Sei sulla pagina 1di 6

À PROCURA DE UMA IDENTIDADE

INTRODUÇÃO

A adolescência é hoje vista como um processo dinâmico e complexo de


crescimento e mudança pelo qual todos temos que passar. Mas mudança não tem de
significar obrigatoriamente "desgraça ou desordem". A mudança faz parte integrante da
pessoa. O ser humano é inconcebível sem a mudança. Portanto, mudar para crescer é o
lema que preside e orienta toda a dinâmica do complexo e interessante processo pelo
qual deixámos de ser criança e nos transformámos em adulto.
Mas o que há de mais inquietante na adolescência é a aceleração da mudança.
Embora de princípio ela cause um certo mal-estar ela é o prenúncio de crescimento.

A procura da identidade e da autonomia são as questões centrais da


adolescência. Para saber quem somos precisámos de nos confrontar com os outros - e os
outros começam por ser os nossos próprios pais - comparar atitudes e valores e medir os
nossos corpos e as nossas mentes. È importante entender e aceitar que durante a
adolescência os filhos deixam de pertencer aos pais para passarem a pertencer a eles
próprios, o que quer dizer que adquirem a sua autonomia e identidade.

Na formação de valores e na aquisição de uma identidade, há necessidades


internas que exigem respostas, e tarefas a realizar. Ambas estão em interacção com o
ambiente e precisam de respostas adaptativas, que podem ser mais ou menos flexíveis.
Estas tarefas são acções reorganizativas internas e externas que o adolescente deve levar
a cabo, e incidem sobre uma modificação na relação com os pais, uma modificação na
relação com os companheiros, e na resolução de problemas relacionados com o corpo e
a identidade sexual.

1
MODIFICAÇÃO NA RELAÇÃO COM OS PAIS

O adolescente abandona a posição infantil de dependência em relação aos pais,


desprendendo-se da noção de pais que resolvem tudo. Esta luta pela autonomia,
corresponde a um desejo fundamental seu, mas que pode chocar com finalidades
opostas da família. A única saída para esta contradição entre as finalidades individuais e
as finalidades conjuntas reside no diálogo familiar e na negociação.
É preciso encontrar um novo equilíbrio no sistema familiar, isto é, uma nova
coerência. Mesmo em famílias ditas normais o aumento de desordem no sistema leva a
momentos de desorganização momentânea que pode causar perturbação.

A autonomia diz respeito não só à progressiva separação dos pais mas também
está relacionada com a capacidade de decidir com segurança em si próprio e
desenvolver um leque de valores próprios. O modo como os pais lidam com os filhos é
determinante para um melhor ou pior desenrolar da relação nesta fase de
desenvolvimento.
Estilo educativo autocrático - O poder dos pais é absoluto, as negociações são
raras ou muito limitadas, as regras são imutáveis e as decisões são impostas pelos pais.
Estilo educativo permissivo - A liderança dos pais é fraca ou irregular, existe
um fracasso do controlo parental, as negociações são infindáveis, e a mudança das
regras é constante. Se os pais deixam os filhos fazer tudo o que querem, os exageros e
riscos comportamentais sobem em escalada - numa desesperada tentativa de obter poder
através da «vitória» sobre o obstáculo - e a possibilidade de surgirem problemas de
várias ordens tornar-se-á mais provável.
Estilo educativo democrático - As determinações parentais são explicadas e
negociadas, existem regras de funcionamento familiar bem definidas, se bem que ao
mesmo tempo, flexíveis. Adolescentes que atingem a autonomia pretendida têm pais
democráticos mas firmes, calorosos e aceitantes face às sugestões das gerações mais
novas, comunicadores claros e coerentes, com capacidade de negociação e resolução
dos problemas.
A tolerância é essencial para se viver com adolescentes embora isso não
signifique que tudo é permitido. Os adolescentes sentem-se mais seguros quando sabem
até onde podem ir. Não contam com uma liberdade total para fazerem exactamente o
que querem. Por improvável que pareça o seu filho lá no fundo, quer de facto que lhe
2
imponham limites, mesmo que possa vir a desafiá-lo todos os dias e em todas as
questões. Os adolescentes não estão sempre à espera, e se calhar nem querem, ser
sempre eles a ganhar.

MODIFICAÇÃO NA RELAÇÃO COM OS COMPANHEIROS

Para o adolescente, os amigos são fundamentais. A fase média da adolescência é


caracterizada por uma luta pela independência emocional, uma preocupação por vezes
excessiva face aos problemas do corpo e pela crescente importância do grupo. O
relacionamento com os amigos e companheiros está relacionado com progressivo
afastamento face à família. Os amigos são companheiros de saídas à noite, parceiros de
jogos nem sempre lícitos, confidentes de aventuras amorosas, espelhos de dúvidas
pessoais, iniciadores conjuntos de rituais que levam à idade adulta.
A vida social e os tempos livres podem ser compostos por grupos pop, concertos
e música, ingestão de bebidas alcoólicas e organização de festas.
Grupos Pop concertos e música - a música é a moeda corrente na adolescência,
cria um vínculo comum, um tema de conversa, até mesmo um substituto para a
conversa. Acima de tudo fornece-lhes a noção de identidade que é tão importante nos
primeiros anos da adolescência.
Beber em público - os limites de idade são normalmente um desafio para os
adolescentes, sobretudo para os rapazes que tentam contorná-los.
Ao crescer, a maioria dos adolescentes tornam-se cada vez mais relutantes em
participar em actividades com toda a família, querendo passar cada vez mais tempo com
os amigos. Não se trata de uma rejeição pessoal, apenas de uma etapa natural e
psicologicamente saudável no afrouxamento dos laços familiares.
• Incentive-os a usarem a casa como base para a sua vida social;
• Não os envergonhe em frente aos amigos, criticando-os.

3
RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS RELACIONADOS COM O CORPO E A
IDENTIDADE SEXUAL

A construção da identidade, é da maior importância na adolescência. A


identidade sexual e a formação do carácter e de um sistema de valores, marcam o fim da
adolescência. Esta tarefa é conseguida à custa de avanços e recuos. A identidade sexual
é estruturada internamente através de uma reorganização dos impulsos, e externamente
do que está a viver no seu relacionamento. É muito importante a maneira como a
família lida com a sexualidade e o amor e as experiências externas com os amigos.
É preciso respeitar uma zona de privacidade que se está a pouco e pouco a
organizar, sendo desejável que os pais acompanhem mas não controlem
excessivamente. Mais do que qualquer outro aspecto do crescimento, a crescente
sexualidade do seu filho faz realçar o seu afastamento de si. Os adolescentes hão-de
revelar sempre uma curiosidade pelo sexo e hão-de querer experimentar. É uma área
simultaneamente vista como desafio e sinal de maturidade. O problema que sempre se
pôs é que os jovens são capazes de ter relações sexuais e de conceber filhos muito antes
de estarem suficientemente maduros no aspecto emocional para criarem um
relacionamento sexual íntimo ou estável e, por norma muito antes de desejarem mesmo
ter qualquer relação sexual. Toda a informação sobre a questão da sexualidade deve ser
fornecida aos jovens.
O corpo é, essencial para a construção da identidade pessoal. É vivido de forma
ambivalente na adolescência, tantas vezes amado e tantas vezes odiado.

CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOS


ADOLESCENTES

Na adolescência temos de repente de nos adaptar à partilha das nossas vidas e


casas com alguém que parece ter-se libertado dos nossos próprios ideais e atitudes, cuja
maneira de viver parece totalmente oposta à nossa, mas que ainda espera que estejamos
disponíveis sempre que nos pede, isto é, sente uma ambivalência em relação à
autonomia. Muitas vezes os pais sentem-se rejeitados e os adolescentes mal
compreendidos.
4
Rebeldia: assinala os primeiros impulsos da ânsia da independência da criança.
Muita da rebeldia natural dos adolescentes provém da sua necessidade de serem
diferentes dos pais e de criarem uma identidade própria. É possível que hajam de uma
determinada forma não tanto por ser isso o que querem fazer mas sim porque têm a
certeza de que os pais não querem que eles o façam. Mesmo que rejeitem as suas
opiniões não é a si que estão a rejeitar, continuam a precisar de saber que têm a sua
aprovação e apoio.
Preciso disso agora: os adolescentes vivem sobretudo no presente e não aceitam
com facilidade uma privação a curto prazo para obterem um benefício a longo prazo,
causando por vezes atritos familiares.
Necessidade de espaço próprio: a partir da puberdade começam a precisar cada
vez mais de uma privacidade física e emocional. Para a obterem talvez tenham de
começar a afastá-lo. Haverá alturas em que a mais inocente intromissão no «espaço»
deles será uma ofensa, sendo a revista ao seu quarto inadmissível e poderá representar
uma violação da sua confiança.
Quando dizer não: é da natureza dos adolescentes exigir mais liberdade do que
a que julgam que vão ter - e por vezes até bastante mais do que a que realmente
desejam. Não hesite em dar de vez em quando um «Não» inequívoco e não negociável.
Na maioria das vezes o adolescente esteve apenas a pô-lo à prova.
Incentivar a auto-suficiência: é importante lembrar que a função de um pai é
incentivar os seus filhos a tornarem-se adultos e não mantê-los como crianças. O seu
filho é um indivíduo e não apenas um prolongamento de si.
• Deixe-os tomar as suas próprias decisões - mesmo que ache que vão
cometer um erro;
• Deixe-os assumir as consequências das decisões, que segundo o acordado
entre vocês são da responsabilidade deles.
Estimular a autoconfiança: a forma como os adolescentes se vêem a si mesmo
depende não só de como os outros o vêem, mas de como eles acham que os outros os
vêem. Daí a importância de fazer com que as mensagens que eles captam sejam
positivas, as que os fazem sentir-se confiantes. O aspecto físico desempenha neste
contexto um papel importante - é escusado tentar convencer qualquer adolescente de
que a aparência não interessa.

5
CONCLUSÃO

Talvez o mais difícil de conseguir na vida é a construção da identidade. Nunca


se percebe nitidamente a formação da identidade - mas ao «nível mínimo», ela cobre a
implicação numa orientação sexual, a adopção de uma posição ideológica e a escolha de
uma direcção profissional. E se nada do que respeita à identidade se inicia na
adolescência esta é certamente a altura de reformular um passado e construir um futuro.
O adolescente tem a possibilidade de tudo pôr em causa: Quem sou? O que
posso e quero ser? O que não quero?! As respostas para estas dúvidas procura-as e
encontra-as questionando tudo: valores, interesses, desejos, vontades, atitudes e
comportamentos... A idade dos novos porquês. Questionar hoje para tudo poder
reformular amanhã perder-se para se encontrar na procura, num desejo de unidade. Uns
encontraram a sua verdade porque partiram da dúvida... outros não têm coragem.

Potrebbero piacerti anche