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Introdução
O cálculo de raízes de funções encontra uso na obtenção da solução de uma ampla gama
de problemas de engenharia. Usualmente, a forma analítica de problemas matemáticos y = f(x)
requer o conhecimento dos valores da variável independente x para os quais f(x) = 0.
Por exemplo, considere a função f(x) = ax2 + bx + c, que é um polinômio de 2o grau com
coeficientes a, b, e c e que possui duas raízes. Essas raízes podem ser determinadas pela
conhecida fórmula de Baskhara:
− b + b 2 − 4ac
x1 =
2a
e
− b − b 2 − 4ac
x2 =
2a
sendo que i = − 1 .
Na prática, nem sempre um problema pode ser equacionado na forma de uma função que
possui uma solução analítica como a função de 2o grau. As funções transcendentes, por
exemplo, não possuem fórmula analítica para o cálculo das raízes. Nesses casos, pode-se
calcular as raízes através de dois métodos:
• Método gráfico
• Métodos numéricos
Nesta nota de aula, trataremos apenas dos métodos para o cálculo de raízes reais, embora
os métodos numéricos possam calcular raízes complexas também.
Método Gráfico
As funções transcendentes podem ter raízes reais e complexas. Entretanto, diferentemente
das funções polinomiais, não se pode determinar nem se a função possui raiz real e nem a sua
quantidade. O método gráfico é o procedimento inicial adotado para estimar as raízes e como a
determinação da raiz com precisão não pode ser feita com este método, deve-se utilizar um
método numérico para "refinar" a solução, isto é, melhorar a precisão do valor calculado da
raiz.
Vamos mostrar a avaliação da raiz de uma função pelo método gráfico através do exemplo
de uma função transcendente do tipo: f(x) = ex - 3x, cujo gráfico está mostrado na Fig. 3.1.
3
f(x) = e - 3x
2
x
-1
-1 0 xR1 1 xR2 2 3
No gráfico observa-se duas raízes indicadas como xR1 e xR2 e localizadas, respectivamente,
nos intervalos [0,5;1] e [1,5;2]. Uma estimativa grosseira das raízes seria xR1 ≅ 0,6 e xR2 ≅ 1,5.
O valor com maior precisão será calculado pelos métodos numéricos.
Método da Bisseção
O método da bisseção é um método conceitualmente simples e baseia-se na idéia de
"cercar" a raiz xR por dois valores: um à esquerda da raiz (xE) e outro à direita (xD), formando
um intervalo que vai ser continuamente reduzido até que a largura final do intervalo seja tão
pequena quanto o erro absoluto da raiz. A redução contínua da largura do intervalo é feita
dividindo-se o intervalo em dois e definindo um valor médio xM.pela fórmula:
( xE + xD )
xM = (3.1)
2
O valor médio xM estabelece dois sub-intervalos: um, entre xE e xM, outro entre xM e xD. A
raiz xR estará em um dos dois sub-intervalos. Para determinar em qual dos dois sub-intervalos
está localizada a raiz, calculamos f(xE), f(xD) e f(xM) e realizamos a seguinte comparação:
Este procedimento está ilustrado para os dois casos nos gráficos da Fig. 3.2 e 3.3. Na Fig.
3.2 estão mostrados os valores [xE, f(xE)] e [xD, f(xD)], respectivamente à esquerda e à direita
da raiz xR. Utilizando a equação (3.1) obtém-se o valor xM, que para este caso está localizado à
esquerda da raiz. A verificação algébrica deste fato é feita comparando-se o sinal de f(xM), que
é positivo assim como é positivo o sinal de f(xE).
O gráfico da Fig. 3.3 ilustra o caso em que o valor calculado de xM está localizado à direita
da raiz xR, porque, algebricamente, o sinal de f(xM) é igual ao sinal de f(xD).
y = f(x)
f(xE)
f(xM)
0
xE xM xR xD x
f(xD)
Fig. 3.2 - Método da bisseção para o caso do valor xM estar localizado à esquerda da raiz xR
y = f(x)
f(xE)
0
xE xR xM xD x
f(xM)
f(xD)
Fig. 3.3 - Método da bisseção para o caso do valor xM estar localizado à direita da raiz xR
Uma vez determinado em qual dos dois sub-intervalos está localizada a raiz, atribui-se o
valor de xM ao valor de xE ou xD, conforme o resultado do teste algébrico descrito
anteriormente e re-escrito na forma:
if (signbit(f(xm) == signbit(f(xe))) {
xe = xm;
}
else {
xd = xm
}
Uma vez estabelecido o novo intervalo [xE; xD], repete-se o cálculo do valor de xM e
aplica-se novamente o teste para verificação do sub-intervalo em que está localizado a raiz.
Atribui-se o valor de xM a xE ou xD , conforme o resultado do teste e redefine-se o novo
intervalo, conforme ilustra a Fig. 3.4. Os cálculos e testes se repetem até uma determinada
variável alcançar um critério de convergência.
A este procedimento de cálculo automático denomina-se ITERAÇÃO (não confundir
com interação, que tem outro significado) ou cálculo iterativo, que se baseia na repetição de
cálculos à partir de valores iniciais arbitrariamente estabelecidos. Do dicionário Michaelis:
i.te.ra.ção sf (lat iteratione) Ato de iterar ou repetir.
in.te.ra.ção sf ( inter+ação) 1 > Ação recíproca de dois ou mais corpos uns nos outros. 2 Atualização
da influência recíproca de organismos inter-relacionados. 3 Ação recíproca entre o usuário e um
equipamento (computador, televisor etc.).
y = f(x)
O cálculo iterativo continua até que o seguinte critério de convergência seja satisfeito:
xE − xD < ε (3.2)
no qual ε é o erro absoluto especificado. Quando o critério for satisfeito, a raiz xR será dada
por:
x R = xM ± ε (3.3)
Exemplo
Vamos ilustrar a aplicação do método da bisseção no cálculo da raiz da função f(x) = ex - 3x
localizada no intervalo [0; 1], com erro de 10-5.
Solução
A função f(x) = ex - 3x, como visto anteriormente, possui duas raízes, sendo que será
calculada a raiz localizada no intervalo [0; 1]. Assim, esses valores serão os valores iniciais de
xE e xD. Como o erro é 10-5, vamos apresentar os resultados do cálculo com cinco casas
decimais na tabela 3.1. A 1a coluna contém o contador do número de iterações, denotado pela
letra i. O conteúdo das outras colunas estão identificadas pelo nome das variáveis na 1a linha.
Tabela 3.1 - Resultado do cálculo da raiz da função f(x) = ex - 3x no intervalo [0;1] pelo
método da bisseção
i xE xD xM f(xE) f(xD) f(xM) erro
0 0,00000 1,00000 0,50000 1,00000 -0,28172 0,14872 1,00000
1 0,50000 1,00000 0,75000 0,14872 -0,28172 -0,13300 0,50000
2 0,50000 0,75000 0,62500 0,14872 -0,13300 -0,00675 0,25000
3 0,50000 0,62500 0,56250 0,14872 -0,00675 0,06755 0,12500
4 0,56250 0,62500 0,59375 0,06755 -0,00675 0,02952 0,06250
5 0,59375 0,62500 0,60938 0,02952 -0,00675 0,01116 0,03125
6 0,60938 0,62500 0,61719 0,01116 -0,00675 0,00214 0,01563
7 0,61719 0,62500 0,62109 0,00214 -0,00675 -0,00232 0,00781
8 0,61719 0,62109 0,61914 0,00214 -0,00232 -0,00009 0,00391
9 0,61719 0,61914 0,61816 0,00214 -0,00009 0,00103 0,00195
10 0,61816 0,61914 0,61865 0,00103 -0,00009 0,00047 0,00098
11 0,61865 0,61914 0,61890 0,00047 -0,00009 0,00019 0,00049
12 0,61890 0,61914 0,61902 0,00019 -0,00009 0,00005 0,00024
13 0,61902 0,61914 0,61908 0,00005 -0,00009 -0,00002 0,00012
14 0,61902 0,61908 0,61905 0,00005 -0,00002 0,00001 0,00006
15 0,61905 0,61908 0,61906 0,00001 -0,00002 0,00000 0,00003
16 0,61905 0,61906 0,61906 0,00001 0,00000 0,00001 0,00002
17 0,61906 0,61906 0,61906 0,00001 0,00000 0,00000 0,00001
18 0,61906 0,61906 0,61906 0,00000 0,00000 0,00000 0,00000
A raiz calculada após 18 iterações com ε < 10-5 é igual a 0,61906. Este resultado é exato
com cinco casas decimais. Observar que quando o critério de convergência é atingido, os
valores de xE, xD e xM são iguais com cinco casas decimais.
f ( x1 ) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 )( x1 − x0 ) (3.4)
Se considerarmos que o valor de x = x1, está próximo à raiz, então podemos considerar
que f(x1) ≅ 0, de modo que podemos escrever a equação na forma:
f ( x0 )
x1 ≈ x0 − (3.5)
f ′( x0 )
À partir de x1 podemos calcular um novo valor x2 mais próximo ainda da raiz através da
mesma aproximação anterior:
f ( x2 ) ≈ f ( x1 ) + f ′( x1 )( x2 − x1 ) (3.6)
Neste caso, vamos considerar que f(x2) ≅ 0 e que f(x1) é pequeno porém diferente de zero.
Assim, podemos re-escrever a equação como:
f ( x1 )
x2 ≈ x1 − (3.7)
f ′( x1 )
f ( xi )
xi +1 = xi − (3.8)
f ′( xi )
xi +1 − xi ≤ ε (3.9)
Exemplo
Vamos calcular novamente a raiz da função f(x) = ex - 3x localizada próxima ao valor
x = 0 pelo método iterativo de Newton-Raphson. A Tabela 3.2 apresenta os valores
calculados.
A raiz calculada após 4 iterações é igual a 0,61906 com erro menor do que 10-5.
Comparando-se este resultado com o obtido pelo método da bisseção, observa-se que a
convergência do método da bisseção foi muito mais lenta do que a do método de Newton-
Raphson. Isto deve-se ao fato que o método da bisseção apresenta erro proporcional ao
intervalo |xE – xD|, isto é, de primeira ordem na variável x, ao passo que o método de Newton-
Raphson apresenta erro de segunda ordem sobre a variável x.
3 2
f(x) = 3x - x - 4x + 5
10
0
y
-5
-10
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Fig. 3.5 - Gráfico da função f(x) = 3x3 – x2 – 4x + 5 exibindo pontos de máximo e mínimo
locais na proximidade da raiz.
Tabela 3.3 - Resultado do cálculo da raiz da função polinomial cúbica pelo método de
Newton-Raphson.
i xi f(xi) f'(xi) xi+1 erro
0 5,00000 335,00000 211,00000 3,41232 1,58768
1 3,41232 98,90543 93,97085 2,35981 1,05251
2 2,35981 29,41532 41,39873 1,64927 0,71054
3 1,64927 9,14139 17,18238 1,11725 0,53202
4 1,11725 3,46658 4,99978 0,42391 0,69335
5 0,42391 3,35320 -3,23055 1,46187 1,03797
6 1,46187 6,38783 12,30993 0,94296 0,51892
7 0,94296 2,85435 2,11659 -0,40560 1,34856
8 -0,40560 6,25771 -1,70821 3,25771 3,66331
9 3,25771 85,07572 84,99877 2,25681 1,00091
10 2,25681 25,36255 37,32498 1,57730 0,67951
11 1,57730 7,97532 15,23630 1,05386 0,52344
12 1,05386 3,18525 3,88786 0,23458 0,81928
Método da Secante
Apesar da convergência do método de Newton-Raphson ser rápida, ele apresenta uma
dificuldade prática na implementação de um algoritmo para o cálculo de raízes de uma função
genérica pelo fato de requerer o cálculo algébrico da derivada da função f(x). Este problema
pode ser contornado através da aproximação da derivada exata (que requer um procedimento
algébrico) pela diferença finita da função f(x), que é um procedimento numérico. Este método
recebe o nome de método da secante, mas também é conhecido, com algumas variações, com
o nome de método da falsa posição ou método regula falsi.
O procedimento para dedução do método da secante pode ser explicado através do
gráfico da Fig. 3.6. Nele vamos definir dois valores de x localizados à esquerda (xE) e à direita
(xD) da raiz xR, tal como no método da bisseção. No entanto, diferentemente deste, o valor que
irá dividir o intervalo |xE – xD| em dois é estabelecido através de um cálculo que utiliza a uma
reta secante (ou corda) que une os valores de f(xE) e f(xD).
y
y = f(x)
f( x D)
Reta secante
xE xN xR xD x
f( xE )
− f ( xE ) x N − xE
= (3.10)
f ( xD ) xD − xE
x ⋅ f ( xD ) − xD ⋅ f ( xE )
xN = E (3.11)
f ( xD ) − f ( xE )
[f(xD)-f(xE)]/(xD-xE)
Exemplo
O cálculo da raiz da função f(x) = ex – 3x é apresentado na tabela seguinte empregando o
método da secante.
Tabela 3.4 - Resultado do cálculo da raiz da função f(x) = ex – 3x pelo método da secante.
i xE xD f(xE) f(xD) xN erro
0 0,00000 1,00000 1,00000 -0,28172 0,78020
1 0,00000 0,78020 1,00000 -0,15869 0,67335 0,10686
2 0,00000 0,67335 1,00000 -0,05925 0,63568 0,03767
3 0,00000 0,63568 1,00000 -0,01874 0,62399 0,01169
4 0,00000 0,62399 1,00000 -0,00561 0,62051 0,00348
5 0,00000 0,62051 1,00000 -0,00165 0,61949 0,00102
6 0,00000 0,61949 1,00000 -0,00048 0,61919 0,00030
7 0,00000 0,61919 1,00000 -0,00014 0,61910 0,00009
8 0,00000 0,61910 1,00000 -0,00004 0,61907 0,00003
9 0,00000 0,61907 1,00000 -0,00001 0,61906 0,00001
10 0,00000 0,61906 1,00000 0,00000 0,61906 0,00000
Observa-se que após 10 iterações o método convergiu para a raiz 0,61906 com ε < 10-5. A
convergência deste método é semelhante à do método de Newton-Raphson, porém, com a
simplicidade conceitual do método da bisseção.
Exercícios propostos
1. Para cada uma das equações abaixo, encontre pelo menos uma das raízes para que f(x) = 0,
empregando o método da bisseção e o método de Newton-Raphson:
(a) ex/2 - x2 = y (b) x2 - 5x + 6 = 0 (c) ln x - x + 2
(d) x2 - senh x (e) x4 – 14x2 + 24x - 10
2. Um outro método para encontrar as raízes de f(x) = 0 é o chamado método iterativo linear,
no qual a raiz é calculada re-escrevendo a função f(x) = g(x) - x, de maneira que o problema
agora é encontrar o valor de x tal que g(x) = x por iteração. Encontre a função g(x) e
resolva o problema do cálculo da raiz de x localizada no intervalo [0; 0,5] da função
f(x) = ex – 3x empregando o método iterativo linear.
3. Escreva uma equação de iteração pelo método de Newton-Raphson para o cálculo da raiz
quadrada e raiz cúbica de um número real x. Faça x = 2 e aplique a equação de iteração
obtida para calcular a sua raiz quadrada e a sua raiz cúbica.
30
20
x
Fig. P1
2
πD 2 1 − 1 − sen θ
r
V = Vc + r (1 − cos θ ) + (P5.1)
4
T 1 V
A n + B ( T − Ti ) + C ( T 2 − Ti2 ) + D n = 0 (P5.2)
Ti 2 Vi
Vi Ti
p = pi ⋅ (P5.3)
V T
Válvulas de admissão
e escape
Pistão
Biela
Ponto morto baixo
(extremidade do pistão
quando θ = 180 )
o
θ Virabrequim
Fig. P2
79 79
C n H 2 n+ 2 + ( 2n + 1) O 2 + ( 2n + 1) N 2 → n CO 2 + ( n + 1) H 2 O + ( 2n + 1) N (P6.1)
21 21 2
n+1 n+1
x H2O = = (P6.2)
n + ( n + 1) + ( 2n + 1) ( 79 / 21) 9,52n + 4,76
( n + 1) p
p H2O = x H2 O ⋅ p = (P6.3)
9 ,52n + 4,76
x a + bx + cx 3
n p v = 8,07284 − 2,3026 (P6.4)
T 1 + dx
Como a pressão parcial e a pressão do vapor d’água devem ser iguais no ponto de
condensação, (P6.2), (P6.3) e (P6.4) podem ser combinados para se obter:
( n + 1) p x a + bx + cx 3
n = 8,07284 − 2 ,3026 (P6.5)
9,52m + 4,76 T 1 + dx
que pode ser solucionado em T para valores dados de p e n. Como (P6.5) é uma equação
não-linear, um método numérico como o Newton-Raphson deve ser usado. Com este
objetivo, é conveniente reescrever (P6.5) como:
x a + bx + cx 3 ( n + 1) p
f (T) = 2,3026 − n − 8,07284 = 0 (P6.6)
T 1 + dx 9,52 m + 4,76
[ H + ] 3 + K a [ H + ] 2 − ( K a C a + K w )[ H + ] − K w K a = 0 (P7.1)
na qual:
pH = - log [H+]
Ka - constante de dissociação do ácido
Ca - concentração molar do ácido
Kw - produto iônico da água
Ka = 6,5.10-10 (moles/l)2,
Ca = 1,0.10-5 moles/l
Kw = 1,0.10-14 (moles/l)2