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“Um certo Pitágoras, numa das suas viagens, passou por acaso numa
oficina onde se batia numa bigorna com cinco martelos. Espantado pela
agradável harmonia (concordiam) que eles produziam, o nosso filósofo
aproximou-se e, pensando inicialmente que a qualidade do som e da
harmonia (modulationis) estava nas diferentes mãos, trocou os martelos.
Assim feito, cada martelo conservava o som que lhe era próprio. Após ter
retirado um que era dissonante, pesou os outros e, coisa admirável, pela
graça de Deus, o primeiro pesava doze, o segundo nove, o terceiro oito, o
quarto seis de não sei que unidade de peso.” Assim descreve Guido
d’Arezzo (992 -1050?), no seu pequeno mas influente tratado de
música Micrologus, a lenda que atribui a Pitágoras (séc. VI AC) a
descoberta fundamental da dependência dos intervalos musicais dos
quocientes dos primeiros números inteiros, i.e., parafraseando o romano
Boécio (séc. VI), “a grande, espantosa e muito sutil
relação (concordiam) que existe entre a música e as proporções dos
números (numerum proportione)”
A música na Grécia Antiga:
Na Grécia Antiga se tinha uma concepção muito diferente da nossa sobre música.O
conceito de música para os Gregos não se limitava apenas à sua dimensão sonora.É
muito mais amplo e complexo e englobava a dança, poesia, filosofia e a matafísica
(ramo da filosofia que estuda a essência do mundo).
O conceito de mousiké:
Etimologicamente a palavra mousiké significa musa.Filhas de Júpiter e Mnemosine,
as musas eram as Deusas da poesia e da educação, que na época abrangiam não
somente o conhecimento literário mas também as outras expressões artísticas
como a dança, o canto, e os instrumentos musicais.As musas doavam inspiração
poética e conhecimentos aos homens. No secVI a.c surge o conceito de uma música
que não se houve, mas é pensada antes como fenômeno sonoro representado por
símbolos e razões matemáticas.O conceito de música amplia se aproximando do
conceito de logos e harmonia, como forma de organização do pensamento
A palavra harmonia para os gregos, foi usada de maneira diferente de seu sentido
atual, pois não se referia apenas a harmonia musical e também harmonia
matemática e filosófica.
O mito e o logus:
A mitologia foi uma das principais heranças da civilização Grega.Os mitos
influenciaram a arte a história e o pensamento Grego. O mito era uma narrativa oral
ligada a um conceito ritualístico.
O surgimento da escrita distanciou o mito do momento sagrado da narrativa.E
assim nasce o logos discurso racional, lógico e objetivo sobre o mundo que se
expressa sobretudo pela escrita.
Em relação à música, a articulação entre o mitos e o logos, teve amplas
repercussões na cultura Grega.Eles se aproximam; o canto afinado remete a
palavra à uma outra dimensão onde a forma de expressão é tão importante quanto
o conteúdo.A presença da música em recitais de poesia e nos antigos épicos,
envolvia a palavra em um poder sagrado quase mítico.
Acreditava se nesta época, que a música poderia influenciar no caracter de uma
pessoa, dependendo da melodia tocada.