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05/08/10 - quinta-feira
Conceito de DIPRI:
“Conjunto de normas de direito interno que regem relações privadas internacionais” (OAB-
MG)
Fontes
- Constituição Federal
- Código Civil e Código de Processo Civil
- Código Comercial
- Código Penal e Código de Processo Penal
- CLT
- CTN
- LICC
- Leis ordinárias
- Tratados Internacionais
Métodos e auxiliares do DIPRI
• Direito uniforme e Direito Uniformizado – Ou seja, é a comparação com outros direitos
que possuem a mesma história (Ex.: Lei Brasileira e Argentina). O direito pode ser
uniformizado quando se determina tratados internacionais, ou seja, regra para
aplicação como por ex. a união de países que determinaram a legislação tributária (Ex.:
MERCOSUL).
• Método uniformizador – Usa tratados para uniformizar.
• Método conflitual – o direito não é uniforme. Olhas as normas do direito Brasileiro e vê
qual a solução que elas dão ao caso concreto (em meio ao conflito). É chamado de
“Conflict of Laws” (Conflito de Direitos).
Auxiliar: Direito Comparado
- Civil Law e Common Law
Civil Law é o sistema que utiliza códigos, e onde a fonte primária do direito é a lei.
Common Law é o sistema que se norteia por precedentes vinculantes/jurisprudências. Não há
códigos; porém a sua fonte primária é a Constituição; onde os juízes que criam as leis. Por
isso da utilização de precedente vinculante. A lei é a fonte primária subsidiária.
Normas de DIPRI
• Normas Ordinárias
• Normas Indicativas
É aquela que vai indicar para o juiz brasileiro qual a lei que será aplicada no caso em
questão.
11/08/10 - quarta-feira
Preceitos de DIPRI
1) Preceito da ordem pública:
Art. 17 da LICC- As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
Ex.: Um pedido de divorcio de sentença estrangeira de casal homossexual. Essa sentença fere
a ordem pública brasileira.
O que é ordem pública? Ordem pública é o conjunto de princípios basilares que norteiam o
direito brasileiro. Cada área do direito tem um conjunto de princípios, se um princípio é ferido
a área do direito fica maculada.
2) Preceito do Reenvio
Art. 16 da LICC – Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por
ela feita a outra lei.
A LEI DETERMINADORA DO ESTATUTO PESSOAL
Verificação da Questão 74 (OAB/ES, 2005 – Agosto – G4)
O que é estatuto pessoal (pessoa física)?
Art. 7º, LICC A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
É o conjunto de regras/normas do direito brasileiro que regem sobre começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Existem critérios para disciplinar o Estatuto Pessoal:
1º. Territorialidade: Aplica-se a lei do local onde estiver a pessoa (ou seja, a lei do território
onde estiver a pessoa) para determinar o seu estatuto pessoal. Ex.: Se um Holandês
(residente e domiciliado na Holanda) estiver no Brasil, aplicar-se-á a lei brasileira. Não
adotamos este critério para o Dir. Internacional Privado. Este critério é aplicado apenas
no âmbito Penal.
2º. Nacionalidade: Aplica-se a lei da nacionalidade da pessoa. Ex.: Se um Holandês estiver
no Brasil, aplicar-se-á a lei holandesa. Este critério não é adotado no Brasil, mas a
grande maioria dos países europeus adota este critério.
3º. Domicilio: Critério criado pela Alemanha, informa que aplica-se a lei do domicilio da
pessoa. Ex.: Se um Holandês (residente e domiciliado nos EUA) estiver no Brasil,
aplicar-se-á a lei americana, pois não importará onde a pessoa está, mas sim o seu
domicílio. O Brasil adota este critério provado com o Art. 7º, caput, da LICC.
O que é domicilio? Art. 70 CC
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.
Em uma sentença americana apresentou a informação de que domicilio é o local da
residência habitual. O STF afirmou que esta residência habitual afirmada pelo juiz
americano é a mesma citada no Art. 70 do CC.
4º. Tratados internacionais
Convenção da Haia (1955, Art. 2º) – aplica-se a lei da nacionalidade.
Esta convenção manda o juiz adotar a regra do domicilio no caso concreto, apesar de
reger sobre a nacionalidade. Esta convenção não é adotada no Brasil.
19/08/2010 - quinta-feira
2 – Uma pessoa que validamente se casou em Portugal, mas não levou seu casamento a
registro nos termos do art. 1544, CC, pode se casar novamente com outra pessoa no Brasil?
Por quê?
Não. Mesmo não registrado o casamento em Portugal existe, tem valor e não permite que a
pessoa em Portugal ou no Brasil, venha contrair um novo casamento.
25/08/2010 - quarta-feira
Invalidade do casamento
Art. 7º LICC - A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. (REGRA)
§ 3º - Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei
do primeiro domicílio conjugal. (EXCEÇÃO)
Um brasileiro casou-se com uma argentina, e o casamento foi realizado no Paraguai. Porem,
fixou o 1º domicilio no Uruguai. Separaram-se, e o brasileiro voltou para o Brasil, e a
Argentina voltou para seu país. Nesse caso, aplica-se a lei do Uruguai, pois é a lei do primeiro
domicilio conjugal, conf. o § 3º
Agora, se os dois forem morar no Brasil, a separação será realizada no Brasil, pois aplico o
caput do Art. 7º.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílios, e, se este for diverso, à do primeiro domicílio conjugal.
Isso se chama “teoria das qualificações” pegar um caso prático e dividir dentro daquele
caso os vários objetos de conexão, aplicando um elemento para cada objeto (pensão, regime
de bens, separação... para cada um se aplica regra própria de DIPRI.
Regime de bens de brasileiro naturalizado
Estrangeiro se nacionalizando brasileiro:
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência
de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile
ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de
terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
O legislador permite a mudança de regime de bens para estrangeiro, desde 1977. Para
brasileiro nato, essa alteração somente foi permitida em 2002. Essa norma do § 5º, permite a
mudança para qualquer regime, e não somente ao regime da comunhão parcial.
DIVÓRCIO E BRASILEIRO REALIZADO NO ESTRANGEIRO
Art. 7º § 6º da LICC
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só
será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) anos da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá
efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças
estrangeiras no país. O STJ, na forma de seu Regimento, poderá reexaminar, a requerimento
do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras
de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
Com a leitura deste artigo, chegamos a conclusão que o divórcio PRECISA ser homologado
no Brasil, pois é sentença.
DIREITO DAS SUCESSÕES INTERNACIONAIS
1) Regra do domicilio – art. 10 LICC
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliado
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
- Qualquer que seja a natureza e a situação dos bens
- Não confundir com as regas de competência exclusiva (art. 89, CPC)
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Art. 89 - Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança
seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
Ex: Argentino falece no Uruguai e deixa bens no Brasil. Competência? Lei aplicável?
Processa-se o inventário no Brasil e aplica-se a lei do país do domicilio, ou seja, no uruguai.
2) Sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil – art. 10, §1º
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Sempre será aplicado a lei mais benéfica quando houver filhos / cônjuges brasileiros.
Ex: Ap. Cível 14.153/98, 3ª Câm Civel, TJ-RJ (falecido português: CC português, art. 2142).
3) E se os bens estiverem no estrangeiro?
STF: RE 99.230.8
A competência dos bens no estrangeiro não será a brasileira.
26/08/2010 - quinta-feira
SUCESSÕES INTERNACIONAIS
4) Capacidade para suceder – Art. 10, §2º LICC
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Depende se no país onde a pessoa é domiciliada ela é capaz, a Lei do Brasil diz que a
capacidade é de acordo com o país de onde a pessoa reside.
Ex: RE 61.434/SP -> caso da espanhola adotada (STJ)
O STJ aplicou o princípio da igualdade de filhos (adotados e biológicos), para permitir o direito
a espanhola (que não tinha capacidade para suceder de acordo coma Lei espanhola) adotada
a suceder no Brasil, mesmo contrariando a legislação espanhola, contrariando o §2º do art. 10
da LICC.
5) Sucessão testamentária
Não há previsão legal na legislação brasileira
Testamento hológrafo – testamento particular (à mão).
STF RE 68.157 – lei aplicável à forma: lei local do ato
Lei aplicável ao dir. sucessório: 1 domicilio
SEQUESTRO INTERNACIONAL INTERPARENTAL DE MENORES
Convenção de Haia 1980 (ratificada e publicada no Brasil em 2000)
1) Quais os objetivos da convenção?
A Convenção lida, na realidade, com dois grandes objetivos: o retorno da criança e o respeito
ao direito de guarda e de visita. Mas na prática, o que prevalece na Convenção é o desejo de
“garantir o restabelecimento da situação alterada pela ação do seqüestrador”1. Desse modo,
pode-se afirmar que o retorno da criança é a principal providência a ser considerada pelas
autoridades requisitadas.
2) Quando a transferência ou retenção de uma criança é ilícita?
Artigo 3º - A transferência ou a retenção de uma criança é considerada ilícita quando:
a) tenha havido violação a direito de guarda atribuído a pessoa ou a instituição ou a qualquer
outro organismo, individual ou conjuntamente, pela lei do Estado onde a criança tivesse sua
residência habitual imediatamente antes de sua transferência ou da sua retenção; e
b) esse direito estivesse sendo exercido de maneira efetiva, individual ou em conjuntamente,
no momento da transferência ou da retenção, ou devesse está-lo
sendo se tais acontecimentos não tivessem ocorrido.
O direito de guarda referido na alínea a) pode resultar de uma atribuição de pleno direito, de
uma decisão judicial ou administrativa ou de um acordo vigente segundo o direito desse
Estado.
3) Quando a convenção se aplica?
Artigo 4º - A Convenção aplica-se a qualquer criança que tenha residência habitual num
Estado Contratante, imediatamente antes da violação do direito de guarda ou de visita. A
aplicação da Convenção cessa quando a criança atingir a idade de dezesseis anos.
Comentários: O art. 4º estabelece os seguintes requisitos para a aplicação da Convenção:
1) os Estados envolvidos no pedido de retorno devem ser signatários da Convenção;
2) a criança cuja restituição se pede deve ter tido residência habitual no Estado requerente;
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3) essa residência habitual deve ter ocorrido imediatamente antes da violação do direito de
guarda ou de visita;
4) a criança em questão não pode ter idade superior a 16 anos completos.
Esses aspectos, portanto, deverão ser examinados pelo juiz ou autoridade administrativa,
antes de determinar o retorno da criança.
4) Explique o dever de retorno imediato da criança. E quando não há esse dever?
5) Qual é a autoridade central brasileira para os fins da convenção?
AUTORIDADE CENTRAL FEDERAL NO BRASIL - ACAF
6) Analise o Caso Sean Goldman argumentos do pai? E do padrasto?
16/09/2010 - quinta-feira
01/09/2010 - quarta-feira
DEBATE.
02/09/2010 - quinta-feira
FILME.
30/09/2010 - quinta-feira
Estudo de caso:
Karl Bonn, alemão, domiciliado em Karlshure, sul da Alemanha, procura você, advogado
internacionalista, para orientação acerca dos seguintes questionamentos:
1) Deseja se casar com Ana, brasileira, domiciliada no Brasil. Ainda não decidiram onde será o
casamento.
Onde poderão celebrá-lo se decidirem por: a) Brasil; b) Alemanha; c) Dubai, nos Emirados
Árabes, onde passarão a lua-de-mel.
Que lei deverá ser aplicada para reger a celebração desse casamento? Que lei dirá se os
nubentes têm capacidade civil para se casarem?
2) Karl é separado judicialmente na Alemanha. Oriente-o sobre o que deve fazer para casar
com Ana.
3) O casal deseja adotar uma criança brasileira, após o casamento, quando todos irão morar
na Austrália, onde Karl acaba de receber proposta de emprego. Que orientações
imprescindíveis você forneceria ao casal? Que artigos do ECA se aplicam a essa situação? Que
tratados Internacionais? Poderão aceitar a intervenção de organismos internacionais?
4) Sabe-se que na Alemanha, como na Austrália, não há sucessão legítima para filhos. A
criança brasileira a ser adotada pelo casal terá direitos sucessórios? O que aconselharia ao
casal a esse respeito?
20/10/2010 - quarta-feira
21/10/2010 - quinta-feira
28/10/2010 - quinta-feira
CARGAS ROGATORIAS
Ato de comunicação de países distintos.
1) Que atos estariam sujeitos
- citação
- intimação testemunha
- seqüestro / Arresto
- todas as medidas de caráter executório
2) Em que língua deve ser escrita
Justiça rogante (requerendo a diligencia, via carta rogatória)
Justiça rogada (vai cumprir a diligência, via carta rogatória)
Deve ser escrita na língua da carta rogada. Ex.: uma carta a ser cumprida nos EUA, vai ser
escrita em inglês
3) Que lei será usada para o cumprimento da diligência?
A lei processual que será processada a carta rogatória será a “Lex fori” ou seja a lei do
local onde o processo estiver correndo, ou seja, onde será cumprida a carta rogatória.
Ex.: Nos EUA, por ex. não é reduzida a termos os depoimentos. O juiz brasileiro não poderá
exigir que seja regido a termo. Entretanto, o juiz brasileiro poderá pedir ao juiz daquele
país de acordo com o que seria considerado válido aqui no Brasil.
4) Tipos
Ativas – quando o Brasil for a justiça rogante, será ativa.
Passivas – para a justiça rogada, a carta rogatória é a passiva.
5) Exequatur e competência – Art. 105, I, i, CF
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;
Exequatur é uma ordem de executar. Instrumento como ordem de “cumpra-se”
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Ex.: o STJ recebe uma carta rogatória e, após analisar os requisitos, emite uma exequatur
Art. 109, IV
6) Tramitação – modificações da Res. 09, STJ – Inovações
a) Medidas de caráter executório –art. 7º (CR 215/05)
b) Atos que independem de intervenção da justiça no Brasil, art. 7º, § único
c) Oitiva da parte interessada (art 8º, CR 999).
- é aberto contraditório de carta rogatória, mesmo não sendo uma ação.
7) Redistribuição das CR´s impugadas
a) Se não-impugnadas (Presidente do STJ que emite o exequatur)
b) Se impugnadas (corte especial – cabe agravo)
8) Tratados internacionais
a) Convenção Interamericana de DIPRI: CIDIP I e II
b) Protocolo de Las Leñas
- é o tratado do MERCOSUL, trazendo um procedimento especial de sentenças
estrangeiras, trazendo a gratuidade da carta rogatória.
9) Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
03/11/2011 - quarta-feira
NACIONALIDADE NO DIPRI
1. Nacionalidade e Cidadania
Para a Itália, Europa toda, a nacionalidade e cidadania são as mesmas coisas, ou seja,
sinônimas.
Para o Brasil, a nacionalidade e cidadania NÃO são sinônimos.
Nacionalidade é um vinculo de ordem política, social, legal, econômica e cultural que une
um determinado indivíduo a um determinado estado.
Cidadania é o exercício da capacidade eleitoral ativa, pois não precisa estar em sua
capacidade eleitoral passiva.
Todo cidadão Brasileiro é um nacional brasileiro, porque estrangeiro (mesmo que
nacionalizado não vota no Brasil). O conceito de cidadania no Brasil é diferente de todo o
resto do mundo. Somente o português que poderá votar no Brasil, mas com algumas
ressalvas.
Ex. de quem não é cidadão brasileiro:
- os condenados penais;
- os menores de 16 anos;
- todos os que têm os direitos políticos suspensos;
2. Aquisição da nacionalidade no Brasil
2.1 Aquisição da nacionalidade originária – brasileiro nato (Art. 12, I CF)
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país; (regra do ius solis)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (regra do ius sanguinis)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira;
2.2 Aquisição da nacionalidade derivada - estrangeiro (Art. 12, II CF)
3. Dupla nacionalidade ou perda de nacionalidade
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Art. 12 - CF
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (regra do ius solis e
sanguinis concedidas por outro país)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis; (por imposição devido a um trabalho, por exemplo)
O brasileiro nato então poderá perder a nacionalidade brasileira.
EXISTE DIFERENÇA ENTRE BRASILEIRO NATO E BRASILEIRO NATURALIZADO?
Art. 12, § 2º - CF: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Lei infraconstitucional não pode criar distinção entre os 2.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
Naturalizado pode ser senador da república, ministro da fazenda, presidente do STJ, deputado
federal, etc.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e
dele participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
São cargos de brasileiros natos.
Art. 12
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira (trata da naturalidade comum
– na forma da Lei), exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência
por um ano ininterrupto e idoneidade moral; (trata da naturalidade extraordinária ou
constitucional)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (trata da naturalidade extraordinária ou constitucional);
Ambas alíneas citadas acima, possuem direito constitucional de ser brasileiros. Os
estrangeiros abordados pela lei 6.815 não tem direito de ser brasileiros.
Lei 6.815/80
Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 12, II, da Constituição,
é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Justiça.
A faculdade exclusiva refere-se a discricionariedade, possuindo os atributos de conveniência
e da oportunidade.
O ministro da justiça é o responsável em conceder a naturalização.
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; (tem que ser civilmente capaz perante a lei
brasileira)
II - ser registrado como permanente no Brasil; (é provado através do visto permanente no
passaporte, ou seja, imigrante)
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; (se for estrangeiro de língua
portuguesa, o período é de 1 ano. Se for de qualquer outra nacionalidade, o período são de 4
anos).
04/11/2010 - quinta-feira
Nacionalidade (continuação)
• Art. 12, §3º, CF;
• Perda da nacionalidade e dupla art. 12, §4º, CF – Quem pede a nacionalidade brasileira?
• Cancelamento de naturalização;
• Adquirir outra nacionalidade (nato ou naturalizado), salvo:
o Nacionalidade originária pela lei estrangeira:
Jus sanguini;
Jus soli;
o Imposição de naturalização:
Permanecer, ou
Exercer direitos civis
EXERCÍCIO.
11/11/2010 - quinta-feira
17/11/2010 - quarta-feira
Máfia na Itália, Cesare Battisti então liderava uma dessas máfias, eles faziam o que militantes
faziam (terrorismo), foi perseguido e fugiu para a França, onde o atual governo deu Estado de
refugiado. Quando houve mudança do governo caçou visto e estado de refugiado. Cesare foi
para o México. Este deu extradição. Fugiu para o Brasil, pediram extradição ao Brasil. O
advogado disse que requeria o status de refugiado no Brasil pois estava sendo perseguido por
causa da política. O CONARE em 1ª instância nega. O ministro (2ª instância) concede,
suspender processo de extradição, pois era perseguição política. O ministro disse que era
crime político (é diferente pois este so p STF pode dizer quando é crime político).
O STF então assim disse, e em 2009 deu a extradição, agora cabe o presidente dar ou não a
extradição (lula). Hoje Cesare esta preso aqui n Brasil.
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CASO RONALD BIGGS
Na década de 60 formou quadrilha e assaltou trem pagador (por que salário para funcionários
públicos), foram pegos pela polícia e fugiram da prisão da Inglaterra, foi para Austrália e veio
depois para o Brasil, pois Brasil e Inglaterra nunca tiveram tratado de extradição e
reciprocidade. Conheceu brasileira, casou-se, teve filhos. No início da década de 70 houve
jogo Brasil x Inglaterra, a TV filam então Ronald e a Inglaterra requer a extradição de Ronald.
Brasil não extraditou pois não havia tratado. Mas Ronald já tinha entrado com passaporte
falso e é crime. Iniciaram então defesa de saída compulsória. A defesa dele foi que ele
constituiu família que dependia dele. Mas na época da ditadura apagaram saída compulsória
e colocaram expulsão, onde não cabia tal defesa. Não havia país que quisesse e que pudesse
deportar, extraditar, expulsar. Ele ficou preso no Brasil. Em 92 a Inglaterra requereu a
extradição, o Brasil nega pois o crime prescreveu.
No final da década de 90, Biggs passa mal e volta para Inglaterra para se tratar.
Se o STF não extradita, ponto final.
Se o STF autoriza a extradição, vai para o presidente dar a ultima palavra.
18/11/2010 - quarta-feira