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ESTADO DA BAHIA de 1939, Adolf Hitler, o ditador nazista da Alemanha, desencadeou a

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA Segunda Guerra Mundial.

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DOS CARGOS A Liga das Nações, tendo fracassado em manter a paz no mundo, foi
dissolvida. Estava extinta por volta de 1942. Porém, em 18 de abril de 1946,
o organismo passou as responsabilidades à recém-criada Organização das
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS Nações Unidas, a ONU.

.
. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO
TRABALHO
.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), especializada
PROF.: TELMO GONÇALVES LIMA nas questões do trabalho.
Graduação: UEFS
Especialização: UFBA Tem representação paritária de governos dos 182 Estados-Membros e de
Advogado – Seção Bahia organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra,
Suíça desde a data da fundação, a OIT tem uma rede de escritórios em
Feira de Santana, Março de 2010. todos os continentes.

O seu orçamento regular provém de contribuições dos seus Estados


Membros, que é suplementado por contribuições de países industrializados
Direito Humanitário para programas e projetos especiais específicos. No biénio 2000-01, o
orçamento da OIT aprovado pelo Conselho de Administração foi de US$ 467
O Direito Internacional Humanitário ou Direito Internacional dos milhões, dos quais apenas 20% proveniente de contribuições regulares.
Conflitos Armados (DICA) é um conjunto de leis que protege pessoas
em tempos de conflitos armados. É composto pelas leis das A OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial. A
Convenções de Genebra e da Convenção de Haia[1]. Suas leis dizem sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes. A
respeito aos países em conflito, aos países neutros, ao indivíduos idéia de uma legislação trabalhista internacional surgiu como resultado das
envolvidos nos conflitos, a relação entre eles e a proteção dos civis. reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução
Estas são as leis básicas do direito humanitário durante um conflito: industrial. As raízes da OIT estão no início do século XIX, quando os líderes
1. Pessoas que estejam fora de combate ou que não desejam industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e
participar diretamente nas hostilidades devem ter suas vidas, harmonização de legislação trabalhista e melhorias nas relações de
integridade moral e física preservadas. Sob todas as trabalho.
circunstâncias devem ser protegidas e tratadas de maneira
humana sem distinção. A OIT funda-se no princípio de que a paz universal e permanente só pode
2. É proibido matar ou ferir um inimigo que se renda ou esteja fora basear-se na justiça social. Fonte de importantes conquistas sociais que
de combate. caracterizam a sociedade industrial, a OIT é a estrutura internacional que
3. Os feridos ou doentes devem ser acolhidos e tratados pela parte torna possível abordar estas questões e buscar soluções que permitam a
do conflito que os tiver sob seu poder. A proteção também vale melhoria das condições de trabalho no mundo.
para equipes médicas. Os símbolos da Cruz Vermelha devem ser
respeitados como símbolos de proteção.
4. Combatentes capturados e civis sob a autoridade de uma parte ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
adversa devem ter suas vidas, dignidade, direitos e convicções
respeitados. Eles têm o direito de corresponder com suas Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações
famílias. Unidas (NU), é uma organização internacional cujo objetivo declarado é
5. Todos devem ser beneficiados por garantias judiciais facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança
fundamentais. Ninguém deve ser culpado por um ato que não internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos
cometeu. Ninguém deve ser torturado fisicamente ou humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945 após a
mentalmente ou receber tratamento degradante. Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objetivo
6. As partes em conflito não podem se utilizar de meios ou de deter guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o
armamento que provoque perdas desnecessárias ou sofrimento diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas
em demasia. missões.
7. As partes em conflito devem distinguir civis e combatentes de
modo a poupar a população e as propriedades. A população civil Existem atualmente 192 estados-membros, incluindo quase todos os
não pode ser alvo de ataques, estes devem ser direcionados estados soberanos do mundo. De seus escritórios em todo o mundo, a ONU
unicamente a alvos militares. e suas agências especializadas decidem sobre questões dessubstantivas e
administrativas em reuniões regulares ao longo do ano.
LIGA DAS NAÇÕES
A organização está dividida em instâncias administrativas, principalmente: a
Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações, Assembleia Geral (assembleia deliberativa principal); o Conselho de
foi uma organização internacional, a princípio idealizada em Janeiro Segurança (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o
de 1919, em Versalhes, nos subúrbios de Paris, onde as potências Conselho Econômico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação
vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para negociar um econômica e social internacional e desenvolvimento); o Secretariado (para
acordo de paz. Sua última reunião ocorreu em abril de 1946. fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a
ONU), o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal). Além
Um dos pontos do amplo tratado referiu-se à criação de uma de órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das
organização internacional, cujo papel seria o de assegurar a paz. Em Nações Unidas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa
28 de Junho de 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que na Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância
sua I Parte estabelecia a Sociedade das Nações, cuja Carta foi nessa (UNICEF).
data assinada por 44 Estados.
A figura mais publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo
O Conselho da Sociedade das Nações reuniu-se pela primeira vez ocupado desde 2007 por Ban Ki-moon, da Coreia do Sul. A organização é
em Paris a 16 de Janeiro de 1920, seis dias depois da entrada em financiada por contribuições voluntárias dos seus Estados membros, e tem
vigor do Tratado de Versalhes. A sede da organização passou em seis idiomas oficiais: Árabe, Chinês, Inglês, Francês, Russo e Espanhol.
Novembro de 1920 para a cidade de Genebra, na Suíça. Em setembro

1
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS 2.- Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.
HUMANOS Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da
Preâmbulo prática, era aplicável ao ato delituoso.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos Artigo XII
os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no
é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência ataques.
da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens Artigo XIII
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a 1 - Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro
salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta das fronteiras de cada Estado.
aspiração do homem comum, Considerando essencial que os direitos 2 - Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e
humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem a este regressar.
não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a Artigo XIV
opressão, Considerando essencial promover o desenvolvimento de 1 - Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar
relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das asilo em outros países.
Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos 2 - Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição
fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários
igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
promover o progresso social e melhores condições de vida em uma Artigo XV
liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se 1 - Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações 2 - Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades direito de mudar de nacionalidade.
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Artigo XVI
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e 1 - Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça,
liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
compromisso, A Assembléia Geral proclama A presente família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e
Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a sua dissolução.
ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de 2 - O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em dos nubentes.
mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, Artigo XVII
por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção 1 - Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por 2 - Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e Artigo XVIII
efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
Artigo I de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às Artigo XIX
outras com espírito de fraternidade. Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito
Artigo II inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, de fronteiras.
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra Artigo XX
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer 1 - Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
outra condição. 2 - Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo III Artigo XXI
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 1 - Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país,
Artigo IV diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o 2 - Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. 3 - A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade
Artigo V será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
desumano ou degradante. Artigo XXII
Artigo VI Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de
como pessoa perante a lei. acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
Artigo VII econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a desenvolvimento da sua personalidade.
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra Artigo XXIII
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra 1 - Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
qualquer incitamento a tal discriminação. condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o
Artigo VIII desemprego.
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes 2 - Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que por igual trabalho.
lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. 3 - Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e
Artigo IX satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
Artigo X necessário, outros meios de proteção social.
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir proteção de seus interesses.
de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação Artigo XXIV
criminal contra ele. Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável
Artigo XI das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
1 - Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser Artigo XXV
presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de 1 - Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à

2
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a estrutura,
ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria;
controle. Convieram no seguinte:
2 - A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência
especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
gozarão da mesma proteção social. Capítulo I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
Artigo XXVI Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
1 - Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem
todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. discriminação alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião,
2 - A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social,
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não
Unidas em prol da manutenção da paz. estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os
3 - Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução Estados-partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas
que será ministrada a seus filhos. constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas
Artigo XXVII legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos
1 - Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural tais direitos e liberdades.
da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico Capítuo II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
e de seus benefícios. Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica
2 - Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.
materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou Artigo 4º - Direito à vida
artística da qual seja autor. 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve
Artigo XVIII ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá
possam ser plenamente realizados. ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de
Artigo XXIV tribunal competente e em conformidade com a lei que estabeleça tal pena,
1 - Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá
e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
2 - No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam
sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente abolido.
com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos,
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da nem a delitos comuns conexos com delitos políticos.
moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da
democrática. perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem
3 - Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou
Unidas. comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos.
Artigo XXX Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de decisão ante a autoridade competente.
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui e moral.
estabelecidos. 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis,
desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em
PREÂMBULO
Os Estados Americanos signatários da presente Convenção, circunstâncias excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento
adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados
quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal
e de justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez
possível, para seu tratamento.
essenciais;
6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não
derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim reforma e a readaptação social dos condenados.
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana,
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e tanto estas
razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza
convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas
as suas formas.
interno dos Estados americanos;
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da
Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena
privativa de liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição
Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos
não pode ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena,
do Homem, e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros
instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional; imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve
afetar a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do recluso.
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste
Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do
temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada artigo:
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em
pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem
cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade
como dos seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob
a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os
Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias
Carta da Organização de normas mais amplas sobre os direitos
econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma Convenção ou pessoas jurídicas de caráter privado;

3
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o
de consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em deliquente deverá dela beneficiar-se.
lugar daquele; Artigo 10 - Direito à indenização
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver
ameacem a existência ou o bem-estar da comunidade; sido condenada em sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas
normais. Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal de sua dignidade.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência,
causas e nas condições previamente fixadas pelas Constituições nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
políticas dos Estados-partes ou pelas leis de acordo com elas 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais
promulgadas. ofensas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
arbitrários. 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de
detenção e notificada, sem demora, da acusação ou das acusações mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e
formuladas contra ela. divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem público como em privado.
demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que possam limitar
a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de
razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga religião ou de crenças.
o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que 3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está
assegurem o seu comparecimento em juízo. sujeita apenas às limitações previstas em lei e que se façam necessárias
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os
ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre direitos e as liberdades das demais pessoas.
a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a 4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e
prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes cujas leis pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com
prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua suas próprias convicções.
liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão
de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não 1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão.
pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e
própria pessoa ou por outra pessoa. idéias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude sua escolha.
de inadimplemento de obrigação alimentar. 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito
Artigo 8º - Garantias judiciais à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para assegurar:
e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da
apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na moral públicas.
determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias e meios indiretos,
trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos
sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios
Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.
seguintes garantias mínimas: 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da
ou intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua do juízo ou infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
tribunal; 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à
formulada; discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
preparação de sua defesa; 1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser seu prejuízo por meios de difusão legalmente regulamentados e que se
assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de
livremente e em particular, com seu defensor; difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras
pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o responsabilidades legais em que se houver incorrido.
acusado não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou
prazo estabelecido pela lei; empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e pessoa responsável, que não seja protegida por imunidades, nem goze de
de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras foro especial.
pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; Artigo 15 - Direito de reunião
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício desse
confessar-se culpada; e direito só pode estar sujeito às restrições previstas em lei e que se façam
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse da segurança
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nacional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a
nenhuma natureza. moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não Artigo 16 - Liberdade de associação
poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos. 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais,
para preservar os interesses da justiça. desportivos ou de qualquer outra natureza.
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade 2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas em
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao
momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo interesse da segurança nacional, da segurança e da ordem públicas, ou
com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das
do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de demais pessoas.

4
3. O presente artigo não impede a imposição de restrições legais, e c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de
mesmo a privação do exercício do direito de associação, aos seu país.
membros das forças armadas e da polícia. 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades, a que se
Artigo 17 - Proteção da família refere o inciso anterior, exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação,
protegida pela sociedade e pelo Estado. por juiz competente, em processo penal.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem
casamento e de constituírem uma família, se tiverem a idade e as Artigo 24 - Igualdade perante a lei
condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito,
não afetem estas o princípio da não-discriminação estabelecido nesta sem discriminação alguma, à igual proteção da lei.
Convenção. Artigo 25 - Proteção judicial
3. O casamento não pode ser celebrado sem o consentimento livre e 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer
pleno dos contraentes. outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a
4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apropriadas para proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela
assegurar a igualdade de direitos e a adequada equivalência de Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal
responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, durante o violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de
mesmo e por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, suas funções oficiais.
serão adotadas as disposições que assegurem a proteção necessária 2. Os Estados-partes comprometem-se:
aos filhos, com base unicamente no interesse e conveniência dos a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do
mesmos. Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
do casamento, como aos nascidos dentro do casamento. c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda
Artigo 18 - Direito ao nome decisão em que se tenha considerado procedente o recurso.
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou Capítulo III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar a todos Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo
esse direito, mediante nomes fictícios, se for necessário. Os Estados-partes comprometem-se a adotar as providências, tanto no
Artigo 19 - Direitos da criança âmbito interno, como mediante cooperação internacional, especialmente
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena
de menor requer, por parte da sua família, da sociedade e do Estado. efetividade dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e
Artigo 20 - Direito à nacionalidade sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo dos recursos disponíveis, por via legislativa ou por outros meios
território houver nascido, se não tiver direito a outra. apropriados.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, Capítulo IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E
nem do direito de mudá-la. APLICAÇÃO
Artigo 21 - Direito à propriedade privada Artigo 27 - Suspensão de garantias
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que
subordinar esse uso e gozo ao interesse social. ameace a independência ou segurança do Estado-parte, este poderá adotar
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às
pagamento de indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude
interesse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração do homem as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem
pelo homem, devem ser reprimidas pela lei. discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma,
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência religião ou origem social.
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território de um Estado 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos
tem o direito de nele livremente circular e de nele residir, em determinados nos seguintes artigos: 3 (direito ao reconhecimento da
conformidade com as disposições legais. personalidade jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, (proibição da escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da
inclusive de seu próprio país. retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser restringido, família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à
senão em virtude de lei, na medida indispensável, em uma sociedade nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis
democrática, para prevenir infrações penais ou para proteger a para a proteção de tais direitos.
segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do direito de
saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas. suspensão deverá comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser presente Convenção, por intermédio do Secretário Geral da Organização
restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de interesse dos Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os
público. motivos determinantes da suspensão e a data em que haja dado por
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for terminada tal suspensão.
nacional e nem ser privado do direito de nele entrar. Artigo 28 - Cláusula federal
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no território de um 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído como Estado federal, o
Estado-parte na presente Convenção só poderá dele ser expulso em governo nacional do aludido Estado-parte cumprirá todas as disposições da
decorrência de decisão adotada em conformidade com a lei. presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território competência legislativa e judicial.
estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns 2. No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à
conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada competência das entidades componentes da federação, o governo nacional
Estado e com as Convenções internacionais. deve tomar imediatamente as medidas pertinentes, em conformidade com
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a sua Constituição e com suas leis, a fim de que as autoridades competentes
outro país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou à das referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o
liberdade pessoal esteja em risco de violação em virtude de sua raça, cumprimento desta Convenção.
nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões políticas. 3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles uma
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. federação ou outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o
Artigo 23 - Direitos políticos pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para que
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e continuem sendo efetivas no novo Estado, assim organizado, as normas da
oportunidades: presente Convenção.
a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou Artigo 29 - Normas de interpretação
por meio de representantes livremente eleitos; Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser interpretada no
b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas sentido de:
por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a
livre expressão da vontade dos eleitores; e

5
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou indivíduo, suprimir reconhecidos no presente Pacto, sem qualquer distinção, derivada,
o gozo e o exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na nomeadamente, de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de
Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; opinião política, ou de qualquer outra opinião, de origem nacional ou
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que social, de propriedade ou de nascimento, ou de outra situação.
possam ser reconhecidos em virtude de leis de qualquer dos Estados- 2. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a adoptar, de
partes ou em virtude de Convenções em que seja parte um dos acordo com os seus processos constitucionais e, com as disposições
referidos Estados; do presente Pacto, as medidas que permitam a adopção de decisões
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano de ordem legislativa ou outra capazes de dar efeito aos direitos
ou que decorrem da forma democrática representativa de governo; reconhecidos no presente Pacto que ainda não estiverem em vigor.
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Art. 3° - Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a :
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos
internacionais da mesma natureza. 1. Garantir que todas as pessoas cujos direitos e liberdades reconhecidos
Artigo 30 - Alcance das restrições no presente Pacto forem violados disponham de recurso eficaz, mesmo
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e no caso de a violação ter sido cometida por pessoas agindo no
exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não podem ser exercício das suas funções oficiais;
aplicadas senão de acordo com leis que forem promulgadas por 2. Garantir que a competente autoridade judiciária, administrativa ou
motivo de interesse geral e com o propósito para o qual houverem legislativa, ou qualquer outra autoridade competente, segundo a
sido estabelecidas. legislação do Estado, estatua sobre os direitos da pessoa que forma o
Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos recurso, e desenvolver as possibilidades de recurso jurisdicional;
Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Convenção, 3. Garantir que as competentes autoridades façam cumprir os resultados
outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com os de qualquer recurso que for reconhecido como justificado.
processos estabelecidos nos artigo 69 e 70. Artigo 3.º
Capítulo V - DEVERES DAS PESSOAS Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar o
Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos direito igual dos homens e das mulheres a usufruir de todos os direitos civis
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a e políticos enunciados no presente Pacto.
humanidade. Artigo 4.º
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, 1. Em tempo de uma emergência pública que ameaça a existência da
pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem comum, nação e cuja existência seja proclamada por um acto oficial, os
em uma sociedade democrática. Estados Partes no presente Pacto podem tomar, na estrita medida em
que a situação o exigir, medidas que derroguem as obrigações
previstas no presente Pacto, sob reserva de que essas medidas não
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis sejam incompatíveis com outras obrigações que lhes impõe o direito
e Políticos internacional e que elas não envolvam uma discriminação fundada
Preâmbulo unicamente sobre a raça, a cor, o sexo, a língua, a religião ou a origem
social.
Os Estados Partes no presente Pacto: 2. A disposição precedente não autoriza nenhuma derrogação aos artigos
Considerando que, em conformidade com os princípios enunciados na 6.º, 7.º, 8.º, parágrafos 1 e 2, 11.º, 15.º, 16.º e 18.º.
Carta das Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a 3. Os Estados Partes no presente Pacto que usam do direito de
todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e derrogação devem, por intermédio do Secretário-Geral da Organização
inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz das Nações Unidas, informar imediatamente os outros Estados Partes
no Mundo; acerca das disposições derrogadas, bem como dos motivos dessa
Reconhecendo que estes direitos decorrem da dignidade inerente à derrogação. Uma nova comunicação será feita pela mesma via na data
pessoa humana; em que se pôs fim a essa derrogação.
Reconhecento que, em conformidade com a Declaração Universal dos Artigo 5.º
Direitos do Homem, o ideal do ser humano livre, usufruindo das 1. Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada como
liberdades civis e políticas e liberto do medo e da miséria, não pode implicando para um Estado, um grupo ou um indivíduo qualquer direito
ser realizado a menos que sejam criadas condições que permitam a de se dedicar a uma actividade ou de realizar um acto visando a
cada um gozar dos seus direitos civis e políticos, bem como dos seus destruição dos direitos e das liberdades reconhecidas no presente
direitos económicos, sociais e culturais; Pacto ou as suas limitações mais amplas que as previstas no dito
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a Pacto.
obrigação de promover o respeito universal e efectivo dos direitos e 2. Não pode ser admitida nenhuma restrição ou derrogação aos direitos
das liberdades do homem; fundamentais do homem reconhecidos ou em vigor em todo o Estado
Tomando em consideração o facto de que o indivíduo tem deveres em Parte no presente Pacto em aplicação de leis, de convenções, de
relação a outrem e em relação à colectividade a que pertence e tem a regulamentos ou de costumes, sob pretexto de que o presente Pacto
responsabilidade de se esforçar a promover e respeitar os direitos não os reconhece ou reconhece-os em menor grau.
reconhecidos no presente Pacto: Terceira Parte
Acordam o que se segue: Artigo 6.º
Primeira Parte 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deve ser
Artigo 1.º protegido pela lei: ninguém pode ser arbitrariamente privado da vida.
1. Todos os povos têm o direito a dispor deles mesmos. Em viturde 2. Nos países em que a pena de morte não foi abolida, uma sentença de
deste direito, eles determinam livremente o seu estatuto político e morte só pode ser pronunciada para os crimes mais graves, em
dedicam-se livremente ao seu desenvolvimento económico, conformidade com a legislação em vigor, no momento em que o crime
social e cultural. foi cometido e que não deve estar em contradição com as disposições
2. Para atingir os seus fins, todos os povos podem dispor livremente do presente Pacto nem com a Convenção para a Prevenção e a
das suas riquezas e dos seus recursos naturais, sem prejuízo de Repressão do Crime de Genocídio. Esta pena não pode ser aplicada
quaisquer obrigações que decorrem da cooperação económica senão em virtude de um juízo definitivo pronunciado por um tribunal
internacional, fundada sobre o princípio do interesse mútuo e do competente.
direito internacional. Em nenhum caso pode um povo ser privado 3. Quando a privação da vida constitui o crime de genocídio fica
dos seus meios de subsistência. entendido que nenhuma disposição do presente artigo autoriza um
3. O Estados Partes no presente Pacto, incluindo aqueles que têm Estado Parte no presente Pacto a derrogar de alguma maneira
a responsabilidade de administrar territórios não autónomos e qualquer obrigação assumida em virtude das disposições da
territórios sob tutela, são chamados a promover a realização do Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
direito dos povos a disporem de si mesmos e a respeitar esse 4. Qualquer indivíduo condenado à morte terá o direito de solicitar o
direito, conforme às disposições da Carta das Nações Unidas. perdão ou a comutação da pena. A amnistia, o perdão ou a comutação
Segunda Parte da pena de morte podem ser concedidos em todos os casos.
Artigo 2.º 5. Uma sentença de morte não pode ser pronunciada em casos de crimes
1. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a respeitar cometidos por pessoas de idade inferior a 18 anos e não pode ser
e a garantir a todos os indivíduos que se encontrem nos seus executada sobre mulheres grávidas.
territórios e estejam sujeitos à sua jurisdição os direitos
6
6. Nenhuma disposição do presente artigo pode ser invocada para 2. Todas as pessoas são livres de deixar qualquer país, incluindo o seu.
retardar ou impedir a abolição da pena capital por um Estado 3. Os direitos mencionados acima não podem ser objecto de restrições, a
Parte no presente Pacto. não ser que estas estejam previstas na lei e sejam necessárias para
Artigo 7.º proteger a segurança nacional, a ordem pública, a saúde ou a moral
Ninguém será submetido à tortura nem a pena ou a tratamentos públicas ou os direitos e liberdades de outrem e sejam compatíveis
cruéis, inumanos ou degradantes. Em particular, é interdito submeter com os outros direitos reconhecidos pelo presente Pacto.
uma pessoa a uma experiência médica ou científica sem o seu livre 4. Ninguém pode ser arbitrariamente privado do direito de entrar no seu
consentimento. próprio país.
Artigo 8.º Artigo 13.º
1. Ninguém será submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico Um estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado Parte
de escravos, sob todas as suas formas, são interditos. no presente Pacto não pode ser expulso, a não ser em cumprimento de uma
2. Ninguém será mantido em servidão. decisão tomada em conformidade com a lei e, a menos que razões
imperiosas de segurança nacional a isso se imponham, deve ter a
3. Ninguém será constrangido a realizar trabalho forçado ou possibilidade de fazer valer as razões que militam contra a sua expulsão e
obrigatório; de fazer examinar o seu caso pela autoridade competente ou por uma ou
4. A alínea a) do presente parágrafo não pode ser interpretada no várias pessoas especialmente designadas pela dita autoridade, fazendo-se
sentido de proibir, em certos países onde crimes podem ser representar para esse fim.
punidos de prisão acompanhada de trabalhos forçados, o Artigo 14.º
cumprimento de uma parte de trabalhos forçados, infligida por um 1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais de justiça. Todas as
tribunal competente; pessoas têm direito a que a sua causa seja ouvida equitativa e
5. Não é considerado como trabalho forçado ou obrigatório no publicamente por um tribunal competente, independente e imparcial,
sentido do presente parágrafo: estabelecido pela lei, que decidirá quer do bem fundado de qualquer
a. Todo o trabalho referido na alínea b) normalmente acusação em matéria penal dirigida contra elas, quer das contestações
exigido de um indivíduo que é detido em virtude de sobre os seus direitos e obrigações de carácter civil. As audições à
uma decisão judicial legítima ou que tendo sido objecto porta fechada podem ser determinadas durante a totalidade ou uma
de uma tal decisão é libertado condicionalmente; parte do processo, seja no interesse dos bons costumes, da ordem
b. Todo o serviço de carácter militar e, nos países em que pública ou da segurança nacional numa sociedade democrática, seja
a objecção por motivos de consciência é admitida, todo quando o interesse da vida privada das partes em causa o exija, seja
o serviço nacional exigido pela lei dos objectores de ainda na medida em que o tribunal o considerar absolutamente
consciência; necessário, quando, por motivo das circunstâncias particulares do
c. Todo o serviço exigido nos casos de força maior ou de caso, a publicidade prejudicasse os interesses da justiça; todavia
sinistros que ameacem a vida ou o bem-estar da qualquer sentença pronunciada em matéria penal ou civil será
comunidade; publicada, salvo se o interesse de menores exigir que se proceda de
d. Todo o trabalho ou todo o serviço formando parte das outra forma ou se o processo respeita a diferendos matrimoniais ou à
obrigações cívicas normais. tutela de crianças.
Artigo 9.º 2. Qualquer pessoa acusada de infracção penal é de direito presumida
1. Todo o indivíduo tem direito à liberdade e à segurança da sua inocente até que a sua culpabilidade tenha sido legalmente
pessoa. Ninguém pode ser objecto de prisão ou detenção estabelecida.
arbitrária. Ninguém pode ser privado da sua liberdade a não ser 3. Qualquer pessoa acusada de uma infracção penal terá direito, em
por motivo e em conformidade com processos previstos na lei. plena igualdade, pelo menos às seguintes garantias:
2. Todo o indivíduo preso será informado, no momento da sua a. A ser prontamente informada, numa língua que ela
detenção, das razões dessa detenção e receberá notificação compreenda, de modo detalhado, acerca da natureza e dos
imediata de todas as acusações apresentadas contra ele. motivos da acusação apresentada contra ela;
3. Todo o indivíduo preso ou detido sob acusação de uma infracção b. A dispor do tempo e das facilidades necessárias para a
penal será prontamente conduzido perante um juiz ou uma outra preparação da defesa e a comunicar com um advogado da
autoridade habilitada pela lei a exercer funções judiciárias e sua escolha;
deverá ser julgado num prazo razoável ou libertado. A detenção c. A ser julgada sem demora excessiva;
prisional de pessoas aguardando julgamento não deve ser d. A estar presente no processo e a defender-se a si própria ou
subordinada a garantir que assegurem a presença do a ter a assistência de um defensor da sua escolha; se não
interessado no julgamento em qualquer outra fase do proceso e, tiver defensor, a ser informada do seu direito de ter um e,
se for caso disso, para execução da sentença. sempre que o interesse da justiça o exigir, a ser-lhe atribuído
4. Todo o indivíduo que se encontrar privado de liberdade por um defensor oficioso, a título gratuito no caso de não ter
prisão ou detenção terá o direito de intentar um recurso perante meios para o remunerar;
um tribunal, a fim de que este estatua sem demora sobre a e. A interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação
legalidade da sua detenção e ordene a sua libertação se a e a obter a comparência e o interrogatório das testemunhas
detenção for ilegal. de defesa nas mesmas condições das testemunhas de
5. Todo o indivíduo vítima de prisão ou de detenção ilegal terá acusação;
direito a compensação. f. A fazer-se assistir gratuitamente de um intérprete, se não
Artigo 10.º compreender ou não falar a língua utilizada no tribunal;
1. Todos os indivíduos privados na sua liberdade devem ser g. A não ser forçada a testemunhar contra si própria ou a
tratados com humanidade e com respeito da dignidade inerente à confessar-se culpada.
pessoa humana. 4. No processo aplicável às pessoas jovens a lei penal terá em conta a
a. Pessoas sob acusação serão, salvo circunstâncias sua idade e o interesse que apresenta a sua reabilitação.
excepcionais, separadas dos condenados e 5. Qualquer pessoa declarada culpada de crime terá o direito de fazer
submetidas a um regime distinto, apropriado à sua examinar por uma jurisdição superior a declaração de culpabilidade e a
condição de pessoas não condenadas; sentença, em conformidade com a lei.
b. Jovens sob detenção serão separados dos adultos e o 6. Quando uma condenação penal definitiva é ulteriormente anulada ou
seu caso será decidido o mais rapidamente possível. quando é concedido o indulto, porque um facto novo ou recentemente
2. O regime penitenciário comportará tratamento dos reclusos cujo revelado prova concludentemente que se produziu um erro judiciário, a
fim essencial é a sua emenda e a sua recuperação social. pessoa que cumpriu uma pena em virtude dessa condenação será
Delinquentes jovens serão separados dos adultos e submetidos a indemnizada, em conformidade com a lei, a menos que se prove que a
um regime apropriado à sua idade e ao seu estatuto legal. não revelação em tempo útil do facto desconhecido lhe é imputável no
Artigo 11.º todo ou em parte.
Ninguém pode ser aprisionado pela única razão de que não está em 7. Ninguém pode ser julgado ou punido novamente por motivo de uma
situação de executar uma obrigação contratual. infracção da qual já foi absolvido ou pela qual já foi condenado por
Artigo 12.º sentença definitiva, em conformidade com a lei e o processo penal de
1. Todo o indivíduo legalmente no território de um Estado tem o cada país.
direito de circular livremente e de aí escolher livremente a sua Artigo 15.º
residência.

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1. Ninguém será condenado por actos ou omissões que não pública, da ordem pública e para proteger a saúde ou a moral públicas
constituam um acto delituoso, segundo o direito nacional ou ou os direitos e as liberdades de outrem. O presente artigo não impede
internacional, no momento em que forem cometidos. Do mesmo de submeter a restrições legais o exercício deste direito por parte de
modo não será aplicada nenhuma pena mais forte do que aquela membros das forças armadas e da polícia.
que era aplicável no momento em que a infracção foi cometida. 3. Nenhuma disposição do presente artigo permite aos Estados Partes na
Se posteriormente a esta infracção a lei prevê a aplicação de Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho
uma pena mais ligeira, o delinquente deve beneficiar da respeitante à liberdade sindical e à protecção do direito sindical tomar
alteração. medidas legislativas que atentem -- ou aplicar a lei de modo a atentar --
2. Nada no presente artigo se opõe ao julgamento ou à condenação contra as garantias previstas na dita Convenção.
de qualquer indivíduo por motivo de actos ou omissões que no Artigo 23.º
momento em que foram cometidos eram tidos por criminosos, 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem
segundo os princípios gerais de direito reconhecidos pela direito à protecção da sociedade e do Estado.
comunidade das nações. 2. O direito de se casar e de fundar uma família é reconhecido ao homem
Artigo 16.º e à mulher a partir da idade núbil.
Toda e qualquer pessoa tem direito ao reconhecimento, em qualquer 3. Nenhum casamento pode ser concluído sem o livre e pleno
lugar, da sua personalidade jurídica. consentimento dos futuros esposos.
Artigo 17.º 4. Os Estados Partes no presente Pacto tomarão as medidas necessárias
1. Ninguém será objecto de intervenções arbitrárias ou ilegais na para assegurar a igualdade dos direitos e das responsabilidades dos
sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua esposos em relação ao casamento, durante a constância do
correspondência, nem de atentados ilegais à sua honra e à sua matrimónio e aquando da sua dissolução. Em caso de dissolução,
reputação. serão tomadas disposições a fim de assegurar aos filhos a protecção
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à protecção da lei contra tais necessária.
intervenções ou tais atentados. Artigo 24.º
Artigo 18.º 1. Qualquer criança, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo,
1. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de pensamento, língua, religião, origem nacional ou social, propriedade ou nascimento,
de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de tem direito, da parte da sua família, da sociedade e do Estado, às
ter ou de adoptar uma religião ou uma convicção da sua escolha, medidas de protecção que exija a sua condição de menor.
bem como a liberdade de manifestar a sua religião ou a sua 2. Toda e qualquer criança deve ser registada imediatamente após o
convicção, individualmente ou conjuntamente com outros, tanto nascimento e ter um nome.
em público como em privado, pelo culto, cumprimento dos ritos, 3. Toda e qualquer criança tem o direito de adquirir uma nacionalidade.
as práticas e o ensino. Artigo 25.º
2. Ninguém será objecto de pressões que atentem à sua liberdade Todo o cidadão tem o direito e a possibilidade, sem nenhuma das
de ter ou de adoptar uma religião ou uma convicção da sua discriminações referidas no artigo 2.º e sem restrições excessivas:
escolha. a. De tomar parte na direcção dos negócios públicos, directamente ou por
3. A liberdade de manifestar a sua religião ou as suas convicções intermédio de representantes livremente eleitos;
só pode ser objecto de restrições previstas na lei e que sejam b. De votar e ser eleito, em eleições periódicas, honestas, por sufrágio
necessárias à protecção da segurança, da ordem e da saúde universal e igual e por escrutínio secreto, assegurando a livre
públicas ou da moral e das liberdades e direitos fundamentais de expressão da vontade dos eleitores;
outrem. c. De aceder, em condições gerais de igualdade, às funções públicas do
4. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a seu país.
respeitar a liberdade dos pais e, em caso disso, dos tutores Artigo 26.º
legais a fazerem assegurar a educação religiosa e moral dos Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação,
seus filhos e pupilos, em conformidade com as suas próprias a igual protecção da lei. A este respeito, a lei deve proibir todas as
convicções. discriminações e garantir a todas as pessoas protecção igual e eficaz contra
Artigo 19.º toda a espécie de discriminação, nomeadamente por motivos de raça, de
1. Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões. cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer outra
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão; opinião, de origem nacional ou social, de propriedade, de nascimento ou de
este direito compreende a liberdade de procurar, receber e qualquer outra situação.
expandir informações e ideias de toda a espécie, sem Artigo 27.º
consideração de fronteiras, sob forma oral ou escrita, impressa Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as
ou artística, ou por qualquer outro meio à sua escolha. pessoas pertencentes a essas minorias não devem ser privadas do direito
3. O exercício das liberdades previstas no parágrafo 2 do presente de terem em comum com os outros membros do seu grupo, a sua própria
artigo comporta deveres e responsabilidades especiais. Pode, vida cultural, de professar e de praticar a sua própria religião ou de
em consequência, ser submetido a certas restrições, que devem, empregar a sua própria língua.
todavia, ser expressamente fixadas na lei e que são necessárias:
4.
a. Ao respeito dos direitos ou da reputação de outrem; Pacto Internacional sobre os
b. À salvaguarda da segurança nacional, da ordem Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
pública, da saúde e da moral públicas.
Artigo 20.º Preâmbulo
1. Toda a propaganda em favor da guerra deve ser interditada pela Os Estados Partes no presente Pacto:
lei. Considerando que, em conformidade com os princípios enunciados na Carta
2. Todo o apelo ao ódio nacional, racial e religioso que constitua das Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
uma incitação à discriminação, à hostilidade ou à violência deve membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis
ser interditado pela lei. constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no Mundo;
Artigo 21.º Reconhecendo que estes direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa
O direito de reunião pacífica é reconhecido. O exercício deste direito humana;
só pode ser objecto de restrições impostas em conformidade com a lei Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos
e que são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da Direitos do Homem, o ideal do ser humano livre, liberto do medo e da
segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública ou para miséria, não pode ser realizado a menos que sejam criadas condições que
proteger a saúde e a moral públicas ou os direitos e as liberdades de permitam a cada um desfrutar dos seus direitos económicos, sociais e
outrem. culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos;
Artigo 22.º Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a
1. Toda e qualquer pesoa tem direito de se associar livremente com obrigação de promover o respeito universal e efectivo dos direitos e
outras, incluindo o direito de constituir sindicatos e de a eles liberdades do homem;
aderir para a protecção dos seus interesses. Tomando em consideração o facto de que o indivíduo tem deveres para com
2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições outrem e para com a colectividade à qual pertence e é chamado a esforçar-
previstas na lei e que são necessárias numa sociedade se pela promoção e o respeito dos direitos reconhecidos no presente Pacto:
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança Acordam nos seguintes artigos:
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Primeira Parte a. Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhores:
Artigo 1.º b. Um salário equitativo e uma remuneração igual para um trabalho de
1. Todos os povos têm o direito a dispor deles mesmos. Em virtude valor igual, sem nenhuma distinção, devendo, em particular, às
deste direito, eles determinam livremente o seu estatuto político e mulheres ser garantidas condições de trabalho não inferiores àquelas
asseguram livremente o seu desenvolvimento económico, social de que beneficiam os homens, com remuneração igual para trabalho
e cultural. igual;
2. Para atingir os seus fins, todos os povos podem dispor livremente c. Uma existência decente para eles próprios e para as suas famílias, em
das suas riquezas e dos seus recursos naturais, sem prejuízo conformidade com as disposições do presente Pacto;
das obrigações que decorrem da cooperação económica d. Condições de trabalho seguras e higiénicas;
internacional, fundada sobre o princípio do interesse mútuo e do e. Iguais oportunidades para todos de promoção no seu trabalho à
direito internacional. Em nenhum caso poderá um povo ser categoria superior apropriada, sujeito a nenhuma outra consideração
privado dos seus meios de subsistência. além da antiguidade de serviço e da aptidão individual;
3. Os Estados Partes no presente Pacto, incluindo aqueles que têm f. Repouso, lazer e limitação razoável das horas de trabalho e férias
responsabilidade pela administração dos territórios não periódicas pagas, bem como remuneração nos dias de feriados
autónomos e territórios sob tutela, devem promover a realização públicos.
do direito dos povos a disporem deles mesmos e respeitar esse Artigo 8.º - Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a
direito, em conformidade com as disposições da Carta das assegurar:
Nações Unidas.
Segunda Parte 1. O direito de todas as pessoas de formarem sindicados e de se filiarem
Artigo 2.º no sindicato da sua escolha, sujeito somente ao regulamento da
1. Cada um dos Estados Partes no presente Pacto compromete-se organização interessada, com vista a favorecer e proteger os seus
a agir, quer com o seu próprio esforço, quer com a assistência e interesses económicos e sociais. O exercício deste direito não pode ser
cooperação internacionais, especialmente nos planos económico objecto de restrições, a não ser daquelas previstas na lei e que sejam
e técnico, no máximo dos seus recursos disponíveis, de modo a necessárias numa sociedade democrática, no interesse da segurança
assegurar progressivamente o pleno exercício dos direitos nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as
reconhecidos no presente Pacto por todos os meios apropriados, liberdades de outrem;
incluindo em particular por meio de medidas legislativas. 2. O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações
2. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a nacionais e o direito destas de formarem ou de se filiarem às
garantir que os direitos nele enunciados serão exercidos sem organizações sindicais internacionais;
discriminação alguma baseada em motivos de raça, cor, sexo, 3. O direito dos sindicatos de exercer livremente a sua actividade, sem
língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, origem outras limitações além das previstas na lei e que sejam necessárias
nacional ou social, fortuna, nascimento, ou qualquer outra numa sociedade democrática, no interesse da segurança social ou da
situação. ordem pública ou para proteger os direitos e as liberdades de outrem;
3. Os países em vias de desenvolvimento, tendo em devida conta 4. O direito de greve, sempre que exercido em conformidade com as leis
os direitos do homem e a respectiva economia nacional, podem de cada país.
determinar em que medida garantirão os direitos económicos no 5. O presente artigo não impede que o exercício desses direitos seja
presente Pacto a não nacionais. submetido a restrições legais pelos membros das forças armadas, da
Artigo 3.º polícia ou pelas autoridades da administração pública.
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar o 6. Nenhuma disposição do presente artigo autoriza os Estados Partes na
direito igual que têm o homem e a mulher ao gozo de todos os direitos Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa
económicos, sociais e culturais enumerados no presente Pacto. à liberdade sindical e à protecção do direito sindical, a adoptar medidas
Artigo 4.º legistaltivas, que prejudiquem -- ou a aplicar a lei de modo a prejudicar
Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem que, no gozo dos -- as garantias previstas na dita Convenção.
direitos assegurados pelo Estado, em conformidade com o presente Artigo 9.º
Pacto, o Estado só pode submeter esses direitos às limitações Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito de todas as
estabelecidas pela lei, unicamente na medida compatível com a pessoas à segurança social, incluindo os seguros sociais.
natureza desses direitos e exclusivamente com o fim de promover o Artigo 10.º
bem-estar geral numa sociedade democrática. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem que:
Artigo 5.º 1. Uma protecção e uma assistência mais amplas possíveis serão
1. Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada proporcionadas á família, que é o núcleo elementar natural e
como implicando para um Estado, uma colectividade ou um fundamental da sociedade, particularmente com vista à sua formação e
indivíduo qualquer direito de se dedicar a uma actividade ou de no tempo durante o qual ela tem a responsabilidade de criar e educar
realizar um acto visando a destruição dos direitos ou liberdades os filhos. O casamento deve ser livremente consentido pelos futuros
reconhecidos no presente Pacto ou a limitações mais amplas do esposos.
que as previstas no dito Pacto. 2. Uma protecção especial deve ser dada às mães durante um período de
2. Não pode ser admitida nenhuma restrição ou derrogação aos tempo razoável antes e depois do nascimento das crianças. Durante
direitos fundamentais do homem reconhecidos ou em vigor, em este mesmo período as mães trabalhadoras devem beneficiar de
qualquer país, em virtude de leis, convenções, regulamentos ou licença paga ou de licença acompanhada de serviços de segurança
costumes, sob o pretexto de que o presente Pacto não os social adequados.
reconhece ou reconhece-os em menor grau. 3. Medidas especiais de protecção e de assistência devem ser tomadas
Terceira Parte em benefício de todas as crianças e adolescentes, sem discriminação
Artigo 6.º alguma derivada de razões de paternidade ou outras. Crianças e
1. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito ao adolescentes devem ser protegidos contra a exploração económica e
trabalho, que compreende o direito que têm todas as pessoas de social. O seu emprego em trabalhos de natureza a comprometer a sua
assegurar a possibilidade de ganhar a sua vida por meio de um moral ou a sua saúde, capazes de pôr em perigo a sua vida, ou de
trabalho livremente escolhido ou aceite, e tomarão medidas prejudicar o seu desenvolvimento normal deve ser sujeito à sanção da
apropriadas para salvaguardar esse direito. lei. Os Estados devem também fixar os limites de idade abaixo dos
2. As medidas que cada um dos Estados Partes no presente Pacto quais o emprego de mão-de-obra infantil será interdito e sujeito às
tomará com vista a assegurar o pleno exercício deste direito sanções da lei.
devem incluir programas de orientação técnica e profissional, a Artigo 11.º
elaboração de políticas e de técnicas capazes de garantir um 1. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito de todas as
desenvolvimento económico, social e cultural constante e um pessoas a um nível de vida suficiente para si e para as suas famílias,
pleno emprego produtivo em condições que garantam o gozo das incluindo alimentação, vestuário e alojamento suficientes, bem como a
liberdades políticas e económicas fundamentais de cada um melhoramento constante das suas condições de existência. Os
indivíduo. Estados Partes tomarão medidas apropriadas destinadas a assegurar
Artigo 7.º a realização deste direito reconhecendo para este efeito a importância
Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito de todas essencial de uma cooperação internacional livremente consentida.
as pessoas de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, 2. Os Estados Partes no presente Pacto, reconhecento o direito
que assegurem em especial: fundamental de todas as pessoas de estarem ao abrigo da fome,

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adoptarão individualmente e por meio da cooperação de que os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente artigo
internacional as medidas necessárias, incluindo programas sejam observados e de que a educação proporcionada nesses
concretos: estabelecimentos seja conforme às normas mínimas prescritas pelo
a. Para melhorar os métodos de produção, de Estado.
conservação e de distribuição dos produtos Artigo 14.º
alimentares pela plena utilização dos conhecimentos Todo o Estado Parte no presente Pacto que, no momento em que se torna
técnicos e científicos, pela difusão de princípios de parte, não pôde assegurar ainda no território metropolitano ou nos territórios
educação nutricional e pelo desenvolvimento ou a sob a sua jurisdição ensino primário obrigatório e gratuito compromete-se a
reforma dos regimes agrários, de maneira a assegurar elaborar e adoptar, num prazo de dois anos, um plano detalhado das
da melhor forma a valorização e a utilização dos medidas necessárias para realizar progressivamente, num número razoável
recursos naturais; de anos, fixados por esse plano, a aplicação do princípio do ensino primário
b. Para assegurar uma repartição equitativa dos recursos obrigatório e gratuito para todos.
alimentares mundiais em relação às necessidades, Artigo 15.º
tendo em conta os problemas que se põem tanto aos 1. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem a todos o direito:
países importadores como aos países exportadores de 2.
produtos alimentares. a. De participar na vida cultural;
Artigo 12.º b. De beneficiar do progresso científico e das suas aplicações;
1. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito c. De beneficiar da protecção dos interesses morais e materiais
de todas as pessoas de gozar do melhor estado de saúde que decorrem de toda a produção científica, literária ou
física e mental possível de atingir. artística de que cada um é autor.
2. As medidas que os Estados Partes no presente Pacto 3. As medidas que os Estados Partes no presente Pacto tomarem com
tomarem com vista a assegurar o pleno exercício deste vista a assegurar o pleno exercício deste direito deverão compreender
direito deverão compreender as medidas necessárias para as que são necessárias par assegurar a manutenção, o
assegurar: desenvolvimento e a difusão da ciência e da cultura.
a. A diminuição da mortalidade e da mortalidade 4. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a
infantil, bem como o são desenvolvimento da liberdade indispensável à investigação científica e às actividades
criança; criadoras.
b. O melhoramento de todos os aspectos de higiene 5. O Estados Partes no presente Pacto reconhecem os benefícios que
do meio ambiente e da higiene industrial; devem resultar do encorajamento e do desenvolvimento dos contactos
c. A profilaxia, tratamento e contrôlo das doenças internacionais e da cooperação no domínio da ciência e da cultura.
epidémicas, endémicas, profissionais e outras;
d. A criação de condições próprias a assegurar a
todas as pessoas serviços médicos e ajuda
médica em caso de doença.
Artigo 13.º
1. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito de
toda a pessoa à educação. Concordam que a educação deve
visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
sentido da sua dignidade e reforçar o respeito pelos direitos do
homem e das liberdades fundamentais. Concordam também que
a educação deve habilitar toda a pessoa a desempenhar um
papel útil numa sociedade livre, promover compreensão,
tolerância e amizade entre todas as nações e grupos, raciais,
étnicos e religiosos, e favorecer as actividades das Nações
Unidas para a conservação da paz.
2. Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem que, a fim de
assegurar o pleno exercício deste direito:
a. O ensino primário deve ser obrigatório e acessível
gratuitamente a todos;
b. O ensino secundário, nas suas diferentes formas,
incluindo o ensino secundário técnico e profissional,
deve ser generalizado e tornado acessível a todos por
todos os meios apropriados e nomeadamente pela
instauração progressiva da educação gratuita;
c. O ensino superior deve ser tornado acessível a todos
em plena igualdade, em função das capacidades de
cada um, por todos os meios apropriados e
nomeadamente pela instauração progressiva da
educação gratuita;
d. A educação de base deve ser encorajada ou
intensificada, em toda a medida do possível, para as
pessoas que não receberam instrução primária ou que
não a receberam até ao seu termo;
e. É necessário prosseguir activamente o
desenvovimento de uma rede escolar em todos os
escalões, estabelecer um sistema adequado de bolsas
e melhorar de modo contínuo as condições materiais
do pessoal docente.
3. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a
respeitar a liberdade dos pais ou, quando tal for o caso, dos
tutores legais, de escolher para seus filhos (pupilos)
estabelecimentos de ensino diferentes dos dos poderes públicos,
mas conformes às normas mínimas que podem ser prescritas ou
aprovadas pelo Estado em matéria de educação, e de assegurar
a educação religiosa e moral de seus filhos (ou pupilos) em
conformidade com as suas próprias convicções.
4. Nenhuma disposição do presente artigo deve ser interpretada
como limitando a liberdade dos indivíduos e das pessoas morais
de criar e dirigir estabelecimentos de ensino, sempre sob reserva

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