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Platão e Aristóteles

MARIA DE LOURDES RIOBOM


 Imediatamente a seguir à época de Péricles, Atenas viu-
se envolvida em várias guerras e viu a sua sociedade
desintegrar-se em grupos rivais.
 É nesse período que surge um grupo de pensadores –
os sofistas – que se preocupava em preparar os jovens
para a liderança política, através de disciplinas como a
retórica, a arte da persuasão. Assim, a aquisição de
habilidades linguísticas vai suplantar o estudo dos
poetas antigos. Também o objectivo da “vida boa”,
baseado na pólis e no ethos vai começar a perder força,
sendo suplantado por princípios de êxito material.
 Tanto Sócrates como Platão vão preocupar-se com o
abandono de uma formação para a cidadania.
 Platão, nascido em Atenas, numa família aristocrática,
no ano de 428 a. C., começou aos vinte anos a
frequentar a “escola” de Sócrates e a morte do mestre
alterou para sempre a sua vida.
 Nas suas primeiras obras faz desde logo, a defesa das
teses socráticas contra os sofistas.
 Destacaremos aqui A República, que era uma proposta
para reformar a sociedade através da educação dos
guardiães da República.
 Platão desejava um Estado governado apenas pelos
mais aptos que, não teriam de ser forçosamente nem
aristocratas, nem ricos mas sim, uma elite instruída que
demonstrasse a sua capacidade para governar através
de uma total integridade, que tomasse o Bem como
modelo para o ordenamento correcto do Estado e do
indivíduo. (A República, VII:540).
 Em termos de educação começa por propor a existência
de uma espécie de jardim de infância (coisa que nunca
existiu na Antiguidade, nem antes, nem depois de
Platão), com jogos, cantos e fábulas devidamente
escolhidas.
 Seguir-se-ia progressivamente uma introdução à música
com declamação de poetas de cujas obras seriam
censuradas as passagens consideradas como não
adequadas e, ginástica. Entre os 16 e os 20 anos
haveria uma iniciação à vida militar. Dos 20 aos 30, os
mais idóneos estudariam certas matérias como a
matemática. Só aqueles que confirmassem plenamente
as suas capacidades para o estudo podiam continuá-lo
depois dos 30 anos e até aos 35, exercitando-se em
dialéctica, enquanto os menos idóneos se destinariam à
função de guerreiros.
 Os aspirantes a filósofos, cumpridos os 35 anos deviam
passar por uma grande fase de aprendizagem prática,
como funcionários de segunda ordem ao serviço do
Estado. Só a partir dos 50 seriam livres por algum tempo
para se dedicarem à meditação; por fim
desempenhariam as funções de “filósofos - regentes”.
 As mulheres receberiam pouco mais ou menos a
mesma educação mas não parece que estivesse
prevista a possibilidade de se converterem em filósofas.
 Platão insiste várias vezes na questão de que é
desnecessário dedicar-se ao estudo se, para isso não
se tiver dedicação e vivo interesse pois, fazê-lo à força e
sob coação é indigno do homem livre, e evidentemente
do jovem que se destina a tornar-se num homem livre.
 Para Platão a arte suprema é a arte de governar, e
concebe o estadista simultaneamente como educador e
legislador.
 Assim, o seu interesse pelas artes resulta do facto de
considerar que fazem parte da educação adequada dos
guardiães da República.
 Para Platão, a realidade última devia procurar-
se nas “formas ideais”, que são eternas e que
só podem ser apreendidas da educação do
poder da razão.
 No Livro 10º da República Platão dá o
exemplo das 3 camas:
 - a ideia de cama que é eterna e obra de Deus
e, por isso constitui a suprema verdade ;
 - a do carpinteiro que é algo que vemos no mundo das
aparências;
 - e, por fim, a cama, tal como aparece numa pintura.
 A cama do carpinteiro é uma imitação do ideal que não
podemos ver; as imagens de camas na pintura são
“imitações de imitações”, e pelo facto de estarem longe
do ideal proporcionam um conhecimento menos fiável. A
pintura apresenta a cama tal como parece, não tal como
é, e tais aparências são enganosas, já que à imagem
faltam muitos dos atributos do arquétipo que imita.
 Assim, as pinturas, como fonte de conhecimento, são
enganadoras pois não dizem toda a verdade, e assim
toda a arte está sujeita a erro, inclusive a dos grandes
poetas como Homero.
 Porque parecia importante a Platão a questão de
demonstrar se a arte dizia a verdade?
 A resposta temo-la nas muitas mudanças que, ao longo
da sua vida se produziram na cultura grega. Antes do
nascimento de Platão, e durante centenas de anos, os
grandes poetas como Homero eram considerados as
principais fontes de sabedoria e verdade.
 Através de Homero aprendia-se a viver a “vida boa” e a
governar com justiça. O homem instruído era aquele que
podia recitar grandes passagens da Ilíada e da
Odisseia, habilidades que os sofistas aperfeiçoavam nos
seus alunos em troca de algum dinheiro.
 Sócrates e Platão deram-se conta que um político
ambicioso podia usar tais habilidades para simular uma
falsa virtude.
 Platão pretendia reformular o Estado sobre novas
bases, garças à arte da investigação racional, e
converter os guardiães educados ao uso da razão como
 fundamento da justiça do seu Governo.
 Apesar do perigo potencial que representavam, Platão
não defendia a eliminação das artes da educação, pois
não sendo espartano, considerava que artes de tipo
adequado podiam ter um papel importante no
desenvolvimento da criança.
 Aristóteles nasceu em Estagira, em 384 ou 383 a. C. e
entrou para a Academia de Platão, na qual permaneceu
até à morte do mestre em 348 ou 347 a.C.
 Contrariamente a Platão, Aristóteles não delineou um
modelo de Estado ideal, sem fundamento na realidade
histórica.
 Para Aristóteles a função essencial do Estado era a
educação dos cidadãos, igual para todos e tendo em
vista a preparação para a guerra mas também para a
vida pacífica e, sobre tudo para a virtude.
 No entanto, os escravos seriam excluídos da educação
e da vida política.
 A sua forma de ver a arte baseava-se numa concepção
da realidade diferente da de Platão, e chegou assim a
conclusões diferentes acerca da arte e da educação.
 Considera que a educação dos cidadãos é uma função
essencial do Estado, que deverá ser uniforme e
preparar, quer para a guerra, quer para a vida pacífica, e
acima de tudo para a virtude. Da educação e da vida
política serão excluídos os escravos.
 Para Aristóteles não existia nenhum mundo separado
das formas e recusava a ideia de Platão de que a poesia
e as outras artes eram inferiores como fontes de
conhecimento.
 Para Platão, o processo artístico implicava copiar algo
que tinha tido uma existência prévia e que nunca
poderia ser plenamente reproduzido através da cópia.
Aristóteles via o artista como uma pessoa hábil na
realização de imitações.
 Por ex., um drama apresentava imitações de pessoas
que não existiam na realidade, mas que podiam ter
 existido ou até vir a existir. Apesar de imitar a natureza,
a obra é única. Para ele, a arte não é a imitação da
imitação como para Platão. Criar arte, significava
conhecer a dinâmica da natureza e a psicologia das
acções humanas.
 Considerava que a música e a poesia eram
essencialmente educativas em sentido moral e entendia
que deviam ser ensinadas tanto aos jovens como aos
cidadãos mais velhos.
 Na sua Política distinguiu quatro ramos no ensino, ou
seja, a leitura e a escrita, a ginástica, a música e o
desenho.
 A leitura, a escrita e o desenho justificam-se pela sua
utilidade na vida, a ginástica pela sua capacidade de
incutir coragem. A música era uma actividade intelectual
com valor próprio, qualquer coisa que se fazia com
satisfação intrínseca e na qual se pode encontrar uma
enorme felicidade.
 No entanto, a enorme influência de Aristóteles na
educação posterior, deve-se, não tanto aos seus
conselhos enquanto tais como ao conjunto da sua
doutrina e mais particularmente à sua psicologia e à sua
ética.

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