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CURSO DE DIREITO
PUBLICIDADE DA ADVOCACIA
Glaubert Santos de Sá
ARACAJU
2010
CAMILA MENDES FERREIRA DOS SANTOS
GLAUBERT SANTOS DE SÁ
PUBLICIDADE DA ADVOCACIA
ARACAJU
2010
1. INTRODUÇÃO
Sabemos que as normas éticas não estão limitadas à condição de meros juízos de
valor, mas são imperativas, impondo uma diretriz obrigatória, com o escopo de preservar a
dignidade da profissão que escolhemos exercer. Aí reside a importância de interpretarmo-las,
discutindo não apenas o preceito e a coação que as formam, mas o sentido que elas dão à
advocacia e a qualidade que elas pretendem que seja alcançada nos serviços prestados e no
relacionamento da classe dos advogados com a sociedade.
Avraham Cohen descreve o que é discrição através de uma metáfora em seu texto
“Humildade”:
Uma única moeda no cofre faz barulho, porém, quando o cofre está
cheio, as moedas não soam ao serem chacoalhadas. Quando o cofre
está vazio, com poucas moedas, é possível escutar o ruído. Isto
significa que, quando alguém não possui dentro de si muita sabedoria
e nem qualidades especiais é justamente esta pessoa quem faz mais
barulho. Porém, daquele que está repleto de virtudes, dificilmente
ouvimos algo a seu respeito, pois a humildade que o acompanha faz
com que seja bem discreto.
O advogado pode mencionar a área que atua, por exemplo, área cível, mas não pode
citar os procedimentos, ou seja, dizer que atua em separações, divórcios, inventários. Por
vezes, isso pode ser um ponto negativo, pois o cliente nem sempre sabe o que significa a
expressão “área cível”, ele tem familiaridade com o procedimento: ação de cobrança,
inventário, separação, divórcio. Então, se ele recebe um cartão que menciona apenas “área
cível”, ele pode sequer procurar o profissional, por falta de conhecimento.
Como citamos, o advogado pode dar a titulação dele, doutor, mestre. Mas o uso de
expressões como ‘a melhor advocacia do bairro’, por exemplo, é proibido, pois não se podem
usar formas que traduzam a venda direta de serviços. Outras frases de cunho mercandológico,
que implicam diretamente na captação direta de clientes não podem ser utilizadas, por
exemplo, “Sem advogado não se faz justiça”.
Quando o anúncio visar captação de clientela, estando fora dos padrões éticos ditados
pelo Código de Ética, incidirá o advogado em infração disciplinar que consta no artigo 34,
inciso IV do Estatuto da Advocacia e Ordem dos Advogados da OAB, que veda quaisquer
formas que se utilizem para “angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de
terceiros”. A sanção cabível para este caso é a censura ou mera advertência.
Pelo mesmo motivo, é inadmissível o uso de adesivos e outdoors, pois também são
procedimentos de mercantilização.
A divulgação não pode ser feita em rádio, televisão ou em propaganda de rua, tais
como cartazes ou outdoors. O código de Ética e Disciplina alcança o advogado no foro, na
rua, em seu escritório, enfim, em todos os espaços públicos onde o seu comportamento possa
repercutir no prestígio ou desprestígio da advocacia. Anúncios veiculados em rádio e televisão
ferem o Código de Ética e o EAOAB e, principalmente, a dignidade da classe. Por
conseqüência os advogados devem evitar uma aparição continuada na mídia e, se for
necessário, que seja feita apenas no intuito informacional sem conotação para a captação
excessiva de clientela. Bertozzi assim dispõe sobre o assunto:
5. A PUBLICIDADE NA INTERNET
Uma página na Web não difere muito de um anúncio posto em jornal, já que é um
meio de imprensa cujo acesso depende do próprio interessado. Anteriormente, ausente
expressa vedação para sua utilização, e agora, presente expressa autorização, cumpre
concluir-se que a página deve respeitar, na sua elaboração, as características básicas impostas
aos demais anúncios, quais sejam discrição e moderação, sem jamais incorporar informações
vedadas (tabelas de honorários, por exemplo), fotografias e símbolos não admitidos, ou
formato que a aproxime de anúncios mercantis, ofendendo a sobriedade da advocacia.
Os advogados devem ter a consciência de que integram uma instituição que tem
dedicado a sua vida em defesa da democracia e dos direitos humanos. Como disse o
Conselheiro da OAB/SC, PAULO RONEY ÁVILA FAGÚNDEZ:
Concluímos este trabalho com uma frase retirada de uma decisão do Tribunal de Ética de São
Paulo:
LOBO, Paulo Luiz Netto - Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 5ª Ed. São
Paulo; Saraiva, 2009
ELIAS, Paulo Sá. A Ética do Advogado na Publicidade Eletrônica Via Internet. Disponível
em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=290. Acesso em 19/09/2010.
PEREIRA, Eugênio Eduardo Tavares de Melo de Sá. Marketing Jurídico e Código de Ética da
OAB: Uma Abordagem focada na Publicidade dos Escritórios de Advocacia Corporativos.
Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5688. Acesso em 19/09/2010.