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Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas

Disciplina: História

Prof. Flávia

REPUBLICANISMO

O Positivismo

Nas grandes cidades européias a modernidade se manifestava a pleno vapor (no final do século, a
pleno óleo diesel). Muitos pensadores se dedicaram, então, a analisar o significado dela. Um dos
maiores foi o francês Auguste Comte (1798-1857). Ele foi o criador da filosofia positivista. Para ele, a
história é a história do avanço do conhecimento. Houve diversas fases dessa evolução. O estágio
supremo do desenvolvimento humano teve início na fase positiva, ou seja, quando os acontecimentos
da natureza e da sociedade passaram a ser explicados pela ciência. Perceba agora como o positivismo é
a filosofia que ama a modernidade: para Comte, a ciência era a única força realmente transformadora;
sozinha, seria capaz de resolver todos os problemas do mundo.
Para os positivistas a ciência é neutra, ou seja, não tem nada a ver com ideologias: trata-se de um
conhecimento digno, puro, superior, insubmisso aos interesses egoístas de um indivíduo, uma classe
social ou um país e por isso é sempre benéfica para a humanidade. A era histórica da modernidade, das
cidades, da tecnologia, do capitalismo, desabrochou essa força maravilhosa.
Agora, note como essa idéia ainda está presente hoje. Pegue um programa de tevê, ou uma revista
de informações, um jornal. Veja como eles estão cheios de artigos científicos entusiasmados, revelando
o quanto as mudanças na ciência significam novas tecnologia e, portanto, revoluções quase
instantâneas na nossa vida diária. Comte previu e adorou essas novidades. Genial, não? Note outra
coisa. A gente fica com a impressão de que a ciência é tão poderosa que inevitavelmente ela nos
prepara um futuro melhor, mais confortável para todos, não é mesmo?
Aí está o ponto conservador do pensamento de Comte: para ele, as revoluções sociais, com o
povo pegando em armas, derrubando o governo, mexendo no direito à propriedade, eram o sintoma de
uma sociedade doente. Só haveria progresso se houvesse ordem. Opa, já ouvi isso antes! Ordem e
Progresso, o lema da bandeira brasileira: isso mesmo, foi posto pelos republicanos, e vem direto de
uma frase de Comte. No fundo, o que esse lema significa?
Ordem quer dizer que as revoluções são inúteis e prejudiciais. Só servem para impedir o
progresso. Então, o que é capaz de promover a mudança? A ciência, claro. Para Comte, não precisa
mexer nas estruturas da sociedade, basta que a ciência passe a governar e todos os problemas serão
resolvidos. Daí seu lema, “reformar conservando”. Ora, quando a gente lê tantas previsões otimistas
sobre o futuro, graças às descobertas científicas, não há pôr trás disso a sutil idéia de que os cientistas e
engenheiros vão substituir os revolucionários e os reformadores sociais? E que isso, sim, é que mudará
nossas vidas?
Aí é que Comte tacava o tubo de ensaio em cima da democracia. Para ele, a democracia tem o
grave defeito de permitir que os “ignorantes” influenciem o governo: “toda escolha dos superiores
pelos inferiores é profundamente anárquica”. Ora, no estágio positivo só governam os que “sabem”. E
quem são eles? Primeiro, os que sabem dirigir as empresas e a economia do país: os empresários e os
administradores. Segundo, os que têm o conhecimento científico: os engenheiros, economistas, físicos,
médicos, sociólogos (foi ele quem inventou essa profissão) etc. Finalmente, para evitar que os pobres e
“ignorantes” provoquem desordens com reivindicações absurdas, como a de não querer que seus filhos
morram de fome, também governariam os que têm a sabedoria do porrete: os militares.
Resumindo: para Comte, o progresso seria alcançado com uma ordem autoritária, uma ditadura
republicana dos burgueses, auxiliados pelos tecnocratas (altos funcionários da administração,
economistas, cientistas, médicos, sociólogos) garantidos pelos militares.
Essas idéias fizeram a cabeça da juventude brasileira instruída no final do século XIX e começo
do XX. Elas mostravam o caminho para o Brasil afirmar sua modernidade: Uma república governada
pela ciência. Para o Exército, melhor ainda, porque o positivismo, de certo modo, afirmava a
importância dos militares na nova era. Só uma ditadura militar seria capaz de garantir a ordem e o
progresso.
Benjamin Constant, professor da Escola Militar, Teixeira Mendes e Miguel Lemos foram os
grandes propagandistas da filosofia positivista. Os positivistas doutrinários, ou seja, aqueles que
estudavam profundamente Comte e o seguiam letra por letra, influenciaram pouco a república. Mas
pouco importava que Comte não fosse muito lido. O que valia eram as idéias gerais. Essas pegaram.
Entre civis e militares. Como disse João Cruz Costa, os representantes mais instruídos das classes
médias (engenheiros, médicos, advogados, professores) viveram num clima intelectual positivista.

A Questão Militar

Você deve se lembrar de que, desde a criação da Guarda Nacional, na Regência, o Exército tinha
sido esvaziado pelo governo. Poucas armas, dinheiro contado, atenção pequena. Valia mesmo era a
Guarda Nacional, formada pelos fazendeiros e seus comparsas. Mas, na Guerra do Paraguai, o Exército
precisou ser reequipado e reforçado. Caxias transformou o Exército numa grande potência. Apesar
disso, os oficiais achavam que o Exército ainda não tinha o papel político que merecia. Socialmente
fortalecido, o Exército queria ter a voz ouvida pelo governo.
Até mais ou menos 1850, os oficiais do Exército eram de origem aristocrática. Depois, cada vez
mais eles viriam da classe média e se sentiriam menosprezados por um império cheios de ministros e
políticos vindos da aristocracia rural.
Só para Ter uma idéia: logo que acabou a Guerra do Paraguai, que matou e feriu muitos soldados
brasileiros, o Exército fez um desfile no Rio de Janeiro. Para comemorar a vitória. O imperador não
deu as caras. É claro que o Exército não ficou com raiva do Império apenas por causa desse episódio.
Mas, para tantos majores, coronéis e generais, a ausência de D. Pedro II no desfile era mais uma mostra
do tratamento de Segunda classe dispensado ao Exército.
Pois o Exército voltou do Paraguai com duas idéias revolucionárias para a época: o abolicionismo
e o republicanismo. Nos dois movimentos, teria atuação fundamental.
Vimos há pouco como a filosofia positivista de Comte penetrou na cabeça de jovens estudantes e
intelectuais, civis e militares. Não o positivismo puro, mas o espírito dele: a defesa da modernidade
autoritária, da Ordem e do Progresso. Para os militares, o positivismo caía como uma luva e um par de
coturnos. Acreditaram que o progresso só seria alcançado com uma ditadura militar. Benjamin
Constant, professor da Academia Militar, ensinava apaixonadamente o positivismo. Herói intelectual
dos quartéis.
O positivismo atacava o espírito bacharelesco, a “cegueira doutoral”. Bacharel, claro, é o
bacharel em Direito, o advogado que virava funcionário público e político, formação básica da elite do
império. A pedantocracia (expressão comum na época, como assinalou Sérgio Buarque de Holanda),
ou seja, o domínio do blá-blá-bla, irritava os positivistas e os militares. Para os oficiais do Exército, os
políticos casacos (civis, que não vestiam farda) eram sinônimo de embromação e corrupção.
Abolicionistas, republicanos, positivistas, odiando os bacharéis da pedantocracia, os oficiais do
Exército logo entrariam em choque com o governo imperial.
No Ceará (1884), os jangadeiros fizeram greve e se recusaram a transportar escravos que seriam
embarcados para o Sul. Francisco do Nascimento, o dragão do mar, líder do movimento, foi
homenageado pelos abolicionistas e pelo Exército. Em resposta, o governo demitiu do comando o
tenente-coronel Sena Madureira. Pouco depois, o coronel Cunha Matos denunciou corrupção no
governo. O que aconteceu? Os corruptos foram apanhados? Não. Mas o coronel honesto foi punido...
Dá para imaginar o que os militares achavam disso tudo, não?
O ministro da Guerra geralmente era um civil. O que irritava os militares, claro. Pois bem, esse
ministro proibiu que os militares discutissem política através da imprensa. Os oficiais servindo no Rio
Grande do Sul (vindos de vários lugares do Brasil) se reuniram para protestar. O governador da
província, Marechal Deodoro da Fonseca recusou-se a puni-los. Foi chamado ao Rio de Janeiro par
levar um puxão de orelha.
Está vendo como os fatos acumulavam a irritação dos militares?
Em 1887, os oficiais do Exército fundaram o Clube Militar. Servia para bater papo sobre
manobras militares complexas com objetivo de conquistar uma linda mocinha, tomar uma cerveja com
os companheiros, jogar xadrez. Mas a principal finalidade era defender os interesses do Exército. Pois
no mesmo mês em que foi eleito presidente do clube Militar, Deodoro solicitou ao ministro da Guerra a
não intervenção do Exército na caça de escravos fugitivos. O canalha do ministro (um civil) recusou.
Felizmente, os militares não foram nem obedientes nem disciplinados: recusaram-se a se fazer de
lacaios de escravista
Os republicanos estavam de olho vivo nisso tudo. Perceberam que poderiam usar o Exército para
alcançar seus objetivos. Figuras republicanas como Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva e Rui
Barbosa, secretamente foram bater papo com Deodoro. Para convencer o velho marechal a marchar
contra o imperador. Ele atenderia aos pedidos.

A Questão Religiosa

A Constituição de 1824, que continuava valendo, estabelecera a “união entre o trono e o altar”.
Ou seja, o catolicismo era a religião oficial e a Igreja ficava subordinada ao Estado. Os padres eram
quase funcionários públicos. Claro que antes da missa não precisavam preencher formulário, rubricar e
carimbar. Em compensação a Igreja recebia, oficialmente, dinheiro do governo. As decisões do Papa lá
em Roma só valeriam para a Igreja daqui caso o imperador tropical autorizasse. Deste modo, a cúpula
da Igreja brasileira era conservadora, aliada do Estado. O que não significa que a harmonia fosse
inabalável. Foi um sério desentendimento que ajudou a balançar a monarquia: a chamada questão
religiosa.
A complicação teve a ver com a maçonaria. Lembra dela? Era uma organização secreta (hoje é
aberta) de ajuda mútua. A maçonaria foi influenciada pelo Iluminismo e difundia idéias políticas
liberais. Desde o século das Luzes (XVIII) que a maçonaria atuava no Brasil. Os maçons participaram
ativamente da Conjuração Baiana de 1798 e também tiveram a ver com a Inconfidência Mineira de
1789.
Influenciada pela filosofia do Esclarecimento a maçonaria era contra a Igreja Católica. Além
disso, o Papa tinha outro motivo para não gostar de maçons: eles defendiam o liberalismo político. Ora,
no século XIX os papas eram muito conservadores politicamente. Em 1864, o Papa Pio IX, empenhado
numa santa cruzada contra qualquer coisa que tivesse o cheiro sulfuroso de democracia, publicou a
Bula Syllabus. Nela, mandou os padres baixarem o pau na maçonaria.
A Bula não teve o beneplácito (autorização) de D. Pedro II. Portanto, não deveria valer para o
Brasil. Aí é que estava o problema. Na Europa, o Papa implicou com a maçonaria por causa dos ideais
políticos liberais dela. Contudo, no Brasil, desde a independência que a maçonaria nada tinha de
liberal. Muitos ministros do império eram maçons! E como essa maçonaria brasileira não implicava
com a Igreja Católica, tinha muito maçom católico e até padres fazendo parte da maçonaria!
Alguns bispos como D. Vital (Olinda) e D. Macedo Costa (Belém) seguiram direitinho as ordens
do Papa. Começaram a chutar os traseiros dos maçons para fora das igrejas. O governo se intrometeu e
mandou parar. Os bispos insistiram. Mas a Constituição de 1824 dizia que a Igreja devia ficar
subordinada ao Estado. O par de bispos levou a pior: foram julgados e condenados ao xadrez, embora
anistiados por D. Pedro II logo depois.
Os livros tradicionais erram ao exagerar a importância desse conflito com a Igreja como sendo
uma causa fundamental para a República. Claro que vários bispos ficaram roxos de raiva com o
imperador verde-amarelo. Mas vamos devagar: a própria Igreja aqui no Brasil ficou dividida sobre a
questão. Muitos padres permaneceram do lado da maçonaria. Outros padres não deram bola para o
conflito. Também não se pode dizer que os católicos tivessem se tornado republicanos por causa disso.
Afinal, as beatas continuavam sonhando com a barba sensual de D. Pedro. Mais próximo da verdade é
perceber que a cúpula da Igreja católica passou a se desinteressar pela sorte do império: se ele caísse ou
ficasse, não dependeria mais do apoio dela.
De qualquer modo, a oposição republicana aproveitou o incidente para fazer propaganda e
fustigar o Império. E os positivistas aproveitaram para defender a idéia de separação entre Igreja e
Estado.

A Questão Abolicionista

Há uma anedota famosa a respeito da Princesa Isabel e do Barão de Cotejipe. Como você sabe, a
princesa era célebre por suas limitações intelectuais. O Barão era um político baiano conservador mas
extremamente astuto, vivo como uma raposa. Pois o barão, numa conversa cheia de compostura,
apostou com a princesa que ele não conseguiria assinar a lei abolindo a escravatura. Bem, você sabe o
que aconteceu. A princesa rabiscou o nome dela aprovando a Lei Áurea. Em seguida, veio contente
conversar com Cotejipe: “Como é, senhor barão, ganhei ou não ganhei a nossa aposta?” Ao que o
barão, reacionário, mas perspicaz, replicou: “É verdade, majestade, ganhou a posta... Mas perdeu o
Império!”
O que o barão quis dizer com isso?
Evidentemente, é bobagem acreditar que a abolição da escravatura tenha causado a República.
Para começar, quando a Lei Áurea foi assinada, em 1888, quase não havia mais escravos. O abalo,
portanto, não foi grande.
Quando começaram a organizar seu movimento, os republicanos nem tocavam no assunto
abolicionista. Queriam o apoio dos fazendeiros paulistas, que em geral eram fazendeiros de escravos.
Não convinha assustá-los. Portanto, Ao contrário do que dizem os livros tradicionais, havia muito
monarquista que era abolicionista e muito republicano que era escravista. Mas o fortalecimento da
imigração e a necessidade de apoio popular fizeram os republicanos se declarar a favor da abolição.
Isso aconteceu, é óbvio, quando quase todos no país eram abolicionistas. Conveniências ou
imoralidades da política? (para você refletir.)
Conclusão: só um grupo sentiu o impacto da Lei Áurea: os latifundiários escravistas do Vale do
Paraíba. Eles eram os últimos a depender de um grande plantel de cativos. Alguns até se arruinaram
depois da libertação geral. Furiosos, deixaram de apoiar a Monarquia. Viraram os republicanos de 14
de maio (um dia depois da Lei Áurea, né?).
Com isso a Monarquia perdia o último grande apoio, a última muleta. Bastava um peteleco para
que caísse. Era o que o Barão tinha sacado.

A Queda

Ninguém sério acreditava num Terceiro Reinado. A estupidez da princesa Isabel, e péssima fama
de seu esposo, o Conde D’Eu (corrupto, assassino da Guerra do Paraguai, picareta mesmo) contribuíam
para isso. Os republicanos moderados estavam só esperando o falecimento de D. Pedro II. O que não
devia demorar, pois os boatos diziam que o velho estava recheado de doenças.
O último primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto, liberal, ainda tentou segurar as pontas.
Apresentou à Câmara um projeto de reformas. Eram interessantes: voto para os analfabetos (anulando a
reforma de 1881), fim do senado vitalício, menos impostos sobre as importações, incentivos aos bancos
que financiassem os fazendeiros. Mas não tinham o principal: o federalismo. No projeto, os presidentes
provinciais (governadores) continuariam sendo nomeados pelo imperador, embora a partir de uma lista
com três nomes eleitos. Cá para nós, amigo leitor, no fundo ninguém mais acreditava que a Monarquia
poderia mudar profundamente alguma coisa no país. Os próprios deputados (por 79 votos a 20) já
tinham rejeitado a reforma de Ouro Preto.
Republicanos X monarquistas. O conflito crescia. A guarda negra, formada por ex-escravos,
excelentes capoeiristas e cheios de gratidão à princesa Isabel, enfiava o pé na cara dos republicanos que
bobeassem na rua. Boatos falavam da tentativa de reforçar a Guarda Nacional e diminuir o Exército.
Bem que os latifundiários prefeririam fazer a coisa sozinhos. Mas com o apoio do Exército seria
mais garantido. Os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram chamados pelos civis
republicanos para conspirar. Deodoro achava que se deveria esperar o falecimento de Pedro II. Mas o
disse-me-disse de que o marechal seria preso fizeram-no mudar de idéia: saiu de casa de manhã, visitou
quartéis, deixou ordens e depois voltou para casa. Botou o pijama e foi roncar. No fundo, o que ele
queria mesmo era demitir o primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto, seu inimigo pessoal. Mas
com seu gesto, um tanto involuntariamente, ele tinha derrubado a monarquia. Era o 15 de novembro de
1889.
Nas ruas, a população não entendeu direito o que acontecia. A boataria rolava solta e ninguém
sabia ao certo o que significou aquela “parada militar”. O povo, mais uma vez, ficou de fora: assistiu
“bestializado” aos acontecimentos, como disse na época o republicano Aristides Lobo. Dá para a gente
perceber o quanto a República instaurada teria pouco de democrática.

Atividade

Faça a ficha de leitura do texto, baseando-se no roteiro a seguir:

Caracterize o positivismo de Comte e relacione-o ao republicanismo.


Caracterize a Questão Militar.
Mostre as ligações do Brasil com o imperialismo, no século XIX.
Caracterize a Questão Religiosa.
Caracterize a questão abolicionista.
O que Aristides Lobo quis dizer com “...e o povo assistiu bestializado aos acontecimentos...”?

SCHMIDT, Mário. Nova Histíria Crítica do Brasil. Ed. Nova Geração.1998.

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