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Elétrica VI-1
Apostila de Sistemas de Controle I
CAPÍTULO VI
6.1- INTRODUÇÃO
sistemas de 1a. e 2a. ordem. As especificações relativas a resposta transitória para sistemas de 2a.
ordem são apresentadas. Após, são analisados os erros de regime permanente para um sistema
genérico considerando como sinal de entrada, um degrau unitário, uma rampa e uma parábola. Em
um sistema de controle real, quase sempre o sinal de entrada não é conhecido, e com isto a saída do
sistema não pode ser obtida analiticamente. Entretanto, para o projeto de um determinado sistema
de controle deve-se ter um procedimento padrão para comparar o seu desempenho. Isto é
conseguido, estipulando-se como sinais de entrada, sinais conhecidos e comparando as respostas de
vários sistemas a estes sinais. A decisão sobre qual sinal deve-se adotar para análise depende da
forma da entrada a que o sistema está sujeito mais freqüentemente.
Para finalizar este capítulo, é apresentado o critério de estabilidade de Routh-Hurwitz. Este
critério é uma ferramenta bastante importante para o estudo da estabilidade de sistemas.
Um sistema é considerado estável, se a sua resposta natural tende a se anular com o decorrer
do tempo. O denominador da função de transferência T(s), mostrada acima, é conhecido como
equação característica ou polinômio característico. Para que o sistema seja estável, as raízes deste
polinômio devem estar localizadas no semiplano esquerdo do plano complexo “S”. Isto significa
que para o sistema mostrado ser estável, é necessário que a > 0, isto é, S = -a.
a) Resposta ao degrau
Seja o sinal de entrada x(t), um degrau unitário. O sinal de saída é dado por:
a A B A=1
Y( s ) = = +
S( S + a ) S S + a B = −1
Seja o sinal de entrada x(t), uma rampa unitária. O sinal de saída é dado por:
a11 = 1
Y( s ) a a a B
= 2 = 112 + 12 + 1
X ( s ) S ( S + a) S S S +a a12 = −
a
1
B = a
E( s ) X ( s ) − Y ( s )
=
X( s ) X( s )
E( s ) Y( s ) a
= 1− =1−
X( s) X( s ) S +a
1
E( s )
=
S
→ E( s ) =
1
→ e( ∞ ) = lim e( t ) = lim S . E ( s ) =
X( s ) S + a S ( S + a) t →∞ S→ 0 a
Isto significa que quanto maior for o valor de a, menor será o erro de regime permanente
para uma entrada do tipo rampa.
Para a análise de sistemas de 2a. ordem, será considerada o sistema mostrado a seguir .
C( s) K C( s) K
= 2 =
R( s) ( S + S 1 )( S + S 2 )
ou “7”
R( s) JS + BS + K
B B 2 K
Onde: S1 , 2 =− ± −
2J 2J J
B
2
K
a) Reais → − >0 (2 raízes reais).
2J J
B K
2
C( s) ωn 2
= 2 “8”
R( s) S + 2ζωnS + ωn 2
Os pólos desta função padrão são determinados por:
Neste caso , o sistema apresenta dois pólos complexos e conjugados com parte real negativa
(semiplano esquerdo), e portanto o sistema será estável.
C(s) ωn 2
= “10”
R( s) ( S + ζωn + jωd)( S + ζωn − j ωd )
Se a entrada R(s) for um degrau unitário, então C(s) é obtida aplicando-se T.I.L na
expressão abaixo.
ωn 2
C( s) = “11”
S( S + ζωn + j ωd)( S + ζωn − jωd )
{ }
1
c( t ) = 1 − . e −ζωnt . sen ωdt + cos− 1 ζ t≥0 “12”
1−ζ 2
e −ζωnt
e( t ) = +
1−ζ 2
{
sen ωd . t + cos −1 ζ } “13”
C( s) ωn 2
= “14”
R( s) ( S + ωn ) 2
ωn 2
C( s) = “15”
S. (S + ωn )
2
e( t ) = e − ωn t ( 1 + ωn t ) para t = ∞
e(∞ ) = 0
Neste caso, o sistema apresenta dois pólos reais e diferentes. Portanto as raízes da equação
característica são:
S1 = −ζωn + ωn ζ − 1 S 2 = −ζωn − ωn ζ − 1
2 2
e
C( s) ωn 2
=
( )( )
“17”
S + ζ ωn + ωn ζ − 1 S + ζωn − ωn ζ − 1
2 2
R( s)
Se R(s) é um degrau unitário, então C(s) é obtida aplicando-se T.I.L. na expressão acima:
e − s1 t e− s2 t
ωn
C( t ) = 1 + − t≥0 “18”
2 ζ −1
2
s1 s2
Da mesma forma que nos casos anteriores, o erro em regime permanente será nulo.
que é função de −ζωn − ωn ζ − 1 deve exercer pouca influência no sistema, podendo ser
2
- Tempo de Subida “tr” : tempo necessário para o sinal passar de 10% para 90% do seu
valor final;
- Tempo de Pico “tp” : tempo necessário para o sinal alcançar o primeiro “overshoot”;
- Tempo de Acomodação “ts” : tempo necessário para o sinal permanecer dentro de uma
faixa em torno do valor final. Normalmente esta faixa é especificada como 5% ou 2% do
valor final;
C( tp) − C(∞)
Mp = x 100% “19”
C(∞)
Observação:
Entre estas especificações, algumas são conflitantes como por exemplo, “Overshoot
Mínimo” e “Tempo de Subida Reduzido”; A minimização de um, implica na maximização do outro.
Portanto, cabe ao projetista estabelecer estas especificações no sentido de otimizar estas
especificações.
{ }
1
c( t ) = 1 − . e −ζωnt . sen ωdt + cos− 1 ζ “20”
1−ζ 2
Para obtermos a definição do tempo de subida “tr”, basta que se substitua na expressão
“20”, t = tr e C(tr) = 1.
Desta forma, a expressão “20” pode ser representada como mostrada a seguir.
e − ζωn tr
ζ
(
sen ωdtr + cos−1 ζ = 0 )
“21”
1−
2
Como “ ζ ” e “ ωn ” são diferentes de zero, para que a expressão acima seja válida, é
necessário que:
(
sen ωdtr + cos−1 ζ = 0 “22” )
ωdtr + cos−1 ζ = 0 “23”
Seja a representação no plano complexo “S” das raízes da equação característica, mostrada a
seguir.
ζ ωn
Observa-se que : cos θ = ∴ θ = cos− 1 ζ ∴ π − θ = − cos−1 ζ “25”
ωn
Substituindo “25” em “24”, resulta:
π−θ
tr =
ωd
Para a obtenção do tempo de pico “tp”, basta que se derive a expressão “20”, e se imponha
dc ( t )
que = 0 e t = tp .
dt
dc( t ) e − ζωnt
= ωn .sen ωdt “25”
1− ζ
2
dt
e −ζωntp
ωn .sen ωd. tp = 0 “26”
1− ζ
2
Como ζωn ≠ 0 , para que a expressão acima seja válida resulta que:
sen ωd . tp = 0
π
Como o overshoot ocorre antes de “2π“ e depois de “0o ”, resulta: tp = “27”
ωd
Para a obtenção do overshoot máximo, tem-se que:
e −ζωntp
−
ζ
( )
sen ωdtp + cos −1 ζ = C( t ) − 1 “28”
1−
2
1− ζ
2
Mp = e
− ζπ( 1−ζ
2
)
“29”
1
Constante de Tempo =
ζωn
Observação:
Na a expressão “29”, a qual define o overshoot máximo, vê-se que este é definido única e
exclusivamente pelo coeficiente de amortecimento (ζ ). Por outro lado, o tempo de acomodação é
função de “ζ ” e “ωn ”. Com isto, definido um overshoot admissível para um dado “ζ ” o tempo de
acomodação é função de “ωn ” exclusivamente.
A função de transferência deste sistema pode ser escrita como o quociente entre dois
polinômios, como mostra a expressão “30”, onde o grau do polinômio do numerador deve ser
menor que o grau do polinômio do denominador.
A função de transferência mostrada pode ser expandida em frações parciais, como uma série
de termos de 1a. ordem e de 2a. ordem (pólos) associados aos seus respectivos resíduos. Por
simplicidade, neste estudo será considerado apenas pólos reais simples. Aplicando-se técnicas de
fatoração de polinômios na expressão acima, resulta:
a n ai
C( s) = + ∑ Onde: ai → Resíduo associado ao pólo Pi.
S i =1 S + Pi
Desta forma, uma função de transferência de ordem “n” é uma somatória de termos 1a.
ordem e de 2a. ordem (pólos) onde cada um apresenta uma certa influência na resposta global do
sistema, que depende da constante de tempo e do resíduo associado ao pólo. Os termos que
apresentam resíduos muitos pequenos, praticamente não exercem influência na resposta transitória e
podem ser desprezados. Isto permite analisar a resposta de um sistema de ordem superior a partir de
um sistema simplificado. Os pólos que estão mais próximos do eixo jω no plano complexo “S”,
chamados de Pólos Dominantes, correspondem aos termos de resposta transitória que decaem mais
lentamente (maior constante de tempo).
De acordo com os comentários feitos, pode-se concluir que a estabilidade relativa e a
resposta transitória de um sistema estão diretamente ligados com a localização de pólos e zeros no
plano “S”. Muitas vezes, é necessário ajustar um ou mais parâmetros do sistema para que o mesmo
tenha um desempenho satisfatório.
Seja o diagrama de bloco mostrado abaixo, que representa uma planta de segunda ordem.
E( s) C( s) JS 2 + BS
= 1− ⇒ E( s) = 2 . R( s) “33”
R( s) R( s) JS + BS + K
Se R(s) é um degrau unitário, então o erro apresentado pelo sinal de saída, é dado por:
S .( JS + B ) 1
e( ∞ ) = lim S . 2 . ⇒ e( ∞ ) = 0
S →0 JS + BS + K S “34”
Se R(s) é uma rampa unitária, então o erro apresentado pelo sinal de saída, é dado por:
S .( JS + B ) 1
e( ∞ ) = lim S . 2 . ⇒ e(∞ ) =
B
S →0 JS + BS + K S 2 K
“35”
2ζ
Então, o erro em função de “ζ ” e “ωn ” será: e(∞ ) = “36”
ωn
Pela expressão do erro em regime permanente para um sistema de 2a ordem, com um entrada
do tipo rampa, concluí-se que “ζ ” deve ser pequeno para que o erro seja pequeno. Porém, isto
acarreta um aumento no overshoot durante os transitórios. Para que se obtenha um compromisso
melhor entre erro de regime permanente e overshoot, deve-se considerar outros tipos de
controladores.
C( s) Kp + KdS
= 2 “37”
R( s) JS + ( B + Kd )S + KP
B
e(∞ ) = “39”
Kp
( B + Kp )
Kp
S2 + S+
=0 “40”
J J
Igualando a expressão acima, com a equação característica padrão S 2 + 2 ζ ωn + ωn 2 = 0 ,
resulta que:
B + Kd Kp
ζ= ωn =
2 J. Kp J
Neste caso, pode-se definir valores para B, Kp e Kd que simultaneamente minimizem tanto
o erro de regime, como o overshoot nos transitórios.
Observações:
- Se um termo da primeira coluna (b1 , c1 , d1 , etc) é nulo, e os restantes não são, então zero
deve ser substituído por um número positivo muito pequeno “ε ”, e então o resto da tabela é
calculado.
- Caso os termos de uma linha sejam todos nulos, devemos substituir estes valores, pelos
coeficientes da derivada do polinômio anterior (linha anterior) em relação a “S”. Este polinômio é
chamado de polinômio auxiliar.
Onde:
K. F(s)
Gc (s). Gp (s) = “2”
SN . Q(s)
F(s), Q(s) → São Polinômios da variável “S” são escritos na seguinte forma:
“(Ra.S+1).(Rb.S+1).(Rc.S+1)......”, e não apresentam raízes do
tipo S = 0;
K → ganho de malha-aberta;
1
6.8.1- ERRO PARA UMA ENTRADA DO TIPO DEGRAU UNITÁRIO : R ( s) =
S
1 1 1
e( ∞ ) = lim = =
t →∞ 1 + G ( s ).G ( s )
c p
t →∞
{
1 +lim Gc ( s ). G p ( s ) } 1+ Kp “4”
t→ ∞
{ }
K p = lim Gc ( s ).G p ( s ) ou Kp = Gc( 0 ).Gp ( 0 ) “5”
Onde:
Kp → CONSTANTE DE ERRO DE P OSIÇÃO;
Desta forma, o erro de posição do sistema, pode ser obtido para os diferentes tipos de
sistema.
1
SISTEMA TIPO “0“ → N = 0 ⇒ Kp = K → e( ∞) =
1+ K
SISTEMA TIPO “1” → N = 1 ⇒ Kp = ∞ → e(∞ ) = 0
SISTEMA TIPO “2” → N = 2 ⇒ Kp = ∞ → e(∞ ) = 0
N > 1 → Kp = ∞
Portanto, se desejamos que o sistema apresente erro nulo para uma entrada do tipo degrau, o
sistema deve ser do tipo “1” ou maior.
1
6.8.2- ERRO PARA UMA ENTRADA DO TIPO RAMPA UNITÁRIA: “ R( s) = ”
S2
1 1 1
e( ∞ ) = lim . ∴ e( ∞ ) = = “8”
S →0
S + S . Gc( s ). Gp( s ) lim .{ S .Gc ( s ).Gp( s )} Kv
S→ 0
Onde:
Kv → CONSTANTE DE ERRO DE VELOCIDADE;
K. F ( s )
Kv = lim . N −1 “10”
S →0
S Q( s )
Desta forma, o erro de velocidade do sistema pode ser obtido para os diferentes tipos de
sistemas:
SISTEMA TIPO “0“ → N = 0 ⇒ Kv = 0 → ess = ∞
N > 2 → Kv = ∞
Pelo exposto, concluí-se que para um sistema do tipo “0“, a saída não consegue acompanhar
uma entrada do tipo rampa e o erro tende a aumentar indefinidamente. Para um sistema do tipo “1”,
o erro em regime é inversamente proporcional ao ganho de malha aberta. E para sistema do tipo “2”
ou maior, o erro torna-se nulo.
1
6.8.3- ERRO PARA UMA ENTRADA DO TIPO PARÁBOLA : “ R ( s) = ”
S3
1 1 1
e( ∞ ) = lim . 2 ∴ e( ∞ ) = = “11”
S + S .Gc( s ). Gp( s ) lim .{S 2 .Gc( s ). Gp( s )} Ka
S →0 2
S →0
Onde:
KA → CONSTANTE DE ERRO DE ACELERAÇÃO;
Substituindo “2” em “11”, resulta:
K . F( s )
Ka = lim . N − 2
S→ 0
S Q( s )
Desta forma, o erro de aceleração do sistema, para os diferentes tipos de sistema será:
N > 3 → Ka = ∞
Conforme mostrado acima, se a entrada do sistema é do tipo Parábola e o sistema for do tipo
“0” ou “1” a saída não conseguirá acompanhar a entrada e o erro tende a aumentar indefinidamente.
Já para um sistema do tipo “2” o erro será inversamente proporcional ao ganho de malha aberta.
Para o sistema do tipo “3” ou maior, o erro a uma entrada do tipo parábola será nulo.
QUADRO RESUMO
TIPO DE ENTRADA
r(t) = 1 r (t) = t r(t) = t2
TIPO 0 1 ∞ ∞
1+ K
DE 1 0 1 ∞
K
SISTEMA 2 0 0 1
K