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Desenvolvimento Humano
Resumo de texto escrito por
Gilmar Mendes & Paulo Emílio Carreiro
1. Introdução
A introdução de novas premissas na administração moderna, sob a ótica de novos paradigmas,
revela a falência da gestão tradicional com características mecanicistas e refratárias às mudanças,
demonstrando com que força esses novos cenários estão causando impactos na maneira como as
empresas se organizam para o trabalho e para a produção. O resultado é o surgimento das
estruturas horizontais e multifuncionais, que, voltadas para processos, com ênfase nos trabalhos
desenvolvidos em grupos relacionais e integrados pela tecnologia da informação, estabelecem a
nova referência à jornada das empresas para as transformações ensejadas, à busca permanente da
combinação vital de competitividade, qualidade e produtividade.
No âmbito da administração pública, a crise dos anos 70, que provocou iniciativas de reestruturação
econômica e a reconfiguração das estratégias empresariais, introduziu no debate sobre o Estado
contemporâneo, já no início dos anos 80, questões relativas às necessidades de incorporação de
novos papéis, de abandono de outros e, sobretudo, a exigência de uma nova governança ‐ tanto no
nível central como nos níveis sub‐nacionais ‐ para enfrentar a crise e adequar‐se aos novos
requerimentos.
Esta crise, em que pese a preponderância da dimensão fiscal (necessidade de realizar o saneamento
das finanças públicas), coloca também em questionamento o modo tradicional de organização e
gestão governamental, a partir do esgotamento do modelo burocrático de administração pública
vigente. Em particular, o desafio de promover o desenvolvimento econômico e social sustentável
impõe às administrações estaduais a necessidade de repensar a questão da governança e dos
modelos de gestão, ao mesmo tempo em que vai exigir mecanismos inovadores de relacionamento
com a sociedade.
Neste sentido, esse trabalho se propõe a descrever o projeto de reforma administrativa e
capacitação institucional para o Poder Executivo do Estado de Sergipe, que teve como objetivo
principal o aperfeiçoamento da arquitetura organizacional atual, visando à implantação da estratégia
governamental recentemente definida.
Não obstante, o plano estratégico do Governo de Sergipe, em sua formulação, seguiu orientado pelo
modelo de desenvolvimento sustentável, que fundamentou o plano de governo e estabeleceu as
diretrizes que articula seus três elementos essenciais compostos pelo desenvolvimento econômico,
desenvolvimento social e gestão pública eficaz.
Essas novas premissas influenciam na maneira como as estruturas governamentais se organizam
para o trabalho e para a produção. Como resultado, surgem as estruturas horizontais e
multifuncionais, voltadas para processos, com ênfase nos trabalhos desenvolvidos em grupos
relacionais e integrados pela tecnologia de informação. Estabelece‐se, desta forma, a nova
referência à jornada das organizações governamentais para as transformações ensejadas, à busca
permanente da combinação vital do desenvolvimento econômico e social.
Em todos os segmentos do governo, as mudanças de cenário provocam as mesmas perplexidades e
colocam em pauta a discussão do modelo adequado para gerir e ainda prover os diversos setores de
investimentos necessários para atendimentos das demandas econômicas e sociais.
Um dos temas mais relevantes na incorporação dessas novas premissas na gestão pública atual está
relacionado com elaboração e implementação de estratégias que possibilitem os governos criarem
valor continuamente na implementação dos seus planos estratégicos. Trata‐se de delinear o melhor
caminho que o governo deve percorrer desde a elaboração de sua estratégia até a efetiva e final
apropriação dos resultados esperados pela sociedade.
Dessa maneira, o que se objetiva é descrever como o estado pode ser estruturado a partir do seu
plano de governo que orienta e se integra à formulação do planejamento estratégico que, por sua
vez, estabelece o elo do governo com as demandas de desenvolvimento econômico e social. Assim
são estabelecidas as bases para implantação do Governo Matricial, que se utiliza estruturas em rede
como instrumento de implementação da estratégia governamental. De forma mais ampla pode‐se
fazer referencia a uma arquitetura organizacional que dispõe de um tripé de sustentação da
organização formado pela estrutura organizacional, pelo sistema de mensuração de resultado e pelo
sistema de remuneração e recompensa. De forma semelhante, a descentralização do sistema de
decisões torna‐se possível e a gestão por resultados passa a ser o modelo de gestão adotado para
implementar as mudanças.
2. O Modelo de Desenvolvimento do Estado: desenvolvimento com justiça social
O desenvolvimento sustentável de um Estado depende de amplo processo de mudanças, que envolve
o cidadão, o Estado e o setor produtivo. Pressupõe a integração das soluções nos campos social,
econômico, político e ambiental. A inclusão social, o crescimento e aumento de competitividade da
economia, a melhor distribuição dos frutos desse crescimento econômico, a melhoria das condições
de vida da população são pilares para a construção de um novo padrão de desenvolvimento.
A construção de um novo modelo de desenvolvimento voltou‐se para desconcentrar o
desenvolvimento. Reduzir, de forma progressiva, as desigualdades sociais e as disparidades regionais.
Abrir para todos os sergipanos, de todas as regiões, novas oportunidades para construção de uma
vida melhor.
Dessa maneira, o desafio do Estado reside na sua capacidade de visualizar o desenvolvimento
econômico e o desenvolvimento social como um conjunto de elementos essenciais, cuja sinergia
conduz ao desenvolvimento sustentável.
Se, por um lado, a ação planejada e integrada do Estado permitirá a formação de uma economia
competitiva que gere oportunidades de investimentos e de trabalho e renda, por outro, será sua
obrigação capacitar seus cidadãos para operar em consonância com o novo paradigma técnico
gerencial da economia moderna, que exige educação geral de bom nível para assegurar racionalidade
instrumental e capacidade de inovação.
Não obstante, o Estado deve voltar sua atenção, simultaneamente, para a parcela da população
excluída e carente de amparo social, o que obriga a adoção de políticas sociais compensatórias.
A concepção do plano de governo parte desses pressupostos para delinear o desenvolvimento
sustentável como a melhor forma recorrente para o Estado organizar suas ações em busca da eficácia
e da racionalidade na aplicação dos recursos públicos.
Por sua vez, o desenvolvimento social requer a integração entre os setores do Estado que se
relacionam com o atendimento ao conjunto de necessidades do indivíduo. Assim, as políticas que
nortearão a geração de trabalho e renda, as políticas que orientarão a promoção dos direitos
humanos, da cidadania e do desenvolvimento comunitário e aquelas relacionadas aos segmentos de
segurança, saúde, educação, saneamento básico e habitação, formarão o conjunto de políticas sociais
integradas. De modo semelhante, as políticas agrícola, industrial e de educação serão agrupadas para
formar as políticas integradas de desenvolvimento econômico.
No âmbito do desenvolvimento econômico, a sustentabilidade pressupõe a redução das disparidades
de renda e dos desequilíbrios regionais. Assim como os novos mercados estabelecem a
competitividade que seleciona empresas líderes, o Estado deverá tirar proveito da integração de suas
regiões para sair na frente na competição nacional. Dessa maneira, a concepção dos eixos regionais
de desenvolvimento, ao levar em consideração demandas e vocações, assim como a observação das
cadeias produtivas, confere ao Estado os fundamentos para suas ações.
Isso posto, estão reveladas as bases que suportaram a formulação do plano de governo, ou seja, a
concepção do Estado uno, integrado e empreendedor, que incorpora os anseios da sociedade na
construção do desenvolvimento com justiça social.
3. A Estratégia Governamental.
O Plano estratégico do Governo de Sergipe, orientado pelo modelo de desenvolvimento sustentável,
procurou analisar os ambientes externos e internos afins ao Estado, culminando na elaboração do
documento intitulado “Gestão Pública Empreendedora Focalizada em Resultados”.
Esse plano teve como base conceitual o eixo central de “Desenvolvimento com Justiça Social”,
ancorado em três pilares básicos de desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico,
desenvolvimento social e gestão pública.
A partir dessa base, construiu‐se a visão de futuro tendo “Sergipe como opção de vida”
(estabelecendo o IDH como principal indicador), ancorada em três opções estratégicas:
• Trabalho e Renda
• Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável
• Gestão Pública Empreendedora (Reforma Administrativa do Estado)
A etapa seguinte consistiu na elaboração dos objetivos estratégicos de governo, que por sua vez se
desdobraram em 34 projetos estruturantes, que representam a carteira de projetos para alcance dos
indicadores de desempenho, com vistas ao processo de mensuração de resultados através dos
contratos de gestão.
A seguir está apresentados o resumo do plano estratégico do estado com seus componentes
essenciais dispostos em ordem de elaboração que serve, também, ao propósito de compreensão dos
insumos para a elaboração dos contratos de gestão como ferramenta fundamental de implementação
da estratégia governamental.
PROJETO ESTRATÉGICO RESUMIDO
VISÃO DE FUTURO
Sergipe como opção de vida (IDH como meta mobilizadora)
OPÇÕES ESTRATÉGICAS
Trabalho e renda Desenvolvimento sustentável Gestão empreendedora
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
• Cidadãos capacitados para o Trabalho, de forma integrada com o Projeto de Desenvolvimento
do Estado.
• Redes de Empreendedores estabelecidas por todo o Estado (empresariamento), integradas
com as vocações das regiões e as cadeias produtivas.
• Iniciativa privada integrada com o processo de desenvolvimento, gerando as oportunidades
para o aproveitamento das capacitações e produtos (bens e serviços) dos empreendedores.
• Inclusão social sustentada por uma Rede de Amparo Social e Políticas Compensatórias
Transitórias
• Atendimento das necessidades básicas do Cidadão de forma integrada e sustentada por uma
Rede de Infra‐estrutura Social Básica
• Desconcentração do desenvolvimento do Estado, através dos eixos de desenvolvimento
regionais, orientados pelas cadeias produtivas e vocações.
• Melhoria e ampliação da infra‐estrutura econômica do Estado, visando suportar o Programa de
Desenvolvimento.
• Sergipe como uma referência em gestão pública, pela prática do empreendedorismo
focalizado em resultados sustentáveis.
• Sustentabilidade econômico‐financeira do Programa de Desenvolvimento do Estado, com base
em soluções inovadoras.Reconhecimento e sustentação do Programa de Governo pela
Sociedade
CARTEIRA DE PROGRAMAS ESTRUTURADORES
Empreendedorismo Saneamento Semi‐árido PRODETUR
Segurança Alimentar Saúde Pública SERGIPETEC Rodovias
Desfavelamento Educação Pública Aquanegócio Energia
Habitação Segurança Pública Fruticultura Gestão Pública
4. A Implementação da Estratégia
No âmbito da operacionalização do planejamento estratégico reside um dos maiores desafios para a
gestão pública atual: integrar as diversas partes do governo, de forma a proporcionar as condições
para desenvolvimento dos objetivos e metas estratégicas estabelecidas no planejamento. Para tanto
foi desenvolvido um modelo de gestão governamental denominado Governo Matricial, que se baseia
em estruturas em rede para implantação de programas voltados para o desenvolvimento. Dessa
forma, a denominação matricial, segundo Marini & Martins (2004), foi proposta em sentido estrito,
uma vez que os elementos deste modelo (metas de desenvolvimento, programas, organizações e
recursos alocados) constituem uma dimensão que se relacionam em diversos pontos, conformando
uma matriz multidimensional. Ainda, segundo os autores, não se trata de prescrever a implantação
de estruturas organizacionais matriciais convencionais. Trata‐se de substituir a estrutura
governamental predominantemente mecanicista por estruturas em rede com feições orgânicas
voltadas para resultado.
Não há duvidas de que o êxito de qualquer gestão em busca de resultados capazes de gerar valor
para a sociedade pressupõe a utilização de uma estratégia eficaz, identificada e posta em prática
pela gestão estratégica. Nos governos, a alta administração pode desenvolver suas estratégias por
meio de análises formais, de tentativas e erros, intuição ou até mera sorte. Mesmo quando os
gestores admitem que chegaram a estratégias bem‐sucedidas guiados unicamente pela intuição, se
fizermos uma análise retrospectiva, encontraremos uma lógica subjacente, um conjunto de
princípios. De qualquer maneira, independentemente da forma como tenha surgido, a estratégia
deve sustentar o sucesso do governo.
Assim, o ponto de partida para esse modelo de Governo Matricial proposto é a formação de uma
estratégia capaz de captar, tanto quanto possível, as profundas transformações no entorno do
governo e que, sobretudo, produza um planejamento estratégico consistente e factível. O passo
seguinte será o desenho da organização nas suas arquiteturas organizacional e financeira de forma a
possibilitar a implementação da estratégia desenvolvida através de seus diversos projetos
contemplados.
Operacionalizar a estratégia pressupõe dois movimentos simultâneos: um, em direção ao desenho da
arquitetura organizacional dotada de instrumentos suficientes para realizar os objetivos e metas
estratégicas propostas; o outro contempla uma arquitetura financeira que provenha suporte
econômico‐financeiro a todo o processo de administração estratégica. O equilíbrio entre esses dois
movimentos é a chave para o êxito na implementação da estratégia governamental. Esses mesmos
movimentos devem, também, estar inseridos nos detalhamento dos projetos que viabilizam a
estratégia a ser seguida.
4.1 A Concepção das Arquiteturas Organizacional e Financeira
Assim, as mudanças propostas pelo modelo de gestão apresentado foram estruturadas de forma a
desenvolver o estado a partir do planejamento estratégico e estruturar as Arquiteturas
Organizacional e Financeira.
No âmbito da Arquitetura Organizacional, parte‐se dos objetivos e metas estratégicas para proceder
com os ajustes dos processos formadores da cadeia de valor da organização. Uma vez realizado o
ajuste, ajustados processos / estratégia, o desenho da estrutura organizacional procurou agrupar
esses processos de forma a garantir sua melhor interdependência funcional, ao tempo de possibilitar
a concepção de um sistema de tomada de decisões ágil e eficaz.
De forma complementar, a automação e Integração desses processos ‐ utilizando‐se a tecnologia de
informações ‐ permitiram a utilização ou desenvolvimento de Sistemas de Gestão e sua disposição
como instrumento imprescindível para a perfeita gestão pública.
Na seqüência da configuração da arquitetura organizacional está a concepção e implantação de
sistema de mensuração de resultados baseado em indicadores originados dos objetivos e metas
estratégicas. Por fim, na formação última dos elementos essências ao desempenho satisfatório da
organização está o desenho de uma política de gestão de pessoas sustentada em um sistema de
remuneração e recompensas devidamente atrelado à estratégia governamental através dos
indicadores de desempenho.
Por outro lado, a estruturação da Arquitetura Financeira, consiste em partir dos objetivos e metas
estratégicas para formar: o orçamento do estadual, a estrutura de capital necessária à
implementação dos projetos estruturantes, a contabilidade pública, a contabilidade gerencial e o
sistema de custos, além de estruturar os sistemas de administração financeira de curto e longo
prazo.
4.1.1 A arquitetura Organizacional ‐ O Desenho da Estrutura Organizacional do Governo
No âmbito da reestruturação da estrutura organizacional do governo de Sergipe foram estabelecidos
estudos comparativos dos modelos de organização administrativa dos diversos estados da Federação,
apresentados alternativas de modelos organizacionais, em versão preliminar, para análise e
aprovação. E por fim, elaborado o detalhamento da alternativa escolhida (modelo conceitual) que
serviu de referência para a elaboração do Projeto de Lei de reforma administrativa a ser encaminhado
para aprovação da Assembléia Legislativa.
Processo de Elaboração das Propostas de Reestruturação
O processo de elaboração das alternativas de modelos de arquitetura foi organizado a partir das
seguintes etapas:
Realização de entrevistas com a alta liderança do estado (secretários e dirigentes de
entidades vinculadas) visando identificar as potencialidades e limitações do modelo
vigente.
Realização de entrevistas com alguns dirigentes de DAF visando identificar as
potencialidade e limitações do modelo atual de prestação de serviços administrativos.
Identificação do modelo de estrutura atual.
Visita a Agencia Goiana de Administração e Negócios Públicos.
Elaboração das alternativas.
Realização de reuniões com o Governador e Secretários para a apresentação das
alternativas.
Decisão do Governador.
Apresentação de Relatório Final (Modelo Conceitual) contendo subsídios para
elaboração dos instrumentos legais por parte do governo.
Adicionalmente foi proposta a criação de uma Secretaria Executiva para o Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social.
4.1.2 A arquitetura financeira – Desenho da estrutura ligando programas e organizações a
orçamento, finanças e controle.
Essa parte do trabalho tem o objetivo de dispor os instrumentos utilizados para consecução de
planejamento estratégico, através da estruturação da arquitetura financeira como mecanismo
integrado para impulsionar a criação de valor dentro das organizações estatais e do próprio Estado.
Os caminhos propostos fazem referência ao fluxo produzido pela dinâmica casual na correlação entre
a estratégia estabelecida e a nova forma de estruturação organizacional proposta pelo modelo do
Governo Matricial.
Ao desenhar estrutura organizacional do Estado em dois níveis, o primeiro com uma característica
funcional e o segundo com características transversais e voltado para programas estruturantes ‐ vitais
para a consecução do plano de governo ‐ é gerada mais um desafio para operacionalizar o plano
estratégico: a alocação de recursos orçamentários e, por conseqüência, financeiros aos grupos
intersecretariais, que carregam a responsabilidade de gestão dos programas estruturantes.
A solução desse problema não se apresenta fácil, pois não se trata, apenas, do estabelecimento de
dotações orçamentárias e financeiras, mas, sobretudo implementar uma estrutura orçamentária
voltada para resultados e considerar o nó aglutinador de atribuições das duas estruturas (funcional e
transversal) como uma unidade orçamentária e de gestão matricial de despesas, ou seja, a ênfase
centra‐se na estrita observância dos nós estruturais, formadores dos grupos gestores estratégicos e
operacionais ‐ passam a ser um elemento fundamental na gestão do processo econômico‐financeiro
de um estado voltado para resultados.
Para tanto, faz‐se necessário introduzir uma distribuição de responsabilidade e poder que permita a
realização de uma nova concepção na dimensão contratual do orçamento, vale dizer, estabelecer os
gerentes de programas como ordenadores de despesas e contratantes de nós horizontais da
estrutura proposta.
A estruturação da Arquitetura Financeira consiste em partir dos objetivos e metas estratégicas para
formar: o orçamento estadual, a estrutura de capital necessária e suficiente para implantação dos
projetos estruturantes, a contabilidade pública, a contabilidade gerencial e o sistema de custos, além
de estruturar os sistemas de administração financeira de curto e longo prazo.
Os pressupostos para a concepção da Arquitetura Financeira do governo Matricial estão assentados
na gestão estratégica das atividades do Estado e estruturada através de estudos e análises que
fundamentam a elaboração do Plano Plurianual – PPA estabelecido como orientação legal para o
desenvolvimento estadual.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o próprio Orçamento Anual são delineados e aprovados
para vincular e adaptar as linhas mestras estratégicas do PPA para a gestão operacional do ano a que
se refere o orçamento em foco. È nessa orientação para gestão operacional, que se encontra o cerne
da discussão da melhor forma de desenvolver a estruturação do orçamento para conferir eficácia ao
plano estratégico. Por sua vez, o processo de formulação do plano estratégico obedece a uma lógica
que contempla uma rigorosa análise do ambiente externo ao Estado.
O ambiente externo ao Estado precisa ser devidamente avaliado para que sejam percebidas e
estimadas as forças e as variáveis macroeconômicas e microeconômicas que atuam e atuarão na
região, de modo que se possam prever as faixas de variação possíveis para o comportamento das
receitas e, conseqüentemente, das despesas. Assim, o desenvolvimento econômico do país influencia
as projeções de receitas do FPE que caberão ao Estado; o desenvolvimento econômico estadual
oferece as bases projetivas do ICMS a ser arrecadado. O ambiente externo também estabelece o
conhecimento das necessidades da infra‐estrutura local e dos projetos sociais urgentes, que têm de
ser enfrentadas nas áreas de educação, na saúde e na segurança, especialmente.
5. Considerações Finais
Este trabalho é produto dos fundamentos, conceitos, idéias e observações cotidianas de vários
segmentos do Governo do Estado de Sergipe na difícil, porém gratificante, tarefa de transformar as
estruturas de governos e voltá‐las ao atendimento das estratégias propostas de forma compartilhada
e participativa. E, sobretudo, criar um modelo que, em virtude de seus valores, práticas, e sucesso,
tenha um impacto significativo sobre a forma de como governos se desenvolvem e são administrados
visando atendes aos anseios da sociedade.
A opção de adoção do Governo Matricial provém da conscientização da alta administração do estado
pela qual as mudanças não seriam possíveis sem uma nova abordagem conceitual que fugisse dos
modelos já postos em prática, desgastados pela parcialidade e temporalidade dos resultados
apresentados, além de um forte componente mecanicista. Para uma transformação desta natureza, o
entendimento das dimensões das mudanças internas nos diversos níveis do governo e a visão
integrada dos programas e projetos propostos em dois níveis, funcional e transversal, consiste na
ponte vital entre o governo, os indivíduos e as necessidades da sociedade.
Vale destacar que os resultados alcançados não serão perenes se não forem sustentados em
conceitos sólidos de comportamento, responsabilidade e funcionalidade. Este é o nosso desafio:
transpor as barreiras entre o possível e o desejável.