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INTRODUÇÃO
Entretanto, estudos têm demonstrado que menos de um terço das vítimas de parada car-
diorrespiratória são atendidas por socorristas leigos.2 Sabe-se que a força de uma cor-
rente é determinada pelo seu elo mais fraco; dessa forma, existe a necessidade de se
aprimorar o atendimento prestado pelos socorristas leigos que atendam a vítima no local
do evento.
Racional
Apesar dos anos de pesquisa, dos estudos e dos avanços tecnológicos, a sobrevida de
pacientes com parada cardiorrespiratória fora do ambiente hospitalar ainda permanece
muito baixa.3
Somente cerca de 25% dos pacientes ressuscitados com sucesso conseguem ter alta
hospitalar. Cerca de um terço dos pacientes que não sobrevivem morrem por lesão do
sistema nervoso central; outro terço, por falência miocárdica; e os demais, por outras
causas, como infecção ou falência de múltiplos órgãos.4 Juntamente com a taxa de so-
brevida da ressuscitação cardiopulmonar, esses elementos compõem as principais cau-
sas de desapontamento com a eficácia das manobras para reversão da morte súbita.
Sabemos que o atendimento feito por socorrista leigo, especialmente dentro do primeiro
minuto do evento de parada cardiorrespiratória, aumenta de forma significativa as chan-
ces de sobrevida da vítima (cerca de quatro vezes).5 Entretanto, no momento atual de
precauções e medos apenas um em cada quatro pacientes recebe socorro imediato. A
necessidade do procedimento de ventilação boca a boca é a maior desvantagem para os
pacientes vítimas de parada cardiorrespiratória atendidos fora do ambiente hospitalar.
Isso porque, além da redução dos esforços feitos por leigos, estes se recusam a realizar o
procedimento de ventilação boca a boca, e até mesmo o treinamento em suporte básico
de vida (Basic Life Support, BLS) não é capaz de modificar esse padrão.
Além dos problemas enfrentados com o socorrista leigo, estudos têm demonstrado que
uma longa interrupção nas compressões torácicas reduz drasticamente a chance de so-
brevida neurológica adequada.6 Rea et al.7 chamaram a atenção para o fato de que em
pacientes vítimas de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso (FV/TV)
testemunhadas fora do ambiente hospitalar que eram atendidas com um único choque
seguido imediatamente de ressuscitação cardiopulmonar, sem pausa para checar pulso, o
oposto do até então recomendado, a sobrevida era aumentada em 40%. Mesmo que a
compressão torácica não seja interrompida, a pressão positiva gerada durante a ventila-
ção aumenta a pressão intratorácica, reduzindo o retorno venoso com subsequente redu-
ção da perfusão cerebral e cardíaca.8 Ainda assim a respiração boca a boca poderia cau-
sar a regurgitação em cerca de 50% das vítimas, provavelmente pela insuflação gástri-
ca.9
Apesar de bem documentado, são poucos os dados disponíveis que suportam a relação
compressão vs. ventilação de 30:2; além disso, sabe-se que o aumento das compressões
melhora a pressão de perfusão coronária, fato esse que afeta diretamente a sobrevida,
como demonstrado em estudos com seres humanos ou animais.10,11 Em estudos feitos
em Seattle (Estados Unidos) e no Japão, as vítimas que receberam compressão torácica
contínua por socorristas leigos tiveram alta taxa de sobrevida quando comparadas àque-
las que receberam atendimento padrão com pausa para ventilação.12
Com a grande limitação de dados que corroboram ser a ventilação um grande fator con-
tribuinte para a sobrevida e com as evidências de que a intubação interfere com as com-
pressões torácicas, comprometendo assim a perfusão coronária adequada, a intubação
orotraqueal tem ficado restrita a um tempo adequado de manobras de ressuscitação car-
diopulmonar.12
O modelo de Weisfeldt e Becker15 descreve como deve ser diferente a terapia oferecida
ao paciente, dependendo do tempo de parada cardiorrespiratória. Na fase elétrica (pri-
meiros cinco minutos), o miocárdio é mais suscetível ao choque elétrico. Nos próximos
cinco minutos, denominado fase circulatória, ocorre queda da carga energética ATP do
miocárdio e a cardioversão elétrica pode resultar em ritmos mais graves, como atividade
elétrica sem pulso ou assistolia. Nessa fase, a compressão torácica é mais adequada para
restabelecer a perfusão coronária, criando melhor condição para a reversão elétrica da
FV/TV. A terceira fase, iniciada após cerca de dez minutos de parada, é denominada
fase metabólica, em que o tratamento mais adequado a ser instituído ainda é motivo de
pesquisas e discussão.
Conceito
Aplicação
Conclusão
Conflito de interesses
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