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Programa

de
Matemáti
ca
Universidade da
Beira Interior

Marta Dias
Universidade da Beira Interior

O novo programa de Matemática

Enquadramento jurídico

De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo, publicada em 1986, o


sistema de ensino em Portugal engloba a Educação Pré-Escolar (dos 3 aos 6 anos), o
Ensino Básico de nove anos, o Ensino Secundário com a duração de três anos e o
Ensino Superior. A Educação Pré-Escolar não é obrigatória e a taxa de cobertura feita
pela rede pública do Ministério de Educação é apenas de 30%. A escolaridade
obrigatória é de nove anos e engloba todo o Ensino Básico? Crianças de idades
compreendidas entre os seis e os quinze anos.

De acordo com o artigo 8º da Lei de Bases do Sistema Educativo, o ensino


básico, embora compreenda três ciclos? O 1º de quatro anos, o 2º de dois anos e o 3º de
três anos? Perspectiva-se como uma unidade global. Os planos curriculares foram
estabelecidos pelo Decreto-Lei nº 286/89. No que respeita à estrutura geral, os planos
curriculares obedecem aos seguintes parâmetros, definidos na Lei de Bases:

• O 1º ciclo, respeitando um modelo de ensino globalizante, a cargo de um professor


único, privilegia o desenvolvimento integrado de estudos e actividades.
• O 2º ciclo organiza-se por áreas de estudo de carácter interdisciplinar, referentes à
formação básica, considerando-se desejável que lhe venha a corresponder um regime de
professor por área.

• O 3º ciclo abrange um conjunto de disciplinas ou grupos de disciplinas, constituindo


um plano curricular unificado com abertura a áreas vocacionais diversificadas, sendo-
lhes aplicado um regime de docência mais especializado.

• O ensino secundário organiza-se segundo formas diferenciadas, contemplando a


existência de cursos predominantemente orientados para a vida activa ou para o
prosseguimento de estudos, contendo todos eles componentes de formação de sentido
técnico, tecnológico e profissionalizante e de língua e cultura portuguesa adequadas à
natureza dos diversos cursos.

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Enquadramento histórico

No início dos anos 70 a reforma Veiga Simão (Lei nº 5/73) define um período de
escolaridade obrigatória de oito anos, sendo quatro nas escolas primárias e quatro nas
escolas preparatórias. Paralelamente a esta lei criaram-se num número limitado de
escolas preparatórias os 3º e 4º ano experimentais. Esta experiência embora com muito
sucesso do ponto de vista educativo levantou muitas polémicas sobretudo nos sectores
mais conservadores da sociedade portuguesa.

Com a democracia após 1974, aparece uma nova visão sobre o papel social da
educação e os sucessivos governos tentam por em prática uma efectiva escolaridade de
seis anos. Já tinha sido extinto em 1973 o ciclo complementar do ensino primário,
mantinha-se a Telescola nos locais mais afastados e vai-se alargando o âmbito do ciclo
preparatório directo. No pós 25 de Abril é criado o ciclo unificado do ensino secundário
que uniformizou os currículos das escolas técnicas e dos liceus nos 7º, 8º e 9º anos de
escolaridade.
É neste contexto que surge a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86) que
consagra a escolaridade obrigatória de nove anos dividida por três ciclos (os que na
realidade existiam? O ensino primário, o ciclo preparatório do ensino secundário e o
ciclo unificado).

A Lei de Bases, ao consagrar a divisão do ensino básico nos três ciclos, criou um
2º ciclo organizado por áreas interdisciplinares. Mas o Decreto-Lei 286/89, que
estabelece os planos de estudo dos diversos ciclos, passa a falar em áreas
pluridisciplinares, mantendo praticamente intacta a subdivisão em disciplinas então
existente, afastando de vez a perspectiva do funcionamento por áreas. Daqui resulta que
a disciplina de Matemática fica completamente separada das outras disciplinas. Resulta
ainda uma falta de articulação com o 1º ciclo (veja-se o caso dos algoritmos das
operações que “devem ser iniciados no 1º ciclo”, mas que não são retomados, pelo
menos explicitamente, no 2º ciclo).

A revisão dos programas de Matemática, efectuada em 1991, que se seguiu à


organização curricular resultante do referido Decreto-Lei 286/89 representou uma
grande evolução relativamente aos programas anteriores que tinham uma forte
influência da matemática moderna. Pela primeira vez os programas do 2º, 3º ciclo e

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secundário aparecem organizados em três categorias de objectivos: atitudes e valores,


capacidades e conhecimentos e contemplam aspectos como a resolução de problemas, o
trabalho de grupo, a ligação da Matemática à realidade e a utilização das calculadoras.

Análise do programa de matemática em vigor

Relativamente ao programa de matemática, considero que falha em alguns aspectos,


nomeadamente:

- Não existe um roteiro preciso do conhecimento e das capacidades que os alunos


devem adquirir em cada ano e consequentemente em cada ciclo;

- Não ser dado destaque para os algoritmos (métodos, anotações das diversas operações
e processos de calcular);

- Utilização da calculadora, apesar da alteração, realçada a importância do uso do


aparelho “mas com restrições”, ou seja, “não há uma apologia clara do seu uso”, no
entanto estas limitações não são muito claras;

- O facto de terem sido “suprimidas” do programa mmc, mdc, entro outros conceitos
“por forma a facilitar a aprendizagem”;

- Considero que com a reorganização curricular e a introdução das áreas curriculares


não disciplinares com a consequente diminuição das cargas horárias das várias
disciplinas, o programa se encontra extenso e difícil de cumprir;

- Continua a haver uma clara separação entre o terceiro ciclo e o ensino secundário.

Conclusão:

Considero que todos estes aspectos merecem atenção, e devem ser tidos em
conta no entanto com a implementação do programa, os professores irão com certeza
encontrar novos desafios e obstáculos a ultrapassar, que são resultado da colocação em
prática do mesmo. A minha opinião é neste momento de observadora, ou seja considero
importante a experiência de cumprir o programa para me poder pronunciar de forma
mais objectiva em relação ás dificuldades que este apresenta.

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