Li uma reportagem no Diário do Grande ABC da edição de 19 de abril de
2010 que dizia “Escolas públicas linha dura obtém melhor desempenho”, só não consigo entender o porquê de exemplos como estes não são seguidos já que estão dando certo? Pus-me a pensar e me veio uma enxurrada de pensamentos que ouso a transcrever nestas linhas. • O ser humano é livre, mas para gozar tal liberdade é preciso aprender que existem limites: Parece contraditório correlacionar liberdade e limite, mas um não existe sem o outro, pois liberdade é fazer coisas que dão na telha e limite é não invadir o espaço que não nos é cabido e a essência deste conceito está a se perder cada dia presenciado por nós professores toda vez que adentramos uma sala de aula. • O ser humano é mau em sua natureza: Não adianta dizer que somos bons ou que somos do bem, pois na primeira oportunidade que temos de fazer algo escuso sem a chance de sermos flagrados e consecutivamente punidos de alguma forma, nem pestanejamos em fazer, principalmente se tal ato nos trará algum benefício, por isso vemos todo dia isso acontecer cada dia que entramos em sala de aula. • O ser humano é tradicionalmente pertencente a uma casta: Não é preciso viajar para a Índia para presenciarmos tal fato, lá pelo menos é legalizado e assumido pela população, aqui é um sistema existente nas entrelinhas que basta abrir um pouco os olhos e ler o rosto de uma pessoa para saber se ela vai ser “alguém” na vida, pois o semblante, o comportamento e as companhias dizem mais que palavras, porque estas podem não mensagear a verdade, logo, olhamos estes rostos toda vez que adentramos uma sala de aula. Listar problemas, analisar pessoas pode ser fácil pra alguns, mas o mais difícil é resgatá-las deste “destino” que ainda não está escrito, mas pode ser previsto sem qualquer espécie de magia. Quem foi que disse que a escola tem que ser inclusiva se a própria vida personificada na sociedade é excludente. E sem pender pra nenhuma religião pego o exemplo de Jesus Cristo que é aceito até por empreendedores ateus, que na sua vida terrena histórica, foi inclusivo e excluído por sua própria sociedade, não conseguindo, portanto agradar a todos pois um próprio Fariseu disse que é melhor que morra um homem do que perecer toda uma nação e o próprio Jesus já mencionava que a exclusão é necessária e inevitável quando disse “Que para o Reino de Deus muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos” . O que quero dizer com isto? É que o homem em sua essência sempre terá sua predisposição que sempre tenderá para o mau, nós professores que não estamos isentos desta “lei” aprendemos a lutar contra nossa natureza e conduzir este rebanho discente para águas tranqüilas, mas o caminho muitas vezes é difícil e muitos ficarão pelo caminho e estes tomarão outros rumos condizentes com suas vontades e tendências. Quem disse que podemos consertar o já veio errado de fábrica, o que podemos fazer é trabalhar talentos inerentes nestes seres, mas há que se querer ser trabalhado, lapidado e há que se quere trabalhar e lapidar estas rudes pedras que muitas vezes não chegarão mesmo a ter algum valor medido pela sociedade, logo se tornará socialmente marginal e controlará uma sociedade marginal de parias que só tende a crescer e entrar em metástase como um câncer social, que só que está perto pode ver, mas não pode fazer nada por estar de mãos atadas, basta entrar cada dia em uma sala de aula.