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Comentários sobre a matéria Direito Tributário na prova do AFRF 2005 -

Prof. Marco Possetti

I) Prova 3 – Gabarito 1 – Área: Tributária e Aduaneira

Do total de 20 questões, considero que 11 podem ser consideradas difíceis, eis


que não permitiam a resposta com o mero conhecimento do texto da CF e/ou do CTN,
exigindo em muitos casos que o candidato soubesse de leis específicas sobre certos
tributos e de jurisprudência no âmbito do STJ.

Vamos pautar esta primeira análise sobre a prova em cima das questões que
podem comportar recursos, tendo em vista o exíguo prazo existente para sua
apresentação.

A) Questão 12, 2ª assertiva: temos aqui um texto truncado, que carece de


clareza, o qual não permite saber exatamente qual o objeto de questionamento. Em um
certo trecho fala que que “mesmo que nada diga a respeito”, e após menciona “quando
haja previsão da lei mais favorecida”. Que “lei mais favorecida” seria essa? A lei que
concedeu a isenção ? Ou uma outra lei? Mas que outra lei?

E a rigor, a questão sobre a extensão da isenção prevista em lei para produtos nacionais
aos produtos importados é bastante discutida no âmbito jurisprudencial. Temos
inclusive súmula do STF que defende a extensão:

Súmula 575

À MERCADORIA IMPORTADA DE PAÍS SIGNATÁRIO DO (GATT), OU


MEMBRO DA

(ALALC), ESTENDE-SE A ISENÇÃO DO IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE


MERCADORIAS

CONCEDIDA A SIMILAR NACIONAL.

No mesmo sentido entende o STJ:

Súmula 71
O BACALHAU IMPORTADO DE PAIS SIGNATARIO DO GATT E ISENTO DO
ICM.

B) Questão 13, 4ª assertiva: o CTN adota como regra a irretroatividade, eis que a
leitura conjunta dos arts. 105 (regra geral da irretroatividade) e 106 (exceções à
irretroatividade) permite concluir isso. O gabarito oficial está a dizer que o CTN não
adotaria como regra a irretroatividade! Portanto o gabarito certo seria a letra “c”.

C) Questão 14, 4ª assertiva: é falsa, e não verdadeira como propõe o gabarito


oficial, diante da letra do § 2º do art. 62 da CF, o qual fala apenas em “impostos” e não
em contribuições. Considerando a 4ª assertiva falsa, a questão fica sem gabarito. A
questão DEVE ser anulada.

D) Questão 15, 1ª e 2ª assertivas: foram consideradas falsas pelo gabarito oficial,


mas em que pese não corresponderem aos exatos termos do textos dos arts. 114 e 115
do CTN, respectivamente, pode-se dizer que não estão em contradição com os seus
conteúdos (estão contidos neles).

E) Questão 16: Considero que tanto a letra “a” (a do gabarito oficial) como
também a letra “e” podem ser consideradas corretas. A “a” pelo disposto no art. 128
combinado com o art. 124,II do CTN e a “e” pelo previsto no 124,I (pensa-se que o
examinador quis diferenciar interesse na situação que constitua o fato gerador de
interesse no fato gerador, mas soa um tanto preciosista).

F) Questão 18, 4ª assertiva: segundo a letra do CTN a isenção é uma causa de


exclusão do crédito tributário. Quem diz que seria uma dispensa legal do pagamento do
tributo é a doutrina tradicional, mas não está escrito isso no CTN de forma literal
(conforme menciona a assertiva).

G) Questão 19:

1ª assertiva: prolixa, sem clareza. Estão faltando palavras para dar nexo à
assertiva ou então a parte entre vírgulas está fora do contexto ou sobrando.

2ª assertiva: para a Fazenda, justifica sim infração à lei. Esta é a tese defendida.
Sabe-se que o STJ tem entendido de forma diferente, mas a matéria NÃO ESTÁ
SUMULADA, e nada impede que a Fazenda reverta tal entendimento.
3ª assertiva: também aqui a questão não está pacificada no âmbito da
jurisprudência e doutrina, nem tampouco há súmula a respeito.

H) Questão 20, 3ª assertiva: matéria não sumulada no âmbito do STJ, a qual não
deveria ser objeto de questionamento, eis que a matéria pode ser objeto de alteração de
entendimento.

II) Prova 2 – Gabarito 1 – Área: Tecnologia da Informação

Do total de 15 questões, considero que 3 podem ser consideradas difíceis.


Quanto à possibilidade de recursos, menciono a questão 54, em que o enunciado diz que
não posso afirmar que IPTU terá alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel. É
que a CF fala que “poderá” ter alíquotas progressivas (art. 156, § 1º,I). Ocorre que a
própria CF no § único do art. 145 determina que os impostos, sempre que possível,
DEVEM ser graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. E uma forma
de se fazer tal graduação seria via a estipulação das alíquotas progressivas no IPTU (eis
que são possíveis). Então o tal poder na verdade seria um dever, pela conjugação dos
dois dispositivos da CF.

Boa sorte com os recursos.

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