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Ciências do Desporto

Condição Física Nutrição e Saúde

Trabalho elaborado no âmbito da


disciplina de Condição Física,
Nutrição e Saúde, do 2º Semestre
do 2º ano da Licenciatura de
Ciências do Desporto, leccionado
pela Drª Helena Moreira.
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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Identificação dos autores

Miguel António Macedo Araújo, nascido a 16 de Março de 1968 natural de


Vila Real Freguesia de S. Pedro. Encontra-se neste momento a trabalhar no
Departamento de Desporto exercício e saúde e a frequentar também neste
estabelecimento de ensino o Curso de Ciências do desporto.

Nº29690 – Ciências do Desporto – Turma A

Sandro Miguel Lourenço Gomes, nascido a 31 de Janeiro de 1989, natural


da localidade de Arrabães pertencente à freguesia de Torgueda no distrito de
Vila Real. Neste momento frequenta o 2º ano da licenciatura de Ciências do
Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No ano de 2004 realizou uma formação em Informática sobre Criação de redes;


Internet e Utilitários do Windows. Até à data tem participado em diversas
actividades de formação associadas a actividades desportivas.

Nº 30840 – Ciências do Desporto – Turma A

Victor Manuel Gomes Da Silva, nascido a 8 de Setembro de 1988, natural de


São João da Madeira. Encontra-se neste momento a concluir a licenciatura de
Ciências do Desporto, com especialização em Futebol. É actualmente treinador
de futebol dos sub. 13 do Abambres Sport Club.

Conta na sua formação com o curso de primeiros socorros, realizado em Vila


Real pela Cruz Vermelha Portuguesa.

Paralelamente realizou o curso de treinador de futebol, nível I, pela associação


de Futebol de Vila Real.

Nº30844 – Ciências do Desporto – Turma

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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Índice
Identificação dos autores.................................................................................... 2

Índice de Ilustrações ........................................................................................ 10

Introdução ........................................................................................................ 13

I - Aula 1 ........................................................................................................... 15

1. Objectivos da disciplina ............................................................................ 15

2. Avaliação da disciplina.............................................................................. 16

3 Trabalho prático ......................................................................................... 17

4. Conteúdos programáticos ......................................................................... 18

5. Exercício Físico......................................................................................... 24

6. Aptidão física ............................................................................................ 24

6.1 Componentes da aptidão física .............................................................. 25

Cardiovascular .......................................................................................... 25

Força ......................................................................................................... 25

Flexibilidade .............................................................................................. 25

Composição corporal ................................................................................ 25

6.1.1 Testes de avaliação das componentes da aptidão física ................. 26

7. Actividade Física ....................................................................................... 26

8. Saúde ....................................................................................................... 28

8. Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde .............. 29

9. O sistema de dispêndio energético MET (Equivalente Metabólico) .......... 30

10. Classificação da actividade física em MET (Equivalente Metabólico)..... 31

11. Inactividade Física e risco de doenças ................................................... 33

12. Bibliografia .............................................................................................. 34

II - Aula 2 .......................................................................................................... 35

1. Recomendações de actividade física........................................................ 35

2. Recomendações para adolescentes ......................................................... 36

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3. Recomendações para adultos .................................................................. 38

4. Recomendações para idosos ................................................................... 40

5. Contra indicações na actividade física ...................................................... 43

6. Vantagens da Actividade Física ................................................................ 44

7. Cálculo individual dos níveis de intensidade de actividade física ............. 45

8. Bibliografia ................................................................................................ 49

III - Aula 3 ......................................................................................................... 50

1. Composição Corporal ............................................................................... 50

1.1 Vantagens do estudo da composição corporal.................................... 51

1.2 Componentes Estruturais do Corpo .................................................... 52

3. Avaliação da Massa Corporal ................................................................... 56

3.1 Índice de Massa Corporal (IMC) Corporal - IMC ................................. 57

3.2 Medição do Peso................................................................................. 59

3.3 Medição da Altura ............................................................................... 59

3.4. Perímetro da Cintura (PC) .................................................................. 60

3.5 Índice de Conicidade (Conicity Índex) ................................................. 62

4. Obesidade ................................................................................................ 63

4.1 Tipos de Obesidade ............................................................................ 65

4.2 Períodos críticos do desenvolvimento da obesidade .......................... 66

5. Aula prática ............................................................................................... 68

6. Bibliografia ................................................................................................ 70

IV - Aula 4......................................................................................................... 71

1. Massa gorda vs Gordura .......................................................................... 72

1.1 - Massa Gorda..................................................................................... 72

1.2 - Gordura ............................................................................................. 72

2. TECIDO ADIPOSO ................................................................................... 73

2.1 Tipo de adipócitos ............................................................................... 74

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3. Metabolismo do Tecido Adiposo ................................................................... 75

3.1 Lípase hormono sensitiva (LHS) ......................................................... 76

3.2 Lipoproteinalipase (LPL) ..................................................................... 77

4 Hormonas .................................................................................................. 78

4.1 Efeito da insulina ................................................................................. 78

4.2 Lipólise ................................................................................................ 79

4.3 Cortisol ................................................................................................ 79

4.4 Hormona de Crescimento ................................................................... 79

4.5 Triidotironina........................................................................................ 80

4.6 Catecolaminas..................................................................................... 80

5. Gordura Abdominal ................................................................................... 81

6. Relação da gordura com os géneros ........................................................ 82

7. Aula Prática .............................................................................................. 83

7.1 Perímetro da Anca e o Diâmetro Sagital ............................................. 83

7.2 Índice cintura – anca ........................................................................... 84

7.3 Perímetro sagital ................................................................................. 86

8. Bibliografia ................................................................................................ 87

V - Aula 5.......................................................................................................... 88

1.Números da Obesidade em Portugal ......................................................... 89

2. Manutenção do peso corporal .................................................................. 91

2.1 Perda de peso corporal ........................................................................... 91

WALKING TEST ........................................................................................... 92

3. Problemas Práticos ................................................................................... 96

4. Bibliografia .............................................................................................. 101

VI - Aula 6....................................................................................................... 102

1. Prescrição Exercício para a Obesidade .................................................. 102

2. Progressão do trabalho cardiovascular ................................................... 104

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Condição Física Nutrição e Saúde

3. Actividade Física – Iniciantes.................................................................. 106

4. Recomendação de terapia de perda de peso ......................................... 106

4.1 Utilização de medicamentos e suas implicações .............................. 107

4.2 Indivíduos não recomendados na terapia de perda de peso ............. 108

5. Terapias para a obesidade ..................................................................... 108

5.1 Dieta .................................................................................................. 108

5.2 Mudança de comportamento ............................................................. 109

5.3 Utilização de fármacos ...................................................................... 109

5.4 Cirurgia.............................................................................................. 110

5.6 Doenças do miocárdio associadas à obesidade ............................... 110

6. Prescrição do exercício para a Hipertensão ........................................... 110

6.1 Considerações Especiais .................................................................. 111

7. Bibliografia .............................................................................................. 112

VII - Aula 7...................................................................................................... 113

1. Bioimpedância ........................................................................................ 113

2. Aparelhos de Bioimpedância .................................................................. 116

2.1 - Aparelho de Bioimpedância de Frequência simples ....................... 116

2.2 Aparelho de Bioimpedância de Multifrequência ................................ 116

3. Protocolo avaliação na Bioimpedância ................................................... 118

4. Bibliografia .............................................................................................. 119

VIII - Aula 8..................................................................................................... 121

1. Interpretação dos Resultados do InBody720 .......................................... 122

1.1 Área de adiposidade visceral ............................................................ 124

1.3 ÍNDICES DE EDEMA ........................................................................ 125

1.4 Avaliação Nutricional ......................................................................... 126

1.5 Manutenção do peso ......................................................................... 126

1.6 Diagnóstico de Obesidade ................................................................ 127

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Condição Física Nutrição e Saúde

1.7 Equilíbrio entre os segmentos corporais ........................................... 127

1.8 Força corporal ................................................................................... 128

1.9 Diagnóstico de saúde ........................................................................ 128

1.10 Controlo do peso ............................................................................. 129

1.11 Dados adicionais ............................................................................. 129

2. Bibliografia .............................................................................................. 132

IX - Aula 9....................................................................................................... 133

1. Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância ..... 134

1.1 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS


CAUCASIANAS....................................................................................... 134

1.2 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES


ADULTAS/IDOSAS CAUCASIANAS....................................................... 135

1.3 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS


ADULTOS ............................................................................................... 135

CAUCASIANAS....................................................................................... 135

1.4 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS


DESPORTOS) ........................................................................................ 136

1.5 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES


ADULTAS/IDOSAS ................................................................................. 136

1.6 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS


ADULTOS/IDOSOS ................................................................................ 137

2. Métodos de avaliação da sarcopenia...................................................... 137

3. Prescrição de exercício para a sarcopenia ............................................. 142

4. Tecido Ósseo .......................................................................................... 143

4.2. Tipos de ossos ................................................................................. 144

4.3 Funções do osso ............................................................................... 144

5. Osteoclasto e Osteoblasto ...................................................................... 145

5.1 osteoclasto ........................................................................................ 145

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Condição Física Nutrição e Saúde

5.2 osteoblasto ........................................................................................ 146

6. Osteoporose ........................................................................................... 146

6.1 Factores que afectam a osteoporose ................................................ 147

7. Curva da massa óssea ........................................................................... 150

8. Os locais mais afectados pela Osteoporose ........................................... 150

9. Classificação da osteoporose e osteopenia ............................................ 152

10. Prescrição de exercício físico para osteoperose................................... 153

10. Bibliografia ............................................................................................ 154

X - Aula 10...................................................................................................... 156

1. Actividade física e condição óssea ......................................................... 157

2. Critérios para a classificação da densidade mineral óssea .................... 158

2.1 VANTAGENS DA MEDIÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA AO


NÍVEL DO CALCÂNEO ........................................................................... 159

2.2 Resultado da medição da densidade mineral óssea ao nível do


calcâneo .................................................................................................. 160

Bibliografia .................................................................................................. 161

XI - Aula 11..................................................................................................... 163

1. Factores de risco para fracturas osteoporóticas ..................................... 163

1.1 Deficiência estrogénica ..................................................................... 165

1.1.2 Cálcio ............................................................................................. 166

1.2.3 Vitamina D ...................................................................................... 166

1.1.4 Factores Nutricionais...................................................................... 167

1.1.5 Peso corporal ................................................................................. 167

1.1.6 Hábitos de vida............................................................................... 168

1.1.7 Inactividade física ........................................................................... 168

2. Artrite reumatóide ................................................................................... 169

3. Evolução da artrite reumatóide ............................................................... 172

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Condição Física Nutrição e Saúde

4. Intervenção através da actividade física ................................................. 173

5. Testes constituintes da Bateria de testes Rikli &Jones ........................... 176

5.1 Levantar e Sentar .............................................................................. 176

5.2 Flexão do Antebraço ......................................................................... 180

5.3 Sentado e Alcançar ........................................................................... 183

5.4 Sentado, Caminhar 2,44 m e tornar a Sentar .................................... 185

5.5 Alcançar atrás das costas ................................................................. 188

5.6 Dois minutos de step no próprio lugar ............................................... 190

5.7 Andar 6 minutos ................................................................................ 193

6. Bibliografia .............................................................................................. 195

Conclusão ...................................................................................................... 197

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Condição Física Nutrição e Saúde

Índice de Ilustrações
Ilustração 1 - Trabalho escrito das aulas teórico-práticas ................................ 17
Ilustração 2 - Critérios de avaliação do trabalho escrito das aulas teórico
práticas ............................................................................................................. 18
Ilustração 3 - Definições de Aptidão Física – Adaptado de Fretias, (1994) citado
por Cardoso, M (2000). .................................................................................... 25
Ilustração 4 - Testes de avaliação das componentes da aptidão física
(Feishman, 1964) ............................................................................................. 26
Ilustração 5 - Modelo descritivo das relações entre a actividade física habitual,
a aptidão física relacionada à saúde e o estado de saúde. (Bouchard e
Shephard, 1993) citado por Cardoso, M (2000). .............................................. 29
Ilustração 6 - Classificação dos METs por intensidades .................................. 31
Ilustração 7 - Actividades diárias e os seus METs associados ........................ 33
Ilustração 8 - Recomendações da Actividade Física – Adaptado Audiovisuais,
Moreira, M (2010). ............................................................................................ 36
Ilustração 9 - Recomendações da actividade física para adultos - Haskell et al.,
(2007) citado por Moreira, M (2010). ................................................................ 40
Ilustração 10 - Recomendações para idosos e adultos entre os 50 e 64 anos
com limitações – Moreira, M (2010). ................................................................ 42
Ilustração 11 - Vantagens da apreciação das componentes corporais ............ 52
Ilustração 12 – Modelo 2 C - Proporções das componentes da composição
corporal ............................................................................................................ 53
Ilustração 13 - Composição da Massa Gorda .................................................. 55
Ilustração 14 - Composição dos lípidos não essenciais ou gordura ................. 56
Ilustração 15 - Dados estatísticos das regiões autónomas .............................. 58
Ilustração 16 - Quadro da relação do IMC e a classificação quanto ao peso ... 58
Ilustração 17 - Valores de referência para adultos e idosos ............................. 59
Ilustração 18 - Valores de referência do perímetro da cintura .......................... 61
Ilustração 19 - Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura ....... 63
Ilustração 20 - Risco de doença em adultos de acordo com o índice de massa
corporal e o perímetro da cintura ..................................................................... 69

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Ilustração 21 - Referências da localização da massa gorda - Adaptado de


Lohman (1981) ................................................................................................. 73
Ilustração 22 - Tecido Adiposo - Tipos e Constituição...................................... 75
Ilustração 23 - Gordura Abdominal ................................................................... 81
Ilustração 24 - Percentagem de gordura corporal para homens e mulheres .... 82
Ilustração 26 - Riscos de doença em adultos de acordo com o índice de massa
corporal e o perímetro da cintura ..................................................................... 85
Ilustração 25 - Valores de corte do índice cintura/anca .................................... 85
Ilustração 27 - Obesidade em adultos (18-64) portugueses - 2003-2004 ........ 89
Ilustração 28 - prevalência da obesidade em adolescentes portugueses (10-18)
em 2008 ........................................................................................................... 90
Ilustração 29 - Cabeçalho do walking test ........................................................ 93
Ilustração 30 - Determinação e classificação do resultado do walking test ...... 96
Ilustração 31 - Progressão do trabalho Cardiovascular .................................. 104
Ilustração 32 - Utilização de medicamentos e suas implicações .................... 107
Ilustração 33 - Avaliação da composição corporal ......................................... 126
Ilustração 34 - Valores de referência para manutenção do peso ................... 126
Ilustração 35 - Valores de referência para o diagnostico de obesidade ......... 127
Ilustração 36 - Valores de referência para o diagnóstico de saúde ................ 128
Ilustração 37 - Valores de referência para o fitness score.............................. 129
Ilustração 38 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS
CAUCASIANAS .............................................................................................. 134
Ilustração 39 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS
CAUCASIANAS .............................................................................................. 134
Ilustração 40 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS ........................................................................................ 135
Ilustração 41 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS ...................................................................................................... 135
Ilustração 42 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS
(VÁRIOS DESPORTOS) ................................................................................ 136
Ilustração 43 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS ........................................................................................ 136

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Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 44 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS


ADULTOS/IDOSOS........................................................................................ 137
Ilustração 45 - Prescrição de exercício para a sarcopenia ............................. 142
Ilustração 46 - Actividade Física e Condição Óssea ...................................... 157
Ilustração 47 - Valores de classificação do T-score ....................................... 158
Ilustração 48 - Tabela de avaliações das Mulheres no teste levantar e sentra
na cadeira....................................................................................................... 179
Ilustração 49 - Tabela das avaliações dos Homens no teste levantar e sentar na
cadeira............................................................................................................ 180
Ilustração 50 - Tabela de avaliações da mulher no teste flexão do antebraço 182
Ilustração 51 - Avaliação das avaliações no Homem, teste flexão do antebraço
....................................................................................................................... 182
Ilustração 52 - Tabela das avaliações na Mulher, teste sentado e alcançar .. 184
Ilustração 53 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado e alcançar . 185
Ilustração 54 - Tabela das avaliações na mulher, no teste sentado, caminhar
2.44 m e voltar a sentar .................................................................................. 187
Ilustração 55 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado, caminhar 2.44
m e voltar a sentar .......................................................................................... 188
Ilustração 56 - Tabela das avaliações na mulher, no teste alcançar atrás das
costas ............................................................................................................. 189
Ilustração 57 - Tabela das avaliações no Homem, teste alcançar atrás das
costas ............................................................................................................. 190
Ilustração 58 - das avaliações no Mulher, teste dois minutos de step no próprio
lugar ............................................................................................................... 192
Ilustração 59 - Tabela das avaliações no Homem, teste dois minutos de step no
próprio lugar ................................................................................................... 192
Ilustração 60 - Tabela das avaliações no Mulher, teste andar 6 minutos ....... 194
Ilustração 61 - Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos ..... 195

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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Introdução
No âmbito da disciplina de Condição Física Nutrição e Saúde, realizou-
se este trabalho em forma de relatório de aulas com vista a integrar todos os
conteúdos abordados, quer das aulas teóricas quer das aulas práticas. Todas
as aulas decorreram no complexo desportivo da Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro, tendo as aulas teóricas decorrido na sala 1 e as aulas
práticas no laboratório de condição física e na pista de tartan do referido
complexo.

Todos os relatórios aqui abordados são referentes a aspectos que em


muito estão directamente implicados com factores que determinam a saúde
geral de crianças, jovens e adulto, não esquecendo e em particular as pessoas
mais idosos. Deste universo de temas aqui retratados pode-se referir que todos
eles têm uma componente predominantemente prática que se reflecte nos
inúmeros protocolos de avaliação das variadas componentes de saúde
retratadas.

Este relatório de aulas inicia-se com uma ampla abordagem sobre o


plano curricular que foi leccionado durante o semestre. Seguidamente se
explanará todos os conteúdos abordados no plano curricular, que serão os
seguintes por ordem de inclusão no dossier: exercício físico e as suas
componentes de aptidão física; saúde e a importância de um estilo de vida
activo na promoção da saúde; a composição corporal e a sua avaliação; a
obesidade nas suas diferentes formas e prescrição de exercício; a
bioimpedância; a sarcopenia, a osteoporose e finalmente uma bateria de testes
para avaliar a aptidão funcional sobretudo para pessoas mais idosas.

Os elementos deste grupo serão elementos activos nas aulas práticas,


realizando os testes inerentes a cada contudo programático onde registarão os
valores obtidos. Estes valores serão utilizados para a elaboração de quadros
de resultados, quem em complemento com a literatura pesquisada ou cedida
pela docente irá dar um suporte fundamental para a assimilação dos conteúdos
abordados. Os testes que foram realizados e dos quais aqui se fará uma
13
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

discussão dos resultados serão: a determinação das intensidades absolutas e


relativas do exercício, a determinação do índice de Massa corporal (IMC); os
perímetros da cintura, cintura/anca e sagital; o walking teste, a bioimpedância e
finalmente a densidade mineral óssea.

Todo o dossier de relatórios está organizado fundamentalmente de


uma forma estruturado por conteúdos dados em cada aula, para que no futuro
seja de fácil consulta caso seja necessário tirar alguma dúvida relativa ao que
foi abordado. Fica também um valioso “manual” para uma vida profissional
relacionada com a prescrição do exercício.

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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº1 6ª Feira das 10:30 às 12-02-2010
12:30

Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

I - Aula 1

Sumário: Apresentação do programa da disciplina e aquisição de


conhecimentos relacionados com a prática de actividade física e de desporto
na Europa e com a relação da inactividade física com condições crónicas de
saúde.

CONTEÚDOS

 Programa da disciplina
 Actividade física, exercício físico e aptidão física
 Classificação das actividades físicas em função do MET
 Inactividade Física e Risco de doença

1. Objectivos da disciplina

A disciplina de Condição Física, Nutrição e Saúde pretende


desenvolver nos alunos competências no domínio da classificação e selecção
de protocolos e procedimentos de apreciação da actividade física e das
componentes da aptidão física (composição corporal, aptidão aeróbia e aptidão
muscular), na elaboração de relatórios individuais de natureza informativa e
formativa e, por último, a utilização das avaliações anteriormente indicadas na
concepção, prescrição e execução de programas de exercício e de
aconselhamento de actividade física num quadro não formal. Pretende-se
igualmente conferir aos alunos informação relacionada com as orientações

15
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

nutricionais destinadas a melhorar os níveis de massa gorda, massa óssea,


massa muscular e água corporal, bem como em relação a algumas condições
crónicas de saúde.

2. Avaliação da disciplina

As provas de avaliação periódica na disciplina de Condição Física,


Nutrição e Saúde constam na avaliação de 3 parâmetros incluindo a
frequência, o trabalho prático e a atitude dos alunos, com ponderação
diferenciada.

FREQUÊNCIA (50%) + ATITUDE (2%) + RELATÓRIOS DAS AULAS


TEÓRICO-PRÁTICAS (48%)

No sistema de avaliação periódica, os alunos são dispensados de


exame final se obtiverem uma nota final igual ou superior a 9,5 valores. A
obtenção de uma nota igual ou superior a 8,5 valores e inferior a 9,5 valores
obriga à realização de um exame final.

Quando a nota final obtida for inferior a 8,5 valores o aluno necessita
submeter-se a exame final, podendo optar pela primeira ou segunda chamada.

A marcação do calendário de exames é da responsabilidade do


Coordenador do Curso. Para ter acesso às épocas normal e de recurso, os
alunos têm de efectuar a sua inscrição na secretaria do Departamento de
Desporto até 48 horas antes da realização das referidas provas

(Artigo 3 do Capítulo 1 das Normas Pedagógicas)

Para a avaliação de conhecimentos os alunos trabalhadores-estudantes


poderão optar por uma avaliação periódica ou por exame final. No caso de

16
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

seleccionarem o sistema de avaliação periódica deverão comunicar a sua


intenção à docente da cadeira por escrito e até ao final da primeira quinzena do
semestre (Artigo 5 do Regulamento do Estatuto Trabalhador Estudante).

3 Trabalho prático

No decorrer do semestre os alunos, organizados em grupos de 6


elementos (pertencentes à mesma turma), deverão elaborar um trabalho
escrito relativo às aulas teóricos-práticas que será o conjunto dos relatórios das
aulas leccionadas. O referido trabalho deverá estar estruturado de acordo com
as regras indicadas no Quadro 1, estando os critérios de avaliação do mesmo
expresso no Quadro 2.

Ilustração 1 - Trabalho escrito das aulas teórico-práticas

17
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 2 - Critérios de avaliação do trabalho escrito das aulas teórico práticas

4. Conteúdos programáticos

ACTIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO, APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE

1.1 Definição dos conceitos

1.2 Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde.

1.3 Componentes da aptidão física (aptidão aeróbia, força, resistência


muscular, flexibilidade

e composição corporal)

1.4 Objectivos da avaliação da aptidão física e sua importância na


manutenção/aquisição de um estilo de vida saudável

1.5 Objectivos da avaliação da actividade física e sua utilização na promoção


da saúde cardiovascular, óssea e muscular.

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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.6 Estratégias para aumento da adesão ao exercício

AVALIAÇÕES PRÉ-EXERCÍCIO

2.1 Benefícios da actividade física regular

2.2 Riscos associados ao exercício (jovens, adultos com eventos cardíacos,


durante a realização de testes físicos, reabilitação cardíaca) e prevenção
desses eventos cardíacos

2.3 Avaliação da saúde e estratificação do risco (algoritmo de pré-participação,


estratificação do risco para pacientes cardíacos)

2.4 Pressão Arterial (técnica de medição, classificação dos valores de pressão


arterial, fármacos e controlo da intensidade do exercício)

2.5 Lípidos e lipoproteínas (classificação do colesterol total, do colesterol LDL,


do colesterol HDL e dos trigicéridos de acordo com ATPIII

2.6 Consentimento informado

2.7 Contraindicações ao teste de exercício

2.8 Recomendações actuais de exercício para crianças, adultos e idosos

AVALIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS TESTES DE APRECIAÇÃO DA


APTIDÃO FÍSICA

3.1 Propósitos de aplicação dos testes de apreciação da aptidão física

3.2 Orientações relacionadas com as instruções pré-teste, ordem dos testes e


envolvimento

COMPOSIÇÃO CORPORAL

4.1 COMPONENTES DA MASSA CORPORAL E METABOLISMO DO TECIDO


ADIPOSO

4.1.1 Tecido adiposo, massa gorda e gordura

4.1.2 Massa magra, massa isenta de gordura e massa isenta de gordura e de


osso
19
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Condição Física Nutrição e Saúde

4.2 MASSA GORDA

4.2.1 Metabolismo do tecido adiposo

4.2.1.1 Armazenamento da gordura nos adipócitos

4.2.1.2 Armazenamento da gordura nos adipócitos abdominais

4.2.1.3 Mobilização da gordura dos adipócitos

4.2.1.4 Mobilização da gordura dos adipócitos abdominais

4.2.1.5 Conceito e riscos de saúde associados à obesidade

4.2.2 Classificação da obesidade (quantidade de gordura corporal, distribuição


da gordura, período de instalação e graus de obesidade)

4.2.3 Alimentação e obesidade

4.3 MÉTODOS ANTROPOMÉTRICOS

4.3.1 Vantagens e limitações das medidas antropométricas

4.3.2 Tabelas peso-altura (conceito, vantagens e limitações na sua aplicação)

4.3.3 Índice de massa corporal (critérios de medição do peso e da altura,


classificação dos valores e risco de saúde e vantagens e limitações da sua
aplicação)

4.3.4 Relação do perímetro da cintura com o risco de saúde

4.3.5 Índice cintura-estatura e índice cintura-anca (limites da sua aplicação na


mulher adulta).

4.9 ÁGUA CORPORAL

4.9.1 A água corporal como componente da massa isenta de gordura

4.9.2 Funções da água corporal e sua distribuição no meio intra-celular e extra-


celular

4.9.3 Balanço electrolítico em repouso e em situação de exercício (perda de


electrolíticos através da transpiração e na urina)

20
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Condição Física Nutrição e Saúde

4.9.4 Evolução do estado de hidratação dos tecidos com a idade

4.9.5 Papel da alimentação no estado de hidratação do indivíduo

4.10 IMPEDÂNCIA BIOELÉCTRICA

4.10.1 Princípios, pressupostos e vantagens deste método

4.10.2 Condições para a realização da avaliação (analisadores, eléctrodos,


sujeito que é avaliado, avaliador, condições do envolvimento)

4.10.3 Equações preditivas da água corporal total e da massa isenta de


gordura

4.11 MINERAL

4.11.1 Componente mineral na massa isenta de gordura (mineral celular e


mineral ósseo).

4.11.2 Papel dos factores mecânicos, nutricionais, genéticos e hormonais no


processo de modelação e de remodelação óssea.

4.11.3 Metabolismo ósseo na adolescência, nos adultos, na mulher pós-


menopáusica e nos idosos

4.11.4 Osteopénia e osteoporose (conceito, classificação e riscos para a


saúde).

4.11.5 A densitometria radiológica de dupla energia na avaliação do mineral


ósseo

(vantagens e limitações)

4.11.6 Alimentação e saúde óssea

4.12. MASSA MUSCULAR

4.12.1 Diferenças de massa muscular de acordo com o sexo, a idade e a etnia

4.12.2 Factores que afectam a massa e a qualidade muscular (inactividade


física,

21
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estrogénios/androgénios, consumo proteico, hormona do crescimento, acção


da

insulina, etc.)

4.12.3 Conceito de sarcopénia e prevalência nos dois sexos

4.12.4 Papel do exercício na prevenção da sarcopénia e na melhoria da


qualidade e da função muscular

4.12.5 Alimentação e condição muscular

CONDIÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA

5.1 Conceito de consumo máximo de oxigénio e de frequência cardíaca de


reserva

5.2 Testes maximais e submaximais

5.3 Cálculo do dispêndio energético em repouso e equivalente metabólico

5.4 Testes de avaliação da condição cardiorespiratória (walking test, step test,


rockport walking test, teste de cooper, cicloergómetro e ergómetro de braços,
fitnessgram, bateria de fullerton)

5.5 Prescrição do exercício cardiorespiratório (tipo, intensidade e duração)

5.6 Dispêndio energético

5.7 Progressão do exercício (inicial, melhoria e manutenção)

22
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APTIDÃO MUSCULAR

6.1 Força muscular, endurance muscular e flexibilidade

6.2 Testes do Fitnessgram (protocolos e interpretação dos resultados), bateria


de Fullerton e testes valorizados no Observatório Nacional de Actividade Física
e do Desporto

6.3 Prescrição do exercício de resistência

6.4 Prescrição do exercício de flexibilidade

PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO

7.1 Conceito e componentes

7.2 Componentes da sessão de treino (aquecimento, fase de condicionamento,


actividades recreacionais e retorno à calma)

7.3 Prescrição da intensidade, duração, frequência e tipo de exercício com


base na avaliação do estado de saúde e da aptidão física.

7.4 Progressão do exercício e especificidade do treino

7.5 Concepção de programas de exercício com base na frequência cardíaca,


no equivalente metabólico, no equivalente calórico ou na sensação subjectiva
de esforço.

7.6 Posicionamento de vários organismos acerca do exercício necessário para


a melhoria/manutenção da aptidão aeróbia e muscular e para o controlo das
componentes da síndrome metabólica .

7.7 Condições farmacológicas que requerem condições especiais de


prescrição.

23
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Condição Física Nutrição e Saúde

5. Exercício Físico

É caracterizado por movimentos corporais planeados, estruturados,


repetitivos e com o objectivo de aumentar ou manter uma ou mais
componentes da aptidão física (Pate et al., 1995).

6. Aptidão física
Obtenção e/ou manutenção de uma expressão de capacidades físicas
(que se relacionam com a saúde) e que são necessárias para a realização de
tarefas/actividades diárias (Shephard,1994).

A multiplicidade de definições de Aptidão Física gera,


naturalmente, alguma dificuldade aos que estudam e investigam nesta
área ao mesmo tempo que reflecte a expressão da diversidade de
preocupações dos diferentes autores.

Apresentaremos em seguida um quadro que demonstra a evolução do conceito de


Aptidão Física (adaptado de Freitas, 1994) citado por Cardoso, M (2000).

AUTORES ANO CONCEITO


Darling et ai., 1948 É a capacidade funcional de um indivíduo
para cumprir uma tarefa;
Fleishman 1964 Capacidade funcional do indivíduo em
realizar alguns tipos de actividade que
exigem empenhamento muscular;
Clark 1967 Capacidade de executar tarefas diárias
com vigor e vivacidade, sem apresentar
fadiga e com ampla energia para treinar os
momentos de lazer e enfrentar
emergências imprevistas.
1988 É um estado físico de bem-estar que
AAHPERD permite às pessoas realizar as actividades
e reduzir os problemas de saúde,
relacionados com a falta de exercício.
Proporcionar uma base de aptidão para a
participação em actividades físicas.

24
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Condição Física Nutrição e Saúde

1988
Patê É um estado caracterizado por: (a) uma
capacidade de executar actividades diárias
com vigor e (b) demonstração de traços e
capacidades que estão associadas ao
baixo risco de desenvolvimento prematuro
de doenças hipocinéticas (i.e., as que
estão associadas à inactividade física).
Ilustração 3 - Definições de Aptidão Física – Adaptado de Fretias, (1994) citado por Cardoso, M
(2000).

6.1 Componentes da aptidão física

Cardiovascular – maior ou menor capacidade do organismo receber oxigénio


da atmosfera através dos pulmões, transportá-lo pela corrente sanguínea até
ao coração, bombeá-lo para os músculos e utilizá-lo para produzir energia
(Sharkey, 1997).

Força – a maior ou menor capacidade do sistema neuromuscular superar


resistências (trabalho concêntrico), de actuar contra as mesmas (trabalho
excêntrico) ou mantê-las (trabalho isométrico) através da actividade muscular

(Fajardo, 1999).

Flexibilidade – maior ou menor amplitude de movimentos de uma articulação


ou grupo de articulações, que reflecte a capacidade de alongamento de um
músculo ou grupo muscular, considerando as restrições físicas impostas pelas

Articulações. (Allerheilinger, 1994).

Composição corporal – é medida em função dos compartimentos do corpo


(água corporal total, água extra e intra celular, massa gorda, massa magra,
minerais, minerais osseos e massa celular). O modelo mais simples de
composição corporal (bicompartimental) divide o corpo em dois grandes
compartimentos - massa gorda e massa magra (Houtkooper, 1994).

25
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6.1.1 Testes de avaliação das componentes da aptidão física

Queremos com o quadro abaixo, apresentar um exemplo de testes


usados e publicados por Fleishman, (1964) citado por Cardoso, M (2000),
estando certos que muitos destes testes já foram substituídos por outros mais
recentes, mais adaptados à actual realidade. Mas parece-nos que seria
importante deixar aqui um exemplo de como avaliar as componentes da
aptidão física.

COMPONENTES SUB-COMPONENTES TESTES


EXPLOSIVA Corrida Vai-Vem
Lançar a Bola
FORÇA
ESTÁTICA Dinamometria Manual
DINÂMICA Tracção na Barra Forte
FLEXIBILIDADE TRONCO Elevar as pernas
ESTÁTICA Amplitude Articular
DINÂMICA Flexão e Rotação
EQUILIBRIO GERAL Equilíbrio sobre uma
prancha
COORDENAÇÃO Saltar à corda
ENDURANCE Corrida/Andar 550m
Ilustração 4 - Testes de avaliação das componentes da aptidão física (Feishman, 1964)

7. Actividade Física

Qualquer movimento produzido pelo músculo-esquelético que


resulta em dispêndio energético acima do nível basal (USDHHS, 1996).

Segundo esta definição, qualquer actividade de traga um gasto


energético acima do basal, é considerado como actividade física, assim
caminhas, correr, lavar o carro, cozinhar, entre outras actividades diárias pode
ser consideradas actividade física desde que o parâmetro do gasto energético
seja cumprido.

26
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

A actividade física pode ser vista de várias dimensões:

(i) envolvimento e objectivo da actividade

(ii) duração

(iii) frequência

(iv) intensidade

(v) eficiência

(vi) custo energético da actividade

Pate et al., 1995 ; Montoye et al., 1996; Goran, 1997

Segundo Leite, S (2005) é universalmente aceite que a actividade física é


benéfica para a saúde e segundo Bento (1991) citado por Leite, S (2005), a
relação entre a actividade física e saúde adquire grande relevância na
conjuntura actual, em que a sociedade se vê confrontada com as ditas doenças
da civilização.

Actualmente o sedentarismo é bastante elevado, cada vez mais os


hábitos de alimentação são mais maliciosos, o que leva a que as doenças
cardiovasculares sejam nos dias de hoje uma das grandes responsáveis pelas
causas de morte no mundo.

Hoje, 2/3 da população na União Europeia com 15 ou mais anos é


considerada insuficientemente activa para adquirir benefícios para a saúde.
Moreira, M (2010)

Mais de 57 % da população não faz actividade física de intensidade


vigorosa e 40,8 % não executa actividades de intensidade moderada,
diminuindo essa participação com a idade e, em particular, no género feminino.
Moreira, M (2010)

27
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Várias são as investigações que têm vindo a demonstrar que uma


actividade física regular reduz drasticamente o risco de doenças coronárias,
doenças cardiovasculares e os seus factores de risco associados, como a
obesidade e o stress emocional. (Blair, 1993) citado por Leite, S (2005).

Assim sendo, não é de estranhar, que investigadores, e professores


ligados à área da actividade física e saúde, venham alertar para a importância
de programas de actividade física regular, como o melhor caminho no combate
a uma das maiores causas de morte no mundo.

8. Saúde

Conceito que diz respeito à melhoria do bem-estar (mental, social,


físico), à diminuição da morbilidade e da mortalidade através do controlo das
chamadas doenças do estilo de vida (Blair, 1993).

Durante muitos anos a saúde foi definida de acordo com a ideia


expressa pela World Health Organization (2000), como estado de completo
bem-estar físico e social e não apenas a ausência de doenças ou
enfermidades.

Esta segunda definição parece-nos mais precisa, visto que para muitos
erradamente, a saúde é vista como a ausência de Hospitais, andar no dia-a-dia
autonomamente. Muitas pessoas inclusive, evitam as deslocações aos médicos
com receio que as doenças apareçam todas, é normal ouvir-se dizer que
depois de entrar no médico nunca mais se sai de lá. Puro engano, o que estas
pessoas procuram não conhecer a realidade, uma vez que há doenças como o
colesterol que não se manifestam, não apresentam dor, são as chamadas
doenças silenciosas mas que provocam grandes riscos para a saúde.

Assim definir saúde como o bem-estar e a ausência de doenças parece-


nos mais correcto.

28
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 5 - Modelo descritivo das relações entre a actividade física habitual, a aptidão física
relacionada à saúde e o estado de saúde. (Bouchard e Shephard, 1993) citado por Cardoso, M
(2000).

8. Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde

Um estilo de vida activo irá por um lado diminuir a probabilidade de


doenças associadas ao sedentarismos e aos maus hábitos alimentares, como
a obesidade, hipertensão, diabetes, etc., como promoverá uma melhor aptidão
física o que possibilita uma melhor qualidade de vida, uma vez que a realização
das tarefas diárias é realizada sem qualquer desconforto.
Quando se pretende melhorar a aptidão cardiorespiratória, é indicada a
actividade física de média/alta intensidade de forma a provocar adaptações
significativas na estrutura e funcionamento do sistema cardiorespiratório.

Por outro lado, a actividade física de baixa/média intensidade com


acumulação diária de pelo menos 30 minutos também possui benefícios
cardiovasculares e de controlo do peso corporal.

29
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Actividade física associada ao estilo de vida - incentivar o aumento do


dispêndio energético no dia-a-dia;
 Actividade física por curtos períodos ao longo do dia – possibilidade do
sujeito escolher os melhores períodos ao longo do dia para realizar a
sua prática de actividade física;
 Aumento do bem-estar físico mas também psíquico;
 Diminuição dos níveis de stress;
 Aumento da auto-estima;
 Etc.

9. O sistema de dispêndio energético MET (Equivalente Metabólico)

Quando falamos em actividade física, como já acima foi descrito,


falamos em qualquer movimento produzido pelo músculo-esquelético que
tenha um gasto energético superior ao basal. Quando queremos mensurar o
dispêndio energético de uma actividade física, podemos utilizar vários
parâmetros de descrição dessa actividade, como por exemplo, o tempo, a
intensidade, as kilocalorias (Kcal), kilojoules (KJ) ou até watts (W)
representando o trabalho realizado.

Importa esclarecer que a expressão dispêndio energético não deve ser


usada como sinónimo de actividade física. Em primeiro lugar porque, apesar do
dispêndio energético ser uma consequência da actividade física, quando
falamos do dispêndio energético total incluímos outras componentes como
sejam a taxa de metabolismo basal e o efeito térmico induzido pela assimilação
e digestão dos alimentos. Em segundo lugar, porque a quantidade de energia
despendida por um indivíduo é entendida sempre como um valor relativo,
equacionado em função da sua massa corporal. Um indivíduo
dimensionalmente pequeno que seja extremamente activo pode gastar,
diariamente, a mesma quantidade de Kilocalorias que um indivíduo
dimensionalmente maior e que seja sedentário. Daqui que não se possa
afirmar que sejam semelhantes em termos de actividade física.

30
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Por isso, sempre que a actividade física for expressa em termos de


dispêndio energético, Kilocalorias ou Joules, a massa corporal do indivíduo tem
que ser tomada em consideração. A expressão MET (abreviatura de
equivalente metabólico) é utilizada para significar o dispêndio energético em
função do peso do sujeito. Por equivalente metabólico entende-se o valor
correspondente à energia despendida em repouso, representando este valor
uma referência para a classificação da intensidade das actividades (35). Assim
sendo, os valores de dispêndio energético são expressos em múltiplos de
METs, correspondendo um MET a um gasto equivalente ao valor de energia
metabólica despendida pelo sujeito em repouso, por quilo de peso, isto é, 3.5
ml O2 · Kg –1 · min –1. Oliveira, M et al. (2001).

10. Classificação da actividade física em MET (Equivalente


Metabólico)

De acordo com a Recomendação do American College of Sports


Medicine and the American Heart Association (2007) para adultos, a
quantidade total de actividade física é uma função da sua intensidade, duração
e frequência.

Os MET são divididos em três grupos, denominados de actividade leve,


moderada e vigorosa. Os METs de cada grupo variam, e directamente
correlacionado está a frequência cardíaca, o consumo de oxigénio e outros
factores fisiológicos.

LEVE MODERADA VIGOROSA


Inferior a 3 3a6 Superior a 6
Ilustração 6 - Classificação dos METs por intensidades

1 MET: 3,5 ml/Kg/ minuto de O2 consumido

31
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Iremos ver no quadro em baixo, algumas das actividades diárias e o seu


dispêndio em METs, para que possamos ter uma pequena ideia da intensidade
de algumas actividades diárias por nós realizadas.

LEVE Inferior a 3 MODERADA 3 a 6 VIGOROSA – Superior a 6


CAMINHAR CAMINHAR CAMINHAR
Caminhar lentamente em Caminhar 4,83 km/hora - Caminhar, jogging ou corrida -
casa, loja ou escritório - 3,3 MET 6,3 MET
2,0 Caminhar com passo Caminhar com mochila, com
MET acelerado - 5,0 MET passo moderado e com carga
leve (<4,5 kg) - 7,0 MET
Caminhada em inclinação e com
uma carga entre 4,5 kg a 19 kg -
7,5 a 9,0 MET

CASA E OCUPAÇÃO CASA E OCUPAÇÃO CASA E OCUPAÇÃO

Trabalhar ao computador, Limpeza mais pesada Cavando areia, carvão - 7,0


sentado numa secretária - como lavar janelas ou o MET
1,5 MET carro, Transporte de cargas pesadas
Em posição de pé, limpar garagem - 3,0 MET (ex. tijolos) - 7,5 MET
executar trabalho leve Limpar carpetes ou Cavar com pá - 8,5 MET
como fazer a cama, lavar tapetes, aspirar, limpar o
pratos, passar roupa a pó - 3,0 – 3,5
ferro, preparar comida ou MET
executar funções de Carpintaria - 3,6 MET
caixeiro de loja - 2,0 a 2,5 Transporte e
MET empilhamento de madeira
- 5,5 MET
Cortar a relva - 5,5 MET

TEMPO DE LAZER E TEMPO DE LAZER E TEMPO DE LAZER E


DESPORTO DESPORTO DESPORTO

Artes e ofícios, jogar Badmington - 4,5 MET Jogo de basquetebol - 8,0 MET
cartas - 1,5 MET Basquetebol - 4,5 MET Ciclismo em apartamento

32
Ciências do Desporto
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Remo - 2,5 MET Ciclismo em apartamento /esforço moderado (19,31 km-


Dardos - 2.5 MET (leve) - 6,0 MET 22,53 km por hora) - 8,0 MET
Pescar (sentado) - 2,5 Dançar lentamente - 3,0
MET MET Ciclismo em apartamento
Tocar um instrumento Dançar de forma mais /esforço elevado (22,53-25,75
musical - 2,0 a 2,5 MET rápida - 4,5 MET km por hora) - 10,0 MET
Golfe - 4,3 MET
Natação (esforço moderado-
difícil) – 8,0 a 11 MET

Voleibol competitivo em ginásio


ou praia - 8,0 MET
Ilustração 7 - Actividades diárias e os seus METs associados

11. Inactividade Física e risco de doenças

O risco relativo a doenças coronárias é reduzido nas pessoas que


praticam actividade física, quando comparadas com as pessoas
sedentárias, na presença ou na ausência de outros factores de risco, tais
como a idade, tabagismo, hipertensão, obesidade e hereditariedade
(Piéron, 1998) citado por Cardoso, M (2000).

Daqui se percebe, que as pessoas que apresentam uma baixa


participação em actividades físicas apresentam infelizmente, altas
probabilidades de doenças cardiovasculares.

De acordo com o American College of Sports Medicine and the


American Heart Association (2007) as doenças relacionadas com a
inactividade física regular feitos em estudos observados retrospectivamente
incluem: doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral
tromboembólicos, hipertensão arterial, diabetes meditos tipo 2, osteoporose
(fractura da anca em idosos), obesidade, cancro de cólon cancro de mama,
ansiedade e depressão.

33
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

12. Bibliografia

Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na


aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.

Oliveira, M e tal. (2001) - Avaliação da actividade física em contextos


epidemiológicos. Uma revisão da validade e fiabilidade do acelerómetro
Tritrac–R3D, do pedómetro Yamax Digi-Walker e do questionário de Baecke -
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 3 [73–88]

Abrantes, C (2008) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de


Academias I – Utad - Vila Real

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

34
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Condição Física Nutrição e Saúde


Aula Nº2 6ª Feira das 10:30 às 12:30 19-02-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

II - Aula 2

Sumário: Recomendações de actividade física para vários segmentos


da população. Definição de níveis de intensidade de prática de actividade
física.

Conhecimento da adaptação das restrições/limitações impostas por


determinados estados de saúde.

CONTEÚDOS

 Programa da disciplina
 Actividade física, exercício físico e aptidão física
 Classificação das actividades físicas em função do MET
 Inactividade Física e Risco de doença

1. Recomendações de actividade física

As recomendações da actividade física sofreram nos últimos tempos


algumas modificações, e é cada vez mais elevado o tempo necessário de
actividade física para combater os níveis de risco de doenças coronárias e
cardiovasculares. Em 2002, a OMS adoptou uma recomendação para que toda
a população praticasse no mínimo 30 minutos de actividade física diária. Søren
Brage (2009). Actualmente, e segundo estudos mais recentes, este volume jé é
insuficiente. O que nos deixa apreensivos, visto que se 30 minutos diários não
são cumpridos por uma grande maioria das pessoas, os 60 minutos propostos
35
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

como o volume de actividade diária, não serão cumpridos e irá aumentar


drasticamente o percentagem de indivíduos de risco.

2. Recomendações para adolescentes

Ilustração 8 - Recomendações da Actividade Física – Adaptado Audiovisuais, Moreira, M (2010).

Nos dias de hoje, cada vez mais os jovens realizam actividades com
menos gasto energético, numa sociedade cada vez mais protectora, as
crianças e jovens são tratadas de uma forma muito protectora, assim os pais
levam os filhos de carro até à porta da escola, até à porta da catequese, até à
porta de casa. Para além disso as actividades escolares são nos dias de hoje
com maior carga horária, o que leva à criança a permanecer por mais tempo
sentada, com um desgaste energético reduzido. As crianças já não brincam na
rua porque os pais não sentem que haja protecção e segurança nas ruas,
assim as brincadeiras de rua são substituídas por estar sentado (uma vez
mais) em frente ao computador, televisão ou consola de jogos.

Se esta inactividade por si só já é bastante grave, associada a ela, estão


hábitos alimentares cada vez menos cuidados. Cada vez mais, os jovens e
crianças consomem comida denominada “fast food”, mais caloria e menos
nutritiva que a comida tradicional, que fazia parte da alimentação dos nossos

36
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

jovens. O acesso à comida é cada ez mais fácil, o que leva a os jovens


consumirem mais, os produtos altamente calóricos são muito atractivos o que
leva a serem muito consumidos por esta faixa etária. Assim sendo, menor
actividade física, maior ingestão calórica, leva a um excesso negativo de
calorias, o que leva a um aumento de peso e com isso um aumento grande de
doenças de risco, como é o caso das doenças cardiovasculares.

Adolescentes que realizem 30 a 60 minutos segundo recomendações do


CDC, ACSM e PCPFS. A intensidade e duração é o menos importante, o que
interessa é o facto de actividade ser agradável e envolver grandes grupos
musculares. Leite, S (2005)

Sallis e Owen (1999) referem que aumentos substanciais diários de


actividade física podem reduzir o risco de obesidade pelo incremente do gasto
energético. Leite, S (2005)

Como podemos ver pelo quadro acima representado, estas


recomendações já são insuficientes nos dias de hoje, Se até então as
actividades com crianças e jovens eram vistas do ponto de visa do divertimento
e não tanto no controlo da intensidade, volume e carga, o actual estado da
saúde das crianças e adolescentes, apresentando um excesso de peso em
grande percentagem delas, leva a que as recomendações sejam hoje, mais
severas e apertadas. Assim o volume e a intensidade aumentaram de forma a
poder contrariar o contexto ambiental e até social em que hoje estamos
inseridos.

37
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

3. Recomendações para adultos


Para promover e manter a saúde, todos os adultos saudáveis entre 18
e 65 anos precisam de:

Actividade aeróbia: Para promover e manter a saúde, todos os


adultos saudáveis com idades entre 18-65 anos necessidade actividade física
de intensidade moderada aeróbia para um mínimo de 30 minutos em
cinco dias por semana ou de actividade aeróbia intensidade vigorosa
para um mínimo de 20 minutos em três dias por semana.
Além disso, as combinações de actividade de intensidade moderada e
vigorosa podem ser realizada para atender a essa recomendação. Por
exemplo, uma pessoa pode atender a recomendação do andar rapidamente
por 30 minutos duas vezes durante a semana e depois de 20 minutos em
intensidade vigorosa nos outros dois outros dias (correr). A actividade aeróbia
de intensidade moderada, que geralmente é equivalente a uma caminhada
rápida acelera visivelmente o ritmo cardíaco, podem ser acumulados/faseados
para o mínimo de 30 minutos com episódios de duração de 10 minutos ou
mais. A actividade de intensidade vigorosa é exemplificada pela corrida,
promove um aumento substancial da frequência respiratória e da frequência
cardíaca.
Esta quantidade recomendada de actividade física aeróbia é,
aconselhada a fazer em paralelo com a rotina do dia vida (por exemplo,
cuidados pessoais, cozinhar, caminhar ou fazer compras), e com actividades
deduração inferior a 10 minutos (por exemplo, caminhar em casa ou no
escritório, a pé a caminho do estacionamento).

A actividade fortalecimento muscular: Promove e mantém em adultos


uma boa saúde e independência física, pelos benefícios da realizar actividades
que mantenham ou aumentem a força muscular para um mínimo de dois dias
por semana. Recomenda-se que 8-10 exercícios sejam realizados em dois ou
mais dias não consecutivos em cada semana para os principais grupos
musculares.

38
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Para maximizar desenvolvimento da força a resistente, deve ser usado


que um método que permite 8-12 repetições de cada exercício, resultando em
fadiga voluntária para o fortalecimento muscular. O programa de treino deve
ser de cargas progressivas com pesos no ginásio, subir escadas, e exercícios
de resistência similar que usem os principais grupos musculares.
Benefícios adicionais de saúde para resultarem em níveis mais
elevados de aptidão física. Levam muitos adultos, inclusive aqueles que
desejam melhorar a sua aptidão pessoal, ou ainda reduzir os prematuros riscos
para a saúde como as doenças crónicas de e morte prematura relacionados
com a inactividade física, devem ultrapassar o mínimo de actividade física
quantidade recomendada

780 a 1560 METs - minutos por semana

39
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 9 - Recomendações da actividade física para adultos - Haskell et al., (2007) citado por
Moreira, M (2010).

4. Recomendações para idosos


Idosos (65 anos ou mais)

Adultos (50 – 64 anos) com condições crónicas, limitações funcionais


ou limitada aptidão física

De acordo com a American College of Sports Medicine and the


American Heart Association (2007), a recomendação para idosos é semelhante
à recomendação actualizada ACSM/ AHA para adultos (Pelo menos 30 minutos
de actividade física moderada (5-6 METs / 5 dias por semana, 20 minutos de
actividade vigorosa (7-8 METs) / 3 dias por semana e combinação de ambos),
mas tem várias diferenças importantes, incluindo: a intensidade da actividade
aeróbia recomendada levando em conta a aptidão aeróbia dos mais velhos e
actividades que mantêm ou aumentam a flexibilidade, sendo também

40
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

recomendados exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de equilíbrio


para diminuir o risco de queda.
Para o exercício aeróbio, a ACSM recomenda uma intensidade de
50% - 85% do consumo de oxigénio reserva e inclui tanto a intensidade de
exercício moderada como o exercício vigoroso. Se a reserva de oxigénio é
medido em uma escala de 10. Deve-se começa por uma intensidade moderada
em torno de “5” que corresponde a (50%), e quando se pretender uma
intensidade vigorosa não chegará se aproximar do nível “9” ou a (90%).
O trabalho de reforço muscular, a ACSM recomenda realizar pelo
menos um conjunto de repetições para 8-10 exercícios que solicitam os
principais grupos musculares, e recomenda exercício para cada grupo
muscular com a frequência de 2x ou 3 por semana. Os especialistas
recomendam 10-15 repetições por cada exercício.
Flexibilidade / equilíbrio; é uma actividade recomendada para manter a
amplitude de movimento necessário para o dia-a-dia das actividades física.
Devem ser realizadas pelo menos 10 minutos de actividades de
flexibilidade, e é recomendada com base no tempo necessário para uma rotina
de alongamentos gerais que envolvem grandes músculo e tendão com 10-30
minutos de um alongamento estático com 3-4 repetições para cada trecho.
Preferencialmente as actividades de flexibilidade deveram ser realizadas todos
os dias que se pratique actividades aeróbias de trabalho de reforço muscular.

41
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 10 - Recomendações para idosos e adultos entre os 50 e 64 anos com limitações –


Moreira, M (2010).

42
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

5. Contra indicações na actividade física

Relacionado com a aplicação dos testes físicos de acordo com o American


college of Sport Medicine são:

 Pressão arterial sistólica superior a 115 mm Hg ou distólica superior a


200mm Hg
 Doença cardíaca valvular moderada
 Conhecida anormalidade elecrocardiográfica
 Aneurisma (existência da parede fragilizada de uma artéria devido á
pressão exercida pelo sangue)
 Doença metabólica não controlada clinicamente (ex. diabetes)
 Doença infecciosa grave (ex. hepatite)
 Doença neruromuscular ou romatológica que possa ser agravada pela
prática o exercício
 Gravidez avançada ou com complicações
 Psicose (distúrbios mentais com perda de controlo com a realidade)
 Infecção aguda
 Recente embolia pulmonar (oclusão de uma das artérias que irriga o
pulmão)
 Tromboflebite (processos inflamatório de um segmento de uma veia,
geralmente de localização superficial, juntamente com a formação de
coágulos)
 Miocardite o Pericardite suspeita ou confirmada
 Severa estenose aórtica (estreitamento da válvula aórtica)
 Angina de peito instável
 Recente enfarto de miocárdio
 Arritmias ventriculares descontroladas
 Arritmias auriculares descontroladas e que comprometes a função
cardíaca.

43
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Condição Física Nutrição e Saúde

6. Vantagens da Actividade Física


(Adaptado de Orientações da EU para a Actividade Física, 2009):

 Redução do risco de doença cardiovascular;


 Prevenção e/ou atraso no desenvolvimento de hipertensão arterial, e
maior controlo da tensão arterial em indivíduos que sofrem de tensão
arterial elevada;
 Bom funcionamento cardiopulmonar;
 Controlo das funções metabólicas e baixa incidência da diabetes tipo 2;
 Maior consumo de gorduras, o que pode ajudar a controlar o peso e
diminuir o risco de obesidade;
 Diminuição do risco de incidência de alguns tipos de cancro,
nomeadamente dos cancros da mama, da próstata e do cólon;
 Maior mineralização dos ossos em idades jovens, contribuindo para a
prevenção da osteoporose e de fracturas em idades mais avançadas;
 Melhor digestão e regulação do trânsito intestinal;
 Manutenção e melhoria da força e da resistência musculares, o que
resulta numa melhoria da capacidade funcional para levar a cabo as
actividades do dia-a-dia;
 Manutenção das funções motoras, incluindo a força e o equilíbrio;
 Manutenção das funções cognitivas, e diminuição do risco de depressão
e demência;
 Diminuição dos níveis de stress e melhoria da qualidade do sono;
 Melhoria da auto-imagem e da auto-estima, e aumento do entusiasmo e
optimismo;
 Diminuição do absentismo laboral (baixas por doença);
 Em adultos de idade mais avançada, menos risco de queda e
prevenção, ou retardamento de doenças crónicas associadas ao
envelhecimento.

44
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

7. Cálculo individual dos níveis de intensidade de actividade física


FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)
220-IDADE +/- 10

FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO


Média de três medições da frequência cardíaca ao acordar

FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)


Frequência Cardíaca Máxima – frequência cardíaca de repouso

Miguel Araújo

FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)


220-41=179 Bpm

FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO


66+64+62=64 Bpm

FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)


179-64=115 Bpm

Victor Silva

FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)


220-21=199 Bpm

FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO


60+64+58=61 Bpm

FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)


199-61=138 Bpm

45
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Após a determinação da frequência cardíaca máxima, de repouso e de


reserva, poderemos determinar os intervalos de treinos das intensidades leve,
moderada, vigorosa e muito vigorosa.

Determinado os intervalos de treino, consoante a intensidade, podemos


monitorizar o treino e controlando-o através de um relógio polar, um
instrumento de fácil acesso.

Figura 4 – Exemplo de um relógio P olar

Iremos então apresentar a fórmula de Kanvonen, que nos permite


calcular os intervalos de treino.

Fórmula de Kanvonen - (F.C.Resesva. x VO2 max. %) + F.C.Repouso

Intervalos percentuais de intensidade

INTENSIDADE % FC RESERVA
LEVE 20% A 39%
MODERADA 40% A 59%
VIGORASA 60% A 84%
MUITO VIGOROSA SUPERIOR A 85%

46
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Miguel Araújo

Intensidade leve
(115 x 0,20)+64 = 87 bpm
(115 x 0,39)+64 = 109 bpm
Intervalo de FC entre 87 e 109 Bpm
Intensidade moderada
(115 x 0,40)+64 = 110 bpm
(115 x 0,59)+64 = 132 bpm
Intervalo de FC entre 110 e 132 Bpm
Intensidade vigorosa
(115 x 0,60)+64 = 133 bpm
(115 x 0,84)+64 = 160 bpm
Intervalo de FC entre 133 e 169 Bpm
Intensidade muito vigorosa
(115 x >0,85)+64 = >160 bpm
Intervalo de FC superior a 160 Bpm

Victor Silva

Intensidade leve
(138 x 0,20)+61 = 88 bpm
(138x 0,39)+61 = 115 bpm
Intervalo de FC entre 88 e 115 Bpm
Intensidade moderada
(138 x 0,40)+61 = 117 bpm
(138 x 0,59)+61 = 143 bpm
Intervalo de FC entre 117 e 143 Bpm
Intensidade vigorosa
(138 x 0,60)+61 = 144 bpm
(138 x 0,84)+61 = 177 bpm
Intervalo de FC entre 144 e 177 Bpm
Intensidade muito vigorosa
(138 x >0,85)+61 = >178 bpm

47
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Intervalo de FC superior a 178 Bpm

Miguel Araújo

Intensidade relativa FC mínima FC máxima


VOmax %
Leve Entre 20 - 39 87 bpm 109 bpm
Moderada Entre 40 - 59 110 bpm 132 bpm
Vigorosa Entre 60 - 84 133 bpm 160 bpm
Muito >ou = 0,85 > ou = 160 bpm
vigorosa

Victor Silva

Intensidade relativa FC mínima FC máxima


VOmax %
Leve Entre 20 - 39 88 bpm 115 bpm
Moderada Entre 40 - 59 117 bpm 143 bpm
Vigorosa Entre 60 - 84 144 bpm 177 bpm
Muito > ou = 85 > ou = 160 bpm
vigorosa

Através deste método de determinação do intervalo da FCR para cada


grau de intensidade de esforço, torna-se mais fácil determinar os MET’s
associados a cada intensidade e deste modo controlar o regime do treino ou
exercício ao longo da semana ou sessões de treino de modo a ir de encontro
ao programa de exercício estipulado.

48
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

8. Bibliografia

Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na


aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

William, L et. Al (1007) - Updated Recommendation for Adults From the


American College of Sports Medicine and the American Heart Association-
Physical Activity and Public Health

49
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº3 6ª Feira das 10:30 às 26-02-2010
12:30
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

III - Aula 3

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a medição e


classificação de indicadores de adiposidade total e central.

CONTEÚDOS

 Avaliação e classificação do índice de massa corporal e do perímetro da


cintura.
 Índice de conicidade: avaliação e classificação

1. Composição Corporal

Para Corbin e Lindsey (1994) citado por Costa, J (2008) a composição


corporal é uma componente da Aptidão Física relacionada com a saúde e
refere-se às quantidades relativas de músculo, gordura, osso e outras partes
vitais do corpo.

Já Semenick (1994) citado por Barão, O (2002) define composição


corporal com sendo a proporção relativa de peso corporal pela quantidade de
massa gorda e massa magra.

50
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Obviamente que todas estar partes, não representam a mesma


importância para o profissional do movimento humano, sendo assim umas
partes são mais investigadas que outras. Outro factor importante de referir, é
as sob categorias que cada uma destas partes apresenta. A título de exemplo a
massa corporal, não é toda ela igual, temos então a massa magra ou isenta de
gordura e a massa gorda e até massa muscular. Iremos no decorrer deste
trabalho abordar muitas destas partes e as suas respectivas sob divisões.

1.1 Vantagens do estudo da composição corporal

 Monitorização das mudanças de componentes da massa corporal (crescimento,


envelhecimento, presença de determinadas doenças, etc.)

 Esclarecimento sobre o impacto dos valores dessas componentes para a saúde e


efeito do exercício das mesmas.

 Prescrição nutricional e do exercício e apreciação da sua afectividade.

51
Ciências do Desporto
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Ilustração 11 - Vantagens da apreciação das componentes corporais

1.2 Componentes Estruturais do Corpo

Ward Johnson e Stager (1984) citado por Costa, J (2008) referem que os
três maiores componentes estruturais do corpo são:

 Massa Muscular (composta por 72% de água, 20% de proteína,


minerais e ácidos gordos);
 Massa Gorda (composta por 60-95% de ácidos gordos e água
 Massa Óssea (fundamentalmente composta por minerais, água, proteínas e
ácidos gordos).

Já Maia (1989) citado por Costa, J (2008) refere que existem 4 modelos
de divisão da massa corporal:

52
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

- Modelo bicompartimentado: Divisão da massa corporal em


massa isenta de gordura e massa gorda;

- Modelo tricompartimentado: Divisão da massa corporal em


massa isenta de gordura, massa gorda e água corporal total;

- Modelo tetracompartimentado: Divisão da massa corporal em


massa gorda, massa proteica, massa mineral e água corporal total;

Normalmente, é utilizado no fraccionamento da massa corporal o modelo


bicompartimentado. Iremos em seguida apresentar um estudo sobre a
composição corporal, tendo sido utilizado o modelo bicompartimentado.
Num entanto a divisão das várias propriedades da massa muscular é
possível analisar, tal como as proteínas, minerais, água.

Para alguns autores faz mais sentido separar estes constituintes


da massa muscular, num entanto o estudo abaixo demonstrado assim
não entendeu.

O modelo 2C, sugerido Brozek e col


(1963) cit. Moreira M. & Sardinha L.
(2003), baseia-se na análise de 3
cadáveres do sexo masculino de 25,36 e
46 anos e considera que os constituintes
da massa corporal possuem proporções
(15.3 % para a MG e 84,7 % para MIG) e
densidades (0,901 g/cm3 e 1,10 g/cm3,
respectivamente) constantes,
independentemente do sexo, idade, etnia
e do nível de gordura corporal ou de

53

Ilustração 12 – Modelo 2 C - Proporções das


componentes da composição corporal
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

treino. Embora alguns trabalhos desenvolvidos em sujeitos saudáveis de


ambos os sexos confirmem os valores de referência considerados no modelo
clássico (Fuller e col., 1992) citado por Moreira M. & Sardinha L. (2003), os
métodos as 2C podem não ser validos para determinados grupos
populacionais, nomeadamente em idosas, para quem a hidratação,
mineralização ósseo ou a concentração de potássio na MIG (2,5 kg no homem
de referencia e 2,3 kg na mulher de referencia) diferem das constantes
assumidas (Lukaski, 1987, citado Por Moreira M. e Sardinha L. (2003).

1.2.1 Massa Gorda

A massa gorda representa o conjunto de lípidos que podem ser extraídos do


tecido adiposo e de outros tecidos do corpo, sendo formada por cerca de 10% de lipidos
essenciais e 90% de lipidos não essências ou de armazenamento (Heyward &
stolarczyk, (1996) cit. por Moreira M. 2003).

A massa gorda é constituída por lipidos essenciais, como os fosfolipidios


necessários à formação da membrana celular (sistema nervoso central,
glândulas mamarias, entre outros) e lipidios não essenciais, como trigliceridios
do tecido adiposo, musculo e plasma (engloba a gordura subcutânea,
intramuscular, intramuscular e visceral). A massa gorda e o tecido adiposo
apresentam benefícios nos humanos, tais como a sobrevivência, reprodução e
lactação. A gordura abdominal pode dividir-se em gordura abdominal
(localizada no mesentério) e gordura visceral (localiza-se no omeron maior). A
adiposidade central tem origem em diferentes factores; genéticos, hábitos
tabágicos, idade, álcool, menopausa e exercício.

54
Ciências do Desporto
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Ilustração 13 - Composição da Massa Gorda

1.2.1.1 Lípidos

São definidos como um conjunto de compostos químicos insolúveis na


água e solúveis em solventes orgânicos.

Existe alguma confusão com o termo lípidos, uma vez que este é muitas
vezes confundido com a gordura. Esta é sinónima de triglicéridos, sendo assim
uma sob categoria dos lípidos. Os lípidos podem ser essenciais ou não
essenciais.

Lípidos essenciais: Incluem fosfolípidios, esfingolípidos e esteroides


fundamentais em vários processos fisiológicos.

55
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Lípidos não essenciais: Também denominados triglicéridos são as


principais reservas de energia. Nos homens estes representam
aproximadamente 90% dos lípidos totais, sendo os restantes 10% lípidos
essenciais.

Ilustração 14 - Composição dos lípidos não essenciais ou gordura

1.2.2 Massa Magra

3. Avaliação da Massa Corporal

Após termos conhecido as divisões da massa corporal e termos feito


uma pequena descrição dessas mesmas divisões, iremos agora abordar os
alguns dos vários métodos de medição da massa corporal.

56
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3.1 Índice de Massa Corporal (IMC) Corporal - IMC

O Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet foi estabelecido


por Quetelet, em 1969, e é um método analítico, não laboratorial, que permite a
avaliação da composição corporal de uma forma indirecta.

O IMC expressa a relação entre o Peso (massa corporal) e a Altura de


um indivíduo e traduz-se pelo quociente entre a massa corporal em quilos e o
quadrado da altura em metros, [IMC = Peso (kg) / Altura (m2)], e tem sido
usado frequentemente para estimar o peso ideal ou a obesidade.

O IMC é não só um indicador que permite avaliar se um indivíduo tem ou


não excesso de peso e é também um preditor da gordura corporal.

Segundo a WHO (1995), o IMC é um método aplicado universalmente, barato,


não invasivo, de simples utilização e constitui uma boa medida para avaliar o
excesso de peso e a obesidade, designadamente para o estudo de grandes
amostras comunitárias (Onis et al, 1996). Resulta da razão entre o peso em
quilogramas e o quadrado da altura em metros (Kg/m²).

A OMS, em 2000, estandardizou a classificação do excesso de peso e


da Obesidade baseada no IMC, para adultos de ambos os sexos. Após alguma
controvérsia, devida sobretudo aos IMC apresentados pela população dos
EUA, que são geralmente mais elevados, a OMS acordou que um IMC normal
se situaria entre os 18,5 e os 24,9 kg/m2. No quadro seguinte, pode observar-
se a classificação da Obesidade tendo em conta o IMC, segundo a OMS.

Uma das limitações da utilização do IMC é o facto de não distinguir entre


adiposidade e muscularidade. Assim torna-se essencial calcular a percentagem
de massa magra isente de gordura e massa gorda, para que o nosso
diagnóstico seja mais preciso.

57
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

3.1.1 IMC Crianças Portuguesas

Ilustração 15 - Dados estatísticos das regiões autónomas

3.1.2 IMC Adultos


Classificação IMC (kg/m2) Risco de co-morbilidade
Baixo Peso ≤ 18,5 Baixo (risco aumentado de outros problemas clínicos)
Peso normal 18,5 a 24,9 Médio

Excesso de Peso ≥ 25
Pré-obesidade 25 a 29,9 Aumentado
Obesidade grau 1 30 a 34,9 Moderado
Obesidade grau 2 35 a 39,9 Severo
Obesidade grau 3 ≥ 40 Muito Severo
Ilustração 16 - Quadro da relação do IMC e a classificação quanto ao peso

3.1.3 IMC Idosos

58
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Ilustração 17 - Valores de referência para adultos e idosos

3.2 Medição do Peso

Optar pela utilização de balanças de escala


digital, realizando a leitura do resultado com
aproximação às 100 g. É necessário controlar
periodicamente a calibração da balança. No acto da
pesagem deve-se utilizar a menor quantidade de roupa
possível (pesagem realizada sem calçado).

Posicionamento bípede em cima da balança, com o peso igualmente


distribuído sobre os dois pés. Basta realizar uma única pesagem.

3.3 Medição da Altura

Posição antropométrica

- Posição bípede

- Cabeça no plano de Frankfurt

- Mãos em contacto com a face lateral das coxas

- Calcanhares unidos e pontas os pés afastadas


entre si cerca de 60º

59
Ciências do Desporto
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- Peso igualmente distribuído sobre os dois pés

- Parte horizontal da craveira em contacto na parte superior da cabeça do


sujeito

A leitura do resultado no final da inspiração profunda e com aproximação a 0,1


cm.

3.4. Perímetro da Cintura (PC)

Indivíduo em posição antropométrica

 Localização do topo da crista ilíaca direita


e colocar fita antropométrica paralela ao
solo em torno da zona abdominal, ao nível
do topo da crista ilíaca.
 Fita ajustada mas sem apertar.
 Resultado considerado no final da
expiração
 Realizar pelo menos 2 medições (limite de
tolerância de 1 cm).

60
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Condição Física Nutrição e Saúde

3.4.1 Valores de referência do perímetro da cintura (PC)

Ilustração 18 - Valores de referência do perímetro da cintura

61
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3.5 Índice de Conicidade (Conicity Índex)

Avaliação e classificação

Índice de conicidade (IC) = Perímetro da cintura / 0,109 *V peso/altura

Índice de conicidade varia entre 1,00 (perfeito cilindro e 1,73 (perfeito duplo cano)

O índice de conicidade é baseado na ideia de que o corpo do individuo varia de


um modelo em cilindro para um modelo em duplo cone, com a acumulação da gordura
em torno da cintura.

Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura:


País / grupo étnico Perímetros da cintura
Europa Homens =/> 94 cm
Mulheres =/> 80 cm
Nos EU os valores de corte de 102 cm para os Homens e 88 cm para as mulheres,
continuam a ser considerados no contexto clínico.
Brasil Homens =/> 88 cm
Mulheres =/> 83 cm
Sul da Ásia Homens =/> 90 cm
Mulheres =/> 80 cm
Baseado em dados da china, Malásia e na população Asiática – Indiana

62
Ciências do Desporto
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China Homens =/> 90 cm


Mulheres =/> 80 cm
Japão Homens =/> 85 cm
Mulheres =/> 90 cm
Africanos – utilização de dados na população Europeia (por agora)
Mediterrâneo Oriental e Centro – Leste – utilização de dados da população Europeia
(por agora).
Ilustração 19 - Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura

4. Obesidade

“A alimentação excessiva, os petiscos, o álcool, as guloseimas e outros, levam á


ingestão de alimento em quantidade superior às necessidades do organismo. O
alimento mantém-nos vivos, dá-nos força e energia, mas quando é excessiva o
organismo não o rejeita mas reserva-o, guarda-o, sob forma de gordura”, (Correia,
1981).

A obesidade é definida como sendo uma condição de excesso de


gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem
prejudicar a saúde (WHO, 2000). Estamos perante uma “epidemia” que afecta
adultos e crianças e nestas pode promover a elevada pressão sanguínea,
intolerância à glucose, diabetes tipo II, risco de doenças cardiovasculares,
entre outras (Pietrobelli e Steinbeck, 2004), citado por Leite, S (2005).

A OMS reconhece que, neste século, a obesidade tem uma prevalência


igual ou superior à da desnutrição e das doenças infecciosas. Por tal facto, se
não se tomarem medidas drásticas para prevenir e tratar a obesidade, mais de
50% da população mundial será obesa em 2025. Oliveira, A et al. (2009) .

Sendo assim, estamos perante um grave problema de saúde que poderá


a breve prazo tornar-se uma das grandes epidemias ao nível da saúde. Aliás, a

63
Ciências do Desporto
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OMS já referiu que a obesidade caminha a passos largos para a epidemia do


século XXI.

Assim, a obesidade é uma doença crónica, com enorme prevalência nos


países desenvolvidos, atingindo homens e mulheres de todas as raças e de
todas as idades. Desde há alguns anos que a OMS tem vindo a manifestar
uma enorme preocupação com as questões relativas a consumos alimentares
das populações, sobretudo da população jovem. Oliveira, A et al. (2009)

Normalmente, as epidemias de saúde, são mais significativas nos países


sob desenvolvidos, mas no caso específico da obesidade esta ocorre em
grande escala em países desenvolvidos. Quais podem ser as causas?

Obesidade ocorre em grande parte, por um excesso de calorias


ingeridas e um défice de desgaste energético. Nos países desenvolvidos o
acesso a comida é bastante acessível, muita desta comida é altamente
calórica, uma vez que à poder económico para adquirir estes produtos, muitos
deles denominados fast food, comida criada para pessoas com pouco tempo,
característica dos países desenvolvidos. Os meios tecnológicos, permite ao
indivíduo produzir menos esforço para fazer as tarefas diárias (menos desgaste
energético), e um comportamento demasiado sedentário.

Vejamos o que nos diz Oliveira, A et al. (2009) sobre o novo paradigma:

“De facto, o paradigma da saúde mudou: a sobrenutrição passou a ser alvo de


uma atenção tão grande quanto a subnutrição. Estima-se que a obesidade é, à
escala mundial, a segunda causa de morte passível de prevenção. É uma
doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta
milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças.”

64
Ciências do Desporto
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4.1 Tipos de Obesidade

4.1.1 Obesidade Ginóide

Tipos Problemas Ilustração


Obesidade Ginóide é o tipo - Problemas mecânicos (excesso
morfológico característico das de peso)
mulheres obesas, onde a
distribuição da gordura se faz - Problemas psicológicos
preferencialmente na metade
inferior do corpo, glúteos e
coxas.

4.1.2 Obesidade Andróide

Obesidade Andróide é mais - Problemas cardiovasculares


usual nos homens obesos,
onde a distribuição da gordura - Tendência para diabetes
se acumula sobretudo na
metade superior do corpo - Hipertensão

(região abdominal).
- Arteriosclerose

- Níveis elevados de colesterol

- Níveis elevados de
triglicerídeos

65
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4.2 Períodos críticos do desenvolvimento da obesidade

Ao analisar o desenvolvimento da obesidade nas crianças, verifica-se


que há três períodos considerados críticos: o período fetal, o período entre os 4
e 6 anos e o período da adolescência (Steinbeck, 2001), citado por Leite, S
(2005).

- Período Fetal: Durante o período pré – natal ou fetal, a nutrição contribui


directamente para o desenvolvimento do tamanho, forma e composição do
corpo. Existe uma relação entre os modelos do crescimento intra-uterino e a
gordura abdominal, a obesidade e as suas morbilidades no futuro. Leite, S
(2005).

Este é um período que cada vez mais, as futuras mães se preocupam e


aqui surge com um papel decisivo o papel do pediatra, que deve aconselhar de
forma eficiente a futura mãe. É usual, ouvir-se que quando se está grávida, se
duplica a ingestão dos alimentos, que a grávida deve comer tudo que lhe
apetece para que o futuro bebé nasça saudável e forte, o que leva a muitas
mulheres cometerem inúmeros erros alimentares, que irá influenciar
directamente o desenvolvimento, forma e composição do corpo do bebé.

- Período dos 4 aos 6 anos: No segundo período, entre os 4 e os 6 anos, o


IMC começa a aumentar rapidamente após um período de reduzida
adiposidade durante os anos de pré – escolar. Este período coincide com o
aumento da autonomia e socialização e pode representar um estádio em que a
criança é particularmente vulnerável a adoptar comportamentos que
influenciem ou predisponham o desenvolvimento da obesidade. Leite, S (2005).

Com o ganho de autonomia das crianças, estas passam a ter que tomar
decisões sobre o que comem ou não, se não houver uma restrição e
supervisionamento por parte dos pais e também um exemplo para a criança,
esta poderá optar pelas coisas com mais sabor (normalmente menos
saudáveis), o que cria maus hábitos alimentares na criança, que ao longo da
vida com a diminuição do desgaste energético, levará o individuo a um estado
de excesso de peso.

66
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

- Período da adolescência: Na fase da adolescência, verifica-se um risco


acentuado da massa gorda e “predisposição comportamental” para o
desenvolvimento desta doença, talvez devido às significativas mudanças
psicológicas e comportamentais (Steinbeck, 2001; Cole e Rolland - Cachera,
2002), citado por Leite, S (2005).

Neste período, o aumento da autonomia geralmente associada a uma


irregularidade das refeições pode alterar os hábitos alimentares. Associado a
este facto, os períodos de inactividade combinados com mudanças
psicológicas promovem o aumento da gordura corporal, particularmente nas
raparigas (WHO, 2000), citado por Leite, S (2005).

67
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5. Aula prática

Na parte prática da aula, foi-nos sugerido que mensurássemos o IMC,


através da medição da altura e do peso, vivenciando os procedimentos. Após
isto teríamos que classificar de acordo com as tabelas dadas na aula teórica e
já acima descritas.

A segunda tarefa desta aula prática, foi medir o perímetro da cintura


através da uma fita antropométrica.

Por fim, teríamos que avaliar o risco de doenças associadas (diabetes


mellitus tipo 2, hipertensão e doenças cardiovascular es) tendo em conta o IMC
e o PC.

Determinação do (IMC)

IMC = Peso (kg) / Altura (m2)

Elementos Peso (Kg) Altura (m) IMC (Kg/m2)


Miguel 78,8 Kg 1,78 m 24,9

Victor 74,3 kg 1,75 m 24,3

Determinação do perímetro da cintura

Miguel 1ª Medição 2ª Medição Média


Perímetro Cintura (valor
tirado entre a última costela e 88 cm 88 cm 88 cm
a crista ilíaca) (cm)
Perímetro Cintura (tirado
84 cm 85 cm 84,5 cm
junto da última costela) (cm)
Victor 1ª Medição 2ª Medição Média
Perímetro Cintura (valor
tirado entre a última costela e 95,5 cm 96 cm 95,75 cm
a crista ilíaca) (cm)
Perímetro Cintura (tirado
91cm 91,5 cm 91,25 cm
junto da última costela) (cm)

68
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Análise dos dados

Elementos Idade (IMC) (PC) (IMC)vs(PC)

Miguel 42 Anos 24.9 (kg/m2) 88 cm Saudável

Risco
Victor 21 Anos 27.5 (kg/m2) 95,75 cm
aumentado

Ilustração 20 - Risco de doença em adultos de acordo com o índice de massa corporal e o


perímetro da cintura

Perante os dois quadros acima, podemos analisar e tirar as devidas


consequências do risco de doença tendo como base a análise dos dados do
IMC e do PC.

Esta é uma forma de avaliar concretamente o indivíduo, dando-lhe uma


directriz sobre o seu estado de saúde. Fazendo uma análise ao aluno Miguel
Araújo podemos dizer que este tem um risco cardiovascular nulo visto que

69
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

apresenta 24,9 de IMC que corresponde ao valor de “fronteira” entre o peso


normal e o excesso de peso, onde este ultimo lhe confere uma risco
aumentado de doença. Quanto ao perímetro da cintura apresenta um valor
médio de 88 cm que se encontra abaixo do limite estabelecido como valor de
risco cardiovascular.

Fazendo uma análise ao aluno Victor Silva podemos dizer que este
apresenta um risco cardiovascular aumentado visto que apresenta 27,5 de IMC
que corresponde ao valor de excesso de peso, onde este ultimo lhe confere
uma risco aumentado. Quanto ao perímetro da cintura apresenta um valor
médio de 95,75 cm que se encontra acima do limite estabelecido como valor de
risco cardiovascular, correspondendo por isso mesmo a um risco aumentado
de doença cardiovascular.

6. Bibliografia

Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores


de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.

Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na


aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.

Barão, O (2002) – Nutrição e Composição Corporal - Estudo Comparativo Inter-


sexual do Perfil Nutricional e da Composição Corporal de Idosos Açoreanos –
Dissertação de Mestrado – FCDEF – Porto

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

70
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº4 6ª Feira das 10:30 às 12:30 05-03-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

IV - Aula 4

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com o metabolismo


do tecido adiposo, prescrição de exercício para a obesidade e avaliação da
aptidão aeróbia através do walking test.

CONTEÚDOS

 COMPOSIÇÃO CORPORAL
 COMPONENTES DA MASSA CORPORAL E METABOLISMO DO TECIDO
ADIPOSO
Tecido adiposo, massa gorda e gordura
 Massa magra, massa isenta de gordura e massa isenta de gordura e de osso
 MASSA GORDA
 Metabolismo do tecido adiposo Índice cintura-anca e diâmetro sagital
 Composição corporal

71
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

PROCESSO DO METABOLISMO ADIPOSO

1. Massa gorda vs Gordura

1.1 - Massa Gorda – A massa gorda representa o conjunto de lípidos que


podem ser extraídos do tecido adiposo e de outros tecidos do corpo, sendo
formada por cerca de 10% de lipidos essenciais e 90% de lipidos não
essências ou de armazenamento (Heyward & stolarczyk, (1996) cit. por Moreira
M. 2003)

1.2 - Gordura – É um termo genérico para uma classe de lípidos (lipidos


armazenados: os ditos não essenciais). Esta é depositada principalmente a
nível subcutâneo, incluindo também a gordura intra-muscular e entre as fibras
musculares e a gordura visceral da região torácica e abdominal.

72
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 21 - Referências da localização da massa gorda - Adaptado de Lohman (1981)

2. TECIDO ADIPOSO

O tecido adiposo é formado por células do tecido conjuntivo que


acumulam lípidos no seu interior (citoplasma). A gordura armazenada nessas
células servirá como fonte de energia para o organismo, além disso também
formam um excelente isolante térmico e mecânico, pois absorvem os impactos,
impedindo que estes cheguem aos órgãos e os danifiquem.

O tecido adiposo não se limita a armazenar o excesso de energia sob


forma de triglicérideos, mas comporta-se como um órgão endócrino activo que
influencia a actividade metabólica de outras estruturas do organismo, incluindo
o fígado, o músculo, o pâncreas e o cérebro (Mohamed-Ali e col., (1998);
Wajchenberg, (2001) cit. por Moreira M. (2003).

Quando o organismo animal consome menos energia do que ingere, o


excesso é guardado no tecido adiposo. O excesso de peso nos humanos não é
bom, pois o aumento do volume e massa corporal faz alguns órgãos

73
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

trabalharem demais (como coração, pulmões, rins, etc), diminuindo o seu


tempo de vida.

2.1 Tipo de adipócitos

Nos mamíferos são encontrados dois tipos de tecido adiposo:

Tecido adiposo branco

O tecido adiposo branc é formado por massa gorda (83%) e por


estruturas de suporte das quais fazem parte a água (15%) e as proteínas (2%)
(Heyward & Stolarczyk, (1996) cit. por Moreira M. 2002). As células têm uma
forma esférica, tendo no seu interior uma grande quantidade de lípidos, tanto
que o núcleo achatado e o citoplasma são deslocados do centro.

A sua massa está dependente do tamanho e do número de células


específicas designadas de adipócitos, sendo a sua hiperplasia a principal
responsável pela diferenciação entre os dois sexos (Margolis e col. (1996) cit.
por Moreira M. 2003).

A quantidade de substâncias fundamentais é menor que noutros tecidos.


Esse tecido é bastante irrigado por vasos sanguíneos. Em torno das células
está uma vasta rede de fibras reticulares, que dão sustentação à massa gorda.
O nome vem da coloração, que está entre o branco e amarelo escuro,
dependendo da alimentação do indivíduo. Células do tecido conjuntivo podem
se diferenciar para formar esse tecido.

Tecido adiposo castanho:

As células deste tecido são menores que as do tecido adiposo branco, é

74
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

constituída por diversos vacúolos que se espalham por todo o citoplasma. São
ricas em mitocondrias, (organelos que produzem energia e calor).

Nos seres humanos, esse tecido é mais importante nos recém-nascidos,


para protegê-los do frio. É um tecido que só é formado enquanto o bebé está
no ventre.

Após a infância o tecido adiposo castanho evolui e desaparece em


muitas regiões do corpo, sustentando apenas a actividade metabólica das
células que o constituem (Malina & Bouchard, (1991) cit. por Moreira M. 2003).

Ilustração 22 - Tecido Adiposo - Tipos e Constituição

Em condições normais de peso corporal cada um dos adipócitos contem


cerca de 0,5 μg a 0,6 μg de lipidos, podendo atingir um valor máximo de
expansão de 0,7 μg a 0,8 μg (35% a 40% superior), altura a partir da qual se
verifica o crescimento de Novos adipócitos (Moreira M. e Sardinha L. 2003).

O tecido adiposo branco caracteriza-se por conter o seu núcleo próximo


da membrana celular e também pela existência de grandes vácuos de gordura.

Quando os vácuos atingem o máximo da sua capacidade, dá-se a


formação de uma nova célula de gordura.

3. Metabolismo do Tecido Adiposo

De acordo com Moreira M. (2002), o tecido adiposo manifesta uma


intensa actividade metabólica relacionada com o armazenamento e a

75
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

mobilização da gordura contida nos adipocitos, sobretudo nos que estão


localizados na região abdominal, assumindo características diferenciadas nos
dois sexos. A principal função dos adipocitos maturos é armazenar os
triglicérideos, durante os períodos de excesso de energia, e mobilizar essas
reservas na presença de um balanço energético negativo (dispêndio energético
superior ao consumo de energia).

3.1 Lípase hormono sensitiva (LHS)

A utilização dos ácidos gordos como fonte de energia nos músculos


implica a hidrólise dos triglicérideos pela enzima lípase hormona sensitiva
(LHS) e posterior mobilização até às mitocôndrias no músculo, onde ocorre a
oxidação lipídica. Nos humanos, o SNS constitui o factor estimulador mais
importante da LHS, a sua acção é transmitida às células adiposas por
intermédio de receptores adrenérgicos existentes na membrana celular.
Moreira, M (2003).

As catecolaminas, a hormona do crescimento, o cortisol e as hormonas da


tiróide desempenham um papel muito importante na mobilização dos
triglicérideos contidos no tecido adiposo. A epinefrina e a norepinefrina,
produzidas pelas supra-renais e designadas colectivamente de catecolaminas,
são as mais importantes reguladoras da lipólise nos adipócitos humanos. Pucci
e col., (2000) cit. por Moreira, M (2003).

 Elevada irrigação e enervação dos adipócitos


 Reduzido volume dos adipócitos
 Reduzida actividade da LPL
 Reduzida sensibilidade dos receptores anti-lipolíticos e elevada
sensibilidade dos receptores β
 Elevada densidade de receptores para as hormonas corticosteróides
 (cortisol e androgénios)
 Leptina

76
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Papel da DHEA na activação dos transportadores de glicose e na


estimulação da lipólise

3.2 Lipoproteinalipase (LPL)

Lipoproteína é um conjunto de proteínas e


lípidos (principalmente o Colesterol, os
Triglicerídeos e os Fosfoglicerídeos),
arranjados de forma a optimizar o transporte
dos lipidos pelo plasma. Os Lípidos não se
misturam facilmente com o plasma, que é um
meio aquoso.

A LPL é o maior regulador de acumulação da gordura no tecido adiposo


humano, já que a síntese de TG neste é muito limitada (Bjorntorp, 1996). É
produzida nos macrófagos e nas células parenquimatosas de vários tecidos,
fundamentalmente do TA e do músculo esquelético embora a sua produção
também possa ocorrer em outros locais (Olivecrona & Olivecrona, 1999)

A LDL representa 50% da massa total de lipoproteínas circulantes. São


partículas bem menores, tão pequenas, que mesmo quando em grande
quantidade não são capazes de turvar o plasma. É a lipoproteína que mais
carrega colesterol. Tem a função de transportá-lo para locais onde ele exerce
uma função fisiológica, como por exemplo a síntese de esteróides.

A lipoproteinalipase é estimulada pelo aumento da insulina, ocorrendo a


acumulação de Triglicerídeos nas células adiposas.

No sexo feminino a sua acção é mais acentuada na região coxo-femural


(forma Ginóide), no sexo masculino, a sua acção é mais pronunciada na região
central (forma Andróide).

Podemos distinguir dois tipos de proteínas, VLDL (proteína de baixa


densidade) e HDL (proteína de alta densidade). A última é responsável pelo

77
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

transporte de colesterol histerificado. A proteína VLDL sede os triglicerídeos à


HDL, recebendo desta o colesterol. Assim os triglicerídeos da proteína HDL
vãos ser devolvidos ao fígado.

O sexo feminino apresenta uma maior quantidade desta proteína (25%),


comparativamente ao sexo masculino.

A utilização dos ácidos gordos como fonte de energia nos músculos


implica a hidrólise dos triglicerídeos pela enzima lípase hormono-sensitiva
(LHS) e a posterior mobilização até às mitocôndrias no músculo, onde ocorre a
oxidação lipídica. Nos humanos, o sistema nervoso simpático (SNS) constituiu
o factor estimulador mais importante da LHS (Moreira, M & Sardinha, L., 2003).

4 Hormonas

4.1 Efeito da insulina

A insulina intervém no armazenamento da gordura nos adipócitos por 3


vias:

(1) Fornece o glicerol para a formação dos TG no tecido adiposo;

(2) Promove a síntese de ácidos gordos nas células hepáticas e que


posteriormente são transportados até ao TA, através das LPL de muito baixa
densidade (VLDL);

(3) Desempenha um papel importante na irrigação do TA, já que estimula a


formação de novos capilares. Na presença de elevadas concentrações de
insulina, o cortisol acentua a actividade da LPL e inibe a acção lipolítica das
catecolaminas.

Mecanismo de Regulação da Gordura

• O ácido láctico inibe a LHS (mobilização da massa gorda).

• Receptores β (lipóliticos – ligação das hormonas lipolíticas).

78
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Na zona visceral da região abdominal há uma maior quantidade de receptores

β1, β2, β3, logo há maior ligação das hormonas lipolíticas levando ao aumento da
síntese e acção da LHS.

• Receptores α2 (antilipolíticos) inibem a LHS. Estes estão em menor quantidade nos


adipócitos viscerais.

•A redução do número de receptores para a insulina, devido à hipertrofia dos adipócitos,


ocorre sobretudo no TA portal e com maior ênfase.

4.2 Lipólise

A lípólise tem como função degradar e separar. Ao nível da armazenação temos a


Lipase Lipoproteica, esta separa os triglicerídeos em ácidos gordos e glicerol,
armazenando-os no tecido adiposo ou hepático.

Ao nível da degradação temos a Lipase Hôrmonio Sensitiva. Esta vai buscar os ácidos
gordos (transforma-se em energia), degrada-os e lança-os para a corrente sanguínea.

4.3 Cortisol
Reduz a velocidade de utilização da glicose por parte das células e estimula a
mobilização dos AG do TA para o plasma.

4.4 Hormona de Crescimento


Produzida na hipófise, estimula a síntese da LHS no TA, promove a conversão dos AG
em AC-A ao nível de outros tecidos e inibe a LPL na presença da testosterona ou do
cortisol.

79
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4.5 Triidotironina
É Sintetizada ao nível da tiróide e em conjunto com a hormona do crescimento promove
a estimulação da síntese da LHS.

4.6 Catecolaminas
Produzidas pelas supra-renais, são as mais importantes reguladoras da lipólise nos
adipócitos humanos, estimulando a hidrólise dos TG no TA e muscular, no entanto,
reduzidas concentrações de epinefrina têm um efeito inibidor na lipólise.

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Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

5. Gordura Abdominal

Ilustração 23 - Gordura Abdominal

A Gordura Abdominal divide-se em:

- Gordura Subcutânea (via não porta), onde se fazem as medições das pregas.

- Gordura Visceral (via porta) dividindo-se em Mesentérico e Omento Maior.

O tecido adiposo abdominal é morfológica e metabolicamente diferente


do localizado em outras regiões do corpo, sendo constituído pelo tecido
adiposo não portal e tecido adiposo portal.

O sangue venoso do mesentério (prega peritonial que une o jejúnio e o


ílio do intestino delgado à parte posterior do abdómen) e dos omentos (omento
maior, desce a partir do estômago e reveste a parede anterior do intestino
delgado; e o omento menor, estende-se do início do duodeno até ao fígado) é
drenado através da via porta hepática.

81
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

O tecido adiposo portal é o que evidencia mais riscos para a saúde, uma
vez que é responsável pela acumulação de gordura na zona intraperitonial,
estando mais facilitada a sua entrada no fígado através da veia porta hepática.

6. Relação da gordura com os géneros

%MG = [ MG (kg) / Peso (kg) ]×100

Ilustração 24 - Percentagem de gordura corporal para homens e mulheres

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7. Aula Prática

7.1 Perímetro da Anca e o Diâmetro Sagital

INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Balança SECA 702 (Hambugo, Alemanha)


Fita Antropométrica (Rosscraft, Hamburgo, Alemanha)

Protocolo do Perímetro da Anca:

- Posição antropométrica;

- Zona de maior proeminência glútea;

- Medição horizontal.

Protocolo da medida do Diâmetro Sagital Antero-Posterior

- Menores valores de correlação com a MGAT, comparativamente ao PCI

- DS> 21 cm relacionado com uma maior glicemia e insulinémia

- Taxa de modificação da insulina influenciada pelos valores de pré- teste do DS e das


concentrações plasmáticas de insulina (16,1 %)

Procedimentos:

O indivíduo encontra-se deitado em decúbito


dorsal;
Mão direita colocada sobre o peito;
Medição efectuada ao lado direito do sujeito;

83
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Medição efectuada durante a inspiração;


O instrumento de medição é colocado perpendicularmente ao solo.

7.2 Índice cintura – anca

Miguel – 42 anos

Perímetro 1ª medição 2ª medição Média

PC grelha costal 89 cm 88,9 cm 89 cm

Anca 97,5 cm 97,6 cm 97 cm

Victor – 21 anos

Perímetro 1ª medição 2ª medição Média

PC grelha costal 85 cm 85,2 cm 85 cm

Anca 97 cm 96,9 cm 97 cm

Determinação e classificação do Índice cintura-anca (ICA)

Elementos Idade Perímetro Perímetro ICA Classificação


da cintura da anca PC/PA do ICA
Miguel 42 anos 89 cm 97 cm 0,91 Risco
moderado
Victor 21 Anos 85 cm 97 cm 0,87 Risco
moderado

84
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Ilustração 25 - Valores de corte do índice cintura/anca

Riscos associados ao ICA ao IMC vs PC

Ilustração 26 - Riscos de doença em adultos de acordo com o índice de massa corporal e o


perímetro da cintura

85
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Determinação do riscos associados

Elementos Idade ICA IMC vs PC


Miguel 42 Anos Risco Moderado Risco nulo
Victor 21 Anos Risco Moderado Risco Aumentado
Excesso de peso

Após a comparação dos valores de ICA E IMC vs PC com os valores de


corte chegamos à conclusão que relativamente ao ICA ambos os alunos
sofrem um risco moderado de contrair diabetes mellitus tipo 2, hipertensão e
doenças cardiovasculares. Confrontando o IMC com o PC verificou-se que o
aluno Miguel Araújo não apresenta riscos. Por outro lado o aluno Victor Silva
apresenta um peso um pouco acima do recomendado resultando do IMC vs PC
um risco aumentado de contrair as doenças acima mencionadas.

7.3 Perímetro sagital


Elementos 1ª Medição 2ª Medição Media
Miguel 18 18 18
Victor 18,2 17,5 17,9

Relativamente ao perímetro sagital podemos afirmar que, comparando


com o valor de corte estipulado que é de 21 cm, os alunos têm medidas de
perímetro sagital abaixo do valor de corte, como tal não apresentam risco
acrescido de contrair doenças cardiovasculares.

86
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

8. Bibliografia

Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores


de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

87
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº5 6ª Feira das 10:30 às 12:30 12-03-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

V - Aula 5

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com o metabolismo


do tecido adiposo, prescrição de exercício para a obesidade e avaliação da
aptidão aeróbia através do walking test.

CONTEÚDOS

 Mobilização dos triglicéridos dos adipócitos


 Prevalência da obesidade no nosso país
 Prescrição de Exercício na Obesidade
 Walking Test:
- Procedimentos do teste
- Classificação dos resultados
 Cálculos de determinação do VO2, dos METs e do dispêndio calórico

Alguns dos conteúdos abordados nesta aula, tal como aconteceu em


muitas das outras aulas, foram repetidos, dai que não iremos fazer novamente
a abordagem a esses conteúdos, como por exemplo a mobilização dos
triglicéridos dos adipócitos, prescrição exercício na obesidades, etc.

Assim, aconselhamos que consultem o índice e procurem os conteúdos


no mesmo.

88
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.Números da Obesidade em Portugal

Ilustração 27 - Obesidade em adultos (18-64) portugueses - 2003-2004

Pelo quadro acima, podemos verificar que ao longo da vida a


predominância da obesidade se acentua. Isto parece-nos fácil de perceber,
cada vez mais a mobilidade é menor, o desgaste energético diminui e por outro
lado os hábitos alimentares normalmente não se alteram, o que leva a um
excesso de energia.

Num entanto, na análise do gráfico, verificamos que cerca de 25% a


30% da população entre os 18 e os 29 anos, têm excesso de peso. Sabendo
que, indivíduos que têm excesso de peso têm uma grande probabilidade de
serem obesos a curto/médio prazo, leva-nos para números alarmantes e que
nos deixam com grandes preocupações no âmbito da saúde pública.

Não deixa de ser estranho, que na faixa etária entre os 30 a 60 anos,


tenhamos uma percentagem de 65% a 70% dos indivíduos com excesso de
peso ou obesidade. Significa isto que em cada 10 indivíduos só 3 tem um peso

89
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

controlado e com isso um risco diminuído de doenças coronárias e


cardiovasculares.

Se quisermos ser realistas e encarar estes dados de forma objectiva,


temos de imaginar que muitas destas pessoas, têm outros factores associados,
como diabetes tipo II, colesterol elevado, pressão arterial entre outras doenças,
que associadas aumentam drasticamente o risco de morte.

Aquilo que antes, era considerado um factor de saúde, as pessoas terem


um peso acima da média o que lhes conferia de “gordinho” que era visto como
sendo saudável.

Hoje, ainda muitas pessoas desconhecem os reais perigos do excesso


de peso, o que leva as pessoas a não darem a devida atenção a uma “doença”
que preocupa cada vez mais os responsáveis ligados à saúde, condição física
e exercício.

Vejamos agora a prevalência da obesidade em adolescentes


portugueses (10-18) em 2008:

Ilustração 28 - prevalência da obesidade em adolescentes portugueses (10-18) em 2008

90
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Olhando, para este estudo realizados em Portugal, podemos concluir


que 1 em cada adolescente tem excesso de peso ou obesidade. Comparando
os sexos, não foi encontrado nenhuma diferença significativa. Aparentemente,
podemos ficar com a ideia que estes números não são assim tão alarmantes,
num entanto não é bem assim. Repare-se que se ¼ da população tem excesso
de peso, isso significa nesta amostra cerca de 5 a 6 mil adolescentes com risco
de doenças coronárias e cardiovasculares. Mais, sabendo que na vida adulta
esta taxa aumenta, pela diminuição da actividade física, das tarefas diárias
serem menores e com isso haver um menor desgaste energético, podemos
dizer de forma exploratória que na vida adulta, destes 22 mil adolescentes,
cerca de 12 a 14 mil, serão pessoas com excesso de peso e obesos.

2. Manutenção do peso corporal

Para se considerar uma manutenção do peso corporal, o indivíduo não


pode ter uma oscilação superior a 3% do seu peso.

Valores acima dos 3%, consideramos já perda de peso corporal.

No género feminino o volume do exercício é fundamental, sendo


aconselhado um mínimo de 150 minutos da actividade moderada e entre 780 a
1569 METs - minutos por semana.

2.1 Perda de peso corporal

Para se considerar uma perda do peso corporal, o indivíduo têm de ter


uma oscilação superior a 5% do seu peso.

Necessidade de maiores volumes de exercício nas ausência de uma


dieta devidamente adaptada às necessidades do indivíduo. Num entanto,
conjugar o exercício físico devidamente programado e planeado a uma dieta

91
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

alimentar torna-se uma conjugação bastante eficiente na perda de peso de


forma saudável.

Aconselha-se pelo menos 1560 MET - minutos/semana, sendo que a


maior parte dos estudos que predizem estes valores, reúnem uma duração dos
programas de intervenção de cerca de 6 meses.

WALKING TEST

Após a realização da prova ao circuito atrás referenciado na descrição


sumaria do teste, regista-se o tempo da distância percorrida pela pessoa e a
frequência cardíaca logo após 5 e 20 segundos.

Dever também constar nos dados referentes á pessoa o género, o peso


e a altura.

Com o valor da frequência cardíaca registada e com o tempo da


distância percorrida pela pessoa. Pelo método de intercepção regista-se o valor
(pontos) no primeiro quadro.

O 1º quadro está dividido em duas partes, um sector é referente ao


género feminino e o outro ao género masculino. Nos lados do quadro está
representado os valores em tempo (minutos e segundos) e na parte superior os
valores da frequência cardíaca.

O 2º quando também tem duas partes distintas, uma para o género


feminino e outra para o género masculino, nos lados do quadro está
representado a altura em metros e na parte superior o peso e quilogramas.
Também e pelo método de intercepção se retira o valor (pontos) obtidos.

De seguida subtrai-se o valor obtido em “B” pelo valor obtido em “A” e


obtêm-se um valor em pontos (A –B =_______ pontos).

No 3º e último quadro que também está dividido para o género


masculino e feminino confronta-se o resultado obtido em pontos os do quadro

92
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

correspondente e dentro da coluna a condizer com a idade do avaliado, regista-


se então o nível de prestação.

Ilustração 29 - Cabeçalho do walking test

93
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94
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95
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Ilustração 30 - Determinação e classificação do resultado do walking test

3. Problemas Práticos

QUADRO PROBELMA/RESOLUÇÃO

96
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Condição Física Nutrição e Saúde

QUADRO PROBELMA/RESOLUÇÃO

QUADRO PROBELMA

QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO

VO2 = C.H + C.V + 3,5  VO2 = C.H + C.V + 3,5  VO2 = C.H + 3,5  VO2 =
(Vel. × 0.1) + 3,5  13 - 3.5 = (Vel. × 0.1)  9.5 = (Vel. × 0.1)  9.5/0.1 = Vel.
 Vel. = 95

97
Ciências do Desporto
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QUADRO PROBELMA

QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO

VO2 = C.H + C.V + 3,5  VO2 = C.H + 3,5 VO2 = (100 x 0.1) + 3,5  VO2 =
13.5 ml/kg/min

1 kg ------------- 13.5 ml/kg/min

75 kg ------------ x ml/kg/min

X = 1012.5 ml/kg/min

1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min


x MET ------------ 13.5 ml/kg/min

X= 3.86 MET

QUADRO PROBELMA

98
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

QUADRO PROBLEMA - RESOLUÇÃO

VO2 = C.H + C.V + 3,5  VO2 = (Vel. x 0.1) + (Inclinação x Vel. x 1.8) + 3.5
VO2 = (80.4 x 0.1) + (0.02 x 80.4 x 1.8) + 3.5  VO2 = 8.04 + 2.89 + 3.5 
VO2 = 14.43 ml/kg/min

1 kg ------------- 14.43 ml/kg/min

70 kg ------------ x ml/kg/min

X = 1010.1 ml/kg/min

1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min


x MET ------------ 14.43 ml/kg/min

X= 4.12 MET

1 ml/kg/min ----- 0.005 kcal


1010.1 ml/kg/min ----- x kcal

X = 5.05 kcal

QUADRO PROBELMA

99
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO

1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min


7.2 MET ------------ x ml/kg/min

X= 25.2 ml/kg/min

VO2 = C.H + C.V + 3,5  VO2 = (Vel. x 0.1) + (Inclinação x Vel. x 1.8) + 3.5
25.2 = (50 x 0.1) + (Incl x 50 x 1.8) + 3.5  25.2 = 5 + (Incl x 90) + 3.5  25.2
– 5 – 3.5 = (Incl x 90)  16.7 = (Incl x 90)  16.7/90 = Incl  Incl= 0.186 =
1.86%

100
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4. Bibliografia

Teixeira, P, Sardinha, L e Barata, J et al. (2008) - Nutrição, Exercício e Saúde –


Lidel

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

101
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº6 6ª Feira das 10:30 às 12:30 19-03-2010
Docente: Drª Maria Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Moreira

VI - Aula 6

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a terapia de


perda de peso.

CONTEÚDOS

 Prescrição de exercício para a obesidade


 Progressão do trabalho cardiovascular
 Recomendações da terapia de perda de peso

1. Prescrição Exercício para a Obesidade

Sendo os indivíduos obesos, na grande maioria pessoas sedentárias,


deemos ter muito cuidado na prescrição do exercício. Na complementaridade
com outras unidades curriculares (Fisiologia do Esforço, Preparação físia, etc.)
podemos dizer que estes indivíduos apresentam uma grande fragilidade
articular e tendinosa, o que aumenta o risco de lesões se não for devidamente
prescrita a sua actividade física.

102
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Sendo o objectivo dos exercícios para pessoas com excesso de peso e


obesidade, gastar a maior quantidade possível de energia, podemos dizer que
se torna fundamental o trabalho cardiovascular. Para que o dispêndio
energético seja ainda maior neste trabalho cardiovascular, importa estimular os
grandes grupos musculares para que haja um maior desgaste. Mas devido a
fragilidades articulares e tendinosas, devemos ter cuidado na selecção deste
trabalho cardiovascular. Por norma, os indivíduos, autonomamente iniciam o
seu programa de actividade física não orientada. Grande parte, inicia as suas
corridas, muitas vezes em terrenos extremamente duros, causando uma
pressão articular e tendinosa muito grande que pode provocar danos nas
estruturas do indivíduo.

De forma a reforçar a estrutura osteo-articular, tendinosa e até muscular,


é necessário que seja também prescrito um treino de força e flexibilidade, para
que a perda de peso ocorra de uma forma harmoniosa. Outro aspecto a ter em
conta, é o aumento do desgaste calório proveniente de um aumento de massa
muscular. Assim, maior massa muscular, causa um maior desgaste basal, o
que irá proporcionar menos deposição de gordura uma vez que esta será
utilizada pelos músculos desenvolvidos. Isto, só é verdade, se o individuo para
além do exercício devidamente prescrito, efectuar também um controlo da sua
alimentação, criando um equilíbrio entre a energia ingerida e a enérgica gasta
pelo seu corpo.

103
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Sendo hoje em dia, o tempo um dos grandes obstáculos referidos pelos


indivíduos como entrave à adesão a programas regulares de actividade física,
parece-nos importante salientar o seguinte. Para que haja efeito de treino, não
é obrigatório que a duração proposta seja contínua. Queremos com isto dizer,
que o indivíduo poderá realizar por períodos de 10 minutos por seis vezes,
períodos de 15 minutos por quatro vezes, por exemplo. O importante, é no final
do dia o indivíduo adquirir entre 30 a 60 minutos de actividade com a
intensidade recomendada.

2. Progressão do trabalho cardiovascular

Ilustração 31 - Progressão do trabalho Cardiovascular

Inicial

 10 a 15 minutos de aquecimento
 40 a 60% da frequência cardíaca de reserva
 4 a 6 semanas
 Preparação para a prática de novas actividades física (tolerância
ortopédica)

104
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Facilitar a adaptação ao progresso do exercício

Melhoria

 Duração de 4 a 8 meses (maior tempo de adaptação em sedentários e


idosos)
 Evolução até 75% da FFR, aumentando primeiro a duração ou a
frequência de exercício
 Aumento da intensidade não superior a 5% da FCR em cada 6 sessões
de exercício são bem toleradas
 Aumento da duração não superior a 20% até que os participantes sejam
capazes de se exercitarem a uma intensidade moderada a vigorosa
durante 20’ a 30’ e progressivamente já se pode aproximar o exercício
dos 60 minutos

Manutenção

 Considerar o complemento com outras actividades físicas (motivação)


 Algumas condições de saúde (ex. obesidade) poderão exigir maiores
volumes de exercício
 5 Sessões semanais
 Intensidades na ordem dos 75% da FCR
 Já se podem atingir os 60 minutos de exercício

105
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

3. Actividade Física – Iniciantes

Antes de se iniciar um programa de actividade física, devemos ter


algumas preocupações. Conhecer o indivíduo da forma mais aprofundada
possível é um objectivo que nem sempre é conseguido, quer pela desconfiança
do mesmo, por ainda não se sentir à vontade, quer pelo próprio prescritor que
não quer correr riscos e perder o indivíduo por este se sentir constrangido.

Devemos, através de questionário, obter algumas respostas que nos irão


ajudar a prescrever com menos risco o programa de actividade física.

Objectivos do indivíduo, historial clínico, o seu historial desportivo entre


outras, para tentarmos conhecer de forma mais precisa o nosso cliente.

4. Recomendação de terapia de perda de peso

Esta terapia é utilizada para indivíduos que possuam um excesso de


peso patológico ou um excesso de peso aceitável ou um elevado perímetro da
cintura associado a dois ou mais factores de risco.

Os factores de risco são:

106
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Tabaco
 Hipertensão (valores de pressão sistólica iguais ou superiores a 140 mm
Hg e valores de pressão diastólica iguais ou superiores a 90 mm Hg)
 Valores de LDL superiores a 160 mg/dL e valores de HDL inferiores a 35
mg/dL
 Valores de glucose entre 110 e 125 mg/dL
 Herança genética (casos de enfarte do miocárdio)
 Idade (nos homens a partir dos 45 anos e nas mulheres a partir dos 55
anos)

4.1 Utilização de medicamentos e suas implicações

Ilustração 32 - Utilização de medicamentos e suas implicações

A utilização de medicamentos é muito frequente, principalmente em


pessoas já avançadas na idade. Assim o prescritor tem que ter em atenção os

107
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

efeitos que os medicamentos podem causar e influenciar no exercício e na sua


prescrição.

Pelo descrito até agora, percebemos que a prescrição exercício não


pode nem deve ser algo aleatório sem qualquer rigor. São inúmeras as
variáveis que devemos ter em conta, o que nos deixa um pouco preocupados,
uma vez que temos inúmeras duvidas que todas estas variáveis são tomadas
em linha de conta na hora de prescrever um programa de actividade física.

4.2 Indivíduos não recomendados na terapia de perda de peso

 Grávidas ou mulheres que estão a amamentar;

 Pessoas com sérias complicações psiquiátricas (ex. depressão);

 Pacientes que abusam de substâncias activas;

 Indivíduos com história de anorexia nervosa ou bulimia nervosa;

5. Terapias para a obesidade

5.1 Dieta

 Redução de 500 a 1000 kcal/dia


 1000 a 1200 kcal/dia para as mulheres e 1600 kcal/dia para homens

108
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Importância dos indivíduos serem educados em relação à composição


dos alimentos, à leitura dos rótulos, à preparação dos alimentos, etc.
 Contacto com o nutricionista durante o período de ajustamento da dieta
 Consumo de gordura inferior a 30% do consumo energético total
 Enfatizar consumo de frutas, vegetais, cereais integrais e fontes magras
de proteínas
 Adequar às preferências, ao nível sócio-cultural e económico / fácil de
adquirir e de preparar
 Associada a outras modificações do comportamento

5.2 Mudança de comportamento

 Perceber o reconhecimento que o paciente tem sobre a necessidade e


os benefícios de perder peso e saber se ele quer perder peso
 Conhecer os objectivos e a motivação do sujeito para perder peso
 Conhecer evolução do peso no paciente
 Conhecer como a obesidade afectou a sua vida
 Esclarecer o paciente sobre os riscos de saúde associados à obesidade

5.3 Utilização de fármacos

 Limitada a indivíduos com IMC ≥ 30 kg/m2 ou com IMC ≥ 27 kg/m2 mas


com factores de risco associados
 Apenas utilizadas quando já são contempladas no programa estratégias
de dieta, actividade física e outras mudanças de comportamento

109
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Considerar os fármacos se após 6 meses as mudanças de estilo de vida


não promoveram uma redução do peso

5.4 Cirurgia

 Limitada a indivíduos com IMC ≥ 40 kg/m2 ou com IMC ≥ 35 kg/m2 e


outros problemas de saúde associados
 Só deve ser implementada quando as outras estratégias falharam

5.6 Doenças do miocárdio associadas à obesidade

5.6.1 Angina de peito – é um desconforto torácico, devido a obstrução parcial com o


estreitamento do lúmen, diminuindo assim a perfusão do miocárdio causando isquémia
(antevê a angina, falta de irrigação de oxigénio) dos tecidos.

Precipitação da crise de angina afiguram-se situações que exigem um maior aporte de


sangue oxigenado ao coração e restantes tecidos, tais como: esforço, tensão emocional e
digestão de refeições muito abundantes.

5.6.2 Enfarte agudo do miocárdio – resulta de uma obstrução brusca e total de uma
artéria coronária ou das suas ramificações, privando a circulação a certas zonas do
músculo cardíaco e ocasionando a morte celular (necrose).

6. Prescrição do exercício para a Hipertensão

110
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Deverá ser dada primazia á realização de actividades aeróbias que


envolvam grandes massas musculares

Intensidade: 40% a 70%

Frequência: 2-3 por semana Duração: 30 a 60 Minutos

Em indivíduos hipertensos não deverá ser prescrito treino de força como


parte principal de uma sessão de treino

Deverá ser prescrita 1 série de 8 a 10 exercícios que incluam todos os


grandes grupos musculares.

6.1 Considerações Especiais

 Necessário ter em atenção se o individuo toma medicação beta


bloqueadores, uma vez que vez que estes fármacos atenuam as respostas
cardíacas durante o exercício;
 A utilização combinada de fármacos diuréticos e beta - bloqueadores
podem conduzir a dificuldades na termoregulação do corpo, sobretudo
quando o exercício é realizado em locais quentes ou húmidos.
 Estratégias que poderão ser adoptadas para diminuir o stress provocado
pelo calor incluem:

- Utilização de roupa de algodão permitindo uma correcta evaporação da


transpiração;

- Realização das sessões de treino nos horários menos quentes do dia.


Realização das sessões em ambientes com sombra e arejados, ou em
locais fechados com ventilação ou climatização.

111
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

- Reduzir a intensidade do exercício ou incluir intervalos com uma


regularidade suficiente que permitam manter a frequência cardíaca que
foi inicialmente prescrita.

 A utilização de fármacos beta1 bloqueadores e beta2 bloqueadores, que


são bloqueadores de canais de cálcio, podem conduzir a situações de
hipotensão logo após o fim do exercício, pelo qual é fundamental aumentar
o tempo do retorno á calma no final da sessão do treino.
 4 – A utilização de fármacos diuréticos pode conduzir a uma diminuição das
concentrações de potássio, podendo levar a situações de arritmia.
 5- Não devem ser ultrapassados valores de pressão arterial na ordem dos
220/150 mmHg durante a sessão de treino.
 6- É fundamental que durante a realização das sessões de treino de força a
mulher seja ensinada a executar uma correcta respiração, evitando a
realização de manobras de Valsalva.

7. Bibliografia

National Heart, Lung and Blood Institute (1998). Clinical guidelines on the
identification, evalutation, and treatment of overweight and obesity in adults: the
evidence report. Obes. Res. 6 (suppl 2): 51S-209S.

Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores


de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.

Teixeira, P, Sardinha, L e Barata, J et al. (2008) Nutrição, Exercício e Saúde –


Lidel

Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição


Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real

112
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº7 6ª Feira das 10:30 às 12:30 25-03-2010
Docente: Drª Maria Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Moreira

VII - Aula 7

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com avaliação da


composição corporal através da bioimpedância.

CONTEÚDOS

 Vantagens e limitações desta metodologia


 Princípios e pressupostos
 Tipos de aparelhos
 Factores que afectam a precisão das medições
 Medição da composição corporal com o InBody720 (Biospace)

1. Bioimpedância

A impedância é definida pela oposição que um condutor oferece à


passagem de uma corrente eléctrica alterna, sendo uma função da resistência
(Recf) e da reactância (Rcif). A massa isenta de gordura (MIG) é a principal
responsável pela condutância da corrente eléctrica, uma vez que apresenta
uma elevada quantidade de agua e electrólitos, enquanto que a membrana
celular, o osso, a gordura e os pulmões se comportam como estruturas

113
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

dieléctricas (ou isoladoras) e capacitoras, isto é com capacidade de armazenar


corrente eléctrica (Baumgartner, 1996).

Na bioimpedância (BIS) são


utilizados aparelhos portáteis e de fácil
operacionalização, não causando grandes
incómodos ao sujeito que é alvo da
avaliação já qua se trata de um método não
invasivo e que proporciona uma avaliação
rápida da AT e da MIG (Heyward &
Stolarczyk, 1996).

Na medição da impedância de corpo é utilizada uma corrente de baixa


intensidade e de frequência fixa (50 Khz) ou de multifrequência, sendo a
frequência de 50 Khz aquela que gera nos tecidos biológicos valores máximos
de reactância, a razão também pela qual é designada frequência critica
(Chumlea & Baumgartner, 1990). A utilização
de frequências superiores a 50 Khz permite
à corrente vencer a capacitancia das
estruturas com capacidades dieléctricas,
conferindo uma estimativa precisa dos
compartimentos de agua intra-celular (AIC) e
extra-celular (AEC) na população idosa
saudável (Steijaert e col, 1997; Vaché e col,
1998). A resistividade específica da AIC é mais elevada do que a do
compartimento adjacente, uma vez que apresenta uma maior quantidade de
proteínas dissolvidas, originando uma meio mais viscoso e criando maiores
dificuldades à movimentação dos iões (Gudivaka e col, 1999).

O modelo de multifrequências paralelo 0/∞ Khz (Cole & Cole, 1941)


descreveu o relacionamento semi-circular entre a resistência e a reactância
(Chumlea & Baumgartner, 1990) e é o mais preciso na analise dos
compartimentos de agua (500 a 800 ml), uma vez que o circuito eléctrico esta
mais adaptado à fisiologia do corpo humano, revelando-se de uma grande

114
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

utilidade na avaliação do estudo de hidratação de indivíduos com suspeita de


alterações na distribuição do fluido corporal.

Os pressupostos associados a este modelo são os seguintes (Gudivaka


e col, 1999):

A água intra-celular e a água extra-celular constituem os maiores condutores


eléctricos no organismo, permanecendo adjacentes (“arranjo” paralelo) e
separados entre si por uma membrana capacitora

A elevada frequência consegue penetrar no compartimento de AIC

A resistividade específica dos dois compartimentos é igual.

Características:

Portátil;

Método eficiente e eficaz;

Rigoroso e não invasivo;

Em 1983 Lyboer foi o primeiro a fazer uma avaliação sobre compartimentos.

115
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Impedância:

Z- Impedância (resistência total que se traduz pelos bons ou maus condutores);

R- Resistência (impedância á corrente e ao fluxo eléctrico);

Xc – Reactância (volume da corrente eléctrica que fica armazenada).

Bons condutores – Baixo índice de resistência: Músculo e a água (possui


electrólitos).

Maus condutores – Alto índice de resistência: Osso e a massa gorda.

2. Aparelhos de Bioimpedância

2.1 - Aparelho de Bioimpedância de Frequência simples

• Corrente eléctrica de 50 KHZ;

• Apenas prediz a água extra celular;

• Valores menos rigorosos, na medida em que a corrente eléctrica não percorre


o corpo todo.

2.2 Aparelho de Bioimpedância de Multifrequência

• Corrente eléctrica de 50 a 1000


KHZ;

• Prediz a água extracelular e


intracelular;

116
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

• Valores mais rigorosos, na medida em que a corrente eléctrica percorre o


corpo todo;

• Melhor predição da massa isenta de gordura.

Impedância (z) – Oposição que um condutor oferece à passagem de uma


corrente eléctrica alterna (corrente bi-direccional, existindo um movimento
periódico de cargas eléctricas). É formada por duas componentes: resistência
(R) e reactância (Xc).

Resistência (r) – Representa 98% do valor da impedância e traduz-se na


oposição do condutor ao fluxo de corrente eléctrica, sendo expressa pela
fórmula:

R= ρ (Comprimento do condutor) / (Secção transversa do condutor)

(rô/p) ρ= Resistividade específica do condutor

Segundo Chumlea & Guo (1994) cit. por Glaner M. (2001) , a resistência a uma
corrente eléctrica no corpo humano, quando comparada a condutores não
biológicos, é basicamente a mesma.

Reactância (xc) – Armazenamento de carga eléctrica que se verifica quando


entre dois condutores existe uma substância isoladora. Z= √R2+Xc2

117
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

3. Protocolo avaliação na Bioimpedância

118
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4. Bibliografia
- ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):

Lippincott Williiams & Williams.

- ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and

Prescription: LWW

- Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.

- Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,

Human Kinetics, Champaign.

- Lessa, Francisco José Gondim Pitanga e Ines (2005). “ Indicadores Antropométricos


de Obesidade como Instrumento de Triagem para Risco Coronariano Elevado em
Adultos na Cidade de Salvador – Bahia” Universidade Federal da Bahia - Salvador, BA

119
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

120
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Condição Física Nutrição e Saúde


Aula Nº8 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Moreira

VIII - Aula 8

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com avaliação da


composição corporal através da bioimpedância

CONTEÚDOS

Interpretação dos resultados da avaliação da composição corporal com o


InBody720

121
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1. Interpretação dos Resultados do InBody720

Análise da Valores
Valores totais (estimados)
Composição corporal normais

Agua Intercelular 18.3 ~ 22.3 Água


Massa
(ICW) 18 litros litros total Massa
Magra
Água extra celular 11.2 ~ 13.6 29.7 isenta de
38.1 Kg gordura Peso
(ECW) 11.4 litros litros litros
total
Proteínas 7.9 Kg 7.9 ~ 9.7 Kg 40.5Kg
52.8 Kg
Minerais totais 2.80 kg
2.73 ~ 3.33 Kg
(ósseo) 2.32 Kg

Massa gorda 12.3 Kg 11.6 ~ 18.5 Kg

Em relação à predição do mineral ósseo estes valores não são


normalmente utilizados para o relatório.

A água intracelular e extracelular deve corresponder a mais ou menos


60% do peso total corporal.

Grande percentagem de água extracelular é um indicador de obesidade.

Os resultados da análise da composição corporal encontram-se dentro


dos valores normais.

122
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Análise muscular & Análise da massa gorda Valores normais

Peso 52.8 Kg 49.1 ~ 66.5 Kg

Massa muscular esquelética 21.9 Kg 22.0 ~ 27.0 Kg

Massa gorda 12.3 Kg 11.3 ~ 18.5 Kg

Em relação ao peso e à massa gorda os valores encontram-se dentro


dos valores normais.

Relativamente à massa muscular esquelética o valor obtido encontra-se


abaixo dos valores normais tal facto evidencia défice de massa muscular. Tal
facto evidencia níveis ligeiros de sarcopenia. A análise gráfica (valores
óptimos) ideal seria em forma de “D”. Tal não se verifica pois a massa muscular
esquelética está abaixo do normal.

Diagnóstico da obesidade Valores normais

Índice de massa corporal (BMI) 19.6 Kg/m2 18.5 ~ 25.0 Kg

Percentagem de massa gorda 23.4 % 18.0 ~ 28.0 %

Índice da cintura/anca 0.76 0.75 ~ 0.85

Todos os valores se encontram dentro dos limites normais. Apesar disto


é de referir que o valor do índice de massa corporal (BMI) e o valor do índice
cintura-anca apresentam valores muito próximos dos valores mínimos
aceitáveis. A análise gráfica (valores óptimos) ideal seria em forma de “C”. Tal
não se verifica pois os índices de massa corporal e cintura-anca estão
próximas dos mínimos aceitáveis.

Nota: Os valores normais mencionados adequam-se a pessoas adultas não


sendo apropriado para pessoas idosas

123
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Massa Magra Isenta de Gordura e [MIGO Actual / MIGO


Valor Obtido
de Osso (segmentos corporais) Ideal] × 100

Braço Direito 1.87 Kg 110.9%

Braço Esquerdo 1.85 Kg 109.3%

Tronco 17.7 Kg 94.0%

Perna Direita 6.57 Kg 109.2%

Perna Esquerda 6.54 Kg 102.2%

Valores percentuais de corte: Membros Superiores - 80% a 120%

Tronco e M. Inferiores – 90 a 110%

Os valores percentuais obtidos dos vários segmentos corporais quando


confrontados com os valores de corte para membros superiores, inferiores e
tronco encontram-se dentro dos valores normais.

1.1 Área de adiposidade visceral

Idade: 22 anos

Valor Obtido: 29.2 cm2

Normal: AAV <100 cm2

Elevado: 150 cm2 ≥ AAV ≥100 cm2

Muito Elevado: AAV> 150 cm2

Comparando o valor da adiposidades visceral com os valores de corte verifica-


se que o valor de 29.2 cm2 encontra-se muito abaixo de valores que indiciam
riscos de doenças associadas a um excesso de adiposidade visceral
(cardiovascular, diabetes mellitus)

124
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.3 ÍNDICES DE EDEMA

Edema por segmento

Água Extra-Celular / Água Extracelular /


Massa Gorda Água Corporal Total

0.326 0.372

0.327 0.370

0.337 0.384 Valor Obtido

0.339 0.386

0.339 0.386

0.337 0.384 Média

Água Extra-Celular / Massa Gorda Água Extracelular / Água Corporal


Total
Valores Normais: 0,31 – 0,35
Valores Normais : 0,36 – 0,40
Edema: ≥ 0,35
Edema : ≥ 0.40

Em relação aos índices de edema os valores obtidos encontram-se


todos dentro dos valores normais de corte.

125
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.4 Avaliação Nutricional


Os valores de Proteínas, Minerais e Gordura encontram-se dentro de
valores normais.

Ilustração 33 - Avaliação da composição corporal

1.5 Manutenção do peso


Os valores de Peso e Gordura encontram-se dentro dos valores
normais. Em relação à massa muscular esquelética o valor obtido encontra-se
abaixo dos valores indicados como normais.

Ilustração 34 - Valores de referência para manutenção do peso

126
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.6 Diagnóstico de Obesidade


Os valores de índice de massa corporal, percentagem de gordura
corporal e índice cintura-anca encontram-se dentro dos valores normais.

Ilustração 35 - Valores de referência para o diagnostico de obesidade

1.7 Equilíbrio entre os segmentos corporais


Os valores obtidos indicam um equilíbrio segmentar corporal.

Confrontação do desenvolvimento muscular entre os membros,


classificando-o em 3 níveis:

Equilibrado

Ligeiramente desequilibrado

Desequilibrado

127
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Membro superior direito vs Membro superior esquerdo

Membro inferior direito vs Membro inferior esquerdo

Membros superiores vs Membros inferiores

1.8 Força corporal


Os valores quer dos membros superiores quer dos membros inferiores e
dos músculos em geral encontram-se dentro dos valores normais de
desempenho de força.

1.9 Diagnóstico de saúde


Os valores de água corporal, de edema e do padrão de vida encontram-
se dentro dos valores normais.

Ilustração 36 - Valores de referência para o diagnóstico de saúde

128
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.10 Controlo do peso

Valores

Peso alvo 57.9 Kg

Controlo de peso + 5.1 Kg

Controlo de gordura + 1.0 Kg

Controlo muscular + 4.1 Kg

Resultado de Fitness 75 Pontos

Ilustração 37 - Valores de referência para o fitness score

1.11 Dados adicionais

Dados Valores normais

Grau de obesidade = 91% 90% ~ 110%

BCM = 26.2 Kg 26.2 ~ 32.0

BMC = 2.32 Kg 2.24 ~ 2.74

129
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

BMR = 1243 Kcal 1160 ~ 1336

Grau de obesidade (%) = [Peso Actual/Peso Ideal] × 100

90% - 110% normal

111% - 119% excesso de peso aceitável

≥ 120% obesidade

Equação preditiva do NMB, considerada no InBody 720 (Biospace)

NMB (kcal/dia) = 21,6 × Massa Isenta de Gordura (kg) + 370

(Cunningham, 1991)

Energia Necessária = BMR * Factor de Actividade

Factor de Actividade

Acamado 1,2

Reduzida Actividade 1,3

Média Actividade 1,5 a 1,75

Elevada Actividade 2,0

(Livingston & Kohlstadt, 2005)

Equações preditivas do dispêndio energético desenvolvidas numa larga


amostra (789 mulheres e 633 homens) entre os 18 e os 96 anos e com um
peso corporal entre 33 e os 278 kg

130
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Mulheres NMB (kcal/dia) = 248 × Peso0,4356 – (5,09 × Idade)

Homens NMB (kcal/dia) = 293 × Peso0,4330 – (5,92 × Idade)

Os valores do grau de obesidade, do BMC, do BCM e do BMR


encontram-se dentro dos valores normais.

Após a análise geral dos valores obtidos podemos concluir que a pessoa
submetida a este teste de bioimpedância apresenta valores geralmente dentro
de valores normais, por tal pode-se concluir que é uma pessoa saudável
apresentando índices de gordura corporal está dentro dos valores normais,
excluindo o valor da massa muscular esquelética (à qual será apropriado
realizar exercício de reforço muscular para colmatar esta lacuna), não
apresentando risco de vir a sofrer de doenças cardiovasculares ou diabetes
mellitus.

131
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

2. Bibliografia

- ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):
Lippincott Williiams & Williams.

- ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and

Prescription: LWW

- Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.

- Guedes, Dartagnan Pinto (2006). “Recursos antropométricos para análise da


composição corporal” Universidade Estadual de Londrina, Paraná, BrasilRev. Bras

- Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,


Human Kinetics, Champaign.

- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

132
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº9 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Moreira

IX - Aula 9

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionado com a predição da


água total e da massa isenta de gordura com base na bioimpedância;
sarcopenia e condição óssea

CONTEÚDOS

 Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância.

 Métodos de avaliação da sarcopenia.

 Prescrição de exercício para a sarcopenia.

 Constituição do osso, classificação da condição óssea e considerações


relacionadas com a aplicação dos testes físicos.

133
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1. Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância

1.1 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS

Ilustração 38 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS

Ilustração 39 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS

134
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.2 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES


ADULTAS/IDOSAS CAUCASIANAS

Ilustração 40 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES ADULTAS/IDOSAS

1.3 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS

CAUCASIANAS

Ilustração 41 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS

135
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.4 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS


DESPORTOS)

Ilustração 42 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS DESPORTOS)

1.5 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES


ADULTAS/IDOSAS

Ilustração 43 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES ADULTAS/IDOSAS

136
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1.6 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS


ADULTOS/IDOSOS

Ilustração 44 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS/IDOSOS

2. Métodos de avaliação da sarcopenia

SARCOPENIA

Sarcopenia - é a perda degenerativa de massa e força nos músculos com o


envelhecimento. Redução da massa e da função muscular.

Redução da massa muscular e da força imposta


pela idade;

Causa potencial, importante e reversível de


morbilidade e mortalidade de pacientes idosos;

137
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Condição multifactorial que determina mudanças nos músculos com a idade;

Levando a perda involuntária de massa muscular, força e função.

Etiologia:

Segundo Ruth et al (2000) embora existam muitos potenciais


mecanismos para explicar a sarcopenia, a contribuição especifica de cada um
continua desconhecida.

Nos últimos anos, na maioria da sociedade, tem havido um aumento na


expectativa de vida, repercutindo num aumento do numero de pessoas
pertencentes há 3º idade ( Matsudo &Matsudo, 1992 cit. por Santos et al, s/a)

Cerca de um terço da massa muscular perde-se com a idade avançada


(cerca de 1% ao ano, a partir dos 65 anos de idade). Essa perda de massa
reduz força muscular. Devido ao aumento da expectativa de vida da população
mundial e consequentemente da população idosas, a sarcopenia vem se
tornando uma questão de saúde bastante relevante no mundo desenvolvido. O
nível de sarcopenia pode ser prejudicial a ponto de impedir que uma pessoa
idosa tenha uma vida independente, necessitando de assistência e cuidado
constantes.

A sarcopenia é um importante indicador de fragilidade nas pesquisas


feitas com pessoas, ligada a redução
do equilíbrio, perda de agilidade,
quedas e fracturas perda da força
muscular resulta em uma dificuldade
da manutenção da estabilidade
(desequilíbrio) estático e ou dinâmico,
tornando a marcha cada vez mais
incerta, o que pode resultar em quedas em geral.

Podendo causar grandes prejuízos a um sistema osteomuscular


enfraquecido pela senescência, ocasionando no aumento dos índices de

138
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

morbidez, imobilidade e mortalidade desta população. Idosos normalmente são


vítimas de quedas enquanto realizam as suas tarefas do dia-a-dia.

Este fenómeno pode ser comparado à osteoporose, que também é uma


doença relacionada com a idade e refere-se à perda de massa óssea. A
combinação de osteoporose e sarcopenia resulta na significativa
fragilidade frequentemente encontrada na população idosa.

A sarcopenia não é uma doença, mas sim uma consequência natural do


processo der envelhecimento do ser humano, processo este individual e
directamente relacionado as interacções com o meio ambiente em geral, a
sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida com uma alimentação
balanceada, uma vida psicologicamente saudável e com a prática de
actividades ou exercícios físicos de maneira consciente e com um
acompanhamento profissional formado da área da Educação Física.

Etiologia Multifactorial:

 Imobilidade;
 Alterações no metabolismo muscular;
 Alterações endócrinas;
 Alterações mitocôndriais;
 Alterações da junção neuromuscular;
 Factores nutricionais;
 Aumento da produção de radicais livres;
 Factores genéticos;
 Citocinas pró – inflamatórias
 Efeitos do Envelhecimento na Massa Muscular
 Atrofia das fibras musculares (particularmente do tipo IIa);
 Redução da síntese proteica em cerca de 30%;
 Redução do número e da actividade das mitocôndrias;
 Diminuição do fluxo sanguíneo;
 Modificação da enervação das unidades motoras (efeitos adversos na
coordenação motora);
139
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

 Diminuição do motoneurónios e perda/modificação dos contactos


sinápticos;
 Declínio da eficiência muscular (força muscular por unidade de massa
muscular)
 Massa muscular relativamente estável até aos 45 anos
 Perda em os ambos os sexos a partir desta idade, com especial
destaque para os membros inferiores;
 Aumento da sarcopenia de forma vincada a partir dos 65 anos.

Perda Muscular:

A perda da massa muscular é comum com a idade;

Perda do tamanho números de fibras musculares;

A partir dos 50 anos: aceleração significativa;

30-80 Anos: perda de 50% da força muscular;

O declínio é mais pronunciado nas fibras de tipo II;

Directamente relacionado ao decréscimo de força.

Efeitos do Envelhecimento Muscular:

Mudanças nas unidades motoras;

Enervação das fibras;

Redução dos factores de crescimento;

Alterações proteicas do músculo.

140
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Modificações Morfológicas:

 Tomografia computadorizada
 Após os 30 anos de idade
 Redução na área de secção
transversa
 Diminuição da densidade muscular
 Aumento na gordura intramuscular

Riscos Associados:

 Estado de fragilidade;
 Estágio anterior a incapacidade;
 Papel predominante na etiologia da fragilidade;
 Alto valor preditivo de eventos adversos;
 Incapacidade, hospitalização e mortalidade;
 Maior risco de contrair infecção durante a hospitalização.

Interacções:

 Sarcopenia;
 Alterações de marcha;
 Desequilíbrio;
 Perda da propriocepção;
 Tendência cifose;
 Alterações cognitivas;
 Queda;
 Osso osteoporótico;
 Fracturas.

141
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

3. Prescrição de exercício para a sarcopenia

Ilustração 45 - Prescrição de exercício para a sarcopenia

142
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4. Tecido Ósseo

O Tecido Ósseo, é originário de um tecido embrionário chamado


mesênquima que é caracterizado por possuir células com prolongamentos
citoplasmáticos, mergulhadas em abundante substância intercelular amorfa e
pouco viscosa. É tecido conjuntivo composto de células, derivadas do folheto
embrionário médio ou mesoderma, e classicamente, está dividido em:

Tecido Conjuntivo (propriamente dito)

Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais:

Tecido Adiposo,

Tecido Elástico,

Tecido Hematopoético,

Tecido Mucoso.

Tecido Cartilaginoso

Tecido Ósseo

O tecido ósseo é um tecido conjuntivo dos mais resistentes e rígidos do nosso


corpo. Constituinte principal do esqueleto, serve de suporte para partes moles,
protege os órgãos vitais, aloja a medula óssea e proporciona apoio aos
músculos esqueléticos para a movimentação do organismo.

O osso é uma estrutura dinâmica, continuamente renovada e reconstruída,


sendo também, sensível a influências metabólicas, nutricionais e endócrinas.

Duas formas do osso são distinguíveis a olho nu: O esponjoso e o compacto.

143
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

4.2. Tipos de ossos

4.2.1 Osso cortical ou compacto


Constitui 80% do esqueleto humano. É a parte
mais densa, compacta. Encontra-se geralmente
nas camadas externas dos ossos como, por
exemplo, nas diáfises (parte central, comprida)
dos ossos longos, no crânio e a sua função mais
importante é manter uma estrutura rígida no
esqueleto.

4.2.2 Osso trabecular ou esponjoso


É responsável por 20% do esqueleto humano. Encontra-se no interior dos
ossos e tem uma aparência de esponja por ser constituído por pequenas
pontes chamadas trabéculas. Encontra-se no interior de vértebras, costelas,
pelve, crânio e extremidades de ossos longos. Entre as suas funções,
destacam-se a manutenção da força e elasticidade do esqueleto, além de
alojar a medula óssea, ser responsável pela produção de células sanguíneas e
hemoglobina.

4.3 Funções do osso

- Protecção

Protege os orgãos mais frágeis como por exemplo: medula neural,


coração e pulmões.

- Suporte

Ao esqueleto está ligado de uma forma mais ou menos directa todas as


vísceras, todos os músculos e todas as estruturas moles que constituem o
corpo humano que, sem uma estrutura interna rígida não teria a estrutura que
apresentamos.

- Movimento

144
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Os ossos estão ligados a tecido adiposo do músculo, o que permite que


os segmentos do corpo humano se mobilizem permitindo-nos avançar. É um
mecanismo de locomoção.

- Armazenamento mineral

É o local do corpo humano onde todos os sais minerais estão


localizados.

- Produção de células sanguíneas

No corpo humano, estaram armazenadas células na hematopoesis,


estas células irão produzir outras células para circularem no sangue (os
eritrócitos, leucócitos, plaquetas…).

No tecido ósseo, existem dois tipos principais de células que são


produzidos na medula óssea:

- Os osteoclastos (que destroem o osso)

- Os osteoblastos (que produzem o novo osso)

- Do equilíbrio entre a atividade destas células (osteoclastos e osteoblastos)


resulta o processo de destruição e remodelação óssea.

5. Osteoclasto e Osteoblasto

5.1 osteoclasto

São células originárias do tecido hematopoiético, sendo derivadas de


colónias de células formadoras de macrófagos e de monócitos. Os osteoclastos
são responsáveis pela reabsorção durante a remodelação, são células
multinucleadas que degradam o osso. No início de cada ciclo de remodelação
os osteoclastos escavam o osso, formando lacunas na sua superfície
(actividade erosiva), tendo ainda a capacidade de fagocitar os sais minerais.
Após cerca de duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos
osteoblastos que num período aproximado de três meses preenchem a área

145
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

absorvida com osso novo. O osteoclasto é uma célula que apresenta um bordo
irregular, este aumenta a sua superfície de contacto, aderindo-se assim à área
em que será realizada a reabsorção óssea. (Dr. Nelson Mattos Tavares, 2008)
Existem substâncias que estimulam os osteoclastos como a hormona
paratiroideia, o factor activador dos osteoclastos (substância que possui um
actividade importante no desenvolvimento de tumores ósseos), a
prostanglandina E2, os costicosteróides e as interleucinas 1 e 2. Existem
também, aqueles que inibem os osteoclastos, como é o caso dos estrogénios,
da calcitonina, dos bifosfonatos e do cálcio.

5.2 osteoblasto

São células típicas do tecido conjuntivo, oriundos de uma célula primitiva


(célula mesenquimal indiferenciada). A sua função básica é a de síntese
(formação) do tecido ósseo. São estas células que sintetizam o pró-colageno
tipo I, as proteínas da matrix extracelular, a fosfatase alcalina e a osteocalcina,
sendo que já foram identificados nestas células, receptores para estrógeno,
progesterona, glicocorticóides, testosterona, estradiol e a Vitamina D
explicando, com isso, as influências das concentrações destes elementos na
formação óssea. (Dr. Nelson Mattos Tavares, 2008) Os osteoblastos são
estimulados pelo exercício físico, sais de flúor (o flúor encontra-se sob a forma
de sais complexos no osso),pela hormona do crescimento e pela interleucina 2.
Por outro lado, a hormona paratiróideia, os corticosteróides, os bifosfonatos e a
prostanglandina E2, vão inibir os osteoblastos.

6. Osteoporose

A osteoporose é uma doença metabólica que atinge os ossos.


Osteoporose significa porosidade ou adelgaçamento dos ossos, ou seja,
significa que está a ocorrer diminuição da quantidade de massa óssea

146
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

alterando a microarquitectura do tecido ósseo. Assim sendo, os ossos tornam-


se mais frágeis podendo ocorrem mais facilmente fracturas após traumas
mínimos.

È considerada uma das doenças mais graves da saúde pública que


afecta na sua maioria a população mais idosa. Esta doença é mais comum nas
mulheres do que nos homens e nos primeiros estágios é assimptomática,
sendo por isso considerada uma doença silenciosa. Se o indivíduo não fizer
exames preventivos, a osteoporose pode passar despercebida, até atingir uma
maior gravidade.

6.1 Factores que afectam a osteoporose

A massa óssea do adulto - pico de massa óssea - reflecte o acúmulo de


tecido ósseo ocorrido durante o crescimento. Parece chegar ao limite máximo
ao redor dos 17 anos de idade, podendo estender-se até ao redor dos 30 anos.

Predispõem à osteoporose factores que induzem a um baixo pico de


massa óssea e aqueles que são responsáveis por perda excessiva ou baixa
produção.

Factores Nutricionais:

-Baixa ingestão de cálcio

-Dieta inadequadas

-Alta ingestão de proteínas e de sódio

-Alta ingestão de cafeína permanente

-Falta de vitamina D

147
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Factores Ambientais:

-Pouca exposição solar

-Factores hereditários

- Raça branca ou asiática

- História familiar de osteoporose

- Baixa estatura

- Massa muscular pouco desenvolvida

- Sexo feminino

Factores relacionados com o estilo de vida:

-Sedentarismo

-Exercício excessivo levando à amenorreia (ausência de menstruação)

-Tabagismo

-Alcoolismo

Factores Ginecológicos:

-Menopausa precoce

-Primeira menstruação tardia

- Irregularidades menstruais

-Retirada cirúrgica de ovários sem reposição hormonal

-Ligadura das trompas

- Retirada cirúrgica parcial do útero

148
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

- Níveis reduzidos de estrogénio

- Ausência de amamentação

Factores medicamentais:

-Corticosteróides

- Hormonas tiroideias

-Anticonvulsionantes

-Doses excessivas de hormonas

-Anti-ácidos que contenham alumínio

Factores genéticos:

Etnia

Indivíduos de raça branca são mais sensíveis à acção da hormona paratiróide


e do calcitriol, logo, maior risco de fractura.

Género

Maiores níveis de DMO no homem em relação à mulher

MAIOR Menor

Pico de massa óssea

Estatura e peso

Volume dos ossos Perda de massa óssea

149
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Força muscular com o envelhecimento

Nível de actividade física


habitual

Envelhecimento:

- Menor absorção intestinal do cálcio;

- Maior produção da hormona paratiroideia;

- Menor actividade dos osteoblastos

7. Curva da massa óssea

Analisando o gráfico ao lado


pode-se depreender que existe
uma contínua reposição mineral
óssea em ambos os sexos
(homens e mulheres) até por
volta dos 30 anos de idade.

A partir dos 30 anos verifica-se


uma diminuição progressiva do
mineral ósseo que é mais evidente nas mulheres a partir dos 40 anos muito
relacionado com o aparecimento da menopausa. Consequentemente as
mulheres estarão mais susceptíveis ao aparecimento de osteoporose.

8. Os locais mais afectados pela Osteoporose

As fracturas por fragilidade óssea, ocorrem tipicamente no fémur,


coluna, bacia e pulso, embora – em princípio – possam atingir qualquer osso

150
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

do esqueleto. Fracturas vertebrais podem ocorrer, resultando em perda de


estatura e curvatura anterior do dorso (cifose). Fracturas do fémur (da parte
superior do fémur), na sua grande maioria, necessitam de receber tratamento
cirúrgico.

Região Lombar - pessoas idosas podem fracturar as vértebras da coluna com


frequência, isto leva a formação de
uma curvatura nas costas e ao
mesmo tempo á diminuição de
tamanho do doente.

Perda de estatura e curvatura


anterior do dorso (cifose).

Pulso - por ser um ponto de apoio, é uma área na qual as fracturas acontecem
normalmente. Os ossos sensíveis têm pouca estrutura para sustentar o peso
do corpo quando cai.

Bacia - as fracturas da bacia são difíceis de cicatrizar e podem levar à


invalidez. Estudos realizados, referem que 50% dos doentes que fracturaram a
bacia não conseguiram andar mais sozinhos.

Fémur – também muito comum nos doentes. É tanto comum nas mulheres
como nos homens, principalmente depois dos 65 anos. A recuperação é lenta.

151
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

A B

A. Osso (fémur) com osteoporose; B. Fractura do fémur

8. Osteopénia VS Osteoporose

9. Classificação da osteoporose e osteopenia

 Normal

Quando o T-score é superior a -1 desvio-padrão abaixo da média do adulto


jovem do mesmo sexo e raça.

 Osteopenia

Quando o T-score está entre -2,5 DP e -1,0 DP há um baixo risco de fractura,


já sendo necessário tratamento.

 Osteoporose

Quando o T-score é inferior a -2,5 Desvio-Padrão em relação a uma população


jovem normal do mesmo sexo e raça, há um risco muito elevado de fracturas,
principalmente da coluna vertebral, sendo necessário um tratamento intensivo.

152
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

10. Prescrição de exercício físico para osteoperose

A prática regular de AF de carga é considerada um dos melhores


estímulos naturais para o osso, devendo assim fazer parte de qualquer
estratégia preventiva da osteoporose.

Os exercícios para reforço ósseo com défice de mineralização devem


ser efectuados de modo a privilegiar cargas reactivas á força do apoio.

No caso da anca, o tipo de prescrição deve ser feito de modo a estimular


os músculos dessa região. Os movimentos devem ser de forma a reforçar os
músculos posteriores e anteriores dos membros inferiores. O agachamento por
exemplo tem na sua execução um desenvolvimento de força na direcção do
eixo maior do osso, dando desta forma um efectivo reforço em forma de
estímulo estrogénico.

No caso da utilização de argómetros em pessoas com osteoporose a


nível do calcâneo e da anca, deve ser valorizados argómetros com suporte
activo ao apoio, para assim gerar foças reactivas que regulam a reposição
óssea, (exemplo: elitica, bicicleta, etc). Para pessoas com osteoporose não é
aconselhado o remo, pois podem sofrer de lesões sobretudo a nível cervical.

Bons exercícios para quem tem osteoporose:

• Exercícios com carga: marcha, dança e aeróbica de baixo impacto;

• Exercícios com resistência: usando pesos livres, aparelhos;

• Para quem tem pouco equilíbrio recomenda-se o tai chi;

• A natação e a hidroginástica suave.

Prevenção da deformação e da dor:

Este tipo
de exercício

153
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

baseia-se no fortalecimento dos músculos da coluna, do tórax, dos abdominais


e dos ombros.

10.
Bibliografia

Montenegro, A.; Neto; Simões, M.; Medeiros, A.;


Portela, A. & Souza, C. (2008) Obesidade, envelhecimento e risco cardiovascular no
brasil: possíveis soluções para problemas actuais. Revista Saúde. Brasil

Keppe, M. (2005, 20, dezembro) Acompanhamento psicanalítico do paciente com


sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. Revista de Transpsicanálise. Brasil

Almeida, J. (2002). O impacte da actividade física na prevenção e controlo das doenças


hipoglicemicas. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real

Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,

A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).

“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,

A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.

154
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Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,

Human Kinetics, Champaign.

Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,

Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-

Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):

Lippincott Williiams & Williams.

ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and

Prescription: LWW

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Aula Nº10 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Moreira

X - Aula 10

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a condição


óssea

CONTEÚDOS
 Picos de massa óssea em ambos os géneros e perda óssea com o
envelhecimento
 Factores de risco de queda e risco de fractura
 Avaliação da condição óssea através da densitometria radiológica de
dupla energia
 Utilização do T-score na avaliação da condição óssea
 Idades mais sensíveis para a instalação de facturas osteoporóticas em
diferentes regiões do corpo
 Medição da densidade mineral óssea ao nível do calcâneo

156
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

1. Actividade física e condição óssea

Ilustração 46 - Actividade Física e Condição Óssea

A precisão da densitometria radiológica de dupla energia na avaliação


da densidade mineral óssea está claramente identificada na literatura e o
diagnóstico baseado no T-score é recomendado para a definição de terapias
vocacionadas para a melhoria da condição óssea.
O T-score quantifica a diferença entre o valor individual de densidade
mineral óssea (DMO, valor de conteúdo mineral ósseo por centímetro quadrado
de osso) e o valor médio desta variável estabelecido aos 30 anos, para adultos
do mesmo género e etnia.

157
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

2. Critérios para a classificação da densidade mineral óssea

Ilustração 47 - Valores de classificação do T-score

O teste densitométrico por si só não tem capacidade para detectar


indivíduos com elevado risco de fractura. Na verdade, embora a sua ocorrência
seja muito elevada com a osteoporose, o risco não é negligenciável na
presença de osteopenia, sendo possível detectar a presença de valores de
DMO muito próximos dos considerados normais em cerca de 40% de mulheres
com fracturas.
As fracturas vertebrais são muito comuns no período pós-menopausa,
mas raramente identificadas clinicamente (apenas 1 em cada 3 mulheres),
resultando em fracturas vertebrais adicionais, dor, redução de estatura,
deformação vertebral e perda de autonomia funcional.
À semelhança das fracturas ao nível da anca, elas tendem a ocorrer
numa idade mais avançada, em oposição às que sobrevêm no pulso ou no
terço distal do antebraço, cuja incidência é mais notória nas mulheres pós-
menopáusicas mais jovens.
Cerca de 98% das fracturas ao nível da anca são resultantes de quedas,
sendo essa proporção mais reduzida (menos de 7%) em relação às fracturas
vertebrais.
A incidência de fractura da anca aumenta de forma exponencial em
mulheres entre os 60 e os 80 anos de idade, particularmente a partir da 8ª
década, requerendo, em 90% dos casos, hospitalização e gerando uma
elevada morbilidade e mortalidade.

158
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

2.1 VANTAGENS DA MEDIÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA AO NÍVEL DO


CALCÂNEO

O calcâneo constitui a zona com maior quantidade de osso trabecular


(95%), pelo que é mais sensível ao efeito da idade, da doença e ao efeito da
terapia que afecte a condição óssea.
É uma zona muito sensível à fractura osteoporótica (o melhor local para
medir a DMO é aquele que é mais ávido à instalação dessa mesma fractura). É
avaliada uma zona sujeita a grande sobrecarga ponderal e fundamental à
autonomia funcional do indivíduo.

MEDIÇÃO DO INDIVÍDUO

159
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2.2 Resultado da medição da densidade mineral óssea ao nível do calcâneo


O Miguel após realizar o teste obteve um valor de T-score de -0.3.
Confrontando este valor com os valores de corte o Miguel tem uma densidade
mineral óssea a nível do calcâneo normal. O valor que o Miguel apresenta
permite-lhe que venha a sofrer no futuro uma gradual diminuição da densidade
mineral óssea diminuindo o risco de vir a sofrer osteoporose.

160
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Bibliografia

Montenegro, A.; Neto; Simões, M.; Medeiros, A.; Portela, A. & Souza, C. (2008)
Obesidade, envelhecimento e risco cardiovascular no brasil: possíveis soluções para
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Keppe, M. (2005, 20, dezembro) Acompanhamento psicanalítico do paciente com


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Almeida, J. (2002). O impacte da actividade física na prevenção e controlo das doenças


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ACSM. (2006). ACSM´ s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):

161
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Lippincott Williiams & Williams.

ACSM. (2006). ACSM´ s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and

Prescription: LWW

162
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Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº11 6ª Feira das 10:30 às 12:30 07-05-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo

XI - Aula 11

Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a condição


óssea e a avaliação da aptidão física funcional.

CONTEÚDOS
 Factores de risco para fracturas osteoporóticas

 Prescrição de exercício

 Bateria de testes de apreciação da aptidão física funcional

1. Factores de risco para fracturas osteoporóticas

Muitos factores contribuem para o desenvolvimento da osteoporose. A


idade, o sexo e a raça estão entre os principais determinantes da massa óssea
e do risco de fracturas.

Quanto maior a longevidade do indivíduo, maior é o risco de desenvolver


osteoporose. A osteoporose atinge preferencialmente indivíduos idosos, mais
frequentemente mulheres acima de 45 anos de idade, embora o sexo
masculino também possa ser atingido.

163
Ciências do Desporto
Condição Física Nutrição e Saúde

Mulheres são mais susceptíveis à osteoporose do que homens, pois


além de apresentarem perda óssea importante durante a menopausa,
possuírem menor densidade mineral óssea e terem ossos mais finos e mais
leves, têm maior expectativa de vida, portanto estão mais tempo sob risco. Vale
ressaltar que as fracturas vertebrais são sete vezes mais comuns em mulheres
que em homens, tendendo a ocorrer duas décadas após a menopausa.

Factores genéticos também são responsáveis pelas variações na massa


óssea em diferentes grupos éticos e raciais. Indivíduos da raça negra possuem
maior pico de massa óssea e, portanto, são menos predispostos a sofrerem de
osteoporose que brancos e asiáticos.

As mulheres brancas possuem baixos índices de pico de massa óssea


na idade adulta e apresenta maior prevalência de osteoporose. Estima-se que
30% de todas as mulheres brancas pós-menopausicas terão pelo menos uma
fractura osteoporótica durante a vida, incidência que aumenta com a idade
avançada. A incidência de fractura do fémur em mulheres brancas é duas
vezes maior do que em mulheres negras.

Susceptibilidade à osteoporose é, em parte, devida à hereditariedade.


Mulheres jovens, filhas de pais ou mães com fractura vertebral associada à
osteoporose possuem menor massa óssea. Também se relata que homens e
mulheres de pequena estatura apresentam maior risco ao desenvolvimento de
osteoporose por possuírem ossos mais finos.

164
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1.1 Deficiência estrogénica


A menopausa, que se inicia entre 45 e 55 anos de idade, é evento
singular que ocorre devido à deficiência estrogénica, trazendo uma série de
transformações ao organismo feminino. As mulheres passam a enfrentar
perdas ósseas, sintomas vaso motores, alterações cardiovasculares, distúrbios
sexuais e psicológicos, alterações urinárias, genitais e dermatológicas. Nesta
fase da vida, a perda de massa óssea nas mulheres é relacionada ao declínio
agudo da produção ovariana de estrógenio, hormona que tem acção protectora
sobre o osso. No início da deficiência ovariana, uma mulher perde 3 a 5% de
massa óssea por ano.

A deficiência de estrógenio tem sido apontada como uma causa primária


de perda óssea após a menopausa e consequentemente, um dos principais
factores de risco para o desenvolvimento de osteoporose em mulheres. O
estrógenio tem um efeito protector no osso por suprimir sua reabsorção,
prevenindo a perda óssea e reduzindo o risco de fracturas. Este efeito ocorre
por várias razões. Primeiro, o estrógenio melhora a absorção de cálcio no trato
intestinal e diminui a perda de cálcio pela urina. Segundo, com níveis
aumentados de estrógenio, a forma activa de vitamina D na circulação é
elevada. Terceiro, o estrógenio estimula a produção de calcitonina, que previne
a remoção de cálcio do osso. O osso trabecular tende a ser mais sensível do
que osso cortical a variações nos níveis de estrógenio.

A redução dos níveis de estrogénio tem sido relacionada à alta


incidência de fracturas vertebrais. Vale lembrar que as vértebras são
constituídas primariamente de osso trabecular.

Quanto aos aspectos reprodutivos, vários estudos demonstram uma


associação entre a ocorrência da menarca (primeira menstruação) e da
menopausa (última menstruação) com a formação e densidade de massa
óssea.36 Foram identificados como factores de risco para osteoporose a
menarca tardia e a menopausa precoce, que traduzem menor tempo de
exposição do organismo feminino aos estrógenios endógenos, protectores
importantes do osso.

165
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1.1.2 Cálcio
Níveis adequados de cálcio podem retardar o desenvolvimento de
osteoporose por duas razões. Primeiro, o cálcio suprime a reabsorção óssea.
Segundo, a calcificação ou mineralização óssea fortalece o osso.

Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está contido no esqueleto


ósseo. Uma pequena quantidade de cálcio é requerida para contracção
muscular, transmissão do impulso nervoso e outras funções reguladoras do
organismo, e quando necessário, o osso é reabsorvido para produzir cálcio
para estas funções. O cálcio que é perdido diariamente através da urina, suor e
fezes também deve ser reposto pelo cálcio do esqueleto.

Para prevenir a redução da massa óssea, deve-se manter o equilíbrio


entre a ingestão e absorção de cálcio e suas perdas. A absorção de cálcio
diminui com o aumento da idade e é menor nas mulheres portadoras de
osteoporose. Além disso, a maioria das mulheres tem uma ingestão média de
cálcio de 475 a 575 mg/dia apesar de actualmente a quantidade recomendada
ser de no mínimo 1.000 mg/dia. Heaney e colaboradores recomendam que
mulheres após a menopausa aumentem sua ingestão de cálcio para 1.500
mg/dia para manter seu equilíbrio. O aumento da reabsorção óssea que ocorre
com a redução dos níveis de cálcio afecta tanto os ossos trabecular quanto
cortical.

A incidência de fracturas no quadril, pelve, úmero e tíbia aumentam


lentamente com o avançar da idade até no último ciclo de vida, quando este
aumento se torna exponencial.

1.2.3 Vitamina D
A vitamina D é uma hormona que facilita a absorção intestinal de cálcio
e sua incorporação no osso. Sua suplementação está indicada sempre que a
absorção intestinal estiver diminuída, fenómeno que geralmente ocorre na
osteoporose.

166
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Homens e mulheres na pré-menopausa devem receber suplementação


de 200 a 400

UI/dia de vitamina D, quando a exposição solar for menor que 15


minutos diários. Mulheres após a menopausa sem terapia de reposição
hormonal devem receber 800 a 1.000 UI/dia.

1.1.4 Factores Nutricionais

Alguns estudos demonstram que ingestão elevada de proteínas na dieta


causa perda de cálcio em excesso na urina, o que aumenta as necessidades
de cálcio pelo organismo. Recomenda-se actualmente a ingestão diária de 44g
de proteínas para as mulheres e 56g para os homens.

A ingestão excessiva de fibras e de sódio pode diminuir a absorção


intestinal e aumentar a excreção renal de cálcio. As fibras presentes nos
vegetais e cereais não afectam a absorção de cálcio. As únicas excepções são
a aveia e o espinafre, ricos em ácido oxálico, que bloqueiam a absorção de
cálcio.

1.1.5 Peso corporal

Indivíduos obesos, com maior índice de massa corporal (IMC),


apresentam maior densidade mineral óssea e, portanto, maior protecção contra
osteoporose. Nas mulheres obesas pós-menopausicas, a massa óssea é
mantida principalmente pela produção estrogénica proveniente do tecido
gorduroso. Assim, o peso corporal interage com as hormonas gonadais na
manutenção da massa óssea, protegendo o esqueleto contra os efeitos
adversos da deficiência estrogénica.

167
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1.1.6 Hábitos de vida

O consumo regular de álcool, como por exemplo, mais de duas bebidas


diárias, pode ser prejudicial para o tecido ósseo para ambos os sexos.

Mulheres fumantes apresentam níveis reduzidos de estrogénio e iniciam


a menopausa mais precocemente do que mulheres não-fumantes.

As possibilidades de desenvolver osteoporose aumentam também com


ingestão de duas ou mais xícaras de café/dia, quando combinada com uma
baixa ingestão de cálcio. A alta ingestão de cafeína de qualquer fonte (café,
chá, refrigerantes e outras bebidas), acelera a perda de cálcio na urina,
aumentando o risco de fractura óssea.

1.1.7 Inactividade física

A atrofia óssea com perda acentuada de cálcio tem sido relatada após
períodos de inactividade física, tanto por imobilização quanto por permanência
prolongada no leito.

Alguns autores estudaram os efeitos da permanência prolongada no leito


por 5 a 36 semanas em uma centena de indivíduos jovens e saudáveis.
Através deste estudo, várias tentativas terapêuticas, incluindo o uso
suplementar de cálcio e vitamina D, exercícios, compressão de esqueleto e
aumento da pressão hidrostática em membros inferiores, foram feitos para
prevenir a perda mineral óssea. O programa de exercício envolveu um treino
diário de 80 minutos utilizando levantamento de peso com um sistema de
roldanas que oferecia 400g de resistência. Apesar destas intervenções
terapêuticas, o cálcio urinário aumentou rapidamente e houve uma perda
mineral calcânea de 5% por mês. Os autores concluem que embora tenha

168
Ciências do Desporto
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ocorrido perda óssea mesmo com o condicionamento físico, a ausência


completa de exercícios acarreta redução maior e mais importante de cálcio e
osso. Os autores sugerem que os exercícios de força compressiva e de
impacto aplicados no referido estudo podem não ter simulado adequadamente
uma deambulação, tanto em relação à qualidade quanto à quantidade.

É importante destacar que a actividade física promove ganho de massa


muscular, aumento da massa óssea ou redução de sua perda, maior tolerância
ao esforço e melhor equilíbrio, o que diminui o risco de quedas e fracturas,
eventos frequentes entre portadores de osteoporose. Dessa forma, realização
de exercícios físicos específicos regulares possibilita a manutenção da
independência física para realização das actividades da vida diária e melhor
qualidade de vida.

2. Artrite reumatóide
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune¹ crónica e progressiva que
causa uma inflamação crónica da articulação. Este provoca a alteração das
estruturas ósseas e das cartilagens.

Auto-imune – quando as respostas imunes são contra as células e tecidos do


próprio organismo

As articulações mais afectadas são as interfalângicas proximais das mãos e


dos pés

169
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Tipos de Artrites

- Artrite Degenerativa

- Artrite Gotosa

- Artrite Piogénica Aguda

- Artrite Psoriática

- Artrite Reumatóide

Causas da artrite reumatóide

Na base da doença está uma alteração do sistema imunitário que determina a


auto-agressão dos tecidos.

Sintomas da artrite reumatóide

170
Ciências do Desporto
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No inicio: rigidez, inchaço, vermelhidão e inchaço das pequenas articulações


das mãos.

Com o passar do tempo: as mãos perdem a agilidade natural e verificasse uma


agudização da dor.

(ao longo de 3-5 meses): a doença pode estender-se aos pulsos, joelhos,
dedos dos pés e tornozelos, podendo levar progressivamente à deformação
das partes do corpo atingidas.

_ Na sua forma avançada: as mãos pode adquirir um


aspecto deformado, com os dedos virados para fora,
enquanto os joelhos, pulsos e tornozelos podem
engrossar e os dedos dos pés dobrar-se e/ou
encavalitar-se.

Factores de risco

Idade

Género

Genética

Obesidade

Ocupação

Lesão e infecção

Como se manifesta a artrite reumatóide?

Normalmente começa por atingir as pequenas articulações das mãos e dos


pulsos, de forma simétrica, mas também pode afectar todas as articulações,

171
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danificando-as progressivamente e, em certos casos, causar uma invalidez


total.

3. Evolução da artrite reumatóide


1. Inflamação da membrana sinovial e da cartilagem articular, causando dor
continuada e limitação de
movimentos

- Inchaço da articulação

2. Como resultado do
processo inflamatório, forma-
se um tecido sobre a
cartilagem (pannus ou pano)
que vai provocar a erosão
progressiva da cartilagem.

3. A porção esponjosa do osso fica exposta

4. A articulação torna-se deformada e pode anquilosar (movimentos


limitados) ou sofrer uma subluxação (luxação incompleta / deslocamento das
extremidades ósseas)

5. A fraqueza dos ligamentos que rodeiam a articulação permite a


realização de movimentos mais amplos que o normal

6. Os músculos adjacentes à articulação podem sofrer enfraquecimento e


atrofia

MÃOS

172
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Desvio Cubital da Mão


Deformação em colo de cisne

4. Intervenção através da actividade física


Exercício físico

Exercícios correctos e regulares podem ajudá-lo a reduzir a dor e a rigidez,


bem como a tensão e a ansiedade, levando a uma vida mais plena e activa.
Alongar e movimentar suavemente as articulações que sofrem de artrite poderá
fortalecer ossos, tecidos e músculos.

Quando se trabalha com pessoas que sofrem desta doença, há que ter em
conta o período em que esta se encontra para adequar o exercício às suas
necessidades e limitações.

Período de inflamação activa

Neste período há que ter especial cuidado, não se devem realizar exercícios de
resistência máxima, pois ao aumentar a compressão na articulação o processo
inflamatório é agravado, assim como não se devem efectuar alongamentos a
nível das articulações afectadas.

A mobilidade está limitada pelo excesso de líquido sinovial, logo, não se deve
forçar a extensão da cápsula distendida pois pode conduzir a subluxação
quando o edema diminuir.

Período de Remissão

Neste período pode efectuar-se qualquer tipo movimentos desde que não
sejam ultrapassados os limites dor, ou seja, que não gerem dor.

173
Ciências do Desporto
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Deve intervir-se a nível da estrutura muscular fragilizada. Assim como corrigir


alterações posturais (derivadas da redução funcional das regiões afectadas).
De forma a maximizar a função articular.

Maximizar a função articular

Durante o exercício e também na vida diária deve evitar:

Erguer-se fazendo força nos nós dos dedos e no polegar

Realizar movimentos que gerem uma tensão excessiva nas articulações


afectadas

174
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Aumentar a pega ou o diâmetro das resistências que utilizamos

Não trabalhar com elásticos

Trabalhar com bastões de maior diâmetro

Aumentar com uma toalha ou outro meio a pega numa máquina de cárdio

Evitar sobrecarregar uma só articulação distribuindo a carga por várias

Distribuir carga sobre as duas mãos

Assentar toda a superfície dos dedos no solo

Evitar utilizar cargas muito elevadas sobre as


articulações afectadas

Evitar a utilização das articulações afectadas por períodos prolongados

Privilegiar máquinas de cárdio-musculação com suporte do peso corporal

Alternar grupos musculares trabalhados

175
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5. Testes constituintes da Bateria de testes Rikli &Jones

1. Levantar / sentar;

2.Flexão do antebraço;

3.Sentar e alcançar;

4.Levantar andar 2.44 m e voltar;

5.Alcançar atrás das costas;

6. Step Test

5.1 Levantar e Sentar


Constituído pelas maiores disfuncionalidades com que o idoso se depara
diariamente. A bateria de testes representa a maioria das componentes
associadas a vida activa independente.

Possuem uma fiabilidade de testes – reteste aceitável (sendo superior a


0,80%).

176
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Validades testadas em alguns artigos:

Tem a capacidade de detectar alterações resultantes do treino:

Testes fáceis de serem administrados e classificados;

Requerem pouco equipamento e espaço para a sua aplicação.

Não têm perigo de serem utilizados em qualquer assistência médica

Procedimentos:

- 3 a 4 pessoas por estação:

- Avaliação cardiorespiratoria não incluída no circuito;

- Tempo de teste individual não superior a 35 min.- 45min.

- Tempo de teste em grupo não requerer mais de 90 min. (estando 7


avaliadores envolvidos neste teste).

177
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Avaliação da aptidão física funcional (Rikli & Jones, 2001)

Levantar e Sentar na Cadeira

Objectivo do teste:

Apreciação da força e da resistência dos membros inferiores

Equipamento:

Cadeira* (com encosto, sem braços e 43 cm de altura até ao assento), esta


deverá ser colocada encostada a uma parede.

Cronómetro (tem de ser o mesmo utilizado em todos os testes)

Protocolo

Sentado na cadeira;

Costas direitas,

Pés afastados à largura dos ombros;

Braços cruzados ao peito,

O executante eleva-se através da extensão


completa dos membros inferiores,

Regressando à posição de sentado,

Efectuando o maior número de repetições


durante 30 segundos.

O avaliador contabiliza o número de repetições correctamente efectuadas


podendo dar orientações verbais.

178
Ciências do Desporto
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Ensaio do Teste:

1 a 2 ensaios após demonstração do avaliador

Pontuação:

Maior número de repetições correctamente efectuadas durante 30 segundos.

Se no final dos 30 segundos, o executante se encontrar no meio de uma


elevação esta deverá ser contabilizada

Avaliação da aptidão física funcional (Rikli & Jones, 2001)

Ilustração 48 - Tabela de avaliações das Mulheres no teste levantar e sentra na cadeira.

179
Ciências do Desporto
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Ilustração 49 - Tabela das avaliações dos Homens no teste levantar e sentar na cadeira

5.2 Flexão do Antebraço

Objectivo do Teste:

Apreciação da força e da resistência do membro superior dominante

Equipamento:

Cronómetro

Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura


até ao assento), esta deverá ser encostada a parede;

Haltere de 2,77 kg (senhoras; 5 libras) e 3,63 kg


(homens; 8 libras)

Protocolo:

180
Ciências do Desporto
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Sentada na cadeira (costas direitas e em contacto com o encosto da mesma e


pés bem assentes no solo)

A executante segura um haltere com a sua mão dominante (membro superior


em completa extensão e com a mão voltada para a frente).

Realizando uma flexão completa do antebraço sobre o braço, mantendo este


último estabilizado.

O avaliador ajoelha-se no lado dominante do executante;

Coloca uma mão atrás do cotovelo deste (consciência da extensão total do


membro superior dominante);

E a outra sobre o músculo bicípite, facilitando a estabilização do braço durante


a execução do teste;

Reforçando a flexão completa do antebraço sobre o braço (executante deve


tocar na mão do avaliador);

O avaliador poderá dar orientações verbais.

Pontuação:

Maior número de repetições correctamente efectuadas durante 30 segundos.

Se no final dos 30 segundos, o executante se encontrar no meio de uma


elevação esta deverá ser contabilizada.

Ensaio do Teste

1 a 2 ensaios após demonstração do avaliador.

Avaliação da aptidão física:

181
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Ilustração 50 - Tabela de avaliações da mulher no teste flexão do antebraço

Ilustração 51 - Avaliação das avaliações no Homem, teste flexão do antebraço

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5.3 Sentado e Alcançar

Objectivo do Teste:

Apreciação da flexibilidade do membro inferior preferencial.

Equipamento:

Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura até ao assento), esta


deverá ser encostada a parede;

Régua de 45 cm.

Pontuação:

Considerar melhor resultado das duas execuções.

Ensaio do Teste:

1 Ensaio após demonstração do avaliador.

Protocolo:

Sentado com um membro inferior preferencial em


total extensão (calcanhar em contacto com o solo e
pé flectido cerca de 90º);

o outro membro inferior flectido (pé em contacto


com o solo) ;

A executante realiza uma flexão anterior do tronco;

Procurando alcançar o solo e cumprindo os seguintes critérios:

183
Ciências do Desporto
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- Deslizando os dedos das mãos (mãos sobrepostas e em contacto com a face


anterior da régua) sobre a régua;

- Mantendo o tronco direito (cabeça no prolongamento do tronco);

- Expirando durante a flexão do tronco;

Mantendo o membro inferior estendido.

O meio do dedo grande do pé representa o ponto zero da régua, sendo o


resultado considerado positivo, se o executante consegue alcançar para além
dos dedos dos pés; ou negativo, se consegue alcançar até aos dedos dos pés.
O resultado é registado com aproximação a 1 cm.

Avaliação da Aptidão física:

Ilustração 52 - Tabela das avaliações na Mulher, teste sentado e


alcançar

184
Ciências do Desporto
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Ilustração 53 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado e


alcançar

5.4 Sentado, Caminhar 2,44 m e tornar a Sentar

Objectivo do Teste:

Apreciação da velocidade, agilidade e do equilíbrio;

Dinâmico.

Equipamento:

Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura


até ao assento), a cadeira tem de estar encostada á
parede;

Cronómetro;

185
Ciências do Desporto
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Fita métrica;

Cone sinalizador (2,44 de distância entre a parte anterior do referido cone e a


parte anterior da cadeira; 1,22 m de distância livre à volta do cone).

(Percurso realizado no teste sentado, caminhar 2.44 e tornar a sentar)

Ensaio do Teste:

1 Ensaio após demonstração do avaliador.

Pontuação:

Considerar melhor resultado das duas execuções.

Protocolo:

A executante permanece sentada na cadeira com as costas direitas;

Pés totalmente assentes no solo;

Mãos em contacto com a face anterior das coxas;

Ao sinal de “partida” procurar andar o mais rápido possível;

Contornando o cone (por um ou outro lado) e torna-se a sentar na cadeira;

186
Ciências do Desporto
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O percurso é realizado 2x;

O cronómetro é accionado ao sinal de “partida” e é parado quando o


executante se torna a sentar.

Avaliação da Aptidão Física:

Ilustração 54 - Tabela das avaliações na mulher, no teste sentado,


caminhar 2.44 m e voltar a sentar 187
Ciências do Desporto
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Ilustração 55 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado,


caminhar 2.44 m e voltar a sentar

5.5 Alcançar atrás das costas

Objectivo do teste:

Apreciação da flexibilidade dos membros superiores

Equipamento

Régua de 45 cm.

Protocolo:

Em posição bípede e com a mão dominante sobre o ombro do mesmo lado, o


executante tenta alcançar a outra mão ou sobrepor-se a esta atrás das costas,
sendo esta última colocada por baixo e com a palma voltada para a frente (não
é permitido entrelaçar os dedos e puxar).

Devem ser efectuadas duas execuções

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Ensaio do teste:

Devem ser deito dois ensaios a cada um dos lados após a demonstração do
avaliador. Seguidamente o avaliador questiona o executante sobre o seu braço
preferencial e o teste é realizado com o mesmo.

Pontuação:

A distância (cm) é medida entre as pontas dos dedos médios das mãos,
podendo o resultado ser positivo quando há sobreposição dos dedos ou
negativo quando a distância entre os dedos médios é mais curta.

Dos dois resultados, consideramos apenas aquele que for mais elevado.

Ilustração 56 - Tabela das avaliações na mulher, no teste alcançar atrás das costas

189
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Ilustração 57 - Tabela das avaliações no Homem, teste alcançar atrás das costas

5.6 Dois minutos de step no próprio lugar

Objectivo do teste:

Resistência aeróbia

Equipamento:

Cronómetro;

Fita métrica.

Ensaio do teste:

No ensaio deve se assegurado o treino do ritmo de


prestação.

190
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Pontuação:

Número de steps completos em dois minutos com a perna direita (perna direita
é a de liderança)

Protocolo:

Determinação da altura do step pelo avaliador: Determinar a ½ distância


entre a rótula e a crista ilíaca e medir a distância na parede

Essa distância é marcada na parede.

Estando colocado junto à parede e de lado para esta, a executante realiza,


durante dois minutos, steps alternados (com um a e outra perna) e completos
(alcança a distância determinada).

- Contabiliza número de execuções completas durante dois minutos;

- Assegura que a executante sobe os joelhos até à altura adequada;

- Encoraja verbalmente a prestação:

- Informa o tempo que falta para terminar o teste em dois momentos (metade
do

tempo e 30 segundos finais)

A participante pode parar e depois retomar a execução e pode continuar o teste


para além dos dois minutos, sendo apenas contabilizados o número de
elevações com a perna direita correctamente efectuadas durante o tempo
estabelecido para o teste.

191
Ciências do Desporto
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Ilustração 58 - das avaliações no Mulher, teste dois minutos de step no próprio


lugar

Ilustração 59 - Tabela das avaliações no Homem, teste dois minutos de step no


próprio lugar

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5.7 Andar 6 minutos


Objectivo do teste:

Resistência aeróbia

Equipamento:

Percurso rectangular com 46 m


(marcar 10 troços com 4,6 m) ;

Identificadores do número de
percursos (para dar às pessoas);

Cronómetro;

10 cones;

Cadeiras (cerca de 6);

Fita métrica.

Ensaio do teste:

Realizar este teste alguns dias antes da sua aplicação (se possível)

Pontuação:

Distância máxima percorrida durante os 6 minutos

Aplicação do teste:

Fornecer um marcador ao executante cada vez que ele completa um percurso

Se o teste é aplicado a várias pessoas ao mesmo tempo, aplicar nas camisolas


os números correspondentes e os tempos de partida devem estar desfasados
cerca de 10 segundos entre si

Avaliador dentro da área demarcada

Anunciar os tempos intermédios (aos 3 minutos, aos 2 minutos e a 1 minuto do


final do teste)

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Condição Física Nutrição e Saúde

Cada executante deve interromper a sua prova e permanecer no local ao sinal


de parar”

Se necessário, os participantes podem parar e descansar, sentando-se


nas cadeiras, e depois retomam o teste

Ilustração 60 - Tabela das avaliações no Mulher, teste andar 6 minutos

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Ilustração 61 - Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos

(Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos)

6. Bibliografia

Freire, Fabiano; Aragão, Karine; Osteoporose: um artigo de revisão;


Monografia orientada pela Professora Doutora Fábia Maria Oliveira Pinho;
Goiânia, 2004.

ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription


(7th ed.): Lippincott Williiams & Williams.

ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise


Testing and Prescription: LWW

Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn,


T. G., Martin,D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V.

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Condição Física Nutrição e Saúde

D. (1988).“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference


Manual, T. G. Lohman,F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics,
Champaign, 39-54.

Campos, L. ;Liphaus, B. ; Silva, C. & Pereira, R. (2003). Osteoporose na


infância e na adolescência. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro

Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition


Assessment,Human Kinetics, Champaign.

Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003).


“Exercício,Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher
Pós-Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Condição Física Nutrição e Saúde

Conclusão

Terminada a elaboração deste dossier referente aos relatórios das


aulas teórico/práticas da disciplina de Condição Física, Nutrição e saúde,
concluímos que todos os temas abordados são de relevante interesse para a
prescrição de exercício, e por outro lado, de uma forma geral, orientam-nos
para a promoção de um estilo de vida mais saudável.

Todos os elementos deste grupo ficaram bem elucidados acerca dos


conteúdos abordados durante a unidade curricular, bem como da utilização e
aplicação dos vários testes e protocolos abordados durante as aulas práticas,
ficando deste modo com um rico “património” de conhecimentos que poderão
ser no futuro postos em prática nas suas vidas profissionais. Também, e em
relação á componente das várias pesquisas efectuadas e temas abordados
durante as aulas ficamos com um panorama mais alargado e actualizado do
estado de saúde da população em geral, seguindo mais de perto a evolução de
algumas doenças que mais afectam a população e que infelizmente causam
um grande número de vitimas ou limitam em grande parte a sua autonomia.

É de realçar que todas as componentes da saúde aqui abordadas tem


uma íntima relação com o exercício, sendo este um factor chave para a sua
irradiação ou controlo caso já se manifeste de uma forma crónica. Uma boa
avaliação da condição física da pessoa é fundamental, bem como ter em conta
a idade, género, raça, historial etc. Deve-se ter em conta a individualidade de
cada um para que a prescrição do exercício tenha êxito e tenha também os
resultados esperados.

A título de observação fica aqui expresso a imensa alegria e dedicação


à causa da transmissão de conhecimentos que a Sr. Dra. Helena Moreira,
docente desta cadeira, transmitiu durante as aulas leccionadas. E a
insatisfação que sentiu por não ter podido transmitir-nos a totalidade de
conhecimentos por condicionalismos do calendário lectivo.

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