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Problema 1

Prove

[ AB, CD ] = − AC {D, B} + A{C , B} D − C {D, A} B + {C , A} DB .

Solução :

Temos que :

[ AB, CD ] = ABCD − CDAB . (1)

Pode-se escrever o termo ABCD como :

ABCD = A{C , B} D − ACBD . (2)

Da mesma forma escreve-se o termo ACBD como :

ACBD = AC { D, B} − ACDB . (3)

O segundo termo do lado direito de (1) pode também ser escrito como :

CDAB = C { D, A} B − CADB . (4)

Substituindo (4), (3) e (2) em (1), tem-se :

[ AB, CD ] = A{C , B} D − AC {D, B} + ACDB − C {D, A} B + CADB . (5)

1
E finalmente, fazendo ACDB + CADB = {C , A} DB , temos :

[ AB, CD ] = − AC {D, B} + A{C , B} D − C {D, A} B + {C , A} DB . (6)

2
Problema 2

Suponha que uma matriz X 2 x 2 ( não necessariamente Hermitiana, nem


unitária ) seja escrita como
GG
X = a0 + σ .a , (1)

onde a0 e a1,2,3 são números.

a. Como são a0 e ak (k = 1, 2,3) relacionados ao tr ( X ) e ao tr (σ k X ) ?


b. Obtenha a0 e ak em termos dos elementos da matriz X ij .

Solução :
G
a. Consideraremos σ o vetor cujos componentes são as matrizes de Pauli :

⎛0 1⎞ ⎛ 0 −i ⎞ ⎛1 0 ⎞
σ1 = ⎜ ⎟ σ2 = ⎜ ⎟ σ3 = ⎜ ⎟
⎝1 0⎠ ⎝i 0⎠ ⎝ 0 −1⎠

Então a matriz X , escrita explicitamente, fica :

⎛a 0 ⎞ ⎛ 0 1 ⎞ ⎛ a1 0 ⎞ ⎛ 0 −i ⎞ ⎛ a2 0 ⎞ ⎛ 1 0 ⎞ ⎛ a3 0⎞
X =⎜ 0 ⎟+⎜ ⎟⎜ ⎟+ ⎜ ⎟+ ⎜ ⎟=
⎝ 0 a0 ⎠ ⎝ 1 0 ⎠ ⎝ 0 a1 ⎠ ⎜⎝ i 0 ⎟⎠ ⎝ 0 a2 ⎠ ⎜⎝ 0 −1⎟⎠ ⎝ 0 a3 ⎠
(2)
⎛ a + a a1 − ia2 ⎞
X =⎜ 0 3 ⎟
⎝ a1 + ia2 a0 − a3 ⎠

O tr ( X ) e definido como tr ( X ) = ∑ X jj , então


j

tr ( X ) = 2a0 . (3)

Calcularemos agora os tr (σ k X ) para k = 1 , 2 e 3 :

⎛ a + ia a −a ⎞
σ1 X = ⎜ 1 2 0 3

⎝ a0 + a3 a1 − ia2 ⎠ (4)
tr (σ 1 X ) = 2a1

1
⎛ a − ia −ia0 + ia3 ⎞
σ2X = ⎜ 2 1

⎝ ia0 + ia3 ia1 + a2 ⎠ (5)
tr (σ 2 X ) = 2a2

⎛ a +a a − ia ⎞
σ3X = ⎜ 0 3 1 2


⎝ 1a − ia2 − a 0 + a 3⎠ (6)
tr (σ 3 X ) = 2a3

Podemos escrever em forma compacta


G G
tr (σ X ) = 2a ; tr ( X ) = 2a0 (7)

b. Para escrever a0,1,2,3 em termos dos elementos X ij faremos uso do (3), (4),
(5) e (6), respectivamente :

1 1
a0 = trX = ( X 11 + X 22 ) (8)
2 2

1 1
a1 = tr (σ 1 X ) = ( X 21 + X 12 ) (9)
2 2

1 1
a2 = tr (σ 2 X ) = (−iX 21 + iX 12 ) (10)
2 2

1 1
a3 = tr (σ 3 X ) = ( X 11 − X 22 ) (11)
2 2

2
Problema 3
GG
Mostre que o determinante de uma matriz 2 x 2 σ .a é invariante sob
G G
GG GG ⎛ iσ .nˆφ ⎞ G G ⎛ −iσ .nˆφ ⎞
σ .a → σ .a ' ≡ exp ⎜ ⎟ σ .a exp ⎜ ⎟. (0)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Encontre ak' em termos de ak quando n̂ esta na direção positiva z e


interprete o seu resultado.

Solução :
G G
⎛ iσ .nˆφ ⎞ ⎛ −iσ .nˆφ ⎞
Observamos que os operadores exp ⎜ ⎟ e exp ⎜ ⎟ são Hermitianos
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
adjuntos um do outro. Chamaremos estes operadores de U e U † ,
1
respectivamente. Notamos que UU † = 1 . Logo det U † = . Então :
det U

GG GG
det(σ .a ') = det U det(σ .a ) det U †
GG GG 1 GG (1)
det(σ .a ') = det U det(σ .a ) = det (σ .a )
det U
G
Calcularemos agora os ak ' em termos dos ak para nˆ = zˆ . Neste caso, σ .nˆ = σ 3 .
Faremos a expansão :

⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k

exp ⎜ 3 ⎟ = ∑ ⎜ ⎟ σ 3k (2)
⎝ 2 ⎠ k k !⎝ 2 ⎠

Usando a propriedade da matriz σ 3 :

⎧ 1, se k e par

σ3 k
=⎨ ,
⎪σ 3 , se k e impar

Podemos escrever :

1
⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k

exp ⎜ 3 ⎟ = ∑ ⎜ ⎟ + ∑ ⎜ ⎟ σ3 (3)
⎝ 2 ⎠ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠

De forma análoga, temos :

⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k

exp ⎜ − 3 ⎟ = ∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ3 (4)
⎝ 2 ⎠ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠

Dessa forma, escrevemos (0) como :

⎧ ⎫
1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k
GG ⎪ ⎪
σ .a ' = ⎨ ∑ ⎜ ⎟ + ∑ ⎜ ⎟ σ 3 ⎬ [σ 1a1 + σ 2 a2 + σ 3 a3 ]
⎪⎩ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪⎭
(5)
⎧ ⎫
1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k
⎪ ⎪
⎨∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ 3⎬ σ
k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠
⎩⎪ ⎭⎪

Usando as relações entre as matrizes de Pauli σ iσ j = −σ jσ i ( j ≠ i ), podemos


formar o termo de (5) que envolve o 10 termo entre colchetes :

⎧ ⎫ ⎧ ⎫
1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k k k
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
σ1 ⎨ ∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ 3 ⎬ a1 ⎨ ∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ3 ⎬ =
⎪⎩ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪⎭ ⎪⎩ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪⎭ (6)
⎛ −iσ 3φ ⎞ ⎛ −iσ 3φ ⎞
σ 1 exp ⎜ ⎟ a1 exp ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

De forma totalmente análoga o termo de (5) formado pelo segundo termo


entre colchetes fica :

⎛ −iσ 3φ ⎞ ⎛ −iσ 3φ ⎞
σ 2 exp ⎜ ⎟ a2 exp ⎜ ⎟ (7)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Finalmente poderemos escrever o termo formado pelo terceiro termo entre


colchetes de (5) :

⎛ iσ 3φ ⎞ ⎛ −iσ 3φ ⎞
σ 3 exp ⎜ ⎟ a3 exp ⎜ ⎟ (8)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

2
Assumindo que a1,2,3 são números escrevemos (5) como :

GG
σ .a ' = a1σ 1e−iσ φ + a2σ 2 e−iσ φ + a3σ 3
3 3
(9)

Desenvolveremos agora e−iσ φ : 3

1 1 1
e − iσ 3φ = I − iσ 3φ + ( −iσ 3φ ) + (−iσ 3φ )3 + ( −iσ 3φ ) + ...
2 4

2! 3! 4!
I 1 I
e − iσ 3φ = I − iφσ 3 + ( −iφ ) + (−iφ )3 σ 3 + ( −iφ ) + ...
2 4

2! 3! 4!
I 1 I 1
e − iσ 3φ = I − iφσ 3 − φ 2 + iφ 3σ 3 + φ 4 − iφ 5σ 3 + ... (10)
2! 3! 4! 5!
⎡ 1 1 ⎤ ⎡ 1 1 ⎤
e − iσ 3φ = I ⎢1 − φ 2 + φ 4 + ...⎥ − iσ 3 ⎢φ − φ 3 + φ 5 + ...⎥
⎣ 2! 4! ⎦ ⎣ 3! 5 ⎦
e − iσ 3φ = I cos φ − iσ 3 senφ

Onde I e a matriz identidade 2 x 2 . Substituindo

⎛1 0 ⎞ ⎛0 1⎞ ⎛ 0 −i ⎞
σ3 = ⎜ ⎟; σ1 = ⎜ ⎟; σ2 = ⎜ ⎟,
⎝ 0 −1⎠ ⎝1 0⎠ ⎝i 0 ⎠

Temos :

GG ⎛0 a1' ⎞ ⎛ 0 −ia2' ⎞ ⎛ a3' 0 ⎞


σ .a ' = σ 1a1 '+ σ 2 a2 '+ σ 3a3 ' = ⎜ ⎟+⎜ ⎟+⎜ ⎟
'
⎝a
1 0 ⎠ ⎝ ia2 ' 0 ⎠ ⎝0 − a3' ⎠

Logo,

G G ⎛ a3 a1' − ia2' ⎞
'
σ .a ' = ⎜ ' ⎟ (11)
⎝ a1 + ia2 −a3' ⎠
'

O segundo termo de (9) fica :

3
a1σ 1e −iσ 3φ + a2σ 2 e − iσ 3φ + a3σ 3 = (a1σ 1 + a2σ 2 )e −iσ 3φ + a3σ 3 =
⎛ 0 a1 − ia2 ⎞ ⎡⎛ cos φ 0 ⎞ ⎛ senφ 0 ⎞ ⎤ ⎛ a3 0 ⎞
=⎜ ⎟ ⎢⎜ ⎟−i⎜ ⎟⎥ + ⎜ ⎟ (12)
⎝ a1 + ia2 0 ⎠ ⎣⎝ 0 cos φ ⎠ ⎝ 0 − senφ ⎠ ⎦ ⎝ 0 − a3 ⎠
⎛ a3 (a1 − ia2 )(cos φ + isenφ ) ⎞
=⎜ ⎟
⎝ (a1 + ia2 )(cos φ − isenφ ) − a3 ⎠

Comparando (11) e (12), temos :

a3' = a3 (13)

a1' − ia2' = (a1 − ia2 )(cos φ + isenφ ) = a1 cos φ + ia1senφ − ia2 cos φ + a2 senφ

Logo :

⎧ a1' = a1 cos φ + a2 senφ


⎨ ' (14)
⎩a2 = a2 cos φ − a1senφ

Vemos então que a transformação em questão é uma rotação espacial do


sistema de coordenadas do espaço Euclidiano ordinário, visto que as
equações (13) e (14) são as relações de transformações de um vetor quando
o sistema de eixos cartesianos é girado de um ângulo φ .

Rotação de um sistema de coordenadas S ' em torno do eixo z :

⎧ x '1 = x1 cos φ + x2 senφ



⎨ x '2 = x2 cos φ − x1senφ
⎪x ' = x
⎩ 3 3

Referência : Marion, Pág. 5.

4
Problema 4

Usando as regras da álgebra de bras e kets, prove ou calcule o seguinte :

a. tr ( XY ) = tr (YX ) , onde X e Y são operadores;


b. ( XY )† = Y † X † , onde X e Y são operadores;
c. exp [if ( A)] = ? na forma de bra-ket, onde A é um operador Hermitiano
cujos autovalores são conhecidos;
G G G G
d. ∑ Ψ *a ' ( x ')Ψ a ' ( x '') , onde Ψ a ' ( x ') = x ' a ' .
a'

Solução :

a. Temos que o traço de uma matriz é definido por :

trC = ∑ i C i .
i

Assim, se C = XY , obtemos :

trC = tr ( XY ) = ∑ i XY i = ∑ i X 1Y i = ∑ i X j jY i ,
i i i, j

tr ( XY ) = ∑ j Y i i X j ,
i, j

Pois,

i X j e jY i ,

são números e comutam, logo, como

1= ∑ i i ,
i

temos que

tr ( XY ) = ∑ j YX j = tr (YX ) ,
j

logo,

1
tr ( XY ) = tr (YX ) .

b. Temos que

( XY ) α ↔ α ( XY )

XY α = X (Y α ) ↔ ( α Y † ) X † = α Y † X †
DC

o que fornece

( XY )

= Y†X † .

c. Uma função de operador pode ser escrita na forma de série de potências.


Assim, como


xn
ex = ∑ ,
n =0 n!

podemos escrever a função acima como :


in 1 i
eif ( A) = ∑ [ f ( A)] = 1 + if ( A) − [ f ( A)] − [ f ( A)] + ...
n 2 3

n =0 n ! 2! 3!

Fazendo eif ( A) atuar em um autoket de A , a saber, a , obtemos :

1 i
[ f ( A)] a − [ f ( A)] a + ...
2 3
eif ( A) a = a + if ( A) a − (1)
2! 3!

Para saber o efeito de f ( A) sobre a , vamos expandir f ( A) em serie de


Taylor em torno do origem :

f ( A) = ∑ cn An
n =0

2
logo,
∞ ∞
f ( A) a = ∑ cn A a = ∑ cn a n a
n

n =0 n =0


Desde que f ( A) = ∑ cn a n , então :
n =0

f ( A) a = f (a ) a ,

logo, sendo f (a) um escalar, podemos determinar o efeito de aplicar f ( A)


varias vezes sobre o autoket a , ou seja,

[ f ( A)] a = f (a) f ( A) a = f (a) f (a) a = [ f (a) ] a


2 2

logo, a equação (1) torna-se :

1 i
[ f (a)] a − [ f (a)] a + ...
2 3
eif ( A) a = a + if (a) a −
2! 3!
(2)
⎛ 1 i ⎞
a = ⎜ 1 + if (a) − − [ f (a) ] − [ f (a) ] + ... ⎟ a
if ( A) 2 3
e
⎝ 2! 3! ⎠

Mas, a série em (2) representa a função eif ( a ) , logo, podemos escrever :

eif ( A) a = eif ( a ) a (3)

Desde que A é Hermitiano, podemos escrever o elemento da matriz para


eif ( A) na forma :

a ' eif ( A) a = eif ( a ) a ' a = eif ( a )δ a ',a

a ' eif ( A) a = eif ( a )δ a ',a (4)

Podemos, portanto, representar (4) na forma matricial :

3
⎛ eif ( a ) 0 0 ... ⎞
⎜ if ( a ') ⎟
⎜ 0 e 0 ... ⎟
eif ( A) = ⎜ 0 0 e if ( a '')
... ⎟ ,
⎜ . ⎟
⎜⎜ . ... ⎟⎟
. .
. .
⎝ . . . ⎠

matriz diagonal que representa eif ( A) na base de A .

d. Temos que :
G G G G
ψ a*' ( x ') = a ' x ' e ψ a ' ( x '') = x '' a '

Logo, substituindo na equação fornece :


G G G G G G G G
∑Ψ
a'
*
a' ( x ')Ψ a ' ( x '') = ∑ a ' x ' x '' a ' = ∑ x '' a ' a ' x ' = x '' x '
a' a'

G G G G G G
∑Ψ
a'
*
a' ( x ')Ψ a ' ( x '') = x '' x ' = δ ( x ''− x ')

4
Problema 5

a. Considere dois kets α e β . Suponha a ' α , a '' α ,... e a ' β ,


a '' β ,... são todos conhecidos, onde a ' , a '' , ... formam um conjunto
completo de kets de base. Encontre a representação matricial do operador
α β dentro daquela base.

b. Nós agora consideraremos um sistema de spin 1/ 2 e fazemos α e β


serem Sz = = / 2 e S x = = / 2 , respectivamente. Escreva abaixo
explicitamente a matriz quadrada que corresponde a α β na base usual (
S z diagonal ).

Solução :

a. Nós podemos usar o fato de que a base é completa e usamos :

α β = ∑∑ a ' a ' α β a '' a '' (1)


a' a ''

O fator a ' α β a '' é definido como o elemento na linha a ' e coluna a '' na
representação matricial do operador α β . Então :

⎛ a (1) α β a (1) a (1) α β a (2) ... ⎞


⎜ ⎟
⎜ . ⎟
α β = ⎜ a (2) α β a (1) . ... ⎟ (2)
⎜ .

⎜⎜ .
. .
.
... ⎟⎟
⎝ . . ⎠

b. A base usual é formada pelos dois kets : S z ; + e S z ; − . Em acordo com


(2), temos :

⎛ S ; + Sz ; + Sx ; + Sz ; + Sz ; + Sz ; + Sx ; + Sz ; − ⎞
S z ; + S x ; + = ⎜ z ⎟ (3)
⎝ Sz ; − Sz ; + Sx ; + Sz ; + Sz ; − Sz ; + Sx ; + Sz ; − ⎠

Usando

1
Sz ; + Sz ; + = 1
Sz ; − Sz ; + = 0

S x ; + S z ; + = S x ; + S z ; − = S x ; + S z ; − = 1/ 2

temos

1 ⎛1 1⎞
S z ; + S x ; + = ⎜ ⎟
2 ⎝0 0⎠

2
Problema 6

Suponha i e j são autokets de algum operador Hermitiano A . Sob quais


condições nós podemos concluir que i + j é também um autoket de A ?
Justifique sua resposta.

Solução :

Se i e j são os autokets de A , então

A i =i i e A j = j j (1)

onde i e j são números reais por causa da Hermiticidade de A .

Agora, se i + j é também autoket de A , tem-se

A( i + j ) = a '( i + j ) = a ' i + a ' j (2)

A partir da linearidade do operador A , pode-se escrever

A( i + j ) = A i + A j = i i + j j (3)

Comparando esse resultado com (2) e relembrando o fato de que os autokets


i e j são linearmente independentes conclui-se que :

i = j = a'.

Então, pode-se dizer que se i e j são autokets do operador A , sua soma


i + j será também um autoket de A se os autovalores associados com eles
são degenerados.

1
Problema 7

Considere um ket de espaço expandido pelos autokets { a ' } de um operador


Hermitiano A . Não existe degenerescência.
a. Prove que

∏ ( A − a' )
a'

é o operador nulo.

b. Qual é o significado de

( A − a" )
∏ (a'−a" ) ?
a '≠ a "

c. Ilustre (a) e (b) usando o conjunto A igual a S z de um sistema de spin ½.

Solução :

a. Vamos aplicar o operador ∏ ( A − a' )


a'
'
sobre um ket arbitrário α que foi
expandido em termos de { a ' }.

⎡ ⎤
∏ ( A − a' ) α = ∏ ( A − a' )∑ a"
a' a' a"
a" α = ∑ ⎢∏ ( A − a ' )⎥ a" a" α =
a" ⎣ a ' ⎦
⎡ ⎤
∑ ⎢⎣ ∏ ( A − a')⎥⎦( A − a" ) a"
a" a '≠ a "
a" α =

⎡ ⎤
∑ ⎢⎣ ∏ ( A − a' )⎥⎦(a"−a" ) a"
a" a '≠ a "
a" α = 0

Todos os termos do somatório são nulos. Portanto, o operador

∏ ( A − a' ) ,
a'

quando aplicado sobre um ket de estado α , produz um resultado nulo,

1
∏ ( A − a' ) α
a'
= 0.

Considerando que α não seja nulo, então o operador ∏ ( A − a' )


a'
é o
operador nulo.

( A − a" )
b. Vamos agora aplicar o operador ∏ (a'−a" ) sobre um ket α .
a' ≠a'

( A − a" ) ⎡ ( A − a" ) ⎤
∏ (a'−a" ) α = ∑ ⎢ ∏ (a'−a" ) ⎥ a' ' ' a' ' ' α
a '≠ a " a ''' ⎣ a '≠ a " ⎦

Os termos dentro do somatório para os quais a' ' ' ≠ a ' são todos nulos.
_____________________________________________________________
Exemplo:
Vamos fazer a' = 1 e considerar também que a"= 1,2,3 e a' ' ' = 1,2,3 na
expressão abaixo.

⎡ ( A − a" ) ⎤ (1 − 2) (1 − 3)
∑ ⎢ ∏ (1 − a" ) ⎥ a' ' ' a' ' ' α =
(1 − 2) (1 − 3)
1 1α +
a ''' ⎣ a '≠ a " ⎦
(2 − 2) (2 − 3)
2 2α +
(1 − 2) (1 − 3)
(3 − 2) (3 − 3)
3 3α
(1 − 2) (1 − 3)

Ou seja, sobrou apenas o termo para a' = 1 e a' ' ' = 1 , isto é, o único termo que
sobrevive é o termo a' ' ' = a' .
_____________________________________________________________

Para esse termo nós temos a seguinte expressão

⎡ ( A − a" ) ⎤ ⎡ (a'−a" ) ⎤
⎢ ∏ (a'−a" ) ⎥ α = ⎢ ∏ (a'−a" ) ⎥ a' a' α = 1 a' a' α = a ' α a' .
⎣ a '≠ a " ⎦ ⎣ a '≠ a " ⎦

( A − a" )
Dessa forma, o operador ∏ (a'−a" ) é um projetor, ou seja, ele projeta o
a' ≠a'

estado α sobre o estado a ' .

2
c. Considerando o caso especifico em que A = S z e que o conjunto
{ a' } = { + , − }, temos :

= ⎤⎡ ⎛ = ⎞⎤
= ⎢ S z − ⎥ ⎢ S z − ⎜ − ⎟⎥[ + + α + − − α ] =

∏ ( A − a' ) α
a' ⎣ 2 ⎦⎣ ⎝ 2 ⎠⎦
.
⎛ = = ⎞⎛ = = ⎞ ⎛ = = ⎞⎛ = = ⎞
⎜ − ⎟⎜ + ⎟ + + α + ⎜ − − ⎟⎜ − + ⎟ − − α = 0
⎝ 2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎠

=
Considerando agora que a' = temos :
2

( A − a" ) S z − ( − = / 2)
∏ (a'−a" ) α = [+ + α + − − α ]=
a '≠ a " [(= / 2 − (−= / 2)]
(= / 2 + = / 2) + + α + (− = / 2 + = / 2) − − α = + α +
(= / 2 + = / 2) (= / 2 + = / 2)

3
Problema 8

Usando a ortonormalidade de + e − , prove

[S , S ] = iε
i j ijk =S k ,

{S , S }= ⎛⎜⎜ = ⎞ 2

i j ⎟⎟δ ij ,
⎝ 2⎠

onde

=
Sx = ( + − + − + ),
2
i=
S y = (− + − + − + ),
2
=
S z = ( + + − − − ).
2

Solução :

Calculando o comutador [S i , S j ].

[S x ]
, Sy = SxSy − SySx

[S x ,Sy ] = ⎡⎢ =2 ( + ⎤ ⎡ i= ⎤
− + − + )⎥ ⎢ (− + − + − + )⎥ −
⎣ ⎦⎣ 2 ⎦
⎡ i= ⎤⎡= ⎤
⎢ 2 (− + − + − + )⎥ ⎢ 2 ( + − + − + )⎥
⎣ ⎦⎣ ⎦

[S ] i=
( + + − − − ) − i= (− + + + − − )
2 2

x ,Sy =
4 4

[S ] i=
(+ + − − − )
2

x ,Sy =
2
[S x ,Sy ] = i=S z

1
[S x , S z ] = S x S z − S z S x
[S x , S z ] = ⎡⎢ = ( + ⎤⎡ = ⎤
− + − + )⎥ ⎢ ( + + − − − )⎥ −
⎣2 ⎦⎣ 2 ⎦
⎡= ⎤⎡ = ⎤
⎢ 2 ( + + − − − )⎥ ⎢ 2 ( + − + − + )⎥
⎣ ⎦⎣ ⎦

[S x , S z ] = = (− + − + − + ) − = ( + − − − + )
2 2

4 4

[S x , S z ] = = (− + − + − + )
2

2
[S x , S z ] = −i=S y

[S y ]
, Sz = S ySz − SzS y

[S y , Sz ] = ⎡⎢ i2= (− + ⎤⎡ = ⎤
− + − + )⎥ ⎢ ( + + − − − )⎥ −
⎣ ⎦⎣ 2 ⎦
⎡= ⎤ ⎡ i= ⎤
⎢⎣ 2 ( + + − − − )⎥ ⎢ 2 (− + − + − + )⎥
⎦⎣ ⎦

[ i=
]( + − + − + ) − i= (− + − − − + )
2 2
S y , Sz =
4 4

[ i=
](+ − + − + )
2
S y , Sz =
2
[
S y , S z = i=S x]
Usando uma das propriedades dos comutadores

[A, B] = −[B, A] ,

temos para as relações

[S y ]
, S x = −i=S z
[S z , S x ] = i=S y .
[S , S ] = −i=S
z y x

De uma forma geral, podemos reescrever as três relações como

⎡⎣ Si , S j ⎤⎦ = iε ijk =S k

2
em que S1 = S x , S 2 = S y e S 3 = S z . Temos ainda que ε ijk ( conhecido como
densidade de Levi-Civita ) possui a seguinte propriedade

ε ijk = 1 → permutação par da seqüência 123,


ε ijk = −1 → permutação ímpar da seqüência 123,
ε ijk = 0 → dois índices repetidos.

Calculando o anticomutador {S i , S j }.

{S x , S y } = {S y , S x } = S x S y + S y S x = ( + + − − − ) + (− + + + − − ) = 0
i= 2 i= 2
4 4

=2
(− + − + − + ) + = ( + − − − + ) = 0
2
{S x , S z } = {S z , S x } = S x S z + S z S x =
4 4

{S y , S z } = {S z , S y } = S y S z + S z S y =
i= 2
( + − + − + ) + i= (− + − − − + ) = 0
2

4 4

{S i , S i } = S i S i + S i S i = 2S i
2

i =1
=2 =2
= 2 ( + + + − − )=
2
2S x
4 2

i=2
=2
(− + + − − − ) = =
2
2 S y = 2(−1)
2

4 2

i=3
=2
(+ + + − − )= =
2
2S z = 2
2

4 2

De uma forma geral, temos :

{S , S } = =
2

i j δ ij .
2

3
Problema 9
G
Construa S .nˆ;+ tal que

G G ⎛=⎞ G
S .nˆ S .nˆ;+ = ⎜ ⎟ S .nˆ;+
⎝2⎠

onde n̂ é caracterizado pelos ângulos mostrados na figura. Expresse sua


resposta como uma combinação linear de + e − . [ Nota : A resposta é

⎛β ⎞ ⎛β ⎞
cos⎜ ⎟ + + sen⎜ ⎟e iα − .
⎝2⎠ ⎝2⎠

Não é para verificar apenas que a resposta satisfaz a equação de autovalor


acima. E sim, tratar o problema como um problema de autovalor. Também,
não utilize operadores de rotação, o qual nós introduziremos mais tarde
nesse livro.]

Figura 1 : vetor n̂ e caracterizado por um ângulo α e β .

1
Solução :
G
Utilizando a notação vetorial, podemos escrever S e n̂ como

nˆ = sen β . cos αxˆ + sen β .sen αyˆ + cos β zˆ

e
G
S = S x xˆ + S y yˆ + S z zˆ

Os operadores S x , S y e S z podem ser representados na forma matricial na


base { + , − } como

= ⎛0 1⎞ = ⎛0 − i⎞ = ⎛1 0 ⎞
S x = ⎜ ⎟; S y = ⎜ ⎟; S z = ⎜ ⎟
2 ⎜⎝ 1 0 ⎟⎠ 2 ⎜⎝ i 0 ⎟⎠ 2 ⎜⎝ 0 − 1⎟⎠

G
Calculando S .nˆ , temos
G
S .nˆ = senβ . cos α .S x + senβ .senα .S y + cos β .S z .

Na forma matricial, temos

G =⎛ cos β senβ . cos α − isenβ .senα ⎞


S .nˆ = ⎜⎜ ⎟⎟ .
2 ⎝ senβ . cos α + i.senβ .senα − cos β ⎠
G
Podemos representar o ket S .nˆ;+ na base { + , − } como uma matriz coluna

G ⎛a ⎞
S .nˆ;+ = ⎜⎜ + ⎟⎟ ,
⎝ a− ⎠

ou ainda na forma
G
S .nˆ;+ = a + + + a − − .

Podemos agora escrever a equação de autovalor na forma matricial como

2
=⎛ cos β senβ . cos α − i.senβ .senα ⎞⎛ a + ⎞ = ⎛ a + ⎞
⎜⎜ ⎟⎟⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ .
2 ⎝ senβ . cos α + i.senβ .senα − cos β ⎠⎝ a − ⎠ 2 ⎝ a − ⎠

Temos o seguinte sistema de equações

a + . cos β + a − .senβ .e − i.α = a +


a + .senβ .e i.α − a − . cos β = a −

Isolando a − na primeira equação, e escrevendo em função de a + , temos :

(1 − cos β ) iα
a− = a+ e
senβ

Substituindo a equação acima dentro da segunda equação temos

(1 − cos β ) i.α
− (cos β + 1) .e .a + + a + .senβ .e i.α = 0
senβ
⎡ 1 + cos 2 β ⎤
a + .⎢− + senβ ⎥.e i.α = 0
⎣ senβ ⎦
a+
[− 1 + 1].e i.α = 0
senβ

Esta equação é satisfeita para algum valor de a + , como deve ser para uma
equação de autovalor. Também, temos uma relação que deve ser satisfeita
pelos valores de a + e a −

2
a+ + a−
2
= 1.

Logo a nossa expressão pode ser escrita na forma

⎛β ⎞
sen ⎜ ⎟
a− 1 − cos β i.α ⎛β ⎞ ⎝ 2 ⎠ .ei.α .
= .e = tan ⎜ ⎟ .ei.α =
a+ senβ ⎝2⎠ ⎛β ⎞
cos ⎜ ⎟
⎝2⎠

Vemos que a escolha de

3
⎛β ⎞ ⎛β ⎞
a − = sen⎜ ⎟.e i.α e a + = cos⎜ ⎟
⎝2⎠ ⎝2⎠

satisfaz a equação acima. Temos então finalmente que

⎛ ⎛β ⎞ ⎞
G ⎜ cos⎜ ⎟ ⎟
S .nˆ;+ = ⎜ ⎝2⎠ ⎟
⎜ ⎛ β ⎞ i.α ⎟
⎜ sen⎜ ⎟.e ⎟
⎝ ⎝2⎠ ⎠

ou

G ⎛β ⎞ ⎛β ⎞
S .nˆ;+ = cos⎜ ⎟ + + sen⎜ ⎟.e i.α −
⎝2⎠ ⎝2⎠

4
Problema 10

O operador Hamiltoniano para um sistema de dois estados é dado por

H = a( 1 1 − 2 2 + 1 2 + 2 1 ) ,

onde a é um número com a dimensão de energia. Encontre os autovalores


de energia e os autokets de energia correspondentes (como uma combinação
linear de 1 e 2 ).

Solução:

Escrevendo o operador H na forma matricial na base { 1 , 2 } temos :

⎛a a ⎞
H = ⎜ ⎟
⎝ a −a ⎠

em que os elementos matriciais são i H j , e i, j = 1, 2 . A equação de


autovalores na notação matricial tem a forma :

H α = Eα α

⎛ a a ⎞⎛ 1 α ⎞ ⎛ 1α ⎞
⎜ ⎟ ⎜ 2 α ⎟ = Eα ⎜ 2 α ⎟
⎝ a −a ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠

ou

⎡⎛ a a ⎞ ⎛ 1 0 ⎞⎤ ⎛ 1 α ⎞
⎢⎜ ⎟ − Eα ⎜ ⎟⎥ ⎜ ⎟=0
⎣⎝ a − a ⎠ ⎝ 0 1 ⎠⎦ ⎝ 2 α ⎠

Para esta equação, deveremos ter soluções não triviais, isto é,

⎛ a − Eα a ⎞
det ⎜ ⎟ = 0.
⎝ a −a − Eα ⎠

Isso leva a equação secular

1
Eα2 − a 2 − a 2 = 0
.
Eα = + 2a

Fornecendo assim os autovalores de H . Chamaremos esses autovalores de


E+ e E− e chamaremos os autokets associados a esses autovalores como E+
e E− .

Para achar os autokets em termos de 1 e 2 nós retornaremos a equação de


autovalores.

H E+ = E+ E+

Escrevendo E+ em termos de 1 e 2 , temos :

E+ = 1 E+ 1 + 2 E+ 2 .

Substituindo a equação e usando a definição de H , temos :

H E+ = E+ E+

⎡ a ( 1 1 − 2 2 + 1 2 + 2 1 ) ⎤ 1 E+
⎣ ⎦ ( 1 + 2 E+ ) (
2 = E+ 1 E+ 1 + 2 E+ 2 )
(
a 1 E+ 1 − 2 E+ 2 + 2 E+ 1 + 1 E+ 2 )=E ( 1 E
+ + 1 + 2 E+ 2 )
Multiplicando a equação acima ( à esquerda ) pelo bra 1 temos

a ⎡⎣ 1 E+ + 2 E+ ⎤⎦ = E+ 1 E+

(a − E ) 1 E
+ + = −a 2 E+

.
( E+ − a)
2 E+ = 1 E+
a

Multiplicando a mesma equação acima ( à esquerda ) pelo bra 2 temos

a ⎡⎣ − 2 E+ + 1 E+ ⎤⎦ = E+ 2 E+
.
2 E+ ( E+ + a ) = a 1 E+ 

2
Substituindo a equação

( E+ − a)
2 E+ = 1 E+
a

na

2 E+ (E + + a ) = a 1 E+ ,


temos

(E − a)
+

a
(E + + a ) 1 E+ = a 1 E+ .

Substituindo E+ = + 2a , temos

E+2 − a 2 = a 2
.
2a 2 − a 2 = a 2

Essa equação é uma identidade. A equação

(E − a)
+

a
(E + + a ) 1 E+ = a 1 E+

é satisfeita por todos os valores 1 E+ . De novo, temos apenas a


proporcionalidade entre os componentes 1 E+ e 2 E+ , dado por

( E+ − a)
2 E+ = 1 E+ .
a

Explicitamente

2 E+ +a 2 − a
= = + 2 −1.
1 E+ a

Procuramos por autokets normalizados, então

3
2 2
2 E+ + 1 E+ = 1.

Se fizermos

1 E+ = C+

então

2 E+ = C+ + 2 − 1 , ( )
e

(
C+2 ⎡1 + + 2 − 1 ⎤ = 1 )
2

⎢⎣ ⎥⎦
C+2 ⎡⎣1 + 2 + 2 2 + 1⎤⎦ = 1

2C+2 ⎡⎣ 2 + 2 ⎤⎦ = 1 .
1/ 2
⎡ ⎤
1
C+ = ⎢ ⎥
⎢2 2+ 2 ⎥
⎣ ⎦ ( )
Finalmente, temos

1
1 E+ =
(
2 2+ 2 )
.
2 E+ =
1
(+ 2 −1 )
(
2 2+ 2 )
Os autokets de H são :
1/ 2
⎡ ⎤
E+ =⎢
1 ⎥ ⎡1 + ( 2 −1 2 ⎤)
⎢2 2− 2 ⎥
⎣ ⎦ ( ) ⎣ ⎦
1/ 2
⎡ ⎤
E− =⎢
1 ⎥ ⎡1 − ( 2 +1 2 ⎤)
⎢2 2+ 2 ⎥
⎣ ⎦ ( ) ⎣ ⎦

4
Problema 11

Um sistema de dois estados é caracterizado pelo Hamiltoniano

H = H11 1 1 + H 22 2 2 + H12 ⎡⎣ 1 2 + 2 1 ⎤⎦

onde H11 , H 22 e H12 são números reais com a dimensão de energia, e 1 e


2 são auto kets de alguma observável ( ≠ H ). Encontre os autokets de
energia e os correspondentes autovalores de energia. Esteja certo de que sua
resposta faz sentido para H12 = 0 . (Você não precisa resolver este problema
completamente. O seguinte fato pode ser usado sem prova :

G =
S .nˆ nˆ; + = nˆ; + ,
2

com nˆ; + dado por

β β
nˆ; + = cos + + eiα sen − ,
2 2

em que β e α são os ângulos polares e azimutais, respectivamente, que


caracterizam n̂ .)

Figura 1 : Vetor unitário n̂ .

1
Solução :

Os kets da base (1 , 2 ) podem ser considerados como autokets de


observáveis, como, por exemplo, S x , S y e S z , etc. Por uma questão de
conveniência vamos admitir que os elementos 1 e 2 sejam autokets de S z
{+ , − } . Além disso, é possível supor que o Hamiltoniano H possa ser
G
expresso como função do operador de spin S .nˆ . Sendo a e b constantes a
serem determinadas, escrevemos:
G
H = a.S • nˆ + b.I , (1)

onde I é o operador identidade.

Através de (1) podemos expressar os elementos Gda matriz que representa H


como uma função dos elementos da matriz S • nˆ . Para G
isso, vamos em
primeiro lugar determinar os elementos da matriz de S • nˆ na base de S z .
Assim, temos :

G = G G G G
S .nˆ = ⎡ S .nˆ; + S .nˆ; + − S .nˆ; − S .nˆ; − ⎤ (2)
2⎣ ⎦

G
onde foi usado a relação (1.3.34) do livro texto, em que S .nˆ; ± são os
G
autovetores de S .nˆ e ±= /G2 são os autovalores. Do exercício 9 sabe-se como
escrever os autokets de S .nˆ na base S z . Assim, substituindo esses dados em
(2), obtemos :

G = ⎡⎛ β β ⎞⎛ β β ⎞⎤
S .nˆ = ⎢⎜ cos + + eiα sen − ⎟ ⎜ + cos + − e −iα sen ⎟ ⎥ −
2 ⎣⎝ 2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎠⎦
.
= ⎡⎛ β −iα β ⎞⎛ iα β β ⎞⎤
⎢ ⎜ − sen e + + cos − ⎟ ⎜ + − e sen + − cos ⎟ ⎥
2 ⎣⎝ 2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎠⎦

2
Fazendo os produtos

G =⎛ β β⎞ =⎛ β β β β⎞
S • nˆ = ⎜ cos 2 − sen 2 ⎟ + + + ⎜ e −iα cos sen + e −iα sen cos ⎟ + − +
2⎝ 2 2⎠ 2⎝ 2 2 2 2⎠
= ⎛ iα β β iα β β⎞ =⎛ 2 β β⎞
⎜ e cos sen + e cos sen ⎟ − + + ⎜ sen − cos 2 ⎟ − −
2⎝ 2 2 2 2⎠ 2⎝ 2 2⎠
temos finalmente,

G =
S • nˆ = ⎡⎣cos β + + + e − iα senβ + − + eiα senβ − + − cos β − − ⎤⎦
2

ou, na forma matricial podemos escrever :

G = ⎛ cos β e − iα senβ ⎞
S • nˆ = ⎜ iα ⎟ (3)
2 ⎝ e senβ − cos β ⎠

Agora, H pode ser representado na forma abaixo, conforme a equação dada


no enunciado :

⎛H H12 ⎞
H = ⎜ 11 ⎟ (4)
⎝ H12 H 22 ⎠

E, substituindo (4) e (3) em (1), obtemos :

⎛= = −iα ⎞
⎜ a cos β + b e asenβ ⎟
⎛ H11 H12 ⎞ 2 2
⎜ ⎟=⎜ ⎟ (5)
H 22 ⎠ ⎜ = =
⎝ H12
⎜ asenβ e

− a cos β + b ⎟⎟
⎝ 2 2 ⎠

Como os elementos da matriz de H são reais, devemos fazer α = 0 , para que


a matriz do segundo membro de (5) seja real. Igualando os termos, obtemos

3
⎧ =
⎪ H11 = a 2 cos β + b

⎪ =
⎨ H12 = asenβ (6)
⎪ 2
⎪ =
⎪ H 22 = − a cos β + b
⎩ 2

No sistema de equações acima devemos determinar a e b . Assim, somando


(6a) e (6c), obtemos :

1
b= ( H11 + H 22 ) (7)
2

Subtraindo (6a) de (6b), temos :

=a cos β = H11 − H 22 (8)

Dividindo (6b) por (8), temos :

2H12
tg β = (9)
H11 − H 22

A equação (9) permite construir o triangulo retângulo abaixo :

Figura 2 : Relação matemática.

4
Assim, da figura acima, obtemos :

2 H12 H12
senβ = = (10)
4 H122 + ( H11 − H 22 ) 2 ⎛ H − H 22 ⎞
2

H122 + ⎜ 11 ⎟
⎝ 2 ⎠

E substituindo (10) em (6b), obtemos “ a ” :


1/ 2
2 ⎡ 2 ⎛ H11 − H 22 ⎞ ⎤
2

a = ⎢ H12 + ⎜ ⎟ ⎥ (11)
= ⎣⎢ ⎝ 2 ⎠ ⎦⎥

G
Para o operador S • nˆ vale a equação de autovalor:

G =
S .nˆ nˆ; ± = ± nˆ; ±
2
G
Mas por (1), podemos trocar S • nˆ por H na equação acima, logo :
G ( H − bI ) =
S .nˆ nˆ; ± = nˆ; ± = ± nˆ; ±
a 2

ou

⎛ a= ⎞
H nˆ; ± = ⎜ ± + b ⎟ nˆ; ± (12)
⎝ 2 ⎠

Vemos que nˆ; ± são os autovetores de H com autovalores de ⎜⎛ ± + b ⎟⎞ ,


a=
⎝ 2 ⎠
com as constantes a , b e β determinadas pelas equações (11), (9) e (7), e
α = 0 . Então, se,

H E, ± = ± E E, ±

Vemos que

a=
E± = ± +b (13)
2

5
E também

E , ± = nˆ , ± (14)

As equações (13) e (14) só valem para as condições estabelecidas pelas


equações (11), (9) e (7) com α = 0 . Portanto, na base de S z , os autovetores
de H podem ser escritos com os resultados do exercício (9), ou seja,

β β
E + = cos + + sen − , (15)
2 2

β β
E − = − sen + + cos − , (16)
2 2

com

⎛ 2 H12 ⎞
β = arctg ⎜ ⎟.
⎝ H11 − H 22 ⎠

Substituindo (7) e (11) em (13) obtemos :


1/ 2
⎡ 2 ⎛ H11 − H 22 ⎞ 2 ⎤ ⎛ H + H 22 ⎞
E± = ± ⎢ H12 + ⎜ ⎟ ⎥ + ⎜ 11 ⎟, (17)
⎢⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦ ⎝ 2 ⎠

que são os autovalores de H .

Podemos testar se naturalmente as equações (15) e (16) estão corretas. A


equação (12) é uma equação de autovalores escrita na base de S z . Se
fizermos H12 = 0 , H ficará diagonal onde os elementos da diagonal principal
são os autovalores. Estes elementos são H11 e H 22 . Assim, esperamos que
fazendo H12 = 0 na equação (17), E+ será igual a H11 , e E− será H 22 . Fazendo
isso, temos:

6
1/ 2
⎡ ⎛ H11 − H 22 ⎞ 2 ⎤ H11 + H 22 ⎡ H − H 22 ⎤ H11 + H 22
E± = ± ⎢ 0 + ⎜ ⎟ ⎥ + = ± ⎢ 11 ⎥+
⎢⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦ 2 ⎣ 2 ⎦ 2

Para E+ o argumento do módulo deve ser > 0 , logo,

H11 − H 22 H11 + H 22
E+ = + = H11
2 2 .
E+ = H11

Para E− , o argumento do módulo deve ser < 0 , logo,

⎛ H − H 22 ⎞ H11 + H 22 H H H H
E− = − ⎜ 11 ⎟+ = − 11 + 22 + 11 + 22 = H 22
⎝ 2 ⎠ 2 2 2 2 2
E− = H 22

Vemos então que a resposta obtida é correta.

7
Problema 12
G
Um sistema de spin 1/ 2 é conhecido estar no autoestado de S .nˆ com
autovalor = / 2 , em que n̂ é um vetor unitário que está no plano xz que faz
um ângulo γ com o eixo z positivo.

a. Suponha que S x seja medido. Qual é a probabilidade de obter += / 2 ?


b. Calcule a dispersão em S x , isto é,

(S )
2
x − Sx .

(Confira a sua resposta para os casos especiais γ = 0, π / 2 e π ).

Solução :

Figura 1: Vetor unitário n̂ .

1
a. O autoestado do sistema expresso na base { + , − } está em acordo com o
exercício 9.

⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞
nˆ; + = cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − (1)
⎝2⎠ ⎝2⎠

A probabilidade de obter += / 2 em uma medida de S x dentro deste estado é


dada por :

P ( S x , + = / 2 ) = xˆ; + nˆ; +
2
(2)

O bra xˆ; + é calculado da mesma forma que nˆ; + , com β = π / 2 e α = 0 :

⎛π ⎞ ⎛π ⎞
xˆ; + = cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − =
1
( + + − ). (3)
⎝4⎠ ⎝4⎠ 2

Então
2
1 ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ 1
P ( S x , + = / 2 ) = cos ⎜ ⎟ + sen ⎜ ⎟ = (1 + senγ ) (4)
2 ⎝2⎠ ⎝2⎠ 2

b. A dispersão em S x é dada pela fórmula:

(S )
2
− Sx = Sx2 − Sx .
2
x (5)

Os valores médios são calculados para o estado nˆ; + :

S x 2 = nˆ; + S x S x nˆ; + (6)

Usando a seguinte representação de S x ,

=
Sx =
2
( + − + − + ), (7)

e a expressão (1), temos:

2
⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤ =
2
2 ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤
S x2 = ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥ ⎡⎣ + − + − + ⎤⎦ ⎢ cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥
⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦ 4 ⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦
=2 ⎡ ⎛ γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤ ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤
S x2 = ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥ ⎡⎣ + + + − − ⎤⎦ ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥
4 ⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦ ⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦
= ⎡ ⎛γ ⎞
2
⎛γ ⎞ ⎤⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤
S x2 = ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥ ⎢ cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥
4 ⎣ ⎝2⎠ ⎝ 2⎠ ⎦⎣ ⎝ 2⎠ ⎝2⎠ ⎦ . (8)
= ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛ γ ⎞⎤
2
S x2 = ⎢cos 2 ⎜ ⎟ + sen 2 ⎜ ⎟ ⎥
4 ⎣ ⎝2⎠ ⎝ 2 ⎠⎦
=2
S x2 = [1]
4
=2
S x2 =
4

O valor médio de S x é dado por:

⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤ = ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤
S x = ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥ ⎣⎡ + − + − + ⎦⎤ ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥
⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦2 ⎣ ⎝2⎠ ⎝2⎠ ⎦
= ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎤
S x = ⎢cos ⎜ ⎟ + + sen ⎜ ⎟ − ⎥ ⎢ sen ⎜ ⎟ + + cos ⎜ ⎟ − ⎥
2 ⎣ ⎝2⎠ ⎝ 2⎠ ⎦⎣ ⎝ 2⎠ ⎝2⎠ ⎦
= ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎛γ ⎞ ⎛ γ ⎞⎤
Sx = ⎢ sen ⎜ 2 ⎟ cos ⎜ 2 ⎟ + sen ⎜ 2 ⎟ cos ⎜ 2 ⎟ ⎥ . (9)
2 ⎣ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
= ⎡ ⎛γ ⎞ ⎛ γ ⎞⎤
Sx = ⎢ 2sen ⎜ 2 ⎟ cos ⎜ 2 ⎟ ⎥
2 ⎣ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
=
Sx = senγ
2

2
Para S x temos:

=2
= sen 2γ .
2
Sx (10)
4

Finalmente, temos:

3
=2 =2
(S )
2
− Sx = Sx − Sx = − sen 2γ
2 2
x
4 4
=2
(S ) ( )
2
x − Sx = 1 − sen 2γ
4
=2
(S )
2
x − Sx = cos 2 γ
4

Aplicando as condições particulares, temos:

=2
(S )
2
x − Sx = para γ = 0
4

(S )
2
x − Sx =0 para γ = π / 2

=2
(S )
2
x − Sx = para γ = π
4

4
Problema 13

Um feixe de átomos de spin 1/ 2 passa através de uma série de medidas do


tipo Stern-Gerlach como segue :

a. A primeira medida aceita átomos S z = = / 2 e rejeita átomos S z = −= / 2 .

b. A segunda medida aceita átomos Sn = = / 2 e rejeita átomos S n = −= / 2 ,


G
onde Sn é o autovalor do operador S .nˆ , com n̂ fazendo um ângulo β no
plano xz com respeito ao eixo z .

c. A terceira medida aceita átomos S z = −= / 2 e rejeita átomos S z = = / 2 .

Qual é a intensidade do feixe final de S z = −= / 2 , quando o feixe S z = = / 2


sobrevivente a primeira medida é normalizada a unidade? Como nós
devemos orientar o segundo aparato de medida se nós estamos interessados
em maximizar a intensidade do feixe final S z = −= / 2 ?

Solução :

Figura 1: Geometria para o vetor unitário n̂ .

1
Figura 2: Intensidade dos feixes através dos diversos experimentos de SG.

Consideremos que a intensidade do feixe seja normalizada a unidade após a


primeira medida. Assim a intensidade final ( após a 3a medida ) será igual a
probabilidade de obtermos S z = −= / 2 . Temos :

2 2
Probabilidade de se obter S z ;− = −= / 2 ⇒ PS z ;− = − S n ; + Sn ; + +

ou seja, calcularemos a probabilidade de obtermos o ket + colapsar para o


G G
estado S .nˆ; + e do ket S .nˆ; + colapsar para o estado − . Usando o exercício
anterior, temos que :

G β β
S .nˆ; + = cos + + eiα sen − .
2 2

Logo,

G β G 2 β
+ S .nˆ; + = cos → + S .nˆ; + = cos 2 ,
2 2

2
e

G β G 2 2 β β
− S .nˆ; + = eiα sen → − S .nˆ; + = eiα sen 2 = sen 2 .
2 2 2

2
Consideramos acima que eiα = 1 . Substituindo os resultados, temos :

β β β⎞β
2

PS z = cos 2
sen = ⎜ cos sen ⎟ .
2

2 2 ⎝ 2 2⎠

Como

β β
senβ = 2 sen cos ,
2 2

temos :

sen 2 β
PS z = .
4

Também, 0 < sen 2 β < 1 , então PS é máximo para β = π / 2 , pois neste ângulo
z

senβ = 1 , o que faz com que a probabilidade se torne

1
PS z →max = . para β = π / 2
4

Ou seja, a máxima intensidade ( para β = π / 2 ) é igual a 1/ 4 do seu valor


inicial.

3
Problema 14

Uma certa observável em mecânica quântica tem uma representação


matricial 3x3 como segue :

⎛0 1 0⎞
1 ⎜ ⎟
⎜ 1 0 1⎟ .
2⎜ ⎟
⎝0 1 0⎠

a. Encontre os autovetores normalizados dessa observável e os


correspondentes autovalores. Existe alguma degenerescência?

b. De um exemplo físico onde tudo isso é relevante.

Solução :

a. Seja

⎛0 1 0⎞
1 ⎜ ⎟
L= ⎜ 1 0 1⎟,
2⎜ ⎟
⎝0 1 0⎠

com os autovalores e os autovetores determinados pela equação abaixo :

L l =l l ⇒ ( L − lI ) l = 0 . (1)

Como l não pode ser um ket nulo (não queremos uma solução trivial),
devemos ter,

det( L − lI ) = 0

ou,

−l 1/ 2 0
1/ 2 −l 1/ 2 = 0 .
0 1/ 2 −l

1
Logo, obtemos :

l l
−l 3 + + =0
2 2
l3 − l = 0 (2)
l (l − 1) = 0
2

Da equação (2), obtemos os três autovalores:

⎧l1 = 0

⎨l2 = 1
⎪l = −1
⎩3

Como l1 ≠ l2 ≠ l3 , não há degenerescência. Assim vamos obter os autovetores


correspondentes.

a) l1 = 0

Substituindo em (1) temos :

( L − 0 I ) l1 = 0
⎛ 0 1/ 2 0 ⎞ ⎛ x1 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜1/ 2 0 1/ 2 ⎟ ⎜ x2 ⎟ = ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 1/ 2 0 ⎟⎠ ⎝ x3 ⎠ ⎝ 0 ⎠

e obtemos :

1
x2 = 0 → x2 = 0
2
1 1
x1 + x3 = 0 → x1 = − x3
2 2
1
x2 = 0 → x2 = 0
2

Temos uma variável livre. Assim, fazendo x1 = 1 , x3 = −1 , obtemos :

2
⎛1⎞
l = ⎜ 0 ⎟ ,
1 ⎜ ⎟
⎜ −1⎟
⎝ ⎠

onde

l1 = α l1

em que α e a constante de normalização. Logo, vemos que,

l1 l1 = 1
α l1 l1 = 1
2
(a)
1
α =
l l
1 1

Mas,

⎛1⎞
l l = (1 0 −1) ⎜ 0 ⎟ = 1 + 1 = 2
1 1 ⎜ ⎟
⎜ −1⎟
⎝ ⎠

logo (a) se torna :

1
α =
2

Então, obtemos o 10 vetor de L , dado por

⎛1⎞
1 ⎜ ⎟
l1 = 0
2 ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ −1 ⎠

b) l2 = 1

Substituindo l2 em (1), obtemos :

3
⎛ −1 1/ 2 0 ⎞ ⎛ x1 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜1/ 2 −1 1/ 2 ⎟ ⎜ x2 ⎟ = ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 1/ 2 −1 ⎟ ⎝ x3 ⎠ ⎝ 0 ⎠
⎝ ⎠

Fazendo as multiplicações, obtemos :

x2 x2
− x1 + =0 → = x1
2 2
x1 x x x
− x2 + 3 = 0 → x2 = 1 + 3
2 2 2 2
x2 x
− x3 = 0 → x3 = 2
2 2

Vemos que x1 = x3 , assim, fazendo x2 = 2 , obtemos x1 = x3 = 1 , logo,

⎛ 1 ⎞
⎜ ⎟
l2 = ⎜ 2 ⎟
⎜ 1 ⎟
⎝ ⎠

temos

⎛ 1 ⎞
⎜ ⎟
(
l2 l2 = 1 )
2 1 ⎜ 2 ⎟ = 1+ 2 +1 = 4 (b)
⎜ 1 ⎟
⎝ ⎠

Desde que o autovetor l2 normalizado é dado por :

1
l2 = l2
l l
2 2

obtemos por (b) que :

⎛ 1 ⎞
1⎜ ⎟
l2 = ⎜ 2 ⎟
2⎜ ⎟
⎝ 1 ⎠

4
c) l3 = −1

Substituindo l3 = −1 em (1), vamos obter:

⎛ 1 1/ 2 0 ⎞ ⎛ x1 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜1/ 2 1 1/ 2 ⎟ ⎜ x2 ⎟ = ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 1/ 2 1 ⎟ ⎝ x3 ⎠ ⎝ 0 ⎠
⎝ ⎠

obtendo,

x2 x2
x1 + =0 → − = x1
2 2
x1 x x x
+ x2 + 3 = 0 → x2 = − 3 − 1
2 2 2 2
x2 x
+ x3 = 0 → x3 = − 1
2 2

E, fazendo x2 = − 2 , obtemos x1 = 1 e x3 = 1 . Logo,

⎛ 1 ⎞
⎜ ⎟
l3 = ⎜ − 2 ⎟
⎜ 1 ⎟
⎝ ⎠

Logo, vemos que :

⎛ 1 ⎞
⎜ ⎟
( )
l3 l3 = 1 − 2 1 ⎜ − 2 ⎟ = 1 + 2 + 1 = 4
⎜ 1 ⎟
⎝ ⎠

Logo, o autovetor normalizado l3 será :

1
l3 = l3 ,
l l
3 3

5
⎛ 1 ⎞
1⎜ ⎟
l3 = ⎜ − 2 ⎟ .
2⎜ ⎟
⎝ 1 ⎠

b. A matriz do enunciado é a componente na direção n̂ do momento angular


escrito na base de S z . É uma matriz que representa spin unitário, S = 1 .

6
Problema 15

A e B são observáveis. Suponha que os autokets simultâneos de A e B


{ a ', b ' } formam um conjunto completo ortonormal de kets de base. Nós
podemos sempre concluir que

[ A, B ] = 0 ?

Se a sua resposta é sim, prove esta asserção. Se sua resposta é não, de um


contra-exemplo.

Solução :

Vejamos qual o resultado da operação de [ A, B ] sobre um ket arbitrário α .


Como o conjunto { a ', b ' } forma um conjunto completo de kets de base
normalizados, escrevemos α com o auxilio do operador identidade, isto é,

α = ∑∑ a ', b ' a ', b ' α . (1)


a' b'

Aplicando [ A, B ] sobre este ket, temos :

[ A, B ] α = ( AB − BA) α = ∑∑ (a ' b '− b ' a ') a ', b ' a ', b ' α . (2)
a' b'

Logo, como

[ A, B ] α = 0, (3)

e considerando que α é um ket arbitrário, a equação (3) será sempre


satisfeita somente se

[ A, B ] = 0 .

1
Problema 16

Dois operadores Hermitianos anticomutam:

{ A, B} = AB + BA = 0 .

É possível ter autokets simultâneos ( isto é, comuns ) de A e B ? Prove ou


ilustre a sua asserção.

Solução :

Suponhamos que existe um ket a ', b ' não nulo simultâneo a A e B . Então :

A a ', b ' = a ' a ', b '


(1)
B a ', b ' = b ' a ', b '

{ A, B} a ', b ' = AB a ', b ' + BA a ', b '


{ A, B} a ', b ' = a ' b ' a ', b ' + b ' a ' a ', b ' (2)
{ A, B} a ', b ' = 2a ' b ' a ', b '

Mas como { A, B} = 0 , a equação (2) é um absurdo! Logo, se A e B


anticomutam, não existe nenhum ket não nulo que seja autoket de A e B ao
mesmo tempo.

1
Problema 17

Duas observáveis A1 e A2 , que não envolvem o tempo explicitamente, são


conhecidas não comutarem,

[ A1 , A2 ] ≠ 0 ,

ainda que nós também conhecemos que ambas A1 e A2 comutam com o


Hamiltoniano :

[ A1 , H ] = 0 , [ A2 , H ] = 0 .

Prove que os autoestados de energia são, em geral, degenerados. Existem


exceções? Como um exemplo, você pode pensar no problema de força
G
p2
central, H = + V (r ) , com A1 → Lz , A2 → Lx .
2m

Solução :

Seja a1 , E o auto-ket simultâneo de A1 e H e a2 , E o auto-ket simultâneo


de A2 e H . Temos então que

[ A2 , H ] a1 , E =0
[ A2 , H ] = 0 → A2 H a1 , E − HA2 a1 , E = 0
EA2 a1 E − HA2 a1 , E = 0

Sabendo que [ A1 , A2 ] ≠ 0 , teremos que quando A2 atuar no auto-ket de A1 , irá


mudar de a1 , E para um novo estado denotado dado por α . Assim, se

A2 a1 , E = α ,

teremos

EA2 a1 , E − HA2 a1 , E = 0
E α −H α =0 .
H α =E α

1
Desta forma, percebemos que α também é um auto-estado de H .

Vamos repetir o mesmo procedimento para o primeiro comutador.

[ A1 , H ] a2 , E =0
[ A1 , H ] = 0 → A1 H a2 , E − HA1 a2 , E = 0
EA1 a2 E − HA1 a2 , E = 0

Seja o novo estado caracterizado por β , isto é,

EA1 a2 , E − HA1 a2 , E = 0
E β −H β =0
H β =E β

Logo, vemos que o auto-valor E de H tem dois auto-kets α e β .


Portanto, temos um estado degenerado. No caso em que temos [ Lx , Lz ] ≠ 0 e
[ Lx , H ] = 0 , [ Lz , H ] = 0 , ocorre uma degenerescência de ordem 2l + 1 , pois para
cada l , existem −l ,..., 0,... + l , autokets de Lz . Assim, quando l = 0 , mx = mz = 0
e Lx ml = 0; l = 0 = 0 e Lz ml = 0; l = 0 = 0 , desta forma não há a possibilidade
de existência de um estado novo, o que resulta na quebra da
degenerescência.

Neste problema, a exceção ocorre (ou seja, quebra de degenerescência)


quando A1 γ = 0 (ou A2 γ = 0 ), onde γ pode ser α , β , a1 ou a2 ,
qualquer autoket simultâneo de H .

2
Problema 18

a. O modo mais simples para derivar a desigualdade de Schwarz é


apresentado a seguir.
Primeiro, observe

(α + λ * β ).( α + λ β )≥0

para qualquer número complexo λ; então escolha λ de tal um modo que a


desigualdade anterior se reduz à desigualdade de Schwarz.

b. Mostre que o sinal de igualdade na relação de incerteza generalizada se


mantém se o estado em questão satisfaz

ΔA α = λ ΔB α

com λ puramente imaginário

c. Apresente em cálculos que usam as regras habituais de ondas mecânicas,


mostre que a função de onda para um pacote de onda Gaussianas dada por

⎡ i 〈 p 〉 x′ ( x′ − 〈 x〉 ) 2 ⎤
x′ α = ( 2π d )
2 −1 4
exp ⎢ − ⎥
⎢⎣ = 4d 2 ⎥⎦

satisfaz a relação de incerteza

=
( Δx ) ( Δp ) =
2 2

prove que o requisito

x′ Δx α = (número imginário) x′ Δp α

É de fato satisfeito para tal pacote de onda Gaussiano, de acordo com (b)

Solução :

1
a. Nós sabemos que para uma estado arbitrário c a seguinte relação se
matém

c c ≥0 (1)

Isto significa que nós escolhermos c = α + λ β onde λ é um número


complexo, nós teremos

(α + λ* β )+( α +λ β )≥0
α α + λ α β + λ * β α + λλ * β β ≥ 0 (2)
α α + λ α β + λ* β α + λ β β ≥0
2

Se nós escolhermos agora

β α α β
λ=− e λ* = −
β β β β

a relação anterior se tornará


2
β α α β β α α β β α
αα − − + β β ≥0
β β β β β β
2
β α β α
*
β α β α
*
β α
αα − − + ≥0
β β β β β β
2 2 2
β α β α β α
αα − − + ≥0 (3)
β β β β β β
2
β α
αα − ≥0
β β
2
β β αα − β α ≥0
2
αα β β ≥ β α

Note que o sinal de igualdade na ultima relação permanece quando

c = α + λ β = 0 ⇒ α = −λ β (4)

2
Isso é se α e β forem colineares.

b. A relação e incerteza é

1
( ΔA ) ( ΔB ) [ A, B ]
2

2 2
(5)
4

Para provar esta relação nós usamos a desigualdade de Schwarz (3) para os
vetores α = ΔA a e β = ΔB a os quais dão

2
α α β β ≥ ΔAΔB
2
a ΔAΔA a a ΔBΔB a ≥ ΔAΔB
(6)
a ( ΔA) a a ( ΔB ) a ≥ ΔAΔB
2 2 2

( ΔA) ( ΔB )
2
≥ ΔAΔB
2 2

O sinal de igualdade nesta relação se mantém de acordo com (4) quando

ΔA a = λΔB a (7)

Por outro lado o lado direito de (6) é

1 1
ΔAΔB =[ ΔA, ΔB ] + {ΔA, ΔB}
2 2
1 1
ΔAΔB = [ A, B ] + {ΔA, ΔB} (8)
2 2
1 1
[ A, B ] + {ΔA, ΔB}
2 2 2
ΔAΔB =
4 4

O que significa que o sinal de igualdade na relação de incerteza (5) se


mantém se

3
1
{ΔA, ΔB}
2
=0
4
{ΔA, ΔB} =0
(7)
a ΔAΔB + ΔBΔA a = 0 ⇒
(9)
a λ ( ΔB ) a + a λ ( ΔB ) a = 0
2 * 2

λ a ( ΔB ) a + λ * a ( ΔB ) a = 0
2 2

( λ + λ ) a ( ΔB )
* 2
a =0

Então o sinal de igualdade na relação de incerteza se mantém quando

ΔA a = λΔB a (10)

Com λ puramente imaginário.

c. Devemos computar os valores esperados de x, x2, p e p2. O valor esperado


de x é claramente zero por simetria
∞ ∞

∫ ∫ dx′
2
x = dx′ α x′ x′ x′ α = x′ α x′ = 0 (11)
−∞ −∞

Para x2 obtemos

∫ dx′x′
2
x 2
= 2
x′ α
−∞
2

⎛ 1 ⎞ ⎡ ( x′ ) ⎤
2

x 2
= ∫ dx′x′ ⎜ 1 2
⎟⎟ exp ⎢ikx′ − ⎥
⎜ 4 4d 2 ⎥⎦
−∞ ⎝π d ⎠ ⎢⎣
(12)
∞ ⎡ ( x′ ) ⎤
2
⎛ 1 ⎞
x2 = ⎜ ⎟∫ ′ ′ ⎢ikx′ − 2 ⎥
2
dx x exp
⎝ π d ⎠ −∞ ⎢⎣ d ⎥⎦
d2
x2 =
2

O que nos dá

4
d2
( Δx ) = x2 − x =
2 2
(13)
2

Para dispersão do operador posição. O valor esperado para p e p2 também


pode ser computado como se segue


p = ∫ dx′ ( −i= ) ∂x′
−∞
α x′ x′ α


p = −i= ∫ dx′
2
x′ α
−∞
∂x′
2

⎛ 1 ⎞ ⎡ ( x′ ) ⎤
2

p = −i= ∫ dx′ ⎜⎜ 1 ⎟⎟ exp ⎢ikx′ − ⎥
−∞
∂x′ ⎝π 4 d ⎠ ⎢⎣ 4d 2 ⎥⎦
p = =k
∞ (14)
∂2
p 2 = = 2 ∫ dx′
2
x′ α
−∞
∂x′2
2

∂ ⎛ 1 ⎞ ⎡ ( x′ ) ⎤
2 2

p2 = = 2 ∫ dx′ 2 ⎜ 1 ⎟⎟ exp ⎢ ikx ′ − ⎥


−∞
∂x′ ⎜⎝ π 4 d ⎠ ⎣⎢ 4d 2 ⎦⎥

=2
p2 = 2
+ =2k 2
2d

A dispersão do momento é então

( Δp ) = p2 − p
2 2

=2
( Δp ) = + =2 k 2 − =2k 2
2

2d 2
(14)
=2
( Δp ) = 2
2

2d

Arrumando (13) e (14) nós podemos verificar a relação de incerteza de


Heisenberg

=2
( Δx ) ( Δp ) =
2 2
(15)
4

5
Assim um pacote de onda Gaussiana tem de fato uma relação de igualdade
no lugar da mais geral relação de desigualdade, por essa razão é chamada de
pacote de onda de incerteza mínima.

Também temos que

x′ Δx α ≡ x′ ( x − x )α
x′ Δx α = x′ x′ α − x x′ α (16)
x′ Δx α = ( x′ − x ) x′ α

Por outro lado

x′ Δp α ≡ x′ ( p − p )α
∂ (17)
x′ Δp α = −i= x′ α − p x′ α
∂x′

Mas

∂ ⎡ i p x′ ( x′ − x ) ⎤
2

x′ α = x′ α ⎢ − ⎥
∂x′ ∂x′ ⎢ = 4d 2 ⎥
⎣ ⎦ (18)
∂ ⎡i p ⎤
− 2 ( x′ − x ) ⎥
1
x′ α = x′ α ⎢
∂x′ ⎣ = 2d ⎦

Então substituindo em (17) nós temos

⎛ ⎡i p ⎤⎞
− 2 ( x′ − x )⎥ ⎟⎟ −
1
x′ Δp α = −i= ⎜ x′ α ⎢ p x′ α

⎝ ⎣ = 2d ⎦⎠
i=
x′ Δp α = p x′ α + 2 ( x′ − x ) x′ α − p x′ α
2d
i=
x′ Δp α = 2 ( x′ − x ) x′ α (19)
2d
i=
x′ Δp α = 2 x′ Δx α
2d
i 2d 2
x′ Δx α = − x′ Δp α
=
Número imaginário

6
Problema 19

a. Compute

( ΔS x )
2
≡ S x2 − S x ,
2

onde o valor esperado é calculado para o estado S z + . Usando o seu


resultado, verifique a relação de incerteza generalizada

1
( ΔA) ( ΔB ) [ A, B ] ,
2 2 2

4

com A → S x , B → S y .

b. Verifique a relação de incerteza com A → S x e B → S y para o estado S x + .

Solução :

a. e b. Calcularemos a quantidade S x .

Sx = + Sx + (1)

Escrevendo S x como

=
Sx =
2
(+ −+ − + ) (2)

temos

=
Sx =
2⎣
⎡+ (+ − + − + ) + ⎤⎦ = 0 ,

o que leva a

=0.
2
Sx (3)

1
Calcularemos agora S x 2 :

Usando (2), S x2 fica :

=2 =2
Sx2 = ⎡⎣ + + + − − ⎤⎦ = 1 (4)
4 4

Assim,

=2 =2
S x2 = + S x2 + = +1+ = , (5)
4 4

e consequentemente,

=2
( ΔS x )
2
= S − Sx =
2 2
x (6)
4

( ΔS )
2
Da mesma forma, podemos calcular y no estado S z + :

i=
Usando S y =
2
( − + − + − + ) , temos
2
Sy = + Sy + = 0 e Sy =0 (7)

=2 =2 =2 =2
Sy 2
= − ⎡⎣ − + + − − − ⎤⎦ = 1 e S 2
y = +1+ = (8)
4 4 4 4

Então,

=2
( ΔS )
2 2
y = S y2 − S y = (9)
4

Calcularemos agora a quantidade ⎡⎣ S x , S y ⎤⎦ . Antes temos que :

⎡⎣ S x , S y ⎤⎦ = i=S z (10)

2
i= 2
Logo ⎡⎣ S x , S y ⎤⎦ = i= S z = i= + S z + = (11)
2

2 =4
Sx , S y = (12)
4

=4
Fazendo o produto ( ΔS x ) ( ΔS y )
2 2
= .
16

Vemos então que a relação de incerteza generalizada é verificada, pois

=4 1 =4

16 4 4

3
Problema 20

Encontre a combinação linear dos kets + e − que maximize o produto de


incerteza

( ΔS x ) ( ΔS )
2 2
y

Verifique explicitamente que para a combinação linear encontrada, a relação


de incerteza para S x e S y não é violada.

Solução :

A combinação linear mais geral, a menos de uma fase global (que não tem
interesse em Mecânica Quântica), é dada por

α = a + + (1 − a 2 )1/ 2 eiβ − , (1)

em que a e β são reais e a ≤ 1 .

Os operadores S x e S y , em notação de ket-bra, são dados por :

Sx =
2
(+ − + − + ) (2)

−i
Sy =
2
(+ − − − + ) (3)

logo

⎡ ⎤
S x2 = S x S x = ⎢ ( + − + − + ) ( + − + − + ) ⎥
⎣2 2 ⎦ (4)
2 2
S x2 =
4
(+ + + − − )=
4
1

1
⎡ −i
S y2 = S y S y = ⎢ (+ − − − + ) −2i ( + ⎤
− − − + )⎥
⎣ 2 ⎦
2 2
(5)
S =
2
y
4
(+ + + − − )=
4
1

onde 1 é o operador identidade.

As dispersões são dadas por :

( ΔS x )
2
= Sx2 − Sx .
2
(6)

( ΔS )
2 2
y = Sy2 − Sy (7)

Os valores esperados são calculados em relação ao estado α , dado por


α = a + + (1 − a 2 )1/ 2 eiβ − . Então :

2 2 2
Sx2 = α Sx2 α = α 1α = αα = (8)
4 4 4

onde usamos o fato que α é normalizado. Da mesma forma :

2
S y2 = Sx2 = (9)
4

O valor esperado S x é calculado usando α = a + + (1 − a 2 )1/ 2 eiβ − .

S x = α S x α = ⎡a + + 1 − a 2 ( ) (
e − iβ − ⎤ S x ⎡ a + + 1 − a 2 ) ei β − ⎤
1/ 2 1/ 2

⎢⎣ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎥⎦

( ) ( )
1/ 2 1/ 2
Sx = a2 + Sx + + a 1 − a2 ei β + S x − + a 1 − a 2 e − iβ − S x + + (10)
(1 − a ) − S
2
x −

Utilizando S x =
2
(+ − + − + ) temos que

+ Sx + = 0 ; + Sx − = − Sx + = ; − Sx − = 0
2

2
Assim, o valor esperado de S x é:

Sx =
2
{a(1 − a ) 2 1/ 2 i β
}
e + a (1 − a 2 )1/ 2 e −iβ = a (1 − a 2 )1/ 2 cos β (11)

Para S y temos uma expressão análoga à (*)

S y = a 2 + S y + + a(1 − a 2 )1/ 2 eiβ + S y − + a(1 − a 2 )1/ 2 e −iβ − S y + + (1 − a 2 ) − S y −

Usando

−i
Sy =
2
(+ − − − + )

Podemos calcular :

−i
+ Sy + = 0 ; + Sy − = − − Sy + = ; − Sy − = 0
2

Logo, o valor esperado S y fica :

Sy =
i
2
{ }
a(1 − a 2 )1/ 2 e − iβ − a(1 − a 2 )1/ 2 eiβ = a(1 − a 2 )1/ 2 senβ (13)

Assim, substituindo (8), (9), (11) e (13) em (6) e (7), temos :


2 2
( ΔS x ) a 2 (1 − a 2 ) cos 2 β = ⎡1 − 4a 2 (1 − a 2 ) cos 2 β ⎤⎦
2
= − 2
(14)
4 4 ⎣

e
2 2

( ΔS y )
2
= − 2
a 2 (1 − a 2 ) sen 2 β = ⎡⎣1 − 4a 2 (1 − a 2 ) sen 2 β ⎤⎦ (15)
4 4

Substituindo estas expressões no produto de incerteza, temos :

3
{1 − 4a (1 − a ) ⎡⎣sen β − cos β ⎤⎦ + 16a (1 − a ) ( senβ cos β ) }
2
( ΔS x ) ( ΔS )
2 2 2
y = 2 2 2 2 4 2 2

16
2
( ΔS x ) ( ΔS ) {1 − 4a (1 − a ) + 4a (1 − a ) sen (2β )}
2 2
y = 2 2 4 2 2 2

16

Por inspeção vemos que o valor de β que maximiza o produto de incerteza é


β = ±π / 4 . Substituindo qualquer um destes valores em (16), o lado direito
desta expressão se torna :

16 { }
2 2
2 2
1 − 2.2a 2 (1 − a 2 ) + ⎡⎣ 2a 2 (1 − a 2 ) ⎤⎦ = ⎡⎣1 − 2a 2 (1 − a 2 ) ⎤⎦ (17)
16

O termo entre colchetes, considerado uma função do parâmetro “ a ” possui


três pontos críticos : a = 0 e a = ±1/ 2 . Os pontos a = ±1/ 2 são mínimos e o
ponto a = 0 é um máximo relativo. Vejamos qual o valor do termo entre
colchetes nas extremidades do domínio de a ( a = ±1 ):

⎡⎣1 − 2a 2 (1 − a 2 ) ⎤⎦ =1 (18)
a =±1

Vejamos também qual o valor deste termo no máximo relativo a = 0 :

⎡⎣1 − 2a 2 (1 − a 2 ) ⎤⎦ = 1 (19)
a =0

Temos então que, dentro do intervalo 0 ≤ a ≤ 1 o maior valor do produto de


incerteza é obtido quando a = 0 ou a = ±1 .

Então, temos que as combinações lineares que maximizam o produto de


incerteza são as seguintes :

π
β =+ , a=0 ⇒ α = eiπ / 4 −
4

π
β =+ , a = ±1 ⇒ α =± +
4

π
β =− , a=0 ⇒ α = e− iπ / 4 −
4

4
π
β =− , a = ±1 ⇒ α =± +
4

De forma geral :

α =± + (20a)

α = e± iπ / 4 − (20b)

Verificamos agora se estas combinações lineares não violam a relação de


incerteza entre S x e S y .

Vejamos qual o valor do produto de incerteza para combinações do tipo


(20a) e (20b) :
4
( ΔS x ) ( ΔS )
2 2
y = (21)
16

onde usamos a expressão (16).

A relação de incerteza para S x e S y é a seguinte :

( ΔS ) 1 2
( ΔS x )
2
⎡ S x , S y ⎤⎦
2
≥ (22)
4 ⎣
y

Temos que

⎡⎣ S x , S y ⎤⎦ = i S z (23)

Sz = α Sz α . (24)

Usando a combinação (20a), temos :

5
Sz = + ( ± ) Sz + = (25)
2

ou usando (20b) :

S z = − e ∓ iπ / 4 S z e ± iπ / 4 − = − S z − = − (26)
2

Substituindo (25) ou (26) em (24) e (22), temos :


2

( ΔS x ) ( ΔS ) 1
2
≥ ±i
2
y
4 2
4
( ΔS x ) ( ΔS )
2 2
y ≥
16

Vemos então que as combinações lineares (20a) e (20b) não violam a


relação de incerteza.

6
Problema 21

Calcule o produto de incerteza x − p

( Δx ) ( Δp )
2 2

para uma partícula unidimensional confinada entre duas paredes rígidas

⎧⎪ 0 para 0 < x < a


V =⎨ .
⎪⎩∞ outros valores

Resolva para ambos os estados, fundamental e excitado.

Solução :

Para uma partícula confinada em uma caixa, os autoestados do Hamiltoniano


são dados por :

H ψ =Eψ

Logo,

x' H ψ = E x' ψ

Agora, dentro do poço, o potencial é nulo. Então, temos apenas energia


cinética. Portanto,

p2
x ψ =E xψ
2m

Como

x ' ψ = ψ ( x ')

1
p2 = 2 d 2ψ
x' ψ =− ,
2m 2m dx '2

Temos :

d 2ψ 2mE
+ 2 ψ =0
dx '2 =

A equação diferencial acima tem solução

ψ ( x ') = A cos kx '+ Bsenkx '

onde

2mE
k2 = (1)
=2

Como V = ∞ em x = 0 e x = a , devemos ter ψ ( x ' = 0) e ψ ( x = a) = 0 , pois


nesses pontos a partícula não pode estar. Aplicando as condições de
contorno, obtemos :

ψ ( x ' = 0) = 0 e A + B.0 = 0 → A = 0

Para a segunda condição, temos :

ψ ( x ' = a) = 0 = Bsenka

Para B ≠ 0 , devemos ter

ka = nπ ,

Com n inteiro. Logo

ψ n ( x ') = Bsenkn x ' 0≤ x≤a

Como ψ ( x) representa a probabilidade de encontrar a partícula dentro da


2

caixa, devemos ter

2
a

∫ψ dx = 1
2
n
0
a

∫ sen k x ' dx ' = 1


2 2
B n
0

a
=1
2
B
2
2
B =
a

Logo,

2
ψ n ( x ') = x ' ψ = senkn x ' (3)
a

Cálculo de ( Δx )
2

Temos que

Δx = x − x

Logo,

Δx 2 = x 2 − 2 x x + x
2

( Δx )
2
= x2 − x
2
(4)

Para encontrar ( Δx ) , devemos determinar x 2 e x . Logo,


2 2

x = ψ x ψ = ∫ ∫ dx '' dx ' ψ x '' x '' x x ' x ' ψ = ∫ ∫ dx '' dx ' x 'ψ * ( x '')ψ ( x ')δ ( x ''− x ')

x = ∫ dx ' x ' ψ ( x ')


2

O valor médio de x é calculado no intervalo 0 < x ' < a . Logo,

3
a
2 ⎡ x2 ⎤ 1a
a a
2 x 1
x = ∫ xsen kn xdx = ⎢ − sen2kn x ⎥ − ∫ xdx +
4kn ∫0
2
sen 2kn dx
a0 a ⎣ 2 4k n ⎦0 2 0
2 ⎛ a2 a2 2 a⎞
x = ⎜ − − [ cos 2 k n x ]0 ⎟
a⎝ 2 4 a (4kn ) 2 ⎠
2 a2
x =
a 4
a
x =
2

Para o calculo de x 2 , temos :

x 2 = ψ x 2 ψ = ∫ ∫ dx ' dx '' ψ x '' x '' x 2 x ' x ' ψ = ∫ dx 'x '2 ψ ( x ') 2

2 ⎧⎪⎛ x3 x 2 ⎫⎪
a
a
2 2 2 ⎞ a 2 1
a
= ∫ x sen kn xdx = ⎨⎜ − sen 2kn x ⎟ − ∫ x dx +
2kn ∫0
2
x xsen 2 k n xdx ⎬
a0 a ⎪⎝ 2 4kn ⎠
⎩ 0 0 ⎭⎪
2 ⎛ a2 1 ⎛ a ⎞ ⎞ 1 ⎛ a3 a ⎞
x2 = ⎜ + ⎜− ⎟ ⎟⎟ = ⎜ − 2 ⎟

a ⎝ 6 2k n ⎝ 2k n ⎠ ⎠ a ⎝ 6 4k n ⎠

n 2π 2
Agora kn2 = , logo
a2

a3 1 a 2 ⎛1 1 ⎞
x 2
= − = a2 ⎜ − 2 2 ⎟
3 2nπ2 2
⎝ 3 2n π ⎠

Portanto,

( Δx )
2
= x2 − x
2

a2 a2 a2 ⎛1 1 1 ⎞
( Δx )
2
= − 2 2− = a2 ⎜ − − 2 2 ⎟
3 2n π 4 ⎝ 3 4 2n π ⎠
a2 ⎛ 1 1 ⎞
( Δx )
2
= ⎜ − 2 2⎟
2 ⎝6 n π ⎠

Cálculo de ( Δp )
2

Temos :

4
( Δp ) = p2 − p
2 2

2
Devemos determinar p 2 e p .

⎛ ∂ψ ⎞ * ∂ψ
a a a
p = ψ p ψ = ∫ dx ' ψ x ' x ' p ψ = ∫ dx 'ψ * ( x ') ⎜ −i= ⎟ = −i= ∫ψ dx '
0 0 ⎝ ∂x ' ⎠ 0
∂x '

a a
2 2
p = −i= ∫ senkn x 'cos kn x ' dx ' = −i= kn ∫ senkn x 'cos kn x 'dx '
a0 a 0

a
i= 2 ik
∫ senkn x ' d ( senkn x ' ) = − ( senkn x )0 = 0
a
p =−
a 0 a

Para p 2 , temos :

a a
⎛ ∂ 2ψ ⎞
p 2 = ψ p 2 ψ = ∫ dx ' ψ x ' x ' p 2 ψ = ∫ dx 'ψ * ( x ') ⎜ −= 2 ⎟
0 0 ⎝ ∂x '2 ⎠

2= 2 k n 2 ⎛ a ⎞
a a
2= 2 kn2 cos 2kn x '
p2 = ∫ = − ∫
2
sen k n x ' dx ' ⎜ dx ' ⎟
a 0 a ⎝2 0 2 ⎠
2= 2 kn2 ⎛ a 1 a⎞ 2= 2 kn2 ⎛ a ⎞
p2 = ⎜ − ( sen 2 k n x ) 0 ⎟
= ⎜ − 0⎟
a ⎝ 2 4kn ⎠ a ⎝2 ⎠
= 2 n 2π 2
p 2 = = 2 kn2 =
a2
= 2 (nπ ) 2
p2 =
a2

Temos então :

( Δp )
2
= p2 − p = p2 − 0 = p2
2

= 2 (nπ ) 2
( Δp )
2
=
a2

5
Cálculo da Relação de Incerteza

Logo,

1 ⎞ ( nπ )
2
a2 ⎛ 1
( Δx ) ( Δp )
2 2
= ⎜ − 2 2 ⎟ =2
2 ⎝6 n π ⎠ a2
= 2 ⎛ ( nπ ) ⎞
2

( Δx ) ( Δp ) = ⎜ − 1⎟
2 2

2 ⎜ 6 ⎟
⎝ ⎠

Para o estado fundamental, n = 1 , a equação se reduz a :

=2 ⎛ π 2 ⎞
( Δx ) ( Δp )
2 2
= ⎜ − 1⎟ (fundamental)
2 ⎝ 6 ⎠

Para n > 1 , estados excitados, temos :

= 2 ⎛ ( nπ ) ⎞
2

( Δx ) ( Δp ) = ⎜ − 1⎟
2 2
(excitado)
2 ⎜ 6 ⎟
⎝ ⎠

6
Problema 22

Estime a ordem de grandeza do intervalo de tempo que um picador de gelo


pode ser equilibrado sobre sua ponta se a única limitação imposta for o
princípio da incerteza de Heisenberg. Assuma que a ponta seja afiada e que
tanto a ponta quanto a superfície, onde o picador de gelo está apoiado, são
duros. Você pode fazer aproximações que não modificam a ordem de
grandeza geral do resultado. Admita valores razoáveis para as dimensões e
massa do picador de gelo. Obtenha um resultado numérico aproximado e
expresse-o em segundos.

Solução:

Inicialmente, assume-se que o picador de gelo seja equivalente


a um ponto de massa m ligado a uma haste leve de comprimento L com a
outra extremidade sendo equilibrada em uma superfície dura e fixa. Para um
deslocamento angular pequeno do picador de gelo em relação à um eixo
vertical, a equação de movimento é:

d 2θ
mL2 − mgL = 0
dt 2

A solução desta equação é dada por:

θ (t ) = ae ( g / L )t
+ be − ( g / L )t

Em t = 0 temos:

Δx = Lθ = (a + b) L

Δp = mL

dt
= mL
g (
L
ae ( g / L )t
+ be −( g / L )t
)

1
E a relação de incerteza deve ser tal que:

=
ΔxΔp ≈
2

Tal relação implica:

=
a2 = b2 +
[2m(gL ) ] 3 12

O deslocamento em um tempo posterior t é minimizado ao assegurar


a e b tão pequenos quanto possíveis. Deste modo, fixando a e b:

=
a=±
[2m(gL ) ],3 12
b=0

o qual pode ser desconsiderado para t >> L g .

O deslocamento se torna perceptível quando θ for maior do que


π
θf =
100

Temos:
θ f = ae
g Lt f

e, tomando pela definição,

L ⎧⎪ 1 ⎡ 2m(gL3 ) ⎤ ⎫⎪
12

tf = ⎨ln(θ f ) + ln ⎢ ⎥⎬
g⎪ 2 ⎢⎣ = ⎥⎦ ⎪⎭

Considerando L = 10 cm, m = 100 g , g = 980 cm / s 2 , temos:

t f = 3,4 s

2
de acordo com m e θ.

Para qualquer valor razoável de dimensões e massa de um picador de


gelo, deve-se ter:

t ~3s.

3
Problema 23

Considere um ket de espaço tridimensional. Se um certo conjunto de kets


ortonormais – digamos, 1 , 2 e 3 - são usados como kets de base, os
operadores A e B são representados por

⎛a 0 o ⎞ ⎛b 0 o ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
A = ⎜ 0 − a o ⎟ B = ⎜ 0 0 −ib ⎟ ,
⎜ 0 0 −a ⎟ ⎜ 0 ib 0 ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠

com a e b ambos reais.


a. Obviamente A exibe um espectro degenerado. B também exibe um
espectro degenerado ?
b. Mostre que A e B comutam.
c. Encontre um novo conjunto de kets ortonormais que sejam autokets
simultâneos de ambos A e B . Especifique os autovalores de A e B
para cada um dos três autokets. Esta especificação de autovalores
caracteriza completamente cada autoket ?

Solução :

a. Para sabermos se B tem um espectro degenerado precisamos calcular os


seus autovalores. Para isto estabelecemos a equação secular, cujas raízes são
os autovalores de B .

det( B − λ I ) = 0
⎛b − λ 0 0 ⎞
⎜ ⎟ .
det ⎜ 0 −λ −ib ⎟ = (λ 2 − b 2 )(b − λ ) = 0
⎜ 0 −λ ⎟⎠
⎝ ib

As raízes desta equação (autovalores de B ) são

λ1 = b , λ2 = −b e λ3 = b .

Vemos então que o espectro de B também é degenerado, pois possui dois


autovalores iguais, +b .

1
b. Calcularemos o comutador [ A, B ] = AB − BA .

⎛ ab 0 0 ⎞ ⎛ ab 0 0 ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
AB = ⎜ 0 0 iab ⎟ BA = ⎜ 0 0 iab ⎟
⎜ 0 −iab 0 ⎟ ⎜ 0 −iab 0 ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠

Portanto,

[ A, B ] = 0 .

Podemos concluir que é possível encontrar um conjunto ortonormal


completo de kets de base que sejam autokets simultâneos de A e B .

c. Temos que { 1 , 2 , 3 } forma um conjunto completo e ortonormal de kets


de base. Estes kets são os autokets do operador A , pois A é diagonal nesta
base. O ket 1 , representado por

⎛1⎞
⎜ ⎟
1 = ⎜ 0 ⎟
⎜0⎟
⎝ ⎠

é um autoket de B , com autovalor +b , como é fácil verificar.

B 1 =b 1

Os kets

⎛0⎞ ⎛0⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
2 = ⎜ 1 ⎟ e 3 = ⎜ 0 ⎟
⎜0⎟ ⎜1⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠

não são autokets de B , pois

B 2 = ib 3 e B 3 = −ib 2 .

2
Como { 2 , 3 } é um subespaço dos operadores A e B , temos que os novos
autokets simultâneos a A e B devem ser combinações lineares destes dois
kets. Escrevemos estes autokets simultâneos a A e B como:

( )
1/ 2
2 ' = α 2 2 + 1 − α 22 ei β 2 3
,
+ (1 − α )
1/ 2 i β3
3' = α 3 2 2
3 e 3

em que α e β são reais.

Como já vimos no exercício anterior, isto é a mais geral combinação linear


de dois kets que interessa à Mecânica Quântica. Então, na base { 1 , 2 , 3 } ,
estes kets tem a seguinte representação matricial:

⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟
2 ' = ⎜ α2 ⎟,
⎜ (1 − α 2 )1/ 2 eiβ2 ⎟
⎝ 2 ⎠

⎛ ⎞
⎜ 0 ⎟
3' = ⎜ α3 ⎟.
⎜ ⎟
(
⎜ 1 − α 32 ) 3 ⎟
1/ 2 i β

⎝ e ⎠

Obviamente, 2 ' e 3' , continuam sendo autokets de A :

A 2 ' = −a 2 '
.
A 3' = −a 3'

Os parâmetros das combinações lineares ( α 2 , α 3 , β 2 , β3 ) serão então


determinados através da condição que 2 ' e 3' sejam autokets de B . As
equações de autovalores, para os kets 2 ' e 3' , ficam:

B 2' = b 2' e B 3' = −b 3' .

3
Na forma matricial a primeira destas equações fica:

⎛b 0 0 ⎞⎛ 0 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 −ib ⎟ ⎜ α2 ⎟ = b⎜ α2 ⎟.
⎜ 0 ib 0 ⎟ ⎜ (1 − α ) e 2 ⎟
2 1/ 2 i β ⎜ (1 − α ) e 2 ⎟
2 1/ 2 i β
⎝ ⎠⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Temos da relação acima que

b(1 − α 22 )1/ 2 eiβ2 = ibα 2 .

Esta equação complexa representa as duas equações reais:

(1 − α 22 )1/ 2 cos β 2 = 0
.
(1 − α 22 )1/ 2 senβ 2 = α 2

A primeira equação só pode ser satisfeita se cos β 2 = 0 , pois se (1 − α 22 )1/ 2 = 0 , a


segunda equação não é satisfeita. Então:

β 2 = +π / 2

A equação (1 − α 22 )1/ 2 senβ 2 = α 2 pode ser escrita como

2
⎛ α2 ⎞
(1 − α ) = ⎜
2
⎟ .
⎝ senβ 2 ⎠
2

Substituindo β 2 = +π / 2 , temos que α 2 = +1/ 2 .

A segunda equação, B 3' = −b 3' , na forma matricial, se torna:

⎛b 0 0 ⎞⎛ 0 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 −ib ⎟ ⎜ α3 ⎟ = −b ⎜ α3 ⎟
⎜ 0 ib 0 ⎟ ⎜ (1 − α 2 )1/ 2 eiβ3 ⎟ ⎜ (1 − α 2 )1/ 2 eiβ3 ⎟
⎝ ⎠⎝ 3 ⎠ ⎝ 3 ⎠

4
Isto nos leva as equações reais :

(1 − α 32 )1/ 2 cos β3 = 0
(1 − α 32 )1/ 2 senβ 3 = −α 3

com as soluções

β3 = +π / 2
.
α 3 = +1/ 2

A escolha conveniente dos sinais destes parâmetros será feita através da


condição de ortogonalizacao de 2 ' e 3' . Isto é, usando as equações

( )
1/ 2
2 ' = α 2 2 + 1 − α 22 ei β 2 3

+ (1 − α )
1/ 2
3' = α 3 2 2
3 ei β3 3

temos

2 ' 3' = 0

(
⎡α 2 + 1 − α 2 ) e − iβ2 3 ⎤ ⎡α 3 2 + 1 − α 32 ( ) ei β3 3 ⎤ = 0
1/ 2 1/ 2

⎣⎢ 2 2
⎦⎥ ⎣⎢ ⎦⎥
α 2α 3 2 2 + ⎣⎡(1 − α 22 )(1 − α 32 ) ⎤⎦
1/ 2
ei ( β3 − β 2 ) 3 3 = 0
1
α 2α 3 + ei ( β − β ) = 0
3 2

Logo, β 2 = β3 (ambos devem ter o mesmo sinal) e α 2α 3 = −1/ 2 ( α 2 e α 3


devem ter sinais contrários).

Então os autokets 2 ' e 3' , simultâneos a A e B , são dados por:

1 1 iπ / 2
2' = 2 + e 3
2 2
=
1
2
{ 2 +i 3 }

5
e

1 1 iπ / 2
3' = − 2 + e 3
2 2
=−
1
2
{ 2 −i 3 }

Podemos especificar o conjunto de autokets simultâneos pelos autovalores


de A e B ,

1' = 1 = a, b
2 ' = − a, b ,
3' = −a, −b

em que usamos as relações

B 2' = b 2' e B 3' = −b 3' .

Vemos então que a especificação dos autovalores caracteriza completamente


os autokets 1' , 2 ' e 3' .

6
Problema 24

a. Prove que (1/ 2 ) (1 + iσ x ) atuando sobre um spinor de duas componentes


pode ser pensado como a representação matricial do operador rotação em
torno do eixo- x por um ângulo −π / 2 . (O sinal menos significa que o
sentido da rotação é o mesmo do ponteiro do relógio.)

b. Construa a representação matricial de S z quando os autokets de S y são


usados como vetores de base.

Solução :

a. O operador (1/ 2 ) (1 + iσ x ) possui a seguinte representação matricial na


base { + , − } :

1 1 ⎡⎛ 1 0 ⎞ ⎛ 0 1 ⎞ ⎤ 1 ⎛ 1 i ⎞
(1 + iσ x ) = ⎢⎜ ⎟+i⎜ ⎟⎥ = ⎜ ⎟ (1)
2 2 ⎣⎝ 0 1 ⎠ ⎝ 1 0 ⎠ ⎦ 2 ⎝ i 1⎠

Vejamos agora qual é a forma do operador de rotação do sistema físico (não


do sistema de coordenadas) de um ângulo π / 2 no sentido horário em torno
do eixo x .

Este operador transforma os autoestados de S z nos autoestados de S y , da


seguinte forma :

+ → Sy; + ; − → Sy ; − (2)

Denotando este operador por Dx (π / 2 ) temos :

Dx (π / 2) + = S y ; + (3)

Dx (π / 2) − = S y ; − (4)

1
Figura 1: representação de uma rotação por um ângulo π / 2 no sentido
horário em torno do eixo x .

Usando o conjunto de kets {+ , − } , podemos expandir Sy; + e Sy; −


como:

1 i
Sy; + = + + − (5)
2 2

1 i
Sy; − = + − − (6)
2 2

Multiplicando um ket por uma fase global não alteraremos o seu significado
físico. Então, se multiplicarmos (6) por eiπ / 2 = i não alteramos o significado
físico de S y ; − . O conjunto { S y ; + , i S y ; − } continua sendo ortonormal.
Então procuraremos o operador Dx (π / 2 ) que realize a seguinte
transformação :

Dx (π / 2) + =
1
2
( + +i − ) (7)

2
Dx (π / 2) − = i S y ; − =
1
2
(i + + − ) (8)

Na notação matricial, base { + , − } , (7) temos:

⎛ d11 d12 ⎞⎛ 1 ⎞ 1 ⎛1⎞


⎜ ⎟⎜ = ⎜ ⎟. (9)
⎝ d 21 d 22 ⎠ ⎝ 0 ⎟⎠ 2 ⎝i⎠

Isto significa que :

1
d11 =
2

1
d 21 = i.
2

Para determinarmos os elementos d12 e d 22 escrevemos (8) em notação


matricial:

⎛1/ 2 d12 ⎞ ⎛ 0 ⎞ 1 ⎛ i ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟ = ⎜ ⎟. (11)
⎜1/ 2 d 22 ⎟⎠ ⎝ 1 ⎠ 2 ⎝1⎠

Isto nos fornece

1
d12 = i (12)
2

1
d 22 = (12)
2

3
Então o operador Dx (π / 2 ) pode ser representado pela matriz

1 ⎛1 i ⎞
Dx (π / 2) = ⎜ ⎟ (13)
2 ⎝ i 1⎠

na base { + , − } .

Observamos que esta matriz é idêntica a do operador (1/ 2 ) (1 + iσ x ) na


mesma base. Logo :

1
Dx (π / 2) = (1 + iσ x ) (14)
2

Se, ao invés de usar i S y ; − tivéssemos usado S y ; − , ou seja, se


desprezássemos a fase global eiπ / 2 , teríamos encontrado para Dx (π / 2 ) , a
forma :

1 ⎛1 1 ⎞
Dx (π / 2) = ⎜ ⎟
2 ⎝ i −i ⎠

Embora tenha uma forma diferente este operador tem o mesmo significado
físico que o operador (13). Esta arbitrariedade se deve, como já foi
comentado, ao fato que um ket não tem seu significado físico alterado se o
multiplicarmos por uma fase global.

b. Na base { + , − } o operador S z é representado pela matriz

= = ⎛1 0 ⎞
S z = σ z = ⎜ ⎟ (16)
2 2 ⎝ 0 −1 ⎠

Uma mudança de base é realizada por um operador unitário U de forma que

U a ( k ) = b( k ) (17)

Onde { a ( k ) } é uma base antiga e { b } é a base nova. A transformação de


(k )

um operador B é dada por :

4
Bnovo = U † BvelhoU (18)

Observamos que o operador Dx (π / 2) é unitário, seja usada na forma (13) ou


(15). Também, observamos que, associada a forma (13), as equações (7) e
(8) são as equações da mudança de base

{+ ,−} → { S ;+ ,i S ;− }
y y (19)

E associada a forma (15) as equações (5) e (6) são as equações da mudança


de base

{+ ,−} → { S ;+ , S ;− }
y y (20)

O operador S z e transformado de acordo com (18) :

S z' = Dx† (π / 2) S z Dx (π / 2) (21)

Se usarmos a forma (13) para Dx (π / 2) , temos que :

= 1 ⎛ 1 −i ⎞⎛ 1 0 ⎞⎛1 i ⎞ = ⎛ 0 i ⎞
S z' = ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟= ⎜ ⎟ base { S y ; + , i S y ; − } (22)
2 2 ⎝ −i 1 ⎠⎝ 0 −1⎠⎝ i 1⎠ 2 ⎝ −i 0 ⎠

Ao passo que se usarmos a forma (15) para Dx (π / 2) (o que equivale a


escrever S z na base { S y ; + , S y ; − } ), temos :

= 1 ⎛1 −i ⎞⎛ 1 0 ⎞⎛1 1 ⎞ = ⎛ 0 1 ⎞
S z' = ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟= ⎜ ⎟ (23)
2 2 ⎝1 i ⎠⎝ 0 −1⎠⎝ i −i ⎠ 2 ⎝ 1 0 ⎠

5
Problema 25

Alguns autores definem um operador como real quando cada membro dos
elementos matriciais deles b ' A b '' é real em alguma representação (base
{ b' } neste caso). É este conceito de representação independente, isto é, os
elementos matriciais permanecem reais mesmo se alguma outra base que
{ b ' } é usado ? Verifique sua asserção usando operadores familiares tais
como S y e S z (veja problema 24) ou x e px .

Solução :

Considere

c ' A c '' = c ' ∑ b'b'


b ' A∑ b '' b '' c ''
b ''
,
c ' A c '' = ∑ c ' b ' b ' A b '' b '' c ''
b ',b ''

ou seja,

b ' A b ''

é real, mas não é necessário que

c' b' e b '' c ''

sejam reais.

Vamos considerar o problema 24. Nele

c → Sy
.
b → Sz

Temos então

1
⎛1⎞
b' = ⎜ ⎟ = +
⎝0⎠
Sz
⎛0⎞
b '' = ⎜ ⎟ = −
⎝1⎠

⎛ 1/ 2 ⎞
c' = ⎜ ⎟ = Sy; +
⎜i / 2 ⎟
⎝ ⎠
Sy
⎛ 1/ 2 ⎞
c '' = ⎜ ⎟ = Sy; −
⎜ −i / 2 ⎟
⎝ ⎠

em que

=
Sz ± = ± ±
2

1 1 iδ 2
Sy; ± = + ± e − .
2 2

Voltando a expressão, temos :

c ' A c '' = ∑ c ' b ' b ' A b '' b '' c ''


b ',b '' real

⎛ 1 1 −iδ 2 ⎞
c' b' = ⎜ + + e −⎟+
⎝ 2 2 ⎠
1
c' b' =
2

2
⎛ 1 1 −iδ 2 ⎞
c '' b ' = ⎜ + − e −⎟+
⎝ 2 2 ⎠
1
c '' b ' =
2

⎛ 1 i ⎞
c '' b '' = ⎜ + − −⎟−
⎝ 2 2 ⎠
i
c '' b '' = −
2

⎛ 1 i ⎞
c ' b '' = ⎜ + + −⎟−
⎝ 2 2 ⎠ .
i
c ' b '' =
2

Logo, a definição de representação independente está incorreta.

3
Problema 26

Construa a matriz transformação que conecta a base diagonal S z a base


diagonal de S x . Mostre que seu resultado é consistente com a relação geral

U = ∑ b( r ) a ( r ) .
r

Solução :

Sabemos dos exercícios anteriores que :

1 1
Sx ; ± = + ± −
2 2

Sendo U a matriz de transformação, temos que :

U Sx ; ± = Sz ; ± (1)

Então para S x ; + e S z ; + , obtemos :

⎛ U11 U12 ⎞ ⎛1/ 2 ⎞ ⎛ 1 ⎞


⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎝ U 21 U 22 ⎠ ⎜⎝1/ 2 ⎟⎠ ⎝ 0 ⎠

onde

⎛1⎞
S z ; + = S z ; + + 0. S z ; − = ⎜ ⎟
⎝ 0⎠

Portanto, do sistema de equações acima, obtemos :

⎧U11 + U12 = 2

⎨U + U = 0 (a,b)
⎪⎩ 21 22

Para S x ; − e S z ; − , obtemos :

1
⎛ U11 U12 ⎞ ⎛ 1/ 2 ⎞ ⎛ 0 ⎞
⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎝ U 21 U 22 ⎠ ⎜⎝ −1/ 2 ⎟⎠ ⎝ −1⎠

Logo,

⎧ U11 − U12 = 0

⎨ (c,d)
⎪⎩U 21 − U 22 = 2

Substituindo (c) em (a), obtemos :

U11 + U11 = 2
2 1
U11 = =
2 2

De (c), temos :

U12 = U11 = 1/ 2

Substituindo (b) em (d), temos :

U 21 − (−U 21 ) = 2
U 21 = 1/ 2

Logo, por (b), vemos que :

U 22 = −U 21 = −1/ 2
U 22 = −1/ 2

A matriz U é dada então por :

⎛1/ 2 1/ 2 ⎞
U =⎜ ⎟ (2)
⎜1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠

Fazendo o adjunto de (2), vemos que :

2
⎛ 1/ 2 1/ 2 ⎞
U† = ⎜ ⎟ (3)
⎜ 1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠

Logo,

⎛1 1 1 1 ⎞
+ −
⎛1/ 2 1/ 2 ⎞ ⎛1/ 2 1/ 2 ⎞ ⎜ 2 2 2 2 ⎟ ⎛1 0⎞
U †U = ⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟= =1
⎜1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠ ⎜⎝ 1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠ ⎜ 1 − 1 1 ⎛ 1 ⎞ ⎟ ⎜⎝ 0 1 ⎟⎠
⎝ ⎜2 2 −⎜− ⎟
⎝ 2 ⎝ 2 ⎠ ⎟⎠

Logo, vemos que U é unitária, também pode ser mostrado que UU † = 1 .


Multiplicando (1) por (3), obtemos :

U †U S x ; ± = U † S z ; ±

Como U †U = 1 , obtemos :

U † Sz ; ± = Sx ; ± (4)

E vemos que a transformação inversa é obtida com (3). Agora resta mostrar
que (2) e (3) são coerentes com a relação geral :

U geral = ∑ b r ar (5)
r

Sendo a r correspondente a S x ; ± e b a S z ; ± , escrevemos (5) como :


r

U geral = S z ; + S x ; + + S z ; − S x ; − (6)

Logo, substituindo os ket’s na forma matricial, obtemos :

⎛1⎞ ⎛0⎞
( )
U geral = ⎜ ⎟ 1/ 2 1/ 2 + ⎜ ⎟ 1/ 2
⎝0⎠ ⎝1⎠
( −1/ 2 )

⎛ 1/ 2 1/ 2 ⎞ ⎛ 0 0 ⎞ ⎛ 1/ 2 1/ 2 ⎞
U geral = ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟=⎜ ⎟ =U
⎝ 0 0 ⎠ ⎝1/ 2 1/ 2 ⎟⎠ ⎜⎝1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠
U geral = U

3
Considerando o adjunto de (6), obtemos :

U geral = Sx ; + Sz ; + + Sx ; − Sz ; −

Logo, fazendo o mesmo que no caso anterior, obtemos :

⎛ 1/ 2 ⎞ ⎛ 1/ 2 ⎞

U geral =⎜ ⎟ (1 0 ) + ⎜ ⎟ ( 0 1)
⎜ 1/ 2 ⎟ ⎜ −1/ 2 ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛ 1/ 2 0 ⎞ ⎛ 0 1/ 2 ⎞ ⎛1/ 2 1/ 2 ⎞

U geral =⎜ ⎟+⎜ ⎟=⎜ ⎟ =U†
⎜ 1/ 2 0 ⎟⎠ ⎜⎝ 0 −1/ 2 ⎟⎠ ⎜⎝1/ 2 −1/ 2 ⎟⎠

Logo,

U geral =U†

Assim vemos que existe consistência entre os dois operadores.

4
Problema 27

a. Suponha que f ( A) é uma função de um operador Hermitiano A com a


propriedade A a ' = a ' a ' . Calcule b '' f ( A) b ' quando a matriz
transformação da base a ' para a base b ' é conhecida.

b. Usando o análogo contínuo do resultado obtido em (a), calcule


G G
p '' F (r ) p ' .

Simplifique sua expressão até onde você puder. Note que r é x2 + y 2 + z 2 ,


onde x , y e z são operadores.

Solução :

a. Podemos expandir a função f ( A) em série de potências de A (série de


Taylor):

f ( A) = ∑ tn An (1)
n

⎛ 1 d n f ( A) ⎞
onde tn é o n -ésimo coeficiente da serie de Taylor ⎜ tn = ⎟ . Quando
⎝ n ! dAn ⎠
aplicamos o operador f ( A) sobre um ket a ' temos :

f ( A) a ' = ∑ tn An a '
n

f ( A) a ' = ∑ tn a 'n a '


n
(2)
⎛ ⎞
f ( A) a ' = ⎜ ∑ tn a 'n ⎟ a '
⎝ n ⎠
f ( A) a ' = f (a ') a '

Calcularemos agora b ' f ( A) b '' . Usando o fato que a base { a ' } é completa
aplicamos o operador identidade ∑ a'
a'
a ' da seguinte forma:

1
b ' f ( A) b '' = ∑ b ' f ( A) a ' a ' b '' (3)
a'

Usando (2), temos :

b ' f ( A) b '' = ∑ f (a ') b ' a ' a ' b '' (4)


a'

Onde a (i ) b( j ) é o elemento ij da matriz de mudança de base, como já


verificado no exercício 26.

b. O análogo contínuo da expressão (4) é

b ' f ( A) b '' = ∫ da ' f (a ') b ' a ' a ' b '' (5)

G G
Calcularemos então p '' F (r ) p ' usando (5).

G G G G G G
p '' F (r ) p ' = ∫ d 3 rF (r ) p '' x x p ' (6)

G
onde d 3r ≡ dxdydz e r = ( x 2 + y 2 + z 2 ) = r . Conhecemos os elementos da
1/ 2

matriz mudança de base.


G G
G G ⎡ 1 ⎤ ⎛ ip ''.x ⎞
p '' x = ⎢ 3/ 2 ⎥
exp ⎜ − ⎟ (7)
⎣ (2π =) ⎦ ⎝ = ⎠

e
G G
G G ⎡ 1 ⎤ ⎛ ip '.x ⎞
x p' = ⎢ 3/ 2 ⎥
exp ⎜ ⎟ (8)
⎣ (2π =) ⎦ ⎝ = ⎠

Substituindo (7) e (8) em (6) temos :

⎡ 1 ⎤ 3 G G G
G G ⎡ i ( p '− p '').x ⎤
3 ∫
p '' F (r ) p ' = ⎢ ⎥ d xF (r ) exp ⎢ ⎥ (9)
⎢⎣ ( 2π = ) ⎥⎦ ⎣ = ⎦

2
G G
Usando coordenadas esféricas, com o eixo z na direção do vetor ( p '− p '') , a
integral nesta expressão se torna :
G G G ∞ 2π π
⎡ i ( p '− p '').x ⎤
∫ d xF (r ) exp ⎢⎣ = ⎥⎦ = ∫0 drr F (r ) ∫0 dθ ∫0 dφ senφ exp ( iκ r cos φ )
3 2
(10)

G G
p '− p ''
onde κ ≡ .
=

A integral em φ pode ser escrita como

1
1
∫ d (cos φ ) exp [iκ r cos φ ] = iκ r exp [iκ r cos φ ]
cos φ =1
cos φ =−1
−1
1

∫ d (cos φ ) exp [iκ r cos φ ] = iκ r ( e − e −iκ r )


1 iκ r
(11)
−1
1
2
∫ d (cos φ ) exp [iκ r cos φ ] = κ r sen (κ r )
−1

Voltando na integral em (10), temos :




κ ∫ drF (r )rsen (κ r )
0
(12)

Voltando em (9), temos finalmente que


G G
G G 1 1

⎡ p '− p '' ⎤
p '− p '' ∫0
p '' F (r ) p ' = G G drF (r )rsen ⎢ r⎥ (13)
2 (π = ) ⎣ =
2

3
Problema 28

a. Considere x e px serem as coordenadas e o momento linear em uma


dimensão. Calcule o colchete de Poisson clássico,

[ x, F ( px )]classico .

b. Considere x e px os correspondentes operadores quanto-mecânico.


Calcule o comutador

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤
⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ .
⎣ ⎝ ⎠⎦

c. Usando o resultado obtido em (b), prove que

⎛ ip a ⎞
exp ⎜ x ⎟ x ' , (x x' = x' x' )
⎝ = ⎠

é um autoestado do operador coordenada x . Qual é o autovalor


correspondente.

Solução :

a. De acordo com a equação (1.6.48), temos:

⎛ ∂A ∂B ∂A ∂B ⎞
[ A(q, p); B(q, p)]classico = ∑ ⎜ − ⎟.
s ⎝ ∂qs ∂ps ∂ps ∂qs ⎠

Agora, como estamos em uma dimensão, então qs = x e ps = px e, também,


fazendo A = x , e B = F ( px ) , obtemos:

∂x ∂F ( px ) ∂x ∂F ( px )
[ x, F ( p x ) ] = − .
∂x ∂px ∂px ∂x

1
∂F
Como F = F ( px ) somente, = 0 . Logo,
∂x

∂F ( px ) dF ( px )
[ x, F ( p x ) ] = = .
∂px dpx

Temos então:

dF
[ x, F ( px )]classico =
dpx

b. Sabemos que :

I) Primeira maneira

⎡ ⎤ 1⎡ ⎤
⎢ , ⎥ → ⎢ , ⎥
⎣ ⎦ classico i= ⎣ ⎦ quantico

Logo,

1
[ x, F ( px )]classico = [ x, F ( px )]quantico
i=
[ x, F ( px )]quantico = i= [ x, F ( px ) ]classico

Agora, para F ( px ) = exp ⎛⎜


ipx a ⎞
⎟ , temos :
⎝ = ⎠

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ d ⎛ ipx a ⎞ ia ⎛ ipx a ⎞ ⎛ ipx a ⎞


⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ = i= dp ⎜ exp = ⎟ = = i= exp ⎜ = ⎟ = − a exp ⎜ = ⎟
⎣ ⎝ ⎠⎦ x ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ⎛ ipx a ⎞
⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ = −a exp ⎜ = ⎟
⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ ⎠

2
II) Segunda maneira

A segunda maneira de resolver o problema está baseada no conhecimento de


[ x, px ] = i= . Então, sabemos que:

⎡⎣ x, px 2 ⎤⎦ = [ x, px ] px + px [ x, px ] = (i=)2 px
⎡⎣ x, px 3 ⎤⎦ = ⎡⎣ x, px2 px ⎤⎦ = ⎡⎣ x, px2 ⎤⎦ px + px2 [ x, px ] = i= 2 px2 + px2i= = i=3 px2
⎡⎣ x, px4 ⎤⎦ = ⎡⎣ x, px3 ⎤⎦ px + px3 [ x, px ] = i=3 px3 + px3i= = (i=)4 px3

De um modo geral

⎡⎣ x, pxn ⎤⎦ = i=npxn −1 (1)

Agora

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤
ip x a ipx a
⎛ ipx a i 2 px2 a 2 ⎞ ⎛ ipx a i 2 px 2 a 2 ⎞
⎢ x , exp ⎜ ⎟⎥ = xe =
− e =
x = x ⎜ 1 + + + ... ⎟ − ⎜1 + + + ... ⎟ x
⎝ = ⎠⎦ = 2!= = 2!=
2 2
⎣ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ⎛ ixpx a i 2 xpx2 a 2 ⎞ ⎛ ipx xa i 2 px 2 a 2 x ⎞


⎢ x , exp ⎜ = ⎟⎥ = ⎜ x + + + ... ⎟ − ⎜ x + + + ... ⎟
⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ = 2!= 2
⎠ ⎝ = 2!= 2

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ia i2a2 i3a3


⎢ x , exp ⎜ = ⎟⎥ = = [ x , p x ] + ⎡
2 ⎣
x , p 2
x⎦
⎤ + ⎡ x, px3 ⎦⎤ + ...
3 ⎣
⎣ ⎝ ⎠⎦ 2! = 3! =

Usando [ x, px ] = i= e a equação (1), temos:

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ia i 2a2 i 3a3


⎢ x , exp ⎜ = ⎟⎥ = = (i = ) + (i = )2 p x + (i=)3 px2 + ...
⎣ ⎝ ⎠⎦ = 2
3.2!= 3

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ 2 ⎛ iapx i a ⎞
2 2

⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ = i a ⎜1 + = + 2!= 2 + ... ⎟


⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ ⎠
⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ∞ n
1 ⎛ iapx ⎞
⎢ x , exp ⎜
⎝ = ⎠⎦
⎟ ⎥ = − a ∑ ⎜
n =0 n ! ⎝ = ⎠


⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ⎛ iapx ⎞
⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ = −a exp ⎜ = ⎟
⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ ⎠

3
A única vantagem desta maneira é que não precisa conhecer o colchete de
Poisson clássico.

c. Temos,

⎡ ⎛ ipx a ⎞ ⎤ ⎛ iapx ⎞
⎢ x, exp ⎜ = ⎟ ⎥ x ' = − a exp ⎜ = ⎟ x '
⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ ⎠
⎛ ip a ⎞ ⎛ ip a ⎞ ⎛ ip a ⎞
x exp ⎜ x ⎟ x ' − exp ⎜ x ⎟ x x ' = −a exp ⎜ x ⎟ x '
⎝ = ⎠ ⎝ = ⎠ ⎝ = ⎠
⎛ ip a ⎞ ⎛ ip a ⎞
x exp ⎜ x ⎟ x ' + (a − x ')e xp ⎜ x ⎟ x ' = 0
⎝ = ⎠ ⎝ = ⎠
⎛ ip a ⎞ ⎛ ip a ⎞
x exp ⎜ x ⎟ x ' = ( x '− a) exp ⎜ x ⎟ x '
operador ⎝ = ⎠ autovalor ⎝ = ⎠
autovetor autovetor

uma equação de autovetor/autovalor, em que o autovalor corresponde a


x '− a .

4
Problema 29

a. Na página 247, Gottried (1966), declara que

G ∂G G ∂F
⎡⎣ xi , G ( p ) ⎤⎦ = i= , [ pi , F ( x )] = −i=
∂p i ∂xi

pode ser “facilmente derivado” a partir das relações de comutação


fundamentais para todas as funções F e G que podem ser expressadas como
séries de potências em seus argumentos. Verifique sua declaração.

b. Calcule ⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ . Compare seu resultado com o colchete de Poisson


clássico ⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ classico .

Solução :

G
a. Escreveremos a função G ( p) (função escalar de uma variável vetorial)
como:
G
G ( p ) → G ( p1 , p2 , p3 ) (1)

Considerar G como uma função escalar não limita nosso resultado, pois se
G fosse vetor teríamos

G G G G G
⎡ xi , G ( p ) ⎤ = xˆ [ xi , Gx ( p )] + yˆ ⎡⎣ xi , G y ( p ) ⎤⎦ + zˆ [ xi , Gz ( p ) ] (2)
⎣ ⎦

onde Gx , G y e Gz são funções escalares de uma variável vetorial. Então, de


acordo com (2), resolvendo
G
o comutador para G escalar teremos resolvido o
problema para o vetor G .

A expressão (1) nos diz que podemos considerar uma função escalar de uma
variável vetorial como sendo uma função escalar de três variáveis escalares
(as três componentes do operador momento linear). Assim, se G ( p1 , p2 , p3 )
puder ser expressa em série de potências, temos:

1
∞ 3
G ( p1 , p2 , p3 ) = ∑∑ t jn p nj (3)
n = 0 j =1

onde t jn são coeficientes constantes (independente dos p j ’s).

Calcularemos agora o comutador [ xi , G ( p1 , p2 , p3 )] ,

∞ 3
[ xi , G ( p1 , p2 , p3 )] = ∑∑ t jn ⎡⎣ xi , p nj ⎤⎦ ,
n = 0 j =1

onde usamos as relações:

⎡ ⎤
⎢ A, ∑ Bi ⎥ = ∑ [ A, Bi ] e [ A, cB ] = c [ A, B ] ,
⎣ i ⎦ i

em que c e uma constante.

Temos ainda que calcular o comutador ⎡⎣ xi , p nj ⎤⎦ . Das relações fundamentais


de comutação temos que

⎡⎣ xi , p j ⎤⎦ = i=δ ij (5)

Temos então que

⎡⎣ xi , p nj ⎤⎦ = ⎡⎣ xi , p j p j n −1 ⎤⎦ = ⎡⎣ xi , p j ⎤⎦ p nj −1 + p j ⎡⎣ xi , p nj −1 ⎤⎦ (6)

onde usamos

[ A, BC ] = [ A, B ] C + B [ A, C ] .

Mostraremos agora, por indução matemática, que

⎡⎣ xi , p nj ⎤⎦ = i=δ ij np nj −1 (7)

Primeiro, observamos que esta fórmula é valida para n = 1 , como vemos em


(5). Basta mostrar então que, se (7) é valida para n = (k − 1) , deve ser válida
para n = k . Para isto usaremos a relação de recorrência (6):

2
⎡⎣ xi , p kj ⎤⎦ = ⎡⎣ xi , p j ⎤⎦ p kj −1 + p j ⎡⎣ xi , p kj −1 ⎤⎦

{
⎡⎣ xi , p kj ⎤⎦ = i=δ ij p kj −1 + p j i=δ ij (k − 1) p kj − 2 }
(8)
{
⎡⎣ xi , p kj ⎤⎦ = i=δ ij p kj −1 + (k − 1) p kj −1 }
⎡⎣ xi , p kj ⎤⎦ = i=δ ij kp kj −1

Na segunda linha usamos a hipótese de que (7) vale para n = k − 1 . Na última


linha concluímos que (7) vale para n = k .

Logo (7) está demonstrada. Substituindo (7) em (4), temos que:


∞ 3
[ xi , G ( p1 , p2 , p3 )] = ∑∑ t jn (i=)δ ij np nj −1
n = 0 j =1
∞ 3
[ xi , G ( p1 , p2 , p3 )] = i=∑∑ t jnδ ij np nj −1 (9)
n = 0 j =1

⎛ ∞ 3 ∂ n⎞
[i
x , G ( p , p , p3 ]
) = i = ⎜⎜ ∑∑ t jnδ ij pj ⎟


1 2
⎝ n = 0 j =1 p j ⎠

Observando (3), temos, finalmente que

G ∂G
[ xi , G( p)] = i= (10)
∂pi

G
Calcularemos agora o comutador [ pi , F ( x )] . O procedimento para o cálculo
deste comutador é em todos os passos idêntico ao anterior. Basta então
G G
trocarmos xi → pi e G ( p) → F ( x ) em (4), observando que

∂ n
⎡⎣ xi , p j ⎤⎦ = − ⎡⎣ p j , xi ⎤⎦ e, consequentemente, ⎡⎣ pi , x nj ⎤⎦ = −i=δ ij nx nj −1 = −i= x j . Assim
∂x i

temos:

G ∂F
[ pi , F ( x )] = −i= . (11)
∂xi

3
b. Usaremos nossos resultados para calcular ⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ , onde x 2 = ∑ xi 2 e
i

p 2 = ∑ p 2j . Então
j

⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ∑∑ ⎡⎣ xi 2 , p j 2 ⎤⎦ (12)
i j

Mas

⎡⎣ xi2 , p j 2 ⎤⎦ = xi ⎡⎣ xi , p j 2 ⎤⎦ + ⎡⎣ xi , p j 2 ⎤⎦ xi (13)

Então (12) se torna :

i j
(
⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ∑∑ xi ⎡⎣ xi , p 2j ⎤⎦ + ⎡⎣ xi , p 2j ⎤⎦ xi ) (14)

Mas, de acordo com (10), quando G = p 2j , temos:

∂ 2
⎡⎣ xi , p j 2 ⎤⎦ = i= p j = 2i=δ ij p j . (15)
∂p i

Logo, a equação (14) fica:


GG
⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = 2i=∑ ( xi pi + pi xi ) = 2i= { x. p} (16)
i

em que { } é o anticomutador.

Calcularemos agora os colchetes de Poisson

⎡⎣ x , p ⎤⎦ = ∑ ⎡⎣ x , p ⎤⎦ = ∑∑ ⎨
2 2 2
⎧⎪ ∂ xi 2 ∂ p j 2
2

( ) ( )
∂ xi 2 ∂ p j 2( ) ( ) ⎫⎪

k i , j ⎪ ∂xk ∂pk ∂pk ∂xk
i j
i, j
⎩ ⎭⎪
⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ∑ 2δ ik xk 2δ jk pk (17)
i , j ,k

⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ∑ 4 xi pi
i

4
Comparando as equações, temos:
GG
⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = 2i= { x. p} Quântico

⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ∑ 4 xi pi Clássico
i

Vemos então que há correspondência:

1
⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ = ⎡⎣ x 2 , p 2 ⎤⎦ .
classico i=

Notamos aqui que existe um operador quântico Hermitiano associado a cada


grandeza dinâmica em mecânica clássica. À grandeza clássica xi pi , temos
1
associado o operador quântico Hermitiano ( xi pi + pi xi ) . Assim, (16) é o
2
análogo quântico da expressão clássica.

5
Problema 30

O operador de translação para um deslocamento finito (espacial) é dado por

G GG
⎛ −ip.l ⎞
ℑ(l ) = exp ⎜ ⎟,
⎝ = ⎠

G
em que p é o operador momento.

a. Calcule
G
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ .
⎣ ⎦

G
b. Usando (a) (ou outra forma), demonstre como o valor esperado x muda
sob uma translação.

Solução :

a. Para resolver o comutador, vamos adotar a maneira usada no exercício 28.


Temos:

G ∂ ⎡ −i ⎤
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = i=
⎣ ⎦ exp ⎢ ( p1l1 + p2l2 + p3l3 ) ⎥
∂pi ⎣= ⎦
G ⎛ −i ⎞ ∂ ⎛ −i ⎞
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = i= exp ⎜ ∑ p j l j ⎟ exp ⎜ pi li ⎟
⎣ ⎦
⎝ = j ≠i ⎠ ∂pi ⎝= ⎠
G ⎛ −i ⎞ −i
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = − li (i=) exp ⎜ ∑ p j l j ⎟ exp ⎛⎜ li pi ⎞⎟
i
⎣ ⎦ = ⎝ = i≠ j ⎠ ⎝= ⎠
G ⎡ −i ⎛ ⎞⎤
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = li exp ⎢ ⎜ ∑ p j l j + li pi ⎟ ⎥
⎣ ⎦
⎢⎣ = ⎝ i ≠ j ⎠ ⎦⎥
G G
G ⎛ −ip.l ⎞
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = li exp ⎜ ⎟
⎣ ⎦
⎝ = ⎠
G G
⎡ xi , ℑ(l ) ⎤ = li ℑ(l )
⎣ ⎦

1
G G
b. Seja um ket ψ arbitrário, tal que ψ T
= ℑ(l ) ψ . O valor médio de x após
G
a translação, x T , será:

G G G G G G G
x T
=T ψ xψ T
= ψ ℑ† (l ) x ℑ(l ) ψ = ∑ ψ ℑ† (l ) xi ℑ(l ) ψ (1)
i

Da equação do item anterior, temos que:


G G G
xi ℑ(l ) − ℑ(l ) xi = li ℑ(l ) .

G G
Multiplicando por ℑ(l )† , lembrando que ℑ(l ) é unitário, podemos escrever:

† G G G G G G G G
ℑ (l ) xi ℑ(l ) − ℑ† (l )ℑ(l )xi = ℑ† (l )li ℑ(l ) = li ℑ† (l )ℑ(l ) ,
=1 =1

logo,
G G
ℑ† (l ) xi ℑ(l ) − xi = li ;

G G
ℑ† (l ) xi ℑ(l ) = xi + li

e, substituindo em (1), temos :

x T
= ∑ ψ xi + li ψ = ∑ ψ xi ψ + ∑ li ψ ψ ,
i i i

pois, li é um número,

G G G
x T
= x +l .

2
Problema 31
G
Dentro do texto principal nós discutimos o efeito de ℑ(dx ') sobre os autokets
de posição e momento, e sobre o mais geral ket de estado α . Nós podemos
G G
também estudar o comportamento dos valores esperados x e p sob uma
G
translação infinitesimal. Usando (1.6.25), (1.6.45), e α → ℑ(dx ') α apenas,
G G G G G
prove x → x + dx ' , p → p sob translação infinitesimal.

Solução :

As fórmulas citadas são as seguintes :


G G G
[ x , ℑ(dx ')] = dx ' (1.6.25)

e
G G
[ p, ℑ(dx ')] = 0 (1.6.45)

G G
O valor esperado x varia da seguinte forma, quando α → ℑ(dx ') α :

G G G G G G G
x → α ℑ† (dx ') [ x , ℑ(dx ') ] α + α ℑ† (dx ')ℑ(dx ') x α (2)

G
Como o operador ℑ(dx ') é unitário o segundo termo do lado direito de (2) é
G G
simplesmente α x α = x .

O primeiro termo do lado direito de (2), usando ( 1.6.25 ) fica:


G G G G
α ℑ† (dx ')dx ' α = dx ' α ℑ† (dx ') α (3)

G
Faremos a aproximação α ℑ† (dx ') α ≈ 1 , pois

G
lim
G
ℑ† (dx ') = 1 (4)
dx '→0

(Esta é a aproximação feita na eq. 1.6.19 do Sakurai). Assim, (2) se torna:

1
G G G
x → dx '+ x (5)

Observação : Esta expressão já havia sido demonstrada no exercício 30 para


translações finitas, das quais as transformações infinitesimais são um caso
especial.
G
O valor esperado do momento p varia sob transformações infinitesimais
da seguinte forma:
G G G G G G G
p → α ℑ† (dx ') pℑ(dx ') α = α ℑ† (dx ') [ p, ℑ(dx ')] α
G G G (6)
+ α ℑ† (dx ')ℑ(dx ') p α

Usando (1.6.45), o primeiro termo do lado direito desta expressão se anula.


Usando a propriedade de unitariedade do operador de translação, o segundo
termo do lado direito se reduz a
G G
α pα = p .

Logo :
G G
p → p (7)

2
Problema 32

a. Verifique (1.7.39a) e (1.7.39b) para o valor esperado de p e p 2 a partir do


pacote de onda Gaussiano (1.7.35).

b. Calcule o valor esperado de p e p 2 usando a função de onda espaço-


momento (1.7.42).

Solução :

a. As respectivas equações são :

p = =k (1.7.39a)

=2
p2 = + =2k 2 (1.7.39b)
2d 2

⎛ 1 ⎞ ⎛ x '2 ⎞
x ' α = ⎜ 1/ 4 ⎟ exp ⎜ ikx '− 2d 2 ⎟ (1.7.35)
⎝π d⎠ ⎝ ⎠

Vamos definir

1
A≡ (1)
π 1/ 4
d

Calculo de p

Temos que
+∞ +∞
⎛ ∂ ⎞
p = α pα = ∫ dx ' α x' x' p α = ∫ dx 'ψ α ( x ') ⎜⎝ −i= ∂x 'ψ α ( x ') ⎟⎠
*
(2)
−∞ −∞

Agora,

∂ ∂ ⎛ x '2 ⎞ ⎛ x '2 ⎞ ⎛ x' ⎞


x α = A exp ⎜ ikx '− 2 ⎟ = A exp ⎜ ikx '− 2 ⎟ ⎜ ik − 2 ⎟
∂x ∂x ⎝ 2d ⎠ ⎝ 2d ⎠ ⎝ d ⎠

1
Substituindo em (2) temos :
+∞
⎛ x '2 ⎞ ⎛ x '2 ⎞ ⎛ x' ⎞
p = −i= ∫ A* exp ⎜ −ikx '− 2 ⎟A exp ⎜ ikx '− 2 ⎟⎜ ik − 2 ⎟ dx '
−∞ ⎝ 2d ⎠ ⎝ 2d ⎠ ⎝ d ⎠

+∞ − x '2 ∞ 2 +∞ x '2
⎛ x' ⎞ A −
p = −i = A ∫e − = ∫ e − x ' / d dx ' + i= 2 ∫ x 'e
2 2 2 2
d2
⎜ ik 2 ⎟
dx ' k = A d2
dx '
−∞ ⎝ d ⎠ −∞
d −∞

A segunda integral é zero pois o integrando é uma função ímpar integrada


em um intervalo anti-simétrico. Assim, resta a primeira integral:

+∞ − x '2 ∞

∫e ∫e
−α 2 x '2
p = =k A dx ' = 2k = A
2 2
d2
dx '
−∞ 0

onde escrevemos

α 2 = 1/ d 2 . (3)

E trocamos os limites pois o integrando é par. Temos então que,

p = =k 2 A I
2
(4)

Com
+∞

∫e
−α 2 x '2
I= dx ' (5)
0

Solução da Integral I

Vamos quadrar (5), obtendo


∞∞
(
−ε x 2 + y 2 )
I2 = ∫∫e dxdy .
0 0

2
Essa integração é realizada em todo o meio plano xy . Vamos trocar as
variáveis ( x, y ) pelo par (r ,θ ) em coordenadas polares. Lembrando que o
∂ ( x, y )
Jacobiano neste caso e = r , obtemos:
∂(r ,θ )

∞ π /2 ∞
π
I2 = ∫ ∫ 2∫
e −α r rdrdθ = −α 2 r 2
2 2
e rdr
0 0 0

Com u = −α 2 r 2 e du = −2α 2 rdr , temos :


−∞
π⎛
1 ⎞ π
I = ⎜− 2 ⎟ ∫ e du = 4α
2 u

2 ⎝ 2α ⎠ 0
2

π
I= .

E, levando esse resultado em (4), e já trocando α 2 = 1/ d 2 , obtemos:

d 1
p = =k 2 A π = =k π d = =k
2

2 πd (1.7.39a)
p = =k

Calculo de p 2

Temos que
+∞ +∞
⎛ 2 ∂ 2ψ α ( x ') ⎞
p2 = α p2 α = ∫ α x ' x ' p 2 α dx ' = ∫ ψ ⎜ −=
*
dx ' α ( x ') ⎟
−∞ −∞ ⎝ ∂x '2 ⎠

+∞
∂ 2ψ α
p 2
= − = ∫ ψ α ( x ')
2 *
dx ' (1)
−∞
∂x '2

Agora

3
∂ ⎛ ∂ψ α ( x ') ⎞ ∂ ⎡ ⎛ x '2 ⎞ ⎛ x ' ⎞⎤
⎜ ⎟ = A ⎢ exp ⎜ ikx '− 2 ⎟⎜
ik − 2 ⎟ ⎥
∂x ' ⎝ ∂x ' ⎠ ∂x ' ⎣ ⎝ 2d ⎠ ⎝ d ⎠⎦
∂ ⎛ ∂ψ α ( x ') ⎞ ⎡⎛ x ' ⎞⎛ x' ⎞ ⎛ x '2 ⎞ 1 ⎛ x '2 ⎞ ⎤
= ⎢⎜ − ⎟⎜ − ⎟ ⎜ − ⎟ − ⎜ − ⎟⎥
∂x ' ⎝⎜ ∂x ' ⎠⎟
A ik ik exp ikx ' exp ikx '
⎣⎝ d 2 ⎠⎝ d2 ⎠ ⎝ 2d 2 ⎠ d 2 ⎝ 2d 2 ⎠ ⎦

∂ 2ψ α ( x ') ⎡⎛ x' ⎞
2
⎛ x '2 ⎞ 1 ⎛ x '2 ⎞ ⎤
= A ⎢⎜ ik − 2 ⎟ exp ⎜ ikx '− 2 ⎟ − 2 exp ⎜ ikx '− 2 ⎟ ⎥
∂x '2 ⎣⎢⎝ d ⎠ ⎝ 2d ⎠ d ⎝ 2d ⎠ ⎦⎥

E, substituindo em (1), obtemos :

⎡⎛ x ⎞ − x2 / d 2 1 − x2 / d 2 ⎤
2 +∞
= −= A ∫ ⎢⎜ ik − 2 ⎟ e − 2e
2
⎥ dx '
2 2
p
−∞ ⎢
⎣ ⎝ d ⎠ d ⎥⎦
+∞ 2 +∞ 2 +∞
=2 A =2 A
∫e ∫ x' ∫e
− x2 / d 2 − x '2 / d 2 − x' 2 / d 2
== k A dx '− dx '+
2 2 2 2 2
p 4
e 2
dx '
−∞
d −∞
d −∞

Façamos υ = 1/ d 2 , então, temos :

+∞ 2 +∞ 2 +∞
2= 2 A 2= 2 A
∫e ∫ x' ∫e
−υ x '2 −υ x '2 −υ x' 2
= 2= k A dx '− dx '+
2 2 2 2 2
p 4
e 2
dx '
0
d 0
d 0

Acima, sabemos que :



1 π
∫e
−υ x '2
dx ' =
0
2 υ

Logo
2 2
1 π 2= A π 12= 2 A 1 π
2

= 2= k A − +
2 2 2 2
p
2 υ 2d 4 2 1 d2 2 υ
d3

Como υ = 1/ d 2 , então,

4
1 =2d 3 =2 1
p 2 = =2k 2 d π− + πd
πd 2d 4 d d 2 πd
=2 =2
p 2 = =2k 2 − +
2d 2 d 2
=2
p2 = =2k 2 + 2
2d

b.

d 1/ 2 ⎛ −( p '− =k ) 2 d 2 ⎞
φ p ( p ') = exp ⎜ ⎟
=1/ 2π 1/ 4 ⎝ 2= 2 ⎠

Vamos definir

d 1/ 2
B≡
=1/ 2π 1/ 4

Então temos
+∞ +∞
p = α pα = ∫ dp ' α p p' p' α = ∫ dp ' p 'φα ( p ')φα ( p ')
*

−∞ −∞

⎛ ( p '− =k ) d ⎞
+∞ 2 2

p = B ∫ ⎜− ⎟dp '
2
p 'exp
⎜ =2 ⎟
−∞ ⎝ ⎠
+∞
⎛ d p ' 2 p ' kd 2
2 2

p = B ∫ p 'exp ⎜ − 2 + − d 2 k 2 ⎟dp '
2

−∞ ⎝ = = ⎠
+∞
⎛ d 2 p '2 2 p ' kd 2 ⎞

− d 2k 2
p = B e ⎜− 2 +
2
p 'exp ⎟dp '
−∞ ⎝ = = ⎠

E completando o quadrado, temos :


2
+∞ ⎛d ⎞
−⎜ p ' − dk ⎟

∫ p 'e
− d 2k 2
p = B e
2 ⎝= ⎠
2 2
e d k dp '
−∞
2
+∞ ⎛d ⎞
−⎜ p ' − dk ⎟
p = B ∫ p 'e
2 ⎝= ⎠
dp '
−∞

5
d d
E fazendo u = p '− dk , e du = dp ' , temos :
= =

+∞ +∞ +∞
= 2 ⎛= ⎞ 2 = 2= = 2
p = B ∫ ⎜ u + k = ⎟ e −u du = B ∫ ue −u du + =k B ∫ e − u du
2 2

−∞ ⎝ ⎠
d d d d −∞ d −∞

A 1a integral é nula, pois temos uma função ímpar integrada em um intervalo


anti-simétrico. Logo,

=k = 2
p = B 2 ∫ e − u du = =k
2

d 0

Calculo de p 2

Temos que
+∞ +∞
p2 = α p2 α = ∫ α p 2 p ' p ' α dp ' = ∫ dp ' p φα ( p ')φα ( p ')
'2 *

−∞ −∞

+∞ ⎛ ( p '− =k )2 d 2 ⎞
= B ∫ p ' exp ⎜ − ⎟dp '
2 2 2
p
⎜ = 2

−∞ ⎝ ⎠

Podemos utilizar o desenvolvimento realizado no calculo de p , assim,


escreveremos diretamente I :
2
+∞ ⎛ d ⎞
⎜ − p ' − dk ⎟
= B ∫ p'
2 2 2 ⎝ = ⎠
p e dp '
−∞

d d
E fazendo a substituição υ = p − dk , com dυ = dp ' , temos :
= =

+∞
= 2 ⎛= ⎞ 2
p 2
= B ∫ ⎜ + k = ⎟e −υ dυ =
−∞ ⎝ ⎠
d d
+∞
= 2 ⎛ = 2υ 2 =2 ⎞ 2
p2 = B ∫ ⎜ 2 + 2 kυ + = 2 k 2 ⎟ e−υ dυ =
d −∞ ⎝
d α ⎠
+∞ +∞
=3 2 = 2
= 3 B ∫ υ 2 e−υ dυ + B k 2 = 2 ∫ e−υ dυ
2 2
2
p
d −∞
d −∞

6
A integral do “meio” é nula, pois o integrando é uma função impar. Usando
os resultados anteriores, escrevemos :

=3 2 π = 2 2 2
p2 = B + B k = π
d3 α d
=3 d π = d 2 2
p2 = + k = π
d π= α
3
d π=
=
p2 = 2 + =2k 2
2d

7
Problema 33

a. Prove o seguinte :


(i) p ' x α = i= p' α ,
∂p '


(ii) β x α = ∫ dp 'φβ* ( p ')i= φα ( p ') ,
∂p '

onde φα ( p ') = p ' α e φβ ( p ') = p ' β são as funções de onda espaço-


momento.

b. Qual é o significado físico de

⎛ ixΞ ⎞
exp ⎜ ⎟,
⎝ = ⎠

onde x é o operador posição e Ξ é algum número com a dimensão de


momento? Justifique sua resposta.

Solução :

a.

i) Usando a completeza dos autokets da posição podemos escrever a relação


:

x α = ∫ dx ' x x ' x ' α = ∫ dx ' x ' x ' x ' α (1)

Multiplicando pela esquerda pelo bra p ' temos :

p ' x α = ∫ dx ' x ' p ' x ' x ' α (2)

Usando a função de onda

1 ⎛ ip ' x ' ⎞
x' p' = p' x' =

exp ⎜ ⎟ (3)
2π = ⎝ = ⎠

1
E substituindo em (2) temos :

⎧ 1 ⎡ −ip ' x ' ⎤ ⎫


p ' x α = ∫ dx ' ⎨ x ' exp ⎢ ⎥⎬ x ' α (4)
⎩ 2π = ⎣ = ⎦⎭

O termo entre chaves pode ser escrito como :

∂ ⎡ 1 ⎛ −ip ' x ' ⎞ ⎤ ∂


i= ⎢ exp ⎜ ⎟ ⎥ = i= p' x' (5)
∂p ' ⎣ 2π = ⎝ = ⎠⎦ ∂p '

Assim, (4) nos fornece :

⎛ ∂ ⎞
p ' x α = ∫ dx ' ⎜ i= p' x' ⎟ x' α (6)
⎝ ∂p ' ⎠

Como x ' α não depende de p ' e a integração em x ' é independente da


derivação em p ' , temos :


∂p ' ∫
p ' x α = i= dx ' p ' x ' x ' α (7)

Logo :


p ' x α = i= p' α (8)
∂p '

ii) Usando o fato que os autokets de p formam um conjunto completo,


podemos escrever a relação :

β x α = ∫ dp ' β p ' p ' x α (9)

Usando (8), temos :


β x α = ∫ dp ' β p ' i= p' α (10)
∂p '

Usando a notação de funções de onda no espaço- p , temos que :

2

β x α = ∫ dp 'φβ* ( p ')i= φα ( p ') (11)
∂p '

ixΞ
b. Para encontrarmos o significado físico da exp ⎛⎜ ⎞
⎟ aplicaremos este
⎝ = ⎠
operador a um autoestado do momento linear, p ' . Então :

⎛ ixΞ ⎞ ⎛ ixΞ ⎞
exp ⎜ ⎟ p ' = ∫ dx 'exp ⎜ ⎟ x' x' p' (12)
⎝ = ⎠ ⎝ = ⎠

O ket x ' é autoket deste operador. Logo :

⎛ ixΞ ⎞ ⎡ ⎛ ix ' Ξ ⎞ ⎤
exp ⎜ ⎟ p ' = ∫ dx ' ⎢exp ⎜ ⎟ x' p' ⎥ x' (13)
⎝ = ⎠ ⎣ ⎝ = ⎠ ⎦

Usando (3), temos :

⎛ ixΞ ⎞ 1 ⎡ ix ' ⎤
exp ⎜ ⎟ x' p' = exp ⎢ ( p '+ Ξ ) ⎥ = x ' p '+ Ξ (14)
⎝ = ⎠ 2π = ⎣= ⎦

Voltando em (13) com este resultado, temos :

⎛ ixΞ ⎞
exp ⎜ ⎟ p ' = ∫ dx ' x ' x ' p '+ Ξ = p '+ Ξ (15)
⎝ = ⎠

ixΞ
Logo, o operador exp ⎛⎜ ⎞
⎟ provoca um deslocamento no valor do momento
⎝ = ⎠
linear do sistema. O parâmetro Ξ é o valor deste deslocamento no nosso
problema unidimensional. No caso tridimensional teríamos, por
generalização :
GG
⎛ ix.Ξ ⎞ G G
exp ⎜ ⎟ p ' = p '+ Ξ (16)
⎝ = ⎠

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