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IX CONVENÇÃO DE CONTABILIDADE

DO RIO GRANDE DO SUL


13 a 15 de agosto de 2003 – GRAMADO – RS

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
NA CONTABILIDADE

JOSÉ JASSUIPE DA SILVA MORAIS


Contador – CRCPB 4.496
AV. JULIA FREIRE, 617 / 302 – TORRE
58040-040 – JOÃO PESSOA – PB
(83) 243.3129 – jassuipe@uol.com.br
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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CONTABILIDADE

Resumo: Com o avanço das novas tecnologias nos deparamos com problemas cada vez mais
complexos para o exercício da profissão contábil. Todas essas mudanças estão sendo
impulsionadas pela informática. As empresas necessitam cada vez mais de um bom sistema de
informações contábeis para a aplicação de técnicas inteligentes na tomada de decisão. Os avanços
exigem mais dos sistemas contábeis e não meramente aqueles com a finalidade de realizar
processamento de transações. O mundo dos negócios desse novo milênio é mais exigente e a
tecnologia de ponta utilizada nos hardwares e nos softwares permite não somente o processamento
de dados, como também, sistemas que processam informações e compartilham conhecimentos.
Esse mais elevado nível de processamento do conhecimento utiliza a tecnologia da inteligência
artificial, ou seja, o desenvolvimento de sistemas de processamento complexos que utilizam
informações como ferramenta para decisões estratégicas e competitivas. De forma resumida,
inteligência artificial (IA) é um programa ou funções de um programa que fazem o computador
pensar inteligentemente, ou seja, conseguem tomar suas próprias decisões e até aprender com seus
erros, imitando as funções do cérebro humano. O presente trabalho não vem apresentar um
posicionamento conclusivo em torno do assunto, mas sim, pretende servir de ponto de partida para
uma discussão mais ampla com a comunidade contábil sobre a utilização da IA nas informações
que são produzidas por ela e um novo posicionamento para o exercício profissional. É esperado que
ao final desta análise, possam surgir interessados em produzir novos escritos sobre o assunto.

Palavras Chave: inteligência artificial – sistemas especialistas – redes neurais - sistemas baseados
em conhecimento – sistemas de informação.
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Introdução

O que é “inteligência”? Segundo o Dicionário Aurélio:

“Inteligência é a qualidade ou capacidade de compreender e adaptar-se


facilmente; capacidade, penetração, agudeza, perspicácia; destreza mental;
habilidade; capacidade de resolver situações problemáticas novas mediante
reestruturação dos dados perceptivos”.

Ainda segundo o Dicionário Aurélio:

“Inteligência artificial é o ramo da ciência da computação dedicado a desenvolver


equivalentes computacionais de processos peculiares à cognição humana, como, p. ex., a
produção de inferências lógicas, o aprendizado, a compreensão de linguagem natural e
reconhecimento de padrões”.

Para iniciar toda e qualquer discussão sobre Inteligência Artificial (IA) é necessária uma breve
reflexão sobre a definição de Inteligência, onde atualmente com a evolução da informática, as
máquinas passam a imitar as funções do cérebro humano e em vários momentos até superá-las,
criando assim uma divisão entre o pensamento humano e o pensamento lógico. Em nosso estudo
vamos expor reflexões sobre a Inteligência Artificial, onde vários autores definem como “ramo da
ciência da computação que se preocupa com o pensamento do computador”. Como a IA é uma
ciência cujas raízes estão nos processos de pensamento do ser humano, um exame como as pessoas
pensam é essencial. É claro que ninguém sabe exatamente como a mente funciona. A inteligência
humana é uma função complexa que os cientistas apenas começaram a entender. Mas sabemos o
bastante para podermos fazer certas suposições sobre como pensamos e aplicar essas suposições ao
projeto dos programas de Inteligência Artificial. As correntes de pensamento que se cristalizaram
em torno da IA já estavam em gestação desde os anos 30 . No entanto, oficialmente, a IA nasceu
em 1956 com uma conferência de verão em Dartmouth College, NH, USA. Na proposta dessa
conferência, escrita por John McCarthy (Dartmouth), Marvin Minsky (Hardward), Nathaniel
Rochester (IBM) e Claude Shannon (Bell Laboratories) e submetida à fundação Rockfeller, consta
a intenção dos autores de realizar ``um estudo durante dois meses, por dez homens, sobre o tópico
inteligência artificial''. Ao que tudo indica, esta parece ser a primeira menção oficial à expressão
``Inteligência Artificial'' . Desde seus primórdios, a IA gerou polêmica, a começar pelo seu próprio
nome, considerado presunçoso por alguns, até a definição de seus objetivos e metodologias. O
desconhecimento dos princípios que fundamentam a inteligência, por um lado, e dos limites
práticos da capacidade de processamento dos computadores, por outro, levou periodicamente a
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promessas exageradas e às correspondentes decepções, onde mesmo substituindo os humanos em


determinadas tarefas, o computador não consegue superar o homem na hora de determinadas
decisões que envolvem a emoção.

Inteligência Artificial

MOSCOVE (2002; p. 403) define:

“A Inteligência Artificial trata de tarefas comuns, formais e especializadas. Os


tipos de IA incluem: robótica, visão e reconhecimento de voz, processamento de
linguagem natural e sistemas de solução de problema como, por exemplo, sistemas
especialistas redes neurais e sistemas de raciocínio baseado em caso”.

O’BRIEN (2001; p. 259) comenta que a Inteligência Artificial está retornando à corrente principal
da tecnologia nas empresas. Concebida mais para fomentar as capacidades humanas do que para
substituí-las, a tecnologia atual de IA possibilita um leque extraordinário de aplicações que forjam
novas conexões entre pessoas, computadores, conhecimento e o mundo físico. Aplicações
habilitadas por IA estão em ação nas áreas de distribuição e recuperação de informações, database,
mining, desenho de produtos, manufatura, inspeção, treinamento, suporte ao usuário, planejamento
cirúrgico, programação de recursos e administração de recursos complexos. Um programa de
computador comum só pode fornecer respostas aos problemas para os quais está especificamente
programado. Se um programa comum precisar ser modificado para acomodar novas informações,
todo o programa terá de ser analisado até que o espaço ideal seja encontrado para que a
modificação possa ser inserida. Isto não apenas toma tempo como também outras partes do
programa podem ser afetadas de maneira desfavorável durante o processo, podendo resultar em
erros. A Inteligência Artificial, como o próprio nome indica, realmente permite que o computador
pense. Simplificando a maneira como os programas são formatados, IA imita o processo básico do
aprendizado humano por meio do qual as novas informações são absorvidas e se tornam
disponíveis para referências futuras. A mente humana pode incorporar novos conhecimentos sem
alterar seu funcionamento e sem atrapalhar todos os outros fatos que já estão armazenados no
cérebro. Um programa de IA funciona quase do mesmo modo.

LAUDON (1999; p. 329), classifica a família de técnicas de Inteligência Artificial:


“A Inteligência Artificial não é um fenômeno isolado, mas uma família de
atividades por vezes relacionadas em que cada uma busca capturar algum aspecto
da inteligência dos seres humanos e de seu modo de ser. Os cientistas da
computação, engenheiros eletrônicos, psicólogos, lingüísticos, fisiologistas e
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biólogos estão envolvidos na busca, que os leva a pesquisar a linguagem natural, a


robótica, os sistemas perceptivos, os sistemas especialistas, as redes neurais e o
software inteligente”.

Membros da Família IA

Linguaguem Robótica Sistemas Sistemas Redes Software


Natural Perceptivos Especialistas Neurais Inteligente

Linguagem
Humana: Simular Simular Simular a Desenvolve
lida/escrita/ Desempenhar Sentidos Conhecimentos Estrutura r software
falada tarefas físicas Humanos e a tomada de física de que utliliza
Executar decisões cerébros técnicas de
Pesquisa Humanas inteligência
artificial

Fig. 1 – Campos de Estudo da Inteligência Artificial1

Os vários campos de estudo da IA apresentados acima, demonstram o notável trabalho que vem
sendo realizado por cientistas da ciência da computação, todos estão tentando simular habilidades
humanas.
Iremos apresentar um aprofundamento maior nos dois campos da IA que achamos de maior
importância para o nosso estudo que são os Sistemas Especialistas e as Redes Neurais.

Sistemas Especialistas

Os sistemas especialistas apresentam um elevado desenvolvimento dentro da Inteligência


Artificial. Na década de setenta, houve uma revolução na área computacional, culminando com a
criação dos sistemas especialistas. O objetivo dos cientistas da Inteligência Artificial era
desenvolver programas de computador que pudessem em alguns sentidos “pensar”, isto é, resolver
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problemas de uma maneira que seriam considerados inteligentes se fossem feitos pelo homem. Os
sistemas especialistas são fruto de vinte anos de pesquisa, e seu uso tem se difundido por todo o
mundo, obtendo-se sucesso.
Em vários países como Japão, Alemanha e Estados Unidos os sistemas especialistas tem se
desenvolvido em grande número. No Brasil encontram-se em crescimento nas mais diversas áreas e
a “Análise de Crédito bancário”, “Análise de hepatopatias crônicas”, “Análise química qualitativa
de minerais”, são alguns exemplos. Abaixo demonstração IA:

Sistemas Sistemas de
Sistema de Especialistas raciocínio
Característica Suporte à baseados em Redes Neurais baseado em caso
decisão regras
Tomada de decisão Dá suporte, não Toma decisões Toma decisões Toma decisões
toma decisões
Processamento Processa Processa Processa Processa
informações conhecimento conhecimento conhecimento
quantificáveis simbólico e numérico simbólico
numérico
Tipo de Problema Problemas não Problemas Problemas Problemas
estruturados; estruturados com estruturados estruturados com
precedência não precedência com precedência
exigida (estável) precedência (dinâmica)
(estável)
Aprendizagem Nenhuma Nenhuma Aprende com Aprende com
capacidade de capacidade de erros erros
aprendizagem aprendizagem
Capacidade de Nenhuma Pode explicar o Nenhuma Pode explicar o
explicar capacidade de como e o porquê das capacidade de como e o porquê
explicação decisões explicação das decisões

A criação de Sistemas Especialistas

A criação de um sistema de tecnologia da Inteligência Artificial é um tema bem difícil. São


necessários, conhecimento e competência para desenvolvê-lo. Tem que existir muita sensibilidade
por parte de quem desenvolve o sistema, para que haja identificação do melhor nível de adequação

1
A figura que ora apresentamos consta no livro “Sistemas de Informações” de LAUDON (1999; p. 329)
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no uso da tecnologia de sistemas especialistas para a solução de problemas e tomada de decisões. A


existência de profissionais especialistas que dominem o segmento do conhecimento específico de
cada área, é o segredo para o sucesso e a qualidade de cada software criado para a execução de
tarefas especializadas. Um sistema especialista é o somatório da experiência de vários profissionais
que contribuem para a criação de um software onde tenta obter informações que serão úteis para a
resolução de problemas específicos. Para que o problema seja resolvido, o sistema deverá analisá-
lo, à luz das heurísticas (conjuntos de regras e métodos que visam à descoberta ou resolução de
problemas) armazenadas em seu motor de inferência e base de conhecimento, e interagir com o
usuário, para obter todos os elementos, necessários para a montagem do problema e possibilitar a
busca de conhecimento necessário para sua resolução.

Sobre a idéia de resolver problemas contábeis com inteligência artificial MOSCOVE (2002; p. 404)
destaca que:

“Os softwares de Inteligência Artificial mais utilizados hoje nos negócios para
suas aplicações de Contabilidade são os softwares de Sistemas Especialistas.
Os Sistemas Especialistas são programas de software que utilizam fatos,
conhecimento e técnicas de raciocínio para resolver problemas que tipicamente
exigem habilidades especiais humanas”.

De fato, a Contabilidade é uma área onde existe muita necessidade de Sistemas Especialistas, pelo
fato de tantos problemas contábeis exigirem a especialização em determinados segmentos, como –
auditoria, contabilidade gerencial, contabilidade de custos e contabilidade tributária. Apresentamos
algumas áreas onde os Sistemas Especialistas tiveram aplicação satisfatória.2

Auditoria

a) Avaliação de risco;
b) Planejamento de auditoria;
c) Provimento de suporte técnico;
d) Detecção e prevenção de fraude.

Contabilidade Gerencial

a) Precificação;
b) Custo;
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c) Projeto de sistema de contabilidade;


d) Orçamento de capital;
e) Escolha de políticas de contabilidade;
f) Avaliação da quantidade do crédito;
g) Estabelecimento e monitoração de controles.

Impostos

a) Aconselhamento especializado;
b) Preparação de devolução;
c) Planejamento de patrimônio;
d) Planejamento financeiro pessoal .

Redes Neurais

No livro Sistemas de Informação de Kenneth C. Laudon e Jane Price Laudon é apresentado um


exemplo sobre Redes Neurais que demonstramos abaixo:
“Redes Neurais procuram fraudes em cartões de crédito
Quando você passa seu cartão de crédito por uma leitora de cartões em uma loja, há uma grande
chance de que seu ato esteja sendo analisado por um computador para ver se você está fazendo
uma compra válida. As empresas de cartões de crédito, como a Master Card e a Visa, instalaram
sistemas de redes neurais para conter a crescente onda de fraudes em cartões de crédito. O total
de perdas originadas de cartões de crédito utilizados de forma fraudulenta e de cartões falsos
atingiu US$ 1,33 bilhão somente em 1995.Eis como funcionam os sistemas de Redes Neurais para
a detecção de fraudes em cartões eletrônicos. Suponhamos que Jane Doe utilize seu MasterCard
somente duas vezes por mês, uma vez em um restaurante e outra em uma loja de departamentos.
De repente, ela – ou alguém que possui acesso ao seu cartão ou ao número do cartão, faz quatro
ou cinco compras em um dia. Na próxima vez em que o cartão de Jane for apresentado a um
vendedor ou utilizado para uma compra por telefone, o sistema compara os padrões de compras
correntes com o histórico de uso do cartão de Jane. A Rede Neural foi treinada para detectar
padrões de atividade em meio a grandes quantidades de dados, o que seres humanos não
conseguiriam fazer. Por meio da análise do tipo de transação, valor despendido, hora do dia e
outros dados, a Rede Neural pode detectar uma fraude em 45 segundos. Ela pode simplesmente
negar o crédito ou enviar o resultado do prognóstico a um analista humano, que tomará a decisão

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A presente amostra consta no livro Sistemas de Informações Contábeis - MOSCOVE (2002; p.408)
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final sobre a necessidade de requerer maiores informações. Os sistemas de redes neurais


economizaram mais de US$ 50 milhões em 18 meses para as empresas membros da MasterCard”.

Devido a todo avanço na ciência da computação, a Inteligência Artificial (IA) possui atualmente
uma grande receptividade em todos os segmentos e atividades profissionais. Um artigo publicado
na revista The Economist em 1995, estimou que negócios no mundo envolvendo de alguma
maneira o emprego de redes neurais chegarão à cifra de um bilhão de dólares. Hoje em dia,
máquinas fotográficas embutem técnicas de IA para resolver automaticamente o problema de ajuste
da luminosidade e do foco; carros têm cada vez mais IA, por exemplo, o freio ABS.

Considerações Finais

A tecnologia da informação demonstra seu importante papel no segmento contábil, onde cada vez
mais se nota a necessidade de uma melhor qualidade nas informações contábeis e o progresso na
área de informática, com a pesquisa na ciência da computação, certamente irá colaborar para a
criação de programas utilizando a tecnologia da Inteligência Artificial, especialmente na
idealização de Sistemas Especialistas mais direcionados a atividade contábil, acelerando o processo
de valorização do profissional contábil e a efetivação na função de consultor empresarial. Porém
não é somente o investimento em um fabuloso parque tecnológico que trará o sucesso nas decisões
empresariais, tudo ainda depende do raciocínio humano, pois a flexibilidade e o tratamento
diferenciado para cada situação específica, os sistemas computacionais ainda não conseguem
alcançar, demonstrando assim que muito tempo vai se passar para a máquina substituir totalmente o
ser humano no mundo dos negócios. Vale ressaltar que a Inteligência Artificial (IA), através de
Sistemas Especialistas nunca atingirá a capacidade cognitiva do especialista humano, porém na sua
ausência é uma válida ferramenta de resolução de problemas.
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Referências Bibliográficas

LAUDON, kenneth C., LAUDON, Jane Price. Sistemas de Informação; tradução Danton Conde de
Alencar. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência; tradução de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro:
Ed. 34, 1993.

MOSCOVE, Stephen A. SIMKIN, Mark G. BAGRANOFF, Nancy A. Sistemas de informações


contábeis; tradução Geni G. Goldschmidt. São Paulo: Atlas, 2002.

O’BRIEN, James A . Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet; tradução


Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2001.

RAMALHO, Geber. Papel da Inteligência Artificial na formação universitária em


computação no Brasil. http://www.di.ufpe.br/~glr/AI/ia-br.doc

STAIR, Ralph M., REYNOLDS, George W. Sistemas de informação – uma abordagem gerencial;
Tradução Alexandre Melo de Oliveira. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

THE ECONOMIST, 15 de abril de 1995, pp.75-77.

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