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Mao Zedong
Julho de 1937
Mas, como é que o conhecimento humano surge da prática e serve por sua vez à
prática? Para compreendermo-lo basta com olhar o processo de desenvolvimento do
conhecimento [2].
aspectos isolados e as ligaçons externas das cousas. Por exemplo, algumhas pessoas
de fora venhem a Yenan em giras de investigaçom. Nos primeiros um ou dous dias,
vem a sua topografia, ruas e casas, tomam contacto com muitas pessoas, assistem a
recepçons, reunions e comícios, ouvem todo o tipo de conversas e lem diferentes
documentos: isso tudo som as aparências das cousas, os seus aspectos isolados e as
suas ligaçons externas. Esta etapa do conhecimento denomina-se etapa sensorial, e é
a etapa das sensaçons e as impressons. Quer dizer, as cousas de Yenan, isoladas,
agindo sobre os órgaos dos sentidos dos membros do grupo de investigaçom,
provocam sensaçons neles e fazem surgir no seu cérebro grande quantidade de
impressons junto de umha noçom aproximativa das ligaçons externas entre as ditas
impressons: esta é a primeira etapa do conhecimento. Nesta etapa, o homem nom
pode ainda formar conceitos, pois que correspondem a um nível mais profundo,
nem tirar quaisquer conclusons lógicas.
Com freqüência, temos ouvido dizer de algum camarada sem coragem para aceitar
umha tarefa: "Nom estou certo de podê-la cumprir" Por quê nom está certo de si
próprio? Porque nom compreende o conteúdo e as circunstáncias desse trabalho
segundo as leis que o regem, porque nom tivo ou tivo muito pouco contacto com
semelhante trabalho, de jeito que nom se pode falar de que conheça tais leis. Mas,
depois de umha análise detalhada da natureza e as circunstáncias desse trabalho,
sentirá-se relativamente seguro de si próprio e aceitará-o contente. Se se dedicar a
ele por algum tempo e adquirir experiência, e se e se estiver disposto a examinar a
situaçom com prudência, em lugar de abeirar-se de maneira subjectiva, unilateral e
superficial, será capaz de chegar por si próprio a conclusons sobre como deve fazer o
trabalho e fará-o com muito maior coragem. Apenas quem se abeirar aos problemas
de maneira subjectiva, unilateral e superficial, ditará ordens vaidosamente ao que
chega a um novo lugar, sem levar em conta as circunstáncias, sem examinar as
cousas na sua totalidade (a sua história e a sua situaçom actual em conjunto) nem
http://www.marxists.org/portugues/mao/1937/07/sobre-pratica-ga.htm (8 de 17)6/9/2006 15:29:09
Mao: Sobre a Prática
penetrar na sua essência (a sua natureza e as ligaçons internas entre umha cousa e
outras). Semelhantes pessoas esbarram e caem inevitavelmente.
Cumpre sublinhar dous pontos importantes. O primeiro, que se assinalou acima mas
que convém reiterar, é a dependência do conhecimento racional a respeito do
conhecimento sensorial. É idealista quem considerar possível que o conhecimento
racional nom provenha do conhecimento sensorial. Na história da filosofia, existe a
escola "racionalista", que só reconhece a realidade da razom e nega a realidade da
experiência sensorial; o seu erro consiste em alterar os factos. O racional merece
crédito precisamente porque dimana do sensorial; de outro modo, o racional seria
regacho sem fonte, árvore sem raízes, qualquer cousa subjectiva, autogerada e
indigna de confiança. Na ordem que segue o processo do conhecimento, a
experiência sensorial vem primeiro; se vincamos a importáncia da prática social no
processo do conhecimento é porque só ela pode dar origem ao conhecimento
humano e permitir ao homem começar a adquirir experiência sensorial do mundo
exterior objectivo. Para umha pessoa que fecha os olhos e tapa os ouvidos e se isola
totalmente do mundo exterior objectivo, nom há conhecimento possível. O
conhecimento principia com a experiência: este é o materialismo da teoria do
conhecimento.
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NOTAS:
[*] No nosso Partido havia certo número de camaradas dogmáticos que, durante longo
tempo, rejeitárom a experiência da revoluçom chinesa, negárom a verdade de o marxismo
"nom ser um dogma, mas um guia para a acçom", e tentárom intimidar a gente com
palavras e frases das obras marxistas, tiradas mecanicamente fora do contexto. Havia
também certo número de camaradas empíricos que, durante longo tempo, se limitárom à
sua fragmentária experiência pessoal, nom entendêrom a importáncia da teoria para a
prática revolucionária e nom vírom a revoluçom no seu conjunto; embora trabalhassem com
diligência, figérom-no a cegas. As ideias erróneas de uns e outros, e em particular dos mais
dogmáticos, causárom entre 1931 e 1934, enormes danos à revoluçom chinesa; aliás, os
dogmáticos, disfarçados de marxistas, deorientárom grande número de camaradas. "Sobre a
prática" foi escrito com o intuito de denunciar, do ponto de vista da teoria marxista do
conhecimento, os erros subjectivistas de dogmatismo e de empirismo no Partido,
nomeadamente o do dogmatismo. Este trabalho foi intitulado "Sobre a prática" porque pom
ênfase na denúncia do dogmatismo, variedade do subjectivismo que menospreza a prática.
As concepçons contidas neste trabalho fôrom expostas polo camarada Mao Ze Dong numha
palestra no Instituto Político e Militar Antijaponês de Yenán.
[3] Célebre romance histórico chinês escrito por Luo Kuan-chung (¿1330-1400?)
[5] V. I. Lenine di: "Para compreender, há que começar a compreender e a estudar de umha
maneira empírica, e elevar-se do empírico ao geral." Ibíd.