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ESCOLA SECUNDÁRIA DE AMORA

Ano Lectivo 2010/2011

Visita de Estudo

«Um percurso queirosiano em Sintra»

– Guião –

Vamos imaginar que começou a ler Os Maias -«Episódios da


Vida Romântica», uma obra de um dos maiores romancistas
portugueses da segunda metade do século XIX - Eça de Queirós.
E fica impressionado com as descrições de Sintra! As paisagens
e os palácios cheios de mistério e fantasia! Começa a sentir no
rosto o ar subtil das ramagens verdes e a ouvir o vago murmúrio
de águas correntes...
Resolve fazer uma parte do roteiro queirosiano.

Horário:
 8h30 – Partida da ESA
 10h – Chegada a Sintra
 18h00 – Chegada à ESA
Actividades: 10h30 – 11h30:
+/- 30 alunos - Visita (guiada) ao Palácio
Nacional de Sintra;
+/- 50 alunos -Percurso pedestre a Seteais

12h – 14h00: Almoço (livre)

14h30 – 15h30:
+/- 50 alunos( os que de manhã fizeram o
percurso a Seteais) - Visita (guiada) ao Palácio
Nacional de Sintra;
+/- 30 alunos( os que de manhã visitaram o
Palácio Nac.Sintra) -Percurso pedestre a Seteais

16h30 – Regresso

Conforme planeara, Carlos parte para Sintra com Cruges. O


objectivo, inconfessado, é encontrar a
misteriosa dama do Hotel Central. Estava
para se hospedar na Lawrence, onde
supunha que ela estivesse mas, num
rebate de brios, decide ir para o Nunes. Ali
encontra Eusebiozinho e um amigo, que
tinham vindo para Sintra com duas
espanholas. Cruges viera a Sintra uma
única vez e apenas lhe ficara «uma vaga
ideia de grandes rochas e de nascentes
de águas vivas».
Surpreendido com a ignorância do maestro, Carlos traça logo um
itinerário de sabor turístico. Cruges deleita-se nas maravilhas da
paisagem que o apetecível passeio proporciona.
É através do olhar atento, quase fotográfico, do maestro que Eça
de Queirós, no oitavo capítulo da grandiosa obra “Os Maias”, dá a
conhecer as descrições das paisagens, dos monumentos, das
ambiências de Sintra.
Entrando em Sintra pelo mesmo local que ainda hoje se entra para
quem vem de Lisboa, o Ramalhão, chegam as primeiras descrições da
paisagem natural e social de Sintra.

«E, a passo, o breque foi penetrando sob as árvores do Ramalhão.


Com a paz das grandes sombras, envolvia-os pouco a pouco uma

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lenta e embaladora sussurração de ramagens e como o difuso e
vago murmúrio de águas correntes. Os muros estavam cobertos
de heras e de musgos: através da folhagem, faiscavam longas
flechas de sol. Um ar subtil e aveludado circulava, rescendendo às
verduras novas; aqui e além, nos ramos mais sombrios, pássaros
chilreavam de leve; e naquele simples bocado de estrada, todo
salpicado de manchas de sol, sentia-se já, sem se ver, a religiosa
solenidade dos espessos arvoredos, a frescura distante das
nascentes vivas, a tristeza que cai das penedias e o repouso
fidalgo das quintas de Verão...»

Quase se diria que este oitavo capítulo é apenas um pretexto para


celebrar as belezas da Vila de Sintra, que Eça tão bem o fez ao revelar-
se um autêntico pintor da palavra.
Sintra assumia um papel importante junto da burguesia lisboeta do
século XIX. A histórica vila era o cenário de fugas campestres ao
cosmopolitismo de Lisboa, de aventuras da alta-roda e de esquálidas
escapadas com meretrizes alugadas ao dia.
Inserido na época do realismo e naturalismo, não é de estranhar a
atitude de crítica de costumes e reforma social, por parte de Eça de
Queirós, à sociedade portuguesa daquele tempo. Eça sempre
idealizou um Portugal melhor e mais universal através dos seus
romances, de mais profundo sentido crítico. Para o autor, Sintra é o
reflexo do que de mais belo existe, e retracta-a como um oásis no meio
da decadência política, social, cultural e espiritual que se vivia no
século XIX.

Em “Os Maias”, Eça, através de uma grande perspicácia de olhar


e de um profundo sentido de análise, atribui a Sintra um papel
preponderante quer no desenrolar da acção, quer na própria
caracterização das personagens.
Para sempre ficarão fixados locais de Sintra de uma forma
impressiva, de perfeita nitidez, capaz de transmitir às gerações
aspectos sociais, culturais e monumentais. Alguns deles já
desaparecidos (como o Hotel Nunes), mas outros ainda acessíveis que
possibilitam a reconstituição do trajecto enunciado por Eça de Queirós,
um trajecto apaixonante e envolvente.

Roteiro para o percurso pedestre a Seteais

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A visita iniciar-se-á com o Palácio Nacional de Sintra .

A seguir ao almoço, lembre-se que o percurso do hotel Lawrence a


Seteais era, para a burguesia do século XIX, uma espécie de Passeio
Público de Sintra.

Seguimos na direcção do Posto de Turismo, passando a Torre do


Relógio (séc. XVI) e a Igreja de São Martinho. De origem românica,
provavelmente da segunda metade do séc. XII, esta igreja ficou
seriamente danificada no terramoto de 1755, tendo sido posteriormente
reconstruída, mantendo hoje a traça setecentista.

Tomando a estrada à esquerda, continuamos até ao Largo Dr. Carlos


França.

Passamos a Fonte dos Pisões e a Cascata com o mesmo nome para


continuarmos a caminhada, e após percorrer cerca de 200m avistamos,
à esquerda, a imponente Quinta da Regaleira, Remontando ao início do
séc. XX, esta Quinta é um fabuloso somatório de estilos e construções,
resultando num percurso alquímico e sagrado que importa conhecer.

Depois de contornar a Quinta da Regaleira, subimos a Rua Barbosa du


Bocage, até ao Hotel Palácio de Seteais que nos surge pela direita.
Associadas ao local (Seteais), existem várias lendas, uma das quais
ligada à sonoridade do nome: Seteais / sete ais. Sugerimos, então, um
passeio até ao Palácio de Seteais!
As personagens queirosianas fazem um retrato sugestivo da paisagem:

«Cruges, no entanto, encostado ao parapeito, olhava a grande


planície de lavoura que se estendia em baixo, rica e bem
trabalhada, repartida em quadros verde-claros e verde-escuros,
que lhe faziam lembrar um pano feito de remendos.»

Depois da visita aos jardins do Palácio, volte a Sintra e compre uns


postais. Aproveite para lanchar umas queijadinhas de Sintra.
(Não faça como as personagens do romance que está a ler...que só se
lembraram de comer umas queijadas quando já iam a caminho de
Lisboa.)

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