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LEI Nº 8.

112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990


Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais.

PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE


1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527, DE 10 DE
DEZEMBRO DE 1997.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título I

Capítulo Único

Das Disposições Preliminares

Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas
federais.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na


estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados


por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em


lei.

Título II

Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição

Capítulo I

Do Provimento

Seção I

Disposições Gerais

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos


estabelecidos em lei.

§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever


em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com
a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte
por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais


poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de
acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de
20.11.97)

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade


competente de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução.

Seção II
Da Nomeação

Art. 9o A nomeação far-se-á:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou


de carreira;

II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança


vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza


especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento


efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do


servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as
diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção III

Do Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado
em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele
expressamente previstas.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser
prorrogado uma única vez, por igual período.

§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão


fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de
grande circulação.

§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em


concurso anterior com prazo de validade não expirado.

Seção IV

Da Posse e do Exercício
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de


provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de


provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas
hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o
prazo será contado do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. (Redação


dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que


constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
emprego ou função pública.

§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo
previsto no § 1o deste artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e
mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da


função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar


em exercício, contados da data da posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou


designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de


publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado
por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão


registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão


competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o
servidor. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo
necessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o


prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. (Incluído


pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das


atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho
semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e
oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a


regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser
convocado sempre que houver interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em


leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento


efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses,
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho
do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V- responsabilidade.
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será
submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do
servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que
dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,


reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único
do art. 29.

§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de


provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou
entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as


licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso
para outro cargo na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos


previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
de formação, e será retomado a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

Seção V

Da Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de


provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos
de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial


transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
assegurada ampla defesa.

Seção VI

Da Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VII

Da Readaptação
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a


habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese
de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até
a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VIII

Da Reversão
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Redação dada


pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da


aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Provisória nº


2.225-45, de 4.9.2001)

a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de


4.9.2001)

b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória nº


2.225-45, de 4.9.2001)

c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de


4.9.2001)

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (Incluído


pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua


transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para


concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas


atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá,
em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com


base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. (Incluído pela


Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta)
anos de idade.

Seção IX

Da Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo


anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada
a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as
vantagens.

§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade,


observado o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao


cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
posto em disponibilidade.

Seção X

Da Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente


ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será


aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XI

Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante
aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato


aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos
ou entidades da Administração Pública Federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em


disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de
Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o


servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
médica oficial.

Capítulo II

Da Vacância

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo


estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança
dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - a juízo da autoridade competente;

II - a pedido do próprio servidor.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo III

Da Remoção e da Redistribuição

Seção I

Da Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito


do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de


10.12.97)

II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da


Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou


militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva


às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação
por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de


interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

Seção II

Da Redistribuição
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado
ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)

IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;


(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;


(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do


órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de


trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou
criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre


o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo


ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá


ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório,
em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Da Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os


ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do
órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo


que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza
Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na
vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante
o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de


direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou
impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção
dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades


administrativas organizadas em nível de assessoria.

Título III

Dos Direitos e Vantagens

Capítulo I

Do Vencimento e da Remuneração

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público,


com valor fixado em lei.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens


pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será


paga na forma prevista no art. 62.

§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da


de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art.
93.

§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter


permanente, é irredutível.

§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou


assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. (Incluído


pela Lei nº 11.784, de 2008

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração,


importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a
qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos
incisos II a VII do art. 61.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nº 9.624, de 2.4.98)

Art. 44. O servidor perderá:

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;


(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências


justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo
na hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser
estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força


maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas
como efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá
sobre a remuneração ou provento. (Regulamento)

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em


folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de
custos, na forma definida em regulamento.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de


1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista,
para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do
interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por
cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do


processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão


liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que
tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para
quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua
inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,


seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão
judicial.

Capítulo II

Das Vantagens

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes


vantagens:

I - indenizações;

II - gratificações;

III - adicionais.

§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer


efeito.

§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento,


nos casos e condições indicados em lei.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para
efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo
título ou idêntico fundamento.

Seção I

Das Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:

I - ajuda de custo;

II - diárias;

III - transporte.

IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51,
assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)

Subseção I
Da Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do


servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança
de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição
de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 1o Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de


sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo
e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do
óbito.

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme


se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3
(três) meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou
reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União,
for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo


será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,


injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II

Das Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou


transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens
e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada,
alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade
quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por
meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do


cargo, o servidor não fará jus a diárias.
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma
região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com
países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território
nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer
motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que


o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
previsto no caput.

Subseção III

Da Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas


com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos,
por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Subseção IV

Do Auxílio-Moradia
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas


comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de
hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a
comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes


requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído pela
Lei nº 11.355, de 2006)

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; (Incluído


pela Lei nº 11.355, de 2006)

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município
aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de
construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006)

IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;


(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em
comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores -
DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não


se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou
domicílio do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos
últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela
Lei nº 11.355, de 2006)

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou


nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Incluído pela Lei nº


11.490, de 2007)

Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o
servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a 8 (oito)
anos dentro de cada período de 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos dentro de cada período de


12 (doze) anos, o pagamento somente será retomado se observados, além do disposto no
caput deste artigo, os requisitos do caput do art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no
caso, o parágrafo único do citado art. 60-B. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por
cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de
Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento)
da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada,


fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de
R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à


disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago
por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Seção II

Das Gratificações e Adicionais


Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos
aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;


(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - gratificação natalina;

III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;

VI - adicional noturno;

VII - adicional de férias;

VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de


2006)

Subseção I

Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento


(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção,


chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é
devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em


comissão de que trata o inciso II do art. 9o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada -


VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se
referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no
9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita
às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção II

Da Gratificação Natalina
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da
remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
respectivo ano.

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada


como mês integral.

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada
ano.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina,


proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da
exoneração.

Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer
vantagem pecuniária.

Subseção III

Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001, respeitadas as


situações constituídas até 8.3.1999)

Subseção IV

Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou


em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida,
fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade


deverá optar por um deles.

§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a


eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou


locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a


gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas
atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de


periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício
em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
termos, condições e limites fixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou


substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses
de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a


exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Subseção V

Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50%


(cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações
excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Subseção VI

Do Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e


duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de
25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos
e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que


trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Subseção VII

Do Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das
férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das
férias.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou


assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada
no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Subseção VIII

Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso


(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor
que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento)

I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de


treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para


análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de
provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº
11.314 de 2006)

III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público


envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação
de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições
permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de


concurso público ou supervisionar essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de
2006)

§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo


serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei
nº 11.314 de 2006)

I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a


complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas
de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela
Lei nº 11.314 de 2006)

III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais,


incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal: (Incluído
pela Lei nº 11.314 de 2006)

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades


previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de
2007)

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista
nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as


atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das
atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de
carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do
art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao
vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como
base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos
proventos da aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

Capítulo III

Das Férias

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o
máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses
em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
(Férias de Ministro - Vide)

§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de


exercício.

§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. (Incluído pela Lei nº
9.525, de 10.12.97)

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias
antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.
(Férias de Ministro - Vide)

§ 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá


indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na
proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze
dias. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)

§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for


publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)

§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no


inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.
(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou


substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de
atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade
pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou
entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)

Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez,


observado o disposto no art. 77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Das Licenças

Seção I

Disposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:

I - por motivo de doença em pessoa da família;

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

III - para o serviço militar;

IV - para atividade política;

V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - para tratar de interesses particulares;

VII - para desempenho de mandato classista.

§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de
suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o
disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença


prevista no inciso I deste artigo.

Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da


mesma espécie será considerada como prorrogação.

Seção II

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do
cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou
dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante
comprovação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou
mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser


concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação dada pela
Medida Provisória nº 479, de 2009)

I - por até sessenta dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;


e (Incluído pela Medida Provisória nº 479, de 2009)

II - por até noventa dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela
Medida Provisória nº 479, de 2009)

§ 3o O início do interstício de doze meses será contado a partir da data do


deferimento da primeira licença concedida. (Redação dada pela Medida Provisória nº
479, de 2009)

§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas


as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de doze meses,
observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
I e II do § 2o. (Incluído pela Medida Provisória nº 479, de 2009)

Seção III

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja


servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou
entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
exercício de atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

Seção IV

Da Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na
forma e condições previstas na legislação específica.

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias
sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.
Seção V

Da Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas


funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou
fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição,


o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
período de três meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VI

Da Licença-Prêmio por Assiduidade

Da Licença para Capacitação


(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse
da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são


acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)


Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 90. (VETADO).

Seção VII

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante


de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do


servidor ou no interesse do serviço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
Seção VIII

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o


desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito
nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o
disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em
regulamento e observados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de
2005) (Regulamento)

I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor; (Inciso incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)

II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; (Inciso incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores. (Inciso
incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou


representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso


de reeleição, e por uma única vez.

Capítulo V

Dos Afastamentos

Seção I

Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade
dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento)
(Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Regulamento)

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação dada


pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada pela Lei nº 8.270, de


17.12.91)
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou
entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de


economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do
cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas
pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)

§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União.


(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do


Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.
(Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela


requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
10.470, de 25.6.2002)

§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia


mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua
folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e
§§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a
autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos
casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº
10.470, de 25.6.2002)

§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de


promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor,
independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005)

Seção II

Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes


disposições:

I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado


optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de vereador:


a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração.

§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade


social como se em exercício estivesse.

§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido


ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seção III

Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial,
sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo,


somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida


exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual
ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
afastamento.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo,


inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em
regulamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que


o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
(Vide Decreto nº 3.456, de 2000)

Seção IV
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu


no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a


participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição
de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade
com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação
em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que
serão avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907,
de 2009)

§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado


somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo
órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por
licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com
fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de
afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente


serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou
entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento
neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 479, de 2009)

§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o


deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por
um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria,


antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá
ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento
no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão
ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior,


autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Capítulo VI

Das Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;

II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;

III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :


a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,


enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando


comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo
do exercício do cargo.

§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no


órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência,


quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de
compensação de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha


cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste
caso, compensação de horário na forma do inciso II do art. 44. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de


horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe
atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 11.501, de 2007)

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é


assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro,


aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos
menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Capítulo VII

Do Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal,
inclusive o prestado às Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos
em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados
como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I - férias;

II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos


Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte


do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em


programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito


Federal, exceto para promoção por merecimento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme


dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VIII - licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,


cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de
provimento efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou


administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços
a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela
Lei nº 11.094, de 2005)

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº


9.527, de 10.12.97)

f) por convocação para o serviço militar;

IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar


representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica;

XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe


ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;

II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com


remuneração, que exceder a trinta dias em período de doze meses. (Redação dada pela
Medida Provisória nº 479, de 2009)

III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;

IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual,


municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a
que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.

§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em


operações de guerra.

§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado


concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade
de economia mista e empresa pública.

Capítulo VIII

Do Direito de Petição

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em


defesa de direito ou interesse legítimo.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e


encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os


artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso:


I - do indeferimento do pedido de reconsideração;

II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver


expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às
demais autoridades.

§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver


imediatamente subordinado o requerente.

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é


de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
recorrida.

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da
autoridade competente.

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do


recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110. O direito de requerer prescreve:

I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria


ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
relações de trabalho;

II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for
fixado em lei.

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato


impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a


prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela
administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou


documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando
eivados de ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo
motivo de força maior.

Título IV
Do Regime Disciplinar

Capítulo I

Dos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as


protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver


ciência em razão do cargo;

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela
via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa.

Capítulo II

Das Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe


imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou


objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou


execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o


desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação


profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da


dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou


não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo


quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo
grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em


razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades


particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se
aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades


em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela
Lei nº 11.784, de 2008

II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta


Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
2008

Capítulo III

Da Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação


remunerada de cargos públicos.

§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em


autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação


da compatibilidade de horários.

§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou


emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no
caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois
cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado
de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de
horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos
órgãos ou entidades envolvidos.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Das Responsabilidades

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício


irregular de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso


ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será


liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução
do débito pela via judicial.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a


Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será


executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas


ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou


comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo


independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de


absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Capítulo V

Das Penalidades

Art. 127. São penalidades disciplinares:

I - advertência;

II - suspensão;

III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;


V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o


fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de
proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique
imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas
com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,


injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela
autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.

§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá


ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros


cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração
disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I - crime contra a administração pública;

II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual;

IV - improbidade administrativa;

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI - insubordinação grave em serviço;


VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou


funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por
intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento
sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo
disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta


por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (Incluído


pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula


do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas
em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu,
termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo
anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por
intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa
escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos
arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à


inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos
autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade
julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do
art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua
boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do
outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de


demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos
cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que
os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao


rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que
constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as
circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-


se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver


praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de
demissão.

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração


efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos
IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do


art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo
público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for
demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV,
VIII, X e XI.

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao


serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também
será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se
especialmente que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência


intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço


sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente,
durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto


à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos
autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o
processo à autoridade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo


e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas


mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
(trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos


regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30
(trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição


de cargo em comissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.

§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou


conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.

§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe


a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia


em que cessar a interrupção.

Título V

Do Processo Administrativo Disciplinar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é


obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)

§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)

§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere,


poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que
tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade,
delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
competências para o julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que
contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração


disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:

I - arquivamento do processo;

II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;

III - instauração de processo disciplinar.


Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30
(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória
a instauração de processo disciplinar.

Capítulo II

Do Afastamento Preventivo

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na
apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar
poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60
(sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Capítulo III

Do Processo Disciplinar

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar


responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou
que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três
servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no
§ 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior
ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente,


podendo a indicação recair em um de seus membros.

§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge,


companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau.

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e


imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter


reservado.

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;

III - julgamento.

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60


(sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus


trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as


deliberações adotadas.

Seção I

Do Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório,


assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos
em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça


informativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração


está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos
ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo
disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos,


acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo


pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas,
produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.

§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados


impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento
dos fatos.

§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato


independer de conhecimento especial de perito.
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido
pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser
anexado aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado


será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do
dia e hora marcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo
lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.

§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á


à acareação entre os depoentes.

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o


interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e


sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será
promovida a acareação entre eles.

§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à


inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas,
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão
proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica
oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado


e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor,


com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão


para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do
processo na repartição.

§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências


reputadas indispensáveis.

§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo


para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão
que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à
comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por
edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na
localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze)
dias a partir da última publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não


apresentar defesa no prazo legal.

§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o


prazo para a defesa.

§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo


designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde


resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para
formar a sua convicção.

§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade


do servidor.

§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o


dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes
ou atenuantes.

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à


autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

Seção II

Do Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a


autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do


processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá


à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou


disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora
do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova
dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às


provas dos autos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a


autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la
ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou


a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total
ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração
de novo processo.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art. 142, § 2o,
será responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora


determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar
será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado
na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado
a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o
cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do


art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:

I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição,


na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;

II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da


sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção III

Da Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou
de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer
pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo


respectivo curador.

Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento


para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo
originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de


Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao
dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a


constituição de comissão, na forma do art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.

Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção
de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos
trabalhos.

Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as


normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos
do art. 141.

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do


recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à
destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de


penalidade.

Título VI

Da Seguridade Social do Servidor

Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua
família.

§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente,


ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e
fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção
da assistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração,


inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro
efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência social
no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do
Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste
período, os benefícios do mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei nº
10.667, de 14.5.2003)

§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a


manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo
percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do
cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito,
inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até o segundo dia útil
após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os
procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na
data de vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão
sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que
atendam às seguintes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice,


acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;

III - assistência à saúde.

Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos


em regulamento, observadas as disposições desta Lei.

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:

I - quanto ao servidor:

a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;

c) salário-família;

d) licença para tratamento de saúde;

e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

f) licença por acidente em serviço;

g) assistência à saúde;

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;

II - quanto ao dependente:

a) pensão vitalícia e temporária;

b) auxílio-funeral;

c) auxílio-reclusão;

d) assistência à saúde.

§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou


entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos
arts. 189 e 224.

§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé,


implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Capítulo II

Dos Benefícios

Seção I

Da Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de


acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço;

III - voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher,
com proventos integrais;

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e


25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher,


com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) se


mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o


inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante),
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base
na medicina especializada.

§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou perigosas,


bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III,
"a" e "c", observará o disposto em lei específica.

§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica oficial, que


atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das
atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com
vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
permanência no serviço ativo.

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da


publicação do respectivo ato.

§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de


saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2o Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o


cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do


ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão consideradas apenas as


licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças
correlacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde
ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação
das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº
11.907, de 2009)

Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância do disposto


no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens


posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço


se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por
esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber
provento integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da
aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a
1/3 (um terço) da remuneração da atividade.

Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia vinte
do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o
adiantamento recebido.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações


bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de
setembro de 1967, será concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e
cinco) anos de serviço efetivo.

Seção II

Do Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de


filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no
caso de natimorto.

§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinqüenta por


cento), por nascituro.

§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a


parturiente não for servidora.

Seção III
Do Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por


dependente econômico.

Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção


do salário-família:

I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um)


anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer
idade;

II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na


companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;

III - a mãe e o pai sem economia própria.

Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do


salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive
pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.

Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o
salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de
acordo com a distribuição dos dependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta


destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base
para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a


suspensão do pagamento do salário-família.

Seção IV

Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou
de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em
perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do


servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha


exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses
previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de


recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada
pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12


(doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante
avaliação por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo,
bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de
1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou


natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em
serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será
submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e
condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
(Regulamento).

Seção V

Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)

§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.

§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será


submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30


(trinta) dias de repouso remunerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-
paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora
lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá
ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um)
ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto
nº 6.691, de 2008)

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1


(um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Seção VI

Da Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em


serviço.

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo
exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do


cargo;

II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento


especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui


medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos
adequados em instituição pública.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável
quando as circunstâncias o exigirem.

Seção VII

Da Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal
de valor correspondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do
óbito, observado o limite estabelecido no art. 42.
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e
temporárias.

§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que somente se


extinguem ou revertem com a morte de seus beneficiários.

§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou


reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário.

Art. 217. São beneficiários das pensões:

I - vitalícia:

a) o cônjuge;

b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de


pensão alimentícia;

c) o companheiro ou companheira designado que comprove união estável como


entidade familiar;

d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;

e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de


deficiência, que vivam sob a dependência econômica do servidor;

II - temporária:

a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos,


enquanto durar a invalidez;

b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade;

c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez,
que comprovem dependência econômica do servidor;

d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21


(vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as alíneas "a"


e "c" do inciso I deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas
alíneas "d" e "e".

§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas


"a" e "b" do inciso II deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos
nas alíneas "c" e "d".

Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia,


exceto se existirem beneficiários da pensão temporária.
§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalícia, o seu valor será
distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados.

§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do valor


caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes
iguais, entre os titulares da pensão temporária.

§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o valor integral da


pensão será rateado, em partes iguais, entre os que se habilitarem.

Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-
somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação


tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos
a partir da data em que for oferecida.

Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime
doloso de que tenha resultado a morte do servidor.

Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos
seguintes casos:

I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não


caracterizado como em serviço;

III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de


segurança.

Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou


temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o
eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente
cancelado.

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:

I - o seu falecimento;

II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão


ao cônjuge;

III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário inválido;

IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada, aos 21 (vinte e um)


anos de idade;

V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;


VI - a renúncia expressa.

Parágrafo único. A critério da Administração, o beneficiário de pensão temporária


motivada por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das
condições que ensejaram a concessão do benefício. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
2009)

Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota


reverterá:

I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os titulares da


pensão temporária, se não houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;

II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta destes, para o


beneficiário da pensão vitalícia.

Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na


mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto
no parágrafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais


de duas pensões.

Seção VIII

Do Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou


aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão


do cargo de maior remuneração.

§ 2o (VETADO).

§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de


procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o
disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho,


inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da
União, autarquia ou fundação pública.

Seção IX

Do Auxílio-Reclusão
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes
valores:

I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante


ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por


sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à


integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em


que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

Capítulo III

Da Assistência à Saúde

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família


compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica,
terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção
da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou
entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou
ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo
servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. (Redação dada
pela Lei nº 11.302 de 2006)

§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou
inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o
órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento
do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade
pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto no


parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de
serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses
fins, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de
suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto à
entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas entidades
autárquicas e fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de assistência à


saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem
como para seus respectivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão
por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funcionamento do
órgão regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data somente
poderão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de autogestões, a
ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de
fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,


operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que possuam autorização
de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido pelo servidor ou


pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela Lei
nº 11.302 de 2006)

Capítulo IV

Do Custeio

Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)

Título VII

Capítulo Único

Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público

Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)


Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

Título VIII

Capítulo Único

Das Disposições Gerais

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos
respectivos planos de carreira:

I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que favoreçam o


aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio.

Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos,
excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para
o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o


servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em
sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição


Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela
decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;

b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato,


exceto se a pedido;

c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o
valor das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria.

d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos,


quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento
individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que


comprove união estável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde a repartição
estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

Título IX

Capítulo Único

Das Disposições Transitórias e Finais

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na
qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas,
regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo
determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo
de prorrogação.
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime instituído por
esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicação.

§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não integrantes de tabela


permanente do órgão ou entidade onde têm exercício ficam transformadas em cargos em
comissão, e mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou
entidades na forma da lei.

§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas por servidor


integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.

§ 4o (VETADO).

§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da Justiça,


remunerados com recursos da União, no que couber.

§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade no serviço público,


enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em
extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos
planos de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.

§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, não amparados pelo
art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da
Administração e conforme critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados
mediante indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo exercício no
serviço público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de


rendimentos, serão considerados como indenizações isentas os pagamentos efetuados a
título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)

§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto no § 7o poderão ser


extintos pelo Poder Executivo quando considerados desnecessários. (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos servidores


abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênio.

Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou
por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na
forma prevista nos arts. 87 a 90.

Art. 246. (VETADO).

Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá ajuste de contas
com a Previdência Social, correspondente ao período de contribuição por parte dos
servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de
8.1.91)
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta Lei, passam a
ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os servidores abrangidos
por esta Lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o
servidor civil da União conforme regulamento próprio.

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, dentro de 1 (um)
ano, as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184
do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de
outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo. (Mantido
pelo Congresso Nacional)

Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos
financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente.

Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e respectiva


legislação complementar, bem como as demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e 102o da República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 12.12.1990 e Republicado no D.O.U.


de 18.3.1998

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo Congresso Nacional, do


Projeto que se transformou na Lei n.° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que "dispõe
sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais".

O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, MAURO


BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 7° do art. 66 da
Constituição, promulgo as seguintes partes da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990:

"Art. 87
.............................................................................................................................

§ 1° ..................................................................................................................................

§ 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não gozados pelo servidor que


vier a falecer serão convertidos em pecúnia, em favor de seus beneficiários da pensão.
Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para aposentadoria com provento
integral será aposentado:

I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente superior àquela em que se


encontra posicionado;

II - quando ocupante da última classe da carreira, com a remuneração do padrão


correspondente, acrescida da diferença entre esse e o padrão da classe imediatamente
anterior.

Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, chefia, assessoramento,
assistência ou cargo em comissão, por período de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10
(dez) anos interpolados, poderá aposentar-se com a gratificação da função ou
remuneração do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um período
mínimo de 2 (dois) anos.

§ 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de maior valor não


corresponder ao período de 2 (dois) anos, será incorporada a gratificação ou
remuneração da função ou cargo em comissão imediatamente inferior dentre os
exercidos.

§ 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens previstas no art. 192,


bem como a incorporação de que trata o art. 62, ressalvado o direito de opção.

Art. 231.
...........................................................................................................................

§ 1° ..................................................................................................................................

§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral do Tesouro Nacional.

Art. 240.
...........................................................................................................................

a) .....................................................................................................................................

b) .....................................................................................................................................

c) .....................................................................................................................................

d) de negociação coletiva;

e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça do Trabalho, nos


termos da Constituição Federal.

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, dentro de 1 (um) ano,
as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do
antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de
outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo."
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência e 103° da República.

MAURO BENEVIDES
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no


âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e


da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os


critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de


poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal


de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo


previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e


sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos


administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de


certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à


produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar
sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em


lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos


interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o


atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem


prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a


condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos
e conhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão


objeto de consideração pelo órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a


representação, por força de lei.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de


outros previstos em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade;

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;


III - não agir de modo temerário;

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o


esclarecimento dos fatos.

CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de


interessado.

Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida


solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de


documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
eventuais falhas.

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou


formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.

Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e


fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
preceito legal em contrário.

CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou


interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito
anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a


que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de


competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de caráter normativo;

II - a decisão de recursos administrativos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.

§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites


da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta


qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes


devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais


das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em
matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá
ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade


que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou


representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente
e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou


respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o


fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.

Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta


grave, para efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso,


sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada


senão quando a lei expressamente a exigir.

§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a


data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.

§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido


quando houver dúvida de autenticidade.

§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão


administrativo.

§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados,
cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao
interessado ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade


responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser
praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro,
mediante comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,


cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo


determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências.

§ 1o A intimação deverá conter:

I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;

II - finalidade da intimação;

III - data, hora e local em que deve comparecer;

IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;

V - informação da continuidade do processo independentemente do seu


comparecimento;

VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data


de comparecimento.

§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com
aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.

§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio


indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições


legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla


defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos
e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados


necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações
probatórias.

§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados


necessários à decisão do processo.

§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se


do modo menos oneroso para estes.

Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios
ilícitos.

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão
competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a
parte interessada.

§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais,


a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
para oferecimento de alegações escritas.

§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de


interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta
fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da


questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do
processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão


estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de
organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de
participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do
procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos


ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a
respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.

Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção
dos documentos ou das respectivas cópias.

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão,


juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir
alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório


e da decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas


propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de


provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se


entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
decisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem


necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela
Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com


antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.

§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado,


o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se
quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem
prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos
laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.

Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no


prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá


motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do
interessado.

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou


cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à
imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final
elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à
autoridade competente.

CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos


processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o


prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
motivada.

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;


V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de


pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato


administrativo.

§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em


declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio


mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito
ou garantia dos interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões


orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou


parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a


tenha formulado.

§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o


prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público
assim o exige.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida
sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á
da percepção do primeiro pagamento.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade


administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse


público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade
e de mérito.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a


reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de


caução.

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da


súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões
da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
11.417, de 2006).

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias


administrativas, salvo disposição legal diversa.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão


recorrida;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição
de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.

§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual
período, ante justificativa explícita.

Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente


deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que
julgar convenientes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação


decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá
intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem
alegações.

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente,


sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de


ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à


situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o


órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em


violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao
órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras
decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal
nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da


sanção.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial,


excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o


vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da
hora normal.

§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do


vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo
o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos


processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa.

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei


própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os


procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela
Lei nº 12.008, de 2009).

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº
12.008, de 2009).

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008,


de 2009).

III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).


IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados
avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o
início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua


condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as
providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie


o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Renan Calheiros
Paulo Paiva

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 1.2.1999 e Retificado no D.O.U de


11.3.1999
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal.

0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem
como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11
e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do


Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta


implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética,
integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria


da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos
membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim

Eate texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

ANEXO

Código de Ética Profissional do


Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I

Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais


são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo
ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal.
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e
da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto,
o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da
Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem


e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou


indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que
a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser


entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se


integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na
conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse


superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la,
ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade
humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público


caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado,
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao


setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer
outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a
ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos
serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores,
velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de


desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações
humanas.

XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,


respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o
engrandecimento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de


que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou


procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em
que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa
para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos


bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de


comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e


as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie
de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra


qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da


vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos
ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato


contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais


adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do


exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação


pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as


tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez,
mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam


atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com


finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais
e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste


Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências,


para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que
deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a


este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por


qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu


conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses


de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira,


gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si,
familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para


providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços


públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer


documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu


serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a


honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de


cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,


indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e


respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta
que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo
ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor
público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação
forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função
pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos,
qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente
constituídas. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da


execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para
o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.

XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração


de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com
este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas
este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao
respectivo Ministro de Estado. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência,
poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a
Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e,
cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor
público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O retardamento dos
procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Comissão,
cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e
providências. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato
submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a
omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas
às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da consciência ética na
prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o expediente deverá ser
remetida à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República.
(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura


e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus
integrantes, com ciência do faltoso.

XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento


da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a
falta de previsão neste Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos
princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões; (Revogado pelo Decreto nº
6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal,
como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão


houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante
a respectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e observância
das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princípios éticos e
morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes. (Revogado pelo Decreto nº
6.029, de 2007)
Organização do Estado

Noções Gerais:

- Forma de Governo: República ou Monarquia.

- Sistema de Governo: Presidencialismo ou Parlamentarismo.

- Forma de Estado: Federação ou Estado Unitário.

O Estado unitário abrange três espécies: Estado unitário puro (absoluta centralização
do poder); Estado unitário descentralizado administrativamente (a execução das
decisões políticas é descentralizada) e Estado unitário descentralizado administrativa
e politicamente (descentralização política e administrativa).

Organização do Estado no Brasil:

- Forma de Governo: República.

- Sistema de Governo: Presidencialismo.

- Forma de Estado: Federação.

Federação

Origem:

A forma federativa do Estado teve sua origem nos Estados Unidos. As treze
colônias britânicas da América ao se tornarem independentes, estabeleceram um
pacto de colaboração para se protegerem das ameaças da antiga metrópole. Todavia,
neste pacto havia o direito de secessão (direito de retirada), que os tornava
fragilizados.

Para solucionar esse problema, os Estados estabeleceram uma forma federativa de


estado em que não se permitiria mas o direito de secessão. Assim, os Estados
cederam parte da sua soberania para um órgão central, formando os Estados Unidos
da América.

Movimentos:

- Movimento centrípeto (de fora para dentro): Os Estados cederam parcela


de sua soberania formando um órgão central. Federação dos Estados Unidos.

- Movimento centrífugo (do centro para fora): O Estado unitário


descentralizou-se. Federação do Brasil.
O federalismo brasileiro é chamado de Federalismo atípico, pois não resultou de um
processo de agregação daquilo que era separado, mais sim de um processo de
desagregação do Império, transformando as províncias em Estados.

Características:

- Descentralização política: Os entes da federação possuem autonomia.

- Constituição rígida como base jurídica: As competências dos entes da


federação estão estabelecidas numa constituição rígida.

- Inexistência do direito de secessão: Não se permite o direito de retirada de


algum ente da federação, tanto que a tentativa de retirada enseja a intervenção
federal.

Conforme o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, a República


Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal (art. 1º da CF).

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma


federativa de estado (art. 60, §4º, I da CF).

- Soberania do Estado Federal: Enquanto os estados são autônomos entre si,


nos termos da Constituição Federal, o País é soberano.

- Auto-organização dos estados-membros: Os Estados organizam-se através


da elaboração das constituições estaduais.

- Órgão representativo dos estados-membros: Senado.

- Órgão guardião da Constituição: Supremo Tribunal Federal.

Conceito:

Federação é uma forma de estado caracterizada pela existência de duas ou mais


ordens jurídicas que incidem simultaneamente sobre o mesmo território sem que se
possa falar em hierarquia entre elas, mas em campos diferentes de atuação.

Componentes da República Federativa do Brasil:

A República Federativa do Brasil é formada pela União, Estados, Distrito Federal e


Municípios.

“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de Direito...”
(art. 1º da CF).

“A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta constituição” (art. 18 da CF).
Fundamentos da República Federativa do Brasil:

- Soberania (art. 1º, I da CF): É a República Federativa do Brasil (conjunto


formado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios) que possui soberania e
não a União.

- Cidadania (art. 1º, II da CF).

- Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF).

- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, IV da CF).

- Pluralismo político (art. 1º, V da CF).

Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

- Construir uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, I da CF).

- Garantir o desenvolvimento nacional (art. 3º, II da CF).

- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais (art. 3º, III da CF):

A EC 31/00 criou o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza para vigorar até


2010. Tal fundo deve ser regulamentado por lei complementar, contando em seu
Conselho Consultivo e de Acompanhamento com representantes da Sociedade Civil.

- Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, IV da CF).

Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas relações


internacionais:

- Independência nacional (art. 4º, I da CF).

- Respeito aos dos direitos humanos (art. 4º, II da CF).

- Autodeterminação dos povos (art. 4º, III da CF).

- Não-intervenção (art. 4º, IV da CF).

- Igualdade entre os Estados (art. 4º, V da CF).

- Defesa da paz (art. 4º, VI da CF).

- Solução pacifica dos conflitos (art. 4º, VII da CF).

- Repúdio ao terrorismo e ao racismo (art. 4º, VIII da CF).


- Cooperação ente os povos para o progresso da humanidade (art. 4º, IX da
CF).

- Concessão de asilo político (art. 4º, X da CF): Asilo político é o acolhimento


de estrangeiro que está sofrendo perseguição geralmente do seu próprio país, em
razão de dissidência política, livre manifestação do pensamento ou ainda, crimes
relacionados coma segurança do Estado que não configurem delitos no direito penal
comum.

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e social e


cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações (art. 4º, parágrafo único da CF).

Desta forma, o Brasil assinou o Tratado de Assunção (1991) juntamente com a


Argentina, Paraguai e Uruguai, formando o Mercosul (Mercado Comum do Sul). O
processo integracionista compreende três etapas, o livre comércio (eliminação das
barreiras ao comércio entre os membros), a união aduaneira (aplicação de uma tarifa
externa comum ao comércio com terceiros países) e o mercado comum (livre
circulação de fatores de produção). O Mercosul encontra-se na segunda fase.

O Protocolo de Ouro Preto (1994) reconheceu a personalidade de direito


internacional ao Bloco.

Idioma Oficial da República Federativa do Brasil:

A língua portuguesa é o idioma oficial (art. 13 da CF). “O ensino fundamental


regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem” (art. 210, §2º da CF).

Símbolos da República Federativa do Brasil:

São símbolos da República Federativa do Brasil: a bandeira, hino, armas e selo


nacionais (art. 13, §1º da CF). “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios” (art.13, §2º da CF).

Vedações constitucionais aos entes da Federação:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão:

- Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público (art. 19, I
da CF). Este inciso demonstra que o Brasil é um Estado Laico, isto é, que não pode
estar ligado a nenhuma religião.

- Recusar fé aos documentos públicos (art.19, II da CF).

- Criar distinções entre brasileiros (art. 19, III da CF): Traz o princípio da
isonomia.
- Criar preferências entre si (art. 19, III da CF): “Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros” (art. 150, VI, “a” da CF).

União

Características:

- Internamente: A União é uma pessoa jurídica de direito público interno. É


autônoma, uma vez que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-
administração e autolegislação, configurando a autonomia financeira, administrativa
e política.

- Internacionalmente: Embora a União não se confunda com o Estado Federal


(República Federativa do Brasil), poderá representá-lo internacionalmente.

Bens da União:

- Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos (art. 20,
I da CF).

- As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e


construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei (art. 20, II da CF):

As terras devolutas (terras vazias) situadas na faixa de fronteira (faixa de 150 Km


largura ao longo das fronteiras terrestres voltadas para defesa do território nacional)
são bens públicos dominicais pertencentes à União. As demais, desde que não
tenham sido trespassadas aos Municípios, são de propriedade dos Estados.

- Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou


que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais (art. 20, III da CF).

- As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no
art. 26, II (art. 20, IV da CF).

- Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva


(art. 20, V da CF).

Zona econômica exclusiva: Compreende uma faixa que se estende das 12 às


200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para
medir a largura do mar territorial (art. 6º da Lei 8617/93).
Plataforma continental: Compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se
estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural
de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma
distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a
largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental
não atinja essa distância (art. 11 da lei 8617/93).

- O mar territorial (art. 20, VI da CF): Compreende uma faixa de 12 milhas


marítimas de largura, medida a partir da linha baixa-mar do litoral continental e
insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas
oficialmente no Brasil (art. 1º da lei 8617/93).

“A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das 12 às 24


milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a
largura do mar territorial” (art.4º da lei 8617/93).

- Os terrenos de marinha e seus acrescidos (art. 20, VII da CF).

- Os potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII da CF).

- Os recursos minerais, inclusive os do subsolo (art. 20, IX da CF).

- As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos


(art. 20, X da CF).

- As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (art. 20, XI da CF).

“É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
por essa exploração” (art. 20, §1º da CF).

Regiões administrativas:

A União, para efeitos administrativos, poderá articular sua ação em um mesmo


complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais (art. 43 da CF).

Lei complementar disporá sobre: Condições para integração de regiões em


desenvolvimento (art. 43, §1º, I da CF) e composição dos organismos regionais que
executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de
desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes (art. 43, §1º,
II da CF).

- Alguns incentivos regionais, além de outros, na forma da lei (art. 43, §2º da
CF):
Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de
responsabilidade do Poder Público (art. 43, §2º, I da CF).

Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias (art. 43, §2º, II da


CF).

Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por


pessoas físicas ou jurídicas (art. 43, §2º, III da CF).

Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água
represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda sujeitas a secas periódicas (art.
43, §2º, IV da CF). Nestas áreas, a União incentivará a recuperação de terras áridas
e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento,
em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação (art. 43, §3º da CF).

Estados-membros

Características:

Os Estados são pessoas jurídicas de direito público interno. São autônomos, uma
vez que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-administração
e autolegislação.

- Auto-organização (art. 25 da CF): Os Estados organizam-se e regem-se pelas


constituições e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal.

Segundo Alexandre de Morais, devem observar os princípios constitucionais


sensíveis (art. 34, VII da CF), extensíveis (aquelas normas comuns à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) e estabelecidos (aquelas normas que
organizam a federação, estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória
aos estados-membros em sua auto-organização).

- Autogoverno: Os Estados estruturam os poderes Legislativo (art. 27 da CF),


Executivo (art. 28 da CF) e Judiciário (art. 125 da CF).

- Auto-administração e autolegislação: Os Estados têm competências


legislativas e não-legislativas próprias (art. 25 §1º da CF).

Formação dos Estados-membros:

“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito e do
Congresso Nacional, por meio de lei complementar” (art. 18, §3º da CF).

- Hipótese de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:

Incorporação: Dois ou mais Estados se unem formando outro.

Subdivisão: Um Estado divide-se em outros.


Desmembramento-anexação: Parte de um Estado separa-se para anexar-se em outro,
sem que o originário perca a sua personalidade.

Desmembramento-formação: Parte de um Estado separa-se para constituir outro,


sem que o originário perca a sua personalidade.

- Requisitos:

Aprovação por plebiscito da população diretamente interessada: esta é condição


essencial, de tal forma que se não houver aprovação por plebiscito nem se passa à
próxima fase.

Aprovação do Congresso Nacional por meio de lei complementar: Superada a


aprovação por plebiscito, é necessário que haja propositura de projeto de lei
complementar a qualquer uma das casas. A aprovação ocorrerá por maioria
absoluta.

Cabe ao Congresso Nacional com a sanção do Presidente da República dispor sobre


a incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de territórios ou Estados,
ouvidas as respectivas assembléias legislativas (art. 48, VI da CF). O parecer das
Assembléias Legislativas não é vinculativo.

Bens dos Estados-membros (art. 26 da CF):

- As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,


ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

- As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

- As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

- As terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões:

“Os Estado poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,


aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções políticas de interesse público” (art. 25, §3º da CF).

- Regiões metropolitanas: Conjunto de municípios limítrofes, ligados por


certa continuidade urbana, que se reúnem em volta de um município-pólo.

- Aglomerações urbanas: Conjunto de municípios limítrofes que possuem as


mesmas características e problemas comuns, mas não estão ligados por uma
continuidade urbana. Haverá um município-sede.
- Microrregiões: Áreas urbanas de municípios limítrofes, caracterizados pela
grande densidade demográfica e continuidade urbana. Não há um município-sede.

Municípios

Características:

Os Municípios são pessoas jurídicas de direito público interno. São autônomos, uma
vez que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-administração
e autolegislação.

- Auto-organização: Os Municípios organizam-se através da lei orgânica,


votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição estadual e os preceitos
estabelecidos no art. 29 da CF (art. 29 da CF). Antes de 1988, os Municípios de
determinado Estado eram regidos por uma única Lei orgânica estadual.

- Autogoverno: Os Municípios estruturam o Poder Executivo e Legislativo.


Não têm Poder Judiciário próprio.

- Auto-administração e autolegislação (art. 30 da CF): Os Municípios têm


competências legislativas e não-legislativas próprias.

Formação dos Municípios:

“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei” (art. 18, §4º da CF).

- Requisitos:

Divulgação de estudo de viabilidade municipal

Aprovação por plebiscito da população municipal: O plebiscito será convocado pela


Assembléia legislativa.

Lei complementar federal: Determinará o período para criação, incorporação, fusão


e desmembramento de Municípios.

Lei estadual.

Distrito Federal

Características:

O Distrito Federal é autônomo, uma vez que possui capacidade de auto-organização,


autogoverno, auto-administração e autolegislação.
- Auto-organização (art. 32 da CF): O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo
de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

- Autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º): O Distrito Federal estrutura o Poder


Executivo e Legislativo. Quanto ao Poder Judiciário, competirá privativamente à
União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a autonomia do Distrito Federal.

Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a


Defensoria Pública do Distrito Federal. (art. 21, XIII da CF); organizar e manter a
polícia civil, polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem como prestar
assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por
meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF).

“Lei, federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das
policias civil, militar e do corpo de bombeiros militar” (art. 32, §4º da CF).

Compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da


Defensoria Pública do Distrito Federal, bem como sua organização administrativa
(art. 22, XVII da CF).

- Auto-administração e autolegislação: O Distrito Federal tem competências


legislativas e não-legislativas próprias.

Territórios Federais

Características:

O Território não é ente da federação, mas sim integrante da União. Trata-se de mera
descentralização administrativo-territorial da União. Embora tenha personalidade
jurídica não tem autonomia política.

A partir de 1988, não existem mais territórios no Brasil. Antigamente, eram


territórios: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha (art. 15 dos ADCT).

Formação de Territórios Federais:

Lei complementar irá regular sua criação, transformação em Estado ou reintegração


ao Estado de origem (art. 18, §2º da CF).

“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar” (art. 18, §3º da CF).

Divisão dos Territórios em Municípios:


Diferentemente do Distrito Federal, os territórios podem ser divididos em
Municípios (art. 33, §1º da CF).

Organização administrativa e judiciária dos Territórios:

Lei federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios


(art. 33 da CF).

Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a


Defensoria Pública dos Territórios (art. 21, XIII da CF), bem como sua organização
administrativa (art. 22, XVII da CF).

Nos Territórios Federais com mais de 100.000 habitantes, além de Governador,


haverá órgãos judiciários de 1a e 2a instância, membros do Ministério Público e
defensores públicos federais (art. 33, §3º da CF).

Repartição de Competências

Repartição de Competências:

A Constituição estabelece a competência de cada um dos entes federativos. A


repartição de competência está intimamente ligada à predominância do interesse.

- União: Cuidará de matérias de interesse geral.

- Estados: Cuidarão de matérias de interesse regional

- Municípios: Cuidarão de matérias de interesse local.

- Distrito Federal: Cuidará de matérias de interesse regional e local.

União

Competência:

Legislativa: para editar leis. Não-legislativa (administrativa ou


material): para exercer funções
governamentais.
Privativa Concorrente Exclusiva (art. Comum
(art. 22 da (art. 24 da CF). 21 da CF) (cumulativa ou
CF) paralela)

Competência legislativa privativa (art. 22 da CF):

É relevante lembrar que tal competência pode ser delegada aos Estados e ao Distrito
Federal por meio de lei complementar (art. 22, parágrafo único e 32, §1º da CF).

- Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho (art. 22, I da CF).
- Desapropriação (art. 22, II da CF).

- Requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de


guerra (art. 22, III da CF).

- Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão (art. 22, IV da


CF).

- Serviço postal (art. 22, V da CF).

- Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais (art. 22, VI da


CF).

- Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores (art. 22, VII da


CF).

- Comércio exterior e interestadual (art. 22, VIII da CF).

- Diretrizes da política nacional de transportes (art. 22, IX da CF).

- Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial


(art. 22, X da CF).

- Trânsito e transporte (art. 22, XI da CF).

- Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (art. 22, XII da CF).

- Nacionalidade, cidadania e naturalização (art. 22, XIII da CF).

- Populações indígenas (art. 22, XIV da CF).

- Emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros (art.


22, XV da CF).

- Organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de


profissões (art. 22, XVI da CF).

- Organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do


Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes (art.
22, XVII da CF).

- Sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais (art. 22,


XVIII da CF).

- Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular (art. 22, XIX


da CF).

- Sistemas de consórcios e sorteios (art. 22, XX da CF).


- Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares
(art. 22, XXI da CF).

- Competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais


(art. 22, XXII da CF).

- Seguridade social (art. 22, XXIII da CF).

- Diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV da CF).

- Registros públicos (art. 22, XXV da CF).

- Atividades nucleares de qualquer natureza (art. 22, XXVI da CF).

- Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1°, III
(art. 22, XXVII da CF).

- Defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional (art. 22, XXVIII da CF).

- Propaganda comercial (art. 22, XIX da CF).

Competência legislativa concorrente (art. 24 da CF):

A União, os Estados e Distrito Federal possuem competência para legislar sobre as


matérias do artigo 24 da CF. Não há possibilidade de delegação por parte da União
aos Estados-membros e Distrito Federal das matérias elencadas no artigo 24 da CF.

Compete à União estabelecer normas gerais sobre as matérias do artigo 24 da CF.


Esta competência não exclui a competência suplementar dos Estados (ou Distrito
Federal).

A competência suplementar do Estado pode se dividir em duas espécies:


Competência suplementar e competência supletiva. Na suplementar, cabe aos
Estados (ou Distrito Federal) estabelecer normas específicas sobre as matérias do
artigo 24 da CF. Na supletiva, cabe aos Estados (ou Distrito Federal), tendo em vista
inexistência de lei federal sobre normas gerais, exercer a competência legislativa
plena, ou seja, editar normas de caráter geral e específico (art. 24, §§1º, 2º e 3º da
CF).

A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual (ou distrital) no que lhe for contrário (art. 24, §4º da CF). Se não forem
conflitantes passam, a conviver perfeitamente.
Se a norma geral federal, que suspender a eficácia da norma geral estadual (ou
distrital), for revogada por outra norma geral federal não conflitante, a norma geral
estadual voltará a produzir efeitos.

Em razão do artigo 30, I da Constituição Federal, os Municípios também têm


competência suplementar às normas gerais e específicas, dentro do interesse local
municipal.

- Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (art. 24, I


da CF).

- Orçamento (art. 24, II da CF).

- Juntas comerciais (art. 24, III da CF).

- Custas dos serviços forenses (art. 24, IV da CF).

- Produção e consumo (art. 24, V da CF).

- Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos


recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (art. 24, VI da
CF)

- Proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico


(art. 24, VII da CF).

- Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e


direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (art. 24, VIII da
CF).

- Educação, cultura, ensino e desporto (art. 24, IX da CF).

- Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas (art. 24, X


da CF).

- Procedimentos em matéria processual (art. 24, XI da CF).

- Previdência social, proteção e defesa da saúde (art. 24, XII da CF).

- Assistência jurídica e Defensoria pública (art. 24, XIII da CF).

- Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência (art. 24,


XIV da CF).

- Proteção à infância e à juventude (art. 24, XV da CF).

- Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis (art. 24, XVI da
CF).

Competência Não-Legislativa Exclusiva (art. 21 da CF):


Esta competência é indelegável

- Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais (art. 21, I da CF).

- Declarar a guerra e celebrar a paz (art. 21, II da CF).

- Assegurar a defesa nacional (art. 21, III da CF).

- Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras


transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (art. 21, IV
da CF).

- Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal (art. 21,


V da CF).

- Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (art. 21, VI


da CF).

- Emitir moeda (art. 21, VII da CF).

- Administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza


financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de
seguros e de previdência privada (art. 21, VIII da CF).

- Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e


de desenvolvimento econômico e social (art. 21, IX da CF).

- Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X da CF).

- Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os


serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais (art.
21, XI da CF).

- Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão (art.


21, XII da CF):

Os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens (art. 21, XII, a da


CF).

Os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético


dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos (art. 21, XII, “b” da CF).

A navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária (art. 21,


XII, “c” da CF).
Os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território
(art. 21, XII, “d” da CF).

Os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de


passageiros (art. 21, XII, “e” da CF);

Os portos marítimos, fluviais e lacustres (art. 21, XII, “f” da CF).

- Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria


Pública do Distrito Federal e dos Territórios (art. 21, XIII da CF).

- Organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros


militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21,
XIV da CF).

- Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e


cartografia de âmbito nacional (art. 21, XV da CF).

- Exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de


programas de rádio e televisão (art. 21, XVI da CF).

- Conceder anistia (art. 21, XVII da CF).

- Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secas e as inundações (art. 21, XVIII da CF).

- Instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir


critérios de outorga de direitos de seu uso (art. 21, XVIX da CF).

- Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, XX da CF).

- Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação (art. 21,


XXI da CF).

- Executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras (art.


21, XXII da CF).

- Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer


monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições (art. 21, XXIII da CF):

Toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional (art. 21, XXIII, “a” da CF).
Sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos
para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas (art.
21, XXIII, “b” da CF).

A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa (art.


21, XXIII, “c” da CF).

- Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho (art. 21, XXIV da CF).

- Estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de


garimpagem, em forma associativa (art. 21, XXV da CF).

Competência Não-legislativa Comum (art. 23 da CF):

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência para


legislar sobre as matérias do artigo 23 da CF.

“Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
do bem-estar em âmbito nacional” (art. 23, parágrafo único da CF).

- Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público (art. 23, I da CF).

- Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas


portadoras de deficiência (art. 23, II da CF).

- Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos
(art. 23, III da CF).

- Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de


outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (art. 23, IV da CF).

- Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência (art. 23, V


da CF).

- Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas


(art. 23, VI da CF).

- Preservar as florestas, a fauna e a flora (art. 23, VII da CF).

- Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar (art.


23, VIII da CF).

- Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básico (art. 23, IX da CF).

- Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos (art. 23, X da CF).
- Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios (art. 23, XI da CF).

- Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito (art.


23, XII da CF).

Estados

Competência:

Não-legislativa Legislativa
(administrativa ou
material)
Comum Residual Expressa Residual Delegada concorrente Suplement
(cumula (remanesc (remanesc pela
tiva ou ente ou ente ou União
paralela reservada) reservada)
)

- Competência não-legislativa comum (art. 23 da CF): Já foi estudada no item


União.

- Competência não-legislativa residual: São reservadas aos Estados as


competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal (art. 25, §1º da
CF). Cabe aos Estados todas as competências que não forem da União, dos
Municípios e comuns.

- Competência legislativa expressa: Os Estados organizam-se e regem-se pelas


Constituições e leis que adotarem, observado os princípios desta Constituição (art.
25, §1º da CF).

- Competência legislativa remanescente: São reservadas aos Estados as


competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal (art. 25, §1º da
CF). Cabe aos Estados todas as competências que não forem da União e dos
Municípios.

Excepcionalmente, a Constituição estabelece algumas competências enumeradas aos


Estados-membros, como a criação, incorporação, fusão e o desmembramento de
municípios por meio de lei estadual (art. 18, §4º da CF); exploração diretamente, ou
mediante concessão, dos serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação (art. 25, §2º da CF); a
instituição mediante lei complementar estadual das regiões metropolitanas,
aglomerados urbanos e microrregiões (art. 25, §3º da CF).

- Competência Legislativa delegada pela União: Já foi estudada no item União


(art. 22, parágrafo único da CF).
- Competência Legislativa concorrente: Já foi estudada no item União.

- Competência legislativa concorrente suplementar: Já foi estudada no item


União.

Municípios

Competência:

Não-legislativa (administrativa Legislativa


ou material)
Comum Privativa Expressa Interesse Suplementar Plano
(cumulativa ou (enumerada) local diretor
paralela)

- Competência não-legislativa comum: Já foi estudada no item União.

- Competência não-legislativa privativa (art. 30, III à IX da CF): Hipóteses


descritas, presumindo-se o interesse local. Compete aos Municípios:

Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas


rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei (art. 30, III da CF).

Criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (art. 30,


IV da CF).

Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,


os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
tem caráter essencial (art. 30, V da CF).

Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental (art. 30, VI da
CF).

Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


serviços de atendimento à saúde da população (art. 30, VII da CF).

Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano (art. 30, VIII da CF).

Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a


legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (art. 30, IX da CF).

- Competência legislativa expressa: Os Municípios têm competência para


elaborar a própria lei orgânica (art. 29 da CF).
- Competência Legislativa para assuntos de interesse local. (art. 30, I da CF).

- Competência Legislativa suplementar (art. 30, II da CF): Cabe aos


Municípios suplementar a legislação Federal e estadual no que couber, relacionado
ao interesse local.

- Competência Legislativa para instituir o plano diretor: “O plano diretor,


aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana” (art. 182, §1º da CF). A propriedade cumpre a função social quando atende
ao plano diretor.

Distrito Federal

Competência:

Não- Legislativa: Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas


legislativa reservadas aos Estados e aos Municípios (art. 32, §1º da CF).
(administr
ativa ou
material)
Comum Expressa Residual Delegada Concorrente Suplementar Interesse
(cumulativ local
a ou
paralela)

- Competência não legislativa comum: Já foi estudada no item União.

- Competência legislativa expressa: O Distrito Federal tem competência para


elaborar a própria lei orgânica (art. 32 da CF).

- Competência legislativa residual: Toda competência que não for vedada, ao


Distrito Federal estará reservada (art. 25, §1º da CF).

- Competência Legislativa delegada pela União: Já foi estudada no item União


(art. 22, parágrafo único da CF).

- Competência Legislativa concorrente: Já foi estudada no item União

- Competência legislativa concorrente suplementar: Já foi estudada no item


União.

- Competência legislativa para assuntos de interesse local (art. 30, I e 32, §1º da
CF).

- Competência suplementar dos Municípios (art. 30, II da CF).


Intervenção

Conceito:

Intervenção é uma medida através da qual quebra-se excepcional e temporariamente


a autonomia de determinado ente federativo, nas hipóteses taxativamente previstas
na Constituição Federal.

Trata-se de mecanismo utilizado para assegurar a permanência do pacto federativo,


ou seja, para impedir a tentativa de secessão (princípio da indissociabilidade do
pacto federativo).

A intervenção é uma exceção, pois em regra todos os entes federativos são dotados
de autonomia. “A organização político-administrativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
da Constituição” (art. 18 da CF).

Intervenções:

- Intervenção da União: nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios


localizados em território federal.

- Intervenção dos Estados: nos Municípios localizados nos seus territórios.

Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal

Conceito:

Processo através do qual a União quebra excepcional e temporariamente a


autonomia dos Estados ou do Distrito Federal por descumprimento das regras
localizadas no artigo 34 da Constituição Federal

Hipóteses de intervenção federal:

Rol taxativo

- Para manter a integridade nacional (art. 34, I da CF).

- Para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra


(art. 34, II da CF).

- Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (art. 34, III da
CF).

- Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da


federação (art. 34, IV da CF).

- Para reorganizar as funções da unidade da Federação que (art. 34, V da CF):


Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos,
salvo motivo de força maior.

Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta


Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.

- Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34, VI
da CF).

- Para assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (art. 34,


VII da CF):

Forma republicana, sistema representativo e regime democrático (art. 34, VII, “a” da
CF).

Direitos da pessoa humana (art. 34, VII, “b” da CF).

Autonomia municipal (art. 34, VII, “c” da CF).

Prestação de contas da administração pública, direta e indireta (art. 34, VII, “d” da
CF).

Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 34, VII, “e” da CF).

Espécies:

- Intervenção espontânea: O Presidente da República decreta a intervenção


federal de ofício.

Defesa da unidade nacional (art. 34, I e II da CF).

Defesa da ordem pública (art. 34, III da CF).

Defesa das finanças públicas (art. 34, V da CF).

- Intervenção provocada: O Presidente da República depende da provocação


de terceiros para decretar a intervenção federal.

Intervenção provocada por solicitação: Defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo


locais.

Se a coação recair sobre o Poder Legislativo ou Executivo, a decretação da


intervenção federal pelo Presidente da República dependerá de solicitação do Poder
Legislativo ou Executivo coacto ou impedido (art. 34, IV e art 36, I, 1a parte da CF).

Intervenção provocada por requisição:


Requisição do STF: Se a coação recair sobre o Poder Judiciário, impedindo seu livre
exercício nas unidades da federação (art. 34, IV e art. 36, II 2a parte da CF).

Requisição do STF, STJ ou TSE: No caso de desobediência à ordem ou decisão


judicial (art. 34, VI da CF).

O STF pode requisitar não só nas hipóteses de descumprimento de suas próprias


decisões como também nas hipóteses de descumprimento de decisões da Justiça
Federal, Estadual, do Trabalho ou da Justiça Militar.

Intervenção provocada por provimento de representação:

Provimento do STF de representação do PGR: No caso de ofensa aos princípios


constitucionais sensíveis e no caso de recusa à execução de lei federal (art. 36, III da
CF). A iniciativa do Procurador-Geral da República nada mais é do que a
legitimação para a propositura da Ação de executoriedade de lei federal e Ação de
inconstitucionalidade interventiva.

Decreto interventivo:

Compete ao Presidente da República a decretação e execução da intervenção federal


(art. 84, X da CF).

Nas hipóteses de intervenções espontâneas, o Presidente da República ouvirá o


Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (art. 90, I e II da CF).

O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de


execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades envolvidas.
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes
voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF).

- Controle político: O decreto de intervenção será submetido ao Congresso


Nacional no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se este estiver em recesso, far-
se-á convocação extraordinária neste mesmo prazo (art. 36, §2º da CF). O
Congresso Nacional poderá (art. 49, IV da CF):

Aprovar a intervenção federal.

Rejeitar a intervenção federal: Se o Congresso Nacional suspendê-la, o


Presidente da República deverá cessá-lo imediatamente sob pena de cometer
crime de responsabilidade (art. 85, II da CF).

- Dispensa do controle político: Nas hipóteses do artigo 34, incisos VI e VII


da Constituição Federal. O decreto se limitará a suspender a execução do ato
impugnado. Se essa medida não for suficiente para o restabelecimento da
normalidade, o Presidente decretará a intervenção federal e submeterá ao controle
político (art. 36, §3º da CF).

Intervenção Federal nos Municípios existentes nos territórios federais


Hipótese:

Tem cabimento nas mesmas hipóteses de intervenção estadual (art. 35 da CF).

Intervenção Estadual

Conceito:

Processo através do qual os Estados quebram excepcional e temporariamente a


autonomia dos Municípios por descumprimento das regras localizadas no artigo 35
da Constituição Federal.

Hipóteses de intervenção estadual:

- Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada (art. 35, I da CF).

- Não forem prestadas as contas devidas, na forma da lei (art. 35, II da CF).

- Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção


e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 35, III da
CF).

- Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a


observância de princípios indicados na constituição estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (art. 35, IV da CF).

Decreto interventivo:

Compete ao Governador a decretação e execução da intervenção estadual.

O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de


execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades envolvidas.
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes
voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF).

Controle político: O decreto de intervenção será submetido à Assembléia


Legislativa no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se estiver em recesso, far-se-á
convocação extraordinária neste mesmo prazo (art. 36, §2º da CF).

Dispensa do controle político: art. 35, IV da CF. O decreto se limitará a suspender a


execução do ato impugnado. Se essa medida não for suficiente para o
restabelecimento da normalidade, o Governador decretará a intervenção estadual e
submeterá ao controle político (art. 36, §3º da CF).
Princípios da administração pública

Determina  o  art.  37,  caput,  da  Constituição  Federal  que  a  Administração  Pública  direta  e 
indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
obedecerá aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. 

Cumpre  ressaltar,  por  oportuno,  que  esses  princípios  não  são  os  únicos  apontados  pela 
doutrina  administrativista,  fixando  os  publicistas  inúmeros  deles.  Ademais,  o  próprio  texto 
constitucional faz referência, no inciso XXI e nos §§ 5° e 6° do art. 37, a outros princípios da 
Administração  Pública  (licitação  pública,  prescritibilidade  dos  ilícitos  administrativos, 
responsabilidade  civil  da  Administração)  além  do  célebre  princípio  da  razoabilidade,  também 
denominado de proporcionalidade. 

1 – P rincípio da Legalidade 

O princípio da legalidade encontra fundamento constitucional no art. 5º, II, prescrevendo que 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 

Esclarece Hely Lopes Meirelles que, 

" a  legalidade,  como  princípio  de  administração,  significa  que  o 


administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos 
mandamentos  da  lei,  e  às  exigências  do  bem  comum,  e  deles  não  se 
pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor­se à 
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso" 1 
 

Em  decorrência  do  princípio  da  legalidade,  é costumeira  a  afirmação  de  que  a  Administração 
Pública não pode agir contra a lei (contra legem) ou além da lei (praeter legem), só podendo 
agir nos estritos limites da lei (secundum legem). 

Neste sentido afirma o professor Kildare Gonçalves, 

Diferentemente do indivíduo, que é livre para agir, podendo fazer tudo o 
que a lei não proíbe, a administração, somente poderá fazer o que a lei 
manda ou permite. 2 

Essa  é  a  principal  diferença  do  princípio  da  legalidade  para  os  particulares  e  para  a 
Administração Pública, pois aqueles podem fazer tudo que a lei não proíba, enquanto esta só 
pode fazer o que a lei determina ou autoriza. 

Consoante com a doutrina, o Supremo Tribunal Federal, desde muito, editou duas importantes 
súmulas corroboradoras do princípio da legalidade, 

SÚM ULA  346  STF  " A  Administração  P ública  pode  declarar  a 


nulidade dos seus próprios atos."  

1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 67. 
2 GONÇALVES, Kildare. Direito Constitucional Didático, p 301
SÚM ULA  473  STF  " A  Administração  pode  anular  seus  próprios 
atos,  quando  eivados  de  vícios  que  os  tornem  ilegais,  porque 
deles  não  se  originam  direitos,  ou  revogá­los,  por  motivo  de 
conveniência  ou oportunidade,  respeitados  os  direitos  adquiridos 
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial."  

2 – P rincípio da M oralidade 

A  moralidade  administrativa  como  princípio,  segundo  escreve  Hely  Lopes  Meirelles,  "constitui 
hoje pressuposto  da  validade de todo  ato da  Administração  Pública". Conforme  assentado na 
doutrina,  não  se  trata  da  moral  comum,  mas  sim  de  uma moral  jurídica,  entendida  como  "o 
conjunto  de  regras  de  conduta  tiradas  da  disciplina  interior  da  Administração".  Assim,  o 
administrador,  ao  agir,  deverá  decidir  não  só  entre  o  legal  e  o  ilegal,  o  conveniente  e  o 
inconveniente,  o  oportuno  e  o  inoportuno,  mas  também  entre  o  honesto  e  o  desonesto.  A 
doutrina  enfatiza  que  a  noção  de  moral  administrativa  não  está  vinculada  às  convicções 
íntimas  do  agente  público, mas  sim  à noção  de  atuação  adequada e  ética existente no  grupo 
social. 

Pode­se pensar na dificuldade que haveria em desfazer um ato, produzido conforme a lei, sob 
o  fundamento  do  vício  da  imoralidade.  No  entanto,  a  lei  pode  ser  cumprida  moralmente  ou 
imoralmente.  Quando sua  execução  é feita,  por  exemplo, com  o intuito  de prejudicar alguém 
deliberadamente, ou com o intuito de favorecer alguém, por certo que se está produzindo um 
ato formalmente legal, mas materialmente comprometido com a moralidade administrativa. 

Apenas  a título  de ilustração, imaginemos  a hipótese  em  que um  administrador  público, com 


poderes  de  chefia,  para  se  ver  longe  de  um  desafeto,  o  transfere  para  um  outro  Estado, 
fundamentado no relevante interesse público. Ninguém infirma a possibilidade de transferência 
de  localidade  do  servidor  público  em  razões  de  interesse  público,  no  entanto,  embora  neste 
caso  o  ato  seja  formalmente  válido,  será  materialmente  proibido,  pois  ofende  o  princípio  da 
moralidade administrativa. 

Neste sentido, decisão do Supremo Tribunal Federal, 

" A  atividade  estatal,  qualquer  que  seja  o  domínio  institucional  de  sua 
incidência,  está  necessariamente  subordinada  à  observância  de 
parâmetros  ético­jurídicos  que  se  refletem  na  consagração 
constitucional do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado 
fundamental, que rege a atuação do P oder P úblico, confere substância e 
dá  expressão  a  uma  pauta  de  valores  éticos  sobre  os  quais  se funda  a 
ordem  positiva  do  Estado.  O  princípio  constitucional  da  moralidade 
administrativa,  ao  impor  limitações  ao  exercício  do  poder  estatal, 
legitima  o  controle  jurisdicional  de  todos os  atos  do  P oder P úblico  que 
transgridam  os  valores  éticos  que  devem  pautar  o  comportamento  dos 
agentes  e  órgãos  governamentais."   (ADI   2.661­M C,  Rel.  M in.  Celso  de 
M ello, DJ 23/ 08/ 02) 

Por  fim,  cabe  relembrar  que  a  ação  popular  é  meio  idôneo  de  controle  da  moralidade 
administrativa, pois, conforme verificamos anteriormente, 

“ qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe,  à  moralidade  administrativa,  ao  meio  ambiente  e  ao 
patrimônio  histórico  e  cultural,  ficando  o  autor,  salvo  comprovada  má­ 
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
3 – P rincípio da I mpessoalidade 

Podemos  analisar  o  princípio  da  impessoalidade  sob  dupla  perspectiva,  primeiramente,  como 
desdobramento  do  princípio  da  igualdade  (CF,  art.  5º,  I),  no  qual  se  estabelece  que  o 
administrador público deve objetivar o interesse público, sendo, em conseqüência, inadmitido 
o tratamento privilegiado aos amigos e o tratamento recrudescido aos inimigos, não devendo 
imperar na Administração Pública a vigência do dito popular de que aos inimigos ofertaremos a 
lei e aos amigos as benesses da lei. 

Segundo o administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello, a impessoalidade fundamenta­se 
no  postulado  da  isonomia  e  tem  desdobramentos  explícitos  em  variados  dispositivos 
constitucionais  como  o  art.  37,  II,  que  exige  concurso  público  para  ingresso  em  cargo  ou 
emprego público, ou no art. 37, XXI, que exige que as licitações públicas assegurem igualdade 
de condições a todos os concorrentes. 

Neste sentido, decisão do Supremo Tribunal Federal, 

" (...)  é  consentânea  com  a  Carta  da  República  previsão  normativa 


asseguradora,  ao  militar  e  ao  dependente  estudante,  do  acesso  a 
instituição  de  ensino  na  localidade  para  onde  é  removido.  Todavia,  a 
transferência  do  local  do  serviço  não  pode  se  mostrar  verdadeiro 
mecanismo  para  lograr­se  a  transposição  da  seara  particular  para  a 
pública, sob pena de se colocar em plano secundário a isonomia — artigo 
5º,  cabeça  e  inciso  I   —,  a  impessoalidade,  a  moralidade  na 
Administração  P ública,  a  igualdade  de  condições  para  o  acesso  e 
permanência na escola superior, prevista no inciso I  do artigo 206, bem 
como  a  viabilidade  de  chegar­se  a  níveis  mais  elevados  do  ensino,  no 
que  o  inciso  V  do  artigo  208  vincula  o fenômeno  à  capacidade  de cada 
qual."  (ADI  3.324, voto do M in. M arco Aurélio, DJ 05/ 08/ 05) 

Por  outro  lado,  a  impessoalidade  estabelece  que  Administração  Pública  não  deve  conter  a 
marca pessoal do administrador, ou seja, os atos públicos não são praticados pelo servidor, e 
sim pela Administração a que ele pertence. 

Deste modo, estabelece o § 1º do art. 37 da Constituição que, 

“ a  publicidade  dos  atos,  programas,  obras,  serviços  e  campanhas  dos 


órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, 
dela  não  podendo  constar  nomes,  símbolos  ou  imagens  que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos ” . 

4 – P rincípio da P ublicidade 

O princípio da publicidade vem a concretizar os postulados básicos do princípio republicano, a 
saber, a possibilidade de fiscalização das atividades administrativas pelo povo, haja vista que 
todo o poder emana do povo, sendo toda a res (coisa) pública. 

Assim,  o  princípio  da  publicidade  tem  como  desiderato  assegurar  transparência  na  gestão 
pública, pois o administrador público não é dono do patrimônio de que ele cuida, sendo mero 
delegatário  a  gestão  dos  bens  da  coletividade,  devendo  possibilitar  aos  administrados  o 
conhecimento pleno de suas condutas administrativas. 

Nesta  esteira  de  pensamento,  o  constituinte  originário  dispôs  no  art.  5º,  XXXIII,  da  Carta 
Republicana o direito de certidão, o qual assegura ao indivíduo o direito de receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas  no  prazo  da  lei, sob pena  de responsabilidade, ressalvadas  aquelas  cujo  sigilo  seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Por  fim,  a  publicação  em  órgão  oficial  é  requisito  de  eficácia  dos  atos  administrativos  que 
devam  produzir  efeitos  externos  ou  impliquem  oneração  do  patrimônio  público.  Ou  seja, 
enquanto  não  for  publicado,  levado  ao  conhecimento  de  todos,  o  ato  administrativo  não 
produzirá efeitos. 

Neste sentido, decisão do Supremo Tribunal Federal, 

" Constitucional.  Administrativo.  Concurso  público.  P rova  física. 


Alteração  no  edital.  P rincípios  da  razoabilidade  e  da  publicidade. 
Alterações no edital do concurso para agente penitenciário, na parte que 
disciplinou  o  exercício  abdominal,  para  sanar  erro  material,  mediante 
uma ‘errata’ publicada dias antes da realização da prova física no Diário 
Oficial do Estado. Desnecessária a sua veiculação em jornais de grande 
circulação.  A  divulgação  no  Diário  Oficial  é  suficiente  per  se  para  dar 
publicidade  a  um  ato  administrativo.  A  Administração  pode,  a  qualquer 
tempo,  corrigir  seus  atos  e,  no  presente  caso,  garantiu  aos  candidatos 
prazo razoável para o conhecimento prévio do exercício a ser realizado."  
(RE 390.939, Rel. M in. Ellen Gracie, DJ 09/ 09/ 05)  

5 – P rincípio da Eficiência 

Conforme lição lapidar de Kildare Gonçalves, 

O  princípio  da  eficiência  foi  introduzido  pela  Emenda  Constitucional  n° 


19/ 98. Relaciona­se com as normas da boa administração no sentido de 
que a A dministração P ública, em todos os seus setores, deve concretizar 
suas atividades com vistas a extrair o maior número possível de efeitos 
positivos  ao  administrado,  sopesando  a  relação  custo­benefício, 
buscando  a  excelência  de  recursos,  enfim,  dotando  de  maior  eficácia 
possível as ações do Estado. 1 

Consoante  a  lição  da  irreparável  professora  Maria  Sylvia  Di  Pietro,  o  princípio  da  eficiência 
apresenta dupla necessidade: 

1.  Relativamente à forma de atuação do agente público, espera­se o melhor desempenho 
possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados; 
2.  Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, exige­se 
que  este  seja  o  mais  racional  possível, no  intuito  de  alcançar  melhores  resultados  na 
prestação dos serviços públicos. 2 

Cumpre ressaltar que a própria Emenda Constitucional n° 19/1998 tenta concretizar o princípio 
da  eficiência,  pois  estabeleceu  valiosas  inovações  de  aferição  de  desempenho  e  capacitação 
dos servidores públicos. 

Assim,  conforme  estabelecido  no  art.  41  da  Constituição  Federal,  para  a  aquisição  da 
estabilidade o servidor público deverá realizar três anos de exercício efetivo, podendo perdê­la 
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 

No  art.  39,  §  2º,  da  Constituição  Federal  há  previsão  de  capacitação  dos  administradores 
públicos, 

" A  União,  os  Estados e  o Distrito  Federal manterão  escolas  de  governo 


para  a  formação  e  o  aperfeiçoamento  dos  servidores  públicos, 
constituindo­se  a  participação  nos  cursos  um  dos  requisitos  para  a 
promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou 
contratos entre os entes federados."  

1 GONÇALVES, Kildare. Direito Constitucional Didático, p 303 
2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 10. ed., São Paulo: Atlas, 1998, p. 73/74.
Noções de Direito Administrativo

DIREITO ADMINISTRATIVO – é o ramo do direito que regula a função administrativa


do Estado, independentemente de ser ela exercida ou não pelo Poder Executivo.

FUNÇÕES DO ESTADO
- função = é quando alguém exerce uma atividade representando interesses de terceiros.

- A divisão dos poderes não gera absoluta divisão das funções, mas sim, distribuição de
três funções estatais precípuas.

- Pode ser:
a) típica: função para o qual o poder foi criado e
b) atípica: função estranha àquela para o qual o poder foi criado.

I) Função legislativa: elaboração das leis (função normativa)


- características: produz normas gerais, não concretas e produz inovações primárias no
mundo jurídico.

II) Função Judiciária: aplicação coativa da lei.


– características: estabelece regras concretas (julga em concreto, não produz inovações
primárias, função indireta (deve ser provocado) e propicia situação de intangibilidade
jurídica (coisa julgada).

III) Função Administrativa: conversão da lei em ato individual e concreto.


– características: estabelece regras concretas, não produz inovações primárias, é direta
(não precisa ser solicitada e é revisível pelo Poder Judiciário.

- Função Administrativa - é toda atividade desenvolvida pela Administração representando


os interesses da coletividade, esta função decorre do fato do Brasil ser um república (= coisa
pública – toda atividade desenvolvida tem que privilegiar a coisa pública).

- Em razão deste interesse público a Administração terá posição privilegiada em face de


terceiros que com ela se relacionam, ela tem prerrogativas e obrigações que não são
extensíveis aos particulares (está em posição de superioridade – ex.: atos da administração
são dotados de presunção validade, de auto-executoriedade (não precisa recorrer ao Jud.) ,
cláusulas exorbitantes, desapropriação etc)

1
PRINCÍPIOS
 são regras que surgem como parâmetro para a interpretação das demais normas
jurídicas. – o art. 37 da CF traz os cinco (LIMPE) princípios mínimos que a Administração
(direta, indireta) devem obedecer, além destes há inúmeros outros.

- Princípios Gerais da Administração: (- ambos se entrelaçam)

a) Supremacia do interesse público – é o princípio que determina privilégios jurídicos e um


patamar de superioridade do interesse público sobre o particular;

b) Indisponibilidade do interesse público – limita a supremacia, o interesse público não


pode ser livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites
da lei.

- Princípios constitucionais do Direito Administrativo:

– Vejamos alguns:

a) legalidade: é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos


serão resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e sistema tributário).

– Devemos distinguir a legalidade:

I) para o direito privado – neste caso as relações são travadas por particulares visando
seus próprios interesses – eles poderão fazer tudo aquilo que a não proibir, prestigia a
autonomia da vontade (relação de não contradição com a lei).;

II) para o direito público – tendo em vista o interesse da coletividade que representa, a
Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza (relação de subordinação com a lei)

- obs.:
1) discricionariedade = é a liberdade que o ordenamento jurídico confere ao Administrador
para atuar em certas situações de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, mas
sempre dentro dos limites da lei (não cabe intervenção judicial quanto ao mérito).
2) Arbitrariedade = é a atuação fora dos limites impostos por lei.

b) publicidade: a administração deve informar a todos os seus atos, já que representa os


nossos interesses. - Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos anulados.
• A publicidade é de acordo com certos requisitos legais (não é livre)
• A CF proíbe a publicidade que faça propaganda do administrador (como pessoa), a
propaganda as obras é necessária, sem vincula-las à pessoa (não pode ter símbolos, imagens,
expressões)

Exceções:
I) art. 5º, XXXIII – garante o sigilo para segurança da sociedade e do Estado;

2
II) art. 5º, X - direito à intimidade e
III) art. 5º LX – ações que devem correr em segredo de justiça.

- obs: se a informação for do seu interesse cabe MS e se for sobre você cabe HD.
c) isonomia = igualdade – é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual,
na medida de suas desigualdades. (a dificuldade é fixar quais são os parâmetros).

- Para avaliar se há ou não discriminação temos dois elementos:


I) fator de discriminação
II) objetivo da norma
- quando o fator de discriminação utilizado no caso concreto estiver de acordo com o
objetivo da norma não se fere o princípio da igualdade (a discriminação é validade) – ex.
concurso de salva vidas – no edital exclui os deficientes físicos, concurso da polícia militar –
função administrativa – a exclusão dos deficientes é proibida..

- obs.:
• limite de idade em concurso – tem decisões em ambos os sentidos:
a) contra: TRF entende que não se justifica a limitação, fundamento: art. 3º, IV e art. 7º,
XXX, da CF. A CE – art. 115, XXVII, proíbe limites de idade em concurso público.
b) a favor: art 37, I – autoriza o ingresso em concurso público de pessoas brasileiras ou
estrangeiras, ressalvados os limites estabelecidos em lei. Lei 8.112/90 permite o limite de
idade.

d) moralidade: prima pela probidade dentro da Administração como uma das diretrizes a
ser seguida.
• A CF considera as hipóteses de imoralidade = improbidade como crime, portanto, é
ato ilegal e está sujeito ao controle judicial.

- Lei da Improbidade – Lei 8.429/92 – a lei trouxe hipóteses que a improbidade depende de
prova e outras em que se presume.

– Presume-se ato de improbidade:


I) venda de bem público abaixo do valor de mercado
II) compra de bens acima do valor de mercado (superfaturamento)

- o instrumento para o controle da moralidade é a Ação Popular – art. 5º, LXXIII

- Conseqüências: art. 37, § 4º - podem incidir sem prejuízo da ação penal cabível.
I) perda da função;
II) suspensão dos direitos políticos;
III) declaração de indisponibilidade dos bens;
IV) obrigação de ressarcimento dos prejuízos causados ao erário.

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e) eficiência: (EC 19 – já existia mas não com esta roupagem): visa:
I) racionalizar a máquina administrativa;
II) aperfeiçoamento na prestação do serviço público
• atuar com eficiência é atuar de modo adequado frente aos meios que possui e aos
resultados obtidos (meio e resultados eficientes)

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

• Os poderes surgem como instrumentos através dos quais o poder público vai
perseguir seu interesse coletivo.

- Características:
a) é um dever, é obrigatório;
b) é irrenunciável;
c) cabe responsabilização que pode ser: I) quando o administrador se utiliza dos
poderes além dos limites permitidos por lei (ação) ou II) quando ele não utiliza dos poderes
quando deveria ter se utilizado (omissão). – Legislação: Lei 4898/65 – Abuso de Poder e
Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa.
d) deve obedecer aos limites das regras de competência, sob pena de
inconstitucionalidade.

- Abuso de Poder – é o fenômeno que se verifica sempre que uma autoridade ou um agente
público embora competente para a prática de um ato ultrapasse os limites das suas atribuições
ou se desvie das finalidades anteriormente previstas.

- Duas situações (modalidades):

a) ultrapassa seus limites = excesso de poder


b) desvia a finalidade anteriormente prevista = desvio de poder

- Teoria dos motivos determinantes – é aquela que prende o administrador no momento da


execução do ato aos motivos que ele alegou no momento de sua edição. Todo ato
administrativo precisa ser motivado para possibilitar o exercício do contraditório e da ampla
defesa (a CE/SP prevê expressamente o princ. da motivação – art. 111) e, são estes motivos
que determinam e condicionam a execução do ato. Se o administrador se afasta destes
motivos há ilegalidade, há abuso de poder mas, se ele obedece a outro interesse público não
há desobediência à teoria, não é desvio de finalidade e, portanto, não há abuso de poder.

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- Poder vinculado – estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo
administrador diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para um juízo de
conveniência e oportunidade (juízo de valores).

• O ato que deixar de atender a qualquer dado expresso na lei será nulo, por
desvinculado do seu tipo padrão, podendo ser declarado pela Administração ou pelo
Judiciário.

- Poder discricionário - neste poder a administrador também está subordinado à lei,


diferencia do vinculado porque ele tem liberdade para atuar de acordo com um juízo de
conveniência e oportunidade, de tal forma que, havendo duas alternativas o administrador
pode optar qual delas, no seu entendimento, preserve melhor o interesse público.

- Discricionariedade é diferente de arbitrariedade: discricionariedade é a liberdade para


atuar, para agir dentro dos limites da lei e arbitrariedade é a atuação do administrador além
(fora) dos limites da lei. – Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido.

- Controle: os atos arbitrários devem ser reapreciados pelo Judiciário (é abuso de poder).
Diferente do ato discricionário, se for válido o Judiciário não poderá reapreciar o seu mérito
(o juízo de valor do juiz não pode substituir o do administrador – independência dos
poderes).

- Há controvérsia quanto à necessidade ou não dos atos discricionários (minoria – Hely –


dispensa)

- Poder Hierárquico – é o poder conferido ao administrador para distribuir e escalonar as


funções dos seus órgãos , ordenar e reaver a atuação de seus agentes, estabelecendo uma
relação de hierarquia, de subordinação.

- Poder Disciplinar – é o poder conferido à Administração que lhe permite punir, apenar a
prática de infrações funcionais dos servidores.

- Poder Regulamentar – é o poder conferido ao Administrador para a edição de decretos e


regulamentos para oferecer fiel execução à lei

- Poder de Polícia – é o poder conferido ao administrador que lhe permite condicionar,


restringir, frenar o exercício de atividade e direitos pelos particulares em nome do interesse
da coletividade

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ATO ADMINISTRATIVO

 é uma espécie de ato jurídico, é toda manifestação unilateral de vontade da


Administração, que agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações a ela mesma e aos
particulares.

- Requisitos de validade:

a) competência – prerrogativa para a edição de um ato, esfera de atuação;


b) forma – somente a prescrita em lei, maneira de exteriorização dos atos
administrativos, em regra são escritos (exceção: gestão do guarda de trânsito)
c) motivo – razões que justificam a edição do ato;
d) objeto – é ato em si mesmo considerado, é o que o ato decide, opina, certifica;
e) finalidade – única, o interesse público

• a soma do motivo e do objeto denomina-se mérito do ato administrativo.


• o Judiciário só pode rever os atos administrativos no tocante à legalidade dos
mesmos, não podendo reapreciar o mérito dos atos discricionários.

- Atributos do ato administrativo

a) presunção de legalidade (o ônus da prova cabe a quem alega a ilegalidade);


b) auto-executoriedade;
c) imperatividade (coercibilidade)

- Classificação:

I) quanto aos destinatários:


a) gerais – atingem a coletividade como um todo (ex. portaria)
b) individuais – trabalham com uma situação concreta, tem destinatários certos (ex.
decreto expropriatório, licença para edificação, permissão de uso)

II) quanto ao grau de liberdade:


a) vinculado – é aquele que estabelece um único comportamento possível de ser
adotado pela Administração diante de um caso concreto, não há margem de liberdade do
administrador (ex. aposentadoria por tempo de serviço)

b) discricionário – prevê mais de um comportamento possível a ser tomado pelo


administrador em um caso concreto, há margem de liberdade para que ele possa atuar com
base em um juízo de conveniência e oportunidade, porém sempre dentro dos limites da lei
(ex. permissão de uso para colocação de mesas e cadeiras nas calçadas públicas)

III) quanto ao objeto:

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a) ato de império – aqueles que a Administração pratica usando da sua supremacia sobre o
administrado, impondo obrigações de ordem unilateral ex. desapropriação

b) ato de gestão – aqueles praticados pela Administração sem valer-se da sua supremacia
sobre os destinatários. São fundamentalmente regidos pelo direito privado, a administração
se afasta de suas prerrogativas colocando-se em pé de igualdade com os particulares, ex.
contrato de locação.

IV) quanto à formação


a) simples – é o que resulta da manifestação de vontade de um órgão da Administração
Pública, depende de uma única manifestação de vontade

b) composto –é aquele que depende de mais de uma manifestação de vontade que devem ser
produzidas dentro de um mesmo órgão (ex. ato que dependa da autorização de um superior
hierárquico)

c) complexo – é aquele que para se aperfeiçoar depende de mais de uma manifestação


de vontade, porém, essas manifestações de vontade devem ser produzidas por mais de um
órgão.

- diferença entre atos compostos e complexos: a manifestação de vontade dos atos compostos
provem de único órgão, já os atos complexos dependem de manifestação de vontade de
órgãos diversos.

V) outras classificações:
a) atos normativos: contêm comando geral visando a correta aplicação da lei. Detalhar
melhor o que a lei previamente estabeleceu. Ex. decretos, regulamentos

b) atos ordinatórios – visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a


conduta funcional dos seus agentes (fundamento do poder hierárquico). Ex. instruções,
circulares, ordens de serviço.

c) atos negociais – contém uma declaração de vontade da Administração para concretizar


negócios com particulares, nas condições previamente impostas pela Administração Pública.
Ex. autorizações, permissões de uso, concessão de serviço.

d) atos enunciativos – são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar


ou atestar um fato, ou então a emitir uma opinião acerca de um determinado tema. Ex.
certidão, emissão de atestado, parecer.

e) atos punitivos – são aqueles que contém uma sanção imposta pelo poder público em
razão da prática de uma infração de natureza funcional, imposta de forma unilateral

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- Para retirar o ato do ordenamento:

Espécies Objeto Titular Efeitos


Anulação Ilegalidade do ato - Administração Ex tunc
- Judiciário (5º, (já nasceu ilegal)
XXXV)
Revogação Razões de conveniência e - Administração Ex nunc (os efeitos gerados
oportunidade (o ato é válido, até o momento são válidos)
porém, não mais conveniente

- Ato nulo e anulável – para o Hely ou o ato atinge o interesse da coletividade e é valido, se
contrário será nulo. Para Celso e outros há possibilidade de ato anulável, é o que contém um
vício formal, não atingindo a essência.

- Convalidação – transformação de ato anulável em válido. Só pode recair sobre a


competência e a forma.

- Diferente de conversão = é a oportunidade de um ato imprestável para uma determinada


finalidade, mas aproveitável em outra para a qual apresenta os requisitos necessários (ex.
transformar uma concessão, a princípio nula porque não havia lei que a previsse, em uma
permissão que atingiria praticamente os mesmos fins da concessão).

PROCESSO ADMINISTRATIVO

 é a seqüência da documentação e das providências necessárias para a obtenção de


determinado ato final

- Procedimento administrativo – é o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira de se


encadearem os seus atos – é o rito.

- Pode ser:
a) vinculado: quando existe lei determinando a seqüência dos atos, ex. licitação
b) discricionário: ou livre, nos casos em que não há previsão legal de rito, seguindo
apenas a praxe administrativa.

- Na esfera administrativa não existe coisa julgada, podendo sempre ser intentada ação
judicial, mesmo após uma decisão administrativa – art. 5º, XXXV.

- Princípios do processo administrativo -


a) legalidade objetiva –apoiar-se em norma legal específica

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b) oficialidade – impulsionado pela administração
c) informalismo
d) verdade real
e) garantia de defesa
f) publicidade

- Fases do procedimento:
a) Instauração – ato da própria administração ou por requerimento de interessado.
b) Instrução
c) Defesa
d) Relatório
e) Decisão
f) Pedido de reconsideração – se tiver novos argumentos
g) Recurso – para autoridade hierarquicamente superior, todos tem efeitos devolutivo,
podendo ter ou não efeito suspensivo

- Modalidades de processo:
a) mero expediente
b) internos – são os processos que envolvem assuntos da própria Administração
c) externos – são os que abrangem os administrados
d) de interesse público – são os que interessam à coletividade
e) de interesse particular – são os que interessam a uma pessoa
f) de outorga – são aqueles em que o poder público autoriza o exercício de direito
individual (licença de edificação)
g) de controle – são os que abrangem atividade sujeita a fiscalização
h) disciplinares – envolve atuação dos servidores
i) licitatório – os que tratam de licitação

- Sindicância - apuração prévia, pode se usado para infrações leves, punidas com
advertência e suspensão de até 30 dias

ÓRGÃOS PÚBLICOS

 são divisões das entidades estatais (União, Estados e Municípios) ou centros


especializados de competência, como o Ministério do Trabalho, da Fazenda.

• Não tem personalidade jurídica própria, os atos que praticam são atribuídos ou
imputados à entidade estatal a que pertencem.
• Podem ter representação própria, por seus procuradores, bem como ingressar em
juízo, na defesa de suas prerrogativas, contra outros órgãos públicos.
- Classificação:
a) independentes: são os derivados da Constituição (ex. Senado Federal)

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b) autônomos: são órgãos com autonomia técnica e financeira (ex. Ministérios)
c) superiores: são os órgãos de direção, mas sem autonomia técnica (ex. Coordenadorias e
Gabinetes)
d) subalternos: são órgãos de execução (ex. seções e os serviços)
e) simples: são os que não tem outros órgãos agregados à sua estrutura
f) compostos: são os que têm outros órgãos agregados à sua estrutura, para funções
complementares ou especializadas
g) singulares: são órgãos de um só titular (ex. Presidência da República)
h) colegiados: são os compostos por duas ou mais pessoas (ex. Conselhos e Tribunais)

- ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO

Autarquia Fundação Empresa Soc. Econ.


Pública Mista
Definição São pessoas É uma pessoa São pessoas Pessoa jurídica
jurídicas de jurídica jurídicas de de direito
direito público, composta por um direito privado privado criada
dotadas de capital patrimônio compostas por para prestação
exclusivamente personalizado, capital de serviço
público, com destinado pelo exclusiva-mente público ou
capacidade seu fundador público, criadas exploração de
administrativa e para uma para a prestação atividade
criadas para a finalidade de serviços econômica, com
prestação de específica. públicos ou capital misto e
serviço público Pode ser pública exploração de na forma de S/A
(não tem cap. ou privada (não atividades
polít. não podem integra a econômicas sob
editar leis) Administração qualquer
indireta). modalidade
empresarial
Características - auto - auto - auto - auto
administração administração administração administração
- capac. - capac. - capac. - capac.
financeira financeira financeira financeira
- patrimônio - patrimônio - patrimônio - patrimônio
próprio próprio próprio próprio
Controle Não há hierarquia Não há Não há Não há
e subordinação, hierarquia e hierarquia e hierarquia e
só controle da subordinação, só subordinação, só subordinação, só
legalidade controle da controle da controle da
legalidade legalidade legalidade
Criação e Lei especifica Lei específica Lei específica Lei específica
cria a fundação autoriza sua autoriza sua

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Extinção para criar pública e se criação que se criação que se
privada autoriza efetiva com efetiva com
sua criação registro dos atos registro dos atos
constitutivos constitutivos
Privilégio Tem FP – tem - art. Não tem – art. Não tem – art.
- Art. 150, §2º, 150, §2º, CF e 173, §2º e art. 173, §2º e art.
CF art. 188, CPC 150, §3º da CF 150, §3º da CF
- art. 188, CPC FPriv. – não tem (silêncio da CF (silêncio da CF
se exerce serviço se exerce serviço
público) público)
Resp. do Estado Subsidiária Subsidiária - Se presta serv. Subsidiária
pub. Resp. - art, 242 da L
subsidiária S/A
- Se exerce ativ.
econ. Est. não
tem respons.
Falência Não Não Depende: AE – Não - art. 242
sim e da L S/A
SP - não
Exemplos INCRA (Inst, FUNAI, Butantã, BNDS, Banco do Brasil
Nac. de FEBEN, Fund. Radiobrás (sp) e S/A, Petrobrás,
Colonização e Memorial da Caixa Sabesp,
Reforma agrária), América Latina, Econômica Banespa, Metrô,
Banco Central, IBEGE, Federal (AE) IMESP, CET,
Embratel, INSS, FUNDAP, Anhembi,
IBAMA, DNER, FAPESP. CETESB,
IPESP Congás,
COHAB, CESP
(Centrais Eletr.
de SP).

AGÊNCIAS REGULADORAS

 são autarquias de regime especial, são responsáveis pela regulamentação, o controle e


a fiscalização de serviços públicos transferidos ao setor privado. As duas principais
agências são: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – Lei 9427/96 e ANATEL –
Agência Nacional das Telecomunicações, ANP – Agência Nacional de Petróleo

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AGÊNCIAS EXECUTIVAS

 autarquias e fundações que por iniciativa da Administração Direta celebram contrato


de gestão visando a melhoria dos serviços que prestam em troca de uma maior autonomia
gerencial, orçamentária e financeira. Criadas pela Lei 9649/98, mas ainda não existem

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

 integram a Administração Pública, integram a iniciativa privada mas atuam ao lado


do Estado, cooperando com ele estabelecendo parcerias com o poder público. São pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos criadas por particulares para a execução de
serviços públicos não exclusivos do Estado, previsto em lei. A lei 9637/98 autorizou que
fossem repassados serviços de: pesquisa científica, ensino, meio ambiente, cultura e saúde.
O instrumento para o repasse é contrato de gestão – art. 37, § 8º (é um contrato diferente já
que o contrato de gestão se celebra entre a Administração direta e a indireta), dispensa
licitação como acontece em todos os outros casos de transferência de serviço público (facilita
o desvio do dinheiro público). Podem receber: dotações orçamentárias, bens públicos
através de uma permissão de uso, recebem servidores públicos.

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

 rótulo atribuído a todas as pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da


iniciativa privada que foram criadas para desenvolver atividades de auxílio a determinadas
categorias profissionais que não tenham finalidade lucrativa. Ex. SESI, SENAC, SESC (a
finalidade é fomentar o desenvolvimento de certas categorias privadas e, por isso, interessa a
Administração ajudar). Podem receber incentivos com dotações orçamentárias e titularizam
contribuições parafiscais.

SERVIÇO PÚBLICO

 do aquele prestado pela Administração ou por seus delegados sob normas e controles
estatais para a satisfação, visando o atingimento dos interesses da coletividade.

- a titularidade está sempre nas mãos da Administração

- Formas de prestação:

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a) direta ou centralizada – quando estiver sendo prestado pela Administração direta do
Estado;
b) indireta ou descentralizada – ocorre quando não estiver sendo prestada pela
Administração direta do Estado, esta o transferiu, descentralizou a sua prestação para a
Administração indireta ou terceiros fora da Administração

- Modalidades de descentralização:

a) outorga – quando ocorre a transferência para terceiros (administração indireta) da


titularidade e da execução do serviço público
b) delegação – quando transfere para terceiros (concessionárias e permissionárias) só a
execução.

- Diferença de desconcentração:

DESCENTRALIZAR é tirar do centro e transferir um serviço da Administração direta para


terceiros, podendo estes estar dentro ou fora da Administração e

DESCONCENTRAR – é transferir a prestação de um serviço de um órgão para outro dentro


da própria Administração direta.

- Princípio dos serviços públicos -


a) continuidade
b) cortesia
c) eficiência
d) segurança
e) atualidade
f) regularidade
g) modicidade
h) generalidade.

- Modalidade
a) próprios – não os serviços públicos inerentes à soberania do Estado, como a defesa
nacional ou a polícia judiciária.

b) utilidade pública – são os considerados úteis ou convenientes, como o transporte


coletivo e o fornecimento de energia

c) gerais – uti universi – são os prestados à sociedade em geral, como a defesa do


território

d) específicos – uti singuli – individualizáveis – são também serviços prestados a todos,


mas com possibilidade de identificação dos beneficiados. Pode ser

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I) compulsório – são os serviços que não podem ser recusados pelo destinatário, se
remunerados será por taxa. O não pagamento do serviço não autoriza a supressão do
mesmo, sendo somente autorizada a cobrança executiva
II) facultativo – são os serviços que o usuário pode aceitar ou não, como o transporte
coletivo, pagos por tarifa.

e) adequados – serviços adequados são os executados de acordo com os princípios


específicos do serviço público

CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

CONCESSÃO - é a delegação de sua prestação feita pelo poder concedente mediante


licitação na modalidade concorrência à pessoa que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. - Lei 8987/95

- Poder concedente – é a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja competência se


encontre o serviço público (a titularidade continua sendo sua, só transfere a execução).

• Admite-se subconcessão desde que autorizada, consiste na contratação feita pela


concessionária para aquisição de serviços ou bens diretamente relacionados com o objeto da
concessão.
• Os contratos de concessionárias com terceiros não envolve o poder concedente.
• O poder concedente pode fiscalizar os serviços, bem como intervir na concessão se
necessário

- Concessão precedida da execução de obra – deve o concessionário primeiro construir,


conservar, reformar, ampliar ou melhorar determinada obra pública, por sua própria conta e
risco. Em seguida passa a explorar o serviço por prazo determinado, suficientemente longo,
para que obtenha a remuneração a amortização de seu investimento.

- Política Tarifária – tarifa é a fonte de rendas das concessionárias, não é tributo, o seu valor
inicial é estabelecido na proposta.

- Formas de extinção:
a) advento do termo contratual – quando termina o prazo
b) encampação – término do contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de forma
unilateral, por razões de interesse público. O concessionário faz jus a indenização
c) caducidade – forma de extinção do contrato antes do prazo, pelo poder público, de
forma unilateral, por descumprimento de cláusula contratual
d) rescisão – forma de extinção do contrato, antes de encerrado o prazo, feita pelo
concessionário por força do descumprimento de cláusulas contratuais pelo poder concedente.

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Deve ser por medida judicial e, enquanto não transitar em julgado a sentença, o serviço
deverá continuar sendo prestado.
e) anulação – extinção do contrato antes do término do prazo, por razões de ilegalidade
f) falência ou extinção do concessionário

PERMISSÃO - é a delegação, a título precário, mediante licitação da prestação de


serviços públicos feita pelo poder concedente, a pessoa que demonstre capacidade de
desempenho por sua conta e risco.

Concessão Permissão
Caráter mais estável Caráter mais precário
Exige autorização legislativa Não exige autorização legislativa, em regra
Licitação só por concorrência Licitação por qualquer modalidade
Formalização por contrato Formalização por contrato de adesão
Prazo determinado Pode ser por prazo indeterminado
Só para pessoas jurídicas Para pessoas jurídicas ou físicas.

AUTORIZAÇÃO – três modalidades:


a) autorização de uso – em que um particular é autorizado a utilizar bem público de
forma especial, como na autorização de uso de uma rua para realização de uma quermesse.

b) autorização de atos privados controlados – em que o particular não pode exercer


certas atividades sem autorização do poder público, são atividades exercidas por particulares
mas consideradas de interesse público.

• autorização é diferente de licença, termos semelhantes. A autorização é ato


discricionário, enquanto a licença é vinculado. Na licença o interessado tem direito de obtê-
la, e pode exigi-la, desde que preencha certos requisitos, ex. licença para dirigir veículo.

c) autorização de serviços públicos – coloca-se ao lado da concessão e da permissão


de serviços públicos, destina-se a serviços muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos
de emergência.

• É exceção, e não regra, na delegação de serviços públicos.


• A licitação pode ser dispensável ou inexigível – art. 24 e 25 da Lei 8666/93.
• É formalizada por decreto ou portaria, por se tratar de ato unilateral e precário.
• Segue, no que couber, a Lei 8987/95

15
LICITAÇÃO – é um procedimento destinado à seleção da melhor proposta dentre as
apresentadas por aqueles que desejam contratar com a Administração Pública - Lei 8666/93

 É obrigatória para: administração direta, fundos especiais, autarquias, fundações


públicas, as empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pelo poder público

- A licitação deve seguir o princípio específico:


a) vinculação ao instrumento convocatório
b) julgamento objetivo (a Administração deve estipular o critério de julgamento das
propostas, no edital)

- Projetos prévios:
a) projeto básico: abrange a viabilidade técnica, o impacto ambiental, os custos, os métodos
e o prazo de execução – art 6º, IX
b) projeto de executivo – abrange a execução completa da obra, de acordo com as normas
técnicas – art. 6º, X

- Modalidades:
a) concorrência – usada para contratos de vulto, de acordo com valores estabelecidos na
lei

a) tomada de preços – é usada para contratos de valor médio, com participação de


interessados já cadastrados ou que se cadastrem até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas.

b) convite – é a licitação adequada para valores menores, com a convocação de três


interessados, no mínimo, cadastrados ou não, podendo também participar os cadastrados que
manifestarem seu interesse 24 horas antes da apresentação das propostas.

• Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços
e, em qualquer caso, a concorrência.

d) concurso – é a licitação para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,


com a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, prazo de validade é de 2
anos, prorrogável por uma vez, por igual período – art. 37, III, CF

e) leilão – serve para a venda de bens móveis inservíveis e de produtos apreendidos ou


penhorados, bem como de imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento em que seja útil a alienação.

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- Critérios para avaliação das propostas:
a) melhor preço
b) melhor técnica
c) preço e técnica
d) maior lance ou a maior oferta – para o leilão

• No caso de empate tem preferência os bens e serviços produzidos no país e,


sucessivamente, os produzidos ou prestados por empresa brasileira, persistindo o empate,
decide-se por sorteio.

- Fases da Concorrência -
a) edital - lei interna da licitação
b) habilitação dos concorrentes – licitantes apresentam documentos pessoais
c) exame e classificação das propostas
d) homologação – ratificação da legalidade do procedimento até então realizado
e) adjudicação – entregar o objeto da licitação

• Nas concorrências de grande vulto deve realizar-se uma audiência pública, antes do
edital, para que a sociedade possa debater a conveniência e a oportunidade da licitação – art.
39.

- Diferença entre:
DESQUALIFICAÇÃO – é a rejeição do proponente que não apresenta os requisitos do edita
(inabilitação) e
DESCLASSIFICAÇÃO – é a rejeição da proposta do licitante já habilitado, por defeito
formal ou inexequibilidade da oferta.

- Efeitos da Adjudicação – atribui a obra ou serviço ao vencedor da licitação, conferindo-


lhe preferência ao contrato, mas o momento e conveniência da assinatura do contrato ficam
ainda na dependência da vontade discricionária da Administração. Havendo motivo justo e
fundamentado, pode o contrato não se concretizar (o vencedor só tem expectativa de direito
quanto ao contrato, tem o direito de não ser preterido frente a outro).

- Dispensa de licitação – a competição, embora possível, não se realizará por expressa


disposição legal. Cabe análise discricionária do administrador. - Hipóteses: art. 24

- Inexigibilidade – a competição não é possível - art. 25.

17
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

 contrato é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas para constituir,


regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial.

• A validade do contrato exige: acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito e forma
prescrita ou não proibida em lei.

Características:

a) participação do poder público, como parte predominante, e pela finalidade de atender a


interesses públicos.
b) tem natureza personalíssima – só pode ser executado pela pessoa que contratou (sendo
possível a subcontratação de acordo com os limites estabelecidos pela Administração).
c) na maioria das vezes se formaliza por termo de contrato escrito e, em casos excepcionais,
por ordens de serviços
d) licitação prévia, em regra, sob pena de nulidade
e) publicidade
f) prazo determinado (vedado prazo indeterminado)
g) prorrogabilidade – exige termo aditivo, desde que tenha havido previsão no ato
convocatório e no plano plurianual
h) cláusulas exorbitantes – são aquelas que exorbitam, que excedem, que ultrapassam o
padrão comum dos contratos em geral, para consignar uma vantagem para a Administração
Pública, referem-se a certas prerrogativas da Administração que a colocam numa situação de
superioridade em relação ao particular contratado, são:
I) modificação unilateral – deve ser feita por termo de aditamento
II) rescisão unilateral - sem culpa do contratado, cabe indenização
III) fiscalização
IV) aplicação de sanções – multas, advertências, suspensão de participações em licitações e
contratos, para atraso e inexecução do contrato.
V) ocupação provisória de móveis e imóveis – quando houver faltas contratuais e o
serviço for essencial
VI) inaplicabilidade da exceção de contrato não cumprido – exceptio non adimpleti
contractus – particular não pode interromper a obra sob alegação de não estar recebendo os
pagamentos devidos., salvo se atrasarem mais de 90 dias, exceto caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra – art. 78, XV

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- Teoria da Imprevisão – aplica-se quando há necessidade de revisão de uma cláusula
contratual por força de fatos supervenientes e imprevistos durante a sua execução – fato
superveniente e imprevisível - ex.:

a) força maior e caso fortuito


b) fato do príncipe – determinação estatal superveniente e imprevisível que onera o
contrato, repercutindo indiretamente sobre ele.
c) fato da administração – provém de uma atuação estatal que incide diretamente sobre
o contrato, impedindo a sua execução nas condições inicialmente estabelecidas.

• Tanto o fato do príncipe como o fato da administração provém de uma determinação


estatal. A diferença é que o fato do príncipe incide sobre toda a sociedade (ex. imposto) e o
fato da administração incide sobre um fato diretamente (ex. não desapropriação)

- Contrato de obras, serviços e fornecimentos


a) de obra – refere-se a construções, reformas ou ampliações de coisas, bem como à
fabricação de produtos

b) de serviços – refere-se a trabalhos a serem realizados, como demolição, conserto,


instalação, montagem, publicidade, trabalhos técnico profissional, etc.

c) de fornecimento – são aqueles em que o vendedor se compromete a fornecer mercadorias


e o comprador a recebê-las, de modo contínuo e periódico, nas condições e prazos fixados.

• As obras são prestadas por empreitada ou por tarefa (empreitada de pequeno porte)

- Pode ser executada por:


a) preço global – abrange a entrega da obra ou do serviço todo
b) preço unitário – refere-se a segmentos ou etapas, para por partes.

- Formas de extinção:
a) administrativa – promovida por ato unilateral da Administração
b) rescisão amigável
c) judicial
d) de pleno direito – acontece independentemente da manifestação de vontade das partes,
por fato superveniente que impede a manifestação (ex. falecimento do contratado, dissolução
da sociedade, perecimento do objeto)

19
CONVÊNIO

 acordo firmado por entidades políticas de qualquer espécie ou entre elas e particulares
para realização de objetivos de caráter comum (diferente do contrato administrativo em que o
objetivo não é comum).

CONSÓRCIO

 acordo de vontades firmado entre entidades estatais, da mesma espécie para a


realização de objetivos de interesses comuns - ex. consórcio entre dois municípios.

• Nos consórcios e nos convênios aplica no que couber a Lei 8666/93

BENS PÚBLICOS

- Espécies
a) bens de uso comum do povo – são os bens que todos podem usar, como as ruas e praças
b) bens de uso especial – são destinados às instalações e aos serviços públicos, como os
prédios das repartições ou escolas públicas
c) bens dominicais – são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação
especial

- Regime jurídico dos bens públicos –

a) são inalienáveis, exceto:


I) os bens de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, em princípio, mas
poderão tornar-se alienáveis se forem desafetados, ou seja, se for mudada destinação, de
modo que passem a ser considerados dominicais.. Pode dar-se por lei, por ato administrativo
ou por um fato que torne a destinação inviável.

II) Bens dominicais podem ser alienados, exigindo-se, em regra, autorização legislativa,
avaliação prévia e licitação – art. 37, XXI. Se bens móveis dispensam a licitação.

b) direitos do poder públicos sobre seus bens não prescrevem


c) não há usucapião de bens públicos, de qualquer espécie
d) todos são impenhoráveis, não podendo ser penhorados, arrestados ou seqüestrados.
e) não podem ser objeto de penhor, hipoteca ou anticrese

- Aquisição de bens para o patrimônio público:


a) doação

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b) compra
c) desapropriação
d) confisco – art. 91,I do CP e art. 243 da CF
e) permuta
f) dação em pagamento
g) direito hereditário
h) usucapião (bens públicos não podem ser usucapidos, mas o poder

- Alienação de bens públicos:


 podem ser alienados pelas formas comuns do direito civil, como venda, doação, troca,
etc, respeitados os requisitos impostos pelo direito administrativo, como autorização
legislativa, avaliação e licitação.

• Exceção: investidura – numa obra pública, sobre um pedaço pequeno de terra, que
não serve para nada, então, pode ser alienado, mediante avaliação, para o dono da terra
limítrofe, por investidura.

- Utilização especial de bens públicos por particulares – todos podem eventualmente ser
utilizados de forma especial por particulares, mediante:

a) autorização de uso – serve para auxiliar interesses particulares em eventos ocasionais


ou temporários (ex. uso de um terreno baldio para uma quermesse).
• É ato unilateral, discricionário, de título precário, podendo ser
revogado a qualquer tempo.
• Independe de licitação e de lei autorizadora
• Pode ser em caráter gratuito ou oneroso
• Por tempo determinado ou indeterminado.

b) permissão de uso – é semelhante à autorização mas, é dada no interesse público,


tem grau menor de precariedade, depende, em regra, de licitação e cria para o permissionário
um dever de utilização, sob pena de revogação (ex. permissão de instalação de uma banca de
jornal na via pública)

c) concessão de uso – é contrato entre a Administração e um particular, tendo por


objeto uma utilidade pública de certa permanência (ex. instalação de restaurante num
zoológico municipal). Exige, em regra, autorização legislativa e licitação.

d) concessão de direito real de uso – aplica-se apenas a bens dominicais. É instituto


de direito privado, de natureza contratual. Consiste na aquisição, pelo particular, de direito
resolúvel do uso de um terreno público, de modo gratuito ou remunerado, para fins de

21
interesse social de certo vulto, como urbanização ou cultivo. Exige autorização legislativa e
licitação

- Bens do patrimônio público (art, 20, 26 da CF)

1) terras devolutas – terras que ninguém se apossou, nem foram utilizadas para
algum fim público. Não tem localização e limites claros, por isso necessitam ser
demarcadas e separadas das outras propriedades. Esta separação ou discriminação pode ser
administrativa ou judicial – Ação discriminatória – Lei 6383/76, sendo utilizada a via judicial
se insuficiente à via administrativa. Após a discriminação elas deixam de ser devolutas e
passam a ser simplesmente terras públicas. Pertencem a União e, por exclusão, aos Estados.

2) mar territorial – estende-se numa faixa de 12 milhas marítimas (equivale a 1.852m) da


linha de baixa-mar do litoral continental e insular. Trata-se de águas públicas de uso comum,
pertencentes à União, sobre as quais o Brasil exerce soberania.

- Depois do mar territorial temos:

I) zona contígua – com início a partir de 12 milhas do litoral, até 24 milhas, nesta faixa o
Brasil conserva o poder de fiscalização e polícia, embora sem soberania.

II) zona econômica – com início a partir de 12 milhas do litoral (igual à zona
contígua) e vai de 12 até 200 milhas, nesta faixa tem o Brasil direitos exclusivos de
exploração dos recursos naturais do mar.

3) terras tradicionalmente ocupadas por índios – são bens da União, art. 20, XI, CF,
destinam-se à posse permanente dos índios, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas
do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes – art. 231, § 2º, CF

4) plataforma continental - são bens da União os recursos naturais da plataforma


continental, que consiste no prolongamento natural das terras continentais ou insulares, por
baixo das águas do mar, em extensão variável, conforme a legislação de cada país – art. 20,
V, CF

5) terrenos de marinha – são bens da União, assim considerados os que, banhados pelas
águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33m para a parte da terra, contados desde o
ponto a que chega a preamar média – art. 13 do Cód. de Águas, art. 20, VII, CF e DL
9.760/46. Os terrenos de marinha tem sido objeto de arrendamento perpétuo a particulares,
mediante o pagamento de um foro anual. Tal arrendamento perpétuo denomina-se enfiteuse,
continuando a União à proprietária e o particular enfiteuta, como detentor do domínio útil

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6) terrenos marginais ou reservados – são os que se situam ao lado dos rios navegáveis,
até uma distância de 15m contados desde a linha média das enchentes ordinárias. Tais
terrenos podem pertencer a algum órgão público ou a um particular. Se forem de
propriedade privada, são onerados por uma servidão de trânsito, para possibilitar a
fiscalização e a realização de obras ou serviços públicos pela Administração (há
divergências)

7) lagos, rios e correntes de água – são bens da União quando banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham. Os terrenos marginais, nestes casos, são também da União.

8) Álveos ou leitos abandonados – se um rio de águas públicas vier a abandonar


naturalmente o seu leito, as terras por onde o mesmo corria passam a pertencer aos
proprietários ribeirinhos das respectivas margens, sem que tenham direito a indenização
alguma os donos dos terrenos por onde as águas abram novo curso. Mas, se o fato ocorrer
por obra do poder público, fica ele com leito original do rio, devendo indenizar os
proprietários das terras por onde passa a correr o novo curso – art. 27

9) Faixa de fronteira – uma faixa de 150 km de largura, ao longo das fronteiras


terrestres, e considerada fundamental para a defesa nacional, e sua utilização são reguladas
em lei, como servidão administrativa. – art. 20, § 2º, CF

10) minas, jazidas e quedas d’água – as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos
minerais e os potenciais de energia elétrica constituem propriedade distinta da do solo, para
efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra – art. 176 da CF

11) Ilhas – pertencem à União as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras. Pertencem aos respectivos
Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União – art. 20, IV e art. 26, III.

12) Fauna silvestre – os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu


desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre,
bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo
proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha (Lei 5.197/67 – art. 1º).

RESPONSABILIDADE DO ESTADO

 é a obrigação imposta ao poder público de compor os danos ocasionados a terceiros,


por atos praticados pelos seus agentes, no exercício das suas atribuições - art. 37, § 6º, CF

• resume-se na composição de danos, não se fala em responsabilidade penal

23
• agentes públicos = agentes políticos, servidores públicos e particulares em
colaboração com o Estado.

- Evolução -
a) 1ª Fase – Irresponsabilidade do Estado - “The king do not wrong”

b) 2ª Fase – Responsabilidade com culpa, ou responsabilidade civil.


A culpa poderia recair sobre o agente ou sobre o serviço:
- quando a Administração não faz o que deveria,
- quando o serviço funcionou atrasado, quando deveria funcionar a tempo e
- quando foi mal feito

c) 3ª Fase – Responsabilidade objetiva

A Administração responde com base no conceito de nexo de causalidade, que consiste na


relação de causa e efeito existente entre o fato ocorrido e as conseqüências dele resultantes
Ex.: morte do preso em penitenciária, colisão de veículos devido à falha no semáforo.

- A responsabilidade objetiva se divide em:


I) risco integral – o Estado responde sempre, integralmente, quando ocorrer danos a
terceiros, não se admite a invocação pelo Estado das causas excludentes da responsabilidade
II) risco administrativo – o Estado não responde sempre por danos ocasionados a
terceiros, podem ser invocados excludentes da responsabilidade em defesa do Estado.

- No Brasil:
a) até a CF de 1946 – responsabilidade subjetiva (com culpa). Neste contexto que foi editado
o Código Civil – art. 15 (1916)
b) de 46 em diante – responsabilidade objetiva

- Quem responde???
A pessoa jurídica, de direito público ou privado, que responde pelos danos. O prejudicado
deve acionar a pessoa jurídica e não a pessoa física.

- Responde pelo quê???


Respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, desde que
exista nexo causal

- Hoje, adotamos a responsabilidade objetiva na modalidade do risco administrativo, pois se


admite excludentes de responsabilidade que são:
a) caso fortuito e força maior
b) culpa exclusiva da vítima

- Relações jurídicas:
a) terceiro e Estado,

24
b) Estado e agente responsável (cabe ação de regresso)
- Não cabe denunciação da lide na primeira relação
- Não se pode acionar diretamente o agente.

- Dano – características:
a) certo – dano real, existente,
b) especial – aquele que pode ser particularizado, aquele que não é genérico, que atinge uma
ou algumas pessoas.
c) anormal – aquele que supera os problemas comuns, corriqueiros da sociedade.

- Danos nucleares – art. 21, XXIII, c - a responsabilidade civil por danos nucleares
independe da existência de culpa.
As usinas que operam com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão se instaladas.

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE

- Fundamentos:

a) supremacia do interesse público,


b) prática de ilegalidade (sanção).

- Meios de intervenção:

a) desapropriação
I) ordinária ou clássica
- necessidade pública
- utilidade e
- interesse social
II) extraordinária

b) limitação administrativa,

c) servidão administrativa,

d) requisição,

e) tombamento.

– DESAPROPRIAÇÃO:
- Fases da desapropriação:

25
a) declaratória
b) executiva.

- Instrumento: Decreto Expropriatório, ou lei de efeito concreto.

- Conteúdo obrigatório do decreto ou da lei:


a) fundamento legal que justifica a desapropriação,
b) identificação do bem que está sendo desapropriado, sob pena de ilegalidade,
c) destinação que vai ser dada ao bem.

- Efeitos:
a) submete o bem à força do Estado
b) fixa as condições em que o bem se encontrava,
c) o poder público passa a ter direito de entrar no bem
d) começo do prazo de caducidade (necessidade ou utilidade – 5 anos e interesse social – 2
anos.

- Exigência de contraditório e ampla defesa.

- Rito: em regra o ordinário, com algumas características especiais.

- Valor da indenização:
a) valor do bem com as benfeitorias que nele se encontram,
b) lucros cessantes,
c) danos emergentes,
d) juros moratórios e compensatórios,
e) correção monetária,
f) honorários advocatícios

- Modalidades:
a) por zona ou extensiva,
b) indireta,
c) para industrialização

AGENTE PÚBLICO

 são todas as pessoas, vinculadas ou não ao Estado, que prestam serviço ao mesmo, de
forma permanente ou ocasional. Dividem-se:

a) agentes políticos – são os que ocupam os cargos principais na estrutura


constitucional, em situação de representar a vontade política do Estado (ex. Presidente da
República, deputados, juizes)

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b) agentes administrativos – são os servidores públicos em geral, podem ser: civil ou
militares, bem como temporários
I) funcionários – titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime estatutário
II) empregados – titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem
concurso.
III) temporário – art. 37, IX – para determinado tempo, dispensa concurso público e
cabe nas hipóteses de excepcional interesse;

c) agentes por colaboração – são particulares que colaboram como poder público
voluntária ou compulsoriamente, ou também por delegação. Equiparam-se a funcionários
públicos para fins penais e para responsabilidade por atos de improbidade.
i) modo voluntário – colaboram com o poder público pessoas que, em situação de
emergência, assumem funções públicas, passam a ser funcionários de fato ou gestores de
negócio.
II) modo compulsório – colaboram pessoas que são requisitadas, como os jurados e
mesários eleitorais.
III) por delegação – colaboram pessoas para as quais foram atribuídos serviços públicos,
como os concessionários, permissionários e autorizatários.

- CARGO PÚBLICO – conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um


servidor.

- Classificação:
a) cargo em comissão – aquele ocupado transitoriamente com base no critério de
confiança
b) cargo efetivo – preenchido em caráter definitivo, sem transitoriedade. O seu
preenchimento se dá, em regra, por concurso público.
c) vitalício – também preenchidos em caráter definitivo, sendo que seu ocupante só pode
ser desligado por processo judicial ou por processo administrativo, assegurada à ampla
defesa – ex. magistratura, MP
d) de carreira – aquele que faz parte de um conjunto de cargos com a mesma
denominação, escalonados em razão das atribuições e da responsabilidade.
e) isolado – não integra carreira nenhuma

Provimento: ato que designa uma pessoa para titularizar um cargo público.

- Pode acontecer das seguintes maneiras:

a) Inicial – aquele que independe de relações anteriores do indivíduo com a


Administração Pública.
• dá-se, em regra, por concurso público, com a exceção do cargo em comissão e a
contratação por tempo determinado

27
• é ato complexo, por passa por várias etapas: concurso, nomeação, posse.
• só se aperfeiçoa com o efetivo exercício de suas funções, após passar por várias
etapas.

b) derivado – aquele que se verifica quando ocorre a titularização de um cargo por


um indivíduo que já se encontra na estrutura da Administração, não depende de concurso
público, é possível concurso interno.

– Modalidades de provimento derivado:

1) horizontal – não implica elevação, ascensão funcional, pode ser verificar por alguns
instrumentos:
I) transferência – é a passagem da pessoa de um cargo para outro sem elevação funcional
II) readaptação – passagem de um cargo para outro, sem elevação funcional, compatível
com a limitação sofrida pela pessoa
III) remoção – é o deslocamento do indivíduo de um cargo para outro, sem ascensão
funciona, dentro do mesmo órgão

2) vertical – passagem de um cargo para outro, implicando em ascensão funcional

I) promoção – passagem de um cargo para outro dentro da mesma carreira,

Reingresso = provimento derivado, retorno ao serviço ativo do servidor que estava dele
desligado, pode ser:

a) reintegração – é a recondução do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, com


o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, um vez
reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial ou administrativa

b) recondução – o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado em


decorrência de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do
anterior ocupante - art. 29 da Lei 8.112/90

c) reversão - ocorre o retorno do inativo (aposentado) ao mesmo cargo ou ao cargo


resultante de sua transformação ou simplesmente ao serviço, como excedente (na
terminologia da lei), se o antigo cargo estiver provido, quando, por junta médica oficial,
forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria - art. 25 e 26 da Lei 8.112/90

d) aproveitamento – é o retorno obrigatório à atividade do servidor em disponibilidade, em


cargo de atribuições e remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado - art. 30 da
mesma lei.

d) readmissão – a reintegração decorrente de ato administrativo – o retorno do


funcionário ao serviço público quando anulada administrativamente sua desinvestidura.

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- Desinvestidura de cargo ou emprego

a) demissão – é a punição por falta grave,

b) exoneração – pode ser:


I) a pedido do interessado
II) de ofício nos cargos em comissão
III) motivada (ex. durante o estágio probatório, insuficiência de desempenho)

c) dispensa – ocorre em relação ao admitido pelo regime da CLT quando não há justa causa.

- Vacância = abertura de um cargo antes preenchido.

- hipóteses:
a) exoneração,
b) demissão,
c) promoção,
c) transferência,
d) aposentadoria e falecimento.

- Alterações da Emenda 19 -

1) Princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.


- Com a eficiência o que se procura é a excelência do servidor e do serviço público.
- Permite ao usuário fiscalizar diretamente o serviço público
- Para o servidor a eficiência ser apresenta sob as causas:

a) aquisição da estabilidade - prova e suficiência de conhecimentos

b) freqüência a cursos de escolas do governo

c) perda da estabilidade, por se revelar incapaz para o serviço público.


• Visa também a racionalização da máquina administrativa - O poder público não
poderá gastar com pessoa mais de 60% do que arrecada com impostos.

2) Princípio específico da acessibilidade – art. 37, I - brasileiros (natos e


naturalizados) e estrangeiros, nos termos da lei, com exceção dos cargos privativos de
brasileiros natos – art. 12, § 3º

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• o art. 37, I é norma de eficácia contida – gera efeitos imediatos e admite lei posterior
que restrinja sua eficácia, portanto, enquanto não vier a lei o acesso para estrangeiros será
livre.
• a lei poderá ser: federal, estadual ou municipal

3) Forma de Ingresso -

a) concurso público – regra geral – para:


- cargo – regime estatutário (é o que melhor se adequai, mas não é o único)
- emprego – regime da CLT (não é idêntico ao da iniciativa privada)
- A emenda 19 extinguiu o regime jurídico único.

• O concurso deverá ser: de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e


a complexidade do cargo ou emprego” (EC – 19)

b) cargo em comissão – livre nomeação, livre exoneração

c) contratação temporária – art. 37, IX – só é possível para fazer frente a uma


excepcional situação de emergência. ex – pessoal para combate à dengue

4) Prazo de validade do concurso - até dois anos, admitida uma prorrogação por
igual período.
• A previsão deve constar do edital.
• Durante o prazo de validade, a Administração não está obrigada a contratar, mas o
aprovado tem o direito de não ser preterido frente a novos concursandos.

Estabilidade - garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a permanência no


serviço público atendidas às exigências estabelecidas pela Constituição.

- Diferente de vitaliciedade = é a garantia de permanência no cargo, é um acréscimo à


estabilidade (ex. MP, Magistratura, se adquire após os dois anos de estágio probatório)

- Requisitos para se adquirir a estabilidade:


a) nomeação em caráter efetivo,
b) que o indivíduo tenha ultrapassado o estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para
MP e Juiz)
c) aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho.

- O alcance da estabilidade é do serviço e não do cargo

- Perda da estabilidade - art. 41, § 1º:


a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado,
b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à ampla defesa,

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c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
complementar, assegurada a ampla defesa,
d) por excesso de quadros –

• limite de despesa é de 60 % do que arrecadam os Estados – art. 169 e LC 82/95 -

Medidas:
I) redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança,
II) exoneração dos servidores não estáveis.

• se estas medidas adotadas não forem suficientes para assegurar o cumprimento da


determinação da lei complementar, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoa - art. 169, § 4º ;
• fará jus a indenização - § 5º;
• o cargo objeto da redução considera-se extinto, sendo vedada à criação do cargo,
emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos
• vide art. 247 da CF

- Acumulação – art. 37, XVI e XVIII, CF - a regra geral proíbe a acumulação


remunerada de cargos, exceto:

a) quando houver compatibilidade de horários,


b) que acumulação não ultrapasse os subsídios recebidos pelos Ministros do STF,
c) que recaia em uma das seguintes hipóteses:
I) dois cargos de professor
II) professor com outro técnico científico
III) dois cargos de médico.

• há outras situações de legislação específica – ex.: juiz e professor.

 Se for mandato eletivo: ao servidor público da administração direta,


autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes regras:

a) mandato eletivo fed. est. e distrital – ficará afastado do cargo, emprego ou função
b) prefeito – afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
remuneração

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c) vereador – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo,
emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, não sendo compatível
aplica-se o artigo anterior
• o afastamento é computado com tempo serviço, com todos os efeitos, exceto
promoção por merecimento

- Aposentadoria (EC 20/98) – é a garantia de inatividade remunerada reconhecida aos


servidores que já prestaram longos anos de serviço, ou se tornaram incapacitados para suas
funções

a) acumulação: regra geral: não se admite a acumulação de vencimentos e proventos


exceção: médicos, professores, cargos eletivos e cargos em comissão é possível acumular
desde que o valor não ultrapasse o teto (art. 37, XI)

b) Art. 40 da CF

I) Invalidez de caráter permanente que impeça o indivíduo de continuar exercendo suas


atividades
- proventos podem ser:
1) integrais – se a invalidez decorre de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, ou
2) proporcionais – proporcionais ao tempo de contribuição

II) compulsória: fato gerador = atingimento do limite de idade = 70 anos


- proventos proporcionais ao tempo de contribuição

III) voluntária – requerida pelo servidor que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria

- a EC trocou o critério de tempo de serviço por tempo de contribuição

- se o servidor com mais de 10 anos de serviço e que não tenha tempo mínimo de 5 anos em
determinado cargo efetivo ou vitalício dar-se-á com base no cargo anterior, desde que nele
tenha aquele tempo mínimo; caso contrário, o cargo inicial servirá de cálculo para o
benefício.

- Nas seguintes condições:

1) proventos integrais
- 60 anos de idade e 35 anos de contribuição – se homem e
- 55 anos de idade e 30 anos de contribuição – se mulher

2) proventos proporcionais (ao tempo de contribuição)


- 65 anos de idade – se homem

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- 60 anos de idade – se mulher
- não existe mais a antiga aposentadoria proporcional – homem 30 e mulher 25.

- Aposentadoria especial

- Características:
a) aposentadoria voluntária
b) com proventos integrais
c) professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
Magistério
d) só magistério infantil, ensino fundamental e médio (excluídos desta aposentadoria os
professores universitários)
e) limites de idade - 55 anos de idade – se homem e
- 50 anos de idade – se mulher

- Aplicabilidade das mudanças:


a) as regras valerão para aqueles que ingressarem na estrutura da Administração Pública após
a promulgação da Emenda

b) grupo de servidores que já estavam no mercado de trabalho e que já preencheram os


requisitos anteriores para se aposentar – até a data da promulgação da emenda – aplica-se à
regra do direito adquirido (emenda é fruto de poder derivado, sofre limitações)

c) grupo de servidores que estão no mercado de trabalho, mas que preenchem os requisitos
para aposentadoria – não podem invocar o direito adquirido - regras de transição previstas
no art. 9º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

- Proventos : e as pensões não poderão exceder à remuneração do respectivo servidor no


cargo efetivo – art. 40, § 2º
- serão calculados com base nos proventos da remuneração do servidor no cargo efetivo em
que se der a aposentadoria - § 3º
- Revisão dos proventos: os valores das aposentadorias e pensões, obedecido o limite do
art. 37, XI, serão revistos na mesma proporção e na mesma data em que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade, sendo estendidos aos aposentados e pensionistas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade. -
§ 8º

- Reversão e cassação da aposentadoria:


a) reversão – é o retorno do inativo ao serviço, em face de cessação dos motivos que
autorizam a aposentadoria por invalidez.
b) cassação é penalidade assemelhada à demissão, por acarretar a exclusão do infrator do
quadro dos inativos e, conseqüentemente, a cessação dos pagamentos de seus proventos.

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- Pensão por morte – o benefício será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou
ao valor dos proventos a que teria direito servidor em atividade na data do seu falecimento –
art. 40, § 7º

- Sistema remuneratório da Administração direta e indireta para os servidores da ativa

- Características gerais:
1) sujeito ao princípio da reserva legal específica
2) assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, sempre na mesma data e
sem distinção índices, assegurou a irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e
dos vencimentos.
3) a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da Administração direta autárquica e
fundacional, estipulando que os subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos,
pensões e outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Min. Do STF – art. 37, XI
4) o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da CD,
do SF e do STF que, por curiosidade, mas por evidente cautela está sujeita à sanção do chefe
do Executivo – art. 48.
5) os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os vencimentos dos cargos
pertencentes aos Poderes, que corresponde àqueles pagos pelo Executivo – art, 37, XII.
6) os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das sociedades de economia
mista , e suas subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se as pessoas jurídicas
receberem recursos do poder público.
7) os direitos assegurados no art. 39, § 3º - 13º salário, 1/3 de férias não estão incluídos no
teto geral

- Compreende as seguintes modalidades:

a) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela única, paga


obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo (Senador, Deputado Federal, Estadual,
Vereador, Presidente, Vice-Presidente, Governador , Vice-Governador, Prefeito e Vice-
Prefeito) e aos demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e
Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e Conselheiros dos Tribunais de
Contas). (arts 39, § 4º, 49, VII e VIII, e 73, § º, c/c os arts. 75, 95, III e 128, § 5º, I, e)
- agente político (membro de poder, detentor de mandato eletivo, ministros de Estado,
Secretários Estaduais e Municipais) – tem como única modalidade de remuneração cabível,
enquanto que os demais agentes públicos poderão ter remuneração.

b) REMUNERAÇÃO –

I) vencimentos - (no plural) – é espécie de remuneração e corresponde à soma dos


vencimentos e das vantagens pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao
servidor pelo exercício do cargo público.

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- vencimento (no singular) – corresponde ao padrão do cargo público fixado em lei (salário
base)
- vencimentos - salário padrão do cargo acrescido dos demais componentes do sistema
remuneratório do servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional.

II) salário - pago aos empregados públicos da Administração direta e indireta regidos pela
CLT, titulares de empregos públicos e não de cargos públicos.

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