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1. A Revolução Industrial
Atividade Complementar
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objetiva para o Capitalismo.
2. A Revolução Francesa
Outras questões também devem ser pensadas quando estudamos essas duas
revoluções. Foi a partir delas que pode ser questionada a ordem social, a autoridade,
a família e a hierarquia. Pois tanto na Revolução Industrial como na Francesa houve a
quebra da ordem e a implantação de novo modelo social, no qual as estruturas sociais
foram alteradas e houve uma nova reconfiguração de poder nessas sociedades. A
mulher passou a ter um papel ativo na sociedade e a criança passou a ser vista como
mão-de-obra. A produção passa a ser a finalidade da nova sociedade industrial. Assim
sendo, cabe na atualidade encararmos essas duas grandes revoluções sob a ótica das
mudanças e das inovações, bem como do aprimoramento tecnológico e da
conscientização política atuais.
TEXTOS
"O edifício admirava por suas dimensões: de quinhentos pés de extensão, conco ou
seis andares de altura, com quatrocentas e sessenta janelas, parecia uma imensa
caserna. Entrava-se e o espanto redobrava: as máquinas, muito grandes, eram de
formato cilíndrico e giravam em eixos verticais; várias fileiras de bobinas, instaladas
num circuito, recebiam os fios e, mediante um rápido movimento de rotação,
imprimiam-lhes a torção desejada; no alto, o organismo enrolava-se automaticamente
em carretéis, pronto para ser disposto em meadas para a venda. A imensa quantidade
de peças de que se compunham essas máquinas - acionadas por uma única roda,
movida pela água de Derwent -, a precisão e a rapidez de seu funcionamento, a
delicadeza da tarefa que executavam, tudo isso era de impressionar profundamente
aqueles que nunca haviam visto nada semelhante. Os operários tinham como tarefa
principal reatar os fios quando se rompiam. Cada um deles vigiava sessenta fios ao
mesmo tempo. Esta já era uma fábrica moderna, com ferramenta automática,
produção contínua e ilimitada, funções estritamente especializadas de seu pessoal
operário".
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4. Revolução Francesa
APUD PERRY, Marvin et alli. Civilização Ocidental - Uma história concisa. São Paulo:
Martins Fontes, 1985, p. 422.
Com o passar do tempo, a Revolução Industrial tornou-se uma grande força para a
democratização da vida humana. Num mundo industrial, o poder social não está
restrito aos senhores de terras, como ocorreu em séculos passados. Mesmo os
operários têm conquistado direitos políticos e sociais, adquirido educação, e muitos
países industrializados, se tornado consumidores de bens anteriormente reservados
unicamente para os muito prósperos. Na última metade do século XIX, os
trabalhadores ganharam o direito do voto – na França, como resultado da Revolução
de 1848; na Inglaterra, mediante os decretos de reforma de 1867 e 1884, e na
Prússia durante a unificação da Alemanha. Mas a conquista de direito de voto não
trouxe a igualdade ou mesmo o poder político genuíno para as massas. Embora os
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trabalhadores se convertessem em uma força a ser levada em conta em todos os
Estados industriais, quando se filiaram a partidos democráticos ou socialistas e se
reuniram em sindicatos, as vezes eram também manobrados ou manipulados por
líderes políticos que tinham pouca preocupação pelas suas condições de vida e seus
interesses.
BIBLIOGRAFIA
HOBSBAUM, Eric. A crise geral européia do século XVII, IN: SANTIAGO, Theo (org.)
Capitalismo-Transição. Rio de Janeiro: Eldorado tijuca, 1974, p. 81-125.
MICELI, Sérgio. História das Ciências Sociais. São Paulo: Editora Sumaré, 1995.
1. As Origens do Liberalismo
Esses filósofos eram encontrados nas principais cidades européias e, em 1770 Paris
torna-se o centro desse pensamento iluminista. Esses reformadores desenvolveram
um novo estilo de escrita, tornando compreensível a um maior número de pessoas,
além de propagandear suas idéias pelos folhetins da época.
Também foi de vital importância para o liberalismo a liberdade ativa, o ideal de que o
indivíduo tenha a oportunidade e a capacidade de expressar-se livremente. Com este
objetivo, os liberais apoiaram uma distribuição mais eqüitativa da liberdade, a
abolição dos monopólios, a destruição dos privilégios da aristocracia e um direito geral
fundado em princípios racionais.
Deriva daí a liberdade de opinião e o fim da censura, marca dos regimes autoritários e
monárquicos, os quais eram combatidos pelos liberais. A liberdade de expressão é
muito importante, pois sem ela não saberíamos o que realmente ocorre na sociedade
e também não poderíamos confrontar opiniões opostas, o que é fundamental numa
sociedade pluralista.
• o direito de oposição,
• a liberdade de imprensa,
• o Estado de Direito e
• a separação dos poderes.
Os economistas liberais ingleses, dirigidos por Adam Smith, não foram os primeiros
nem os únicos a formular uma teoria sobre o postulado do Laissez-faire; mas sem
dúvida foram os mais influentes. Seus ideais eram:
Adotaram por lema "O maior bem para o maior número" baseando-se no princípio de
igualdade.
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O utilitarismo inglês, tal como propunham Bentham e James Mill, impunha uma base
filosófica ao liberalismo político e unificava o liberalismo econômico com uma teoria de
ação política positiva.
Uma causa importante desta revisão foi o êxito do liberalismo em si: a obtenção de
um nível considerável de liberdade política e econômica. O êxito levou a formular as
seguintes perguntas:
A revisão teve outra fundamentação importante. Uma sociedade que mantém uma
forte inter-relação entre o econômico e o social opera através dos grupos naturais e
artificiais no acesso à cultura, a capacidade de participação, a filiação e o status; estes
grupos são cada vez mais importantes para a realização da liberdade e sua defesa.
Rousseau, Hegel, e mais tarde T. H. Green e John Dewey apontaram este tema. O
homem é na sociedade o ponto de intersecção de muitos grupos, instituições e
influências culturais; raramente pode isolar-se, só pode realizar e defender sua
liberdade através da participação. Porém a opção de participar não surge
espontaneamente: é um produto social, dependente da educação, dos incentivos, da
oportunidade e de um sistema que sirva de suporte aos valores políticos e sociais.
Como vimos nesta aula o Liberalismo como modelo político criado após a Revolução
Inglesa e Revolução Francesa foi o marco de nascimento das chamadas ideologias
políticas, servindo de modelo de organização dos Estados Nacionais.
Preste bem atenção: percebemos que esse modelo, calcado na liberdade e igualdade
foi muito importante para situar os direitos e deveres dos homens nas sociedades
recém edificadas. No Brasil, o modelo também foi seguido, contendo características
próprias, associando os princípios gerais ao modelo econômico escravocrata do século
XIX, características estas que observaremos na aula 4.
5. LIBERDADE E IGUALDADE
Preferem ser tratados de modo justo e não injusto. Tanto mais que, nas sociedades
que existiram historicamente, nunca todos os indivíduos foram livres ou iguais entre
si. A sociedade de livres e iguais é um estado hipotético, apenas imaginado.
Imaginado como se situando ora no início, ora no fim da história, conforme se tenha
do curso histórico da humanidade uma visão regressiva ou progressiva. Trata-se de
uma sociedade na qual todo homem é livre na medida em que obedece apenas a si
mesmo e, pelo fato de que essa liberdade é desfrutada por todos, todos são iguais
pelo menos enquanto são livres. Ao contrário, uma sociedade histórica pode ser
constituída de homens livres mas não iguais nas respectivas esferas de liberdade,
assim como de iguais enquanto não são livres, ou, mais sucintamente, pode ser
constituída de desiguais na liberdade e de iguais na escravidão. Liberdade e igualdade
são os valores que servem de fundamento à democracia. Entre as muitas definições
possíveis de democracia, uma delas - a que leva em conta não só as regras do jogo,
mas também os princípios inspiradores - é a definição segundo a qual a democracia é
não tanto uma sociedade de livres e iguais (porque, como disse, tal sociedade é
apenas um ideal -limite), mas uma sociedade regulada de tal modo que os indivíduos
que a compõem são mais livres e iguais do que em qualquer outra forma de
convivência. A maior ou menor democraticidade de um regime se mede precisamente
pela maior ou menor liberdade de que desfrutam os cidadãos e pela maior ou menor
igualdade que existe entre eles. Característica da forma democrática de governo é o
sufrágio universal, ou seja, a extensão a todos os cidadãos, ou, pelo menos, à
esmagadora maioria (o universo jurídico é o universo do quase ou do na maioria das
vezes), do direito de voto. O sufrágio universal é uma aplicação do princípio da
igualdade, na medida em que torna iguais com relação aos direitos políticos - que são
os direitos eminentes num Estado democrático - os homens e as mulheres, os ricos e
os pobres, os cultos e os incultos. Ao mesmo tempo, é também uma aplicação do
princípio de liberdade, entendida a liberdade, em sentido forte, como o direito de
participar no poder político, ou seja, como autonomia.
Apesar de sua desejabilidade geral, liberdade e igualdade não são valores absolutos.
Não há princípio abstrato que não admita exceções em sua aplicação. A diferença
entre regra e exceção está no fato de que a exceção deve ser justificada. Onde a
liberdade é a regra, sua limitação deve ser justificada. Onde a regra é a igualdade,
deve ser justificado o tratamento desigual. Mas o ponto de partida pode também ser
oposto, como na escola ou num quartel, onde a regra é a disciplina e a liberdade é
exceção. Decidir o que é mais normal, se a liberdade ou a disciplina, a igualdade ou a
hierarquia, não é algo que se possa fazer de uma vez por todas. Liberdade e
igualdade são mais normais do que disciplina e hierarquia somente em sentido
norrnativo, no universo do dever ser. Não me resulta que, entre as várias
elucubrações sobre sociedades ideais, exista uma só na qual os cidadãos não sejam
nem livres nem iguais, embora uma sociedade de livres e iguais não conheça nem
tempo nem lugar.
1. Igualdade e liberdade
Tanto isso é verdade que, enquanto X é livre é uma proposição dotada de sentido, X é
igual é uma proposição sem sentido, que, aliás, para adquirir sentido, remete à
resposta à seguinte questão: igual a quem? Disso decorre o efeito irresistivelmente
cômico (e, na intenção do autor, satírico) da célebre frase de Orwell: todos são iguais,
porém alguns são mais iguais do que outros. Ao contrário, seria perfeitamente
legítimo dizer que, em determinada sociedade, todos são livres, mas alguns são mais
livres, já que isso simplesmente significaria que todos gozam de certas liberdades,
enquanto um grupo mais restrito de privilegiados goza, além disso, de algumas
liberdades particulares. Por outro lado, enquanto é sem sentido a proposição X é
igual, é sensata - e, aliás, muito usada, embora extremamente genérica - a
proposição todos os homens são iguais, precisamente porque, nesse contexto, o
atributo da igualdade se refere não a uma qualidade do homem enquanto tal, como é
ou pode ser a liberdade em certos contextos, mas a um determinado tipo de relação
entre os entes que fazem parte da categoria abstrata humanidade. O que pode
também explicar por que a liberdade enquanto valor, ou seja, enquanto bem ou fim a
perseguir, é habitualmente considerada como um bem ou um fim para um indivíduo
ou para um ente coletivo (grupo, classe, nação, Estado) concebido como um
superindivíduo, ao passo que a igualdade é considerada como um bem ou um fim
para os componentes singulares de uma totalidade na medida em que esses entes se
encontrem num determinado tipo de relação entre si. Prova disso é que, enquanto a
liberdade é em geral um valor para o homem como indivíduo (razão pela qual as
teorias políticas defensoras da liberdade, ou seja, liberais ou libertárias, são doutrinas
individualistas, tendentes a ver na sociedade mais um agregado de indivíduos do que
uma totalidade), a igualdade é um valor para o homem como ser genérico, ou seja,
como um ente pertencente a uma determinada classe, que é precisamente a
humanidade (razão pela qual as teorias políticas que propugnam a igualdade, ou
igualitárias, tendem a ver na sociedade uma totalidade, sendo necessário considerar o
tipo de relações que existe ou deve ser instituído entre as diversas partes do todo).
Norberto Bobbio
BIBLIOGRAFIA
Nesta aula tomaremos como base um texto produzido por Norberto Bobbio,
um dos principais autores contemporâneos do liberalismo modernos e das
teorias sobre a administração do Estado. Num primeiro momento você
precisará de um pouco mais de atenção, pois são utilizados termos da ciência
política – seja insistente, pois ao final desta aula você terá absorvido um rico
vocabulário.
A doutrina liberal surgida na Europa no início do século XVIII teve como pressupostos
a discussão em torno da liberdade e da igualdade. Já o Liberalismo do século XX
preocupou-se mais em teorizar a organização do Estado, tendo como ponto principal a
discussão sobre o Estado Mínimo e do Estado de Direito, temas fundamentais para
entendermos conceitos como cidadania e participação política.
Nesta aula tomaremos como base um texto produzido por Norberto Bobbio, um dos
principais autores contemporâneos do liberalismo modernos e das teorias sobre a
administração do Estado. Num primeiro momento você precisará de um pouco mais
de atenção, pois são utilizados termos da ciência política – seja insistente, pois ao
final desta aula você terá absorvido um rico vocabulário.
Sendo assim, o nosso objetivo nesta aula será entender as teorias sobre a
organização dos Estados modernos e conceituar na prática esse modo de
gerenciamento. Para podermos ao final, discutirmos os aspectos teóricos da
organização, associadas à prática:
A doutrina liberal atual tem como parâmetro a discussão em torno de uma expressão:
"Estado limitado ou de limites do Estado", que podem ser observados a partir de sua
aplicação na prática dos seguintes limites:
Embora o liberalismo conceba o Estado tanto como Estado de direito quanto como
Estado mínimo, pode ocorrer um Estado de direito que não seja mínimo – por
exemplo, o Estado social contemporâneo – e pode-se também conceber um Estado
mínimo que não seja um Estado de direito, tempo absoluto no mais pleno sentido da
palavra e liberal em economia.
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Enquanto o Estado de direito se contrapõe ao Estado absoluto, aquele que exerce
um poder arbitrário, o Estado mínimo se contrapõe ao Estado máximo, aquele que
intervém na sociedade.
Deve-se, então, dizer que o Estado liberal se afirma na luta contra o Estado
absoluto em defesa do Estado de direito e contra o Estado máximo em defesa do
Estado mínimo, ainda que nem sempre os dois movimentos de emancipação
coincidam histórica e praticamente.
2. Por outro lado, quando se fala de Estado de direito no âmbito da doutrina liberal do
Estado, devemos falar também a respeito da constitucionalização dos direitos
naturais, ou seja, a transformação desses direitos em direitos juridicamente
protegidos, isto é, em verdadeiros direitos positivos.
Desse ponto de vista pode-se falar de Estado de direito em sentido forte para
distingui-lo do Estado de direito em sentido fraco, que é o Estado não despótico, isto
é, dirigido não pelos homens, mas pelas leis, e do Estado de direito em sentido
fraquíssimo, segundo o qual, uma vez resolvido o Estado no seu ordenamento
jurídico, todo Estado é Estado de direito; e a própria noção de Estado de direito perde
toda força qualificadora.
Do Estado de direito em sentido forte, que é aquele próprio da doutrina liberal, são
parte integrante todos os mecanismos constitucionais que impedem ou obstaculizam o
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exercício arbitrário e ilegítimo do poder e impedem ou desencorajam o abuso ou o
exercício ilegal do poder. Desses mecanismos os mais importantes são:
Um dos fins a que se propõe Locke com os seus "Dois Ensaios sobre o Governo" é o
de demonstrar que o poder civil, nascido para garantir a liberdade e a propriedade dos
indivíduos que se associam com o propósito de se autogovernar é distinto do governo
paterno e mais ainda do patronal.
O paternalismo também é um dos alvos melhor definidos e golpeado por Kant (1724-
1804), para quem um governo fundado sobre o princípio da benevolência para com o
povo, como o governo de unir pai sobre os filhos, isto é, um governo paternalista
(imperium paternale) é o pior despotismo que se possa imaginar. Kant preocupa-se,
sobretudo, com a liberdade moral dos indivíduos.
Ao final do século das Declarações dos Direitos, de Kant e de Smith, Wilheim Von
Humboldt (1767-1835) escreve a síntese mais perfeita do ideal liberal do Estado, com
as idéias para um "Ensaio sobre os Limites da Atividade de Estado" (1792).
"O homem verdadeiramente razoável não pode desejar outro Estado que
não aquele no qual cada indivíduo possa gozar da mais ilimitada liberdade
de desenvolver a si mesmo, em sua singularidade inconfundível, e a
natureza física não receba das mãos do homem outra forma que não a que
cada indivíduo, na medida de suas carências e inclinações, a ela pode dar
por seu livre-arbítrio, com as únicas restrições que derivam dos limites de
suas forças e de seu direito".
A conseqüência que Humboldt extrai dessa premissa é que o Estado não deve se
imiscuir "na esfera dos negócios privados dos cidadãos, salvo se esses negócios se
traduzirem imediatamente numa ofensa ao direito de um por parte de outro".
Ao final desta aula, podemos concluir que o liberalismo descrito por Norberto Bobbio tem grande
aceitação como modelo político e econômico. E, para percebermos a realidade política do liberalismo
hoje, podemos tomar como modelo ideal Bobbio, pois sua aplicabilidade ainda é insuficiente.
BIBLIOGRAFIA
TERÁN, Oscar. América Latina: positivismo e nación. México: Editora Katún, 1983.