é a resposta fisiológica esperada ou previsível gerada por um medicamento.
Cada medicamento possui um efeito terapêutico desejado para o qual é prescrito. Por exemplo, a
nitroglicerina é utilizada para reduzir a carga de trabalho cardíaca e aumentar o aporte miocárdico de
oxigênio. Um único medicamento pode ter muitos efeitos terapêuticos. Por exemplo, a aspirina é
analgésica, antitérmica e anti-inflamatória, reduzindo a agregação plaquetária (agrupamento). É
importante que o enfermeiro conheça para qual efeito terapêutico um medicamento é prescrito, o que lhe
permite informar corretamente o cliente sobre o efeito pretendido do medicamento.
Efeitos Colaterais: são os efeitos secundários e não-pretendidos que um medicamento causa de
maneira previsível. Tais efeitos podem ser inócuos ou lesivos. Quando suficientemente graves para negar
os efeitos benéficos da ação terapêutica de um medicamento, o médico pode interromper o medicamento.
Com frequência, os clientes, param de tomar medicamentos por causa dos efeitos colaterais.
Efeitos Adversos: são geralmente considerados respostas graves ao medicamento. Por exemplo, um
cliente pode ficar comatoso, quando um medicamento é ingerido. Se ocorrem as respostas adversas ao
medicamento, o médico pode interromper o medicamento. Alguns efeitos adversos são efeitos
inesperados que não foram descobertos durante a experimentação do medicamento. Quando acontece
esta situação, os profissionais de saúde são obrigados a reportar o efeito adverso ao FDA.
Efeitos Tóxicos: podem-se desenvolver depois da ingesta prolongada de um medicamento ou quando
um medicamento se acumula no sangue por causa do metabolismo ou excreção comprometidos. As
quantidades excessivas de um medicamento dentro do corpo podem ter efeitos letais, dependendo da
ação do medicamento. Por exemplo, os níveis tóxicos de morfina podem provocar depressão respiratória

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grave e morte. Os antídotos estão disponíveis para tratar tipos específicos de intoxicação medicamentosa.
Por exemplo, o Narcan é utilizado para reverter os efeitos da intoxicação por opióides.
Reações Idiossincrásicas: os medicamentos podem provocar efeitos imprevisíveis, como uma
reação idiossincrásica, na qual um cliente reage em excesso ou de forma deficiente a um medicamento
ou apresenta reação diferente do normal. Por exemplo, uma criança que recebe um anti-histamínico pode
ficar extremamente agitada ou excitada, em vez de sonolenta. É impossível avaliar os clientes para as
respostas idiossincrásicas.
Reações Alérgicas: constituem outra resposta imprevisível a um medicamento; elas constituem 5%
a 10% das reações medicamentosas. Um cliente pode tornar-se imunologicamente sensibilizado à dose
inicial de um medicamento. Com a administração repetida, o cliente desenvolve uma resposta alérgica ao
medicamento, a seus conservantes químicos ou a um metabólito. O medicamento, ou substância química,
atua como um antígeno, deflagrando a liberação de anticorpos. A alergia medicamentosa de um cliente
pode ser branda ou grave. Os sintomas alérgicos variam, dependendo do indivíduo e do medicamento.
Entre as diferentes classes de medicamentos, os antibióticos provocam uma alta incidência de reações
alérgicas. As reações brandas podem ser:
- Urticárias: erupções cutâneas elevadas, com formato irregular, com tamanhos e formas variados;
as erupções apresentam margens avermelhadas e centros pálidos.
- Exantema: vesículas pequenas e elevadas, geralmente avermelhadas; frequentemente, distribuídas
sobre todo o corpo.
- Prurido: coceira na pele; acompanha a maioria dos exantemas.
- Rinite: inflamação das mucosas que revestem o nariz; provoca edema e secreção aquosa clara.

As reações anafiláticas ou graves caracterizam-se pela constrição súbita dos músculos bronquiolares,
edema da faringe e laringe, bem como sibilância e falta de ar graves. Os anti-histamínicos, epinefrina e
broncodilatadores podem ser usados para tratar as reações anafiláticas.
O cliente também pode tornar-se gravemente hipotenso, necessitando de medidas de reanimação de
emergência. Um cliente com história conhecida de alergia a medicamento deve evitar a reexposição e
usar um bracelete ou medalha de identificação, o que alerta os enfermeiros e os médicos para a alergia,
caso o cliente esteja inconsciente, quando receber o cuidado médico.

Interações Medicamentosas

Quando um medicamento modifica a ação de outro medicamento, ocorre uma interação


medicamentosa. As interações medicamentosas são comuns em indivíduos que tomam vários
medicamentos. Um medicamento pode potencializar ou diminuir a ação de outros medicamentos, e alterar
a maneira pela qual outro medicamento é absorvido, metabolizado ou eliminado do corpo.
Quando dois medicamentos possuem efeito sinérgico, ou agem de maneira sinérgica, o efeito dos dois
medicamentos combinados é maior que o dos medicamentos, se fornecidos em separado. Por exemplo,
o álcool é um depressor do sistema nervoso central que possui um efeito sinérgico com anti-histamínicos,
antidepressivos, barbitúricos e analgésicos narcóticos.
Uma interação medicamentosa nem sempre é indesejável. Com frequência, um médico combina
medicamentos, para criar uma interação que tenha efeito benéfico sobre a condição do cliente. Por
exemplo, um cliente com hipertensão (pressão arterial alta) que não pode ser controlada com
medicamento, recebe tipicamente vários medicamentos, como diuréticos e vasodilatadores, que atuam
em conjunto para controlar a pressão arterial.

Os “9 certos” para uma Administração Medicamentosa Segura

1. Paciente Certo: Certifica-se de que a medicação corresponde com o prontuário do paciente, e ao


administrar, certifica-se se realmente é o paciente. Ex. “Como é o nome do Sr (a)” Nunca podemos dizer:
“Seu Fulano olha seu remédio...” Sempre devemos perguntar o nome completo mesmo que conhecemos
o paciente. Erros podem acontecer.
2. Medicamento Certo: Certifica-se se o medicamento que foi dispensado da farmácia realmente
corresponde com a prescrição médica.
3. Dose Certa: Observar atentamente na prescrição médica a dose correta da medicação, e a forma
que veio apresentada da farmácia. Ex. Prescrição Médica: Benzetacil 800.000UI IM; E a apresentação da
medicação da Farmácia é Benzetacil 1.200.000UI IM.
4. Via Certa: Toda atenção é pouca. Observar e ler atentamente qual a via a ser administrada. Ex.:
(Via Oral-VO, Sublingual-SL, Intramuscular-IM, Endovenosa/Intravenosa-EV/IV).

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5. Hora Certa: Atentar-se quanto ao horário correto para administração da medicação, evitando
atrasos e antecipações.
6. Tempo Certo: Na aplicação da medicação, respeitar o tempo previsto na prescrição, por exemplo,
se for em 30 minutos, ou em quatro horas, controlar adequadamente o gotejamento ou programar
corretamente as bombas de infusão contínua ou bombas de seringa, controlando, dessa forma, a infusão
conforme prescrição.
7. Validade Certa: Antes de preparar a medicação sempre conferir a data de validade, NUNCA aplicar
medicação vencida. Estabelecer uma rotina de verificação e controle de validade nos setores, em
parceria com a farmácia.
8. Abordagem Certa: Antes de administrar o medicamento deve-se esclarecer ao paciente qualquer
dúvida existente referente ao mesmo e deve-se levar em consideração o direito de recusa do
medicamento, pelo cliente. O primeiro passo sempre é dizer ao paciente qual medicação será
administrada, qual é a via, principal ação do medicamento e como será feita a administração,
sobretudo, medicações que hajam colaboração e ação do cliente como as sublinguais a explicação deve
ser dada.
9. Registro Certo: Após aplicar a medicação registrar no prontuário checando com rubrica e ainda
anotando queixas, suspensão ou não aceitação de medicação.

Só para lembrar:

https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos

Recomendações Gerais
- Todo medicamento a ser administrado no cliente deve ser prescrito pelo médico ou odontólogo;
- A prescrição deve ser escrita, assinada e carimbada. Somente em caso de emergência, a
Enfermagem pode atender prescrição verbal, que deve ser transcrita pelo médico logo que possível;
- Toda prescrição de medicamento deve conter: data, nome do cliente, registro, enfermaria, leito, idade,
nome do medicamento, dosagem, via de administração, frequência, assinatura e carimbo do médico;
- A prescrição do cliente ou cartão de medicamento deve ser mantido à vista do executante;
- Lavar as mãos antes de preparar e administrar o medicamento e, logo após o procedimento;
- Fazer a desinfecção concorrente da bandeja antes do preparo e depois da administração do
medicamento;
- Manter o local de preparo de medicação sempre em ordem e limpo, utilizando álcool a 70% para
desinfetar a bancada;
- Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação;
- Concentrar a atenção no trabalho, evitando atividades paralelas, distrações e interrupções, que
podem aumentar a chance de cometer erros;
- Ler e conferir o rótulo da medicação três vezes – quando pegar o medicamento, antes de colocar o
medicamento no recipiente próprio para administração, e ao colocar o recipiente na prateleira ou
desprezar o invólucro;
- Nunca administrar medicamento sem rótulo;
- Fazer desinfecção das ampolas e/ou dos frascos antes de quebrar e/ou aspirar a medicação;
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- Preparar somente quando tiver certeza do medicamento prescrito, dosagem e via de administração;
- Proteger a seringa ou frasco com medicamento para evitar contaminação, podendo ser usado o
próprio invólucro se não contaminado;
- Observar o aspecto e as características da medicação antes de prepará-la; e antes de administrá-la
(sinais de decomposição, turvação, deterioração, precipitação, etc.);
- Devolver no final do plantão os medicamentos não utilizados e em hipótese alguma acumular
“sobras”;
- Manter a bandeja sempre a vista durante a administração, nunca deixando-a sozinha junto ao
paciente;
- Antes de administrar o medicamento, conferir cuidadosamente a identidade do paciente;
- Permanecer junto ao paciente até que tome o medicamento;
- A administração do medicamento deve ser feita pelo profissional que o preparou;
- Não se deve nunca esquecer de registrar o medicamento que o paciente tenha recebido (checar a
medicação);
- Anotar qualquer anormalidade após a administração do medicamento (vômito, diarreia, erupções,
urticária, etc.);
- Após a administração do medicamento, checar a prescrição imediatamente, evitando administração
dobrada;
- Em caso de recusa do medicamento, o profissional de enfermagem deve relatar imediatamente o fato
ao(a) enfermeiro(a) e/ou médico e anotá-la no prontuário. Convencionalmente em nosso meio, quando o
medicamento não foi administrado por algum motivo, o horário correspondente é circundado, “bolado” à
caneta e a justificativa anotada no prontuário do paciente;
- Utilizar luvas de procedimentos para medicações via sonda gástrica ou nasogástrica, via retal e
parenteral;
- Utilizar técnica asséptica ao manusear material esterilizado;
- Nunca reencapar agulhas ou concitá-las da seringa para desprezar;
- As luvas de procedimentos e o algodão devem ser desprezados na lixeira com saco branco leitoso,
para lixo infectante, dentro da enfermaria do paciente, conforme Programa de Gerenciamento de
Resíduos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);
- Em caso de dúvida, nunca administrar o medicamento até que ela seja esclarecida.

Vias de Administração de Medicamentos

Vias oral, sublingual, gástrica e retal: administração de medicamento por via digestiva.
Os medicamentos via oral são fornecidos pela boca e deglutidos com líquidos, apresentam um início
de ação mais lento e um efeito mais prolongado que os medicamentos parenterais. Em geral, os clientes
preferem a via oral.
Via parenteral: administração de um agente terapêutico por outra via que não seja a do trato alimentar
(aparelho digestório).
Via vaginal: introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser
introduzido sob a forma de: supositório, comprimido, óvulo, lavagem, irrigação, creme ou gel.
Via tópica ou cutânea: aplicação de medicamentos na pele. Sua ação pode ser local ou geral.
Exemplos: pomada, antisséptico, etc.
Via nasal: consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido.
Via Respiratória: as passagens mais profundas do trato respiratório proporcionam grande área de
superfície para a absorção do medicamento. Os medicamentos podem ser administrados através das
vias nasais, via oral ou tubos colocados dentro da boca do cliente até a traqueia. Os medicamentos
administrados pela via de inalação são prontamente absorvidos e atuam rapidamente por causa da rica
rede vascular alveolocapilar presente no tecido pulmonar. Os medicamentos inalados podem ter efeitos
locais ou sistêmicos.
Via ocular: aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular (saco conjuntival inferior).
Há, também, o fornecimento intraocular de medicamento que envolve a inserção de medicamento
semelhante a uma lente de contato dentro do olho do cliente. O disco do medicamento ocular possui duas
camadas mais externas que contêm o medicamento. O disco é inserido dentro do olho do cliente de forma
muito parecida com uma lente de contato, podendo permanecer no olho dele por até uma semana. A
pilocarpina, um medicamento usado para tratar o glaucoma, é o disco de medicamento mais comum.
Via Auricular (otológica): introdução de medicamento no canal auditivo. Colocar o paciente em
posição que você consiga administrar, manter a cabeça do paciente ereta e pingar a solução puxando o
pavilhão auditivo para baixo e para frente.

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Instilações na garganta: a garganta pode ser pulverizada ou embrocada pela aplicação de um
antisséptico ou anestésico.

Procedimentos de Administração

Via Oral
Material:
- 01 bandeja;
- 01 copinho;
- Medicamento prescrito.

Procedimento:
- Conferir a prescrição médica e medicação a ser administrada;
- Identificar os copinhos com o nome do paciente, nome da medicação, horário e número do leito;
- Lavar as mãos;
- Diluir o medicamento se necessário;
- Conferir novamente a medicação e prescrição médica verificando data, paciente, hora, via de
administração e dose;
- Levar a bandeja de medicação junto ao leito do paciente;
- Perguntar o nome do paciente sem sugestionar;
- Oferecer o medicamento;
- Observar se o paciente ingeriu a medicação;
- Lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica;

Cuidados importantes:
- Agitar o frasco de medicamento líquido antes de entorná-lo pelo lado oposto ao do rótulo, evitando
assim, que o líquido escorra sobre ele, tornando difícil a leitura;
- Os frascos multidoses deverão ser diluídos quando abertos;
- Frascos multidoses que ficam “estocados” no posto, verificar sempre a data de validade e condições
de armazenamento antes de administrá-lo ao paciente. Se necessário trocar o frasco na farmácia;
- Segurar o recipiente graduado (copinho) e vidro ao nível dos olhos para despejar o líquido até a altura
correspondente à dose, facilitando desse modo a colocação precisa do medicamento;
- Colocar comprimidos, drágeas ou cápsulas no recipiente sem tocá-las diretamente com a mão;
- Se houver dificuldade na identificação do medicamento, não administrá-lo. Devolva-o à farmácia e
solicite outro medicamento com identificação legível;
- Se um paciente recebe vários medicamentos simultaneamente, a prática mais segura é a de usar
recipientes separados, possibilitando a identificação segura dos medicamentos que efetivamente o
paciente recebeu. Em casos de aceitação parcial ou perdas acidentais de uma parte deles, será possível
registrar adequadamente o ocorrido e/ou repor a medicação perdida;
- Observar se o paciente não está com indicação de jejum, controle hídrico, além de fatores que
influenciam a administração, como sonda nasogástrica, condições relativas à deglutição, náuseas,
vômitos, entre outros;
- No caso de administração de medicação sublingual, observar a colocação do medicamento sob a
língua do paciente e orientá-lo para que deixe ali, sem mastigá-lo ou engoli-lo, até ser totalmente
dissolvido, não se devem oferecer líquidos com a medicação sublingual;
- No uso de medicação via Sonda Nasoenteral-SNE ou Sonda Nasogástrica-SNG: lavar (10 a 20ml
de água pela seringa sob pressão) logo após a administração da medicação, a fim de evitar obstrução da
mesma.

Importante: na ausência do copo graduado ou seringa utilizar as medidas abaixo como referência de
administração medicamentosa líquida.

Colher de café = 2,5ml


Colher de chá = 5ml
Colher de sobremesa = 10ml
Colher de sopa = 15ml

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Via Retal
As formulações destinadas para uso retal podem ser sólidas ou líquidas.
Formulações sólidas: denominada supositório – possuem formato e consistência que facilita sua
aplicação, não devendo ser partido. Dissolve-se em contato com a temperatura corporal e é indicado
principalmente para a estimulação da peristalse para facilitar a defecação. Quando efetivo, os resultados
manifestam-se dentro de 15 a 30 minutos, mas podem tardar até uma hora.
Formulação líquida: pode ser em grande quantidade, denominada lavagem intestinal (de 1000 a
2000ml) ou em pequena quantidade, chamada de clister (150 a 500ml). Geralmente são usadas na
lavagem intestinal para a remoção das fezes em caso de “fecaloma” (fezes endurecidas), preparo para
procedimentos cirúrgicos ou exames (ex.: colonoscopia);

Material:
- 01 Frasco de Clister ou Fleet Enema (conforme prescrição médica);
- Papel higiênico;
- 01 comadre;
- 01 par de luvas de procedimento;
- 01 sonda retal.

Procedimento:
- Explicar ao paciente o procedimento;
- Preparar o material;
- Mornar quando for solução glicerinada ou soro fisiológico;
- Lavar as mãos, calçar luvas de procedimentos;
- Colocar biombo, para não expor o paciente;
- Colocar o paciente em posição de Sims, (decúbito lateral esquerdo e perna direita fletida);
- Afastar a prega interglútea e instilar o líquido;
- Introduzir a sonda retal lubrificada (ex.: xilocaína gel ou óleo mineral) no ânus do paciente;
- Colocar o paciente na comadre, deixando o papel higiênico à mão, nos casos de pacientes
dependentes ou encaminhá-lo ao banheiro;
- Fazer a higiene íntima;
- Retirar o material usado;
- Limpar e organizar o material;
- Retirar as luvas de procedimentos;
- Lavar as mãos;
- Fazer anotação de enfermagem no prontuário;
Observação: No caso de irrigação gota a gota acrescentar um equipo ao material, procedendo a
mesma forma de instalação, deixando o sistema instalado até o final da solução.

Via Parenteral
Preparo da Medicação:
- Observar o prazo de validade, o aspecto da solução, bem como a integridade do frasco;
- Certificar que todo o medicamento está contido no corpo da ampola, pois o estreitamento do gargalo
faz com que uma parte do medicamento muitas vezes, fique na sua parte superior;
- O mesmo cuidado deve ser observado com o pó liofilizado no frasco da ampola;
- Lavar as mãos com água e sabão;
- Observar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha;
- Monte a seringa com a agulha respeitando a técnica asséptica;
- Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a 70% destacando o gargalo, no caso do
frasco ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a borracha;
- Proteger o gargalo da ampola com algodão na hora de quebrá-lo;
- Aspirar ao diluente (no caso de frasco ampola) introduzi-lo dentro do frasco e deixe que a força da
pressão interna do frasco, desloque o ar para o interior da seringa;
- Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado sem sacudir;
- Introduzir o ar da seringa para o interior do frasco. Este procedimento visa aumentar a pressão dentro
do frasco, facilitando a retirada do medicamento, visto que os líquidos movem-se de uma área de maior
pressão para a de menor pressão;
- Manter o frasco invertido para baixo, enquanto aspira ao medicamento;
- Proteger a agulha com o protetor e o êmbolo da seringa com o próprio invólucro;

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- Identificar o material com fita adesiva com o nome do paciente, número do leito, medicamento,
horário, dose e via de administração;

Via Intradérmica
É a introdução do medicamento na derme. É raramente usada para tratamento, porém incide na
disseminação de vacinas. Volumes máximos administrados – 0,5 ml.
Locais de aplicação: Face interna ou ventral do antebraço; Região escapular (parte superior das
costas); Parte inferior do deltoide direito (exclusivamente para a vacina BCG).

Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 3ml ou 5ml;
- 01 agulha para injeção 03X07;
- 01 bola de algodão;
- 05ml de álcool;
- Luvas de procedimentos;
- Medicamento prescrito.

Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Posicionar a agulha em ângulo de 15º em relação à superfície da pele;
- Introduzir a agulha com o bisel para cima para formar uma pápula;
- Checar na prescrição médica;

Observação: não fazer a antissepsia da região, o que causaria o desenvolvimento de reações falso-
positivas em testes de hipersensibilidade e a redução da atividade das vacinas administradas.

Via Subcutânea
É a introdução do medicamento na região subcutânea. Utilizada para drogas que não necessitem de
absorção imediata e sim quando se deseja uma absorção continua. Podem ocorrer lesões inflamatórias
locais, sendo de grande importância o rodízio da aplicação como um método profilático. Volume máximo
administrável – 2 ml.

Locais de aplicação: Parte superior externa dos braços; Face lateral externa e frontal das coxas;
Regiões glúteas, direita e esquerda; Região abdominal – hipocôndrios direito e esquerdo, exceto a região
periumbilical; Regiões supraescapular e infraescapular; Faces externas, anterior e posterior dos braços;
Região intermediária lateral das costas (próxima ao quadril direito e esquerdo).

Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 1ml;
- 01 agulha 13X25;
- Luvas de procedimentos;
- 02 Bolas de algodão;
- 05ml do álcool a 70%;
- Medicamento prescrito.

Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele;

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- Introduzir a agulha com bisel para baixo;
- Não friccionar o local após a aplicação;
- Retirar luvas e lavar mãos;
- Checar na prescrição medica.

Via Intramuscular
É aplicada no tecido muscular através da pele, tendo a desvantagem de ser dolorosa pela introdução
da agulha e absorção do medicamento. Sua ação sistêmica é relativamente rápida. O desconforto da
aplicação desse medicamento pode ser minimizado com os seguintes cuidados:
- Manter a técnica asséptica durante todo o procedimento;
- Ao escolher o local de aplicação, observe a condição do músculo;
- Assegure a privacidade do paciente, sem expô-lo desnecessariamente;
- Não hesitar em aplicar a injeção;
- Injetar lentamente as soluções;
- Fazer uma pressão no local administrado com a extremidade dos dedos, para auxiliar na absorção
da droga;
- Checar na prescrição médica.

Volume máximo administrável – 5 ml.


Algumas bibliografias informam volume máximo de 4ml outras 5ml.

Locais para aplicação: Regiões deltoideanas; Região dorsoglútea; Região ventroglútea; Região
anterolateral da coxa (músculo vastolateral).
Quando há́ necessidade de administrar de 3 a 4 mL de medicamento, a região dorsoglútea é a mais
adequada, porém, em razão da presença do nervo isquiático, fundamental para a motricidade dos
membros inferiores, a região de inserção da agulha deve ser bem delimitada. É recomendado dividir a
região dorsoglútea em quatro quadrantes, delimitando o quadrante superior externo com um triângulo ou
subdividindo-a em quadrantes para possibilitar um adequado distanciamento do nervo isquiático.

Recomendações importantes:
- Não administrar medicamentos por via intramuscular na região dorsoglútea em crianças de 0 a 2
anos, adultos excessivamente magros ou com mais de 60 anos;
- Priorizar a região vastolateral da coxa em crianças menores de 1 ano;
- Não administrar diclofenaco de sódio e penicilina benzatina na região deltoide, em qualquer idade.
Nessas medicações só usar agulhas 30x8;
- Rodiziar o local de aplicação.

Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 3ml ou 5ml;
- 01 agulha 30X06, 30X07 ou 30X08;
- 02 bolas de algodão;
- 05ml do álcool a 70%;
- Luvas de procedimentos;
- Medicamento prescrito.

Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Escolher a seringa de acordo com o volume a ser injetado;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele;
- Introduzir a agulha com bisel para baixo;
- Aspirar antes de injetar o medicamento, verificando se algum vaso foi atingido;
- Injetar lentamente o líquido;
- Fazer uma leve compressão no local após a administração;

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- Retirar luvas e lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica;

Via Endovenosa
A via endovenosa é usada quando se deseja uma ação rápida do medicamento ou porque outras vias
não são propícias. Sua administração deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que a
medicação entra direto na corrente sanguínea, podendo ocasionar sérias complicações ao paciente, caso
as recomendações preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por essa via
devem ser cristalinas, não oleosas e sem flocos em suspensão.
Alguns acidentes podem acorrer na administração de medicamentos endovenosos:
- Esclerose da veia: aplicação sucessiva no mesmo local;
- Abscessos: administração de medicamentos fora da veia, antissepsia inadequada no local da
punção e material contaminado;
- Hematoma: extravasamento de sangue da veia no espaço intersticial por transfixação da veia;
- Flebite: longa permanência de dispositivos endovenosos ou drogas irritantes;
- Êmbolos: deslocamento de resíduos de medicamentos mal diluídos ou coágulos de sangue podem
agir como êmbolos;
- Infiltração: passagem do líquido para o tecido subcutâneo. Ocorre por deslocamento da agulha ou
pela sua penetração na parede do vaso.
- Choque: quando se aplica determinado medicamento, pode ocorrer o estado de choque,
vasodilatação geral, palidez, vertigem, agitação, cianose, ansiedade, tremores. Pode se tratar do choque
pirogênico que ocorre quando existe pirogênio no medicamento, ou seja, substância produzida por
bactéria, produzindo reações como febre e alergias; choque anafilático devido à hipersensibilidade do
paciente ao medicamento.

Volume máximo administrável – não há limite, exceto nos casos em que a patologia
contraindique volumes elevados.

Locais de aplicação:
- Região cefálica (crianças);
- Região temporossuperficial e regiões epicranianas;
-Região dos membros superiores: braço (cefálica e basílica), antebraço (intermediária cefálica,
intermediária basílica, mediana e radial);
- Ulnar;
- Mão: rede do dorso da mã;.
- Região dos membros inferiores: perna (face posterior do joelho), safena magna e tibial anterior; pé
(rede do dorso do pé). Nesta região somente em casos extremos.

Observação: observar orientações adicionais na Rotina de Prevenção de Infecção de Corrente


Sanguínea da CCIH.

Material:
- Mesmo da injeção intramuscular;
- Acrescentando em caso de grande volume de medicação:
- 01 bandeja;
- 01 Equipo;
- 01 cateter intravenoso (abocath ou jelco);
- 01 pacote de gaze;
- 30 cm de esparadrapo ou micropore;
- Medicamento;
- Luvas de Procedimentos.

Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Posicionar o paciente deitado ou sentado;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;

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- Inspecionar as condições da veia e selecionar a mais apropriada;
- Garrotear o braço aproximadamente 10 cm acima da veia escolhida. Para facilitar a visualização da
veia na mão e braço, convém o paciente cerrar o punho durante a inspeção e a punção venosa;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Fixar a veia e fazer a punção;
- Inserir o cateter ou agulha em um ângulo de 15º a 30º graus mantendo a pele esticada com o bisel
voltado para cima, facilitando a introdução;
- Retirar o garrote;
- Administrar lentamente o medicamento, evitando assim reações adversas, já que muitos
medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de imediato. Nesses casos, interrompa a aplicação e
comunique o fato o(a) enfermeiro(a) ou médico;
- Retirar o cateter ou agulha e comprimir o local;
- Retirar luvas e lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica.

Recomendações importantes:
- Seguir Rotina de Controle de Infecção para acesso vascular para a manutenção da punção;
- Evitar punção venosa de membros inferiores em pacientes adultos;
- O local escolhido deve ser seguro, de fácil acesso, confortável ao paciente;
- O seguimento escolhido deve ser mais longo que a agulha;
- Evitar “tapinha” sobre o local a ser puncionado, pois permitem o rompimento da veia no momento da
punção;
- Não puncionar membros com fístula arteriovenosa para hemodiálise, paresia, paralisia ou membro
do mesmo lado em que foi feita uma mastectomia.

Venóclise
Administração endovenosa de regular quantidade de líquido através de gotejamento controlado, para
ser infundido num período de tempo pré-determinado. É indicada principalmente para repor perdas de
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são a glicosada 5%,
fisiológica 0,9% e ringer simples.

Recomendações importantes:
- Atentar para a identificação, registrando no rótulo: o nome do paciente, a solução a ser injetada, os
medicamentos e seus complementos do soro, caso houver, tempo em que a solução deverá ser infundida,
número de gotas por minuto, início e término, data e assinatura;
- Estabelecer a punção venosa em local longe de articulações e de fácil acesso, para facilitar
manutenção da via e oferecer conforto ao paciente;
- Não puncionar veias esclerosadas (são veias com paredes espessas e endurecidas), devido a
deficiência circulatória;
- Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua
fixação, prevenindo infecção;
- Manter as conexões do sistema bem adaptadas evitando extravasamento de solução, contaminação,
refluxo sanguíneo e entrada de ar;
- Manter a observação constante no local, a fim de detectar precocemente a infiltração nos tecidos
adjacentes;
- Retirar o dispositivo da punção e providenciar outra via de acesso venoso, na presença de sinais de
flebite (edema e hiperemia local). Comunicar o caso o(a) enfermeiro(a);
- Garantir a infusão do volume e dosagem dentro do tempo estabelecido. Para isto, deve-se controlar
constantemente o gotejamento, que não deve ser alterado em casos de atraso, para evitar a sobrecarga
cardíaca;
- Orientar aos pacientes que deambulam manterem o frasco elevado para promover gotejamento
contínuo, evitando refluxo, coagulação sanguínea e obstrução do cateter;
- Orientar o paciente não abrir ou fechar o gotejamento;
- Registrar no local da punção data, hora e assinatura do profissional responsável;
- Administração de medicações de horário pela “borrachinha” do equipo: fazer desinfecção do local
antes da introdução da agulha;
- Não injetar medicamentos perfurando o frasco de soro ou deixar agulhar tipo “suspiro” para evitar
contaminação do sistema;
- Evitar excesso de polifix ou tree-wall.

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Outras Vias Parenterais
- Epidural;
- Intratecal;
- Intraóssea;
- Intraperitoneal;
- Intrapleural;
- Intra-arterial.

Cálculos para Gotejamento


Ex.: SG 5%, 500ml em 8horas.

BOAS PRÁTICAS DE CÁLCULO SEGURO11

A terapia medicamentosa tornou-se uma das formas mais comuns de intervenção no cuidado ao
paciente, utilizada ao longo dos anos na cura de doenças. Cerca de 88% dos pacientes que procuram
atendimento à saúde recebem prescrições de medicamentos. A correta administração requer
conhecimento pleno dos integrantes da equipe de enfermagem envolvidos no cuidado ao paciente.
A terapêutica medicamentosa, devido à complexidade do sistema de saúde, tem sido exercida em
ambientes cada vez mais especializados e dinâmicos, e muitas vezes sob condições que contribuem para
a ocorrência de erros. Estudos realizados ao longo dos últimos anos têm evidenciado a presença de erros
durante o tratamento medicamentoso. Os erros relacionados à utilização de medicamentos podem
resultar em sérias consequências para o paciente e sua família, como gerar incapacidades, prolongar o
tempo de internação e de recuperação, expor o paciente a um maior número de procedimentos e medidas
terapêuticas, atrasar ou impedir que reassuma suas funções sociais, e até mesmo a morte.
Tendo em vista o grande número de intervenções às quais o paciente é submetido durante a internação
hospitalar, a incidência de uma alta taxa de erros é uma possibilidade, caso não existam medidas que
visem sua prevenção, detecção e intervenção.
Conhecer e aplicar adequadamente os fundamentos da aritmética e da matemática auxilia o
profissional de saúde na prevenção de erros relacionados ao preparo, a dosagem e ou à administração
de medicamentos.
Trabalhar com números, nem sempre é agradável para algumas pessoas, principalmente para aquelas
que enfrentaram dificuldades com a matemática durante o período escolar, portanto é um desafio para
quem conduz o treinamento tornar a atividade fácil e interessante, daí a importância de se utilizar técnicas
didáticas que possibilitem o aprendizado.

Diluição de Medicamentos

1º Exemplo:
Frasco-ampola de Keflin de 1g (Cefalotina Sódica)
Deve-se diluir de preferência por um volume de 5 ml de solvente, assim obtém-se uma solução total
de 5ml. Para saber quanto de Keflin existe em cada ml, deve-se seguir a Regra de Três.

Resposta: Cada ml da diluição terá 200mg

11
http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/boas-praticas-calculo-seguro-volume-2-calculo-e-diluicao-de-medicamentos_0.pdf

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2º Exemplo:
Frasco-ampola de Amplicilina de 500 mg.
Deve-se diluir de preferência com 5 ml de solvente, assim obtém-se uma solução medicamentosa total
de 5ml onde estarão 500 mg de Amplicilina.

Resposta: Cada ml da diluição terá 100mg

Nota: A capacidade da maioria dos frascos - ampolas de medicamentos é de no máximo 10ml.

Penicilina Cristalina

Antibiótico de largo espectro largamente utilizado em unidades hospitalares tem frasco ampola em
apresentações mais comuns com 5.000.000 UI e 10.000.000 UI.
Diferente da maioria das medicações, no solvente da penicilina cristalina, deve-se considerar o volume
do soluto, que no frasco-ampola de 5.000.000 UI equivale a 2 ml e no frasco de 10.000.000 UI equivale
a 4 ml.
Quando coloca-se 8ml de Água Destilada em 1 Frasco-Ampola de de 5.000.000 UI, obtém se como
resultado uma solução contendo 10ml.
Quando coloca-se 6 ml de Água Destilada em 1 Frasco-Ampola de 10.000.000 UI, obtém se como
resultado uma solução contendo 10ml.

Esquematizando:
- se 5.000.000 UI estão para 8 ml AD + 2 ml de cristais (10ml), logo 5000.000 UI estão para 10 ml.
- se 10.000.000 UI estão para 6 ml AD + 4 ml de cristais (10 ml), logo 10.000.000 UI estão para 10 ml.
- se 10.000.000 UI estão para 16 ml AD + 4 ml de cristais (20 ml), logo 10.000.000 UI estão para 20
ml.

Observação:
1) Lembre-se que a quantidade de solvente (AD), se não estiver expressa na prescrição ou houver
orientação do fabricante, quem determina é quem está preparando.
2) Utiliza-se 8ml no caso de Penicilina Cristalina de 5.000.000 UI e 6ml no caso de Penicilina Cristalina
de 10.000.000 UI, para que tenha-se maior facilidade na hora do cálculo.
3) Ao administrar Penicilina Cristalina, lembre-se que esta medicação é colocada normalmente em
bureta com 50ml ou 100ml, conforme PM.

Exemplo:
Foi prescrito Penicilina Cristalina 4.800.000 UI, na unidade tem-se o frasco ampola de 10.000.000UI.
Como proceder?
Deve-se entender o que foi pedido, então coloca-se o que se tem.
PM – PC: 4.800.000 UI
AP – PC: FA 10.000.000 UI
DIL – 6ml (lembrou que quem determina é quem está preparando?)

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120
Coloque sempre a fórmula para nunca errar. A seguir é só substituir com os valores do enunciado.
- Lembre – se que o 10ml foi a soma de 6ml de AD +4ml de cristais
- Utiliza-se a regra de três.
- Faz-se a multiplicação
- Faz-se a divisão ou a simplificação, corta-se as unidades iguais e obtém-se o resultado

Resposta: Deve-se aspirar da solução 4,8ml que corresponde a 4.800.000UI


Rediluição

Se diluir uma solução significa dissolver (Pasquale, 2009); adiciona-se a ela solvente não alterando a
massa do soluto. Então o que é rediluição?
É diluir mais ainda o medicamento, aumentando o volume do solvente (Água Destilada, SF, SG ou
diluente para injeção), com o objetivo de obter dosagens pequenas, ou seja concentrações menores de
soluto, porém com um volume que possa ser trabalhado (aspirado) com segurança.
Utiliza-se a rediluição quando se necessita de doses bem pequenas, como as utilizadas em:
neonatologia, pediatria e algumas clínicas especializadas.
Fazendo este exercício pode-se entender melhor;
Foi prescrito Aminofilina 15mg IV, tem-se na unidade, ampolas de 240mg/10 ml.
Como proceder?
Deve-se entender o que foi pedido e então colocar o que se tem

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121
Coloque sempre a fórmula para nunca errar. A seguir é só substituir com os valores do exercício
Lembre: quando a droga for representada como no exemplo, deve-se escrevê-la da forma: 240mg –
10 ml

Vamos fazer um comparativo para melhor entendimento:


Quando se tem muitas pessoas para o jantar, porém não se estava esperando, lembre-se da
expressão:
"Colocar mais água no feijão". A quantidade de grãos é a mesma, no entanto, ao se colocar mais água,
o volume torna-se maior.
O mesmo ocorre quando prepara-se o suco em pó e coloca-se mais água do que o indicado pelo
fabricante. A quantidade de pó é a mesma, porém o volume foi aumentado (Refluímos o pó do suco).
Ficou mais claro com esses exemplos?

Da ampola de 240mg/10ml, vamos aspirar 1ml na seringa de 10cc


Cruza, cruza. (X)
Dividir ou simplificar por 10, lembrando de cotar unidades iguais
Na seringa temos 1ml que corresponde a 24mg

Tem-se agora uma nova apresentação. Lembre-se que falamos de aumento de volume com a mesma
quantidade de soluto (24mg). Agora é só aspirarmos mais 9ml de AD completando 10ml que corresponde
a 24mg. Por que completar 10 ml?
Apenas para facilitar os cálculos:

1 ml + 9ml de AD = 10ml (seringa)


Uma nova AP, porém a PM é a mesma = 3 ml
Divide-se ou simplifica-se por 10. Lembre-se de cortar as unidades iguais.

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122
Resposta: Deve-se aspirar 1,25 ml da rediluição
Cálculos com Insulina

REGULAR (simples ou composta) ação rápida ou média - aspecto límpida


NPH – ação lenta – aspecto leitoso
Insulina glargina (Lantus) – ação contínua (uma única dose a cada 24 h) – aspecto incolor

A insulina é sempre medida em unidades internacionais (UI) ou (U).


Atualmente existem no mercado frascos de insulina graduada em 100 UI/ml e seringas de insulina
graduadas também em 100 UI/ml.

Exemplo:
Prescrição Médica 20 UI de insulina NPH rotulado 100 UI/ml e seringa de insulina graduada 100 UI/ml.
Resposta: Deve-se aspirar na seringa de insulina até a demarcação de 20 UI.

Neste caso é muito tranquilo, pois tanto o frasco quanto a seringa tem a mesma relação unidades/ml;
isto significa que o frasco tem a apresentação 100 UI/ml e a seringa também tem esta apresentação.
Quando se tem frascos com apresentação diferente da graduação da seringa ou ainda quando não
existir seringa de insulina na unidade, utiliza-se uma "fórmula". Será necessário o uso de seringas
hipodérmicas de 3 ou 5 ml.
Utilizando o mesmo exemplo de uma prescrição de 20 UI de insulina NPH, tendo o frasco de 100 UI/ml,
mas com seringas de 3 ml

Lembre-se e trabalhe com o mnemônico (lembrete) abaixo.


Porque usar apenas 1 ml se a seringa é de 3 ou 5 ml? Utiliza-se a quantidade equivalente à seringa
de insulina (como se estivéssemos substituindo).
Esta operação pode ser feita com base na divisão com múltiplos de 10.

Resposta: Deve-se aspirar 0,2 ml na seringa utilizada (3 ou 5 ml).

Se não houver nenhum tipo de seringa de insulina na unidade e sendo necessário o uso de seringa
hipodérmica (3 ml-5 ml), o volume aspirado terá por base sempre 1ml da seringa, não importando o
tamanho da seringa. Atenção: caso a Prescrição Médica seja em valores mínimos, não sendo possível
aspirá-lo, o médico deverá ser comunicado, pois não está indicada a diluição da insulina devido à perda
da estabilidade.

Soro
É uma solução que pode ser isotônica, hipertônica e hipotônica e tem como finalidades: hidratação,
alimentação, curativos, solvente de medicações (ampolas), compressa ocular, compressas diversas, e
outros.

Define-se da seguinte forma:


- Solução Isotônica: a concentração é igual ou próxima a do plasma sanguíneo.
- Solução Hipertônica: a concentração é maior que a do plasma sanguíneo.

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- Solução Hipotônica: a concentração é menor que a do plasma sanguíneo.
Alguns tipos de soro mais utilizados:
- Soro Glicosado 5 % e 10% (SG 5% e SG 10%)
- Soro Fisiológico 0,9% (SF 0,9%)
- Soro glicofisiológico (SGF)
- Soro ringer com lactato ou ringer simples

Seus volumes podem variar de ampolas de 10 ml ou 20 ml e frascos de 100 ml, 250 ml,
500 ml e 1000 ml.
Pode-se manipular de forma a aumentar ou diminuir a concentração ou estabelecer uma nova solução.
Para aumentar a concentração de um soro: Neste caso será necessário descobrir de quanto é a
concentração do soro prescrito e a concentração da solução que temos disponível na unidade.
Vamos recordar?
Quando fala-se de SG 5% tem-se 5g —100ml
Quando fala-se de SG 10% tem-se 10g —100ml
Quando fala-se de SG 15% tem-se 15g —100ml
Quando fala-se de SF 0,9% tem-se 0,9g —100ml

1º Exemplo:
Soro prescrito SF 7,5% 500 ml
Soro que se tem disponível na unidade SF 0,9% 500 ml
Solução disponível na unidade Ampolas de NaCl 20% 10ml

1) Soro que se tem:

Inicia-se pelo soro que se tem disponível.


Um soro fisiológico 500 ml à 0,9 %
Que significa que há 0,9 gramas de NaCl (cloreto de sódio) em 100 ml de soro; Quanto haverá em 500
ml?
Pode-se simplificar primeiro "os iguais", ml com ml, e simplifica-se
- se 500 por 100, ficando-se com 5 vezes 9g, dividido por 1.
Tem-se como resultado 4,5 gramas

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124
2) soro prescrito:

O soro prescrito é um soro fisiologico a 7,5%


Então tem-se 7,5 gramas em 100 ml;
Quanto haverá em 500 ml?

Novamente pode-se simplificar e fica-se com 7,5 g vezes 5, dividido por 1 e tem-se o resultado 37,5
gramas de NaCl em 500 ml de soro

3) Queremos um soro que contenha 37,5 gramas de cloreto de sódio; como tem-se um soro com 4,5
gramas, é preciso acrescentar 33 gramas ;(pois 37,5 g – 4,5 g =33 g).

Para acrescentar o cloreto de sódio que falta, utiliza-se ampolas de cloreto de sódio a 20% 10 ml que
significa que há 20 gramas em 100 ml, porém a ampola tem somente 10 ml, então precisa-se saber quanto
há de cloreto de sódio em cada ampola.
Pode-se novamente simplificar e fica-se com 2g vezes 1, dividido por 1 e tem-se como resultado 2
gramas

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5) sabendo quantos gramas tem-se em cada ampola

- calcula-se quantos ml’s são necessários para perfazer o total de cloreto de sódio necessário.
Relembrando: nossa ampola, com 20% e 10 ml, tem 2 gramas de cloreto de sódio. Então é preciso
descobrir quantos ml serão usados para preparar o soro prescrito
Multiplica-se 33 por 10 que é igual a 330 e divide-se por 2, resultando em 165 ml
Ou seja, é preciso acrescentar 165 ml de cloreto de sódio a 20%, que corresponderá a X ampolas.

- se uma ampola tem 10 ml, então quantas ampolas terão 165 ml?
- 165 vezes 1 é igual a 165, que dividido por 10 é igual a16,5 ampolas
Portanto o resultado são 16,5 ampolas

Lembre-se: o frasco do soro não suporta o volume adicional. Para adicionar 165 ml deve-se desprezar
165 ml.

6) calcular quanto de cloreto de sódio perde-se quando despreza-se.

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Quando se despreza 100 ml do soro, quanto se despreza de cloreto de sódio?
Simplificando fica-se com 0,9 vezes 1 dividido por 1.
- tem-se o resultado de 0,9 gramas.

Deve-se repor estas 0,9 gramas de cloreto de sódio que foram desprezados.

7) calculando a reposição

Então calculamos quantos ml das ampolas foram necessárias para perfazer os 0,9 gramas
necessários.
- 0,9 vezes 10 é igual a 9 que dividido por 2 é igual a.4,5 ml

Gotejamento de Soluções Legenda

Vol = Volume
t = Tempo
min = Minutos
gts = gotas
mgts = microgotas

Ainda que na maioria dos Serviços essa tarefa seja realizada por bombas de infusão, é preciso
observar que em provas, concursos e em casos de falhas nos equipamentos deve-se utilizar as fórmulas
tradicionais com os seguintes elementos:
- Volume a ser infundido em ml (V)
- Tempo que se leva para que a solução “corra”; podendo ser em horas e minutos (T)
- Gotas (gts)
- Microgotas (mgts)

Então vamos demonstrá-las

Estas fórmulas só poderão ser utilizadas para t (tempo) em “hora inteira”, isto é,
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1h, 2h, 3h, 10h, etc.

Já estas fórmulas só poderão ser utilizadas Quando t (tempo) for em minutos, ou seja, 90 min., 30
min., 180 min, etc.

1º exemplo
PM = SG 5% 500 ml
T=8h
No caso estamos trabalhando em horas

Queremos que seja gts/min

Utilizamos na fórmula: V = volume; T= tempo e 3 é a constante (lembre-se que constante não muda)
- realizamos a multiplicação.
- realizamos a divisão.
Como não conseguiremos partir 1 gota, deveremos conforme regra aritmética aproximar o valor do
resultado ou seja = 21 gt/min*

Resposta: Em 8 horas deverá correr aproximadamente 21 gotas por minutos.

Qual o tempo necessário para o término de uma solução?


Para descobrirmos o tempo necessário para o término de uma solução, devemos:
Ex: Vol = 500 ml
Nº de gotas / min. = 10 gts/min.
No exemplo anterior, afirmamos que o soro será infundido a uma velocidade de 10 gotas/min.

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128
Utilizamos a fórmula para chegarmos ao tempo para o término da solução:
Substituímos na fórmula os valores determinados.

Tempo = 16,6 h ou 16 h + 0,6 h (separamos 16 horas inteiras mais 0,6 horas)


Para obtermos a fração 0,6 h e somente relembrarmos a regra de 3.

Portanto a solução de 500 ml, infundindo a uma velocidade de 10 gotas/min, irá terminar em 16 horas
e 36 min.
O cálculo para conhecermos o tempo necessário para o término de uma solução que corre em micro
gotas/min. é idêntico ao de gotas/min.

Administração de soro12 (Soroterapia ou Fluidoterapia)

Finalidades
Nutrir e hidratar o cliente; restabelecer o volume líquido do organismo; elevar ou repor as reservas de
eletrólitos, vitaminas, aminoácidos e calorias ao cliente que não pode manter a ingestão hídrica e
administrar medicamentos.

Material
- 01 Suporte de soro;
- 01 bandeja;
- Solução a ser administrada;
- 01 equipo de soro;
- 01 par de luvas de procedimentos;
- 01 álcool Swab;
- 01 rótulo;
- 01 conector, se necessário.

12
http://www.portaldaenfermagem.com.br/protocolos-leitura.asp?id=243

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Pré - Execução
- Observar prescrição médica;
- Preparar material necessário;
- Identificar e fixar o rótulo de soro com nome do cliente, número do leito, solução prescrita, número de
gotas por minuto, horário do início e término e assinatura;
- Lavar as mãos;
- Adaptar o equipo ao frasco de soro;
- Retirar o ar e fechar o circuito do equipo, respeitando a técnica asséptica;
- Confeccionar e fixar escala de soro;
- Colocar os materiais na bandeja.

Execução
- Identificar-se;
- Checar o leito e o nome do cliente;
- Orientar o cliente quanto ao procedimento;
- Colocar o soro no suporte;
- Calçar a luva de procedimento;
- Realizar a antissepsia da conexão;
- Conectar o equipo ao cateter venoso ou conexão;
- Abrir o controlador de gotas do equipo;
- Controlar o gotejamento de acordo com a prescrição;
- Certificar-se de que não há infiltração de soro;
- Colocar tala para restrição, se necessário;
- Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance;
- Manter o ambiente em ordem.

Pós Execução
- Desprezar o material utilizado no expurgo;
- Lavar as mãos;
- Checar o horário da instalação do soro na prescrição;
- Realizar as anotações necessárias;
- Supervisionar e avaliar, continuamente, o procedimento realizado

Avaliação
- Checar permeabilidade do cateter durante a infusão;
- Controlar volume/horário;
- Mensurar dados vitais;
- Observar infiltração tecidual.

Riscos / Tomada de Decisão


- Infiltração tecidual: trocar acesso venoso;
- Reposição inadequada de volume e eletrólitos comunicar ao médico;
- Alteração vitais: mensurar dados vitais, comunicar ao médico;
- Flebite química: trocar acesso venoso.

Questões

01. (IF/PA – Técnico em Enfermagem – FUNRIO) O técnico de enfermagem precisa conhecer as


vias de administração de medicamentos para realizar uma técnica segura para evitar a ocorrência de
danos ao paciente. Assinale a opção correta no que se refere a administração de medicamentos.
(A) O volume máximo admitido na via intradérmica é de 0,5ml.
(B) Para administração de drogas por via intramuscular deve-se utilizar a agulha de calibre 13x4,5.
(C) A região vastolateral não é recomendada em adultos por possuir nervos importantes e muitos vasos
sanguíneos.
(D) A região dorsoglútea é escolha para administração de substâncias na via IM em bebês.
(E) Apesar da via subcutânea admitir pequenos volumes, é a via de escolha quando se necessita da
absorção rápida de medicamentos.

Apostila gerada especialmente para: Janderson silva de mendonça 088.019.224-00


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02. (UFRJ/RJ – Enfermeiro – UFRJ) O protocolo de segurança na prescrição, no uso e na
administração de medicamentos do Programa Nacional de Segurança do Paciente propõe a
implementação de práticas seguras quanto ao uso de medicamentos nos estabelecimentos de saúde. No
Brasil, muitos estudos demonstram a alta frequência de eventos adversos a medicamentos, sendo os
mais comuns relacionados a intoxicações, interações medicamentosas, falhas terapêuticas e erros de
medicação. A etapa de administração é a última barreira para se evitar um erro de medicação derivado
dos processos de prescrição e dispensação. Assinale a única alternativa que NÃO se refere ao preparo
e à administração segura de medicamentos.
(A) A retirada de estoques de bloqueadores neuromusculares e eletrólitos concentrados das unidades
de internação e a implementação da dupla checagem independente são recomendações para o manejo
seguro de medicamentos potencialmente perigosos.
(B) O enfermeiro deve utilizar, no mínimo, dois identificadores antes da realização do procedimento e
conferir se as informações contidas na pulseira do paciente correspondem à prescrição e à rotulagem do
medicamento.
(C) A administração de medicamento por ordem verbal deve ocorrer em caso de emergência; nesse
caso, utiliza-se o método de dupla checagem independente para administração e registra-se por escrito
a ordem verbal.
(D) As sobras de medicamentos não administrados devem ser mantidas na enfermaria para a
reposição do estoque de medicamentos e a utilização imediata nos casos de emergência, garantindo a
administração no horário correto.
(E) O enfermeiro deve informar ao paciente e à família sobre eventuais incidentes relacionados à
terapia medicamentosa, registrando-os em prontuário e notificando o ocorrido à gerência de riscos ou ao
núcleo de segurança do paciente.

03. (UFAL – Auxiliar de Enfermagem – UFAL) A administração de medicamentos é uma das


atribuições mais comuns de competência da equipe de enfermagem que requer conhecimento técnico e
científico. São consideradas vias de administração parenteral:
(A) retal, inalatória e tópica.
(B) intranasal, ocular e sublingual.
(C) oral, intradérmica e subcutânea.
(D) oral, intramuscular e intravenosa.
(E) intramuscular, intradérmica e endovenosa.

04. (UFMT – Técnico em Enfermagem – UFMT) Cada via de administração parenteral de


medicamentos se relaciona a um tipo de tecido no qual o medicamento será aplicado. Sobre as vias de
administração, é correto afirmar:
(A) A via subcutânea é ricamente suprida com sangue, sendo de absorção rápida.
(B) A via intramuscular fornece uma absorção mais rápida do medicamento que a subcutânea.
(C) Os locais de aplicação via intramuscular são as regiões vastolateral, ventroglútea, dorsoglútea e
escapular.
(D) A intradérmica é utilizada para testes cutâneos pela característica de a absorção ocorrer de forma
rápida.

05. (IF/PE – Técnico em Enfermagem – IF PE) Quanto às vias injetáveis de administração de


medicação, é CORRETO afirmar que
(A) a região abdominal é contraindicada para administração de medicação por via subcutânea.
(B) a via subcutânea é de absorção lenta, sendo utilizada para testes de sensibilidade e vacina.
(C) são locais para administrar por via intramuscular: vasto lateral da coxa, músculo glúteo e face
interna do antebraço.
(D) a veia basílica é indicada para punção venosa de longa duração e soluções oleosas.
(E) a aplicação intramuscular glútea é feita sempre no quadrante superior externo do glúteo.

06. (IF/BA – Técnico em Enfermagem – FUNRIO) Para administrarmos 1.000 ml de solução


fisiológica 0,9% em 12h, deve-se ajustar o gotejamento para quantas gotas por minuto?
(A) 7
(B) 14
(C) 28
(D) 16
(E) 21

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Gabarito

01.A / 02.D / 03.E / 04.B / 05.E / 06.C

Comentários

01. Resposta: A
Via Intradérmica: é a introdução do medicamento na derme. É raramente usada para tratamento,
porém incide na disseminação de vacinas. Volumes máximos administrados – 0,5 ml.

02. Resposta: D
Faz parte das recomendações na segurança da administração de medicamentos devolver no final do
plantão os medicamentos não utilizados e em hipótese alguma acumular “sobras”;

03. Alternativa: E
Os medicamentos em via Parenterais são aqueles que o fármaco não passa pelo trato gastrointestinal.

04. Resposta: B
A via intramuscular possui ação sistêmica relativamente rápida já a via subcutânea é utilizada para
drogas que não necessitem de absorção imediata e sim quando se deseja uma absorção continua, por
isso a comparação está correta.

05. Resposta: E
Na via intramuscular quando há necessidade de administrar de 3 a 4 mL de medicamento, a região
dorsoglútea é a mais adequada, porém, em razão da presença do nervo isquiático, fundamental para a
motricidade dos membros inferiores, a região de inserção da agulha deve ser bem delimitada. É
recomendado dividir a região dorsoglútea em quatro quadrantes, delimitando o quadrante superior
externo com um triângulo ou subdividindo-a em quadrantes para possibilitar um adequado distanciamento
do nervo isquiático.

06. Resposta: C
Volume: 1.000
Tempo: 12 horas
1.000 = 1.000 = 27,77
12 x3 36

Registro e anotações dos cuidados prestados ao paciente

ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
13
As Anotações de Enfermagem, fornecem dados que irão subsidiar o enfermeiro e a equipe de
enfermagem nos estabelecimentos de saúde para planejamento e prescrição de cuidados. Também,
suporte para análise reflexiva dos cuidados ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados
esperados da Evolução de Enfermagem.
Portanto, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização de
Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência.
Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo
a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibilitando a
comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados.

13
CIANCIARULLO, T.I. et al (Orgs). Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. São Paulo: Ícone, 2001.
EBISUI, C.T.N. Procedimentos de Enfermagem. Reedição revisada e ampliada. São Paulo: Copidart, 2002.

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132
Regras para Anotações na Enfermagem

Algumas regras são importantes para elaboração de registros na enfermagem, sendo assim as
anotações devem ser:
- Legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica;
- Precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de cada registro;
- Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços;
- Não escrever de lápis, sempre caneta azul, vermelha e/ou preta (varia com cada norma de cada
instituição);
- Conter observações efetuadas, cuidados prestados, seja, eles os já padronizados, de rotina e
específico;
- Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente ao cuidados prescritos pelo enfermeiro,
intercorrências, sinais e sintomas observados;
- Devem priorizar a descrição de características, como tamanho mensurado (cm, mm, etc.), quantidade
(ml, l, etc.), coloração e forma;
- Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.);
- Conter apenas abreviaturas previstas na literatura;
- Devem ser referente aos dados simples, que não requeiram maior aprofundamento científico. Não é
correto, por exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados referentes ao exame físico do
paciente, como abdome distendido, timpânico, etc.; visto que, para a obtenção destes dados, é necessário
ter realizado o exame físico prévio, que constitui ação privativa do enfermeiro.

Tipos de Registro na Enfermagem


As anotações de enfermagem se tratam de registros, nos quais podem se referir a:
- Todos os cuidados prestados ao paciente: incluem as prescrições de enfermagem e médicas
cumpridas, além dos cuidados de rotina, medida de segurança adotadas, encaminhadas ou transferência
de setor, entre outros;
- Sinais e sintomas: incluem os identificados através da simples observação e os referidos pelo
paciente. Importante destacar que os sinais vitais mensurados devem ser registrados pontualmente, ou
seja, os valores exatos aferidos, e não normotenso, normocárdico, etc.; e
- Intercorrências: no qual incluem os fatos ocorridos com o paciente e medidas adotadas.

As anotações devem ser registradas em formulário/documentos, com cabeçalho devidamente


preenchido com os dados do paciente, de acordo com os critérios estabelecidos pela instituição.

RESOLUÇÃO COFEN Nº 545/201714

Anotação de Enfermagem e mudança nas siglas das categorias profissionais.

O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei
nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen
nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, e

CONSIDERANDO o art. 8º, inciso IV, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973 que dispõe sobre a
competência do Cofen em baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento
e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
CONSIDERANDO o disposto no art. 22, X e XI, do Regimento Interno do Cofen, aprovado pela
Resolução Cofen nº 421/2012, que autoriza o Conselho Federal de Enfermagem a baixar Resoluções,
Decisões e demais instrumentos legais no âmbito da Autarquia;
CONSIDERANDO o prescrito no artigo 23, inciso XIV, do Regimento Interno do Cofen, que dispõe
sobre a competência do Plenário do Cofen em deliberar sobre pareceres e instruções para uniformidade
de procedimentos, e regular funcionamento dos Conselhos Regionais de Enfermagem;
CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de
1987, que regulamentam o exercício da Enfermagem;
CONSIDERANDO a Resolução Cofen n.º 311/2007, que aprovou a reformulação do Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem;

14
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05452017_52030.html - Acesso em 29/05/2019 às 12h54min.

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133
CONSIDERANDO o disposto na Resolução Cofen nº. 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da
Assistência de Enfermagem – SAE, nas Instituições de Saúde Brasileiras;
CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº. 429/2012, que dispõe sobre o registro das ações
profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente
do meio de suporte – tradicional ou eletrônico;
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Cofen, durante a realização de sua 486ª ROP, bem
como todos os documentos acostados ao Processo Administrativo Cofen no 0348/2016;

RESOLVE:

Art. 1º Ficam adotadas as normas contidas nesta Resolução para a anotação e o uso do número de
inscrição, ou autorização, nos Conselhos Regionais, pelos integrantes das várias categorias
compreendidas nos serviços de Enfermagem.

Art. 2º A anotação do número de inscrição dos profissionais de Enfermagem é feita com a sigla do
Coren, acompanhada da sigla da Unidade da Federação onde está sediado o Conselho Regional, seguida
do número de inscrição, separados todos os elementos por hífen.
§ 1º Os dados contidos no artigo segundo deverão constar do carimbo do profissional, pessoal e
intransferível;
§ 2º Em ambos os casos descritos no parágrafo anterior, o profissional deverá apor sua assinatura
sobre os dados descritos ou rubrica.

Art. 3º As categorias profissionais de enfermagem deverão ser indicadas pelas seguintes siglas:
a) ENF, para Enfermeiro;
b) OBST, para Obstetriz.
c) TE, para Técnico de Enfermagem;
d) AE, para Auxiliar de Enfermagem, e
e) PAR, para Parteira.

Art. 4º A anotação do número de autorização é feita com a sigla AUT seguida da sigla da Unidade da
Federação onde está sediado o Conselho Regional e do número da autorização, separadas as siglas por
barra e o número por hífen.
Parágrafo único A categoria referida neste artigo é o Atendente de Enfermagem, que é indicado pela
sigla AT.

Art. 5º É obrigatório o uso do carimbo, pelo profissional de Enfermagem nos seguintes casos:
I – em recibos relativos a percepção de honorários, vencimentos e salários decorrentes do exercício
profissional;
II – em requerimentos ou quaisquer petições dirigidas às autoridades da Autarquia e às autoridades
em geral, em função do exercício de atividades profissionais; e,
III – em todo documento firmado, quando do exercício profissional, em cumprimento ao Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 6º A inobservância do disposto na presente Resolução submeterá o infrator às normas contidas


no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 7º Os Conselhos Regionais observarão a presente norma e divulgarão os termos desta Resolução,
zelando por sua estrita observância bem como promovendo as medidas necessárias à punição dos
infratores, nos termos da legislação em vigor.

Art. 8º A presente Resolução entra em vigor na data de sua assinatura e publicação no Diário Oficial
da União, revogada a Resolução Cofen nº 191/1996 e demais disposições em contrário.

Brasília-DF, 9 de maio de 2017


MANOEL CARLOS N. DA SILVA

Nota: é importante lembrar que o Novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem foi aprovado
no ano de 2.017, como a resolução do COFEN n° 545 entrou em vigor no ano de 2.017 o Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem referido é o anterior COFEN nº 311 de 2007.

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134
Questões

01. (IF/PA - Auxiliar de Enfermagem - FUNRIO) As anotações de enfermagem são registros


importantes para a continuidade e avaliação da assistência prestada aos usuários da unidade de saúde.
A correta anotação de enfermagem deve obedecer aos seguintes princípios, EXCETO:
(A) fazer sempre as anotações somente ao final da jornada de trabalho para evitar rasuras.
(B) ler a anotação anterior antes de realizar o novo registro.
(C) utilizar terminologia adequada, evitando abreviaturas não previstas na literatura.
(D) priorizar a descrição de características como tamanho, quantidade, coloração e formato.
(E) registrar todas as medidas de segurança utilizadas par proteger o paciente.

02. (Pref. Fortaleza/CE - Técnico em Enfermagem) A importância do registro no prontuário reside no


fato de que a equipe de enfermagem é a única que permanece continuamente ao lado do paciente,
podendo informar, com detalhes, todas as ocorrências clínicas. Sobre a anotação de enfermagem,
marque o item correto.
(A) Caso o tratamento prescrito não seja realizado, não é necessário fazer anotação.
(B) Os dados podem ser registrados a caneta ou lápis, preferencialmente sem rasuras.
(C) O registro deve ser realizado após a prestação do cuidado, verificando intercorrências e
identificando a hora exata do evento.
(D) Ao final do registro, deve-se assinar a anotação e colocar o número de inscrição do Conselho
Regional de Enfermagem, quando for norma da instituição de saúde.

03. (TJ/PE - Técnico em Enfermagem - FCC) Ao proceder o registro de informações escritas na


anotação de enfermagem recomenda-se
(A) realizar o registro imediatamente após a ocorrência dos fatos e da execução do procedimento.
(B) utilizar termos como “bom”, “regular”, “normal”, pois tornam a leitura mais objetiva.
(C) manter espaço em branco entre um registro e outro.
(D) usar corretivos e borrachas para correção de erros de documentação, ocultando o registro inicial.
(E) descrever o fato, emitir opiniões e juízo de valor, baseando-se em princípios pessoais e éticos da
profissão.

04. (TER/AL - CESPE) As anotações de enfermagem são registros realizados pelos membros da
equipe de enfermagem sobre as ocorrências e sobre todos os cuidados prestados aos pacientes,
devendo, obrigatoriamente, ser acompanhadas da assinatura e do número do registro no COREN da
pessoa que as realizou.
( )Certo ( )Errado

05. (UFRN) Em relação aos registros e às anotações de enfermagem no prontuário do paciente, é


importante que:
(A) as anotações se limitem aos aspectos relativos à doença ou ao agravo do paciente, pois as demais
anotações são desnecessárias.
(B) as informações sejam breves e resumidas, devendo-se usar abreviaturas e códigos, pois o
importante são os dados estatísticos.
(C) as informações sejam registradas de forma clara, objetiva e completa, com grafia legível, a devida
assinatura e o número do registro do profissional no Conselho.
(D) as anotações de enfermagem e checagem não contenham a assinatura nem o número do registro
do profissional no Conselho, pois não se trata de um documento oficial.

Gabarito

01.A / 02.C / 03.A / 04.Certo / 05.C

Comentários

01.Resposta: A
De maneira geral, toda anotação de enfermagem deve ser precedida de data e hora e após cada
registro.
Escrever de forma clara é obedecer uma sequência dos fatos, tanto lógica, quanto cronológica, para
que seja possível o entendimento dos fatos pelo cliente/ paciente. Ainda nesse contexto inclui o que já foi

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135
citado anteriormente, sobre a escrita legível, e deve ser livre de correções com “branquinho”,
“esparadrapo”, riscos ou afins. Em caso de erro, deve-se utilizar a palavra “digo” e continuar.
Para que não haja esquecimento da cronologia ou do momento dos cuidados e situações ocorridas
com o paciente, os registros devem ser realizados logo após sua constatação ou realização.

02.Resposta: C
Devem ser precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de
cada registro.

03.Resposta: A
Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica;

04.Respota: Certo
Conter observações efetuadas, cuidados prestados, seja, eles os já padronizados, de rotina e
específico.
Devem ser precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de
cada registro.

05.Respota: C
Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica.

Aplicação de calor e frio

APLICAÇÃO DE CALOR E FRIO

A aplicação externa de calor ou frio é um dos tratamentos mais antigos. É eficaz e proporciona efeito
imediato
O calor atua relaxando os músculos e facilitando a circulação através da vasodilatação, acalmando e
diminuindo a dor, impedindo o edema local.
O frio age pela contração dos vasos sanguíneos, ameniza a dor local e impede a formação de
hematomas e abcessos. Em certos tipos de ferimentos abertos, controla a hemorragia.

Conceitos e Definições

O que é o tratamento Frio ou Calor?


Toda vez que sofremos um traumatismo físico, o primeiro sinal é a dor. A dor evita que continuemos a
traumatizar a região e consequentemente diminui os efeitos da lesão (inflamação). Nosso corpo apresenta
receptores nervosos que são estimulados quando ocorre o trauma e causam a dor. Algumas substâncias
químicas são liberadas na hora da lesão e levam a um aumento no calibre do vaso sanguíneo. A
consequência disto é o aparecimento do inchaço (edema), o aumento do calor local, dor e a vermelhidão
(hiperemia). Estes sinais são conhecidos como processo inflamatório.

Como é feito esse Tratamento?


O combate a este processo inflamatório através do gelo (crioterapia), ocorre pelo resfriamento do local
lesionado, ocorrendo uma diminuição do metabolismo local assim como do sangramento e do hematoma,
através da constrição do vaso sanguíneo resultando na diminuição do inchaço. A dor diminui devido ao
bloqueio dos impulsos dolorosos emitidos pelos receptores nervosos locais. A temperatura local após a
compressa fria dependerá do tempo de aplicação, área aplicada e temperatura da compressa. De uma
forma geral o frio é o tratamento de escolha para os traumas agudos (até 72 h do trauma) ou conforme
orientação médica. Colocamos a compressa fria à temperatura de 5 a 10 graus, durante 15 minutos com
intervalo mínimo de 1 hora. O frio não tem efeito em processos inflamatórios crônicos. Há vários métodos
de aplicação de frio como massagem com gelo, imersão, bolsa de gel, frio químico, etc.
O tratamento com uso de calor local ou termo terapia é melhor indicado na fase de reabilitação pós
traumática. Sua analgesia é devido à diminuição dos impulsos nervosos que estimulam a dor, por um
aumento da irrigação sanguínea local e melhora do espasmo muscular, do movimento articular e
flexibilidade. O calor superficial é feito através de bolsas térmicas (água e gel), a forma mais fácil e
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136
corriqueira de aplicação de calor. Deverá ser usado durante aproximadamente trinta minutos e sua
temperatura não deverá ser superior à da água de um banho quente de chuveiro. Já o calor profundo é
feito através de aparelhos de ultrassom e ondas curtas e deverá ser supervisionado por médico e
fisioterapeuta.

O Contraste
Os banhos de contraste com frio e calor são bastante empregados nas recuperações de fraturas e
lesões ligamentares, numa fase tardia. As ações vasodilatadoras do calor e vasoconstritoras do frio,
alternadas, ajudam a diminuir o processo inflamatório e o inchaço.

Dicas: tanto o uso de calor quanto o do frio em pacientes com alterações neurológicas (sensibilidade),
vasculares ou psíquicas, deve ser supervisionado por médico, pois do contrário poderão ocorrer lesões
locais graves e de difícil tratamento.
Fonte: ALTANA (www.altanapharma.com.br)

Aplicações Quentes

Tem como indicação proporcionar conforto e bem estar, aliviando a dor e inflamação.
O calor é aplicação através de: bolsas de água quente, compressas quentes.

Material:
Bolsa de borracha, forro para cobrir a bolsa, de preferência flanela, água quente a 55ºC.

Técnica para aplicação de bolsa de água quente:


- Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;
- Orientar o paciente sobre o procedimento;
- Reunir o material;
- Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;
- Colocar a água quente na bolsa, retirar todo o ar do interior da mesma e fechá-la.
- Virar a bolsa com o gargalho para baixo, observar se está bem fechada e enxuga-la;
- Cobrir a bolsa com o forro e observar se a temperatura através do pano está adequada;
- Aplicar no local indicado e deixar no local no mínimo 20 minutos e no máximo 40 minutos;
- Avaliar as condições da pele no local, 2 ou 3 minutos após a aplicação da bolsa para certificar-se de
que essa temperatura não vai causar queimaduras no paciente;
- Terminada a aplicação, retirar a bolsa e manter a região agasalhada para evitar corrente de ar;
- Deixar o paciente em ordem e confortável;
- Esvaziar a bolsa e pendura-la com o gargalho para baixo até secar;
- Anotar o procedimento e o efeito no relatório.

Aplicações Frias

Tem como indicação acalmar a dor, diminuir a congestão local, abaixar a febre e controlar hemorragia.
A aplicação fria é realizada através de bolsa de gelo e de compressas geladas.

Material:
Bolsa de borracha, tecido para cobrir a bolsa e gelo picado.

Técnica para aplicação de Bolsa de Gelo


- Seguir os mesmos cuidados descritos na aplicação de bolsa quente e mais:
- Colocar as pedras de gelo na bolsa, enchendo até a metade;
- Fechar a bolsa, testar se não há vazamento e enxugá-la
- Envolver a bolsa com a coberta, (toalha, flanela)
- Aplicar no local e deixar o tempo que for indicado, conforme prescrição médica;
- Trocar o gelo sempre que necessário se o tempo da aplicação for prolongado.
- Retirar a bolsa ao termino da aplicação, verificar o local observando o resultado;
- Deixar o paciente confortável e em ordem
- Anotar o procedimento e o resultado no relatório de enfermagem.

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137
Cuidados Importantes
- Observar constantemente a área de aplicação. Qualquer alteração da pele e queixas do paciente,
suspender o procedimento e comunicar o médico.
- Em pacientes idosos, inconscientes, desnutridos e crianças deve se ter cautela quanto ao limite da
temperatura, devido à maior sensibilidade da pele.
- Nunca colocar bolsa com água quente debaixo do paciente para evitar compressão excessiva da
mesma, pois resulta em vazamento, e queimaduras ao paciente.
- Não fazer aplicação de bolsa de gelo além de 30 minutos devido ao risco de causar necrose.

Questões

01. Em relação à aplicação de frio, é correto afirmar que esta aplicação não tem efeito em processos
inflamatórios crônicos?
( ) Certo ( ) Errado

02. Os banhos de contraste com frio e calor são bastante empregados nas recuperações de fraturas e
lesões ligamentares, numa fase inicial.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.Certo / 02.Errado

Comentários

01. Resposta: Certo


De uma forma geral o frio é o tratamento de escolha para os traumas agudos (até 72 h do trauma) ou
conforme orientação médica. Colocamos a compressa fria à temperatura de 5 a 10 graus, durante 15
minutos com intervalo mínimo de 1 hora. O frio não tem efeito em processos inflamatórios crônicos.

02. Resposta: Errado


Os banhos de contraste com frio e calor são bastante empregados nas recuperações de fraturas e
lesões ligamentares, numa fase tardia.

Oxigenioterapia

OXIGENOTERAPIA

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada na


atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.
- O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeiramente mais pesado do que o ar;
- O oxigênio alimenta a combustão;
- O oxigênio necessita de um fluxômetro e um regulador de pressão para ser liberado;
- A determinação de gases arteriais é o melhor método para averiguar a necessidade e a eficácia da
oxigenoterapia;
- Podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose.

Avaliação Clínica do Paciente

Sinais de hipóxia são:


- Sinais respiratórios: taquipneia, respiração laboriosa (retração intercostal, batimento de asa do nariz),
cianose progressiva;
- Sinais cardíacos: taquicardia (precoce), bradicardia, hipotensão e parada cardíaca (subsequentes ao
1°);
- Sinais neurológicos: inquietação, confusão, prostração, convulsão e coma;
- Outros: palidez.
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138
Métodos de Administração de Oxigênio

Cânula Nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É
relativamente simples e permite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2.

Vantagens:
- Conforto maior que no uso do cateter;
- Economia, não necessita ser removida;
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição.

Desvantagens:
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
- Não permite nebulização.

Cateter Nasal - Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas
nem sempre é bem tolerada principalmente por crianças.

Vantagens:
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
- Facilidade de aplicação.

Desvantagens:
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

Máscara de Venturi - Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária
de oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração.

Máscara de Aerossol, Tendas Faciais - São utilizadas com dispositivo de aerossol, que podem ser
ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

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139
Máscara de Aerosol Tenda Facial
Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2
- Em pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC, a administração de altas
concentrações de O2 eliminará o estímulo respiratório - apneia;
- Resseca a mucosa do sistema respiratório;
- Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações pulmonares
(atelectasias, hemorragia e outros);
- Altas concentrações de O2 (acima de 100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina, determinando
a fibroplasia retrolenticular.

Cuidados com o O2 e com sua Administração


- Não o administras sem o redutor de pressão e o fluxômetro;
- Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado;
- Colocar aviso de "Não Fumar" na porta do quarto do paciente;
- Controlar a quantidade de litros por minutos;
- Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento;
- Dar apoio psicológico ao paciente;
- Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade;
- Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do umidificador
e a quantidade de litros por minuto;
- Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e pedir
para não fumar;
- Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão;
- Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter);
- Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência
adequada;
- Manter vias aéreas desobstruídas;
- Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor;
- Controlar sinais vitais.

O oxigênio é responsável direto pela nutrição dos tecidos, o que traduz uma função importantíssima
paro todo o organismo. A utilização da oxigenoterapia deve ser feita de modo criterioso, considerando
seus efeitos fisiológicos e deletérios, assim como suas indicações e contraindicações. O principal objetivo
da oxigenoterapia é obter uma saturação de oxigênio (Sat02) superior a 90% de forma que a PaO2 esteja
acima de 60mmHg, afim de favorecer o metabolismo aeróbico.

Indicações da Oxigenoterapia: Tem como objetivo manter a pressão parcial de oxigênio no sangue
arterial em valores normais ou próximos ao normal. É importante lembrar que a indicação da
oxigenoterapia deve ter metas, logo devem ser definidos: o sistema de administração do O 2, o tempo da
aplicação da técnica e a porcentagem do fluxo (O2) ofertado. A indicação da oxigenoterapia deve ser feita,
primariamente, quando existir: hipoxemia-PaO2 menor que 60mmHg e/ou SatO2 menor que 88-90% em
ar ambiente (FiO2 21%).

Indicações
- Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos;
- Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do transporte de O2;
- Reduzir a sobrecarga cardíaca;
- Insuficiência respiratória (aguda ou crônica);
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140
- Apneia obstrutiva do sono.

Pacientes retentores crônicos de CO2 podem apresentar hipercapnia durante a aplicação de O2 porque
o estímulo da respiração, no SNC, depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigida com a
aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais CO2, podendo gerar desorientação, sudorese,
cefaleia, taquicardia.

Efeitos fisiológicos do O2
- Melhora da troca gasoso pulmonar- Vasodilatação arterial pulmonar;
- Diminuição da resistência arterial pulmonar;
- Diminuição da pressão arterial pulmonar;
- Melhora do débito cardíaco;
- Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca;
- Vasoconstrição sistêmica.

Efeitos tóxicos do O2: O tempo e as concentrações de O2 dependendo da forma administrada, podem


levar a disfunções pulmonares devido a alterações no SNC, cardiovascular, pela liberação de radicais
livres e até mesmo por efeitos citotóxicos.

Efeitos deletérios
- Depressão do sistema respiratório e aumento da PCO2;
- Atelectasia por absorção;
- Diminuição da capacidade vital, pela redução ao estímulo respiratório;
- Aumento do efeito shunt;
- Alteração da relação V/Q;
- Redução do surfactante;
- Desidratação das mucosas.

Toxidade do O2 em relação ao tempo de exposição (FiO2 100%) - Lesões agudas:

- 12 - 24 horas – traqueobronquite, tosse seca, redução da CV, dor subesternal, diminuição da


atividade mucociliar.
- 24 - 36 horas – parestesias, náuseas, vômitos, diminuição acentuada da CV, alteração da síntese
proteica nas células endoteliais.
- 36 - 48 horas – diminuição da complacência pulmonar, capacidade de difusão e aumento de diferença
artéria alveolar de O2
- 48 - 60 horas - inativação do surfactante, edema alveolar por aumento da permeabilidade
- Acima de 60 horas: sara e morte.

Formas de administração de oxigenoterapia

- Sistema de baixo fluxo: fornecem oxigênio por meio de um fluxo inferior à demanda do paciente.
Desta forma, ocorre diluição do O2 fornecido com o gás inspirado.
O sistema de baixo fluxo compreendem:
- O cateter nasal;
- Máscara facial simples e transtraqueal.

- Sistema do alto fluxo: suplantam a demanda inspiratória do paciente, podendo regular a FiO2 de
acordo com as necessidades terapêuticas. É importante que neste sistema, não é possível manter valor
fixo da FiO2 que vai variar em função do Volume minuto do paciente.
E é composto por:
- Máscara com sistema reservatório;
- Máscara com sistema de Venturi;
- Tenda facial (máscara de Hudson ou macronebulização);
- Máscara/colar para traqueostomia;
- Peça T (tubo T).

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Oxigenoterapia no DPOC

Vantagens e Desvantagens

A desvantagem é que o paciente pode desenvolver um quadro de hipercapnia grave com necessidade
de ventilação mecânica.
A grande vantagem, porém, é que o benefício da correção da hipoxemia é maior que o risco de
desenvolvimento de hipercapnia. A hipoxemia acentuada leva o paciente a um risco imediato de vida. Se
ficarmos atentos à administração do oxigênio em baixos fluxos, ou seja, 2 a 3l/minuto, o que geralmente
é suficiente para corrigir a hipoxemia existente no paciente com DPOC agudizada, trazendo a saturação
de oxigênio para níveis entre 90 e 93% e a PaO2 para 60 a 70mmHg, minimizaremos em muito a
possibilidade do aparecimento de hipercapnia.
É muito difundida no meio médico a ideia de que se dermos oxigênio para um paciente respiratório
crônico, no qual a hipoxemia colabora para a manutenção da ventilação, estaremos suprimindo o estímulo
hipoxêmico do centro respiratório e levando o paciente à hipoventilação, com aparecimento de
hipercapnia ou acentuação de quadro preexistente. Embora possa haver participação variável desse
mecanismo acredita-se que a hipercapnia se desenvolva principalmente em função de alterações da
relação ventilação-perfusão, por redução do estímulo vasoconstritor hipoxêmico levando a redução dessa
relação que, quando intensa, é funcionalmente equivalente a um aumento do espaço morto.
Na realidade não ocorre redução significativa do comando respiratório nestes pacientes. Alguns
pacientes respondem ao aumento do espaço morto e do conteúdo de CO2 com aumento do volume
minuto. Outros, porém não são capazes de responder a este aumento da demanda respiratória e
desenvolvem um quadro de fadiga respiratória e de hipercapnia.
A maioria dos pacientes com DPOC agudizada que recebem oxigenoterapia em baixos fluxos não
desenvolve hipercapnia. Dentre os pacientes que evoluem com hipercapnia podemos observar dois
padrões evolutivos.
Um primeiro grupo de pacientes fica sonolento, após o uso do oxigênio, mas é facilmente acordado e
coopera com o tratamento. Nestes pacientes a PaCO2 geralmente sobe lentamente e no máximo 20
mmHg em relação ao nível pré-oxigênio, se estabilizando após 12 horas. A conduta é conservadora,
podendo ser usada a ventilação não-invasiva quando disponível.
Um segundo grupo, após a administração de oxigênio, fica rapidamente inconsciente, sem capacidade
de tossir e a PaCO2 sobe a uma taxa igual ou superior a 30 mmHg por hora. Neste grupo está indicada a
intubação traqueal e início de ventilação mecânica. Nos dois grupos não está indicada a suspensão da
oxigenoterapia para evitar a hipercapnia.
Como uma orientação geral, clínica, podemos recomendar que o desenvolvimento de sonolência
acentuada após o início da oxigenoterapia é sinal de hipercapnia importante, que deve ser documentada
com gasometria arterial.

Atendimento necessidade de oxigenação

Respiração: troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a atmosfera e as células do organismo. O


ar passa através das fossas nasais, faringe, laringe, traqueia brônquios, bronquíolos e alvéolos
pulmonares. Envolve os sistemas pulmonar e cardiovascular.

Fisiologia da Respiração

Ventilação: Provisão de oxigênio da atmosfera; Mecanismos que regulam o processo respiratório –


centro respiratório, localizado no bulbo raquidiano;

Difusão: Passagem do ar da atmosfera para os alvéolos pulmonares e dos alvéolos para a atmosfera
– ventilação; Difusão de oxigênio e de dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue e entre o sangue
e as células dos tecidos do organismo;

Perfusão: Transporte de oxigênio para as células e o de dióxido de carbono para fora delas pela
corrente circulatória.

Fatores que Afetam o Funcionamento Respiratório

- Anemia;

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- Inalante tóxico;
- Obstrução das vias aéreas;
- Altitude elevada;
- Febre;
- Diminuição do movimento da parede torácica;
- Hipovolemia;
- Aumento da taxa metabólica;
- Gestação;
- Obesidade;
- Anormalidades musculoesqueléticas;
- Alterações no Sistema Nervoso Central - SNC.

Fatores comportamentais: nutrição; exercício; tabagismo; ansiedade; abuso de substâncias.

Relacionados com a ventilação


- Obstrução;
- Atelectasia;
- Problemas físicos (tórax e pulmões);
- Relacionados com a difusão dos gases entre alvéolos e sangue;
- Hipoxemia;
- Hipercapnia;
- Consolidação pulmonar (pneumonia, tumor, Edema Agudo de Pulmão - EAP);
- Níveis elevados de O2 (hiperóxia);
- Relacionados com o transporte de gases;
- Relacionados com o sangue;
- Problemas cardíacos (bombeamento insuficiente);
- Problemas vasculares (coronariopatias, Acidente Vascular Cerebral - AVC);
- Relacionados com a regulação do suprimento O2;
- Problemas que comprometam o funcionamento do bulbo;
- Problemas de condução nervosa do coração.

Avaliação de Enfermagem

Subjetiva
- Queixas: dispneia, fadiga, tosse, espirro, sibilo, soluço, suspiro, desmaio, tontura, dor torácica;
- História familiar;
- Natureza e extensão do desconforto respiratório;
- Fatores desencadeantes e fatores que aliviam o desconforto;
- Uso de medicações;
- Estilo de vida: fumo;
- Ocupação: atividades no trabalho;
- Patologias associadas aos sistemas respiratório e cardiovascular.

Objetiva
- Padrão respiratório do paciente;
- Cor da pele e mucosas;
- Comportamento;
- Presença de dor, tosse, expectoração, sibilo ou ronco;
- Estado físico geral;
- Frequência, ritmo e profundidade da respiração.

Pesquisar
- Uso de músculos acessórios, dilatação das narinas, distensão das veias cervicais;
- Cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte inferior da língua, leito ungueal;
- Hemoptise: expectoração oral sanguinolenta;
- Inquietação, fadiga E ansiedade;
- Gráfico de sinais vitais: Tensão Arterial - TA e respiração;
- Comprometimento da função cerebral: falta de discernimento, confusão mental, desorientação,
vertigem, síncope e torpor.

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Provas Diagnósticas e Exames
- Exame físico;
- Exames de bioimagem: RX, cintilografia;
- Exames laboratório: escarro e secreções;
- Toracocentese: aspiração de líquidos da cavidade pleural.

Problemas Comuns
- Dispneia: causada por:
- Obstrução das vias aéreas;
- Ventilação inadequada dos pulmões;
- Insuficiente teor de oxigênio na atmosfera;
- Eficiência circulatória alterada;
- Aumento das exigências de oxigênio no organismo;
- Pressão ou trauma do centro respiratório bulbar;
- Ansiedade – fortes emoções.
- Tosse: mecanismo pelo qual o organismo liberta o trato respiratório das irritações e obstrução das
vias respiratórias mediante expiração explosiva;
- Espirro: mecanismo similar, confinado ao nariz;
- Sibilo: indica que o ar nas vias aéreas passa através de luz estreita;
- Soluço: contração espasmódica do diafragma, causada por irritação do sistema respiratório ou
digestivo;
- Suspiro: inspiração ou expiração demoradas;
- Bocejo: profunda e longa inspiração, causada pelo cansaço físico ou mental. Mecanismo pelo qual o
organismo tenta aumentar a quantidade de oxigênio captado pelos pulmões;
- Expectoração: produzida pela maior quantidade de secreções nos pulmões;
- Fadiga e fraqueza muscular: devidas à inadequada oxigenação do tecido muscular;
- Vertigem, desmaio, ou distúrbios dos processos mentais por causa da adequada oxigenação
cerebral;
- Dor torácica: causada por inflamação, compressão por tumores, excessiva atividade muscular na
respiração ou traumatismos.

Intervenção de Enfermagem

Manter vias aéreas desobstruídas


- Aspiração de secreções;
- Respiração artificial: intubação (cânula – faringe – traqueia). Introdução de cânula na garganta do
paciente para manter a língua para a frente, mantendo as vias aéreas abertas.

Aumentar a eficiência ventilatória


- Posicionamento adequado: posição supina, sem travesseiro e com a mandíbula projetada para frente
e para cima (evita a queda de língua e drenar líquidos da boca);
- Estimular respiração profunda;
- Alivio da dor ou desconforto associados à respiração;
- Administrar antitussígenos, conforme prescrição médica;
- Estimular movimentação ativa ou fazer passiva;
- Prevenir distensão abdominal: alimentação apropriada (leve e fracionada);
- Assegurar um adequado suprimento de oxigênio;
- Drenagem postural;
- Oxigenoterapia;
- Nebulização.

Reduzir as demandas de oxigênio do organismo


- Manter repouso relativo;
- Evitar esforços desnecessários;
- Minimizar a ansiedade do paciente.

Finalidades: Reduzir o esforço ventilatório. Nas situações como a atelectasia que prejudica a difusão,
ou quando os volumes pulmonares estão diminuídos devido a hipoventilação alveolar, este procedimento
aumenta os níveis de oxigênio nos alvéolos. Alcançar o volume elevado de trabalho do miocárdio

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conforme o coração tenta a compensação para a hipoxemia. Nas situações de infarto do miocárdio ou em
uma arritmia cardíaca, a administração de oxigênio é necessária para um paciente cujo miocárdio já está
comprometido.

Técnica: Administração de oxigênio por cateter.

Materiais
- Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro);
- Fluxômetro;
- Umidificador;
- Cateter nasal;
- Gaze;
- Éter ou tintura de benjoin;
- Esparadrapo;
- Extensão de oxigênio;
- Água destilada estéril ou SF a 0.9% (100 ml).

Técnica
- Avaliar o paciente observando a existência de sinais e sintomas de hipóxia ou presença de secreções
nas vias aéreas (1);
- Verificar a prescrição médica identificando o percentual de oxigênio a ser administrado (2);
- Reunir os materiais e equipamentos necessários, citados a cima (3);
- Explicar ao paciente e aos familiares o procedimento e a sua necessidade (4);
- Lavar as mãos (5);
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio e o frasco umidificador ao fluxômetro (6);
- Administrar soro fisiológico no umidificador de acordo com o nível indicado no frasco (7);
- Testar o funcionamento do sistema;
- Posicionar o cliente em posição de semi-fowler;
- Retirar a oleosidade da pele com gaze úmida com éter ou benjoim para fixação do cateter;
- Conectar o cateter nasal a extensão de oxigênio e a fonte de oxigênio umidificada;
- Mensurar a distância para introdução do cateter entre a ponta do nariz e o lóbulo inferior da orelha e
marcar com esparadrapo;
- Usar gaze para manipular o cateter;
- Introduzir o cateter em uma das narinas;
- Observar as reações do paciente;
- Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio prescrito;
- Fixar o cateter na face lateralmente atentando para não lesar a narina do cliente;
- Registrar a data e o horário do procedimento;
- Verificar o cateter a cada 8 horas;
- Lavar as mãos;
- Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipóxia desapareceram;
- Manter o recipiente do umidificador sempre com água destilada ou SF – 0,9%;
- Observar as narinas quanto a laceração da pele;
- Registrar no prontuário: o método de administração de oxigênio, taxa do fluxo, permeabilidade do
cateter, reação do paciente e avaliação respiratória.

Observações: em clientes traqueostomizados usar materiais estéreis e técnica asséptica. O oxigênio


sobre a membrana mucosa do trato respiratório tem efeito irritante tornando-a seca se não umidificado.
O ar ambiente fornece 21 % do oxigênio ao nível do mar, e o oxigênio canalizado distribuído pela
oxigenoterapia fornece 4 % por litro de oxigênio.

Administração de oxigênio por máscara

Materiais
- Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro);
- Fluxômetro;
- Umidificador ou adaptador de saída de oxigênio;
- Cateter nasal;
- Gaze;

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- Extensão de oxigênio se necessário;
- Hidratante para os lábios.

Técnica
- Repetir as intervenções dos itens 1 ao 7 da técnica de administração de oxigênio por cateter;
- Testar o funcionamento do sistema;
- Conectar a extensão de oxigênio da máscara ao umidificador ou adaptador;
- Colocar a máscara na face do paciente ajustando a fita elástica na fronte até que a máscara esteja
perfeitamente adaptada e confortável;
- Observar as reações do paciente;
- Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio prescrito;
- Registrar a data e o horário do procedimento;
- Verificar a máscara facial a cada 8 horas;
- Lavar as mãos;
- Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipóxia desapareceram;
- Observar a superfície superior de ambas cavidades auditivas quanto a laceração da pele e o
ressecamento da mucosa e lábios na cavidade oral;
- Hidratar os lábios do paciente com chumaço de água com algodão ou hidratante para os lábios a
cada 4 horas;
- Registrar no prontuário: o método de administração de oxigênio, taxa do fluxo, reação do paciente e
avaliação respiratória.

Observações: a máscara de Venturi é utilizada quando há uma demanda de oxigênio elevada. Usa-
se o diluidor de acordo com o adaptador de código de cores ou o conector universal. O oxigênio é seco
na necessidade de máscara reinalatória, na situação de oferta de 100% de oxigênio.

Nebulização

Finalidades
- Ajudar na higiene brônquica através da restauração e manutenção da continuidade da cobertura
mucosa;
- Hidratar as secreções secas e retidas;
- Umidificar o oxigênio inspirado e possibilitando a administração de medicações.

Nebulização Contínua

Materiais
- Fluxômetro;
- Nebulizador;
- Extensão (traqueia);
- Soro fisiológico a 0,9 % e / ou medicamentos prescritos.

Técnica
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário;
- Lavar as mãos;
- Organizar o material;
- Explicar o procedimento ao cliente;
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio;
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou outra medicação conforme prescrita médica;
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
- Testar o fluxômetro se borbulhar, está funcionando;
- Adaptar a máscara na face do cliente;
- Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição médica;
- Manter a unidade em ordem;
- Manter a unidade arrumada;
- Registrar o procedimento de enfermagem.

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Nebulização de Horário

Materiais
- Fluxômetro;
- Rede de oxigênio ou ar comprimido;
- Micronebulizador estéril;
- Água destilada;
- Soro fisiológico 0,9% e /ou medicamento conforme prescrição médica.

Técnica
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário;
- Lavar as mãos;
- Organizar o material;
- Explicar o procedimento ao cliente;
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio;
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou outra medicação conforme prescrita médica;
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
- Conectar o micronebulizador na máscara;
- Testar o fluxômetro se houver névoa, o fluxômetro está funcionando;
- Regular o fluxômetro em litros / minutos conforme prescrição médica;
- Colocar a máscara na face do cliente;
- Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição médica;
- Manter a unidade em ordem;
- Manter a unidade arrumada;
- Registrar o procedimento de enfermagem.

Aerossolterapia

A aerossolterapia consiste na administração de partículas de água nas vias respiratórias. Essas


partículas de água podem conter algum tipo de medicação ou não. Este processo ocorre através
da nebulização e por isso também é conhecido por esse nome. É muitas vezes usado em pessoas com
problemas respiratórios, como por exemplo, bronquite.
Este procedimento serve para hidratar as vias respiratórias ou para auxiliar na eliminação de
excreções viscosas ou em casos de inflamações. No tratamento de aerossolterapia, podem ser
aplicados medicamentos como: antibióticos (para combater infeções), mucolíticos (para dissolver
secreções), anti-inflamatórios e broncodilatadores (ajudam a abrir os brônquios, facilitando a captação
de oxigênio nos pulmões).

Aspiração de Secreções

Finalidades: A finalidade de empregar a técnica de aspiração consiste em eliminar as secreções do


paciente sempre que não conseguir eliminar as secreções das vias aéreas através da tosse.

Tipos
Existem três técnicas de aspiração de secreção quanto à localização da aspiração:
- Aspiração orofaríngea e nasofaríngea;
- Aspiração orotraqueal e nasotraqueal;
- Aspiração do tubo endotraqueal.

A ordem de aspiração
- Primeiro o tubo endotraqueal;
- Segundo a cavidade nasal;
- Terceiro a cavidade oral, quando se trata de utilizar a mesma sonda de aspiração.

Aspiração de orofaríngea e nasofaríngea


A aspiração da nasofaringe ou orofaringe é indicada no paciente que consegue tossir normalmente,
mas que não consegue eliminar as secreções por deglutição ou expectoração. A aspiração é realizada
após tosse do paciente.

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Aspiração de orofaringe e nasofaringe
Aspiração de orofaringe e nasofaríngea é indicada no paciente que apresenta secreções pulmonares,
capacidade de tossir diminuída e ausência do tubo endotraqueal. A sonda é introduzida até a traqueia
pela cavidade oral ou, através da narina preferencialmente. Este procedimento não deve ultrapassar 15
segundos, pois os pulmões não recebem Oxigênio em quantidade adequada durante a aspiração.

Tubo Respiratório

O tubo respiratório pode ser oral ou traqueal. É indicado nos casos de diminuição do estado de
consciência, obstrução das vias aéreas, ventilação mecânica e remoção das secreções acumuladas na
traqueia.
O tubo oral (Cânula de Guedel) é o tipo de via aérea artificial mais simples. Indicado no paciente
inconsciente para impedir o deslocamento da língua para a orofaringe possibilite a obstrução das vias
aéreas. Bastante usado no pós-operatório de anestesia geral. Facilita a aspiração orotraqueal do paciente
inconsciente, tornando mais fácil o acesso da sonda á traqueia.
O tubo traqueal pode ser endotraqueal, nasotraqueal ou traqueal. Estes tubos permitem o acesso à
traqueia do paciente para a aspiração traqueal profunda. A retirada das secreções da traqueia precisa
ser asséptica, atraumática e eficaz. A secreção deve ser aspirada durante a saída da sonda de aspiração.

Materiais
- Aspirador portátil ou de parede;
- Frasco grande para acondicionar secreções aspiradas;
- Duas extensões de aspiração de dois metros estéreis;
- Fluxômetro (com frasco menor adaptado);
- Sonda de aspiração estéril;
- Recipiente com água;
- Luva de procedimento estéril (para aspiração traqueal);
- Luva de procedimento não estéril;
- Toalha de papel;
- Sonda nasal ou oral (Cânula de Guedel), conforme a indicação;
- Xilocaína a 2% sem vasoconstrictor.

Técnica
- Observar a presença de sinais e sintomas demonstradores de secreção nas vias aéreas superiores,
respiração ruidosa, salivação, agitação;
- Explicar ao paciente que a aspiração de secreção o ajudará a desobstruir as vias aéreas;
- Explicar que é normal tossir, espirrar e sentir o reflexo do vômito durante a manobra;
- Preparar o equipamento e os materiais apropriados, citados acima;
- Adaptar as extensões no aparelho de aspiração portátil ou na parede ao fluxômetro. A extensão que
sai do fluxômetro deve ser colocada ao frasco maior e deste sai outra extensão para o acoplamento da
sonda de aspiração;
- Testar o aparelho, verificando que a pressão é de 110 a 150 mmHg no adulto e na criança 95 a 110
a mmHg.

Posicionar o paciente adequadamente


- Para o paciente consciente com o reflexo de tosse presente deverá ser aspirado em posição de semi-
Fowler, com cabeça voltada para o lado;
- Para o paciente inconsciente, colocá-lo em decúbito lateral;
- Colocar um papel toalha sob um travesseiro e abaixo do queixo;
- Lavar as mãos;
- Colocar água no recipiente para após técnica aspirar a sonda;
- Calçar a mão dominante com luvas estéril;
- Ligar a conexão ao aspirador;
- Avaliar a distância entre o lóbulo da orelha do paciente e a ponta de seu nariz, colocar o polegar e
indicador da mão enluvada neste ponto;
- Umedecer 6 a 8 cm da ponta da sonda com SF 0,9% ou com xilocaína;
- Ao aspirar a orofaringe, penetrar a sonda delicadamente no ângulo da cavidade oral e deslizá-la até
a orofaringe;

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- Ao aspirar a nasofaringe introduzir a sonda delicadamente em uma das narinas. Penetrar a sonda
junto à linha mediana e próxima ao assoalho da cavidade nasal. Não forçar a sonda e uma das narinas
não estiver permeável, tentar a outra. Não se deve aspirar durante a penetração da sonda;
- Aspirar intermitentemente, fechando o orifício com o polegar. Ao retirar girar a sonda
cuidadosamente. A duração desta manobra não deve ultrapassar 15 segundos;
- Escovar a sonda com água;
- Desprezar a sonda enrolando-a sobre a mão calçada com a luva e puxar a luva sobre a sonda. Não
esquecer de proteger a extremidade da extensão de aspiração com outra sonda;
- Permitir o descanso do paciente entre aspirações por 20 a 30 segundos no mínimo;
- Se possível solicitar para o paciente tossir e respirar profundamente entre as aspirações;
- Aspirar as secreções acumuladas na cavidade oral depois de aspirar a orofaringe ou a nasofaringe;
- Lavar as mãos;
- Atentar se o paciente está livre das secreções das vias aéreas, se está agitado ou se aparecem
secreções na cavidade oral;
- Registrar o aspecto da secreção quanto a quantidade, odor, cor e consistência, além das reações do
paciente, a presença de tosse, o estado funcional do seu aparelho respiratório antes e após a aspiração.
Observações: é necessário que o frasco de aspiração seja trocado com todas as técnicas de
desinfecção de 24 em 24 h ou sempre que estiver cheio. Todo o sistema de aspiração deve ser
esterilizado. Dispõe-se no mercado de sistemas de aspiração de secreção descartável, o que possibilita
um melhor controle de infecções. Aplicando o Processo de Enfermagem na Prática.

Questões

01.(EBSERH - Técnico em Enfermagem HUGG-UNIRIO - IBFC/2017) Considerando as intervenções


de enfermagem com oxigenoterapia, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso
(F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
( ) Oferecer oxigênio umedecido em volumes superiores a 3 L/minuto.
( ) Selecionar preferencialmente a máscara facial simples para a oferta de oxigênio em volumes
inferiores a 5 L/minuto.
( ) Trocar os dispositivos de oxigenação e todo o seu sistema (conexões, extensores, copo
umidificador) a cada 24 horas ou de acordo com protocolo institucional.
( ) Monitorar o nível de consciência, sinais vitais e coloração e integridade da pele e da mucosa.

(A) V,V,F,F
(B) V,V,V,V
(C) F,F,V,V
(D) V,F,V,V
(E) F,V,V,F

02. (Pref. Tanguá/RJ - Técnico de Enfermagem - CONCURSOS/2017) Em relação à oxigenoterapia,


são cuidados da equipe de enfermagem:
I - Observar sinais de complicações (distensão gástrica, obstrução nasal, lesão de septo).
II - Verificar sinais vitais antes e depois a oxigenoterapia.
III – Acomodar o paciente em posição Fowler.

Está(ão)correta(s):
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e III.
(D) I, II e III.

03. (UEM - Técnico de Enfermagem/2017) Em relação aos cuidados de enfermagem em pacientes


com oxigenioterapia, assinale a alternativa correta.
(A) No uso da Máscara de Venturi 50%, não é necessário umidificar, pois a concentração de oxigênio
é muito alta.
(B) Não é necessário fluxômetro no uso de cateter nasal de oxigênio.
(C) Reanimador manual com reservatório (AMBU) não mantém 100% de oxigênio.
(D) Não é necessário frasco de umidificador aquecido nos respiradores mecânicos com filtro trocador
de calor e umidade (HMEF) acoplado no tubo orotraqueal.

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(E) Usar somente soro fisiológico nos frascos umidificadores.

04. (Hemominas/MG - Técnico de Enfermagem – IBFC) Em relação à oxigenoterapia, assinale a


alternativa correta:
(A) Para administração de oxigênio utilizam-se os sistemas de baixo fluxo e de alto fluxo. As cânulas
nasais e os cateteres nasofaríngeos são considerados sistemas de alto fluxo e a máscara de Venturi é
considerada um sistema de baixo fluxo.
(B) A oxigenoterapia corrige a hipóxia, aumenta o trabalho respiratório e do miocárdio, podendo causar
taquipneia e palpitação.
(C) A inalação é um procedimento que deve ser realizado exclusivamente com oxigênio, não
necessitando de prescrição médica.
(D) A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio a uma concentração de pressão superior
à encontrada na atmosfera, ou seja, a fração de oxigênio inspirado superior a 21%.

Gabarito

01.D / 02.D / 03.D / 04.D

Comentários

01. Resposta: D
De acordo com o artigo Oxigenioterapia e Ventilação Não Invasiva.
a) Correto.
b) Errado: A variação de entrada de ar de uma máscara simples é de 5 a 12 l/min para se obter uma
oxigenação satisfatória. Com fluxos inferiores a 5l/min, o volume da máscara atua como espaço
morto e provoca a reinalação do CO2.
c) Correto.
d) Correto.

02. Resposta: D
Todas as alternativas estão corretas para os cuidados de enfermagem em oxigenioterapia.
I - Observar sinais de complicações (distensão gástrica, obstrução nasal, lesão de septo).
Consequentemente, pode ocorrer complicações na administração de oxigênio, que as vezes não
esperamos.
II - Verificar sinais vitais antes e depois a oxigenoterapia, para verificar se houve melhora nos padrões
vitais.
III – Acomodar o paciente em posição Fowler, para melhor posição de respiração.

03. Resposta: D
a) Errada. No uso da Máscara de Venturi 50%, é necessário umidificar, pois a concentração de
oxigênio é muito alta. Quando o oxigênio é empregado em altas velocidades de fluxo, ele deve ser
umedecido ao fazê-lo atravessar um sistema de umidificação, para evitar que ele resseque as mucosas
do trato respiratório.
b) Errada. É necessário fluxômetro no uso de cateter nasal de oxigênio. O oxigênio é distribuído a
partir de um cilindro ou de um sistema de linha de parede. Um redutor de calibre é necessário para diminuir
a pressão até um nível de trabalho, e um fluxômetro regula o fluxo de oxigênio em l/min.
c) Errada. O North American Neonatal Resuscitation Program afirma que o RM pode fornecer ar
ambiente, quando nenhuma fonte de gás está conectada. Quando ligado à fonte de O2 a 100%,
recomenda-se que se utilize fluxo de 5 a 10L/min na entrada da bolsa. O RM fornece FiO2 de 80 a 100%
quando o reservatório está conectado e cerca de 40% de oxigênio, sem reservatório.
e) Errada. Nos frascos umificadores pode ser utilizado também água.

04. Resposta: D
A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio a uma concentração de pressão superior à
encontrada na atmosfera, ou seja, a fração de oxigênio inspirado superior a 21%. Na atmosfera
encontramos: 21% de Oxigênio, 78% de Nitrogênio e 1% outros gases.

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Curativos

FERIDAS E CURATIVOS15

A pele é o maior órgão do corpo humano, funciona como uma barreira protetora contra organismos
causadores de doenças, apresenta funções sensoriais para dor, temperatura e toque, e ainda sintetiza a
vitamina D em nosso organismo.
A pele tem duas camadas, a epiderme e a derme, que são unidas por uma membrana chamada de
junção dérmico-epidérmica. A epiderme, ou camada superior, tem várias camadas com diversas funções
como: descamação, proteção da desidratação devido a presença de queratina, combate a entrada de
certos agentes químicos, evaporação da água pela pele, absorção de certos medicamentos de uso tópico
entre outros.
A derme ou camada interna da pele, proporciona resistência à tração, suporte mecânico, e proteção
para os músculos, ossos e órgãos subjacentes. Nessa camada encontra-se o colágeno, os vasos
sanguíneos e os nervos.
Quando a pele é ferida a epiderme exerce a função de proteger a ferida e restaurar a barreira contra
organismos invasores e a derme responde para restaurar a integridade estrutural do tecido, junto as
propriedades físicas da pele.
Uma ferida, pode ser reconhecida, como o rompimento da integridade e função dos tecidos do corpo.
E neste sentido, se faz necessário avaliar o tipo e aspecto (cor) do tecido na base da ferida, utilizando as
informações coletadas para planejar as intervenções necessárias.
O tecido de granulação, de aspecto vermelho e úmido, composto por novos vasos sanguíneos indica
o progresso rumo à cicatrização. O tecido de aspecto mole, amarelo ou branco de característica
esfarelada (substância fibrosa ligada ao leito da ferida) indica atenção para um acompanhamento. E o
tecido de aspecto preto, marrom, bege ou necrótico é reconhecido como escara, devendo ser removido
para uma cicatrização apropriada.
O acompanhamento do tamanho da ferida fornece informações a respeito das mudanças em relação
a sua dimensão, servindo como um indicador do processo de cicatrização. Por isso, se faz necessário
medir o comprimento, largura e profundidade do ferimento, para a devida observação de seu progresso.
Também é necessário observar o exsudato da ferida, por meio do acompanhamento da quantidade,
cor, consistência e odor da substância. Lembrando que exsudato em excesso indica a presença de uma
infecção.
Posto isso, veremos a seguir algumas considerações a respeito da classificação das feridas, processo
de cicatrização e curativos.

Classificação da Ferida

A classificação da ferida possibilita a compreensão dos riscos associados a ela e as implicações para
sua cicatrização.
Os sistemas de classificação descrevem: o status de integridade cutânea, a causa da ferida, a
gravidade ou extensão da lesão, ou dano tecidual, a limpeza da ferida e as descrições do tecido da ferida,
como a cor.
Há diversas maneiras de se classificar as feridas, que podem ser de forma:

Aguda
- Descrição: ferida que procede por meio de um processo reparador ordenado e oportuno que resulta
na restauração sustentada da integridade anatômica e funcional. As bordas da ferida são limpas e
intactas.
- Causas: trauma, incisão cirúrgica.

Crônica
- Descrição: ferida que não consegue prosseguir por meio de um processo ordenado e oportuno para
produzir a integridade anatômica e funcional. A exposição continuada ao insulto impede a cicatrização da
ferida.

15
POTTER, Patrícia A; STOCKERT, Patrícia A; PERRY, Anne Griffin; HAAL, Amy M. Fundamentos de Enfermagem. 9ª Ed. Elsevier, 2017.

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- Causas: comprometimento vascular, inflamação crônica ou insultos repetitivos ao tecido.

Primeira Intenção
- Descrição: ferida que está fechada. A cicatrização ocorre por epitelização, cicatriza rapidamente com
formação mínima de cicatrizes.
- Causas: incisão cirúrgica, ferida que está suturada ou grampeada.

Segunda Intenção
- Descrição: as bordas não são aproximadas. A ferida cicatriza pela formação de tecido de granulação,
contração da ferida e epitelização.

Intenção Terciária
- Descrição: a ferida é deixada aberta por vários dias, em seguida, as bordas da ferida são
aproximadas. O fechamento da ferida é adiado até o risco de a infecção ser resolvida.
- Causas: feridas que estão contaminadas e exigem observação em busca de sinais de inflamação.
Processo de Cicatrização da Ferida

A cicatrização da ferida envolve processos fisiológicos integrados, as camadas de tecido envolvidas e


sua capacidade de regeneração determinam o processo de reparo da ferida.
As feridas de espessura parcial são superficiais, envolvendo a perda da epiderme e a possível perda
da derme. Esses tipos de feridas cicatrizam por regeneração, pois a epiderme regenera-se.
As feridas de espessura total estendem-se até a derme e cicatrizam pela formação de cicatriz por que
as estruturas mais profundas não se regeneram.

Três componentes estão envolvidos no processo de cicatrização de uma ferida de espessura parcial:
- Resposta inflamatória;
- Proliferação epitelial e migração;
- Restabelecimento das camadas epidérmicas.

As quatro fases envolvidas no processo de cicatrização de uma ferida de espessura total são:
- Hemostasia;
- Inflamatória;
- Proliferativa;
- Maturação.

Complicações da Cicatrização de Feridas

Hemorragia
Hemorragia ou sangramento do local da ferida é normal durante e imediatamente após o trauma inicial,
podendo ser externa ou interna.
A hemorragia interna detectada pela distensão ou inchaço da parte do corpo afetada, uma mudança
no tipo e na quantidade de drenagem de um dreno cirúrgico, ou sinais de choque hipovolêmico.
A hemorragia externa é óbvia e pode ser observada através de curativos cobrindo uma ferida para a
drenagem de sangue. Se o sangramento for externso, o curativo logo se tornará saturado e
frequentemente drenará o sangue debaixo do curativo acumulando sob o paciente.

Atenção: um hematoma é uma coleção localizada de sangue sob os tecidos. Aparece como um
inchaco, mudança de cor, sensação ou calor que muitas vezes leva a uma descoloração azulada.

Infecção
Todas as ferida possui algum nível de carga bacteriana, poucas são infectadas. A infecção da ferida
está presente quando os microrganismos invadem os tecidos da ferida. O sinais clínicos locias de infeção
da ferida podem incluir eritema, aumento da quantidade de drenagem da ferida, mudança na aparência
da drenagem da ferida (espessa, mudança de cor, presença de odor), e calor, ou edema periférico.
Um paciente pode ter febre e aumento na contagem de leucócitos. As infecções bacterianas inibem a
cicatrização.

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Deiscência
Quando uma incisão não cicatriza corretamente, as camadas da pele e do tecido se separam. A
deiscência é uma separação parcial ou total das camadas da ferida. Um paciente que está em risco de
má cicatrização de feridas corre risco de deiscência.

Evisceração
Com a separação total das camadas de ferida, a evisceração ocorre. A condição é considerada uma
emergência que requer intervenção cirúrgica. Quando a evisceração ocorre deverá colocar gaze estéril
embebida em soro fisiológico sobre os tecidos exsudados para reduzir as chances de invasão bacteriana
e secagem dos tecidos, observe os sinais e sintomas de choque e prepare o paciente para a cirurgia de
emergência.

Prevenção de lesões por pressão

Sempre que estiver em contato direto com um paciente observe a pele em relação a presença de
rachaduras ou integridade cutânea comprometida. A integridade cutânea comprometida ocorre a partir da
pressão prolongada, incontinência fecal ou urinária, e/ou imobilidade, levando assim ao desenvolvimento
de lesões por pressão.
Uma lesão por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido subjacente. Inúmeros fatores
contribuem para o aparecimento da lesão por pressão.
A prevenção de lesões por pressão é uma prioridade no cuidado de pacientes e não está limitado
aqueles que apresentam restrições de mobilidade. A integridade cutânea comprometida geralmente não
é um problema em indivíduos saudáveis e imobilizados, mas é um problema grave e potencialmente
devastador em pacientes doentes e/ou debilitados.
A integridade cutânea comprometida resulta em lesão por pressão é principalmente o resultado da
pressão. Portanto, fatores adicionais incluído força de cisalhamento, atrito, umidade, nutrição, perfusão
tecidual, infecção e idade aumentam o risco do paciente para o desenvolvimento de lesão por pressão e
de ferida mal cicatrizada.
A prevenção é o tópico mais importante no cuidado às Úlceras de Pressão - UP e visa principalmente
a reduzir ou eliminar os principais fatores que contribuem para o seu desenvolvimento.
Todos os indivíduos em risco devem ter uma inspeção sistemática da pele pelo menos 1 vez/dia,
prestando-se atenção particular às regiões de proeminências ósseas. O aumento da vascularização e da
nutrição dos tecidos é conseguido por meio de massagens, as quais devem ser realizadas regularmente,
evitando-se massagear as proeminências ósseas.
A mudança de decúbito tem como objetivo alternar os locais de apoio e deve ser efetuada a cada 2
horas, utilizando todos os decúbitos de acordo com o estado geral e a patologia do paciente. O decúbito
lateral a 30° distribui a pressão, não apoiando o peso corpóreo diretamente sobre o trocanter.
Existem colchões de espuma, ar, gel ou água e camas especiais que ajudam a prevenir as UP.
Pacientes de alto risco podem necessitar de suportes que ofereçam elevada redução da pressão, como
a cama de baixa perda de ar e a de ar fluidizado, que também apresentam efeitos benéficos na
cicatrização das UP, porém têm custo elevado.
Os pacientes que permanecem em cadeira devem ser orientados a reposicionar-se a cada 15 ou 20
min e utilizar almofadas especiais capazes de diminuir a pressão e de proporcionar estabilidade e
conforto. As almofadas em forma de anel devem ser evitadas, pois elas podem causar isquemia ao redor
da úlcera, intensificando-a. Medidas preventivas de fricção e cisalhamento incluem: manter a cabeceira
da cama elevada, no máximo, 30° para evitar que o paciente escorregue.
A desnutrição é um importante causador da UP, por isso é essencial que o estado nutricional do
paciente seja avaliado com o auxílio de um nutricionista. Medidas antropométricas e dados laboratoriais,
como nível de albumina sérica e contagem total de linfócitos, devem ser obtidos. Os pacientes necessitam
de uma dieta prescrita rica em proteínas e calorias, se não houver contraindicação. Se as necessidades
nutricionais do paciente não puderem ser atingidas por suplementação oral, métodos alternativos devem
ser considerados, como as dietas enterais ou parenterais.
A umidade excessiva da pele, causada por incontinência, sudorese e drenagem de feridas, predispõe
a sua maceração. A prevenção deve ser instituída por meio de higiene adequada, uso de cremes e
protetores de pele. No controle da incontinência urinária, utilizar coletor externo de urina, fraldas e
absorventes.
O envolvimento familiar e o apoio psicológico são fundamentais para o sucesso do tratamento e para
a prevenção de recidiva.

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As medidas preventivas são:
• manter a pele sempre limpa;
• hidratar a pele com cremes ou óleos;
• evitar massagear as proeminências ósseas;
• acompanhar ingesta nutricional;
• mudar decúbito a cada 2 horas;
• colocar coxins entre os joelhos;
• colocar travesseiros em panturrilhas, elevando os calcanhares, eliminando a pressão local;
• utilizar decúbito lateral de 30°;
• utilizar colchões de espumas piramidais;
• utilizar almofadas em cadeiras para alívio da pressão no paciente sentado;
• não utilizar almofadas em forma de anel;
• orientar e envolver a equipe, familiares e o próprio paciente sobre a etiologia, os fatores de risco e a
prevenção das UP.

Histórico de Enfermagem
- Identificar o risco do paciente para o desenvolvimento de integridade cutânea comprometida ou
cicatrização ruim;
- Identificar os sinais e sintomas associados à integridade cutânea comprometida ou cicatrização ruim;
- Examinar a pele do paciente quanto ao comprometimento real na integridade cutânea.

Durante o processo de histórico de enfermagem, faça uma avaliação cuidadosa de cada paciente e
analise criticamente os achados para garantir que será tomada decisões clínicas centradas no paciente,
necessárias para os cuidados de enfermagem seguros.
Concentra-se em elementos específicos com o nível de sensação, movimento e estado de continência
de um paciente, pois ajuda a orientar a avaliação da pele.

Tratamento das Lesões por Pressão


O tratamento de pacientes com lesões por pressão tem a necessidade da experiência de uma equipe
multidisciplinar. Além do enfermeiro, estão envolvidos o médico, enfermeiro especialista em cuidados de
feridas, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e farmacêutico.
O tratamento da lesão por pressão inclui o cuidado local da ferida e as medidas de suporte, como
nutrientes adequados e redistribuição de pressão.
A manutenção do ambiente fisiológico de uma ferida local é o objetivo do tratamento eficaz da ferida.
Para manter o ambiente de uma ferida saudável é preciso prevenir e tratar a infecção, limpar a ferida,
remover o tecido não viável, manter a ferida em um ambiente úmido, eliminar o espaço morto, controlar
o odor, eliminar ou minimizar a dor e proteger a ferida e a pele periferida.
Uma ferida não passa pelas fases de cicatrização se estiver infectada, por isso é necessário prevenir
a infecção da ferida que inclui limpar e remover o tecido não viável. Limpe as lesões por pressão apenas
com produtos de limpeza de feridas não citotóxicos, como soro fisiológico ou produtos de limpeza de
feridas comerciais.
A irrigação é um método comum de fornecer uma solução de limpeza para a ferida, e possui a intenção
de debridar o tecido necrótico com pressão que pode remover detritos do leito da ferida, sem afetar os
tecidos saudáveis.

Observação: de acordo com estudos não existe comprovação do tipo ideal de curativo para úlceras
de pressão.

Debridamento
É a remoção de tecido não viável e necrótico sendo necessária para livrar a ferida de uma fonte de
infecção, permitir a visualização do leito da ferida e fornece uma base limpa para a cicatrização.
O método de debridamento depende do que é mais apropriado para a condição do paciente. Planeje
administrar um analgésico solicitado 30 minutos antes do procedimento.

Os métodos de debridamento incluem: mecânico, autolítico, químico e afiado/cirúrgico.


- Debridamento autolítico: é a remoção do tecido morto por meio de lise de tecido necrótico por
leucócitos e enzimas naturais do corpo, para isso é necessário utilizar curativos que suportam a umidade

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na superfície da ferida. Se a base da ferida estiver seca, use um curativo que permita adicionar umidade,
se houver exsudato excessivo use um curativo que absorva a umidade excessiva.
- Debridamento químico: é o uso de uma preparação enzimática tópica, solução de Dakin ou larvas
estéreis. As enzimas tópicas induzem alterações no substrato, assim resultando na ruptura do tecido
necrótico. Essas preparações exigem a solicitação de um médico. A solução de Dakin rompe e solta o
tecido morto da ferida é preciso embebedar a gaze com a solução e aplicar na ferida. Já as larvas estéreis
são usadas na ferida, pois acredita-se que elas ingerem o tecido morto.
- Debridamento cirúrgico: é a remoção de tecido desvitalizado com um bisturi, tesoura ou outro
instrumento. Médico e em algumas localidades enfermeiros treinados na prática avançada realizam o
procedimento. É o método mais rápido de debridamento sendo indicado quando o paciente tem sinais de
celulite ou sepse.
- Debridamento mecânico: são irrigação da ferida (irrigação de alta pressão e lavagem de alta pressão
pulsátil) e tratamentos de hidromassagem.

Curativos

Quanto mais extensa for uma ferida maior será a limpeza necessária. O tipo de curativo varia de acordo
com a avaliação da ferida e a fase de cicatrização.
Um curativo tem a finalidade de proteger uma ferida contra contaminação de microrganismos, de
auxiliar na hemostasia, de promover a cura absorvendo a drenagem e debridando uma ferida, de apoio
ou suporte do local de uma ferida, de promover isolamento térmico da superfície de uma ferida e de
fornecer um ambiente úmido.
Em relação aos curativos de pressão é preciso ter a certeza de que não estão interferindo na circulação
em uma parte do corpo, por isso avalie a cor da pele, os pulsos nos membros distais, o conforto do
paciente e as alterações na sensação.
A principal função de um curativo em uma ferida em cicatrização é absorver a drenagem. A maioria
dos curativos de gaze cirúrgica tem três camadas: uma camada de contato ou primária, uma camada
absorvente e uma camada externa protetora ou secundária. Se um curativo de gaze grudar em uma
incisão cirúrgica, umedeça-a levemente com soro fisiológico com isso o curativo ficará saturado e soltará
da área incisional, assim evitando o trauma durante o processo de remoção.
A técnica do curativo possui variação, pois depende do objetivo do plano de tratamento para a ferida
em questão.

Tipos de Curativos
Os curativos variam de acordo com o tipo de material e o modo de aplicação (úmida ou seca). Precisam
ser fáceis de aplicar, confortáveis e feitos de materiais que promovam a cicatrização.
Esponjas de gaze são o tipo de curativo mais antigo e mais comum, são absorventes e especialmente
úteis em feridas para eliminar o exsudato. A gaze está disponível em diferentes texturas, comprimentos
e tamanhos. A gaze pode ser saturada com soluções e usado para limpar e cobrir uma ferida. Ao utilizar
uma gaze para cobrir uma ferida deverá saturar com uma solução geralmente o soro fisiológico torcer
logo em seguida deixando a gaze somente úmida, desdobrada e levemente cobrindo a ferida.

Outro tipo de curativo é um filme autoadesivo transparente que retém a umidade sobre a ferida,
assim proporcionando um ambiente úmido, esse curativo é ideal para pequenas feridas superficiais e
possui diversas vantagens como:
- Aderência à pele intacta;
- Serve como uma barreira para líquidos externos e bactérias, porém permite que a superfície da ferida
respire, pois o oxigênio atravessa ocrurativo transparente;
- Promoção de um ambiente úmido que acelera o crescimento de células epiteliais;
- Pode ser removido sem danificar os tecido subjacentes;
- Permite a visualização de uma ferida;
- Não exige um curativo secundário.

Curativos de hidrocoloide são curativos com formulações complexas de coloides e componentes


adesivos. A camada de contato da ferida desse curativo forma um gel à medida que o exsudato da ferida
é absorvido e mantém um ambiente cicatrizante úmido. Os hidrocoloides apoiam a cicatrização em feridas
granulantes limpas e debridam autoliticamente as feridas necróticas, possui disponibilidade de tamanhos
e formatos variados.

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Esse tipois de curativos possuem as seguintes funções:
- Absorver a drenagem por meio do uso de absorventes de exsudato no curativo;
- Manter a ferida úmida;
- Liquefazer lentamente os detritos necróticos;
- É impermeável a bactérias e outros contaminantes;
- É autoadesivo e molda-se bem;
- Atua como um curativo preventivo para áreas de alto risco de atrito;
- Pode ser deixado no lugar durante 3 a 5 dias minimizando o trauma da pele e a interrupção da
cicatrização.

Os curativos de hidrogel são gaze ou curativos reutilizáveis impregnados com água ou gel amorfo à
base de glicerina. Esses curativos hidratam as feridas e absorve pequenas quantidades de exsudato. São
indicados para feridas de espessura parcial e de espessura total, feridas profundas com algum exsudato,
feridas necróticas, queimaduras e pele danificada pela radiação.
Podem ser úteis em feridas dolorosas, pois são muito calmantes para um paciente e não aderem ao
leito da ferida provocando assim pouco trauma durante a remoção. Possui uma desvantagem já que
alguns hidrogéis exigem um curativo secundário. Os hidrogéis estão disponíveis em um curativo em folha
ou em um tubo permitindo assim a capacidade de esquichar o gel diretamente dentro da base da ferida.

O hidrogel possui algumas vantangens:


- É calmante e pode reduzir a dor da ferida;
- Fornece um ambiente úmido;
- Debrida o tecido necrótico;
- Não adere à base da ferida e é fácil sua remoção.

Existem outros tipos de curativos disponíveis. Os curativos de espuma e alginato são para feridas
com grande quantidade de exsudato. Os curativos de espuma são usados em torno dos tubos de
drenagem para absorvê-la. Os curativos de alginato de cálcio são confeccionados a partir de algas
marinhas e estão disponíveis em forma de folha e corda. O alginato forma um gel macio quando em
contato com o fluído da ferida, são altamente aborventes para feridas com uma quantidade excessiva de
drenagem e não causam trauma quando removidos da ferida. Não se deve utilizar esse tipo de curativo
em feridas secas, pois elas exigem um curativo secundário.

Procedimento para Substituição de Curativos


- Remova o esparadrapo afastando suavemente a pele do esparadrapo enquanto puxa o adesivo da
pele;
- Com a mão enluvada remova cuidadosamente os curativos de gaze, uma camada de cada vez, tome
o cuidado para não deslocar drenos ou sondas;
- Se o curativo grudar no curativo seco, umedeça com soro fisiológico em seguida remova-o;
- Observe a cor, edema, drenos e exsudados da ferida, assim como, a quantidade de drenagem no
curativo;
- Dobre os curativos com drenagem e remova as luvas de dentro para fora sobre o curativo. Descarte
as luvas e os curativos sujos. Higienize as mãos;
- Abra a bandeja de curativos estéreis ou os materiais estéreis embrulhados individualmente. Calce as
luvas limpas;
- Limpe a ferida com a solução. Usando uma gaze ou um esfregaço antisséptico, limpe a área menos
contaminada que é a incisão ou o centro da ferida, para a área mais contaminada, que é fora da incisão
e a pele circundante. Seque a área. Remova e descarte as luvas e higienize as mãos;
- Se a ferida tiver que ser irrigada: despeje a solução ordenada em um recipiente estéril de irrigação,
calce luvas limpas, óculos de proteção, máscara e vestimenta cirúrgica se necessário. Usando a seringa
permita que a solução flua sobre a ferida. Continue até que a irrigação crie um fluxo claro da solução.
Seque a pele circundante com gaze.
- Meça a ferida e em seguida remova e descarte as luvas. Higienize as mãos;
- Aplique o curativo;
- Curativo seco: calce as luvas de procedimento ou estéreis, inspecione a ferida quanto ao aspecto,
drenos, drenagem e integridade. Aplique um curativo de gaze de tecido frouxa e seca, cobrindo a ferida.
Aplique uma gaze adicional se necessário;
- Ou aplique o curativo de esponja se indicado;

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- Curativo úmido e seco: calce as luvas de procedimento estéreis, avalie o aspecto da pele circundante
e procure por maceração. Umedeça a gaze com a solução prescrita, esprema delicadamente o excesso
da solução. Desdobre. Aplique a gaze como uma única camada diretamente sobre a superfície da ferida.
Se a ferida é profunda cubra suavemente sua base com o curativo usando a mão até que todas as
superfícies dela estejam em contato com a gaze. Se houver encapsulação use um aplicador com ponta
de algodão para colocar a gaze na área encapsular. Verifique se a gaze não está tocando na pele
circundante. Cubra com gaze seca estéril e curativo de esponja.
- Fixe o curativo. Aplique o esparadrapo não alérgico;
- Correias de Montgomery: abra expondo a superfície adesiva do esparadrapo na extremidade de cada
correia. Coloque as correias em lados opostos do curativo. Coloque o adesivo diretamente sobre a pele
ou aplique uma barreira cutânea sólida e fixe a extremidade do esparadrapo na barreira cutânea. Fixe o
curativo amarrando as correias através dele;
- Remova as luvas e descarte-as em local apropriado. Remova máscara, óculos ou vestimenta;
- Escrever à tinta a data e a hora que o curativo foi aplicado no esparadrapo que fixa o curativo;
- Descarte os materiais e higienize as mãos.
Cuidados com Suturas
Suturas são fios ou metais usados para costurar os tecidos do corpo, isso ocorre quando um cirurgião
fecha uma ferida ao unir as bordas dela o mais próximo possível para reduzir a formação de cicatriz. O
fechamento adequado da ferida envolve o mínimo de trauma e tensão aos tecidos com controle de
hemorragia.
As suturas estão disponíveis em uma variedade de materiais, como seda, aço, algodão, linho, arame,
nylon e Dacron. Elas vêm com ou sem agulhas cirúrgicas afixadas. Grampos de aço são um tipo comum
de fechamento da pele exterior que traumatiza o tecido menos que as suturas enquanto fornece força
extra.
As políticas nas instituições costumam variar referente a aptidão na remoção das suturas. Se for
pertinente ao enfermeiro a remoção será necessária uma prescrição médica. Uma tesoura especial com
pontas de corte curvadas ou removedores de grampos especiais desliza sob os fechamentos da pele
para a remoção da sutura.
O médico normalmente especifica o número de suturas ou grampos necessários para a remoção. Se
a linha de sutura parecer estar cicatrizando melhor em certos locais que em outros alguns profissionais
resolvem pela remoção apenas de algumas suturas.
Para remover os grampos introduza as pontas do removedor de grampos sob cada grampo de arame,
enquanto fecha lentamente as extremidades do removedor de grampos, aperte o centro do grampo com
as pontas liberando-o da pele.
Antes de remover as suturas limpe a linha de sutura com soro fisiológico, aperte os materiais de sutura
o mais próximo possível da borda da pele de um lado e puxe a sutura do outro lado.

Bandagens e Ataduras
Um curativo de gaze simples muitas vezes não é suficiente para imobilizar ou dar apoio a uma ferida.
Ataduras e bandagens aplicados sobre ou em torno de curativos fornecem proteção extra e benefícios
terapêuticos.
As bandagens estão disponíveis em rolos de diferentes larguras e materiais, incluindo gaze, malha
elástica, tira elástica, flanela e musselina. As bandagens de gaze são leves e baratas, moldam facilmente
ao redor de contornos do corpo e permitem a circulação de ar para evitar a maceração da pele. As
bandagens elásticas adaptam-se bem às diversas partes do corpo, porém exercem pressão.
As ataduras são bandagens que são feitas de grandes pedaços de material para ajustar-se a uma
parte específica do corpo. A maioria é feita de elástico ou algodão.

Questões

01. (EBSERH - Enfermeiro - CESPE/2018) Acerca do uso de curativos na enfermagem, julgue o item
a seguir.
As coberturas de alginatos são um tipo de curativo indicado para feridas com pouca exsudação; por
isso, seu uso pode prolongar-se por até sete dias.
( ) Certo
( ) Errado

02. (FUNASG - Enfermeiro - FUNCAB) O hidrocoloide é uma cobertura muito utilizada em feridas e
pode se apresentar na forma de placa ou pasta. Sobre essa cobertura é correto afirmar:

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(A) Em contato com exsudato, forma um gel hidrofílico que mantém um meio úmido.
(B) Requer troca a cada 12 h ou diária e curativo secundário.
(C) Promove uma temperatura abaixo da corporal e é indicada para queimaduras de 3° grau.
(D) É indicada para tratamento de feridas abertas infectadas.
(E) Retarda a angiogênese e é indicada para a prevenção de úlceras de pressão.

03. (TRT 23ª Região/MT - Enfermeiro - FCC) A grande variedade dos tipos de coberturas para
curativos possibilita melhor adequação e manejo das condições das feridas e a escolha do produto
depende, dentre vários aspectos, de
(A) avaliação pragmática.
(B) estudo eletrofisiológico.
(C) evolução do processo cicatricial.
(D) aplicação da escala de Hansen.
(E) abordagem única.

04. (UNIOESTE - Técnico em Enfermagem – UNIOESTE) As úlceras por pressão ocorrem quando a
pressão contínua aplicada à pele é maior que a pressão de fechamento capilar, aproximadamente 32
mmHg. Assinale os fatores de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão.
(A) Normotermia e eupneia.
(B) Imobilidade e atrito/fricção.
(C) Deambulação e normocardia.
(D) Lúcidez e comunicação.
(E) Hidratação e higidez.

Gabarito

01.Errado / 02.A / 03.B / 04.B

Comentários

01. Resposta: Errado


Os curativos de espuma e alginato são para feridas com grande quantidade de exsudato. Os curativos
de espuma são usados em torno dos tubos de drenagem para absorvê-la. Os curativos de alginato de
cálcio são confeccionados a partir de algas marinhas e estão disponíveis em forma de folha e corda.

02. Resposta: A
Curativos de hidrocoloide são curativos com formulações complexas de coloides e componentes
adesivos. A camada de contato da ferida desse curativo forma um gel à medida que o exsudato da ferida
é absorvido e mantém um ambiente cicatrizante úmido.

03. Resposta: B
A cicatrização da ferida envolve processo fisiológicos integrados, as camadas de tecido envolvidas e
sua capacidade de regeneração determinam o processo de reparo da ferida.
As feridas de espessura parcial são superficiais, envolvendo a perda da epiderme e a possível perda
da derme. Esses tipos de feridas cicatrizam por regeneração, pois a epiderme regenera-se.

04. Resposta: B
Fatores adicionais incluído força de cisalhamento, atrito, umidade, nutrição, perfusão tecidual, infecção
e idade aumentam o risco do paciente para o desenvolvimento de lesão por pressão e de ferida mal
cicatrizada. A prevenção de lesões por pressão é uma prioridade no cuidado de pacientes e não está
limitado aqueles que apresentam restrições de mobilidade.

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O paciente terminal e cuidados pós-morte

CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE GRAVE

É grande o número de pacientes que exigem cuidados intensivos que nem sempre estes estão restritos
nas unidades intensivas e sim em outros setores dos hospitais, como: emergências, enfermarias e
ambulatórios.
A assistência ao ser humano unidade bio, pisco, social, espiritual, com suas necessidades básicas em
seu ciclo saúde-doença-cuidado é objetivo essencial da Assistência de Enfermagem.

Com a simplificação da vida esvaia-se a essência de um ser humano total e individual, de um ser
grande relacional. Não há uma preocupação em perceber o indivíduo como um ser dotado de emoções,
sentimentos, intuições, espiritualidade, valores, criatividade, desejos e necessidades, mas como um robô
que opera ao obedecer a comandos. Referindo-se ao indivíduo doente hospitalizado na maioria das vezes
é visto por um número de: registro, leito, maca. As doenças são apresentadas como um causa-efeito em
conjunto com o agente causador e sintomas relacionados. Não se mencionam os fatores psicológicos,
sociais, emocionais, ecológicos, energéticos, espirituais e outros tantos que interfere no processo da vida
e doença.
Neste sentido, os profissionais de Enfermagem, que lidam diretamente com a vida humana, têm
necessidade de desenvolver competências técnicas, pessoais, comunicativas, organizacionais, sócio-
políticas entre outras. Com vista, a realizar uma assistência de qualidade.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de perceber uma
grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e especificas, pois o
profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender
os desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.

Médico-intensivista: o médico intensivista é um profissional especializado e dedicado exclusivamente


ao atendimento de pacientes internados em UTIs. Possui amplo conhecimento clínico e cirúrgico e é
responsável por auxiliar o médico assistente na investigação diagnóstica, controlar as alterações agudas
do estado clínico dos pacientes sob sua vigilância contínua (principalmente em casos de intercorrências
ameaçadoras à vida) e pela realização de procedimentos complexos emergenciais.

Médico assistente: é o médico que solicitou a vaga do paciente na UTI ou que a família do paciente
indicará para acompanhá-lo diariamente, em conjunto com a equipe da UTI e após a alta para o
apartamento. É, ainda, o responsável pelos aspectos globais da condução do caso (investigação
diagnóstica, plano terapêutico e alta), bem como por informar aos familiares sobre o quadro clínico do
paciente.

Enfermeiro: possui formação para atender pacientes de alta complexidade e com grande dependência
no leito. É responsável pela supervisão do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, assim como
pela higienização e pelo controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.

Técnico de enfermagem: responsável pelos cuidados integrais de enfermagem, incluindo realização


de procedimentos de higiene e monitoração dos sinais vitais e administração de medicamentos, sempre
sob supervisão de um enfermeiro.

Fisioterapeuta: é responsável, junto com o médico intensivista, pelo suporte respiratório por meio da
monitoração dos gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos utilizados para que o paciente
respire melhor. Tem, também, o objetivo de trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões
e evitar os vícios posturais que podem provocar contraturas.

Nutricionista: é especializado no diagnóstico e na prescrição nutricional. Diariamente, faz avaliações


e mantém o aporte calórico, proteico, glicêmico e vitamínico equilibrado para a manutenção das atividades
vitais do organismo.

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Psicólogo: todos os aspectos emocionais do paciente, da família e da equipe intensivista são
avaliados e observados por esse profissional. Sua presença, principalmente durante as visitas, é
fundamental para estabelecer a humanização, a aproximação e o apoio terapêutico necessários.

Fonoaudiólogo: tem como principais objetivos a avaliação, a orientação e a reabilitação da linguagem,


deglutição, voz e/ou fala.

Para trabalhar numa unidade de terapia intensiva é necessário entender qual tipo de paciente
poderemos encontrar nela. O paciente para ser admitido nessa área de internação precisa ser grave ou
de risco, mas com possibilidade de recuperação.

Podemos descrever resumidamente estas duas situações:

-Paciente Grave – paciente que apresenta instabilidade de um ou mais sistemas orgânicos, com risco
de morte.
-Paciente de Risco – paciente que possui alguma condição potencialmente determinante de
instabilidade.

Nas duas situações visualizamos clientes em situações críticas de saúde.


Quais são as patologias que mais levam os pacientes a este estado? O que é, de fato, essa situação
crítica?
Paciente grave/crítico é aquele que apresenta instabilidade de um ou mais de seus sistemas orgânicos,
devido às alterações agudas ou agudizadas, que ameaçam sua vida. O paciente crítico internado numa
UTI está numa situação de estresse onde suas necessidades básicas são afetadas.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de perceber uma
grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e específicas, pois o
profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender
os desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.
O objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio fisiológico e emocional ao
paciente. O profissional precisa conhecer e compreender cada vez mais a condição humana e promover
o respeito à autonomia e a dignidade de cada um, cuja “dignidade de cada um é um imperativo ético e
não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (FREIRE).
A estrutura e equipamentos de atendimento ao paciente crítico/potencialmente crítico deverá constar
da interdisciplinaridade e da humanização, com enfoque nas necessidades do usuário, na integralidade
assistencial e no respeito à participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a
paciente crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portaria 1071 de 04/07/2005).

Cuidados de enfermagem
A monitorização cardíaca deve ser contínua, com rodízio do local dos eletrodos;
Deve-se saber diferenciar artefatos de traçados reais;
Observar alterações de ritmos cardíacos, o sinusal do ritmo não sinusal, e eventual aparecimento de
arritmias;
Realizar balanço hídrico, anotando ganhos e perdas, no mínimo a cd 2h;
Ganhos: medicações, líquidos (VO e EV), dietas e líquidos por sondas, NPP (nutrição parenteral
prolongada) e hemoderivados.
Perdas: diurese, evacuação, débito de drenos, débito de sondas, e as perdas insensíveis (suor, estado
febril e vômitos).
“O balanço hídrico permite controlar e adequar o aporte hídrico de acordo com a afecção, evitando
assim a sobrecarga volêmica ou desidratação”.

Cuidados com sonda vesical


Utilizar sempre sistema fechado (troca de sondas, avaliar sinais e sintomas);
Fixação adequada: prevenção de fístulas uretrocutâneas e/ou edema uretra interna);
Homens: anterior do abdome, mantendo a uretra alinhada.
Mulheres: face interna da coxa.
Trocar a fixação a cada higiene íntima.
Higienização: 2x ao dia, com água e sabão, e depois do enxague com clorexidina aquosa= diminuir
riscos de infecção.

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Cuidados com o paciente em VM/Cânula de intubação/traqueostomia: higiene oral 3x/dia, previne
infecções respiratórias e sepse no jejum prolongado;
Observar fixação e posicionamento da cânula endotraqueal, com o objetivo de prevenir a extubação
(perdas acidentais) e a ventilação seletiva;
Aspirações de secreções, mantendo vias aéreas permeáveis sempre que necessário;
Recomenda-se cânulas com cuff de baixa pressão, diminuindo traumas de traquéia, insuflar
lentamente até cessar a saída de ar (ideal pressão de 20cmH2O);
Controlar e registrar parâmetros do ventilador;
Participar do processo de desmame;
Acompanhar evolução dos exames gasométricos e radiológicos, garantindo uma assistência de
enfermagem adequada à evolução do paciente;

Cuidados para a Prevenção de Quedas


Avaliar todos os pacientes quanto ao risco de quedas:
Idade inferior a 5 anos e superior a 65 anos;
Agitação ou confusão;
Distúrbios neurológicos;
Utilização de sedativos;
Na presença de um ou mais desses casos, recomenda-se:
Manter cama baixa, rodas travadas e grades elevadas;
Utilizar restrição ao leito SN (consentimento informado);
Atender prontamente o chamado do paciente;
Deambulação com auxílio.

Privacidade do Paciente
Respeitar sua individualidade, sua intimidade, sua privacidade, seus anseios, seus valores, sua cultura,
suas crenças;
Respeitar seus familiares e reconhecer a singularidade de cada um de nós.

Cuidados com a integridade da pele


Mudança de decúbito, para a prevenção de úlceras de pressão a cd 2 h;
Proteção das proeminências ósseas, com coxins, evitando isquemias nestas áreas de maior pressão;
Hidratação da pele e massagem de conforto após banho, favorecendo a circulação periférica e
consequentemente áreas de maior pressão;
Utilização de colchões pneumáticos, colchonetes piramidais, porém nada dispensa os cuidados
básicos.

Cuidados na Adm de DVA (drogas vasoativas)


Utilizar sempre que possível, bombas de infusão, pois desencadeiam importantes alterações
hemodinâmicas;
Controlar PA e FC no intervalo máximo de 60 minutos, para que possamos detectar e/ou corrigir
alterações hemodinâmicas.

Dopamina:
Classificação farmacológica: adrenérgico
Classificação terapêutica: inotrópico (+) e vasopressor
Apresentação: injetável, ampolas de 10 ml com 50mg
Diluição recomendada: SG5%=200ml e Dopamina (Revivan)= 50ml= 1mg/ml
Farmacodinâmica: estimula os receptores dopadrenérgicos (rim), betadrenérgicos (coração) e
alfadrenérgicos (vaso).

Indicações:
Aumenta o fluxo renal de 1 a 2 mcg/kg/min (dose dopaminérgica);
Inotrópico de 2,5 a 10 mcg/kg/min e Vasopressor >10mcg/kg/min
↑ Débito cardíaco, FC e PA;

↑ Débito cardíaco, FC e PA;

↑ RVS (resistência vascular sistêmica)

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↑ Força de contração do VE (ventrículo esquerdo)

Importante ajustar a volemia antes de administrar a droga.


Excreção: Urina

Dobutamina:
Classificação farmacológica: adrenérgico Beta 1
Classificação terapêutica: inotrópico
Apresentação: injetável, ampolas de 20ml com 250mg
Diluição recomendada: SG5%=230ml e dobutamina=20ml = 1mg/ml
Farmacodinâmica: estimula os receptores beta 1 adrenérgicos

Indicações:
Dose de 2,5 a 10mcg/kg/min, excepcionalmente até 40mcg/kg/min:
↑ DC

↓ RVS (pós carga)

↓ pressão do VE

FC estável
Excreção: bile e urina

Nitroglicerina:
Classificação farmacológica: nitrato
Classificação terapêutica: antianginoso e vasodilatador
Apresentação: injetável, ampolas de 5 e 10ml = 5mg/ml
Diluição recomendada: SG5%= 240ml e Tridil=10ml=200mcg/ml
Farmacodinâmica: ↑ a produção de óxido nítrico com ↓ do cálcio e relaxamento das veias.

Nitroprussiato de Sódio:
Classificação farmacológica: vasodilatador

Classificação terapêutica: antihipertensivo

Apresentação: injetável, ampolas de 2ml com 50mg

Diluição recomendada: SG5%=248ml e Nipride=2ml=200mcg/ml

Farmacodinâmica: produz óxido nítrico reduzindo a disponibilidade de cálcio e consequentemente


relaxamento da musculatura vascular

Indicações (subst. Fotossensível):

Vasodilatação venosa e arterial iniciando com 0,25mcg/kg/min

↓ RVS

↓ Níveis pressóricos, perfusão cerebral e coronariana

↓ pré e pós carga


Excreção: renal

Bitartarato de Norepinefrina:
Classificação farmacológica: adrenérgico
Classificação terapêutica: vasopressor e inotrópico
Apresentação: injetável, ampolas de 4ml com 1mg/ml
Diluição recomendada: SG5%=150ml e Levophed=16ml=0,1mg/ml

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Farmacodinâmica: ação vasopressora nos receptores alfa adrenérgicos e efeito inotrópico ação direta
nos receptores cardíacos beta 1.

Cuidados na adm de dietas


Verificar a dieta de acordo com a prescrição;
Elevar o decúbito 30º para infusão das dietas;
Testar a posição da sonda antes da adm indevida da dieta, com risco de aspiração;
Aspirar a sonda e avaliar resíduo, líquido de estase gástrica. Se retorno ↑ que 50% do volume infundido
nas últimas 4 horas, manter a sonda fechada, e testar resíduo após 1h;
Infundir a dieta lentamente, a fim de evitar distúrbios gastrointestinais;
Manter por 30 min após a infusão das dietas o decúbito elevado, facilitando a digestão e evitando
aspiração;
Observar ruídos hidroaéreos, distensão abdominal, náuseas, vômitos e diarreias.

A EQUIPE DE ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE

Os profissionais são frequentemente expostos a situações de enfrentamento da morte de pessoas sob


seus cuidados, sobretudo aqueles que atuam em serviços hospitalares. Apesar desse confronto com a
morte no seu cotidiano de trabalho, esses profissionais encontram dificuldade em encara-la como parte
integrante da vida, considerando-a, com frequência, como resultado do fracasso terapêutico e esforço
pela cura.
Estudar as concepções culturais do processo saúde-doença-morte nas diferentes sociedades pode
possibilitar aos profissionais de enfermagem compreender seus próprios valores e crenças diante do
processo de morrer e da morte bem como suas atitudes e ações relacionadas com a questão do cotidiano
que influenciam na sua vida pessoal e profissional.
Há uma necessidade que os profissionais têm então, de quebrarem o silêncio e ousarem falar de suas
dores, medos, do que deve ser elaborado, a fim de que suas demandas sejam atendidas e o melhor
cuidado seja oferecido, é importante que eles se permitam entristecer e não se sintam culpados.
Quando paramos para pensar sobre o que se é permitido sentir o profissional enfermeiro acerca da
morte, vem o questionamento quando ao comportamento que deve ser assumido frente ao paciente que
morre e a família, pondo duvidas em torno do cuidar com respeito.
Os profissionais da saúde acabam criando mecanismo de defesa que auxiliam no enfrentamento da
morte e do processo de morrer. Por serem preparados para manutenção da vida, a morte e o morrer em
seu cotidiano, suscitam sentidos de frustração, tristeza, perda, impotência, estresse e culpa. Em geral, o
despreparo leva o profissional a afastar-se da situação.
Como um mecanismo de defesa e proteção contra o sofrimento, o processo de morrer e morte passa
a ser visto como banal, sendo o distanciamento e endurecimento das relações frente à morte e ao
paciente terminal algo tornado natural e considerado comum e rotineiro.

Cuidados de Enfermagem Pós Morte

A assistência ao corpo de um paciente após a morte deve ser prestada com dignidade e respeito,
independente do procedimento a ser seguido.
A equipe de enfermagem têm a responsabilidade de ultrapassar a dimensão do cuidar, para além do
momento da morte já que a eles cabem o cuidado com o corpo morto.
O decreto 94.406/87, que regulamenta a lei 7.498/86, que dispõe sobre a regulamentação do exercício
da enfermagem em nosso país, determina:
Art.11- O auxiliar de enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas pela
equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
“VIII- Participar dos procedimentos pós morte...”
O Novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN nº 564/2017), em seu
Capítulo II, afirma:
Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pessoa, em todo seu ciclo vital e nas
situações de morte e pós-morte.

Cuidados: Com o corpo pós a morte são cuidados após a constatação médica do óbito. Após essa
constatação, a enfermagem deve colocar o corpo em posição horizontal e começar os procedimentos
para preparação antes que haja a rigidez cadavérica.

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A Morte significa um fim de um ciclo. Trata-se de um fenômeno natural que todos passarão. É certo
que esse dia chegará para todos, felizmente não podemos precisar o momento exato.
Desde a formação, o profissional de enfermagem tem uma pré-concepção em relação ao ser humano
que vivencia seu processo de morte e morrer. Em decorrência disso, torna-se possível fazer indagações
sobre como podemos enfrentar o medo da morte e de morrer.

Cuidados dispensados ao corpo após a constatação médica do óbito:

Objetivos:
- Deixar o corpo limpo e asseado
- Preservar a aparência natural do corpo
- Evitar a saída de gases, odores fétidos, sangue e secreções/
- Facilitar a identificação do corpo.

Após a constatação do óbito:


- Cercar o leito com biombos, colocar o avental, calcar as luvas de procedimento e equipamentos de
Proteção Individual, com máscara e óculos se necessário;
- Observar a hora;
- Fechar os olhos,
- Decúbito horizontal, deixando os membros alinhados;
- Retirar sondas cateteres, cânulas, drenos;
- Soltar a roupa do leito;
- Cobrir o corpo com lençol;
- Retirar a colcha, improvisando o saco aos pés do leito;
- Retirar a roupa do corpo, colocando-a no saco;
- Colocar a prótese dentária se houver;
- Amarrar o queixo, pés e mãos, usando ataduras (se necessário);
- Vesti-lo, colocá-lo em decúbito lateral e estender o lençol sobre o colchão;
- Virar o morto em decúbito dorsal e enrolá-lo no lençol;
- Colocar etiqueta de cartão presa com o fita adesiva de segurança no lençol na altura do peito;
- Transportá-lo ao necrotério;
- Anotar no prontuário a ocorrência completa do óbito e os cuidados prestados;
- Avisar portaria;
- Proceder a limpeza do leito e da unidade.

Material:
- Algodão;
- atadura crepe
- Esparadrapo;
- etiquetas de identificação;
- Cuba rim
- Luva de procedimento
- 2 lençóis
- Bacia com água e luva de banho se necessário. Cuidados importantes
- Evitar comentários desnecessário e manter o respeito ao corpo
- Em caso de necropsia e encaminhamento para IML, não fazer tamponamentos.

Tipos de Óbito
Definido: Quando a causa da morte é conhecida.
Mal definido: Quando a causa da morte é desconhecida.
Caso de polícia: Tem comprometimento legal. São óbitos decorrentes de acidentes ou agressões, o
corpo é encaminhado ao IML.

Questões

01.Segundo os pressupostos éticos de enfermagem, devemos respeitar o ser humano em situação


de morte e pós morte.
( )Certo ( )Errado

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02.No cuidado pós morte, o auxiliar de enfermagem pode ajudar a realizar os procedimentos com o
corpo morto.
( )Certo ( )Errado

03. (Pref. Fortaleza/CE - Enfermeiro) No que se refere aos aspectos legais e práticos do cuidar, é
atividade exclusiva do enfermeiro:
(A) realizar cuidado de pacientes hipertensos, bem como realizar ações educação de saúde.
(B) aplicar nebulização, enteroclisma, enema, executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de
pacientes e participar dos procedimentos pós-morte.
(C) promover cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de morte.
(D) realizar procedimentos invasivos e anotação no prontuário durante a realização de procedimentos.

Gabarito

01.Certo / 02.Certo / 03.C

Comentários

01.Resposta: Certo
Segundo o Art.19 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo
vital, inclusive situações de morte e pós morte”.

02.Resposta: Certo
Art.11- O auxiliar de enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas pela
equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
“VIII- Participar dos procedimentos pós morte...”

03. Resposta: C
LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I – privativamente:
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

Medidas de precaução e isolamento. Medidas de prevenção de infecção


relacionada à assistência à saúde.

INFECÇÃO HOSPITALAR

Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta
quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar,
como, por exemplo, uma cirurgia.

O diagnóstico de infecção hospitalar envolve o uso de alguns critérios técnicos, previamente


estabelecidos:
- Observação direta do paciente ou análise de seu prontuário;
- Resultados de exames de laboratório;
- Quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação no
hospital, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar
após 72 horas da admissão no hospital;
- Também são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da
internação, quando associadas a procedimentos médicos realizados durante esse período;
- Os pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadores de infecção hospitalar do
seu hospital de origem;
- As infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta ou
das associadas a bolsa rota superior a 24 horas.

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Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está
sujeita a contrair uma infecção hospitalar, que está diretamente relacionada ao tempo de internação e
procedimento a ser realizado.
Em procedimentos cirúrgicos sempre existem mais riscos de contrair infecção do que em uma
internação sem procedimentos já que Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou Centros Cirúrgicos
são locais onde há muito mais chances de contrair infecção.

Sintomatologia

Os sintomas são relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratório
ou urinário. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo.

Tratamento

Após o diagnóstico de infecção hospitalar, o tratamento é feito sempre com antibióticos injetáveis e por
período de 14 a 30 dias.

Prevenção

A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição hospitalar
e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair
doenças dentro do hospital.

Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem:
- Medidas de qualificação da assistência hospitalar;
- De vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado.

Assepsia é o processo pelo qual são afastados os micro-organismos patogênicos de um local ou


objeto. Em um hospital, a assepsia é essencial para evitar as infecções. São exemplos de assepsia:
- O ato de lavar as mãos (impede a transferência de micro-organismos presentes na mão do agente
de saúde para o paciente);
- A esterilização dos materiais;
- Não tossir, espirrar, e nem mesmo falar sobre material esterilizado;
- Uso de papel toalha para as mãos;
- Não sentar nas camas dos pacientes;
- Não colocar materiais no chão (comadre, bacia);
- Remoção das bactérias da pele (banho, limpeza).

Fica claro, portanto, que as medidas para a prevenção das infecções hospitalares são de
responsabilidade do hospital e de seus funcionários. A padronização das técnicas de assepsia é o meio
mais eficaz de evitar as infecções hospitalares.

Os hospitais devem contar com uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para:
- Fazer o diagnóstico de casos de infecção hospitalar;
- Padronizar as técnicas de assepsia;
- Promover o treinamento de funcionários;
- Ajudar no planejamento do espaço físico do hospital;
- Controlar a utilização de antibióticos no trato das infecções (para impedir o uso abusivo), entre outras
atribuições.

Fonte de Infecção Relacionada ao Ambiente

O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais fazem parte do meio ambiente de uma
instituição de saúde. Particularmente no hospital, o ambiente pode tornar-se foco de infecção hospitalar,
embora estudos tenham demonstrado não ser esse o principal meio de transmissão.

Os cuidados com o ambiente estão centrados principalmente nas ações de limpeza realizadas pelo
Serviço de Higiene Hospitalar. Há uma estreita relação deste com o Serviço de Prevenção e Controle de
Infecção Hospitalar, cabendo-lhe as seguintes incumbências:

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- Padronizar produtos a serem utilizados na limpeza;
- Normatizar ou indicar o uso de germicidas para as áreas críticas ou para as demais, quando
necessário;
- Participar de treinamentos e dar orientação técnica à equipe de limpeza;
- Participar da elaboração ou atualização de manuais a respeito do assunto.

Fonte de Infecção Relacionada à Equipe de Saúde

A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção hospitalar ou domiciliar.
As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a propagação de microrganismos que habitam
o ambiente hospitalar e diminuir os riscos de o paciente vir a adquirir uma infecção.
Por outro lado, tanto as medidas gerais como as específicas de prevenção e controle de infecção
implantadas na instituição também se direcionam para proteger o próprio trabalhador que ali desempenha
sua função, quer seja prestando assistência direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enfermagem
ou do enfermeiro, quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da lavanderia ou da
nutrição e dietética.
Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com relação à prevenção da infecção hospitalar,
devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (EPI) e ou
coletivo (EPC), quando necessário.
Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade de disponibilizar os recursos necessários à
efetivação desses cuidados. A prevenção e o controle da infecção fundamentam-se nos princípios de
assepsia, mediante a utilização de medidas para impedir a penetração de microrganismos (contaminação)
em local onde não estejam presentes.
As técnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os
procedimentos, e são agrupadas sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A assepsia médica,
refere-se às medidas adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua disseminação; e a
assepsia cirúrgica, para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril.
As medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de microrganismos em tecidos vivos são
denominadas antissepsia.

A adesão da equipe às medidas gerais de prevenção e controle de infecção ainda dependem da


conscientização e mudança de hábitos dos profissionais. Entretanto, sua adoção implica a realização de
atos simples e de fácil execução, tais como:
- Lavar sempre as mãos antes de realizar qualquer procedimento - um dos mais importantes meios
para prevenir a infecção cruzada;
- Manter os cabelos longos presos durante o trabalho, pois quando soltos acumulam sujidades, poeira
e microrganismos, favorecendo a contaminação do paciente e do próprio profissional;
- Manter as unhas curtas e aparadas, pois as longas facilitam o acúmulo de sujidades e
microrganismos;
- Evitar o uso de joias e bijuterias, como anéis, pulseiras e demais adornos, que podem constituir-se
em possíveis fontes de infecção pela facilidade de albergarem microrganismos em seus sulcos e
reentrâncias, bem como na pele subjacente;
- Não encostar ou sentar-se em superfícies com potencial de contaminação, como macas e camas de
pacientes, pois isto favorece a disseminação de microrganismos.

Infecção

É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de micro-organismos em tecidos


orgânicos.

Infecção Comunitária

É a infecção constatada ou em incubação no ato da admissão hospitalar do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior.

São também comunitárias:


- A infecção que está associada à complicação ou extensão da infecção já presente na admissão
hospitalar, a menos que haja troca de micro-organismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos
da aquisição de nova infecção;

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- A infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é reconhecida ou foi
comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovirose, sífilis, Aids);
- As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas (vinte e quatro horas).

Princípios
- Evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário;
- Resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de
antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados;
- Evidências de estudos com métodos de imagem;
- Endoscopia;
- Biópsia e outros.

Critérios gerais
- Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado
infecção hospitalar;
- Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e
ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se como infecção hospitalar
toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a
admissão;
- São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e
duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos,
realizados durante esse período;
- As infecções do recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota durante esse período;
- Pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores
de infecção hospitalar do hospital de origem. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e
ou hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele
hospital.

Classificação das Cirurgias por Potencial de Contaminação da Incisão Cirúrgica

As infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida


cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado;
A classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as
seguintes indicações:

Cirurgias limpas
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de
processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização
de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos
digestório ou urinário.
- Artroplastia de quadril;
- Cirurgias cardíacas;
- Herniorrafia;
- Neurocirurgia;
- Cirurgias ortopédicas eletivas;
- Anastomose porto cava;
- Anastomose esplenectomia;
- Mastectomia;
- Enxertos cutâneos;
- Vagotomia supra seletiva sem drenagem;
- Cirurgias vasculares;
- Cirurgias torácicas;
- Cirurgias sobre o trato respiratório intratorácico ou baixo.
- Cirurgias de peritônio: baço, fígado, pâncreas, músculos, ossos, articulações, ovários, trompas, pele,
tecido celular subcutâneo, próstata sem acesso uretral, bexiga sem acesso uretral, ureter, bacinetes.

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168
Nota: o índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 2%, porém, segundo
o Colégio Americano de Cirurgiões, pode atingir até 5%.

Cirurgias potencialmente contaminadas


São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos
de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas
discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
- Histerectomia abdominal;
- Cirurgia eletiva de intestino delgado;
- Cirurgia de vias biliares;
- Cirurgia esofágica, gástrica, duodenal e de íleo;
- Feridas traumáticas limpas;
- Cirurgias de ouvido externo;
- Cirurgia de uretra;
- Cirurgia de útero cujo acesso não seja o vaginal;
- Quebra menor da técnica asséptica;
- Drenagem mecânica.

Nota: o índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 10%.

Cirurgias contaminadas
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação
seja difícil ou impossível, bem como aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras e na
ausência de supuração local.
- Apendicectomia sem supuração;
- Cirurgia de cólon, reto e ânus;
- Cirurgia de vulva e vagina;
- Cirurgia de vias biliares em presença de bile contaminada;
- Cirurgia intranasal;
- Cirurgia oral e dental;
- Cirurgia de orofaringe;
- Fraturas expostas;
- Fraturas traumáticas recentes;
- Cirurgias com quebra da técnica asséptica (por exemplo: massagem cardíaca a céu aberto).

Nota: estes procedimentos apresentam um índice de infecção esperando elevado, entretanto não
superior a 15-20%.

Cirurgias infectadas
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de
processo infeccioso (supuração local) e ou tecido necrótico.
- Cirurgia de reto e ânus com pus;
- Cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus;
- Nefrectomia com infecção;
- Feridas traumáticas abertas tardias (depois de 10 horas);
- Parto normal ou cesariana com bolsa rota há mais de 6 horas.

O índice de infecção esperando para estes procedimentos varia de 28 a 40%

Tipos de Infecções

Infecções preveníveis
São aquelas passíveis de serem controladas e reduzidas a níveis aceitáveis. Ex.: pacientes em uso de
cateteres vesicais, venosos etc.

Infecções não-preveníveis
São aquelas que dependem basicamente do hospedeiro (paciente) e sua imunidade e não tanto dos
fatores externos. Ex.: infecção em RN prematuros, pacientes terminais, idosos, imunodeprimidos etc.

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Infecção cruzada
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de profissionais de
saúde e que também é considerada infecção hospitalar.

Colonização
É o aumento de um ou mais tipo de microrganismo sem causar uma reação patogênica.

Isolamento

Define-se como isolamento o conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e ou para o meio
ambiente.
Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas e, apenas durante o período de
transmissibilidade das doenças. Portanto, essa recomendação sobre isolamento deve se completar com
o período de incubação e de transmissão das doenças.
Chama-se de isolamento, toda vez que for necessário quarto individual; nas precauções, o quarto será
individual apenas quando possível.

Normas gerais de isolamento


Para todo paciente que necessite de qualquer tipo de isolamento, deve-se:
- Orientar todos os familiares antes da admissão do paciente na área de isolamento quanto ao provável
tempo de internamento nessa área, cuidados e medidas de biossegurança;
- Proibir visitas aos pacientes isolados, principalmente de crianças;
- Os prontuários e papeletas não deverão ser levados para dentro da área de isolamento. As anotações
poderão ser em papel à parte e logo repassadas para o prontuário;
- A mobília do local de isolamento deverá ser mínima e os utensílios alimentares, descartáveis;
- O material para curativos deverá ser unitário e calculado de acordo com o número de curativos a
serem realizados;
- A roupa de cama e a do paciente deverão ser delicadamente trocadas e encaminhadas à lavanderia
em sacos duplos;
- Objetos de uso pessoal deverão ser desinfetados.

Doenças que requerem isolamento total


São as doenças altamente contagiosas e com grande virulência, que podem ser transmitidas pelo ar
e pelo contato direto e ou indireto. Tais doenças requerem quarto privativo, ficando o paciente/doente
sozinho ou junto com outras pessoas com a mesma doença. A porta do quarto deverá estar sempre
fechada.

É obrigatório para se entrar no quarto de paciente em Isolamento Total o uso de:


- Precaução Universal ou Padrão (avental, máscara, luvas - ao manipular o paciente/doente -, óculos);
- A lavagem das mãos antes e após manuseio do paciente e ou procedimentos;
- Os aventais deverão ser individuais. E, antes de deixar o quarto, o profissional de saúde deve
dispensá-los em local apropriado. Deve-se calcular a quantidade de aventais para cada período de 24
horas de acordo com o número de funcionários que irão utilizá-los;
- Máscaras e luvas deverão ser de uso pessoal, utilizadas uma única vez, devendo ser colocadas em
área limpa e dispensadas em área contaminada. Nunca se deve deixar a máscara pendurada no pescoço,
e, ao utilizá-la deve cobrir a boca e o nariz.

IMPORTANTE:
A limpeza e desinfecção da área deverão ser feitas diariamente, e após alta ou óbito, conforme
normatização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Deverão ser normatizadas tanto as técnicas quanto os materiais de limpeza, os equipamentos de
proteção individual e as soluções a serem usadas (detergente neutro, desinfetantes).
Todo pessoal que trabalhe no setor quer administrativo, quer técnico, deverá ser sistematicamente
treinado e ou avaliado clinicamente e imunologicamente.

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Doenças a Serem Isoladas

Isolamento respiratório
- Caxumba;
- Coqueluche;
- Estreptococo beta-hemolítico (amigdalite, escarlatina);
- Herpes zoster (contato com imunodeprimidos);
- Meningite por Haemophilus;
- Meningite meningocócica;
- Pneumonia estafilocócica;
- Rubéola;
- Sarampo;
- TB (escarro positivo);

Isolamento protetor
- Agranulocitose;
- Dermatite bolhosa, vesicular ou eczematosa extensa;
- Imunodeprimido grave;
- Queimadura extensa.

Medidas para a Prevenção e o Controle de Infecções16

Controle de infecção em serviços de saúde


O Programa de Controle de Infecção em Serviços de Saúde é sinônimo de controle de qualidade. Por
isso, essa atividade está sendo desenvolvida pela Anvisa com muito engajamento, em parceria com
Vigilâncias Sanitárias estaduais, municipais, hospitais públicos e privados, instituições de ensino e
profissionais de saúde.
A meta maior é divulgar ações que possam prevenir as infecções adquiridas nas unidades de saúde -
hospitais, clínicas e ambulatórios.

Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 199817

O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das suas atribuições que lhe confere o art. 87, inciso
II da Constituição, e

Considerando as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos
hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de
vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao
seu funcionamento;
Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, estabelece
como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio
de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas”,
Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de saúde deverão
observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios
de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos
circunstantes (Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV);
Considerando os avanços técnico-científicos, os resultados do Estudo Brasileiro da Magnitude das
Infecções hospitalares. Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção Hospitalar, o
reconhecimento mundial destas ações como as que implementam a melhoria da qualidade da assistência
à Saúde, reduzem esforços, problemas, complicações e recursos;
Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída para respaldar a
formação técnico-profissional, resolve:

Art. 1º Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV, e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle
das infecções hospitalares.

16
http://www.anvisa.gov.br
17
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html - Acesso em 24.08.2020.

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Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com
vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções dos hospitais, compõem o
Programa de Controle de infecções Hospitalares.

Art. 3º A secretaria de Política de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica às


Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato cumprimento e
interpretação das normas aprovadas por esta Portaria.

Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas conforme prevê
a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta Portaria sujeitará o
infrator ao processo e às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, ou outra que a
substitua, com encaminhamento dos casos ou ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do
consumidor para aplicação da legislação pertinente (Lei nº 8.078/90 ou outra que a substitua).

Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas,
de direito público e privado envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde.

Art. 7º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 27 de agosto de 1992.

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

ANEXO I
ORGANIZAÇÃO

1. O Programa de Controle de Infecção Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas


deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das
infecções hospitalares.

2. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de


Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das
ações de controle de infecção hospitalar.
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados.
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores.
2.2.1 O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela
direção do hospital.
2.3 Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços:
2.3.1 serviço médico;
2.3.2 serviço de enfermagem;
2.3.3 serviço de farmácia;
2.3.4 laboratório de microbiologia;
2.3.5 administração.
2.4 Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os números 2.3.1 e
2.3.2.
2.5 Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção hospitalar e,
portanto, são encarregados da execução programada de controle de infecção hospitalar;
2.5.1. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
2.5.1.1. - Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
2.5.1.2. - A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada na base da
proporcionalidade de leitos indicado no número 2.5.1.
2.5.1.3. - Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de
outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas)
horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração.

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172
2.5.1.3.1. Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos:
2.5.1.3.1.1. pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal);
2.5.1.3.1.2. pacientes de berçário de alto risco;
2.5.1.3.1.3. pacientes queimados;
2.5.1.3.1.4. pacientes submetidos a transplantes de órgãos;
2.5.1.3.1.5. pacientes hemato-oncológicos;
2.5.1.3.1.6. pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
2.5.1.4 - Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o aumento do número de profissionais executores na
CCIH, ou a relativa adequação de carga horária de trabalho da equipe original expressa no número 2.5.1;
2.5.1.5 - Em hospitais com regime exclusivo de internação tipo paciente-dia, deve-se atender aos
números 2.1, 2.2 e 2.3, e com relação ao número 2.5.1., a carga de trabalho dos profissionais será de 2
(duas) horas diárias para o enfermeiro e 1 (uma) hora para os demais profissionais, independente do
número de leitos da instituição.
2.5.1.6 - Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de recursos técnicos,
materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do Programa de Controle da infecção
Hospitalar.
2.5.1.7 - Os hospitais consorciados deverão constituir CCIH própria, conforme os números 2 e 2.1,
com relação aos membros consultores, e prover todos os recursos necessários à sua atuação.
2.5.1.8 - O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais componentes. Os membros executores,
no consórcio, devem atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1, 2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4.

COMPETÊNCIAS

3. A CCIH do hospital deverá:


3.1 elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às
características e necessidades da instituição, contemplando no mínimo, ações relativas a:
3.1.1 implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hos-pitalares, de acordo
com o Anexo III;
3.1.2 adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais, visando a
prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.3 capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito à
prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.4 uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares;
3.2 avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância
Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros
executores de CCIH;
3.3 realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas
imediatas de controle;
3.4 elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de
instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares,
promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar;
3.5 elaborar, implantar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais, visando
limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas
de precaução e de isolamento;
3.6 adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais,
visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares;
3.7 definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição;
3.8 cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter
capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das
infecções hospitalares;
3.9 elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
3.10 cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, as
informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes;
3.11 notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos
diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica (notificação compulsória),
atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços
de saúde coletiva;

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3.12 notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os
casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de insumos e/ou produtos
industrializados.

4. Caberá à autoridade máxima da instituição:


4.1 constituir formalmente a CCIH;
4.2 nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio;
4.3 propiciar a infraestrutura necessária à correta operacionalização da CCIH;
4.4 aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH;
4.5 garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores
de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, independente da natureza da
entidade mantenedora da instituição de saúde;
4.6 garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal,
Estadual/Distrital de Controle de Infecção Hospitalar;
4.7 Informar o órgão oficial municipal ou estadual quanto à composição da CCIH e às alterações que
venham a ocorrer;
4.8 fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar.

5. À Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, compete:


5.1 definir diretrizes de ações de controle de infecção hospitalar;
5.2 apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar;
5.3 coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar;
5.4 estabelecer normas gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares;
5.5 estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar;
5.6 promover a articulação com órgãos formadores, com vistas à difusão do conteúdo de conhecimento
do controle de infecção hospitalar;
5.7 cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde para o controle de infecção hospitalar;
5.8 identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para o estabelecimento de padrões
técnicos de referência nacional;
5.9 prestar cooperação técnica, política e financeira aos Estados e aos Municípios, para
aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e controle de infecção hospitalar;
5.10 acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as competências estaduais/distrital
e municipais de atuação, na prevenção e controle das infecções hospitalares;
5.11 estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na área de vigilância
epidemiológica;
5.12 estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da magnitude e
gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu controle;
5.13 planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito Federal e os
Municípios;
5.14 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar.

6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar, compete:


6.1 definir diretrizes de ação estadual/distrital, baseadas na política nacional de controle de infecção
hospitalar;
6.2 estabelecer normas, em caráter suplementar, para a prevenção e controle de infecção hospitalar;
6.3 descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos Municípios;
6.4 prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando, supletivamente, ações e
serviços de saúde, caso necessário;
6.5 coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção e controle de infecção
hospitalar do Estado e Distrito Federal;
6.6 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar;
6.7 informar, sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da
Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar
estabelecidos.

7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar, compete:


7.1 coordenar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar na rede hospitalar do Município;
7.2 participar do planejamento, da programação e da organização da rede regionalizada e
hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar;

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7.3 colaborar e acompanhar os hospitais na execução das ações de controle de infecção hospitalar;
7.4 prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais;
7.5 informar, sistematicamente, à Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar do seu
Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos.

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

ANEXO II

CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

1. Conceitos básicos.
1.1. Infecção comunitária (IC):
1.1.1 é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
1.1.2 São também comunitárias:
1.1.2.1 a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na
admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da
aquisição de nova infecção;
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi
comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS);
1.1.2.3 As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa superior e 24 (vinte e quatro) horas.
1.2. Infecção hospitalar (IH):
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou
após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabelecidos e descritos.


2.1 Princípios:
2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de:
2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário;
2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa
de antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados.
2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de imagem;
2.1.1.4 endoscopia;
2.1.1.5 biópsia e outros.
2.2 Critérios gerais:
2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, foi isolado um
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado como infecção hospitalar;
2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica
e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda
manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;
2.2.3 são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta
e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos,
realizados durante este período;
2.2.4 as infecções recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;
2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados
portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção hospitalar. Nestes casos, a Coordenação
Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio
como infecção hospitalar naquele hospital.

3. Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica


3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida
cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado;
3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com
as seguintes indicações;

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3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação,
na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas
com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetração
nos tratos digestivos, respiratório ou urinário;
3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos colonizados por
flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo
infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no trans-operatório. Cirurgias com drenagem
aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratório ou urinário
sem contaminação significativa.
3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos recentemente traumatizados e
abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem
como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local.
Na presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, ou grande
contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se incluem nesta categoria.
3.2.4 Cirurgias Infectadas - são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou
órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico.

ANEXO III
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES
HOSPITALARES

1. Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa, sistemática e contínua


de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições
que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle.

2. A CCIH deverá escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais adequado às características


do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do risco da assistência, com base em critérios de
magnitude, gravidade, redutibilidade das taxas ou custo;
2.1 São indicados os métodos prospectivos, retrospectivos e transversais, visando determinar taxas
de incidência ou prevalência.

3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para Vigilância Epidemiológica
das infecções hospitalares.

4. Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de in-vestigação


epidemiológica específica.

5. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente no hospital e,


especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) Queimados, são;
5.1. Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de episódios de
infecção hospitalar no período considerado e como denominados o total de saídas (altas, óbitos e
transferências) ou entradas no mesmo período;
5.2. Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de
doentes que apresentam infecção hospitalar no período considerado, e como denominador o total de
saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no período;
5.3. Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização topográfica no paciente,
calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar em cada topografia, no
período considerado e como denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos
no período;
5.4. Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como numerador o número de
pacientes submetidos a um procedimento de risco que desenvolveram infecção hospitalar e como
denominador o total de pacientes submetidos a este tipo de procedimento.
Exemplos:
Taxa de infecção do sitio cirúrgico, de acordo com o potencial de contaminação.
Taxa de infecção urinária após cateterismo vesical.
Taxa de pneumonia após uso de respirador.
5.5 Recomenda-se que os indicadores epidemiológicos dos números 5.1 e 5.2 sejam calculados
utilizando-se no denominador o total de pacientes/dia, no período.

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5.5.1. O número de pacientes/dia é obtido somando-se os dias totais de permanência de todos os
pacientes no período considerado.
5.6 Recomenda-se que o indicador do inúmero 5.4 pode ser calculado utilizando-se como denominador
o número total de procedimentos dia.
5.6.1. O número de pacientes/dia é obtido somando-se o total de dias de permanência do procedimento
realizado no período considerado.
5.7. Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência respectiva o
indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de infecção do sitio cirúrgico, por
cirurgião e por especialidade.
5.8. Frequência das Infecções Hospitalares por Microrganismos ou por etiologia, calculada tendo como
numerador o número de episódios de infecção hospitalar por microrganismo e como denominador o
número de episódios de infecções hospitalares que ocorreram no período considerado.
5.9. Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo como numerador o número de
cepas bacterianas de um determinado microrganismo sensível e determinado antimicrobiano e como
denominador o número total de cepas testadas do mesmo agente com antibiograma realizado a partir das
espécimes encontradas.
5.10. Indicadores de uso de antimicrobianos.
5.10.1 Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou terapêutico) no período
considerado. Pode ser especificado por clínica de internação. É calculado tendo como numerador o total
de pacientes em uso de antimicrobiano e como denominador o número total de pacientes no período.
5.10.2 Frequência com que cada antimicrobiano é empregado em relação aos demais, É calculada
tendo como numerador o total de tratamentos iniciados com determinado antimicrobiano no período, e
como denominador o total de tratamentos com antimicrobianos iniciados no mesmo período.
5.11 Taxa de letalidade associada a infecção hospitalar, é calculada tendo como numerador o número
de óbitos ocorridos de pacientes com infecção hospitalar no período considerado, e como denominador
o número de pacientes que desenvolveram infecção hospitalar no período.
5.12 Consideram-se obrigatórias as informações relativas aos indicadores epidemiológicos 5.1, 5.2,
5.3 e 5.11, no mínimo com relação aos serviços de Berçário de alto risco, UTI (adulto/ pediátrica/neonatal)
e queimados.

6. Relatórios e Notificações
6.1 A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores epidemiológicos
interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser divulgado a todos os serviços e à direção,
promovendo-se seu debate na comunidade hospitalar.
6.2 O relatório deverá conter informações sobre o nível endêmico das infecções hospitalares sob
vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico detectadas, bem como as medidas de
controle adotadas e os resultados obtidos.
6.3 É desejável que cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de infecção em cirurgias
limpas referentes às suas atividades, e a taxa média de infecção de cirurgias limpas entre pacientes de
outros cirurgiões de mesma especialidade ou equivalente.
6.4 O relatório de vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações epidemiológicas deverão
ser enviados às Coordenações Estaduais/ Distrital/Municipais e à Coordenação de Controle de Infecção
Hospitalar do Ministério da Saúde, conforme as normas específicas das referidas Coordenações.

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

ANEXO IV
LAVAGEM DAS MÃOS
1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-
se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente.

2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das
infecções hospitalares.

3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas,
sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.

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4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a
um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre cada uma das
atividades.
4.1 A lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos procedimentos
cirúrgicos.

5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, o
grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em;
- realização de procedimentos invasivos;
- prestação de cuidados a pacientes críticos;
- contato direto com feridas e/ou dispositivos, tais como cateteres e drenos.

6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das
mãos em todos os níveis de assistência hospitalar.
6.1 A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos, de forma a atender à
necessidade nas diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a
obrigatoriedade da prática.

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

ANEXO V
RECOMENDAÇÕES GERAIS.

1 A utilização dos antissépticos, desinfetantes e esterilizantes seguirá as determinações da Portaria nº


15, de 23 de agosto de 1988, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS)/ do Ministério da Saúde e o
Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde/MS, 2ª edição, 1994, ou outras
que as complementem ou substituam.
1.1 Não são recomendadas, para a finalidade de antissepsia, as formulações contendo mercuriais
orgânicos, acetona, quaternário de amônio, líquido de Dakin, éter e clorofórmio.

2. As normas de limpeza, desinfecção e esterilização são aquelas definidas pela publicação do


Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, 2ª edição,
1994 - princípios ativos liberados conforme os definidos pela Portaria nº 15, SVS, de 23 de agosto de
1988, ou outras que a complementem ou substituam.

3. As normas de procedimentos na área de Microbiologia são aquelas definidas pela publicação do


Ministério da Saúde - Manual de Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica para o Controle de
Infecção Hospitalar, 1ª edição, 1991, ou outras que as complementem ou substituam.

4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde - Manual
de Lavanderia Hospitalar, 1ª edição, 1986, ou outras que as complementem ou substituam.

5. A Farmácia Hospitalar seguirá as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Guia


Básico para a Farmácia Hospitalar, 1ª edição, 1994, ou outras que as complementem ou substituam. (Of.
nº 31/98)

2. Repercussões da Portaria MS 2.616 / 98 para o controle de infecções


A Portaria 2.616/98 representou a adequação da antiga regulamentação ministerial às novas
determinações da Lei Federal 9.431 de 06 de janeiro de 1997. A partir de um projeto de lei que
aperfeiçoava a Portaria MS 930/ 92, esta lei, aprovada pelo Congresso, foi vetada em vários de seus
artigos, causando um profundo impacto negativo, principalmente diante dos profissionais, que de alguma
forma atuavam no controle efetivo das infecções hospitalares. Apesar da controvérsia instalada, a referida
lei teve como aspecto positivo a destacar ter tornado obrigatória a existência de uma Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH),
definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo
a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais.
Como as portarias anteriores, a 2.616/98 é composta por cinco anexos com as diretrizes e normas
para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. O anexo I trata da organização e competências

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do programa e da comissão de controle de infecção. No anexo II temos conceito e critérios diagnósticos
das infecções hospitalares; no anexo III temos orientações sobre a vigilância epidemiológica das
infecções hospitalares e seus indicadores; nos anexos IV e V observamos recomendações sobre a
lavagem das mãos e outros temas como uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia, dando
ênfase à observância de publicações anteriores do Ministério da Saúde.
O anexo I mantém as definições da CCIH e PCIH da Lei Federal. Há uma melhor especificação da
composição da CCIH, que deverá ter seus membros formalmente designados pela direção do hospital,
incluindo seu presidente, que fará obrigatoriamente parte do conselho diretivo da instituição. Os membros
são divididos em consultores e executores, sendo estes últimos encarregados da execução do PCIH,
representando o ex- Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Uma importante novidade é que
a sua composição deve ser informada ao órgão oficial municipal ou estadual.
Na composição deste serviço observamos uma importante alteração, ao recomendar preferentemente
um enfermeiro e que o segundo profissional de nível superior não seja necessariamente um médico. À
carga horária recomendada anteriormente (6 horas diárias para o enfermeiro e 4 horas diárias para o
outro profissional, para cada 200 leitos) foram acrescidas duas horas adicionais de trabalho diário para
cada 10 leitos destinados aos pacientes críticos (terapia intensiva, berçário de alto risco, queimados,
transplante de órgãos, pacientes hemato-oncológicos ou com AIDS). Isto parte do princípio que a
vigilância e as medidas de controle nestas unidades requerem atenção diferenciada. Entretanto, esta
composição deve acompanhar a política de recursos humanos do hospital como um todo, particularmente
nas instituições com deficiências de pessoal em outras áreas essenciais do atendimento.
A competência da CCIH na Portaria 2616/98 é uma somatória do que foi atribuído à CCIH e ao SCIH
na recomendação anterior, acrescidas de novas e importantes determinações, de acordo com as
características e necessidades da instituição. Dentre estas se destacam: o uso racional de
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares. Além disso, em conjunto com a Comissão
de Farmácia e Terapêutica, deve definir uma política de utilização de antimicrobianos e na ausência de
um núcleo de epidemiologia deve informar às autoridades sanitárias, os casos diagnosticados ou
suspeitos de doenças de notificação compulsória, relatar as informações epidemiológicas solicitadas e os
casos suspeitos de estarem relacionados à utilização de insumos ou produtos industrializados. Estas
novas recomendações objetivam tornar mais atuante as ações de controle de infecção, integrando-as na
estrutura administrativa da instituição, substituindo seu papel eminentemente consultivo para participar
com maior profundidade dos processos decisórios. Além disso, aprimora a integração do controle de
infecção com as autoridades sanitárias.
Outro aspecto importante introduzido por esta nova portaria é a atribuição de competências específicas
ao Estado, seja a nível federal, estadual ou municipal. Para a Coordenação de Controle de Infecção
Hospitalar do Ministério da Saúde ficou a definição das diretrizes e sua coordenação geral, apoiando a
descentralização das ações, estabelecendo as normas, critérios, parâmetros e métodos para o controle
de infecções. É deste nível a responsabilidade para promover a articulação com órgãos formadores, para
a difusão do conhecimento do controle de infecções, cooperando com a capacitação dos profissionais de
saúde, identificando serviços de referência. Destacamos que muitas destas atividades, mesmo sem estar
formalmente estabelecidas, já foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, mas depois foram
inexplicavelmente abandonadas.
Além disto, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Política de Saúde e da Coordenação de
Controle de Infecção Hospitalar, deve cooperar técnica, política e financeiramente com as ações
desenvolvidas pelos Estados e Municípios, acompanhando e avaliando-as, procurando estabelecer um
sistema nacional sobre infecção hospitalar, divulgando indicadores da sua magnitude, gravidade e
qualidade das ações de controle. Assim os dados seriam coletados regionalmente e encaminhados ao
Ministério da Saúde para uma consolidação de caráter nacional. Logo, compete às coordenações
Estaduais e Municipais definir as normas locais, descentralizando efetivamente as ações, prestando apoio
técnico, financeiro e político aos municípios, acompanhando, avaliando e divulgando os indicadores
epidemiológicos de infecção hospitalar, além de informá-los periodicamente ao Ministério da Saúde. Para
os municípios cabe adicionalmente acompanhar os hospitais nas ações de controle de infecção,
prestando apoio técnico à sua execução.
De acordo com o que foi noticiado pela imprensa leiga, existe uma tendência a se tornar as infecções
hospitalares uma doença de notificação compulsória. Apesar da importância inquestionável de termos
dados nacionais a respeito deste problema de saúde pública, esta medida deve ser repensada, tendo em
vista o questionável valor prático de sua implantação nestes moldes e principalmente das possíveis
repercussões no atendimento à saúde, particularmente para os que são assistidos pela iniciativa privada,
onde muitas vezes as patologias de notificação compulsória não são cobertas pela preestabelecida
abrangência contratual de assistência. Assim tememos as sérias consequências para cada um destes

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pacientes, que ficariam a mercê de seus próprios recursos, de eventuais demandas jurídicas contra os
hospitais ou seus convênios, ou estariam sobrecarregando o sistema público de atendimento, como já
acontece com a maioria das doenças que atualmente são de notificação compulsória. A nosso ver, seria
preferível que as instituições fossem efetivamente obrigadas a notificar periodicamente seus indicadores
epidemiológicos de infecção hospitalar e estes dados seriam consolidados em um sistema de vigilância
epidemiológica, como aliás está recomendado atualmente.
Os critérios diagnósticos de infecção hospitalar, discutidos no anexo II, sofreram uma importante
alteração no que refere à classificação das infecções em recém-nascidos. Assim, passaram a ser
consideradas comunitárias, além das transmitidas de forma transplacentária, aquelas associadas à bolsa
rota por período superior a 24 horas. Outro ponto enfatizado é a necessidade de se informar os casos de
IH adquiridas em outro hospital à Coordenação Estadual/Distrital/Municipal ou à instituição de origem.
Este mesmo anexo apresenta uma classificação das cirurgias por potencial de contaminação, que, de
acordo com sua recomendação, deverá ser feita pelo cirurgião, ao final do ato operatório. Basicamente,
o princípio que norteia estes critérios, coincide com o exposto no decorrer deste livro, ou seja, o intra-
operatório determina a classificação e não mais aquelas “famosas” listas de procedimentos, que o
classificavam arbitrária e previamente. Assim, as cirurgias limpas são as realizadas sem intercorrências
em tecidos estéreis. As operações potencialmente contaminadas ocorrem em tecidos colonizados com
flora pouco numerosa e em tecidos estéreis, mas com falhas técnicas discretas ou drenagem. Os
procedimentos contaminados são executados nos casos de tecidos recentemente traumatizados ou
abertos, falhas técnicas grosseiras, inflamação aguda, cicatrização em segundo intenção, ou em locais
com flora bacteriana abundante. Finalmente, as cirurgias infectadas são aquelas realizadas em presença
de supuração ou necrose.
No anexo III, o conceito de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares determina a
observação ativa, sistemática e contínua da sua distribuição e dos eventos e condições que afetam sua
ocorrência. Inclui também a possibilidade de avaliar pacientes não hospitalizados, nos métodos de
vigilância pós alta e principalmente que as atividades devem ser realizadas “com vistas à execução
oportuna das ações de prevenção e controle”, ou seja, a consolidação e interpretação dos dados deve
ser ágil, indicando rapidamente as prioridades das ações de controle, possibilitando resultados práticos
desta atividade. Permanece a recomendação pelos métodos ativos de vigilância, que deverão ser
adequados às características do hospital. Foi introduzida também a possibilidade de realizar o método
apenas em determinados setores do hospital, de acordo com as opções desenvolvidas pelos
componentes da metodologia NNIS.
É obrigatório pelo menos o cálculo da taxa de infecção hospitalar; taxa de pacientes com infecção
hospitalar; distribuição percentual dos episódios de IH; e a taxa de letalidade associada a infecção
hospitalar. Os dois primeiros podem ser obtidos em relação ao total de diárias (pacientes-dia) e não
apenas em relação às saídas, calculando-se assim a taxa de densidade, que melhor reflete a exposição
dos doentes a estes episódios. É recomendado que a frequência das infecções por microrganismos seja
calculada a partir do número de episódios de infecção hospitalar e não pelo total de agentes isolados,
caso em que obtemos a sua distribuição. É sugerido que o dimensionamento do consumo de antibióticos
seja feito através do cálculo do percentual de pacientes que utilizaram estas drogas e pela frequência
relativa do emprego de cada princípio ativo. Ressaltamos que o cálculo da Dose Diária Definida,
recomendada pelo Manual de Farmácia Hospitalar editado pelo próprio Ministério da Saúde, é um melhor
indicador da utilização destas drogas.
O anexo IV é dedicado especificamente à lavagem das mãos, identificada como a mais importante
ação para o controle das infecções hospitalares, devendo ser realizada após contatos que envolvam
mucosas, secreções, excretas e sangue ou outros fluídos corpóreos. Mesmo na assistência a um único
paciente ela deve ser realizada sempre que envolver a manipulação de outro sítio corporal.
Adicionalmente é recomendada a lavagem com antissépticos na realização de procedimentos invasivos,
prestação de cuidados a doentes críticos e no contato direto com feridas ou dispositivos invasivos como
cateteres e drenos. Por sua vez, o anexo V trás recomendações gerais sobre o uso de germicidas
(mantendo a proibição do emprego de vários antissépticos tradicionais), normas para limpeza,
desinfecção e esterilização, além de orientações para os procedimentos na área de microbiologia,
lavanderia e farmácia, sempre recomendando o seguimento das orientações definidas em portarias e
normas previamente elaboradas pelo Ministério da Saúde.

Questões
01.(SESAU-RO - Farmacêutico – FUNRIO/2017) São competências da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH) do hospital, segundo o Anexo I da Portaria MS 2.616/98, EXCETO:

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(A) avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância
Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros
executores de CCIH.
(B) realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar
medidas imediatas de controle.
(C) definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica e de Farmacoeconomia, a
lista de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares com custo menor visando
economizar recursos das unidades de saúde.
(D) elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
(E) notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os
casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de insumos e/ou
produtos industrializados.

02.(EBSERH – Enfermeiro – IBFC) Para a adequada execução do Programa de Controle de Infecções


Hospitalares (PCIH), os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),
órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção
hospitalar. Considerando a composição dos membros da CCIH, analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para
baixo.
( ) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados. Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores.
( ) O presidente ou coordenador da CCIH será sempre um médico, indicado pela direção do hospital.
( ) Um dos membros executores deve ser, obrigatoriamente, um enfermeiro.
( ) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
(A) V,V,V,F;
(B) V,F,F,V;
(C) F,V,V,V;
(D) V,F,V,V;
(E) V,F,F,F.

03. (EBSERH - Enfermeiro Neonatologia - Instituto AOCP) Qual é a Portaria do Ministério da


Saúde que dispõe sobre a normatização do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)?
(A) Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998.
(B) Portaria nº 2.615, de 01 de maio de 1998.
(C) Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 2000.
(D) Portaria nº 3.088, de 23 de janeiro de 2011.
(E) Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978.

04. (HCFMUSP - Enfermagem – VUNESP) Conforme a Portaria n° 2.616/1998, é correto afirmar,


sobre infecção hospitalar, que
(A) quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada uma infecção comunitária, for isolado um
micro-organismo diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso não
deverá ser considerado como infecção hospitalar.
(B) as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e daquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas.
(C) os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados
portadores de infecção hospitalar do hospital atual.
(D) não são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da
internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos realizados durante este
período.
(E) as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e daquelas associadas à bolsa rota inferior a 24 horas.
05. (UFRJ - Enfermeiro Geral – UFRJ) De acordo com a Portaria MS 2.616/98, a Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deverá implantar a Vigilância Epidemiológica, acompanhar,
avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos das infecções hospitalares. Dentro destas atribuições,
é INCORRETO afirmar que:

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(A) Os métodos de busca passivos são recomendados para de coleta de dados de vigilância
epidemiológica das infecções hospitalares.
(B) Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de investigação
epidemiológica específica.
(C) A CCIH deverá escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais adequado às características
do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do risco da assistência
(D) É desejável que cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de infecção em cirurgias
limpas referentes às suas atividades.
(E) O cálculo das taxas de infecções hospitalares deve ser realizado por cada procedimento
individualmente.

Comentários

01. Resposta: C
3.7. definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição;

02. Resposta: B
De acordo com a Portaria MS 2.616 / 98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar
no país.
(V) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados. Os membros da CCIH serão de 2 tipos: consultores e executores.
(F) O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela
direção do hospital.
(F) Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
(V) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.

03. Resposta: A
PORTARIA Nº 2616, DE 12 DE MAIO DE 1998
Regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, em substituição a Portaria MS
930/92.

04.Resposta: B
(A) quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado com infecção hospitalar.
(B) GABARITO
(C) os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados
portadores de infecção do hospitalar do hospital de origem da infecção. Nestes casos, a Coordenação
Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio
como infecção hospitalar naquele hospital.
(D) São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72
(setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou
terapêuticos, realizados durante este período.
(E) as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e daquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas.

05. Resposta: A
De acordo com a Portaria MS 2.616/98:
ANEXO III
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES
HOSPITALARES
3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para Vigilância
Epidemiológica das infecções hospitalares.

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