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Txt 3. Andrade, SM; Soares, DA; Cordoni Jr, L (org.). Bases da Saúde Coletiva. 2
ed.
No prelo. Reproduzidas abaixo apenas as páginas a serem utilizadas.
Capítulo 2
Este documento, após discutido e analisado pelos vários atores da área (gestores,
setor privado, entidades de representação popular e sindical, instituições públicas,
entidades científicas, etc.), ganhou uma nova versão e constituiu-se na Norma
Operacional Básica nº 01/93 (NOB 01/93), aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde
e publicada em 20 de maio de 1993, através da Portaria do Ministério da Saúde nº 545
(BRASIL, 1996).
Uma outra medida que contribuiu para o cumprimento dos preceitos legais da
descentralização e do mando único em cada esfera de governo foi a extinção do
INAMPS, através da Lei nº 8689 em 27 de julho de 1993. Desta forma, as funções,
competências, atividades e atribuições do INAMPS, que muitas vezes se confundiam
com as do Ministério da Saúde, passam a ser absorvidas pelas instâncias federal,
estadual e municipal gestoras do SUS.
A NOB 01/93 estabeleceu um processo flexível, gradual e negociado, para
assegurar viabilidade política à execução das mudanças necessárias, criando diferentes
fases para a habilitação dos municípios, respeitando suas condições técnicas e -
operacionais.
Foram constituídas Comissões Intergestores como instância privilegiada de
negociação, pactuação, articulação, e integração entre gestores, visando a
operacionalização da descentralização. Na esfera federal a Comissão Intergestores
Tripartite (CIT) é constituída igualitariamente por representantes do Ministério da
Saúde, da entidade de representação dos secretários estaduais de saúde – CONASS, e da
entidade de representação dos secretários municipais de saúde – CONASEMS. Na
esfera estadual a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) é formada paritariamente por
representantes da Secretaria Estadual de Saúde e da entidade de representação do
conjunto dos secretários municipais de saúde do estado.
Para os estados, a NOB 93 estabeleceu duas condições de gestão:
a) Condição de Gestão Parcial, cabendo ao estado:
- assumir a responsabilidade pela programação integrada com seus municípios, além
da gestão dos recursos dos investimentos próprios e dos transferidos pela esfera federal,
respeitando a autonomia dos municípios enquadrados em alguma modalidade de gestão;
- assumir o cadastramento, programação, distribuição de cotas ambulatoriais e
hospitalares, e o controle e avaliação das ações e serviços públicos e privados de saúde.
- coordenar a rede de referência estadual e gerir o sistema de saúde de alta
complexidade, além do tratamento fora de domicílio, órteses e próteses e medicamentos
especiais;
- coordenar, em seu âmbito, as ações de vigilância epidemiológica e sanitária, as ações
ligadas à saúde do trabalhador, os hemocentros e a rede de laboratórios de saúde
pública.
Para tanto, receberia mensalmente, do Governo Federal, recursos financeiros
correspondentes à diferença entre um teto estabelecido para o pagamento das atividades
de saúde desenvolvidas no estado, e o gasto efetivamente realizado. Porém, os recursos
resultantes desta diferença nunca chegaram a ser repassados aos estados que assumiram
esta modalidade de gestão.
b) Condição de Gestão Semiplena – cabendo ao estado assumir a completa
responsabilidade sobre a gestão da prestação de serviços de saúde no estado
(planejamento, cadastramento, controle e pagamento de prestadores ambulatoriais e
hospitalares, públicos e privados), respeitadas as responsabilidades assumidas pelos
municípios, além das atribuições previstas na condição parcial.
Para os estados, a habilitação à NOB 93 foi apenas formal, não alterando sua
relação gestora/prestadora de serviços de saúde em relação à esfera federal.
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