contratos podem ser: Quanto ao tempo, os contratos podem ser classificados em instantâneos ( execução imediata) ou de duração (execução continuada). Essa classificação leva em consideração o momento em que o contrato deve ser cumprido.
a) Contratos instantâneos ou de execução imediata
São aqueles que têm aperfeiçoamento e cumprimento
imediato. São aqueles que se esgotam numa única prestação. Os efeitos jurídicos são produzidos de uma só vez.
b) Contratos de duração ou de execução continuada,
ou ainda, de trato sucessivo.
Os contratos de duração têm como característica essencial a
distribuição da execução no tempo. São aqueles que têm o cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no tempo. São aqueles que se cumprem por meio de atos reiterados.
Essa duração pode ser determinada ou indeterminada,
dependendo de previsão de termo final ou de condição resolutiva que limite a eficácia do contrato.
c) Contratos de execução diferida.
São aqueles que têm o cumprimento previsto de uma só vez no futuro. O exemplo clássico é o da venda e compra pactuada com pagamento previsto por cheque.
d) Importância dessa classificação:
- a resolução por onerosidade excessiva (artigos 478 a 480,
CC), somente se aplica aos contratos de execução continuada ou aos instantâneos de execução diferida.
- o princípio da simultaneidade das prestações só se aplica aos
contratos de execução instantânea.
Essa regra não é permitida nos contratos de execução
continuada ou diferida, pois o contratante que deve cumprir em primeiro lugar a sua prestação não pode se defender pela exceptio non adimpleti contractus, alegando que a outra parte não cumpriu a dela.
- nos contratos de execução instantânea a declaração de
nulidade ou a resolução por inadimplemento reconduz as partes ao status quo ante, o que não é possível nos contratos de execução continuada, em que devem ser respeitados os efeitos produzidos.
Quanto ao agente os contratos podem ser:
Quanto à importância da pessoa do contratante para a celebração e produção dos efeitos do contrato, os negócios jurídicos podem ser classificados em:
a) Contratos pessoais ou contratos impessoais:
Os contratos pessoais, também denominados de personalíssimos, são aqueles realizados intuitu personae, quer dizer, aqueles celebrados em razão da pessoa do contratante, que tem influência decisiva para o consentimento do outro. Interessa que a prestação seja cumprida por aquela pessoa, pelas suas características particulares, como: a habilidade, a idoneidade, a técnica, a honestidade, etc..
Os contratos impessoais são aqueles em que somente interessa
o resultado, ou seja, a pessoa do contratante é juridicamente indiferente.
b) Distinção entre contratos pessoais e impessoais:
- Os contratos intuitu personae são intransmissíveis, ou seja,
não podem ser executados por outrem. Portanto, se ocorrer a morte do devedor é causa extintiva do contrato, que também não pode ser cedido para terceiros. Caso ocorra tal cessão, juridicamente, será a celebração de um novo contrato.
- Os contratos intuitu personae são anuláveis, havendo erro
sobre a pessoa, na forma do artigo 139, II do CC; tendo em vista que a determinação do sujeito contratante foi a razão básica para a manifestação da vontade de contratar.
- Nos contratos intuitu personae, o descumprimento culposo
da obrigação de fazer somente pode gerar perdas e danos, nunca admitirá a prestação por terceiros, pela sua própria natureza.
c) Contratos individuais ou contratos coletivos:
Essa classificação é mais utilizada no Direito do Trabalho.
O contrato individual é aquele onde as vontades são
individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Não é a singularidade de parte que caracteriza o contrato, mas a consideração de vontade de cada uma das partes na celebração desse contrato.
Já os contratos coletivos são aqueles que se aperfeiçoam pelo
acordo de vontades entre duas pessoas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo convencionados convenções coletivas. Na verdade trata-se de um acordo normativo e não propriamente de um contrato, haja vista que sua celebração não nasce de relações jurídicas que coloquem as partes na posição de devedor e credor.
Quanto ao modo porque existem os
contratos podem ser: Estão classificados em:
a) Contratos principais:
São aqueles que têm existência própria, autônoma e não
dependem de qualquer outro. Por exemplo: a venda e compra e a locação.
b) Contratos acessórios:
São aqueles que têm a sua existência subordinada à do
contrato principal, como a cláusula penal, a fiança.
A função do contrato acessório é garantir o cumprimento de
obrigações contraídas em contrato principal, em virtude do princípio por força do qual o acessório segue o principal. Há entre o contrato principal e o acessório uma relação de subordinação. Exemplo: a hipoteca convencional, a fiança.
c) Distinção entre os contratos principais e acessórios:
- Se nulo o contrato principal, nulo será o contrato acessório. No
entanto a recíproca não é verdadeira. (artigo 184, CC)
- ocorrendo a prescrição da dívida do contrato principal, o
contrato acessório estará extinto.
- o contrato acessório não pode tomar maiores dimensões que o
contrato principal.
- o que ocorre no contrato acessório não repercute no contrato
principal, ou seja, a nulidade do contrato acessório não gera a nulidade do contrato principal.
Quanto à forma os contratos podem ser:
O direito brasileiro protege a liberdade de forma, sendo este um princípio de seu ordenamento. Portanto, se existe o acordo das partes, independentemente do modo de expressar suas intenções, o vínculo obrigacional estará formado e válido.
a) contratos solenes e não solenes:
Porém, a legislação vigente exige que em determinados
contratos seja utilizada a forma prevista em lei, sendo esta forma considerada como requisito essencial à sua validade. Esses contratos são denominados de contratos solenes, e são contratos formais. No contrato solene, a forma é da sua substância.
Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóveis deve
ser celebrado sob a forma de escritura pública. Se não obedecida a exigência legal, tais contratos serão considerados nulos, por lhes faltar elemento essencial à sua validade.
Já os contratos não solenes, ao contrário, não necessitam de
nenhuma formalidade especial para ter reconhecida sua validade, bastando que haja consenso entre as partes contratantes, para serem considerados perfeitos. Concluem-se pelo simples consentimento das partes. Não é exigida nenhuma forma especial. Exemplo: contrato de compra e venda.
b) contratos consensuais e reais:
Contratos consensuais são os que se aperfeiçoam com o
consentimento, isto é, com o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
Contratos reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além
do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato e mútuo, por exemplo. Todos são, também, unilaterais. É que, entregue a coisa (quando o contrato torna-se perfeito e acabado), só resta obrigação para o depositário, o comodatário e o mutuário.
Quanto ao objeto os contratos podem ser:
a) Contratos preliminares e contratos definitivos:
O contrato preliminar tem a finalidade de comprometer e
obrigar os contratantes a realizarem um negócio jurídico futuro.
Dispõe o Art. 463 do CC: “Concluído o contrato preliminar, com
a observância do artigo anterior, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra parte para que o efetive.”.
Não concluído o contrato definitivo, o artigo 464 do CC prevê o
suprimento da vontade não emitida pelo contratante que se obrigou a realizar o contrato definitivo, sendo isto possível.
O contrato preliminar, contendo todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado, poderá ser registrado no Cartório de Imóveis, se versando sobre bem imóvel, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 463 do CC. Não versando sobre bens imóveis, poderá ser registrado perante o Cartório de Títulos e Documentos.
O Código de Processo Civil traz instrumentos processuais para a
efetivação concreta do cumprimento definitivo do contrato preliminar. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), para as relações de consumo, também prevê instrumentos processuais para o cumprimento de obrigações de fazer.
Quanto à designação os contratos podem
ser: a) Contratos nominados ou típicos:
Nominados ou típicos são os contratos que abrangem as várias
espécies contratuais que estão disciplinadas na lei com designação legal e própria. O atual CC esquematiza vinte e três tipos dessa modalidade de contrato: venda e compra, troca, empréstimo, prestação de serviços, depósito, mandato, comissão, etc..
Os contratos típicos ou nominados possuem, dessa forma, uma
denominação legal e própria, estando previstos e regulados por norma jurídica, formando espécies legalmente definidas.
b) Contratos inominados ou atípicos:
Os contratos inominados ou atípicos afastam-se dos modelos
legais, haja vista que não são disciplinados ou regulados expressamente pelo Código Civil, por qualquer lei extravagante ou lei especial, sendo, todavia, permitidos juridicamente, desde que não contrariem a lei, os bons costumes e os princípios gerais de direito.
O artigo 425, CC, dispõe: “É lícito às partes estipular contratos
atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.”.
Os contratos atípicos decorrem da necessidade das partes na
atividade negocial, já que impossível seria a regulamentação de todas as formas de relações intersubjetivas. Em decorrência disso, é certa a assertiva de que os contratos atípicos decorrem da autonomia da vontade privada. Portanto, o rol de contratos, previsto no CC, é meramente exemplificativos. Assim, os contratos inominados são permitidos pelo sistema jurídico, observadas as normas gerais fixadas pelo CC, como: a boa-fé, os bons costumes, a preservação da ordem pública e os princípios gerais de direito.