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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CAMPUS X – TEIXEIRA DE FREITAS
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA
O que dizer para meus queridos afilhados e afilhadas nesta linda noite de
festa onde se comemora o início de um novo ciclo. Mais uma vez dialoguei com
meus companheiros de viagem da ciência e da educação. Durante alguns dias
mergulhei em livros (esta é a minha nave) e conversei demais com um dos meus
grandes amigos, o meu querido Rubem Alves e proseei um pouco com um novo
amigo, o escritor e poeta James Lenfestey.
Pedi licença ao Rubem Alves para fazer uso de uma das mais interessantes
conversas que já tivemos, cujo título alguns de vocês já ouviram falar: “Conversas
Com Quem Gosta de Ensinar”, mais precisamente aquela prosa “Sobre
Jequitibás e Eucaliptos”. Sobre a prosa que eu tive com James Lenfestey,
daqui a pouco eu comento.
Eu e Rubem Alves concordamos em vários pontos sobre a educação, dos
quais me expressarei sobre alguns que para mim são de suma importância.
Educadores, onde estarão? Professores, há aos milhares. Mas o
professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador,
ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande
amor, de uma grande esperança.
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos
ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e –
quem sabe? – necessárias.
O que terá acontecido com o educador? Existirá ainda o nicho ecológico
que torna possível a sua existência?
Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá
ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a
desempenhar?
Destruindo o habitat dos educadores, a vida vai se encolhendo,
murchando, fica triste, entra para o fundo da terra, até sumir.
Discurso Proferido Pelo Paraninfo Prof. M. Sc. Jorge Luiz Fortuna na Colação de Grau da Turma de
Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CAMPUS X – TEIXEIRA DE FREITAS
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é
possível plantar eucaliptos, essa raça sem-vergonha que cresce depressa, para
substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou, para
certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de
sentido, preparados para o corte. E para o lucro, acima de tudo. Vão-se os
mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares
ainda não visitados.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma
forma como se pode dizer: jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No
final, não dá tudo no mesmo?
Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um
hábitat, cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no
mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das
finanças. Há árvores que têm uma personalidade, e os antigos acreditavam mesmo
que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas
que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às
outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas.
Os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome,
uma história a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que
os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma entidade sui generis, portador de
um nome, também de uma história, sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E
a educação é algo pra acontecer nesse espaço invisível e denso, que se
estabelece a dois.
Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o educador
pouco importa, pois o que interessa é um crédito cultural que o aluno adquire
numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais,
nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isso, mesmo professores são
Discurso Proferido Pelo Paraninfo Prof. M. Sc. Jorge Luiz Fortuna na Colação de Grau da Turma de
Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.
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Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.
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Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.
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Discurso Proferido Pelo Paraninfo Prof. M. Sc. Jorge Luiz Fortuna na Colação de Grau da Turma de
Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.
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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA
Certa vez um menino saiu para pescar com seu pai, mas a temporada de
pesca só começaria no dia seguinte, mas eles combinaram que só iriam pescar
aqueles peixes cuja captura estava liberada. Depois de algumas horas no meio do
lago em seu barco, o menino fisgou um grande peixe. Porém aquela espécie só
podia ser pescada durante a temporada. O pai ligou a lanterna e olhou para o
relógio. Ainda faltava mais de uma hora para a abertura da temporada de pesca
daquele peixe. Então o pai disse para o filho que ele teria que devolvê-lo ao lago.
O menino reclamou, mas o pai insistiu e disse que iria aparecer outro depois. O
menino olhou em volta do lago e notou que não havia outros pescadores nem
embarcações próximas. Mas pela firmeza da voz do pai sabia que não havia outro
jeito e devolveu o enorme peixe ao lago. O menino sabia que jamais pegaria um
peixe tão grande como aquele durante toda a sua vida, e ele estava certo. Os
anos se passaram e ele sempre se lembra daquele grande peixe todas as vezes que
se depara com alguma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é
simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO. Agir corretamente,
quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir
corretamente quando ninguém está nos observando.
E eu como um bom padrinho, rogo a todos vocês que sejam sempre bons
profissionais sendo observados ou não. Façam sempre o bem, lutem pelos seus
direitos, mas jamais passem por cima de alguém. Durmam sempre o sono dos
justos.
Termino com a sensação de não ter dito mais, porque o resto está no
coração e eu não sei ou não consigo expressar. Vocês deixaram em mim ótimas
lembranças durante estes curtos anos de nossa convivência e muito obrigado por
terem me dado a honra de dizer tudo isso a vocês.
Paz, amor e felicidades eternas a todos e muito obrigado por tudo.
Fiquem com Deus.
Discurso Proferido Pelo Paraninfo Prof. M. Sc. Jorge Luiz Fortuna na Colação de Grau da Turma de
Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Teixeira de Freitas, 05 de Dezembro de 2008.