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Em 16 de Março de 2011. — José Sócrates Carvalho O estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organis-
Pinto de Sousa — Luís Filipe Marques Amado. mos da administração pública central, regional e local do
Estado, aprovado pela Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, na
Assinado em 18 de Março de 2011. redacção da Lei n.º 51/2005, de 30 de Agosto, determina
como requisito do exercício de funções de direcção supe-
Publique-se. rior e intermédia o aproveitamento em cursos específicos
para alta direcção em Administração Pública, diferencia-
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. dos, se necessário, em função do nível, grau e conteúdo
Referendado em 22 de Março de 2011. funcional dos cargos desempenhados.
A regulamentação dos cursos e respectivas condições
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de acesso foi assegurada, até ao presente, pela Portaria
de Sousa. n.º 1141/2005, de 8 de Novembro, importando actualizar
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este modelo face às determinações constantes da Resolução transversal de conhecimentos e competências técnicas
do Conselho de Ministros n.º 89/2010, de 17 de Novembro, e comportamentais, potenciador de um desempenho em
no sentido de orientar os dirigentes para uma Administra- sintonia com as exigências da moderna gestão pública.
ção focada nas necessidades dos cidadãos, familiares e 5 — A frequência do CAGEP e do FORGEP pode ser
empresas, criando uma comunidade de dirigentes e gestores substituída pela frequência, com aproveitamento, do Curso
públicos cada vez mais capacitados para a concretização de Alta Direcção em Administração Pública (CADAP),
das prioridades estratégicas na prossecução do serviço e cujo regulamento constitui o anexo III do presente diploma.
interesse públicos, bem como para a definição de objecti- 6 — O CADAP tem como objectivos proporcionar o de-
vos de gestão exigentes e escrutináveis. senvolvimento de conhecimentos e competências adequa-
A presente portaria, ao substituir a Portaria n.º 1141/2005, dos ao exercício de funções dirigentes na Administração
de 8 de Novembro, actualiza as disposições desta no que Pública, através de uma formação altamente qualificada
diz respeito à frequência dos cursos recomendados para o nos aspectos científico, técnico e comportamental, assente
exercício das funções dirigentes e regulamenta, adicional- numa cultura de administração pública profissional, tec-
mente, os termos em que se deve processar a formação de nologicamente avançada e orientada para a qualidade dos
actualização dos dirigentes, prevista no n.º 2 do artigo 11.º serviços públicos prestados aos utentes.
da Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, reforçando o enfoque 7 — Em qualquer procedimento concursal a que se
em matérias como a gestão estratégica, a simplificação submetam, os candidatos que tenham frequentado com
e modernização administrativas, a inovação, a aplicação aproveitamento o CADAP são valorizados como possui-
de metodologias de trabalho optimizadas por tecnologias dores de um nível de formação superior ao dos candidatos
de informação, o conhecimento e prática de políticas de que tenham frequentado o CAGEP ou o FORGEP.
igualdade de género e utilização de inteligência emocional, 8 — Para os que exercem já funções de direcção, a fre-
bem como o aprofundamento de uma cultura de merito- quência dos cursos referidos nos pontos anteriores deverá
cracia nos serviços públicos suportada na diferenciação ser concluída até ao fim do segundo ano da primeira co-
de desempenho. missão de serviço, aplicando-se, nas comissões de serviço
No que se refere à formação de actualização dos dirigen- subsequentes, o disposto no artigo 3.º
tes, pretende-se ainda que o regime agora estabelecido se 9 — No caso em que a frequência do CADAP se rea-
oriente no sentido de uma maior flexibilidade, permitindo lize antes do exercício de funções dirigentes, aplica-se
a selecção de módulos de formação pelos dirigentes em o disposto no artigo 3.º a partir da primeira comissão de
função das suas necessidades, como se prevê no n.º 2 do serviço como dirigentes, inclusive.
artigo 11.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, na redacção 10 — Para efeitos de exercício de cargos de direcção, o
dada pela Lei n.º 51/2005, de 30 de Agosto. Seminário de Alta Direcção (SAD) e o CADAP frequen-
Nestes termos, ao abrigo do n.º 3 do artigo 12.º da Lei tados até 31 de Dezembro de 2005, são equiparados aos
n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, na redacção da Lei n.º 51/2005, cursos previstos no presente artigo.
de 30 de Agosto, manda o Governo, pelo Ministro de Es-
tado e das Finanças, o seguinte: Artigo 3.º
Formação de actualização
Artigo 1.º
1 — Após a primeira comissão de serviço, os dirigentes
Objecto
frequentarão acções de formação de actualização.
O presente diploma tem por objecto a definição e a 2 — As acções de formação de actualização têm como
regulamentação dos cursos de cuja frequência com apro- objectivo dar resposta às necessidades de actualização das
veitamento depende, nos termos dos n.os 1 e 5 do artigo 12.º competências e dos conhecimentos de cada dirigente, em
da Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, na redacção da Lei função da evolução do estado da arte da gestão pública,
n.º 51/2005, de 30 de Agosto, o exercício de cargos de dos programas de reforma e da especificidade do cargo
direcção superior e intermédia ou equiparados nos serviços exercido.
e organismos da administração pública central. 3 — Os titulares de cargos de direcção superior deverão
completar, no período correspondente a cada comissão de
Artigo 2.º serviço, 40 horas de formação, com avaliação de conheci-
mentos, em conteúdos temáticos à sua escolha no quadro
Definição e validade dos cursos
dos programas de formação oferecidos especificamente
1 — O exercício de cargos de direcção superior implica pelas entidades acreditadas para este efeito.
a frequência, com aproveitamento, do Curso Avançado de 4 — Os titulares de cargos de direcção intermédia deve-
Gestão Pública (CAGEP), cujo regulamento constitui o rão completar, no período correspondente a cada comissão
anexo I do presente diploma. de serviço, 60 horas de formação, com avaliação de conhe-
2 — O CAGEP tem como objectivo transmitir, aos ti- cimentos, em conteúdos temáticos à sua escolha, no quadro
tulares de cargos de direcção superior, uma plataforma dos programas de formação oferecidos especificamente
comum de conhecimentos e competências transversais, pelas entidades acreditadas para este efeito.
potenciadora de uma liderança forte e mobilizadora, em 5 — Nos casos em que as comissões de serviço tenham
sintonia com as exigências da moderna gestão pública. uma duração inferior a três anos, o disposto nos números
3 — O exercício de cargos de direcção intermédia im- anteriores aplica-se a cada período de três anos de exercício
plica a frequência, com aproveitamento, do Programa de de funções dirigentes.
Formação em Gestão Pública (FORGEP), cujo regula- 6 — O regulamento dos cursos que, nos termos dos
mento constitui o anexo II do presente diploma. números anteriores, se destinam aos titulares de cargos
4 — O FORGEP tem como objectivo transmitir aos de direcção superior, constitui o anexo IV do presente
titulares de cargos de direcção intermédia um conjunto diploma.
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7 — O regulamento dos cursos que, nos termos dos mos e serviços da Administração Pública, por intermédio
números anteriores, se destinam aos titulares de cargos das secretarias-gerais ou departamentos equiparados dos
de direcção intermédia, constitui o anexo V do presente ministérios;
diploma. b) O número máximo de participantes em cada curso
Artigo 4.º é de 40;
c) Os participantes são seleccionados por ordem de
Áreas temáticas entrada dos respectivos boletins de inscrição.
1 — Os temas que constam dos regulamentos que cons-
tituem os anexos I a V do presente diploma poderão ser 5 — Sistema de avaliação e aproveitamento:
alterados, em qualquer momento, por despacho do mem- a) Cada participante está sujeito a avaliação, traduzida
bro do Governo que tutela a Administração Pública, sem numa classificação na escala de 0 a 20 valores;
prejuízo da validade das acções já frequentadas. b) A avaliação reveste a forma de um teste escrito e de
2 — No que diz respeito aos cursos cujos regulamentos um trabalho individual ou de grupo;
constituem os anexos IV e V do presente diploma, poderão c) O teste escrito tem um peso não inferior a 50 % na
ser fixados temas de frequência obrigatória, por despa-
classificação final;
cho do membro do Governo que tutela a Administração
d) Aos participantes com classificação não inferior a 10
Pública.
e taxa de assiduidade não inferior a 80 % é emitido um
Artigo 5.º certificado com a menção de «aproveitamento» e respec-
Entidades de formação tiva classificação.
1 — São competentes para oferecer os programas de ANEXO II
formação regulamentados nesta portaria as entidades devi-
damente acreditadas nos termos previstos nos n.os 3 e 4 do REGULAMENTO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO
artigo 12.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, na redacção EM GESTÃO PÚBLICA (FORGEP)
que lhe é conferida pela Lei n.º 51/2005, de 30 de Agosto.
2 — Cada entidade pode fixar um número mínimo de 1 — Destinatários — titulares de cargos de direcção
formados para a realização das acções. intermédia da administração pública central equiparados.
2 — Duração:
Artigo 6.º a) Presencial — 120 horas; e-learning — 60 horas; ou
Revogação b) Presencial — 150 horas.
É revogada a Portaria n.º 1141/2005, de 8 de Novembro.
3 — Conteúdos temáticos:
O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira
dos Santos, em 18 de Março de 2011. Avaliação Prospectiva, Planeamento e Gestão Estra-
tégica;
ANEXO I Gestão das Organizações Públicas (Gestão por Objec-
tivos e Avaliação do Desempenho;
REGULAMENTO DO CURSO AVANÇADO Qualidade, Inovação, Modernização e Administração
DE GESTÃO PÚBLICA (CAGEP) Electrónica, Utilização de Serviços Partilhados) — (GeR-
FIP, GeRHuP, GeADAP);
1 — Destinatários — titulares de cargos de direcção Liderança, Comunicação, Negociação e Gestão de Con-
superior da administração pública central e equiparados. flitos;
2 — Duração: Gestão da Informação e do Conhecimento;
a) Presencial — 50 horas; e-learning — 25 horas; ou Gestão de Recursos Humanos;
b) Presencial — 65 horas. Gestão de Recursos Financeiros;
Logística;
3 — Conteúdos temáticos: Contratação Pública;
Marketing Público;
Avaliação Prospectiva, Planeamento e Gestão Estra- Internacionalização e Assuntos Comunitários;
tégica; Métodos Quantitativos;
Gestão das Organizações Públicas (Gestão por Objec-
Áreas Transversais (Ética, Cidadania e Igualdade de
tivos e Avaliação do Desempenho;
Género, Políticas de Inclusão; Políticas Ambientais).
Qualidade, Inovação, Modernização e Administração
Electrónica, Utilização de Serviços Partilhados) — (GeR-
FIP, GeRHuP, GeADAP); 4 — Regime de acesso:
Liderança, Comunicação, Negociação e Gestão de a) A abertura de inscrições para participação no Pro-
Conflitos; grama é divulgada, com antecedência suficiente, nos orga-
Gestão da Informação e do Conhecimento; nismos e serviços da Administração Pública, por intermé-
Áreas Transversais (Ética, Cidadania e Igualdade de dio das secretarias-gerais ou departamentos equiparados
Género, Políticas de Inclusão, Políticas Ambientais). dos ministérios;
b) O número máximo de participantes em cada pro-
4 — Regime de acesso: grama é de 40;
a) A abertura de inscrições para participação no Curso c) Os participantes são seleccionados por ordem de
é divulgada, com antecedência suficiente, nos organis- entrada dos respectivos boletins de inscrição.
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ANEXO V