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Introdução
Ponderações prévias
Define-se ato infracional a conduta que, praticada pelo adolescente ou pela criança,
está descrita como crime ou contravenção penal (art. 103, ECA). Se por um lado
não há diferença ontológica entre crime e contravenção, o mesmo não se dá entre
estes e o ato infracional. Equivocado, assim, o entendimento daqueles para quem
"...não existe diferença entre os conceitos de ato infracional e crime..." .
Por outro lado, segundo parece-me, distancia-se os conceitos não somente do
ponto de vista analítico do delito, mas, igualmente sob o aspecto puramente
material. Numa definição desta natureza, Fragoso apresenta o delito como "a ação
ou omissão que, a juízo do legislador, contrasta violentamente com valores ou
interesses do corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena, ou
que se considere afastável somente através da sanção penal" . Tomando-se por
satisfatória esta definição, verifica-se, como antes, que a conduta do adolescente,
ainda que conduza aos mesmos resultados da conduta do adulto imputável, é
somente censurável de forma distinta e comparavelmente reduzida, a exigir sanção
de natureza distinta e adequada. Não é, então, exato, que ambas as práticas
sugiram a mesma reação social, através da pena criminal.
Da Apreensão
Liberação imediata
Não ocorrendo nenhuma das hipóteses do art. 174, 2a parte, o adolescente será
liberado pela autoridade policial assim que compareça qualquer dos pais ou
responsável, firmando-se termo de compromisso e responsabilidade para sua
apresentação ao representante do Ministério Público no mesmo dia, se possível, ou
no primeiro dia útil imediato (art. 174, 1a parte, ECA). O Promotor de Justiça
receberá cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência assim que se der a
liberação (art. 176, ECA).
Se, por outro lado, não for o caso de liberação, o adolescente acusado será
encaminhado ao promotor, junto com o auto de apreensão ou boletim de
ocorrência. Não sendo possível apresentá-lo imediatamente, será deixado aos
cuidados de entidade de atendimento, para que se apresente no prazo máximo de
até 24 horas. Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a
apresentação far-se-á pela própria autoridade policial. E se esta não contar com
uma repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em
dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder aquele prazo de 24 horas (art. 175, §§ 1o e 2o, ECA). Vê-se
que o Estatuto fez exaustiva previsão neste ponto. Nota-se que o legislador de
1990 preocupou-se profundamente com a apreensão desnecessária do adolescente
acusado de ato infracional.
Aquele adolescente que estava em liberdade, ou porque foi liberado ou porque não
chegou a ser apreendido, poderá ser conduzido mediante força policial (cuja
requisição é faculdade do Juiz), caso não se apresente voluntariamente ao órgão
do Ministério Público dentro do prazo. Antes, porém, serão notificados seus pais ou
responsável (179, § único, ECA).
Medidas e Sentença