Sei sulla pagina 1di 9

I. A.

costa et al 159

ESTUDO DA FLUIDODINÂMICA DE UM LEITO DE TRANSPORTE


PNEUMÁTICO VERTICAL COM ALIMENTAÇÃO TIPO JORRO:
INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS*

I. A. COSTA1
M.C. FERREIRA2
J.T. FREIRE2*

ABSTRACT:Study on fluid dynamic behavior of vertical pneumatic conveying


using a spouted bed solid feeding system: influence of particle diameter In this
work the effect of particle diameter on fluid dynamic characteristics of gas-solid flow
established in a vertical transport tube with a spouted bed feeder was investigated. Spherical
glass particles with density equals to 2503 kg/m3 and mean sieve diameters of 1.00; 1.70
and 2.85 mm (group D in Geldart diagram) were transported in a 104.8 mm diameter tube,
4.0 m high. The results show that every curve of pressure gradient versus air velocity
presented a point of minimum pressure gradient, which is associated to the change of flow
regime from dilute- to dense-phase. The occurrence of a slightly unstable flow pattern
denominated choking C was also detected. Increasing of dp causes an increase in the
solid flow rates conveyed, in the pressure gradient, in the air velocity at the minimum
pressure gradient, in the choking velocity and finally in the non-dimensional solids pres-
sure factor. The mean voidages in the transport tube decreases as the particle diameter is
increased.

KEY WORDS:vertical pneumatic transport; coarse particles; spouted bed solids


feeder; flow regimes; choking velocity; minimum pressure gradient air velocity

INTRODUÇÃO

A grande maioria dos trabalhos A previsão do comportamento


encontrados na literatura, foram realizados fluidodinâmico de um sistema gás-sólido
em transportadores pneumáticos de para cada regime de escoamento, bem
diâmetros de tubo relativamente pequenos como a velocidade do gás na qual ocorrem
e partículas com diâmetro na faixa de estas transições, é de fundamental
micrômetros, conforme observado por importância para o projeto de
Costa (2001). A diversidade destes transportadores pneumáticos. Entretanto,
trabalhos pode ser responsável, também, a demarcação clara destas fases não é
pela grande diferença nas definições mais uma tarefa simples, devido ao grande
importantes do transporte pneumático, número de definições diferentes existentes
algumas até conflitantes entre si. na literatura, tanto para a transição da fase
diluída para a fase densa, quanto para a
existência de “choking”. Konrad (1986)
realizou uma vasta revisão sobre o tema,
mostrando que, para cada trabalho
* Trabalho apresentado no XXIX ENEMP, São João Del-Rei, analisado, havia uma condição diferente que
MG
1
PPG-EQ / UFSCar (A quem toda correspondência deve
delimitava as transições de escoamento
ser submetida) observadas.
2
Professores do DEQ-UFSCar, Caixa Postal 676 - São
Carlos - SP - CEP: 13565-905
160 Estudo da fluidodinâmica de um leito de transporte

Para os sistemas que apresentam para sua identificação, em um transportador


“choking”, a velocidade de “choking” (Uc) é pneumático vertical com alimentador
definida como a velocidade superficial do gravitacional, através de critérios baseados
gás, para uma dada vazão de sólidos, onde nos sinais de flutuação de pressão, obtidos
o fenômeno ocorre. Portanto, Uc passa a por meio de transdutores de pressão ligados
ser um importante parâmetro para ao leito. Estes autores observaram que, ao
identificar a velocidade mínima do gás, a diminuir a vazão de ar, a amplitude das
uma dada vazão de sólidos, para se obter oscilações tornava-se cada vez maior e que
um escoamento em regime diluído. o escoamento na região acelerada do tubo
Velocidades menores que Uc de transporte (região de entrada) tornava-
caracterizariam o regime de fase densa. se denso, enquanto que na região não
Várias equações para previsão da acelerada, o escoamento ainda era diluído.
velocidade de “choking” são propostas na Observaram, ainda, que os gráficos de
literatura, também, desenvolvidas para freqüência dominante e de desvio padrão
sistemas específicos, com muitas em função da velocidade do gás
definições próprias. apresentavam comportamentos contrários,
Bi et al. (1993) realizaram uma ampla mas a mudança de inclinação observada
revisão da literatura e classificaram o nas duas curvas, ocorria no mesmo valor
“choking” em três categorias de velocidade do gás. Concluíram, portanto,
correspondentes a três mecanismos que a freqüência dominante e o desvio
ordenados e independentes. De acordo padrão dos sinais das flutuações de
com os autores, para partículas pressão poderiam ser efetivamente usados
transportadas ascendentemente por um para determinar o ponto de transição entre
gás, o “choking” tipo A ocorre quando o escoamento diluído e o denso (“choking”
começa a haver acúmulo de sólidos na base C).
do transportador, com a redução da A influência dos parâmetros
velocidade do gás da condição de geométricos, tais como o diâmetro de
escoamento diluído a uma vazão de sólidos partícula e de tubo, no comportamento dos
constante. Já o “choking” tipo B é resultado parâmetros de escoamento, tais como o
da instabilidade gerada pelas interações gradiente de pressão, a porosidade e a
entre soprador e transportador ou existência ou não de “choking” C, no
alimentador de sólidos e transportador, transporte pneumático de partículas vem
quando uma determinada pressão não pode sendo avaliada por diversos autores, em
ser mantida. O “choking” tipo C corresponde tipos distintos de equipamentos. Assim, o
à transição abrupta com muitas bolhas objetivo deste trabalho foi realizar um estudo
(definição clássica de “choking”). Assim, do escoamento sólido-fluido, em um leito
apenas os tipos A e C são devidos ao de transporte vertical, com o sistema de
escoamento sólido-fluido e, ainda, em alimentação de sólidos tipo jorro, avaliando
condição de fluidização rápida em leitos a influência do diâmetro da partícula, nos
fluidizados circulantes, os autores afirmam parâmetros que caracterizam o
que a velocidade de “choking” A é o limite escoamento, tomando como referência um
superior, enquanto que a velocidade de tubo de transporte de diâmetro de 104,8
“choking” C é o limite inferior de velocidade, mm e partículas do grupo D (Geldart, 1973).
caracterizando o regime.
Satija et al. (1985), utilizando partículas METODOLOGIA
dos grupos A e B da classificação de
Geldart (1973), buscaram correlacionar a O equipamento de transporte
transição do regime em fase diluída para pneumático utilizado neste trabalho
fase densa e estabelecer um método fácil apresenta várias possibilidades de

© Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra
Vol. 21 (1): 157-165, 2002 Suplemento
I. A.costa et al 161

configuração, podendo-se variar o diâmetro ar

das partículas transportadas, o diâmetro do partículas


CICLONE
ar

tubo de transporte, além do tipo de sistema


de alimentação de sólidos. No presente partículas ar

trabalho foi utilizado o sistema de


LINHA
alimentação de sólidos do tipo jorro. DE
RECICLO
TRANSPORTADOR
PNEUMÁTICO
TRANSDUTORES
DE PRESSÃO
COMPUTADOR

O desenho esquemático do leito


pneumático, onde foram realizados os
ensaios, é mostrado na Figura 1. Esferas partículas ar

SISTEMA DE
de vidro, com densidade de 2503 kg/m3 e partículas
ALIMENTAÇÃO DE
SÓLIDOS

três diâmetros médios de peneira (1,00;


1,70 e 2,85 mm), pertencentes ao grupo D SOPRADOR
ar

(Geldart, 1973), foram transportadas em um


tubo de ferro galvanizado com 4 m de altura
Figura 1 - Diagrama geral do
e diâmetro de 104,8 mm. O ar era fornecido
equipamento utilizado.
por um ventilador axial de 20 HP, sendo
sua vazão volumétrica medida através de
um medidor de duplo orifício, devidamente Sete tomadas de pressão foram
aferido. Depois de serem transportadas instaladas em diferentes posições axiais
pneumaticamente através do tubo de do tubo de transporte e conectadas a
transporte, as partículas retornavam ao manômetros de tubo em U com água.
reservatório inferior pelo tubo de reciclo, Assim, para cada condição de vazão de ar
com diâmetro interno de 104,8 mm. Um e de sólidos, foram obtidas as curvas de
bocal redutor era utilizado na entrada de pressão estática em função da posição
ar, com o objetivo de reduzir as vazões de axial, de onde eram obtidos os gradientes
ar desviadas para o tubo de reciclo. de pressão.
As vazões de sólidos eram Em duas, das sete posições (P2 em z
determinadas desviando-se a direção do = 0,66 m e P7 em z = 3,35 m), as tomadas
escoamento de sólidos na caixa de foram conectadas a transdutores de
amostragem. Quando em operação, o tubo pressão, com sinais na saída de 0 a 5 V,
de reciclo era mantido sempre cheio de para que fossem obtidas as flutuações de
partículas e a vazão de ar desviada para pressão em função do tempo, nestas
este tubo era determinada através da posições. A faixa de medida do transdutor
equação de Forchheimer, com a queda de instalado na posição P2 variava de 0 a 10
pressão medida entre dois pontos do tubo. polegadas de água, enquanto que a do
As vazões de ar no tubo de transporte eram transdutor em P7 variava de 0 a 5 polegadas
obtidas pela diferença entre as vazões de água. Os dados foram obtidos a uma
fornecidas e as desviadas para o tubo de freqüência constante igual a 60 Hz, fixada
reciclo. com base em ensaios preliminares, em um
A medida de porosidade média da período de 500 s.
suspensão gás-sólido foi realizada através
do acionamento simultâneo das duas RESULTADOS E DISCUSSÃO
válvulas tipo guilhotina, instaladas na região
não acelerada do tubo de transporte. O Considerando os objetivos deste
acionamento das guilhotinas era feito trabalho, serão apresentados a seguir os
através de pistões pneumáticos acionados resultados para o transporte pneumático
por uma válvula solenóide. vertical com o alimentador tipo jorro,
162 Estudo da fluidodinâmica de um leito de transporte

utilizando-se o diâmetro de tubo de 104,8 valores obtidos experimentalmente para a


mm, três diâmetros de partícula (1,00; 1,70 porosidade média da suspensão, com
e 2,85 mm) e um valor constante de z0 (50 valores superiores a 0,965.
mm). Os dados fluidodinâmicos foram
analisados visando avaliar a influência do
diâmetro de partícula nos regimes de 1,000
escoamento de sólidos, no ponto de
0,995
transição entre eles, na diferenciação de
comportamento dos sistemas. 0,990

Porosidade (-)
A Figura 2 apresenta os resultados 0,985

obtidos para a vazão de sólidos. 0,980


dp (mm)
Observando-se a Figura 2, nota-se que ao 1,00
0,975
diminuir a velocidade superficial do ar, a 1,70
2,85
vazão de sólidos transportados também 0,970

diminui, o que é característica típica dos 0,965

alimentadores tipo jorro. Tal característica 8 10 12 14 16 18

pode ser observada nas condições U (m/s)

avaliadas. Mesmo que o comportamento


Figura 3 - Porosidade média da
da vazão de sólidos seja dependente da
suspensão em função da velocidade
velocidade do ar para o alimentador tipo
superficial do ar.
jorro, pode-se verificar, ainda que
aumentando-se o diâmetro de partícula,
ocorre um aumento na vazão de sólidos,
uma vez que, ao se aumentar o diâmetro De acordo com a Figura 3, pode-se
de partícula, aumenta-se, conse- notar que a porosidade aumenta
qüentemente, a massa transportada. significativamente com o aumento da
velocidade superficial do ar, até um certo
1,15 ponto, quando então, passa a ficar quase
1,10
1,05
constante. Este comportamento está
dp (mm)
1,00
0,95 1,00 relacionado ao fato de que, para baixas
Vazão de sólidos (kg/s)

0,90 1,70 velocidades de ar, as forças resistivas ao


0,85 2,85
0,80
escoamento (forças de atrito fluido-partícula
0,75 e partícula-parede) são grandes, devido às
0,70
0,65 altas concentrações de sólidos. Ao se
0,60
0,55
aumentar a velocidade de ar, as forças de
0,50 atrito vão diminuindo, uma vez que a
0,45
0,40
concentração de sólidos também diminui,
8 10 12 14 16
fazendo com que a porosidade aumente,
U (m/s)
até que esta passe a ficar praticamente,
constante. Condição esta em que um
Figura 2 - Vazão de sólidos em função da aumento, ainda maior na velocidade de ar
velocidade superficial do ar. pouco afeta a concentração de sólidos.
Ainda na Figura 3, observa-se que as
faixas de velocidade de ar em que a
A Figura 3 mostra os resultados de porosidade é crescente são bastante
porosidade média da suspensão obtidos e distintas em relação aos diâmetros da
os suas respectivas incertezas. A primeira partícula. Para o diâmetro de partícula 2,85
informação relevante que se pode observar, mm tem-se apenas o período crescente,
através da Figura 3 é a estreita faixa de devido às restrições de capacidade do

© Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra
Vol. 21 (1): 157-165, 2002 Suplemento
I. A.costa et al 163

soprador que impedia a operação com clássicos (do tipo parafuso de rosca sem
velocidades maiores. Para os diâmetros de fim, por exemplo), a vazão de sólidos é
1,00 e 1,70 mm, os valores de velocidade mantida constante, quando a velocidade do
do ar em que há a mudança de ar varia (Silva et al., 1997).
comportamento da porosidade, são O comportamento observado das curvas
diferentes mostrando a influência deste fator da Figura 4, deve-se à contribuição
na porosidade média da suspensão, nas conjunta e diferenciada de dois fatores
condições de menores velocidades de ar. atuantes no transporte pneumático: o atrito
Os resultados de gradiente de pressão fluido-parede, que aumenta com o aumento
em função da velocidade superficial do ar da velocidade de ar e a concentração de
são apresentados na Figura 4. sólidos, que diminui com o aumento da
velocidade de ar. Para altas velocidade de
ar, o fator predominante é o atrito fluido-
parede, enquanto que a força peso, devido
850
às baixas concentrações de sólidos, é
800
dp (mm)
pequena. Conforme a velocidade de ar
750
700
1,00 decresce e, também, o gradiente de
1,70
650 pressão, o atrito fluido-parede diminui, mas
2,85
(-dP/dz) (Pa/m)

600
550
continua sendo predominante, até que se
500 atinge uma determinada velocidade, onde
450
400
o gradiente de pressão é mínimo, na qual
350 os dois fatores são equivalentes. Para
300
250
velocidades de ar menores que a velocidade
200 no ponto de mínimo gradiente de pressão,
150
8 10 12 14 16 a força peso passa a ser predominante,
U (m/s) devido às altas concentrações de sólidos,
em relação ao atrito fluido-parede, o que
Figura 4 - Gradiente de pressão em
faz com que o gradiente de pressão
função da velocidade superficial do ar.
aumente, ao se reduzir, ainda mais, a
velocidade de ar.
Os pontos de mínimo observados nas
curvas de gradiente de pressão em função
As curvas apresentadas na Figura 4, da velocidade superficial do ar (Figura 4),
foram obtidas através da redução da vazão são de extrema importância para a
de ar, de um valor máximo fornecido pelo identificação do escoamento desenvolvido
soprador, até um valor mínimo necessário no transporte pneumático. Muito autores
para o transporte e todas apresentam a (Joseph e Klinzing, 1983, Konrad,1986 e
diminuição do gradiente de pressão, até Marcus et al., 1990, entre outros)
passar por um ponto de mínimo, a partir do descrevem este ponto de mínimo como
qual o gradiente volta a aumentar, sendo o limite entre a fase diluída (região à
semelhante ao comportamento dos direita) e a fase densa (região à esquerda).
alimentadores clássicos, mesmo que a Esta definição será empregada neste
característica de transporte do alimentador trabalho para determinar o ponto de mínimo
tipo jorro seja totalmente diferente da dos da curva de gradiente de pressão em função
alimentadores clássicos. Isto porque, para da velocidade superficial do ar (Umin).
cada ponto de velocidade superficial de ar, Ainda na Figura 4, nota-se que o
uma determinada vazão de sólidos é obtida, gradiente de pressão aumenta com o
com o alimentador tipo jorro (Figura 2), aumento do diâmetro da partícula, devido
enquanto que com os alimentadores ao fato de que, para partículas com
164 Estudo da fluidodinâmica de um leito de transporte

densidade e forma fixas, a energia estática em função do tempo. A partir das


necessária para transportar uma dada curvas de variação de pressão em função
partícula é função crescente do diâmetro do tempo, foram obtidos os valores de
da mesma. desvio padrão das flutuações para cada
Comparando-se as curvas de gradiente velocidade superficial do ar e, assim,
de pressão (Figura 4) com as curvas de traçadas as curvas de desvio padrão em
porosidade (Figura 3), pode-se observar que função da velocidade superficial do ar.
os pontos de velocidade onde ocorrem os Aplicando-se, então, a metodologia de
mínimos nas curvas de gradiente de Satija et al. (1985), nas curvas de desvio
pressão estão em faixas bastante próximas padrão, para a tomada de pressão superior,
onde ocorre a mudança de comportamento pode-se obter os valores de velocidade de
nas curvas de porosidade, mostrando que “choking” C em função do diâmetro de
o ponto onde a porosidade apresenta uma partícula, apresentados na Figura 6.
alteração, também pode ser utilizado para Ao se observar a Figura 6, pode-se notar
auxiliar na identificação do tipo de que o comportamento encontrado para os
escoamento desenvolvido. Entretanto, os valores de velocidade de “choking” C é
dados de porosidade não devem ser bastante semelhante ao da velocidade na
utilizados de maneira isolada para mínima queda de pressão, ou seja,
caracterizar o regime de escoamento, pois aumenta com o aumento de diâmetro de
muitos autores (Leung e Wiles, 1976, partícula.
Leung, 1980 e Marcus et al., 1990) afirmam
que o escoamento em fase densa 15

apresenta valores de porosidade bastante


distintos daqueles obtidos para a fase 14

diluída. Para Marcus et al. (1990), a


Umin (m/s)

porosidade na fase densa deveria 13

apresentar valores menores que 0,85.


Assim, ao se observar os resultados de 12

porosidade obtidos neste trabalho, poder-


11
se-ia, equivocadamente, dizer que o
escoamento desenvolvido, em todas as 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

condições investigadas, foi sempre diluído, dp (mm)

uma vez que os valores experimentais Figura 5 - Velocidade no ponto de mínimo


foram superiores a 0,965, o que não gradiente de pressão em função do
corresponde aos resultados obtidos através diâmetro da partícula.
dos gráficos de gradiente de pressão, que
14
apresentam o ponto de mínimo gradiente
de pressão, em todas as condições. 13

Os pontos de mínimo determinados


12
visualmente nas curvas da Figura 4, estão
Uc (m/s)

apresentados na Figura 5. 11

Na Figura 5, pode-se observar que a


10
velocidade no ponto de mínimo gradiente
de pressão aumenta com o aumento do 9

diâmetro da partícula.
8
Os valores de desvio padrão das 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

flutuações de pressão foram obtidos pelos dp (mm)

transdutores de pressão instalados no Figura 6 - Velocidade de “choking” C em


sistema, através das curvas de pressão função do diâmetro da partícula.

© Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra
Vol. 21 (1): 157-165, 2002 Suplemento
I. A.costa et al 165

Para que se possa comparar, mais Desta forma, pode-se notar que a
facilmente, as velocidades de mínimo grande diversidade de definições utilizadas
gradiente de pressão e a de “choking” C, a por vários autores, em condições
Figura 7 apresenta os resultados da específicas para cada experimento, podem
velocidade de “choking” C em função da ser comparadas quando se tem um
velocidade de mínimo gradiente de pressão. equipamento único, em que várias
Através da Figura 7, pode-se observar condições possam ser alteradas.
que, dentro do erro experimental, a Molerus (1996) procurando prever o tipo
velocidade de “choking” C é sempre menor de escoamento desenvolvido e a queda de
que a velocidade de mínimo gradiente de pressão em tubos de transporte
pressão, o que está em concordância com pneumático horizontais retos, utilizou-se da
os resultados obtidos por Capes e metodologia citada por Marcus et al. (1990),
Nakamura (1973) e Drahos et al. (1988). de dividir a queda de pressão total do
De acordo com Bai et al. (1998), que sistema, nas contribuições de cada uma
empregaram partículas do grupo A, da das fases. O autor mostra todo o
classificação de Geldart (1973), no desenvolvimento, para se obter o fator de
transporte pneumático existem três tipos pressão adimensional da partícula, λp
diferentes de “choking”, conforme descritos como:
anteriormente e, ainda, a velocidade de
“choking” A é sempre maior que a
velocidade de “choking” C, pelo fato do (∆P / ∆L )
λ p ≡ 2 Dt
s
“choking” A ser o limite superior, enquanto (1)
o “choking” C é o limite inferior, na Rρ f U 2
fluidização rápida de um leito fluidizado
circulante. Mesmo que as partículas
utilizadas neste trabalho sejam do grupo Para se avaliar a influência do número
D, tais resultados confirmam que a de Froude sobre λ p, construiu-se um
velocidade de mínimo gradiente de pressão gráfico de λp em função FrD, no qual o autor
(Umin) pode ser classificada como “choking” obteve um comportamento hiperbólico e
tipo A e a velocidade de “choking” (Uc), que para valores de FrD superiores a 30, λp
como “choking” tipo C, em conformidade assumia um valor praticamente constante
com Bai et al. (1998). e muito próximo a zero, podendo, então,
ser desconsiderada a contribuição da fase
sólida, nestas condições. Para valores de
0%
14
número de Froude abaixo de 30, a fase
13
sólida tem importância significativa,
-20% indicando que o escoamento não é diluído.
12
Esta metodologia foi aplicada, também,
Uc (m/s)

11
para o transporte pneumático vertical, por
Costa et al. (1999) e Ferreira et al. (2000),
10
com resultados similares. A Figura 8
9
apresenta a dependência do fator de
pressão adimensional da partícula em
8
11 12 13 14 15
relação ao número de Froude, para os
Umin (m/s) resultados deste trabalho.

Figura 7 - Velocidade de “choking” C em


função da velocidade de mínimo gradiente
de pressão.
166 Estudo da fluidodinâmica de um leito de transporte

diminui com o aumento do diâmetro de


0,1
dp (m) partícula;
1,00
1,70 • o gradiente de pressão diminui com a
2,85 diminuição da velocidade superficial do ar,
até o ponto de mínimo, de onde volta a
λp aumentar. Para toda a faixa de U, o
gradiente de pressão aumenta com o
aumento do diâmetro de partícula;
• a velocidade de mínimo gradiente de
pressão aumenta com o aumento do
50 100 150 200 250 300
diâmetro de partícula;
FrD
Figura 8 - Fator de pressão adimensional • a velocidade de “choking” C apresenta,
da partícula em função do número de qualitativamente, o mesmo comportamento
Froude. da velocidade de mínimo gradiente de
pressão, em relação ao diâmetro de
partícula; a velocidade de “choking” C é
Observando-se a Figura 8, nota-se sempre menor que a velocidade de mínimo
comportamento hiperbólico das curvas de gradiente de pressão (“choking” A);
fator de pressão adimensional da partícula • o fator de pressão adimensional da
em função do número de Froude, além de partícula diminui, assintoticamente, com o
tender assintoticamente a zero, para valores aumento do número de Froude e aumenta
de número de Froude maiores que 250, o com o aumento do diâmetro de partícula.
que está em conformidade com o
comportamento descrito na literatura
(Ferreira et al., 2000). Com λπ tendendo a AGRADECIMENTOS
zero, a fase sólida passa a não mais
influenciar significativamente na queda de Os autores agradecem ao PRONEX e ao
pressão total. Ainda na Figura 8, percebe- CNPq pelo auxílio financeiro concedido.
se que o aumento do diâmetro de partícula
aumenta o fator de pressão adimensional
da partícula. NOMENCLATURA

CONCLUSÕES dp diâmetro médio da partícula, L;


Dt diâmetro do tubo de transporte, L;
Considerando-se todos os resultados FrD
1/2
U/(gDt) , Número de Froude, adimensional;
apresentados e os objetivos deste trabalho, ∆Ps/∆L queda de pressão da fase sólida por unidade
pode-se concluir que: -2
de comprimento, M L T ;
-2

• a vazão de sólidos diminui com a R razão entre as vazões mássicas de sólido e gás,

diminuição da velocidade superficial do ar adimensional;


-1
e aumenta com o aumento do diâmetro de U velocidade superficial do gás, L T ;
partícula; z0 distância entre a alimentação de ar e o tubo
de transporte pneumático, L.
• a porosidade média da suspensão
diminui suavemente com a diminuição da
velocidade superficial do ar, até um
determinado valor, a partir do qual passa a
decrescer rapidamente e, nesta região,

© Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra
Vol. 21 (1): 157-165, 2002 Suplemento
I. A.costa et al 167

Letras gregas pneumatic conveying of solid particles”,


-4
Powder Technology, v. 108, p. 46-54.
β coeficiente de arraste por u.v., M L ;
λp fator de pressão adimensional da partícula,
Ferreira, M.C., Silva, E.M.V. e Freire, J.T.
definido pela Equação (1), adimensional;
-3
(1997) “Investigation of fluid dynamics
ρf densidades do fluido, M L .
in pneumatic transport using spouted
bed and screw solid feeding systems”,
REFERÊNCIAS World Congress on Particle Technology
3, em CD-ROOM.
Bai, D., Issangya, A.S. e Grace, J.R. (1998)
“A novel method for determination of Geldart, D. (1973) “Types of gas fluidiza-
choking velocities”, Powder Technology, tion”, Powder Technology, v. 7, p. 285-
v. 97, p. 59-62. 292.

Bi, H.T., Grace, J.R. e Zhu, J.X. (1993) In: Joseph, S., Klinzing, G.E. (1983) “Vertical
Bai, D., Issangya, A.S. e Grace, J.R. gas-solid transition flow with
(1998) “A novel method for determina- eletrostatics”, Powder Technology, v. 36,
tion of choking velocities”, Powder Tech- p. 79-87.
nology, v. 97, p. 59-62.
Konrad, K. (1986), “Dense-phase pneu-
Capes, C.E. e Nakamura, K. (1973), “Ver- matic conveying: a review”, Powder
tical pneumatic conveying: an experi- Technology, Vol. 49, p. 1-35.
mental study with particles in the inter-
mediate and turbulent flow regimes”, Leung, L.S. (1980) “The ups and downs of
Can. J. Chem. Eng., v. 51, p.196-204. gas-solid flow - A Review”, In: Fluidiza-
tion (Eds Grace, J.R., Matsen, J.M.),
Costa, I.A. (2001) “Contribuições ao estudo New York, Plenum Press, p. 25-68.
do escoamento sólido-fluido nos
regimes denso e diluído em um leito de Leung, L.S. e Wiles, R.J. (1976) “A quanti-
transporte pneumático vertical”, tative design procedure for vertical pneu-
UFSCar, São Carlos-SP. 168p. (Tese de matic conveying systems”, Ind. Eng.
Doutorado). Chem. Process Des. Develop., v. 15,
p.552-557.
Costa, I.A., Ferreira, M.C. e Freire, J.T.
(1999) “Transporte pneumático de Marcus, R.D., Leung, L.S., Klinzing, G.E.
partículas em leito com alimentador tipo e Rizk, F. (1990), Pneumatic Convey-
jorro”, Anais do XXVII Congresso ing of Solids. (Powder Technol. Series),
Brasileiro de Sistemas Particulados Chapman, and Hall, 596p.
(ENEMP), Campos do Jordão - SP, p.
211-218. Molerus, O. (1996) “Overwiew: pneumatic
transport of solids”, Powder Technology,
Drahos, J.; Cermak, J.; Guardani, R. e v. 88, p. 309-321.
Schugerl, K. (1988) “Characterization of
flow regime transitions in circulating flu- Satija, S., Young, J.B. e Fan, L-S. (1985),
idized bed”, Powder Technology, v. 56, “Pressure fluctuations and choking
p. 41-48. criterion for vertical pneumatic con-
veying of fine particles”, Powder
Ferreira, M.C., Freire, J.T. e Massarani, G. Techonology, Vol 43, p. 257-271.
(2000) “Homogeneous hydraulic and

Potrebbero piacerti anche