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IDENTIDADE LUTERANA – Reflexões em dez capítulos

Pastor Dr. Gottfried Brakemeier

Vivemos em meio a inúmeras e diferentes denominações cristãs. Isto nos faz perguntar: como
IECLB qual é a nossa verdadeira identidade eclesial. Sabiamente, Brakemeier resalta que
nunca seremos Igreja missionária, enquanto não tivermos consciência de nossa
confessionalidade. Este alerta é feito tanto a obreiros, quanto aos leigos de nossas
comunidades. Segundo ele, precisamos de argumentos convincentes para nos impormos
como IECLB, e não ficarmos a mercê da concorrência religiosa em nosso país. Mas isso, trás
consigo alguns perigos. Não podemos simplismente nos tornar rivais, precisamos realmente
elencar nossos pontos fortes e estar aberto para o aprendizado. Cabe a nós, como parte do
corpo de Cristo enxergar nossa contribuição. Qual é o nosso dom?

Nos perguntamos pelo nosso dom, mas como nos auto-definimos? Em nossa constituição, nos
definimos como Igreja de Jesus Cristo. Somos Igreja universal e não uma facção do
cristianismo. A Reforma do século XVI, teve por objetivo reconduzir a Igreja à sua origem
evangélica. Temos por base buscar a Jesus Cristo, que é a verdade. Nossos escritos
confessionais, são as ferramentas que nos auxiliam nessa busca. Por isso, precisamos
conhecê-los. Devemos estudá-los juntamente com a Bíblia, sem isso nossa identidade luterana
corre perigo.

Somos evangélicos, queremos conduzir nossa vida de acordo com os ensinamentos de Jesus
Cristo. Nisto, nossos escritos nos auxiliam, mas é preciso compreendermos o evangelho. Não
podemos correr o risco de tentarmos a auto-justificação. Esta maneira de pensar não é
luterana. Lutero nos mostra, que em primeiro lugar esta o que Deus faz por mim. Contudo,
não posso como cristão me acomodar, pois o evagelho nos compromete com o outro. Por
sermos agraciados por Deus, generosamente nos colocamos a serviço na seara.

O movimento da Reforma desencadeado por Lutero, foi abraçado de forma extraordinária


pelos leigos. Não que a proposta de Lutero fosse uma ideologia populista, estava sim
alicerçada na Sagrada Escritura, a qual nos mostra um Deus próximo do ser humano. Esta
proximidade, é revelada em Jesus Cristo: único mediador entre nós e Deus. Cabe ao
ministério específico, direcionar a comunidade para a vivência responsável do evangelho.
Somos Igreja de leigos/as. Fazemos parte do sacerdócio geral de todos os crentes. Não
podemos nos tornar individualistas. Cada um de nós é responsavel em anunciar o evangelho
de Cristo em palavras e ações.
Um dos motivos que levou a Reforma a ganhar o apoio dos leigos, foi sem dúvida o acesso à
Bíblia por parte do povo. Lutero entendeu que todos estamos no mesmo nível diante de Deus.
Segundo ele, não pode haver nada que impeça o acesso direto a Jesus Cristo. Surge aqui um
esforço do reformador por uma reforma do ensino: “Não adianta traduzir a Bíblia, se o povo
for analfabeto”. Lutero propõe a liberdade do cristão. Uma obra clássica sobre isto é
intitulada: “Da liberdade cristã.” Neste livro, Lutero enfatiza que “o cristão é senhor livre
sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém”. Esta libertação, trás a responsabilidade
individual do ser humano. Mas não o descompromete com o outro, pois no mesmo livro
Lutero acrescenta: “Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos”. Para Lutero,
“de libertação evangélica nascem pessoas responsáveis, capazes do amor e do empenho na
prática do bem – não porque devem, mas porque querem.”

O Reformador Martim Lutero, entende que a Igreja não pode ter uma atuação apolítica. Ela
tem o papel de mostrar que Deus é Senhor da Igreja e do mundo. As duas instancias tem
funções distintas, mas devem estar a serviço do Evangelho de Cristo. Este serviço, preza pelo
resgate da dignidade humana. Para ele, Deus também governa através de um bom governo.
Daí o motivo de escrever o livro entitulado: “À nobreza cristã da Nação Alemã, acerca da
melhoria do estamento cristão”. Neste manifesto, Lutero conclama as autoridades para se
empenharem por mudanças estruturais na Igreja e na sociedade. Suas propostas vão desde a
abolição de pagamento dos impostos a Roma até a criação e manutenção de escolas. Segundo
Lutero, “a confusão de Igreja e Estado resulta em regime teocrático, que é contrário ao
Evangelho. Pregação da palavra de Deus é uma coisa, outra é governar uma nação. A
confissão luterana faz questão de aí distinguir.”

A Reforma luterana, teve como impulso a Sagrada Escritura. Lutero era professor de Bíblia.
Por isso, nossas confissões nada mais são do de confissões bíblicas. Elas apontam única e
exclusivamente para Cristo. A Bíblia é sagrada, pois trás em si testemunho da ação de Deus
em favor de seu povo. É, por excelência, o testemunho de Jesus Cristo. Critério para
interpretação da Bíblia é a pergunta pelo que promove a Cristo. Interpretação luterana da
Bíblia, é aquela que busca ver o testemunho bíblico em seu conjunto, interpretando todas as
partes a partir de seu centro: Jesus Cristo. “Conforme Lutero, na verdade não somos nós os
que interpretam a Bíblia, mas a Bíblia interpreta a nós. Na boa leitura bíblica, quem vai sendo
transformado é o leitor e a leitora.” Devemos amar a Bíblia por causa do nosso amor a Jesus
Cristo.
A Bíblia, trás Jesus Cristo como único Senhor e Salvador. Não podemos distorcer a
mensagem do evangelho. Mas nela, encontramos testemunho de pessoas que seguiram a
Jesus. Estes são exemplos de conduta evangélica. Conforme Lutero, merecem respeito e não
adoração. Segundo “o Novo Testamento, santo é quem crê. Todos os cristãos, enquanto
crêem, são santos (1 Co 1.2)”. Por esta razão, culto aos santos estaria em conflito com a
exclusividade de Jesus como salvador da humanidade. Cristo é o único intermediador entre
Deus e os seres humanos (1 Tm 2.5).

A confissão luterana, procura praticar os sacramentos como sendo graça de Deus em favor
dos seres humanos e não o contrário. Lutero combateu o sacramentalismo. Deixou claro que o
batismo e a santa ceia, não tem poderes mágicos. São sinais claros da ação de Deus. Estes
entretanto, dependem da fé de quem os recebe. A administração dos sacramentos, deve estar
acompanhadsa da catequese, da aprendizagem de vivência cristã, da confissão de pecados. A
concepção luterana, trás a fé como um dos fatores principais para a aceitação do sacramento.
Nos sacramentos, Deus é o doador nós somos os hóspedes. Sacramento é palavra visível. Para
Lutero era importante que os sacramentos tivessem uma clara fundamentação bíblica. Razão
esta, a aceitação de dois sacramentos: batismo e santa ceia.

Brakemeier, finaliza sua reflexão chamado a atenção para a maneira de vermos a realidade.
Diz ele, que por detras das questões doutrinais sempre existe um determinado pensamento.
Salienta dois aspectos do pensamento luterano: pensamento crítico e pensamento dialético.
Crítico quando afirmamos que a autoridade de Deus está acima de qualquer outra. Dialético
no sentido de vermos um Deus juiz. Cabendo a Ele a justiça e não a nós. Somos
simultaneamente justos e pecadores.

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