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RESUMO
O bonsai é uma arte e tem como sentido a transmissão de valores filosóficos e culturais
entre gerações. O estudo objetivou verificar a permanência da prática do cultivo do
bonsai entre os descendentes de japoneses em Cáceres-MT. Foram entrevistadas 20
famílias frequentadoras da Associação Cultural Nipo Brasileira.Os dados mostraram
que o bonsai não faz parte das tradições culturais locais, cuja arte se perdeu antes de
seus ascendentes terem chegado ao Brasil. Porém os descendentes procuram manter
essa tradição que não foi repassada no ambiente familiar, buscando o aprendizado das
técnicas e passando a cultivá-lo em casa. Percebe-se que há uma intenção da
comunidade de descendentes japoneses em preservar alguns traços da cultura japonesa.
Palavras-chave: Imigração japonesa, bonsai, cultura, preservação cultural, identidade
étnica
ABSTRACT
Bonsai is an art and its meaning the transmission of philosophical and
cultural values between generations. The study aimed toassess the
continuing practice of cultivating bonsai among Japanese descendants in Cáceres-
MT. We interviewed 20families attended the Cultural Association Nipo brasileira.A data
showed that the bonsai is not part of local cultural traditions, whoseart was
lost before their ancestors had come to Brazil. But thedescendants seek to
maintain this tradition was not passed in thefamily setting, seeking information about the
techniques andstarting to grow it at home. It is perceived that there is an intentionof
the community of Japanese descendants in preserving sometraces of Japanese culture.
Keywords: Japanese Immigration, bonsai, culture, cultural preservation, ethnic identity
1
Monografia obrigatória para obtenção do diploma de Engenheiro Agrônomo pela UNEMAT, escrita
seguindo as normas de publicação da revista “Tempo Social”
2
Graduada em Agronomia pela UNEMAT, Cáceres-MT.
3
Professora, Drª em Educação, responsável pela área de sociologia junto aos cursos de Agronomia,
Enfermagem, e Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso- UNEMAT, Campus
Cáceres-MT, coordenadora do Núcleo de Estudos em Ciências Humanas, Campus Cáceres-MT.
Introdução
Este pode ser entendido como um ícone de uma relação entre o ser humano e a natureza.
Simboliza por um lado, práticas sociais estabelecidas por uma cultura específica, cujo
significado dá sentido as relações sociais daquela cultura e por outro, enquanto
elemento sintetizador de uma filosofia de vida que ao mesmo tempo em que domina a
natureza através de uma técnica de cultivo, estabelece um profundo respeito para com
essa mesma natureza. Neste sentido, o bonsai e suas práticas de cultivo são por seu
caráter, um patrimônio cultural da humanidade, que merece ser registrado e
compreendido em seus diferentes aspectos.
A arte do bonsai envolve diversas histórias sobre sua origem. Isso se deve a inexistência
de documentos que comprovem como, quando e onde surgiu, porém na versão mais
aceita, a China é o local de origem.
Segundo Santos et al. (2004), “o bonsai surgiu na China, no século II d. C., na dinastia
Tang. Dois séculos depois, por intermédio dos monges budistas, chegou ao Japão e a
partir daí se difundiu para todo o mundo. No Brasil, o bonsai foi introduzido com a
imigração japonesa, no início do século XX .”
De acordo com Sakurai (2007), existe um grande apreço por parte dos japoneses pela
natureza, mesmo diante de grandes metrópoles de concreto. Ainda pode ser percebida a
grande a importância do ambiente natural, na religião, literatura, na arte e na forma em
que são exploradas as terras.
Neste aspecto Sakurai (2007) destaca “o desejo de uma ligação próxima com a natureza
faz parte do modo de ser japonês”.
Bonsai é uma palavra de origem japonesa que significa árvore em bandeja ou vaso,
(bom=vaso e sai=árvore). Corresponde a uma técnica utilizada em árvores para deixá-
las em miniatura. Na confecção de um bonsai podem ser utilizadas diversas árvores,
sendo que existem algumas que possuem uma tendência natural para se transformar e
outras precisam ser trabalhadas, ou seja, podadas, modeladas etc.. A forma de cada
bonsai esta relacionada com a condução, poda e cortes. O bonsai como qualquer outra
planta necessita de dedicação de quem cultiva. Sendo necessário seu transplante em
todos os anos, que é o momento em que as raízes são podadas e a terra fertilizada,
podendo ainda ser trocado de vaso que normalmente são rasos e largos, que funciona
como fator limitante para o bonsai, que por sua vez limita o crescimento das suas raízes.
A árvore necessita ainda de iluminação, sendo assim o vaso deve ser mudado de posição
de acordo com a estação do ano. Com todos esses cuidados o bonsai retribui as pessoas,
o prazer de ter um pedaço da natureza em casa.
Uma curiosidade que pode ser encontrada nos relatos acerca de bonsais está na história
do primeiro bonsai brasileiro o de Bouganvillea, que teve de ser plantada no chão por
ordem das autoridades daquela época. As autoridades afirmavam que usar técnicas em
uma planta para deixa - lá em miniatura, não estava correto, e por pura ignorância das
questões culturais japonesas construíram o receio de que pudessem fazer isso com o
povo brasileiro no futuro. Aquele bonsai no chão cresceu como qualquer outra planta,
mas com o formato estético de um bonsai, tanto pela estrutura do tronco, como pelas
podas. O ex-bonsai tornou-se atração na pequena cidade de Guaiçara-SP. Essa espécie
de bonsai o Bouganvillea, localmente era conhecida por três marias ou primavera,
chamou atenção dos imigrantes japoneses por ser avistada de longe, a espécie de bráctea
de cor rosa fazia lembrar o sakurá (cerejeira) em flor, fazendo aquele povo sentir
saudades da terra natal. (A história do bonsai o Brasil. Disponível em:
http://www.atelierdobonsai.com.br//. Acesso em: 03 de nov. 2010.)
Sob essa perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi verificar a permanência da prática do
cultivo do bonsai como herança cultural entre os descendentes de japoneses na cidade
de Cáceres-MT.
Vale ressaltar que a herança da cultura japonesa no Brasil possui várias manifestações
que se relacionam com um contexto cultural de recriação de espaços sociais. Esses
espaços são relevantes do ponto de vista da manutenção da coesão do grupo de
imigrantes e descendentes, bem como permitem as trocas que irão manter ou não a
tradição do cultivo de bonsais.
De acordo com Sakurai (2007), “até o início da Segunda Guerra Mundial, os japoneses
no Brasil conseguiram se organizar criando redes de sociabilidade através de
associações. Elas se espalharam por onde houve núcleos de família japonesa”.
Segundo a autora, essas associações eram e ainda são, uma oportunidade de fazer
amigos, trocar idéias, e uma forma de sentir orgulho do lugar, sendo considerado o novo
lar da família. Além de ser uma maneira de estabelecer laços, arrumar casamentos, fazer
negócios, estabelecer espaços de socialização e confraternização. É o lugar para as
famílias se encontrarem depois do trabalho em suas terras, constituindo-se em um
espaço de lazer e aprendizado. A partir das associações, a comunidade japonesa passou
a construir escolas onde se ensina também a língua japonesa. As escolas seguiam o
currículo brasileiro, mas também o japonês devido ao sonho de retornar a terra natal.
Em localidades como as cidades de Marília, Dirceu, que se situam no oeste paulista,
região que recebeu forte migração japonesa, as associações são extremamente
organizadas e promovem além de cursos, festas como o Undokai e Bon Odori.
O Undokai na região do oeste paulista passou a ser organizado junto ao feriado nacional
que comemora o dia do trabalho. Assim, as associações japonesas na região organizam
grandes festejos, contudo em comemoração ao dia do trabalho, sendo realizado este
único festejo com essa denominação. Esta também é uma demonstração de uma
característica da cultura japonesa: o estabelecimento de uma ponte entre o velho e o
novo - a inovação e o aprimoramento da tradição que se mantém, mas incorporando
valores do novo.
Já o Bon Odori mantém-se como comemoração religiosa. Na região do oeste paulista
está fortemente alicerçada através das várias igrejas budistas fundadas pela comunidade
de imigrantes japoneses. É definida inicialmente na cultura japonesa como:
Uma tradição milenar, que tem como objetivo a celebração dos antepassados
e boa colheita. Suas origens são budistas, vinda de uma oração chamada
nunbutsu-odori, que significa invocação-dança, no entanto no Japão
nenbutsu-odori era praticada ao longo de todo o ano, pois consideravam o
ano novo e o mês de julho como divisores do ano, e acreditavam que neste
período havia uma grande visitação dos mortos a esse mundo. Sendo assim
começaram a realizar anualmente o Bon-Odori, que significa mortos-dança,
oferecendo cultos aos espíritos que visitam este mundo, através de danças, no
Brasil esta tradição ganhou outra característica, sendo realizada na
comemoração do aniversário de cidades que possuem colônias japonesas,
com o intuito de celebrar boas colheitas e prosperidade no ano que se inicia.
(Disponível em: http://www.aems.edu.br/publicacao/revista_conexao_aems_.
Acesso em: 06 de nov.2010)
O Bon Odori na região do oeste paulista é realizado pelas igrejas budistas e ocorrem em
datas diferentes ao longo dos meses de Julho a Agosto. Todos os anos recebem, além da
comunidade de imigrantes e descendentes japoneses outros membros da sociedade, ou
os denominados brasileiros pela comunidade japonesa.
Além das igrejas budistas, as associações também organizam festejos de Bon Odori,
disseminando na região os hábitos alimentares, danças, músicas, vestimentas, objetos e
utensílios típicos da cultura japonesa. Em alguns eventos maiores são apresentadas a
cerimônia do chá, como forma de demonstrar as gerações e aos não japoneses a riqueza
da tradição cultural. É muito comum encontrarmos nos festejos exposições de Ikebanas
(arranjos de flores) e bonsais que são cultivados pelos imigrantes e descendentes locais.
Sakurai relata “as associações japonesas foram os centros de referência para todas as
comunidades japonesas no Brasil e continuam a ser até hoje”.
Material e métodos
Área de estudo
A caracterização da herança cultural foi executada na comunidade de imigrantes
japoneses, localizada na cidade de Cáceres no Estado de Mato Grosso, que possui uma
forma de manutenção de sua cultura herdada a partir da constituição do Clube Nipo.
Esse clube é associação de um grupo, com objetivo de preservar os costumes e tradições
japonesas por meio de eventos relacionados aos costumes dos antepassados.
Metodologias utilizadas
A coleta de dados teve início no dia 11 de outubro de 2010, com duração de uma
semana. Com a colaboração da presidente do Clube Nipo que forneceu a lista de
freqüência, iniciou-se a coleta de dados. O primeiro contato foi a partir de telefonemas,
onde era explicada a pesquisa e pedido a colaboração da família. No momento em que
aceitavam, os endereços eram fornecidos e o dia da visita era agendado.
No pequeno quintal foram avistadas diversas plantas, sendo que algumas cultivadas em
vasos, mas nenhuma caracterizando-se como um bonsai. Segundo aquele senhor a
técnica de fazer um bonsai não foi repassada para sua geração, mas o mesmo mostrou
interesse em ter e aprender a fazer um.
Ao iniciar a entrevista, com toda sua paciência relatou que a fundação do Clube Nipo
foi na década de 70. Comentou ainda que naquela época o clube era chamado de
Associação dos Japoneses, e quem freqüentava eram apenas japoneses. Contudo, com o
nascimento dos filhos, a associação teve que trocar de nome, afinal não seria mais um
clube apenas para os japoneses, e sim também para seus filhos. Com isso o nome foi
trocado, passando a ser chamado de Associação Cultural Esportivo Nipo Brasileira, que
abrange imigrantes e brasileiros, independente de raça, cor e religião.
É interessante notar essa mudança, pois segundo a cultura japonesa, o japonês possui
uma enorme ligação com a terra. Havia inclusive um preconceito para com aqueles que
não lidavam com a terra, construindo uma imagem negativa acerca dos japoneses que
começaram a trabalhar no comércio. O principal argumento era de que o sustento da
família teria que vir da terra e não de outro meio e essa posição condenava o trabalho no
comércio. Hoje em dia podemos perceber que esse conceito mudou, sendo que a
principal atividade da comunidade de imigrantes e descendentes japoneses concentra-se
no comércio.
Segundo Sakurai (2007), “o comércio era uma atividade considerada marginal, sem
reconhecimento social e, por isso, voltada para aqueles que não tinham muitas
alternativas”.
Na casa da Senhora D de 52 anos, percebi a relação que tinha com a arte e beleza, afinal
sua profissão exigia. Comecei minha entrevista e notei que aquela senhora não sabia o
que era um bonsai, quando me interrompeu com um argumento e uma pergunta. “Você
esta falando de bonsai, mas o que é bonsai?”. Então expliquei o que é essa arte. Ela por
sua vez argumentou que o motivo de não saber sobre bonsai, ocorre porque seus pais e
avós não tinham, por isso não foi repassado a sua geração.
A entrevista com o Sr E ocorreu no seu trabalho, onde percebi a mesma ligação com a
natureza que tinha notado na casa do Sr C. O Senhor E por sua vez mesmo trabalhando
com plantas e retirando dali seu sustento não tem nenhuma ligação com o bonsai.
Resultados e Discussão
A classificação das gerações foi feita a partir da informação da descendência por parte
de pai. O local de nascimento variou entre 3 estados brasileiros, e outro país (Japão).
Sendo no estado de Mato Grosso 6 nascidos, São Paulo 10, Paraná 1 e no Japão 3
(Tab.2) .
Local de nascimento N° %
Mato Grosso 6 30
Paraná 1 5
São Paulo 10 50
Outro país (Japão) 3 15
Geração
Issei 3 15
Nissei 13 65
Sansei 4 20
Das três espécies citadas anteriormente o pinheiro é o mais conhecido e cultivado, o que
mostra o interesse de preservar essa espécie cuja origem é japonesa. Devido sua
importância pode ser encontrado em diversas formas, como na poesia, pintura, ikebana
(arte japonesa de arranjos florais) e no bonsai. O sentido para o grande apreço por essa
espécie pode estar relacionado com a força que transmite, sendo capaz de resistir a
ventos fortes e crescer em lugares inóspitos sem perder sua elegância, além de ser
símbolo de longevidade.
A jabuticaba Myrciaria cauliflora espécie comum no Brasil e a romã Punica granatum
originaria da Ásia oriental, mas muito cultivada no Brasil, igualaram-se ao número de
pessoas que relataram conhecer e cultivar em algum momento da vida, o que mostra a
relação Brasil/Japão. Com isso entende-se que ocorre dois interesses, ou seja, na espécie
brasileira e na de origem japonesa com o intuito de preservar essa cultura.
12
10
8
Espécie conhecida
6
Espécie cultivada
4
2
0
a
ir a
o
a
ã
ab
ir
m
lé
je
he
ic
za
re
o
ut
in
R
e
A
Ja
P
C
“É comum, no Japão, dizer-se que um Bonsai é iniciado por alguém, cujo filho
continuará o treinamento, para ser apreciado pelo neto” (KUSSAKAWA, 2008).
“As gerações dos descendentes que permanecerão no Brasil terão o desafio de preservar
os traços cada vez mais diluídos da cultura japonesa” (REIS, 2008).
A presença do bonsai na geração dos pais e avôs mostrou que a perda das tradições
dessa arte ocorreu ainda no Japão (Tab.5). Onde 55% dos entrevistados relataram que
seus pais não têm ou não tinham bonsai e quanto à geração dos avôs, 30% disseram não
e 30% não saber ou não lembrar, ou seja, somando os últimos dados são 60% que
afirmam que o bonsai não está ou não esteve presente na vida dos avôs. Sendo que o ato
de não saber ou não lembrar pode ser considerado um ponto negativo, pois a presença
de um bonsai na família não seria um fato que passaria despercebido.
19 1
Percebe-se com isso que por não praticarem essa arte, a maioria dos entrevistados não
repassam os conhecimentos sobre o bonsai (Fig.2). Sendo que das 20 famílias
entrevistadas, apenas 3 relataram passar os conhecimentos, e dessas a apenas 1 sabe
fazer bonsai.
Conhecimentos
sobre a cultura
japonesa
não
sim
Conhecimentos
sobre bonsai não
sim
0 5 10 15 20
Com relação aos conhecimentos da cultura japonesa que não tem nenhuma relação com
o bonsai, as famílias afirmam que passam a seus filhos, netos ou parentes. Entre as 20
famílias, 18 afirmaram passar os conhecimentos. Dentre os costumes, o mais citado por
eles foi a comida, sendo uma necessidade primária, considerada o principal elemento
cultural japonês que é repassado para as gerações. Em segundo lugar ficou organizar e
participar de festas típicas.
De acordo com Pazinato (2007), “ao conceber a festa como lugar de memória revivida e
ritualizada no processo de identificação dos indivíduos e do grupo, revela-se a
importância do grupo para a sociedade na qual está inserido”.
18 Comida
16 Dança
14 Escrever alíngua
materna
12
Falar alínguamaterna
10
Frequentar igrejas
budistas
8
Músicas
6
Organizar eparticipar de
festas típicas
4
Tirar sapatos paraentrar
2 emcasa
Utilizaçãodeutensílios
0 domésticos
Figura 3. Aspectos presentes na cultura japonesa que são repassadas para filhos, netos
ou parentes. Cáceres-MT, Data:16 de outubro de 2010.
Fonte: SILVA, 2010, Dados da pesquisa.
Os dados mostram que hábitos comuns para a família japonesa como tirar sapatos para
entrar em casa, falar a língua, e uso de utensílios domésticos ainda permanecem para
alguns, mas está sendo esquecida. Isso pode ocorrer por esses descendentes estarem
inseridos em um país com costumes diferentes que acabam sendo assumidos por eles.
O ato de falar e escrever a língua materna depende muito da família, pois no Japão
existem vários dialetos que varia de região para região. Com isso cabe a família sua
permanência.
Segundo Machado (2008), o Matsuri dance é um estilo de dança que nasceu entre os
descendentes no Brasil, que mistura a dança típica Bon Dori (festival de tradição
budista) e o ritmo da música pop japonesa.
Os aspectos menos citados foram escrever a língua materna e frequentar igrejas
budistas. A ausência da aprendizagem da língua materna pode ser devida ao fato de que
possui uma estrutura muito complexa e diferente da língua portuguesa, sendo formada
por ideogramas. Já a segunda pode ser explicada pelo fato da cidade de Cáceres não
possuir igrejas budista. Mesmo assim, ocorre de forma pequena um ato de manifestação
religiosa por uma família de descendentes, que procuram manter as tradições.
Por meio dos resultados analisados, nota-se que ainda existem algumas tradições que
ainda são passadas para os descendentes. Contudo a arte de cultivar bonsai apesar de ter
uma origem milenar, cujo sentido é passar de geração a geração mais que uma técnica, e
sim uma filosofia de vida, é uma cultura que não faz parte das tradições da comunidade
local.
Conclusões
O bonsai é uma arte milenar, que tem sua origem na China, e por meio de monges
chineses foi levado ao Japão, onde foi modificado e desvinculado da religião, tornando
seu cultivo uma arte.
A chegada dos bonsais ao Brasil ocorreu em 1908, por meio dos primeiros imigrantes
japoneses. Como lembranças da sua terra trouxeram entre diversos objetos alguns
exemplares de bonsai. Mas apenas na década de 30, iniciaram a arte do seu cultivo. Um
dos motivos que justifica esse atraso é o fato que naquela época dedicavam-se apenas ao
trabalho nas lavouras de café.
A culinária parece ser a pratica cultural que ainda se mantem entre os descendentes, fato
que pode ser entendido dentro de uma absorção da cultura desses alimentos junto a
comunidade cacerense, tendo se disseminado pelos restaurantes locais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.aems.edu.br/publicacao/revista_conexao_aems_. Acesso em: 06 de
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ROSSINI, Rosa Ester. O Brasil no Japão: A conquista do espaço dos Nikkeis do Brasil
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SOARES, André Luís R.; LIMA, Anita Estephane de Vargas; ALAGIA JUNIOR,
Humberto Gomes. Memorial de imigração e cultura japonesa: Articulando ensino,
pesquisa e extensão. Santa Maria: NEP-UFSM, 2008.