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Água, um direito de todos e

um desafio para todos


O Ciclo Hidrológico é o caminho que a água percorre na
natureza. As reservas subterrâneas são formadas e
realimentadas pelas águas de chuvas, neblinas, neves e
geadas, que se infiltram lentamente pelos poros, fraturas e
cavidades das rochas e solos. A água subterrânea é, portanto,
a parcela da água que permanece no subsolo, onde flui até
descarregar em corpos d'água superficiais, nas nascentes, ser
extraída em poços ou absorvida por raízes de plantas. A água
subterrânea tem papel essencial na manutenção da umidade
do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. É responsável pela
perenização dos rios durante os períodos de estiagem.

Neve
Gelo
Transpiração
Precipitação

Infiltração Escoamento
Lençol Superficial
Evaporação
Freático
Fonte

Apesar da água cobrir cerca de 70% da superfície da Terra,


num volume estimado de 1,4 bilhão de km3, cerca de 97,2%
deste total é constituído por oceanos, mares e lagos de água
salgada. Outro 2,1% está estocado em geleiras de montanhas
e nas regiões polares. Assim, menos de 1% de toda a água
doce do planeta é de acesso fácil à população humana e de
outros animais que ocupam áreas não remotas de nosso
planeta. Desta parcela, a água subterrânea representa 97,5%,
num volume estimado entre 10 e 13 milhões de km3.
Água Doce 3% Água Superficial 1% Rios < 0,4%

Água Subterrânea
22% Lagos
Oceanos 61%
97% Icebergs
e Geleiras
77% Atmosfera
e solo 39%

Distribuição da Água na Terra (1).


Em geral a água subterrânea é potável e, muitas vezes, é a
única opção para os habitantes das áreas áridas e algumas
ilhas. Por estar no subsolo, é mais protegida da poluição do
que a água de rios e lagos. Sua utilização é geralmente rápida
e barata, dispensando tratamento e a execução de grandes
obras, como barragens e adutoras.
A água subterrânea é um bem renovável e pode ser retirada de
forma permanente e constante, dependendo da quantidade
armazenada no subsolo e das condições de recarga. Esta por
sua vez, encontra-se diretamente ligada às condições
climática e geológica da região. Se o volume retirado for
menor do que a reposição, o bombeamento pode continuar
indefinidamente. Mas, se a retirada exceder às taxas de
reposição natural, inicia-se um processo não sustentável,
sacrificando a perenidade do aqüífero.

Poço jorrante - Italva - RJ (Foto: Emater-Rio)

Embora mais protegida, a água subterrânea não está livre da


poluição e seu aproveitamento deve envolver um
planejamento técnico. Atividades humanas como a
agricultura, indústrias e urbanização podem degradar a
qualidade de um aqüífero, cuja remediação é difícil e cara.
Como normalmente o fluxo da água subterrânea é mais lento
(cm/dia), a contaminação pode ficar oculta por anos e atingir
grandes áreas.
Cerca de 1.5 bilhão de pessoas no mundo já utilizam essa
fonte de abastecimento hídrico. Na Alemanha e nos Estados
Unidos, responde por 70% do consumo total. Na Dinamarca,
Lituânia e Áustria todo o suprimento público é feito por meio
de poços(2). No Brasil, muitas cidades da Região Sul suprem
suas necessidades a partir do Aqüífero Guarani. Por sua vez,
capitais como São Luís, Maceió e Natal são abastecidas por
água subterrânea, assim como 80% das cidades do Estado de
São Paulo.
No futuro, a dependência por água subterrânea será ainda
maior. Portanto, é um bem natural valioso e essencial para
nós, não se justificando qualquer descuido quanto à gestão
desse patrimônio da humanidade.

Fontes das informações:


(1)http://www.igm.pt/edicoes_online/diversos/agua_subterranea/in
dice.htm
(2)http://www.bgr.bund.de/cln_092/nn_324514/EN/Themen/Wasse
r/wasser__node__en.html?__nnn=true
(3)http://www.brasildasaguas.com.br

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As megacidades são sustentáveis ou a
solução está na descentralização urbana?

Entende-se por megacidades as áreas urbanas com mais de 5


milhões de habitantes, com uma densidade demográfica de
pelo menos 2 mil habitantes por km2 (1), segundo alguns
autores. Os cientistas estimam que por volta de 2015, o
mundo terá 60 megacidades, com mais de 600 milhões de
pessoas vivendo nas áreas urbanas(2). Para muitos, não há
possibilidade de sustentabilidade nessas cidades,
principalmente porque esse crescimento vem ocorrendo à
custa da degradação ambiental e da incapacidade de
resolução de questões como a pobreza e as desigualdades
sociais. Outros pesquisadores acreditam que a tecnologia e a
racionalidade humana(3) poderão resolver os problemas
ambientais em situação de crescimento populacional.
Sem dúvida, a capacidade e criatividade do ser humano
asseguram que há solução para as megacidades, mas a
sustentabilidade só será alcançada quando as ações forem
direcionadas à totalidade da população.

São Paulo(1)
A formação de grandes concentrações urbanas é um
fenômeno relativamente novo, que remete à migração da
população do campo para cidade, em busca de melhores
condições de vida.
Como qualquer sistema não planejado, a ocupação
desordenada leva à crise. Ampliam-se as diferenças sociais, a
pobreza e a insegurança. Reduzem-se áreas verdes, o
transporte de massa se torna insuficiente, as vias, cada vez
mais congestionadas, e a oferta de água e de energia, mais
onerosa. Instala-se, enfim, um ciclo de degradação que amplia
as contradições sociais e os danos ao meio ambiente.
Engarrafamento(4)

Contrapor-se a esse ciclo exige práticas de planejamento


urbano, de forma a ampliar os ganhos sociais, a qualidade de
vida e reduzir os impactos ambientais. Além de seu papel de
cidadãos, cabe aos geocientistas contribuir para a formulação
de políticas para o uso e ocupação do solo urbano, a gestão
dos resíduos sólidos, a captação e o tratamento de água usada
e o fornecimento de insumos minerais e energéticos essenciais
para a vida nas cidades. No entanto, não basta somente um
bom projeto técnico para conter o processo de decadência
urbana. A solução política se impõe, com a participação
efetiva da população no planejamento e na gestão das
megacidades.

Fontes das informações:


(1) http://www.megacities.uni-koeln.de/taskforce/
(2) http://www.progeo.pt/aipt/
(3)http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/popdesenvsustentavell_01mai
07.pdf
(4) http://blogs.dw-world.de/latino/images/news/4683.2.jpg

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Ouvindo a Terra

Muitas vezes ouvimos falar de eventos naturais trágicos


ocorridos em alguma parte do mundo, com perdas de vidas e
destruição. Eles são decorrência do que chamamos de
desastres naturais, termo que engloba fenômenos como
deslizamentos de terras, erupções vulcânicas, inundações,
tufões, terremotos e tsunamis (palavra japonesa que significa
“marés de terremoto”). Ou seja, referem-se a processos
associados à dinâmica da Terra e que levam risco à vida.

Monitoramento de um vulcão(1)

Podem ter importância local (como queda de blocos) ou


global (como colisão de um meteorito, à qual possivelmente
levou ao fim a existência dos dinossauros)(2).
Devemos lembrar que, na história da Terra, alguns fenômenos
“catastróficos” resultaram em benefícios para a humanidade.
Por exemplo, o petróleo é o resultado de grande mortandade
de microorganismos em determinadas épocas da história de
nosso planeta, assim como muitos vulcões foram responsáveis
pela concentração de bens minerais econômicos.
No Brasil, dada a nossa posição geológica e fatores climáticos,
não somos afetados de forma drástica por esses processos
extremos. Grandes terremotos e vulcões ativos estão
associados aos limites das placas tectônicas, o que explica sua
existência na Indonésia, Chile e Japão, por exemplo. Mas, por
vezes sentimos no Brasil alguns tremores de terra, como
reflexo de terremotos nos Andes ou por pequenos
movimentos que nossas estruturas geológicas, muito antigas,
ainda realizam. Os principais desastres naturais que atingem o
Brasil estão associados a eventos climáticos intensos – são
desmoronamentos das encostas íngremes e inundações
geralmente provocadas por chuvas de verão.
Deslizamento de terra em encostas(3)

Os transtornos gerados e o número de vítimas resultantes dos


eventos catastróficos geralmente são grandes porque os
homens não conhecem bem e por isto não respeitam as
limitações impostas pela natureza. Muitos desastres ocorrem
em áreas já identificadas como de risco geológico. No caso do
Brasil, são os desmatamentos e a ocupação de encostas que
contribuem para a ampliar o número e a magnitude de
deslizamentos de terra e rochas. Outros exemplos comuns de
ocupação inadequada são as construções nas margens dos
rios, não raro destruídas por enchentes.

Enchentes em margens ocupadas(3)

Com planejamento e estudos técnicos (elaboração de mapas


com áreas de risco geológico) é possível minimizar perdas
materiais e humanas. A determinação política e o
envolvimento da população são os elementos
complementares, fundamentais, para que sejam criadas as
condições para reduzir os riscos dos desastres naturais.

Fontes das informações:


(1)http://www.earth4567.com
(2)http://www.progeo.pt/aipt/
(3)Curso Mapeamento e Gerenciamento de Áreas Urbanas com Risco
de Escorregamentos, Enchentes e Inundações IPT e Ministério
das Cidades

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Uma riqueza ainda desconhecida e
inexplorada
A linha de costa do Brasil se estende por 8.698 km, onde se
concentra quase um quarto da população do País. São cerca
de 400 municípios, com uma densidade demográfica média
de 87 habitantes por km², cinco vezes superior à média
nacional. Treze capitais de estados brasileiros são cidades
litorâneas. Além disso, as atividades econômicas costeiras são
responsáveis por cerca de 70% do PIB nacional (1).

Em termos mundiais, cerca de 60% da população vive


atualmente numa faixa distante até 100 km do mar.
Estimativas para 2025 indicam que 75% da população
mundial ocuparão essa pequena porção de terra.
De um modo geral, essa ocupação não foi planejada. A
intervenção do homem na modificação da linha de costa (por
meio de aterros, especulação imobiliária, construção de
portos e outras intervenções) e o lançamento de resíduos vêm
deteriorando significativamente a orla marinha.
Paradoxalmente, os oceanos são considerados fonte
inesgotável de recursos e de bem-estar para o homem.
Atividades econômicas importantes encontram-se
intensamente ligadas ao mar, como a pesca, o turismo e a
exploração de petróleo, que contribuem com intensa
demanda para a indústria naval.
Além da dimensão socioeconômica, é necessário pensar os
oceanos do ponto de vista ecológico e geológico. Como se
sabe, são locais naturalmente privilegiados para o
desenvolvimento da vida, fonte principal de formação de
oxigênio e exercem um forte controle climático sobre o nosso
planeta. Também guardam recursos minerais e petróleo ainda
não explorados e, por isso mesmo, estratégicos para as
gerações futuras. Os oceanos são cada vez mais objeto de
discussões e debates, cuja tônica é a exploração de seus
recursos sem dilapidar seus valiosos ecossistemas.
O fundo dos oceanos guarda também inestimáveis
informações sobre a evolução da Terra nos últimos 200
milhões de anos. Nos seus depósitos estão registrados a
dinâmica dos continentes, as reversões de polaridade
magnética do planeta, os ciclos climáticos e os momentos de
expansão e restrição da vida. A morfologia do assoalho
oceânico é um dos condicionantes que determinam a
circulação de correntes marinhas. E nas cadeias de vulcões
submersos, sob ambientes anômalos, vivem organismos ainda
pouco estudados. O conhecimento mais aprofundado de suas
características biológicas contribuirá para a compreensão dos
processos que deram origem à vida na Terra.
Decifrar o mistério dos oceanos é uma tarefa ainda a ser
realizada. Se neles há riquezas importantes para o nosso
futuro, devemos zelar e cuidar desse imenso e fértil ambiente.
A vida na Terra depende muito disso.

Fontes das informações:


(1)http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstr
utura=78&idConteudo=3532

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Da Crosta ao Núcleo

O interior da Terra: que "mundo" é este?

O desenvolvimento científico e tecnológico nos permitiu saber


que o interior da Terra é formado por camadas concêntricas,
como uma cebola, cada qual com sua particularidade. O
núcleo, o centro da Terra, é composto predominantemente
por Ferro e Níquel, tem uma parte interna sólida e um
envoltório mais pastoso. Numa posição intermediária, temos
o Manto, composto fundamentalmente por Silício e
Magnésio. Finalmente a crosta, a unidade superficial e mais
fina, que é formada por rochas ricas em Silício e Alumínio.

A estrutura interna da Terra(1)

Também já se sabe bastante sobre a dinâmica interna do


planeta. O Núcleo, por exemplo, é responsável pela direção e
intensidade do campo magnético terrestre. Na circulação de
calor no Manto está o motor das movimentações na Crosta,
desencadeando o processo da Tectônica de Placas. As
evidências perceptíveis de que habitamos uma “Terra viva”,
estão em manifestações intermitentes na forma de
terremotos, vulcanismos e tsunamis, classificados por nós
como catástrofes. Como anteviu o geocientista James Hutton,
dois séculos antes da consolidação da Tectônica de Placas,
“este mundo é assim, destruído em uma parte, mas renovado
em outra”.
Placas Tectônicas(1)

A Terra perde enorme quantidade de calor com o passar do


tempo. Todavia, o conhecimento e as soluções tecnológicas
disponíveis permitem apenas que uma parcela ínfima dessa
energia seja aproveitada pelo homem. Certamente no futuro,
soluções mais eficientes permitirão colocar esta fonte
inesgotável e não poluente de energia a serviço do nosso bem-
estar.
Outra riqueza associada a processos do interior da Terra são os
minérios, cuja localização está muitas vezes condicionada por
processos do interior do planeta. Assim, o desafio de
compreender estes processos oferece a oportunidade de
novas descobertas de riquezas minerais escondidas no
subsolo.
Há ainda um longo caminho a percorrer no sentido de
conhecer com mais detalhe o interior da Terra, mas certo é que
está aí, também, um dos passaportes para assegurar os
insumos necessários para uma melhor qualidade de vida da
atual e futura gerações.

Fontes das informações:


(1) Decifrando a Terra. Teixeira, Fairchild, Toledo & Taioli, 2000.Oficina
dos Textos. São Paulo.

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Nós, passageiros do Planeta Terra

A biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. É o


local mais significativo para nós seres humanos, pois é onde
vivemos!
A origem, a evolução da vida e os processos que a governam
sempre foram objeto de muita curiosidade da humanidade.
Remonta ao século XVIII a máxima cunhada por um notável
geocientista de que “o presente é a chave do passado”. Hoje
acreditamos que no registro das rochas, ou seja, no passado,
residem muitas lições sobre fenômenos que podem ocorrer no
futuro no nosso planeta.
A vida é a característica que nos distingue no sistema solar.
Também foi a vida que desencadeou mudanças significativas
na atmosfera que permitiram a presença de oxigênio e, em
conseqüência, da camada de ozônio que nos protege dos
raios ultravioleta.
Os fósseis nos dão as pistas de como a vida surgiu no mar e,
posteriormente, avançou para a terra firme. Também nos
informam sobre a concentração de oxigênio e gás carbônico
na atmosfera, além da variabilidade e estabilidade de
ecossistemas como recifes de corais e florestas.

Os fósseis são o
registro da evolução da
v i d a n a Te r r a . À
esquerda, um Nautilus,
organismo com uma
ampla distribuição no
tempo geológico. (1)

Nos últimos 500 milhões de anos, a vida na Terra


experimentou momentos de maior ou menor diversidade de
espécies, pontuados por, pelo menos, dois grandes eventos de
extinção em massa – ocorridos no final das eras Paleozóica e
Mesozóica (aproximadamente há 250 e 65 milhões de anos).
Uma das mais empolgantes tarefas dos geocientistas é
fundamentar, com argumentos e dados contundentes, teorias
que expliquem a extinção e o surgimento das espécies ao
longo da história do planeta. Para os fenômenos de extinção
em massa, os pesquisadores buscam normalmente
associações com explosões vulcânicas de grandes magnitudes
ou impactos de meteoritos. Por sua vez, extinções isoladas de
espécies levam à formulação de hipóteses que passam por
condicionantes climáticas (adequação a estresses ambientais),
competições entre organismos e resistências a ações viróticas.

Milhões 600 500 400 300 200 100 0


de anos
5
600
Número de famílias

1 2 3

400
4

200 “fauna moderna”


“fauna paleozóica”
“fauna cambriana” 40%
O2 20%
0
0
-5 Luz solar 0,720
-10 %
Co2 0,36

0,036

Milhões
de anos 600 500 400 300 200 100 0

Ilustração: Wolfgang Oschmann (1)

Entender a evolução da vida pode nos ajudar a preparar nossa


sociedade para um futuro mais equilibrado, sem assumir riscos
desnecessários.

Fonte das informações:


(1) http://www.progeo.pt/aipt/

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Superfície viva da Terra

Os solos são formados pela decomposição das rochas. Existem


muitos tipos de solos, cada qual dependendo da rocha original
e da ação de fatores como clima, relevo e dos seres vivos que
atuam em sua formação.
No solo construímos, plantamos e vivemos. Entre muitas
funções, os solos servem de substrato para as raízes, retêm
água para utilização pelas plantas e abrigam muitos tipos de
organismos que promovem importantes reações bioquímicas
como a fixação de nitrogênio. A maioria da biodiversidade
terrestre está presente no interior do solo e não sobre ele (1).
Se por um lado a natureza promove a sua formação, também
se ocupa de removê-lo, por meio dos chamados fenômenos
erosivos. São remoções naturais realizadas por agentes como
o vento, a chuva, o declive do terreno, a ação do gelo e das
ondas. Por outro lado, a ocupação e o uso inadequado do solo
pelo homem podem levar à destruição precoce dessa fina
camada essencial para a vida. Trata-se da erosão antrópica,
que provoca a remoção do solo em velocidade muito maior
que a natural.
A agricultura é a atividade mais comum realizada sobre o solo.
Apesar de sua importância inegável para a produção de
alimentos, essa atividade pode danificá-lo se não for bem
orientada. Dessa forma, o desenvolvimento e uso de
tecnologias que aumentem a produtividade agrícola são
condições fundamentais para a preservação e remediação de
solos, evitando a expansão agrícola desnecessária sobre as
florestas.

Terra roxa – basalto alterado (2)


Nas cidades, a ocupação planejada do espaço físico requer o
conhecimento das características do solo em detalhes. Esses
estudos informam as áreas adequadas à ocupação e aquelas
que deverão ser evitadas – as chamadas “áreas de risco
geológico”. Outro problema comum nas cidades é a
contaminação do solo pelo lançamento de resíduos, sejam
eles domésticos, industriais e/ou agrícolas. Por isso, o mapa de
solos ao lado de outras informações geocientíficas são
ferramentas imprescindíveis para o bom planejamento
urbano.

Descrição de perfil de solo, usado em mapeamento (2)

Mapa de Potencial agrícola do Brasil – IBGE (3)

Fonte de Informações:
(1) http://www.progeo.pt/aipt/
(2)http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/
AG01_14_911200585231.html
(3)ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/mapas_murais/solos.pdf

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Recursos Naturais
e Energia

Em busca de soluções para o futuro

A sociedade moderna é cada vez mais dependente de recursos


energéticos e minerais. Não há um objeto dos que utilizamos
no dia-a-dia que não tenha uma contribuição vinda da
apropriação e transformação pelo homem de tais recursos
naturais. Até mesmo a água, que também é um recurso
mineral, para ser consumida em nossas residências passa por
tratamento que demanda insumos minerais e energia.
Acontece que grande parte desses bens não são renováveis, o
que os tornam mais disputados e por isto mais caros.
Contribui também para isto o fato de que não se acha mais
ouro nos “rios do ouro” que dão nome à tantos córregos
neste nosso Brasil! O exercício de descobrir recursos
energéticos e minerais tornou-se uma arte, exigindo o
emprego de tecnologias, conhecimentos e criatividade. Só
não deixou de ser objeto de disputas entre interesses pela
riqueza e poder que oferecem aos que dele dispõem.

Plataforma de petróleo na Bacia de Campos(3)

É verdade também que o avanço tecnológico, em especial na


petroquímica, vem substituindo o uso de determinados bens
minerais. Por outro lado, a reciclagem de materiais permite
alongar o prazo de esgotamento das reservas atuais de bens
minerais e energéticos, enquanto soluções alternativas são
testadas. Um bom exemplo está nos esforços dos países em
prol de ampliar o uso e adotar energias renováveis como os
biocombustíveis e a célula de hidrogênio, que contribuem
para reduzir a queima de combustíveis fósseis, com ganhos
para o meio ambiente.
A extração dos bens minerais requer um foco direcionado para
o desenvolvimento envolvendo aspectos econômicos,
ambientais e sociais. Embora não saibamos quais serão as
principais demandas de recursos minerais em 100 anos,
podemos estar certos que a sociedade ainda necessitará de
energia e uma grande variedade de matéria-prima.
O Brasil é um país com grandes riquezas minerais já
descobertas e muitas outras ainda por descobrir. Ocupa o
primeiro lugar mundial na produção de nióbio e ferro; o
segundo em manganês, tântalo e alumínio; o terceiro em
grafita; o quarto em rochas ornamentais, magnesita e
crisotila; e o quinto em caulim. Por sua vez, é também
possuidor de uma matriz energética invejável, uma vez que
boa parcela é renovável. E agora temos a descoberta pela
Petrobrás dos grandes campos petrolíferos do Pré-sal, que
coloca o Brasil em posição excepcional quanto à
disponibilidade deste valioso bem natural.
Cabe aos geocientistas desvendar as riquezas escondidas no
planeta e informar à sociedade para que ela decida a melhor
forma de dispor desses bens naturais, de forma a servir como
instrumento para a melhoria da condição de vida da atual e
das futuras gerações.

Mina de Ferro - Urucum

Fontes de informação:
(1)www.yearofplanetearth.org
(2)http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?
channelId=45
(3)Banco de imagens da Petrobras

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Na medida certa

O médico, alquimista e astrólogo suíço Paracelso (1493 –


1541), conhecido como o "Pai da Medicina Naturalista",
assegurava que todas as substâncias têm sua porção de
veneno, mas nada é definitivamente venenoso. Para ele, a
dose correta é que diferenciava o veneno do medicamento(1).
Mas qual a ligação dessa frase às Ciências da Terra?
Nas rochas e solos, por exemplo, concentram-se quase todas
as matérias-primas necessárias para a nossa saúde. São sais
minerais obtidos pela exploração das rochas ou água
enriquecida de elementos químicos, concentrados durante a
lenta passagem desse fluido pelo meio rochoso. Desde a
Antigüidade, a água tem o seu valor e uso medicinal
reconhecidos e aplicados. Seu aproveitamento terapêutico é
verificado em determinadas regiões, chamadas de estâncias
hidrominerais , como São Lourenço e Caxambu (MG). Graças
às fontes de “águas medicinais”, essas cidades tornaram-se
pólos turísticos e econômicos.

Estância Hidromineral - São Lourenço - MG(2)

Devemos ainda lembrar o papel desempenhado pelas plantas


que retiram do solo os nutrientes para o seu desenvolvimento.
De uma maneira indireta, esses nutrientes são parcialmente
absorvidos por nós e por outros animais envolvidos na cadeia
alimentar.
Em vários casos, é preciso adicionar, aos alimentos, elementos
químicos retirados da natureza. Esse é o caso do iodo e do
flúor, acrescentados ao sal de cozinha e à água,
respectivamente, para prevenção do bócio e cáries dentárias.
Além disso, os minerais podem ser utilizados como matérias-
primas para a fabricação de remédios e suplementos
vitamínicos.
Por outro lado, a inalação de poeira oriunda de processos
naturais ou antrópicos pode levar a sérios riscos à saúde. Do
mesmo modo, o consumo em doses elevadas de
determinados elementos químicos pode causar doenças, em
vez de remediá-las. Um bom exemplo é flúor que, se for
ingerido em demasia, provoca a fluorose. Processos
semelhantes de consumo excessivo de determinados
elementos químicos podem ocorrer sem que as pessoas
percebam, contaminando naturalmente o ambiente. Diante
desses exemplos, confirma-se o quão sábia foi percepção de
Paracelso!

Mineral Fluorita - fonte de flúor (3)

Por esses motivos, o tema Terra e Saúde faz parte do programa


do AIPT. Pesquisas sobre a química da Terra (Geoquímica) são
importantes para orientar as políticas públicas de saúde.
Precisamos conhecer melhor nosso Planeta.

Fontes das informações:


(1) http://www.progeo.pt/aip
(2) www.hotelnegreiros.com.br/saolourenco.html
(3)http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Fluorita_green.jpeg

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O tic-tac do relógio do clima

A Terra guarda em suas rochas, sedimentos e geleiras os


registros das mudanças ambientais ocorridas na sua longa
evolução. Os geocientistas são os profissionais mais
capacitados em decifrar estes registros. E o que se pode
descobrir com isto?
Primeiramente pode-se dizer que mudanças climáticas fazem
parte da história da Terra. Nos registros geológicos mais
antigos há como apontar tais mudanças pela observação das
rochas sedimentares, em particular pela presença de fósseis.
Para as épocas mais recentes, as alterações climáticas de
intensidade variável são identificadas nas marcas deixadas
pelas oscilações do nível do mar, nos recifes de corais, nos
troncos das árvores ou nos registros deixados pelo homem
pré-histórico. É a história da Terra contada com precisão de
segundos!

Recifes de coral vivem em


ambientes muito típicos,
com águas rasas, límpidas e
mornas (Bahamas)(1)

Como os primeiros hominídeos só apareceram nessa história


nos últimos 5 milhões de anos e a Terra tem cerca de 4,6
bilhões de anos, fica claro que o homem, até então, não teve
participação nestas mudanças climáticas, cujas causas
naturais foram induzidas por variação na órbita do planeta ou,
eventualmente, por impactos de meteoritos ou grandes
explosões vulcânicas. Há informações arqueológicas de 5.000
- 6.000 anos passados que evidenciam que o homem
desmatou grandes áreas para agricultura extensiva na Ásia(2).
Também, pinturas rupestres mostram o homem pré-histórico
em cenas de caçadas de animais hoje extintos.
E o que dizem os registros dos últimos 1.000 anos? A curva em
azul, na figura abaixo, mostra a variação de temperatura na
Terra, ano a ano, inferida a partir de informações de anéis de
crescimento de árvores, testemunhos de gelo e registros
históricos. A linha preta representa a solução suavizada, por
médias de 50 anos. Por sua vez, a curva vermelha registra
dados de temperatura medidos diretamente. Em lilás está
representada a confiabilidade dos dados.
No século 20, a taxa de crescimento das temperaturas e a duração
do aquecimento foram as maiores em 1000 anos. Os anos 90 foram
(3)
os mais quentes e 1998 foi o ano mais quente do último milênio.

Houve um aumento de temperatura nos últimos 100 anos


como possível repercussão da Revolução Industrial. A
liberação pelo homem de volumes expressivos de gases de
efeito estufa, como o CO2 e o metano, vem provocando um
aumento na temperatura na Terra em contraste com a
tendência natural das previsões dos modelos astronômicos,
que apontam para reduções das temperaturas no planeta. Por
volta de 5.000 anos atrás, no litoral brasileiro, o nível relativo
do mar esteve mais de 4 metros acima do atual e a
temperatura média era cerca de 2ºC mais elevada. Se tal
processo de aquecimento voltar a se repetir, certamente os
impactos serão muito maiores sobre a população.
Nossa tarefa é, portanto, reduzir as chances de que os
fenômenos climáticos se imponham por força de ações
humanas. Para isto há que se repensar o modelo de consumo,
compartilhando oportunidades e compromissos para com a
sustentabilidade planetária.

Fontes das informações:


(1) http://strata.geol.sc.edu/caco3-petrology.html
(2) http://www.progeo.pt/aipt/
(3) Scientific American, 2007, Edição Especial no. 20

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