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MEDICINA LEGAL

 Conceito: a Medicina a serviço da Justiça

 Histórico: considerado o “pai” da Medicina Legal – Ambroise Paré (1º livro


publicado em 1575).
No Brasil – Raymundo Nina Rodrigues
 Áreas de atuação:
♦ Parte geral: Deontologia Médica
♦ Parte especial:
 Antropologia forense (identidade e identificação)
 Traumatologia (lesões corporais e energias0
 Sexologia
 Asfixiologia
 Tanatologia (fenômenos cadavéricos)
 Toxicologia
 Psicologia forense (fenômenos afetivos, volitivos e mentais)
 Psiquiatria forense (capacidade mental e doenças mentais)
 Infortunística (acidente e doenças do trabalho)
 Criminologia (gênese e dinâmica dos crimes)
 Vitimologia (participação da vítima no ato criminoso)

 Medicina Legal Social (Odom Maranhão) : do trabalho, preventiva e


securitária.

 Documentos Médico-Legais:
♦ Notificações: comunicações compulsórias às autoridades competentes
♦ Atestados: afirmação de um fato médico e de suas conseqüências
(oficiosos, administrativos e judiciários)
♦ Relatórios: descrição minuciosa da perícia
• Auto: se é ditado diretamente ao escrivão
• Laudo: se é redigido posteriormente
♦ Parecer Médico-Legal: documento particular por profissional de
notório conhecimento sobre o tema

 Perícia Médico-Legal: toda sindicância praticada por médico com o objetivo


de esclarecer a Justiça, em cumprimento da autoridade competente.
Pode ser:
Direta: realizada diretamente sobre o objeto da perícia
Indireta: realizada através da apreciação de documentos médicos ou
médico-hospitalares

 Perícias e peritos:

• Obrigatoriedade do exame de corpo de delito


 art 158: não podendo supri-lo a confissão do acusado
 art 167: caso desapareçam os vestígios, supre-lhe a prova testemunhal
 art 184: não pode ser dispensada nem pelo juiz

• Nomeação: art 159 CPP


 Por perito oficial, portador de diploma de curso superior
 Permitida a indicação de assistente técnico pelas partes que atuarão após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo, podendo elaborar quesitos
 Na falta de perito oficial, duas pessoas idôneas, com diploma de curso
superior, preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame
 Em perícias complexas, que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado poder-se-á designar mais de um perito oficial, sendo possível a
atuação de mais de um assistente técnico

• Prazo: 10 dias prorrogáveis; art 160 CPP

• Horário da perícia: arts 161 e 162 CPP

• Exame complementar: art 168 CPP


 Logo que decorra o prazo de 30 dias da lesão, podendo suprir-lhe a prova
testemunhal (para o art 129 CP)

• Peritos não oficiais redigem auto: art 179 CPP

• Divergência entre os peritos: perícia contraditória art 180 CPP

• Credibilidade da perícia: art 182


 O juiz pode rejeitar o laudo no todo ou em parte

• Suspeição e impedimentos: arts 105, 279 e 280 CPP

♦ Nulidade: ver Súmula 361 STF e arts 563 e 566 CPP


♦ Intervenção dos peritos: em qualquer fase, até após o julgamento.
♦ Falsa perícia: art 342 CP
IDENTIFICAÇÃO

♦ Identidade: é conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou uma


coisa, fazendo-a distinta das demais (França)
♦ Identificação: é o processo pelo qual se determina a identidade.
Pode ser: Médico-Legal
Judiciária

1. IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL: no vivo


no morto

 Espécie:
Ossos: microscopia
Sangue: presença de cristais de Teichman (certamente sangue)
Proceso de Uhlenhuth (sangue humano)
Dentes, pelos, unhas.

 Raça:
Forma do craneo
Índice cefálico: relação entre largura e comprimento do craneo
Ângulo facial (determinação do prognatismo)
Cabelos

 Sexo:
Cromossomial: 46 XX ou XY
Gonadal: presença de testículos ou ovários
Genitália
Obs.: no cadaver mutilado ou em putrefação, presença de útero, ovários ou
próstata e análise das dimensões dos ossos da bacia.

 Idade:
Intrauterina: crescimento de 6,0 cm do 1º ao 3º mês e de 5,5 cm do 4º ao 9º mês
Extrauterina: aparência, dentição, pele, pelos pubianos
radiografia dos ossos de mão, punhos, cotovelos e joelhos para
análise dos pontos de ossificação
radiografia para análise das suturas da abóboda craneana

 Estatura:
Tábua osteométrica de Broca (comprimento de ossos longos X índice)
Tabela de Etinne-Rollet

 Dentes: sistema odontológico de Amoedo

 Malformações, cicatrizes,tatuagens

2- IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA: vivo


morto

 O método tem que ter: unicidade (conj. de caracteres que torne o indivíduo
diferente dos demais),imutabilidade, praticabilidade e classificabilidade.

 SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH: impressões ou reproduções


dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais.
• Impressão digital é o reverso do desenho digital.

Tem três sistemas de linhas basal


marginal
central
• A união dessas linhas forma o DELTA
• O DELTA é a característica fundamental dessa classificação. É um
pequeno ângulo ou triângulo formado pela união dessas linhas.
• A presença de 1, 2 ou nenhum delta numa impressão digital estabelece
os 4 tipos fundamentais do sistema de Vucetich.

a) Verticilo: 2 deltas, um a esquerda e outro a direita do observador e um


núcleo central
b) Presilha externa: 1 delta a esquerda do observador
c) Presilha interna: 1 delta a direita do observador
d) Arco: sem delta

V E I A

 Polegar: V E I A X = defeito ou cicatriz


 Demais dedos: 4 3 2 1 0 = amputação

 FÓRMULA DACTILOSCÓPICA = mão direita


mão esquerda

IDENTIDADE = fórmula dactiloscópica + pontos característicos

• Caso se evidenciem pelo menos 12 pontos característicos idênticos


numa e noutra impressão, na mesma localização, a identidade é estabelecida
(França)
• Se necessário (em caso de fragmentos de impressão) estuda-se a
poroscopia (sistema poroscópico de Locard)

TRAUMATOLOGIA FORENSE

 LESÃO CORPORAL: é todo e qualquer dano ocasionado a normalidade do


corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, fisiológico ou mental.

 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CORPORAIS(conforme o dano):art. 129 CP

1) LEVES: art. 129 caput

2) GRAVES: art. 129 § 1º

• Incapacidade para as funções habituais por mais de trinta dias (qualquer


atividade, mesmo que parcialmente) exame complementar
• Debilidade permanente de membro, sentido ou função (perda funcional ou
anatômica de um órgão duplo)
• Perigo de vida ( difere de risco de vida)
 Deve existir o perigo iminente de morte que só não ocorre devido
uma intervenção de socorro
 Só o fato da localização da lesão ser em tórax ou abdome não
caracteriza por si só a lesão como grave
 “desejo de perigo de vida” = tentativa de homicídio
• Aceleração do parto

3) GRAVÍSSIMAS: art. 129 § 2º

• Incapacidade permanente para o trabalho (perda da capacidade de duração


incalculável mas não necessariamente perpétua para o trabalho genérico)
• Enfermidade incurável (perturbação permanente da saúde, seqüela de estado
patológico consolidado)
• Perda ou inutilização de membro, sentido ou função (perda total ou igual ou
maior que 80% de sua capacidade funcional; perda de um órgão duplo com
comprometimento do outro; pé e mão = membro)
• Deformidade permanente (dano estético irreparável por si mesmo, que cause
complexo ou interfira negativamente na vida social e econômica do indivíduo.
Deve ser fotografado)
• Aborto (sinais de certeza da gravidez + conhecimento do acusado + nexo
causal; lesão corporal dolosa)

Obs.: AIDS perigo de contágio de moléstia grave (dolo)


enfermidade incurável (dolo)
 Não é doença venérea.

I. ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA

1. INSTRUMENTOS CORTANTES: feridas incisas


• Caracterizam-se pelo seu modo de ação – atuam por pressão e deslizamento

 Características das feridas:


 Margens nítidas e regulares
 Fundo da lesão sem pontes ou esmagamento
 Comprimento maior que a largura e profundidade
 Cauda de escoriação ou de saída
 Aspecto em “V” ao corte perpendicular
 Hemorragia abundante

 Lesões características:
a) Lesões de defesa: borda cubital do antebraço, mão, palma da mão e
dedos
b) Esgorja: região anterior, lateral ou anterolateral do pescoço
c) Degola: região posterior do pescoço (nuca)

2. INSTRUMENTO CONTUNDENTE: contusão


ferida contusa
A. CONTUSÃO:

a) Escoriação: lesões da epiderme ou da derme com formação de crosta


hemática. No morto não há formação de crosta.
b) Equimose: infiltração e coagulação do sangue extravasado nas malhas
dos tecidos.
 Podem ocorrer no local do trauma ou a distância
 Petéquias, sugilação, víbices e sufusão

 Espectro equimótico de Legrand du Saulle:

vermelho – 1º dia azul – 4º a 6º amarelo esverdeado – 10º a 12º


violáceo – 2º e 3º esverdeado – 7º a 10º amarelado – 12º a 17º
c) Hematoma: coleção sangüínea em uma cavidade circunscrita, onde se
aninha
d) Bossa sangüínea: hematoma sobre planos ósseos

B. FERIDA CONTUSA - características:


• Forma, fundo e vertentes irregulares
• Escoriação das bordas
• Hemorragia menor que nas feridas incisas
• Retalhos em forma de ponte unindo as margens
• Nervos, vasos e tendões conservados no fundo da lesão

 OBSERVAÇÕES:
• Contusão cerebral X concussão cerebral
• Amnésia anterógrada e retrógrada
• Contusão abdominal – rotura de vísceras maciças e ocas
• Fraturas ósseas – diretas (no local do trauma)
Indiretas (distante do ponto de aplicação da força)
• Fratura de ossos do nariz = lesão corporal leve
• Síndrome da criança espancada (várias lesões em épocas diferentes)

3. INSTRUMENTO CORTOCONTUNENTE: ferida cortocontusa


• Atuam mais pelo manejo e próprio peso que pelo gume.

4. INSTRUMENTO PERFURANTE: ferida perfurante ou punctória


• Instrumentos finos, cilíndricos, cilindro-cônicos, puntiformes
• Agem por pressão ou percussão em um ponto, afastando as fibras sem
seccioná-las
• O aspecto do ferimento na pele é definido pela Lei de Filhos e
Langer

5. INSTRUMENTO PERFUROCORTANTE: ferida perfuroincisa


• Instrumentos perfurantes dotados de gume ou corte

6. INSTRUMENTO PERFUROCONTUNDENTE: ferida perfurocontusa


 Feridas produzidas por PAF - características:

a) Orifício de entrada: (lesão + elementos de vizinhança)


 Bordas invertidas
 Orla de contusão (ou escoriação)
 Orla ou halo de enxugo
 Zona de tatuagem (grânulos de pólvora incrustados na pele
margeando o orifício. É fixa)
 Zona de esfumaçamento ou negro de fumo (formado por depósito de
fuligem da combustão da pólvora ao redor do orifício, nos tiros próximos.
Desaparece com a lavagem.)
 Observações:
• Sinal de Benassi: tiros encostados sobre superfície óssea – craneo
• Sinal de Werkgaertner: desenho da boca do cano sobre a pele em tiros
encostados
• Câmara de mina de Hoffmann: tiros encostados sobre superfície óssea
• Tiro de longe: a orla de contusão é o elemento de maior valor para a
determinação da trajetória do projétil
• “rosa de tiro”: tiro de longe com armas de caça

b) Orifício de saída:
 Bordas evertidas e irregulares
 Geralmente maior e mais sangrante que a de entrada
 Sem os elementos de vizinhança

II. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA


1. TEMPERATURA: termonoses
queimaduras
frio

A. TERMONOSES:
♦Insolação: raios solares
♦Intermação: aumento do calor em ambientes fechados ou abertos sem
ventilação

B. QUEIMADURAS: - ação direta do calor sobre a pele ou o organismo


 Classificação:
a) Quanto a profundidade;
• 1º grau: eritema
• 2º grau: vesicação (flictenas ou bolhas com exudato)
• 3º grau: escarificação (comprometimento dermoepidermico e do
tecido celular subcutâneo - cicatriz retrátil)
• 4º grau: carbonização

b) Quanto a extensão: “regra dos 9” de Wallace

 Observações;
 Queimaduras in vitam (flictena e eritema)
 Morte durante incêndio (exame espectroscópico para
verificação de monóxido de carbono no sangue)

C. FRIO:
 Geladuras = lesões resultantes da congelação
Classificação de acordo com o grau de geladura:
• 1º grau: eritema
• 2º grau: flictenas
• 3º grau: necrose ou gangrena (“pés de trincheira”)

2. ELETRICIDADE:
 Atmosférica fulminação
fulguração

 Industrial eletroplessão

♦ Fulminação: grandes traumatismos e queimaduras


♦ Fulguração: sinal de Lichtemberg (desenhos arboriformes
vasomotores)
♦ Eletroplessão: marca elétrica de Jellineck (porta de entrada
da corrente) e queimaduras.

 Etiologia da morte por eletroplessão:


• Morte cerebral - > 1200 volts
• Morte por asfixia - 120 a 1200 volts (tetanização)
• Morte por parada cardíaca - < 120 volts (fibrilação)

III. ENERGIAS DE ORDEM QUÍMICA:

 VITRIOLAGEM: lesões produzidas por cáusticos


♦ Ácidos: coagulantes (ac. sulfúrico, ac. clorídrico) – desidratação dos
tecidos
♦ Bases: liquefaciantes (potassa, soda, amônia) - ulcerações úmidas

IV. ENERGIAS DE ORDEM BIODINÂMICA - CHOQUE:

 CHOQUE: é uma síndrome, um conjunto de sinais e sintomas


relacionados com uma queda acentuada da pressão arterial. Caracteriza um
estado clinico, decorrentes de causas diversas, em que o organismo não
consegue manter o equilíbrio circulatório desejado para manter o os
fenômenos biológicos normais, quer por uma diminuição do volume
circulatório, quer por uma diminuição do volume de sangue ejetado pelo
coração.
♦ Sinais: pulso aumentado em freqüência mas diminuído em amplitude
(taquisfigmia e pulso filiforme), cianose, diminuição do débito urinário,
perda de consciência, respiração superficial, acidose metabólica e morte.
♦ Causas:
primário
Qnto ao momento de instalação
secundário
cardiogênico
obstrutivo
choque hemorrágico
Qnto a origem hipovolêmico
hidropênico
infeccioso
periférico anafilático
neurogênico

ASFIXIOLOGIA

 Estudo da lesão por cessação da respiração.

 CARACTERÍSTICAS GERAIS:

♦ Externas:
• Cianose de face
• Cogumelo de espuma (mais freqüente no afogado)
• Procedência da língua (no enforcamento e estrangulamento)
• Livor cadavérico mais escuro

♦ Internas;
• Sangue fluido e negro (róseo no afogamento e vermelho no monóxido
de carbono)
• Equimoses viscerais:
 Equimoses de Tardieu (superfície pleural e epicárdica)
 Equimoses de Paltauf (nos afogados)
• Congestão polivisceral (exceção do baço – sinal de Etiéne-Martin)

 CLASSIFICAÇÃO:

A. Asfixia por constricção do pescoço enforcamento


estrangulamento
esganadura

oclusão dos orifícios externos das


vias aéreas
direta ou ativa oclusão das vias aéreas
soterramento
B. Asfixia por confinamento
sufocação
indireta ou passiva compressão do tórax

C. Introdução do indivíduo em meio líquido (afogamento)


ambiente de gases irrespiráveis

 MODALIDADES:

1) ENFORCAMENTO: asfixia mecânica por constricção do pescoço com um


laço, agindo o próprio peso do corpo como força.
• laço: constituído pelo nó e pela alça
• nó: mais habitualmente posterior; as vezes lateral
• suspensão: típica (completa)
atípica (incompleta)

 Características do cadáver:

• a cabeça pende sempre para o lado oposto ao nó


• otorragia (as vezes)
• rigidez cadavérica mais tardia
• hipostases na metade inferior do corpo
• turgescência peniana e ejaculação

 Sinais externos:

 Sulco: único, oblíquo, ascendente anteroposterior, descontínuo, de


situação alta (acima da cartilagem tireóide), mais profundo na parte central
da alça, pergaminhado.

Obs.: no enforcamento incompleto o sulco pode ser mais baixo,


horizontalizado e contínuo.
 Sinais internos: planos profundos do pescoço
• Sinal de Amussat: secção transversal da túnica íntima da carótida
comum
• Sinal de Friedberg: sufusão hemorrágica da túnica adventícia

 Mecanismos da morte: por asfixia mecânica, por obstrução


circulatória, por compressão do nervo vago

2) ESTRANGULAMENTO: asfixia mecânica por constricção do pescoço por laço


ou força do homicida
 Sinais externos;

 Sulco: horizontalizado, único ou múltiplo, contínuo e uniforme, de situação


baixa, pergaminhado

• equimoses puntiformes nas conjuntivas e face


• protusão lingual

 Sinais internos;
• infiltração hemorrágica nos tecidos do pescoço

 Mecanismos da morte: asfixia e compressão dos vasos e nervos do


pescoço

3) ESGANADURA: asfixia mecânica pela constricção


anterolateral do pescoço promovida pela força da mão do
agente homicida

 Sinais externos:
• equimoses ovaladas ou elípticas em pescoço, produzidas pelas polpas
digitais
• estigmas ou marcas ungueais (escoriações)

4) AFOGAMENTO: penetração de líquidos nas vias respiratórias

 Sinais externos:
• pele anserina ou de galinha
• pergaminhamento da pele
• “cabeça de negro” 9putrefação)
• livores vermelho-claro
• cogumelo de espuma
• putrefação mais lenta quando submerso

 Sinais internos:
• presença de líquido na árvore bronquica e no aparelho digestivo
• diluição do sangue
• equimoses subpleurais de Paltauf

5) ASFIXIA POR GASES


 Monóxido de carbono carboxihemoglobina
 a pesquisa de monóxido de carbono no sangue se faz por
espectometria

SEXOLOGIA FORENSE

 Estuda as ocorrências atinentes a gravidez, ao aborto, ao parto, ao puerpério, ao


infanticídio, a paternidade, a reprodução humana e aos crimes sexuais.

1) GRAVIDEZ: desde a fecundação até a expulsão espontânea ou proposital do


concepto.

 Diagnóstico de gravidez:
a) Sinais de probabilidade:
• amenorréia, emesis de repetição, turgência mamária, pigmentação
aureolar, saliência dos tubérculos de Montgomery, galactopoiese, cloasma,
ventre globoso e outros.
b) Sinais de certeza:
• ultra-sonografia ( a partir da 3ª semana ), movimentos fetais (a partir
do 4º mês e meio), batimentos cardio-fetais, sopros dos vasos uterinos

 Hipóteses a considerar no diagnóstico de gravidez:


• Suposição de gravidez: mulher de boa fé supõe-se grávida. Pode
haver sinais de probabilidade.
• Simulação de gravidez: mulher de má fé finge gravidez
• Dissimulação de gravidez: mulher de má fé esconde a gravidez
• Ignorância da gravidez

 Duração da gravidez: tempo médio = 280 dias (40 semanas)


 Art 1597 CC “presumem-se concebidos na constância do casamento
os filhos nascidos pelo menos 180 dias após o casamento e até 300 dias após
sua dissolução”

2) PARTO E PUERPÉRIO:
 Parto: conjunto de fenômenos mecânicos, fisiológicos e psicológicos
expulsivos do feto a termo ou viável, e de seus anexos.

 Conceito obstétrico:
• a termo: entre a 38ª e 42ª semana gestacional (>2500g)
• prematuro: entre a 29ª e 37ª semana gestacional (1001 a 2499g)
• imaturo: entre a 21ª e 28ª semana gestacional (400 a 1000g)

 Conceito médico legal: inicia-se o trabalho de parto com a rutura da


bolsa, indo até a expulsão do concepto

3) ABORTO:
 Interrupção da gravidez em qualquer época gestacional, antes da data
prevista, com a morte do concepto, intra ou extra-uterina.

 Aborto nascido morto


nascido vivo que morre logo após por inviabilidade
 Aceleração do parto: nascido vivo

 Aborto: espontâneo, legal, criminoso, acidental

 Diagnóstico de parto recente:


a) Mulher viva:
• presença dos sinais de probabilidade
• distensão dos músculos perineais
• colo do útero amolecido, projetado na cavidade vaginal e com orifício
característico
• presença de lóquios (sanguinolentos ou serosanguinolentos nos
primeiros 5 dias e secreção mucosa transparente por volta do 9º dia)
• útero aumentado:
 6º dia: metade da linha sínfise umbilical
 9º dia: 6cm acima da sínfise
 12º dia: atrás da sínfise
• carúnculas mirtiformes: (parto normal)
b) Mulher morta:
• Os acima + exame anatomopatológico de útero e ovários

4) INFANTICÍDIO: art 123 CP “matar a mãe, o próprio


filho, durante ou logo após o parto, sob a influência
do estado puerperal”

 durante o parto: após a rotura da bolsa até a saída do ser nascente


 logo após o parto: logo em seguida a expulsão das secundinas e antes dos
primeiros cuidados (= infante nascido)

 antes do parto = aborto


 “tempo” após o parto = homicídio

 Infante nascido: é o que acabou de nascer mas ainda não recebeu os primeiros
cuidados. Características:
• bossa sanguinolenta (tumor do parto)
• estado sanguinolento
• induto sebáceo
• respiração autônoma
• cordão umbilical (cerca de 50cm)
 rutura sem laqueadura = infanticídio
 rutura com laqueadura = homicídio

 Recém nascido: desde os primeiros cuidados de higienização corporal e


tratamento do cordão umbilical até o 7º dia de nascimento.
Características:
• coto umbilical
• mecônio (eliminado do 1º ao 3º dia)
• descamação epidérmica (do 2º ao 10º dia)
• mielinização do nervo ótico (1º ao 4º da)
• respiração autônoma

 Provas de vida extra-uterina:


 Respiração autônoma DOCIMÁSIAS

a) Docimásia ótica de Bouchut (pulmão hepatizado)


b) Docimásia diafragmática de Ploquet (diafragma horizontalizado)
c) Docimásia tátil de Neri Rojas (crepitação a palpação)
d) Docimásia gastrointestinal de Breslau (ap. gastrointestinal com ar)
e) Docimásia radiológica de Bordas
f) Docimásia histológica de Balthazard
g) Docimásia hidrostática pulmonar de Galeno: densidade do pulmão
 1ª fase: todo o sistema respiratório
 2ª fase: só os pulmões
 3ª fase: fragmentos dos pulmões
 4ª fase: comprimem-se os fragmentos para verificar a saída de bolhas de ar

5) ESTUPRO: art 213 CP


 Prática de “conjunção carnal” ou outro “ato
libidinoso”
 Provas de conjunção carnal:
• rotura de himem
• presença de esperma na cavidade
• gravidez
(moléstia venérea contagiosa da qual o imputado seja portador)
(alta taxa de fosfatase ácida na cavidade vaginal)
 Diagnose de esperma:
a) Certeza:
• encontro do espermatozóide na cavidade
b) Probabilidade:
• Reação de Florence
• Reação de Barbério
• Cristais de Baechi

 Hímem: orla, óstio, rotura, entalhe, complacente (cerca de 15 a 20%)

 Rotura: cicatrização completa em 15 dias (a 20 dias – França)


observação com raios ultravioleta: arroxeado=recente
amarelado=antiga
 Carúnculas mirtiformes

 Ato libidinoso
Exame de corpo de delito a fim de constatar lesões tegumentares e no esfíncter
anal, sugestivas da prática do delito.

6) Violação sexual mediante fraude ( art.215 )


Estupro de vulnerável ( art. 217 )
• Exame para constatação de estupro ou ato libidinoso
• Exame para constatação de enfermidade ou
deficiência mental, ou existência de outras causas que
possam diminuir a resistência da vítima

TANATOLOGIA FORENSE

 Estuda os fenômenos da morte e suas conseqüências


jurídicas.

 Tanatagnose: estuda o diagnóstico da realidade da morte


imediatos
 Fenômenos abióticos
consecutivos

destrutivos
 Fenômenos transformativos
conservadores

1. Fenômenos abióticos imediatos: insinuam a morte


perda da consciência
cessação da respiração
ausência de batimentos cardíacos e pulso
hipotonia muscular
perda da sensibilidade
fácies hipocrática

2. Fenômenos abióticos consecutivos:

resfriamento do corpo: ½ grau nas 3 primeiras horas e 1 grau/h após


rigidez cadavérica: após a 2ª hora
espasmo cadavérico
livores de hipóstases
opacificação da córnea
mancha esclerótica de Sommer-Larcher
diminuição da tensão do globo ocular
tela viscosa do globo ocular (sinal de Stenon-Louis)

3. Fenômenos transformativos destrutivos:

 Autólise:
• acidificação dos tecidos

 Putrefação:
a) Período de coloração: “mancha verde abdominal”; 24h pós mortem; estende-se
por todo o corpo após 3 a 5 dias

b) Período gasoso: flictenas putrefativos, enfisema subcutâneo, distensão do escroto,


protusão dos globos oculares e da língua, circulação póstuma de
Brouardel, parto de putrefação. Dura em média cerca de 14 dias.

c) Período coliquativo: dissolução pútrida das partes moles. Dura de 1 a vários


meses

d) Período de esqueletização:

 Maceração:
• em submersos em meio líquido contaminado (maceração séptica).
• feto morto retido (maceração asséptica)

4. Fenômenos transformativos conservadores:


 Mumificação: dessecação natural ou artificial do cadáver
• natural: em clima quente, seco e arejado

 Saponificação (adipocera): estágio avançado de putrefação, com cadáver


apresentando pele untosa, amolecida (como sabão ou cera), odor de queijo
rançoso e tonalidade amarelo-escura. Formam-se ácidos graxos
• em solo argiloso e úmido, que permite a embebição e dificulta a aeração do
cadáver

 Calcificação: fetos retidos na cavidade abdominal por gestação tubária rota


ocorrendo incrustações de sais de cálcio (litopédio)

 Corificação: em corpos encerrados em caixão hermeticamente fechado


(principalmente caixões de zinco), adotando a pele aspecto de couro curtido

CRONOTANATAGNOSE

 Estudo da cronologia dos sinais da morte

A. Fenômenos cadavéricos:
Resfriamento do cadáver: ½ grau nas primeiras 3 horas e 1 grau/h após
Rigidez cadavérica: 1-2h=nuca e mandíbula; 2-4h=toracoabdominal; 4-
6h=membros superiores; 6-8h=membros inferiores
Desaparece na mesma ordem 36 a 48hs após
Livores de hipóstases: surgem 2-3h pós mortem e fixam-se após 8-10hs
Mancha verde abdominal: 18 a 24h pós mortem; estendem-se por todo o corpo do
3º ao 5º dia
Gases de putrefação: gás sulfídrico 12h pós mortem
Decréscimo de pese: desidratação
B. Cristais de sangue putrefeito:
A partir do 3º dia até o 5º dia

C. Conteúdo gástrico:
Estômago cheio: = 1 a 2hs após a última alimentação
Alimentos em fase final de digestão: 4 a 7hs após a última alimentação
Vacuidade gástrica: > 7hs

D. Fauna cadavérica: em cadáver exposto ao relento

 MORTE AGÔNICA X MORTE SÚBITA

hepática
DOCIMÁSIAS
supra-renal
 Docimásia hepática:
♦ Química (Lacassagne e Martin): pesquisa do glicogênio hepático
glicogênese (formação)
glicogênio
glicogenólise (metabolismo)

diminuição do glicogênio hepático = > metabolismo = agonia

♦ Histológica: pesquisa microscópica

 Docimásia supra-renal: pesquisa da dosagem de adrenalina nas glândulas supra-


renais

TOXICOLOGIA

 Conceitos:

 DROGA: toda substância química que uma vez no


interior de um organismo vivo altera uma de suas
funções.

 PSICOTRÓPICO: substância química que tem afinidade


de atuação sobre as funções mentais.

 PSICOFARMACO: = psicotrópico
 TOXICOMANIA OU TOXICOFILIA: hábito de uso
regular de uma droga.

 DROGADITO: aquele que usa regularmente uma droga.

 DEPENDÊNCIA: estado de necessidade compulsiva de


uso de uma droga
Pode ser:
♦ Psíquica: necessidade dos efeitos prazerosos que a droga proporciona. Pode ser
desencadeada por eventos externos que relembram seu uso (e seus
efeitos – reforço positivo) como também por eventos que relembram
ocasiões angustiantes pela dificuldade de sua obtenção e o surgimento
de sintomas da síndrome de abstinência (reforço negativo).
♦ Física: após um determinado período de uso de uma droga pode ocorrer uma
adaptação do organismo (física) aos afeitos bioquímicos desta, e sua
abstenção provoca , então, sintomas extremamente desagradáveis ao
usuário.

 TOLERÂNCIA: adaptação (física) do organismo à


droga, quando então tendem a diminuir seus efeitos
prazerosos, sendo que para reproduzi-los o indivíduo tem
que aumentar a dose de uso da substância psicoativa ou
substituí-la por outra.

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: efeitos (sintomas) desagradáveis sentidos pelo


dorgadito após determinado período de abstinência do uso da droga.
A ocorrência da síndrome de abstinência caracteriza o estado de dependência a
uma droga.

 RECAÍDA: retomada do uso de uma droga após


determinado período de abstenção, quando geralmente já
cessaram os sintomas da síndrome de abstinência.
Portanto, a principal causa da recaída é a ocorrência da dependência
psíquica aos efeitos da droga.

 CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS PSICOTRÓPICAS


DE ACORDO COM SEUS PRINCIPAIS EFEITOS:

psicolépticos
Psicotrópicos psicoanalépticos
psicodislépticos
A. PSICOLÉPTICOS: drogas que deprimem (inibem) o
sistema nervoso central
Exemplos: diazepínicos (calmantes ou tranqüilizantes)
barbitúricos (gardenal e outros)
morfina (e derivados)
álcool

B. PSICOANALÉPTICOS: drogas que estimulam


(excitam) o SNC
Exemplos: anfetaminas
cocaína
cafeína
nicotina

C. PSICODISLÉPTICOS: drogas que perturbam o SNC


Exemplos: maconha
LSD
inalantes (cola de sapateiro, lança-perfume, cheirinho da lóló)
chás de lírio, do Santo Daime

♦ Algumas drogas, devido a seus múltiplos efeitos, podem ser classificadas de forma
diferente. Alguns autores adotam forma distinta de classificação.

♦ No IML, para análise do possível uso de uma substância psicotrópica por um


determinado indivíduo é realizado:

• No vivo: exame clínico e analise laboratorial de sangue (e urina)


• No morto: exame laboratorial de sangue, urina e vísceras (fígado e vesícula biliar,
e estômago com conteúdo)

PSICOPATOLOGIA FORENSE

 PSICOLOGIA FORENSE: estuda as variações da


personalidade e do comportamento normal. Avalia as
capacidades volitivas, afetivas, cognitivas e aptidões do
indivíduo.

 PSIQUIATRIA FORENSE: estuda as doenças mentais,


suas conseqüências e tratamento.

 A Psicopatologia Forense tem primordial interesse


quando analisamos as circunstâncias que definem o
artigo 26 do Código Penal:

inimputabilidade

semi-imputabilidade

 Podem ser causas de inimputabilidade ou de semi-


imputabilidade penal:

 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS:


Uma série de transtornos mentais que podem instalar-se em qualquer fase da vida e
que tem em comum uma etiologia demonstrável de doença ou lesão cerebral,
e que podem comprometer as funções cognitivas, como também causar
alucinações, delírios, alterações do humor e das emoções.

 ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS PSICÓTICOS


E DELIRANTES
Sintomas: percepção de inserção ou roubo do pensamento, voes alucinatórias,
delírios de identidade, alucinações persistentes de qualquer modalidade,
interpolações no curso do pensamento, negativismo e retraimento social.

 RETARDO MENTAL
Nas formas severo e profundo (idiota e imbecil)

 Podem ser causas de semi-imputabilidade

 TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE E DO
COMPORTAMENTO
Exemplos: transtorno de personalidade paranóide, esquizóide, anti-social e outros

 RETARDO MENTAL
Nas formas leve e moderada (débeis mentais)

 TRANSTORNOS DO HUMOR
Depressão e mania
 Os transtornos NEURÓTICOS (fobias, ansiedade, stress) não são tratados como
causas previstas para exclusão ou atenuação da imputabilidade penal.

 TRANSTORNOS DE PREFERÊNCIA SEXUAL (desvios do instinto e aberrações


sexuais)
• Erotismo: aumento do apetite sexual
• Lubricidade senil: aumento do apetite sexual em idade avançada
• Erotomania: diminuição do desejo sexual carnal - amor platônico
• Exibicionismo: desejo impulsivo de exibir os órgãos genitais
• Narcisismo: culto e admiração ao próprio corpo
• Voyerismo ou mixoscopia: satisfação em observar o outro despido ou em trajes
íntimos
• Fetichismo: predileção por partes do corpo do outro (que não os genitais) ou por
peças íntimas
• Gerontofilia: atração por pessoas idosas
• Onanismo: masturbação como única forma de satisfação sexual
• Edipismo: prática de incesto
• Pedofilia: atração por crianças (ou crianças adolescentes)
• Pigmalionismo: atração por estátuas
• Frotteurismo: satisfação em tocar ou esfregar-se
• Vampirismo: satisfação com sangue do parceiro
• Riparofilia: atração por pessoas de pouca higiene
• Urofilia: prazer pelo contato com urina própria ou do parceiro
• Coprofilia: prazer pelo contato com fezes próprias ou do parceiro
• Coprolalia: prazer por ouvir ou falar palavras obscenas durante o ato sexual
• Zoofilia: atração por sexo com animais
• Necrofilia: atração por sexo com cadáver
• Sadismo: prazer em infringir sofrimento físico
• Masoquismo: prazer em sentir sofrimento físico

 ALCOOLISMO

normal
• Agudo (embriaguez)
Patológica

♦ Embriaguez patológica:
 Indivíduos que apresentam respostas incomuns (excitomotora, agressiva ou
delirante) com ingestão de pequenas doses de bebida alcoólica

• Crônico (consumo contínuo e regular por tempo prolongado)


♦ Delírio alcoólico:
 Irritação, insônia, agitação, sudorese e delírios com relatos de visões de animais
(zoopsias)

♦ Alucinose alcoólica:
 Predominam as alucinações auditivas (vozes de comando ou de reprovação)

♦ Depressão alcoólica

♦ Encefalopatia de Wernicke
 Insônia, alucinações, incoordenação motora, com deterioração mental

♦ Psicose (síndrome) de Korsakoff


 Desorientação no tempo e espaço, amnésia e confabulação, evoluindo para
demência

 NOTA: o dependente (severo ou moderado) de


substância entorpecente pode, de acordo com o art.19 da
Lei 6368/76, ser inimputável ou semi-imputável para o
delito por este praticado

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