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EXCELENTÍSSIMO SENHOR

DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____


VARA CÍVEL DA COMARCA DE TERESINA – PIAUÍ,

GUSTAVO DAHER, brasileiro, solteiro,


desempregado, RG 935488 SSP-DF, CPF n.º 343.575.211-49,
residente e domiciliado na Quadra 16, Bloco 10, Aptº 104, Conjunto
Morada Nova II, Bairro Lourival Parente, Teresina, Piauí, vem, perante
V.Exa., com a deferência de praxe, por seu bastante procurador e
advogado in fine assinado (vide instrumento procuratório), com fulcro
nos arts. 6º, IV, VII e VIII, 51, IV, X, XIII e XV, 54 e 88, do Código de
Defesa do Consumidor; arts. 406 e 591 do Código Civil e arts. 273, I e
461, do Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO
ORDINÁRIA REVISIONAL DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO
DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E TUTELA ANTECIPADA em
desfavor do BV FINANCEIRA S.A – CRÉDITO FINANCEIRO, pessoa
jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob o n.º 01.149.953, com
sede na Avenida Paulista n.º 1.274, São Paulo, aduzindo, para tanto,
o que segue:

-I-
DOS FATOS

01. O Requerente, firmou com o Banco Requerido, em


data de 14 de junho de 2008, o que se convencionou chamar de
‘Contrato de Leasing’, de cunho nitidamente adesivo, tendo como
objeto a aquisição do veículo Fiat Palio.

02. Tal contrato estabeleceu a capitalização mensal de


juros, correção monetária cumulada com comissão de permanência e
juros moratórios e remuneratórios acima do limite legal, fato esse
que onerou excessiva e unilateralmente o documento firmado entre
as partes, configurando flagrante e inconstitucional prejuízo ao
Requerente.

03. Certo é que o malsinado contrato objeto da lide


impôs ao Requerente o pagamento de 48 (quarenta e oito) parcelas
mensais de R$ 553,84 (quinhentos e cinqüenta e três reais e oitenta
e quatro centavos), totalizando o absurdo valor de R$ 26.584,32
(vinte e seis mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e trinta e dois
centavos), em total descompasso com o valor firmado quando da
feitura do contrato, que estipulava a quantia de R$ 15.000,00 (quinze
mil reais)..

04. Ora, Exa., não se pode olvidar a ‘vantagem


manifestamente indevida’ para o Requerido desde a celebração do
famigerado contrato, visto que financiou R$ 15.000,00 (quinze mil
reais) e pagará, ao final de 48 (quarenta e oito) meses, se nada for
feito, a quantia exorbitante de R$ 26.584,32 (vinte e seis mil,
quinhentos e oitenta e quatro reais e trinta e dois centavos). Resta
inconteste, então, a imposição de taxa de juros acima dos
percentuais legais, bem como da total imprestabilidade do
documento firmado, razão pela qual deve ser prontamente acolhida a
presente Ação Ordinária Revisional de Débito Cumulada com Pedido
de Consignação em Pagamento e Tutela Antecipada, por ser questão
de justiça.

-II-
DO DIREITO

Do Contrato de Leasing.

05. Numa definição muito feliz da brilhante jurista


Maria Helena Diniz, em seu Dicionário Jurídico, vol. II, pág. 69, assim
define o que é leasing financeiro, in verbis:

“É um contrato pelo qual uma pessoa jurídica ou


física, pretendendo utilizar determinado
equipamento, comercial ou industrial, ou certo
imóvel, consegue que uma instituição financeira o
adquira, arrendando-o ao interessado por tempo
determinado, possibilitando-se ao arrendatário,
findo tal prazo, optar entre a devolução do bem
arrendado mediante um preço residual,
previamente fixado no contrato, isto é, o que fica
após a dedução das prestações até então pagas.
Trata-se do financial leasing, norte americano e
do creditbail dos franceses.”

06. Trata-se, portanto, de negócio jurídico oneroso e


com finalidade lucrativa para o Requerido, haja vista o ‘Contrato de
Leasing’ impor a obrigação de dar in pecunia pelo Requerente, que
deve pagar a ela não só o valor in natura que investiu para adquirir o
bem arrendado, mas também o custo do dinheiro por ela arbitrado no
negócio.

07. O contrato em tela envolve onerosidade e finalidade


lucrativa, âmbito em que o preço ou custo do dinheiro (= valor in
natura + lucro arbitrado) consubstancia-se nos juros, que significam
os interesses ou lucros que alguém obtém da inversão de seus
capitais ou dinheiros, ou aquilo que o credor recebe do devedor como
paga ou compensação (juros remuneratórios), ou indenização (juros
moratórios), do que lhe é devido.

08. Com efeito, não se pode contestar a ruptura do


‘Princípio da Eqüidade’ remuneratória em contratos dessa natureza,
comprovada pela disciplina remuneratória interna aplicada pelas
empresas arrendadoras como o Requerido nos seus contratos
extorsivos, que não resiste ao exame de verificação de violação das
suas cláusulas remuneratórias à ordem jurídica vigente para a
espécie.

09. Sobre o tema, assim entendem os Tribunais, senão


veja (mutatis mutandis):

“ARRENDAMENTO MERCANTIL. AÇÃO DE REVISÃO DE


CLÁUSULAS CONTRATUAIS CONEXA À DEMANDA
POSSESSÓRIA. NATUREZA JURÍDICA EFETIVA DA
CONTRATAÇÃO. Contrato de compra e venda com
pagamento parcelado, em face do recolhimento
antecipado do valor residual. Descaracterização
do contrato de leasing. AÇÃO POSSESSÓRIA. Ante a
onerosidade excessiva das cláusulas contratuais,
não se constituiu validamente a mora. Carência
de ação possessória pela descaracterização do
contrato de leasing. Apelação não provida. (AC n°.
197.048.333 - Santa Cruz do Sul, 14ª Câmara Cível do
TJ/RS, Rel. Des. Henrique Osvaldo Poeta Roenick, j.
13/08/98, v.u., mímeo)”
10. Arrematando (ipsi litteris):

“Então, se o réu está pagando parcela para


amortizar o capital juntamente com o valor
residual, em verdade ele está pagando pela
aquisição do bem. Isto não é leasing, pouco
importando o nomen juris que as partes tenham
emprestado ao contrato. A natureza do contrato,
em verdade, deve ser retirada de suas cláusulas,
do teor da pactuação e de sua operacionalidade.
Não há a mínima dúvida, na espécie, de que se
trata de contrato de compra e venda a prestação,
com o que descaracterizado está o leasing. Ora,
se inexiste o leasing, por descaracterizado o
contrato para compra e venda a prestação, não há
que se falar em proteção possessória através do
procedimento intentado pela autora, lícito apenas
para os verdadeiros contratos de leasing. Com
estas considerações, o voto é pelo improvimento do
apelo, a fim de julgar a autora carecedora da ação
possessória ajuizada, mantendo-se, no mais, a sentença
a quo. (AC n°. 197.048.333 - Santa Cruz do Sul, 14ª
Câmara Cível do TJ/RS, Rel. Des. Henrique Osvaldo
Poeta Roenick, j. 13/08/98, v.u., mímeo).

EMBARGOS INFRINGENTES. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO


DE POSSE EM CONTRATO DE ARRENDAMENTO
MERCANTIL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS: DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO DE
LEASING FACE À VR E INVALIDADE DO EFEITO
INTERDITAL DA CLÁUSULA RESOLUTÓRIA DO
CONTRATO. CARÊNCIA DE AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE. A fixação do valor residual em percentual
irrisório e/ou a sua diluição através de pagamentos
antecipados, juntamente com as contraprestações do
arrendatário, têm a propriedade de desnaturar o
contrato de leasing financeiro, que, nos lindes de litígio
judicializado, a partir de interpretação material das
cláusulas avençadas e mediante a aplicação do princípio
da preservação dos negócios, suprimento da vontade
viciada e integração jurisdicional quantum satis nas
relações de consumo (art. 51, § 2°., do C.D.C.), é
recaracterizado como uma venda e compra a prazo
mediante financiamento, âmbito em que o efeito
interdital inserido na cláusula resolutória expressa da
avença é nulo por abusividade jurídica e excessividade
negocial, resultando na carência da pretensão
possessória de reintegração deduzida judicialmente pela
empresa arrendadora financiadora. Embargos
infringentes providos. (EI n°. 197.130.974 - Porto Alegre,
7°. Grupo Cível do TJRGS, Rel. Des. Aymoré Roque Pottes
de Mello, j. 03/09/98, v.u., mímeo).

11. Dito isso, impõe-se a revisional intentada, ante a


flagrante arbitrariedade demonstrada pelo contrato objeto da lide,
que desconsidera todo o ordenamento pátrio.

Da Onerosidade Extorsiva Aplicada ao Contrato.

12. O Código de Defesa do Consumidor, ao definir os


direitos básicos do consumidor, permite a modificação de cláusula
contratual que estabelece prestação desproporcional ou sua revisão
em razão de fato superveniente que a torne excessivamente
onerosa. A interpretação da norma não remete para o antigo conceito
da ‘Teoria da Imprevisão’ no sentido da exigência da previsibilidade
inequívoca do acontecimento, ou seja, basta agora a ocorrência,
mesmo na origem, da lesão ou onerosidade excessiva.

13. Assim, em face da disparidade do ‘poder negocial’


entre os contratantes, a disciplina contratual procura criar
mecanismos de proteção da parte mais fraca, como é o caso do
balanceamento das prestações.

Dos Juros Excessivos.

14. A Emenda Constitucional nº 40, de fato, revogou o §


3º, artigo 192, da Constituição Federal, que limitava a taxa de juros a
12% ao ano. Aliás, antes mesmo da revogação através de Emenda
Constitucional, o STF já havia decidido pela necessidade de
regulamentação do artigo.

15. Já o novo Código Civil, em seu artigo 406,


estabelece que tais juros serão fixados segundo a taxa que estiver
em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda
Nacional.

16. A discussão pretoriana e doutrinária atual diverge


em relação à aplicação da SELIC ou do Código Tributário Nacional,
artigo 161, § 1º:

"Se a Lei não dispuser de modo diverso, os juros


de mora são calculados à taxa de 1% (um por
cento) ao mês."
17. O Min. Domingos Franciulli Netto, do Superior
Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 215.881-PR, assim se
posicionou:

"A Taxa Selic para ser aplicada tanto para fins


tributários como para fins de direito privado,
deveria ter sido criada por lei, entendendo-se
como tal os critérios para a sua exteriorização.
Atenta contra o comezinho princípio da segurança
jurídica a realização de um negócio jurídico em
que o devedor não fica sabendo na data da
avença quanto vai pagar a título de juros, pois,
não terá bola de cristal para saber o que se
passará no mercado de capitais, em períodos
subseqüentes ao da realização do negócio, se
repisado o aspecto de que os juros são entidades
aditivas ao principal e não mera cláusula de
readaptação do valor da moeda".

18. Arrematou seu voto o ilustre Ministro defendendo a


aplicação do Código Tributário Nacional:

"a mora referida na segunda parte do art. 406 do


CC/2002 somente pode ser composta com os juros
previstos no art. 161, §1º, do Código Tributário
Nacional (Lei n. 5.172, de 25/10/66), isto é, 1% ao
mês ou 12% ao ano".

19. Na mesma linha, o Enunciado nº 20, aprovado na


Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos Judiciários
do Conselho da Justiça Federal, sob a coordenação científica do então
Ministro Ruy Rosado, do STJ, nos seguintes termos:

20 - Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se


refere o art. 406 é a do art. 161, § 1º, do Código
Tributário Nacional, ou seja, 1% (um por cento) ao
mês.

20. Por fim, os juros legais e moratórios sobre


obrigações inadimplidas depois da vigência do Código Civil de 2002,
segundo entendimento deste juízo, é a de 1% ao mês, excluída a
aplicação da taxa SELIC, mesmo que momentaneamente estipulada
abaixo desse patamar.

21. Com relação aos juros convencionais, o limite tem


sido regulado pelo dos juros legais, uma vez que o Dec. n. 22.626, de
7 de abril de 1933, ainda em vigor, estabelece:
"Art. 1º. É vedado, e será punido nos termos desta
lei, estipular em quaisquer contratos taxas de
juros superiores ao dobro da taxa legal (Código
Civil, art. n. 1.062)."

22. De outro lado, ao permitir taxas de juros no


patamar do dobro da taxa legal, considerando a estabilidade da
economia brasileira e as baixas taxas de inflação, estaríamos
permitindo que o capital se transfira da esfera produtiva para a
especulativa, tornando mais interessante auferir juros do capital do
que investir e produzir, contrariando a função social do instituto de
mútuo bancário, bem como indo de encontro aos objetivos
constitucionais de "garantir o desenvolvimento nacional" (art. 3°, II,
CF) e "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais" (art. 3°, III, CF).

23. Esta prática tem permitido, por fim, que os bancos


apresentem lucros cada vez maiores, disputando recordes de
lucratividade e subvertendo a lógica de uma economia que urge
desenvolver-se e permitir que a República alcance seu objetivo:
"construir uma sociedade livre, justa e solidária," conforme previsto
no artigo 3º, I, da Constituição Federal.
24. Depreende-se, portanto, que os juros convencionais
não podem superar, no caso de uma economia estabilizada e baixos
índices de inflação, sob pena de onerosidade excessiva e
desequilíbrio contratual, também o patamar de 12% ao ano, sob
pena de abusividade por parte do agente financeiro.

Da Consignação em Pagamento.

25. Com efeito, se o Requerente, parte mais frágil da


relação contratual, e por isso tutelado pelo Código de Defesa do
Consumidor, quer efetuar o pagamento das parcelas no valor que
entende devido, é cautela que previne a mora e merece deferimento.

26. Além disso, essa prática proporciona garantia a


ambas as partes. O credor tem a facilidade da satisfação do crédito,
ainda que não seja equivalente à totalidade do quantum debeatur,
que será apurado com a liquidação da sentença. E o devedor, por sua
vez, na hipótese de procedência da ação, tem mais facilidade de
saldar o débito que eventualmente restar.

27. Esse é o entendimento consagrado em nossos


Tribunais pátrios:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. ART. 557, C.P.C. 1.
É possível o provimento de recurso, por decisão
monocrática do relator, nos termos do art. 557, §
1-A, do C.P.C. 2. O ingresso com a ação revisional
justifica o deferimento ao devedor do depósito de
valores que entende devidos. Agravo de
instrumento provido, por decisão monocrática do
Relator. (Agravo de Instrumento Nº 70015484678,
Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Sejalmo Sebastião de Paula Nery, Julgado em
30/05/2006) Assim, é de ser autorizado o depósito,
mas sem efeito liberatório.

28. Dito isso, convocando o direito básico de facilitação


da defesa do consumidor em juízo (art. 6º do CDC), requer seja
concedida a antecipação parcial da tutela para autorizar o
Requerente a proceder o depósito judicial das parcelas vencidas e
vincendas – incontroversas, por ser questão de justiça.

Da Tutela Antecipada.

29. A concessão da Tutela Antecipada exige a presença


de certos requisitos, materializados na prova inequívoca que
convença da verossimilhança da alegação (caput, art. 273, CPC),
conciliada, alternativamente, com o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação (inciso I) ou de difícil reparação
(inciso I) ou ainda, quando caracterizado o abuso de direito de defesa
ou mesmo, o manifesto propósito protelatório do réu (inciso II).

30. Pela regra do inciso I, se conclui, primeiramente,


que possível se mostra a concessão do provimento de urgência,
antes do aperfeiçoamento da relação jurídica processual ou, no curso
do processo, em qualquer momento, ainda que na fase recursal.

31. Frise-se, assim, que a concessão de liminar se dará,


exclusivamente, na hipótese do inciso I. Nas situações do inciso II,
necessariamente, deverá ocorrer a manifestação do réu.

32. Quanto a prova inequívoca, ensejadora da


verossimilhança da alegação, não obstante posição respeitável em
contrário, tal conceito melhor se coaduna com a lição ditada por Luiz
Guilherme Marinoni ao afirmar que:

(....) a denominada (prova inequívoca) capaz de


convencer o juiz da (verossimilhança da alegação)
somente pode ser entendida como a (prova
suficiente) para o surgimento do verossímil,
entendido como não suficiente para a declaração
de existência ou inexistência do direito."

33. Assim, mostra-se bastante a existência de prova


inequívoca que faça convencer da verossimilhança da alegação, isto
é, da plausibilidade da pretensão de direito material afirmado, não se
mostrando suficiente o mero fumus bonis iuris, requisito típico do
processo cautelar.

34. Kazuo Watanabe esclarece:

(....) Mas um ponto deve ficar bem sublinhado :


prova inequívoca não é a mesma coisa que (fumus
bonis iuris) do processo cautelar. O juízo de
verossimilhança ou de probabilidade, como é
sabido, tem vários graus, que vão desde o mais
intenso até o mais tênue. O juízo fundado em
prova inequívoca, uma prova que convença
bastante, que não apresente dubiedade, é
seguramente mais intenso que o juízo assentado
em simples fumaça, que somente permite a
visualização de mera silhueta ou contorno
sombreado de um direito.

35. Sem embargos, no presente caso restam evidentes


os requisitos exigidos para a concessão da tutela antecipada. Quanto
à existência de prova inequívoca e verossimilhança da alegação,
convém mencionar que o ataque ao patrimônio do Requerente
evidencia a existência do dano, caracterizando o que se
convencionou chamar de ilícito pelo manifesto e insuportável
constrangimento ocasionado pelo Requerido.

36. A persistir tal desmando, sem que nada seja feito, o


Requerente padecerá ante a cobrança extorsiva empreendida pelo
Requerido que, atualmente desempregado, não tem como arcar com
as prestações extorsivas impostas.

37. Sobre o tema, assim entendem os Tribunais


(mutatis mutandis):

DTZ1092134 – AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIENAÇÃO


FIDUCIÁRIA. REVISÃO CONTRATUAL. DECISÃO
MONOCRÁTICA. PROIBIÇÃO DE INSCRIÇÃO DO NOME DO
DEVEDOR EM ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO.
CABIMENTO. Pretendendo o devedor discutir o
montante do débito por intermédio de ação de
revisão já proposta, é cabível a proibição de
inscrição do seu nome em cadastros de
inadimplentes. AGRAVO PROVIDO. TUTELA
DEFERIDA (TJRS – AG. 70013948435 – 14ª C. Cív. – Rel.
Dês. Isabel de Borba Lucas – J. 03.01.2006)

DTZ1092008 – PROCESSUAL CIVIL. EXCLUSÃO DE


DEVEDORES DOS CADASTROS DE ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. Enquanto houver discussão
judicial acerca do débito do qual originou-se o
registro do nome do devedor em cadastros de
proteção ao crédito, o status de devedor ainda
não resta definitivizado, razão pela qual é viável a
pretensão de exclusão do nome do referido
cadastro, até que haja manifestação judicial
definitiva sobre o débito em discussão. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. (TJRS – AG 70013943840 – 16ª
C.Cív. – Rel. Dês. Claudir Fidelis Faccenda – J.
02.01.2006).

38. Assim, requer sejam antecipados os efeitos da


tutela, determinando-se a exclusão do nome do Requerente dos
cadastros de inadimplentes ou, caso ainda não tenha havido a
inclusão, que o Requerido se abstenha de fazê-lo.

39. Outrossim, requer seja o Requerente mantido na


posse do bem objeto da lide, bem como que o Requerido seja
compelido a apresentar a minuta contratual e os extratos que
comprovem a evolução do débito, com a discriminação de todos os
juros e demais encargos aplicados.

-III-
DOS PEDIDOS

40. Ex positis, por tudo o que foi citado e provado, à


saciedade, requer se digne V.Exa. em:

a) conceder a antecipação dos efeitos da


tutela, conforme requerido, para que o Requerente seja mantido na
posse do bem objeto da lide, bem como para que o Requerido se
abstenha de promover a inclusão do nome do mesmo nos cadastros de
inadimplentes do SPC, SERASA e CERIS, ou, caso já tenha feito, que seja
expedido à essas instituições ofícios determinando a exclusão do nome;

b) conceder a antecipação parcial da tutela,


autorizando o Requerente a proceder o depósito judicial das parcelas
vencidas e vincendas incontroversas, em valor a ser devidamente fixado
por esse douto juízo;
c) determinar a inversão do ônus da prova em
favor do Requerente (consumidor), para que o Requerido apresente
planilha de evolução do débito, com a discriminação de todos os juros e
demais encargos aplicados, bem como cópia do contrato de adesão, sob
pena de aplicação de multa diária determinada pelo art. 461, § 5º do
CPC;

d) determinar a citação do Requerido para,


querendo, responder aos termos da presente revisional, sob pena de
confissão e revelia;

e) determinar a realização de perícia contábil


na conta a ser apresentada pelo Requerido, devendo este fornecer
todos os documentos necessários para tal fim;

f) revisar o contrato in comentum, anulando


as cláusulas abusivas de juros e encargos exigidos de forma arbitrária,
de forma capitalizada, afastando a incidência da tabela Price, limitando
os juros a 12% a.a, calculados no percentual de 1% a.m com a correção
monetária pelo índice INPC, a juros simples, nos termos do art. 591 c/c
art. 406 do CC e art. 161, § 1º do CTN, levando em consideração as
amortizações efetivadas pelo Requerente;

g) condenar o Requerido a proceder a


repetição do indébito, na forma dobrada, nos termos do parágrafo único
do art. 42 da Lei n.º 8.078/90;

h) condenar o Requerido ao pagamento das


verbas de sucumbência, notadamente da verba de 20% (vinte por cento)
sobre o valor da causa e demais cominações legais;

41. Protesta por todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente juntada de documentos, perícias e
depoimentos pessoais.

42. Dá à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$


500,00 (quinhentos reais).

Nesses termos,
pede deferimento.

Teresina, 25 de maio de 2009.

Luiz José Ulisses Júnior.


OAB/PI 3.729

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