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EXM.º SR.

MINISTRO PRESIDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

FENAPPI – Federação Nacional dos Profissionais em Papiloscopia e Identificação, com


endereço na Rua 66, nº 124, centro, Goiânia-GO, Cep. 74055-070, por intermédio de
seu presidente, Sr. Antônio Maciel Aguiar Filho, brasileiro, casado, papiloscopista
policial civil, CI n.º 241533, CPF n.º 302185511-34, localizado neste mesmo endereço;
FENAPEF – Federação Nacional dos Policiais Federais, com endereço SEPS 712/912,
Bloco 1, Salas 101/107, Conjunto Pasteur, Cep. 70390-125, Brasília-DF, representada
por seu Presidente, Sr. Marcos Vinicio de Souza Wink e COBRAPOL – Confederação
Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, com endereço SCS, Quadra 1, Bloco G, Ed.
Barachat 703/706, Brasília-DF, representada por seu Presidente, Sr. Jânio Bosco
Gandra, vem, através do advogado Rafael Roldi de Freitas Ribeiro, brasileiro, casado,
OAB-ES n.º 9888, com escritório sito na Rua General Osório, n.º 83, Salas 508/509, Ed.
Portugal, Centro, Vitória-ES, onde recebe todas as comunicações processuais, interpor a
presente

PROPOSTA DE EDIÇÃO DE SÚMULA VINCULANTE


EM CARÁTER DE URGÊNCIA

embasando-se, para tanto, nos fatos e fundamentos que passa a expor:

1 – DA LEGITIMIDADE ATIVA:

Todas as três Entidades requerentes são Entidades Nacionais, representantes dos


interesses jurídicos e administrativos das categorias policial civil e federal, nelas
inclusos os interesses do cargo de Papiloscopista Policial e seus congêneres (perito
papiloscópico, perito papiloscopista, datiloscopista policial).

Para tanto, escuda-se no art. 103-A da Constituição da República, assim descrito:

“Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.”

e, outrossim, no art. 3.º, da Lei 11.417, a seguir descrito:

“Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado


de súmula vinculante:

(...)

VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;”

2 –ESCORÇO HISTÓRICO:

Neste ano de 2009, o uso da Papiloscopia como Ciência Criminal aplicável à elucidação
dos crimes completa 106 (cento e seis) anos de existência no Brasil (cópia do
DECRETO N. 4764 - de 5 de fevereiro de 1903 anexa).

Trazida para o Brasil em 1903, foi implantada inicialmente no Estado do Rio de Janeiro
por Félix Pacheco, no Instituto que hoje em dia leva seu nome. Nos anos subseqüentes
foi sendo implantada nos demais Estados Brasileiros, passando a ser largamente
utilizada tanto na área civil quanto na criminal, sendo reconhecida mundialmente como
uma Ciência praticamente “exata” em matéria de identificação civil e na revelação de
incontáveis autores dos mais variados delitos.

Para se chegar a um método de identificação considerado cem por cento seguro, muito
se pesquisou e se valeu de inúmeros outros métodos de identificação, chegando-se ao
uso da Papiloscopia como limite supremo na busca de segurança para a identificação e
individualização dos cidadãos.

Hodiernamente, muito se tem falado na segurança oferecida pelo DNA como método
mais seguro de identificação dos seres humanos. Entretanto, além de não fornecer a
segurança oferecida pelo método papiloscópico, trata-se de um método caríssimo, muito
distante da realidade brasileira. Além disso, sua segurança tem sido muito contestada,
conforme se depreende de notícia recente reproduzida nas linhas a seguir:
“Andrew Pollack

Cientistas em Israel demonstraram que é possível falsificar evidência de DNA, minando


a credibilidade daquele que era considerado o padrão da prova em casos criminais.

Os cientistas fabricaram amostras de sangue e saliva contendo o DNA de uma pessoa


diferente da doadora do sangue e da saliva. Eles também mostraram que...

Cientistas em Israel demonstraram que é possível falsificar evidência de DNA, minando


a credibilidade daquele que era considerado o padrão da prova em casos criminais.

Os cientistas fabricaram amostras de sangue e saliva contendo o DNA de uma pessoa


diferente da doadora do sangue e da saliva. Eles também mostraram que se tivessem
acesso a um perfil de DNA em um banco de dados, eles poderiam construir uma
amostra de DNA que batesse com a do perfil, sem obtenção de qualquer tecido daquela
pessoa.

"É possível manipular uma cena de crime", disse Dan Frumkin, o principal autor do
estudo, que foi publicado online pelo "Forensic Science International: Genetics".
"Qualquer estudante de biologia pode realizar isso."

Frumkin é um fundador da Nucleix, uma empresa com sede em Tel Aviv que
desenvolveu um teste para distinguir amostras reais de DNA de falsas, que espera
vender para laboratórios periciais.

O plantar de uma evidência fabricada de DNA em uma cena de crime é apenas uma
implicação do estudo. Uma invasão potencial de privacidade é outra.

Usando algumas das mesmas técnicas, pode ser possível recolher o DNA de qualquer
pessoa, a partir de uma bituca de cigarro ou copo de papel descartável, e transformá-la
em uma amostra de saliva que poderia ser apresentada a uma empresa de teste genético,
para obter a descendência ou o risco de desenvolvimento de várias doenças.
Celebridades poderiam passar a temer os "paparazzi genéticos", disse Gail H. Javitt, do
Centro de Genética e Políticas Públicas da Universidade Johns Hopkins.

Tania Simoncelli, consultora científica da União Americana das Liberdades Civis, disse
que os resultados são preocupantes. "DNA é muito mais fácil de plantar em uma cena
de crime do que impressões digitais", ela disse. "Nós estamos criando um sistema de
justiça criminal que está cada vez mais apoiado nesta tecnologia."

John M. Butler, líder do projeto de teste de identidade humana do Instituto Nacional de


Padrões e Tecnologia, disse ter ficado "impressionado em quão bem eles conseguiram
fabricar os falsos perfis de DNA". Entretanto, ele acrescentou, "eu acho que o criminoso
médio não será capaz de fazer algo assim".

Os cientistas fabricaram amostras de DNA de dois modos. Uma exigia uma amostra real
de DNA, apesar de minúscula, talvez de um fio de cabelo ou copo usado. Eles
ampliaram a amostra minúscula em uma grande quantidade de DNA, usando uma
técnica padrão chamada amplificação do genoma.
É claro, um copo ou um fio de cabelo poderiam ser deixados na cena do crime para
implicar alguém, mas o sangue ou a saliva seriam mais críveis.

Os autores do estudo pegaram sangue de uma mulher e o centrifugaram para remover as


células brancas, que contêm DNA. Às células vermelhas restantes eles adicionaram
DNA que foi amplificado de um fio de cabelo de um homem.

Como as células vermelhas não contêm DNA, todo o material genético na amostra de
sangue passou a ser do homem. Os autores a enviaram para um importante laboratório
pericial americano, que o analisou como se fosse uma amostra normal do sangue de um
homem.

A outra técnica faz uso dos perfis de DNA, armazenados em bancos de dados legais
como uma série de números e letras correspondentes às variações nos 13 pontos no
genoma de uma pessoa.

De um pool de amostra de DNA de muitas pessoas, os cientistas clonaram minúsculos


fragmentos de DNA representando as variantes comuns de cada ponto, criando uma
biblioteca desses fragmentos. Para preparar uma amostra de DNA capaz de combinar
com qualquer perfil, eles apenas reuniram os fragmentos apropriados. Eles disseram que
uma biblioteca de 425 fragmentos diferentes de DNA bastariam para cobrir todo perfil
concebível.

O teste da Nucleix para dizer se uma amostra foi forjada explora o fato do DNA
amplificado - que seria usado em qualquer uma das técnicas de fraude - não ser
metilado, o que significa que ele carece de certas moléculas que estão ligadas ao DNA
em pontos específicos, geralmente para desativar genes.

Tradução: George El Khouri Andolfato

FONTE:http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2009/08/18/ult574u9602.jhtm”

Conforme se observa, nada ainda há que se compare à Papiloscopia como método mais
seguro para ser utilizado na identificação dos seres humanos e para a busca da autoria
dos delitos. Por intermédio do uso dessa mais que secular Ciência Criminal, inúmeros
criminosos, e apenas eles, estão pagando pelos seus erros; o que levou o Estado a
abandonar métodos arbitrários e ultrapassados na identificação dos cidadãos. Ciência
secular, frise-se, mas a cada dia mais necessária para a elucidação dos crimes.

Sem qualquer dúvida, nas polícias de todo o mundo o uso da Papiloscopia é o principal
método de elucidação dos crimes. Nos Estados Unidos da América do Norte ela é
responsável, segundo dados incontestes, pela resolução de 70% (setenta por cento) de
todos os crimes que deixam vestígios ocorridos naquele País. Uma marca indelével a
respeito da importância da Papiloscopia para a história das Ciências Criminais
mundiais.

Na Inglaterra, técnicas envolvendo impressões digitais desfrutam de um


reconhecimento ímpar e amplo, tanto para uso civil como para uso criminal, conforme
se observa no texto abaixo, publicado no site
“gazetaonline”(www.gazetaonline.com.br):

“Impressão digital vai identificar uso de droga:

Até agora, a biometria era o máximo da tecnologia envolvendo impressões digitais.


Esse cenário mudará, no entanto, se depender de pesquisadores britânicos, que querem
utilizar essa marca pessoal para identificar doenças, uso de drogas e também casos de
doping (uso de substâncias químicas entre atletas).

David A. Russell, pesquisador da Universidade East Anglia e líder do projeto, espera


que em breve seja possível obter informações sobre o estilo de vida de uma pessoa, com
base em suas impressões digitais. “Dessa forma, seria possível usar essa técnica para
detectar o uso de drogas, remédios e comida ingerida, além de diagnosticar algumas
doenças”, afirmou o pesquisador.”

Num mundo cada vez mais globalizado, informatizado e dependente de segurança, as


impressões digitais tem sido empregadas nas mais variadas situações, apontando para
um salto vertiginoso no seu uso. Em inúmeras áreas, o uso das impressões digitais está-
se alargando, e não apenas na segurança pública, haja vista: comércio, compras via
internet, bancos, informática, vestibular, prédios privados, etc.

Várias pessoas desconhecem a importância da Papiloscopia para a elucidação dos


crimes. Mas basta se assistir a um desses canais de TV’s pagos para se constatar o quão
importante ela é para as polícias e para a sociedade.

A comunidade internacional destaca corriqueiramente a importância dessa Ciência


Criminal e seu papel relevante na história da busca aos criminosos.

Além de utilizar um dos métodos mais baratos existentes, ela é uma das poucas Ciências
cujos laudos são absolutamente conclusivos, não pairando qualquer dúvida quando
indica que uma prova se relaciona a um determinado criminoso.

Isso sem falar nos retratos falados, na identificação criminal, na identificação necro-
papiloscópica, na manutenção do maior banco de dados civil e criminal do Estado, nas
atribuições contidas no Código de Processo Penal (art. 809 do CPP), na emissão de
Folhas e Boletins de antecedentes criminais e na identificação civil - todas essas,
atribuições deste cargo no Brasil há mais de um século, sem interrupções.

Se nos países mais desenvolvidos do mundo não paira qualquer dúvida a respeito da
Papiloscopia como Ciência Criminal imprescindível e de seus componentes como
peritos oficiais do Estado; no Brasil, País em que a violência e os altos índices de
criminalidade imperam, os peritos em Papiloscopia têm que provar dia a dia a
importância desse cargo para o combate aos criminosos, numa inversão de valores sem
precedentes.
Apesar de tudo, só nos primeiros quatro meses do ano de 2008, a guisa de exemplo,
segundo reportagem publicada no jornal “A Tribuna”-ES, foram cometidos quase 4.000
arrombamentos. Desses 4.000 arrombamentos ocorridos, os peritos papiloscópicos
foram chamados para periciar apenas 400 deles. Isso por falta de condições de trabalho
e pelo descaso direto de autoridades que desconhecem a Papiloscopia como Ciência
Criminal, não investindo nos Institutos de Identificação para que possam fazer frente a
um número permanentemente crescente de criminosos.

Sem falar nas dezenas de centenas de homicídios em que os peritos em Papiloscopia


nem sequer são acionados pelas autoridades para buscar a autoria e participar
ativamente da dinâmica desses crimes. São famosos os inúmeros casos de homicídios
no Brasil em que os locais dos crimes não são preservados e os peritos em Papiloscopia
não são acionados para participarem ativamente da busca de suas autorias.

Será que essa não é também uma das causas diretas do aumento vertiginoso da
impunidade que tanto se critica e se busca combater no Brasil?

OBS.: Como registro, transcreve-se um resumo das atribuições do cargo de


Papiloscopista e seus congêneres (perito papiloscópico, perito papiloscopista,
datiloscopista policial) em todo o Brasil:

“DESCRIÇÃO SUMÁRIA:
Executar atividades de natureza policial, relacionadas com trabalhos de
Papiloscopia, para fins de identificação ou perícias criminalísticas, bem
como identificação civil, criminal e post-mortem de pessoas físicas, pelo
método dactiloscópico.
DESCRIÇÃO DETALHADA:
1 - Efetuar levantamento de impressões papilares em local de crime ou
acidentes, mediante emprego de técnica adequada;
2 - Fazer identificação de delinquentes ou outras pessoas apresentadas pelos
órgãos de identificação, através dos sistemas:
monodactilar, decadactilar, fotossinaléticos, palmar, plantar, nominal,
poroscópico e retrato falado;
3 - Classificar e organizar fichas individuais em tipos e subtipos nos
arquivos dos diferentes sistemas;
4 - Realizar perícias papiloscópicas e necropapiloscópicas, elaborando os
respectivos laudos;
5 - Realizar exames e pesquisas concernentes ao campo da papiloscopia,
visando ao estabelecimento de identidade física dos autores
das infrações penais.
6 - Elaborar laudos periciais, destinados à Justiça, bem como prestar
esclarecimentos sobre a identidade de pessoas, quando requisitado pela
Autoridade Judicial;
7 - Realizar estudos e pesquisas com vistas ao desenvolvimento da
tecnologia no campo da ciência papiloscópica;
8 - Processar a identificação de identificação de pessoas que requerem
documentos de identidade e antecedentes e das que forem encaminhadas
pelas autoridades competentes, preparando os registros e documentos
respectivos;
9 - Proceder a identificação datiloscópica de cadáveres no interesse da
Justiça, tanto criminal como civil, elaborando os respectivos laudos periciais;
10 - Organizar e manter atualizados os prontuários de identificação e
qualificação;
11 - Atender ao público e dar informações sobre o andamento de processo,
mantido em seção específica os Boletins de Identificação Criminal (BIC) e
Folha de Antecedentes Criminais (FAC);
12 - Fazer a classificação das impressões colhidas e arquivá-las
convenientemente, tanto na Seção Datiloscópica como na Seção de Arquivo
Monodactilar.
13 - Redigir as informações solicitadas pelas autoridades policiais e
judiciárias em assuntos relacionados à ciência papiloscópica;
14 - Proceder a tomada de impressões digitais em pessoas vivas e em
cadáveres, quer sejam estes recolhidos no Departamento Médico Legal, em
necrotério, exumados e em recém-nascidos;
15 - Realizar trabalhos de identificação civil e criminal, mediante o
preenchimento de prontuários e planilhas no que diz respeito aos caracteres
qualitativos e cromáticos do indivíduo;
16 - Executar as tarefas de preenchimento de prontuários, planilhas, boletins
de antecedentes criminais, cédulas de identidade, atestados e
certidões;
17 - Operar o equipamento especializado destinado ao arquivamento de
individuais datiloscópicas;
18 - Revelar os fragmentos de impressões digitais encontradas em locais de
crimes ou acidentes mediante o emprego de reagentes químicos sólidos,
líquidos e gasosos;
19 - Proceder a exérese dos dedos dos cadáveres quando necessário à
identificação dos mesmos;
20 - Cumprir a escala de plantão que lhe for determinada e convocações
extraordinárias;
21 - Proceder, com exclusividade, as atribuições acima elencadas;
22 - Manter em arquivos, álbuns fotográficos atualizados dos criminosos
para confronto com os retratos falados.”
Todas elas sob a responsabilidade dos Papiloscopistas Policiais Civis de
todos os Estados deste País e dos Papiloscopistas Policiais Federais, desde o
surgimento desta Ciência no Brasil, há mais de um século.

3 – DOS FATOS:

Sem pretender realizar um completo levantamento histórico a respeito do nascimento da


perícia no Brasil, o que não se traduz o principal objetivo desta petição, não se pode
deixar de tecer algumas considerações a ele ligadas, a fim de que restem patentes os
motivos que levam os peticionários a pleitear a edição de súmula vinculante por essa
Suprema Corte.

Anteriormente ao ano de 1903, todas as acusações feitas àqueles cidadãos que


enveredavam pelo caminho dos crimes embasavam-se em provas unicamente médico-
legais, somente ligadas à comprovação da causa mortis. O uso de quaisquer outras
provas, que não as ligadas à causa mortis, nas acusações dos cidadãos, era
absolutamente raro, haja vista nos referirmos a uma época em que primeiro se prendia, e
os cidadãos que provassem não serem culpados das imputações que lhes eram feitas.

A partir do ano de 1903, com a criação do Instituto Félix Pacheco, no Estado do Rio de
Janeiro, então Capital da República, nasce no Brasil a era da busca pelas provas
periciais nas acusações imputadas aos cidadãos. Isso porque a população já não tolerava
mais o arbítrio a que era submetida, sendo lançadas às galés, às masmorras, às penas de
banimento e às penas de açoitamento, em quase todos os casos sem uma fundamentação
probatória que lastreasse a atuação estatal.

Félix Pacheco inaugura com o Instituto que leva o seu nome a era da busca da prova
técnica nas acusações estatais em face dos cidadãos. Para tanto, trouxe ao País uma
nascente Ciência, surgida na Argentina, denominada Papiloscopia, em que se buscava
fundamentar todas as acusações imputadas aos cidadãos por meio de lastro probatório.
E com o Félix Pacheco surgem os demais Institutos de Identificação do Brasil

Nessa época chegou-se a cogitar a transformação da Polícia Civil numa Polícia Técnica,
tal a operacionalidade dos Institutos de Identificação. Os peritos dos Institutos de
Identificação eram responsáveis pela realização de todas as perícias exigidas pelos
crimes em voga naqueles tempos, à exceção da determinação da causa mortis, que
continuava com os legistas.

Os profissionais da Papiloscopia já eram, inquestionavelmente, denominados peritos, e


ninguém duvidava de tal afirmativa. Nos Institutos de Identificação se localizavam os
laboratórios periciais, o laboratório fotográfico (a fotografia chegava ao Brasil naqueles
tempos) e o quadro de peritos da Polícia Civil.

Desde o ano de 1903, portanto, os peritos em Papiloscopia fazem as perícias afetas às


atribuições deste cargo, tendo o poder e o dever legal de emitirem os laudos a elas
correspondentes. Perícias essas descritas no Escorço Histórico, localizadas no primeiro
tópico desta petição. Esse direito de realizar perícias papiloscópicas, seguido da emissão
dos laudos correspondentes, conforme se constata, datam de 1903, sendo mais do que
seculares.

Uma das importantes atribuições dos Institutos de Identificação, paradoxalmente acabou


se tornando motivo do abandono total a que foram relegadas suas atividades criminais
periciais ao longo desses anos: a identificação civil (emissão de cédulas de identidade).
Quase todos os governos, ao longo do século passado, foram diminuindo
gradativamente seus investimentos na área criminal dos Institutos de Identificação,
voltando suas atenções para a parte civil. Isso porque a cédula de identidade veio
“comprando” muitos votos de pessoas à margem da sociedade, ao longo da história
desse País.

A par disso, inúmeras autoridades igualmente não se dão conta de que cada cédula de
identidade emitida corresponde a uma perícia de cunho civil. Através da emissão da
cédula de identidade, os cidadãos são, antes de tudo, individualizados, atestando e
garantindo os Institutos de Identificação por meio das impressões digitais e outros sinais
antropométricos que cada pessoa é única perante o Estado, os demais co-cidadãos e os
seus direitos e deveres.

A criação desses portentosos bancos de identificação civil se prestam, além de tudo,


para a identificação e individualização dos cidadãos nas questões criminais. A
identificação criminal está umbilicalmente ligada à identificação civil. Não há como se
chegar à identificação de um cidadão acusado criminalmente, sem que se faça uso do
banco de dados civil dos Institutos de Identificação. Exatamente por esse elementar
motivo, os Institutos de Identificação são detentores dos maiores bancos de dados civil e
criminal do Estado Brasileiro.

Todos os Estados buscam e possuem meios de identificar e individualizar seus cidadãos


para que cada um possa responder única e exclusivamente pelos atos que comete, sem
que se volte ao passado arbitrário das acusações sem provas. Para isso a ciência é
utilizada na busca dessa identificação segura e legal.

No ano de 1931, paralelamente a esse escasso investimento nos Institutos de


Identificação, um novo instituto se fortalecia: o Gabinete de Pesquisas Científicas. Este
Instituto (Gabinete) era responsável, inicialmente, pela realização de pesquisas voltadas
para o auxílio das atividades desenvolvidas pelos peritos da polícia (então peritos dos
Institutos de identificação) e pelos médicos legistas (hoje, seria, mutatis mutandis, o que
denominamos de perícia bioquímico-toxicologista). Era composto basicamente de
químicos e destinava-se aos exames laboratoriais de uma gama de materiais levantados
nos locais de crimes. Deste Instituto (Gabinete) nasceu, indubitavelmente, o que hoje
chamamos de Instituto de Criminalística.

Desta forma, em largas passadas, estava criado o tripé que deu origem ao que hoje
denominamos de Polícia Técnico-Científica Brasileira, composta dos três Institutos
atuais: de Identificação, de Medicina-Legal e de Criminalística.

3.1 – DA CONDIÇÃO DO PAPILOSCOPISTA COMO PERITO OFICIAL:

De uma década para cá começou uma discussão que tem trazido inúmeros reflexos para
a sociedade brasileira. Não se sabe por quais razões lógicas ou científicas, começou-se a
duvidar da condição dos peritos em Papiloscopia como peritos oficiais do Estado.

Não há qualquer dúvida em ter sido o perito em Papiloscopia o primeiro cargo estatal a
receber a denominação de PERITO do Estado Brasileiro e de todos os demais Estados,
mundo afora. Quem comprova esse fato é a própria história e a legislação pátria. Uma
rápida pesquisa na legislação brasileira, nacional e estadual, comprova esse fato.

Não obstante isso, várias ações judiciais tem surgido questionando os laudos emitidos
por esses peritos do Estado, todos concursados, pondo em grave risco as atividades dos
Institutos de Identificação do País.

Deve-se deixar patente que são inúmeros os laudos emitidos pelos peritos em
Papiloscopia (cópias exemplificativas anexas), durante todos esses anos após o
nascimento da Papiloscopia no Brasil (1903).
Num momento em que a violência campeia e dita regras no Brasil, surge uma discussão
que coloca em risco toda a atividade da segurança pública, lançando dúvidas sobre
laudos e perícias realizadas durante mais de um século. Uma verdadeira capitis
diminutio para os integrantes de um cargo imprescindível, que deveriam desfrutar de
um respeito impar por parte de toda a comunidade jurídica nacional, principalmente
diante dos relevantes serviços públicos que vem prestando ao povo brasileiro.

Enquanto os criminosos enclausuram os cidadãos cumpridores dos seus deveres, os


peritos em Papiloscopia estão lutando diuturnamente durante mais de uma década para
tentar provar uma condição que deveria ser prontamente reconhecida por pessoas que
são sabedoras de sua importância para a segurança pública e para a Justiça.

Por incrível que possa parecer, os peritos em Papiloscopia tem que ficar “mendigando”
trabalho, implorando serem convocados para os locais de crimes, a fim de que possam
contribuir com a diminuição da impunidade no País.

Nos locais em que os governos entendem a importância da Papiloscopia, caso do


Distrito Federal, os peritos em Papiloscopia realizam em média 2.000 (duas mil)
perícias mensais, sendo responsáveis por grande parte da elucidação dos crimes lá
ocorridos.

Mesmo assim, apesar de realizarem um número de perícias mensais absurdo, estão


lutando desesperadamente para que se reconheça o NÍVEL DE ESCOLARIDADE
PARA INGRESSO NO CARGO COMO DE TERCEIRO GRAU e a
NOMENCLATURA PERITO PAPILOSCOPISTA.

Isso porque, hoje é exigência do Código de Processo Penal que as perícias oficiais
sejam realizadas por portadores de nível superior:

“Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.”

Com toda a vênia que se deve aos governantes, imediatamente após a alteração do CPP,
todos os cargos da Polícia Técnica deveriam ter sua exigência de ingresso adaptados às
novas exigências legais. Durante quanto tempo todos os advogados que defendem
criminosos vão ficar sem questionar a legalidade dos laudos emitidos por peritos
oficiais ocupantes de cargos sem a alteração do grau de escolaridade exigido para neles
ingressar?

Essa falta de ação dos governos é o principal motivo de várias ações judiciais
questionando os laudos emitidos pelos papiloscopistas policiais estaduais e federais. E,
como conseqüência, pode-se estar em vias de colocar em liberdade dezenas de centenas
de criminosos condenados com base nos laudos periciais emitidos por esses mais que
seculares peritos da Polícia Técnica.

Direitos fundamentais, tanto dos cidadãos que se encontram presos e também dos que se
encontram em vias de prisão como consequência dos laudos periciais emitidos pelos
peritos em Papiloscopia, quanto dos próprios peritos em Papiloscopia, estão gravemente
em risco, necessitando de uma intervenção urgente por parte dessa Suprema Corte.
3.2 – O TERMO “PERITOS CRIMINAIS” CONTIDO NO CPP:

Outro ponto de suma importância e em que se busca um entendimento dessa Suprema


Corte: a que se refere o termo “peritos criminais” contido em alguns incisos do Código
de Processo Penal?

“Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a


autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais;”
O entendimento a respeito do real significado desse termo tem levado a interpretações
equivocadas que igualmente colocam em risco a segurança pública e os direitos
fundamentais.

Segundo o Dicionário Houaiss, o significado da palavra perito é:


adjetivo e substantivo masculino
1 que ou aquele que se especializou em determinado ramo de atividade ou
assunto
Ex.: p. em radiologia, em egiptologia etc.
2 que tem experiência ou habilidade em determinada atividade
Ex.: era p. no manuseio de cartas
3 Rubrica: termo jurídico.
diz-se de ou técnico nomeado pelo juiz ou pelas partes para que opine sobre
questões que lhe são submetidas em determinado processo

E do mesmo Dicionário, a palavra criminal:

adjetivo de dois gêneros


1 concernente a ou que envolve crime; criminoso
2 que se refere a julgamento de crimes

Donde se conclui que “peritos criminais” seria: aquele que se especializou ou que tem
habilidade na seara criminal.

Quer-se deixar patente que o termo “peritos criminais ”, contido no CPP, se refere a
todos os experts, concursados, da área estatal que lidam diretamente com a busca do
fornecimento de provas que embasam as acusações em face dos cidadãos. Dessa forma,
é perito criminal: o médico legista, o perito bioquímico, o odontologista, o perito
criminal, o papiloscopista, o perito papiloscopista, etc.

Isso porque, alguns operadores do Direito (dentre eles, alguns juízes) tem entendido que
o termo “perito criminal” se refere unicamente ao cargo de perito criminal das Polícias
Técnicas, o que não tem qualquer procedência legal. E tem entendido assim
contrariando decisão dessa Suprema Corte na ADI 1477 (com efeitos erga omnes) em
que restou patente a condição do papiloscopista como perito oficial do Estado com
plenos poderes para emitir os laudos periciais afetos às suas atribuições.
Esse é outro grave motivo da insegurança que paira sobre os laudos emitidos pelos
peritos em Papiloscopia e sobre as perícias por eles realizadas, que deve ser
imediatamente esclarecido por essa Suprema Corte de Justiça.

4 – CONTROVÉRSIA ATUAL QUE ACARRETE GRAVE INSEGURANÇA


JURÍDICA E INSEGURANÇA RELATIVA AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:

Conforme relatado linhas atrás, várias ações judiciais e pareceres administrativos


começaram a questionar em todo o Brasil a condição de perito oficial do Papiloscopista
(perito papiloscopista, perito papiloscópico), tanto na área estadual quanto na federal,
fazendo pairar graves e infundadas dúvidas, até com a possibilidade de soltura de presos
condenados, a respeito dos laudos por esses peritos oficiais emitidos.

Essa insegurança já perdura por mais de uma década, fato que fez trazer os peticionários
a essa Corte, buscando solução definitiva para essa grave situação.

Ainda no ano de 1999, essa Suprema Corte foi instada a se pronunciar na ADIN 1477,
oriunda do Distrito Federal, sobre a possibilidade de emissão de laudos pelos
papiloscopistas do Distrito Federal, tendo afirmado com todos os efes e jotas que esses
peritos oficiais possuem capacidade plena para emissão dos seus laudos, cuja Ementa
abaixo se transcreve:

“ADI 1477 DF Datiloscopistas tem independência para laudos periciais

ADI 1477 / DF - DISTRITO FEDERAL


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI
Julgamento: 02/09/1999 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação: DJ DATA-05-11-1999 PP-00002 EMENT VOL-01970-01 PP-
00200
Ementa

EMENTA: Não invade competência legislativa da União o disposto no art.


119 da Lei Orgânica do Distrito Federal, ao conferir aos datiloscopistas
policiais, a garantia de independência funcional, na elaboração de laudos
periciais (Constituição Federal, artigos 22, I e XVII, 21, XIII e XIV e 24, XI
e XVI).”

Vê-se que o problema já atravessa década, tendo se agravado no decorrer dos anos.

Mais recentemente, ocorreu um furto de dólares em um cofre localizado nas


dependências da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Foi realizada uma perícia
papiloscópica pelos papiloscopistas policiais federais, que conseguiram, através de um
trabalho reconhecido internacionalmente, chegar à autoria do delito.

Os advogados das partes envolvidas, fomentados por uma perita criminal da Polícia
Federal que lhes forneceu informações inverídicas, questionaram o laudo, tentando
desclassificá-lo sob a alegação de que os papiloscopistas não são peritos oficiais, e,
portanto, não poderiam ter realizado a perícia e emitido o respectivo laudo.

Segue, abaixo, matéria publicada nos meios de comunicação em que os Excelentíssimos


Senhores Desembargadores do TRF da Segunda Região rechaçaram as alegações dos
advogados dos réus:

“Desembargadores reconhecem papiloscopistas como peritos oficiais

01/12/2006

Os desembargadores da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional


Federal da 2ª Região negaram, por unanimidade, o habeas corpus que
pretendia a suspensão do processo que julga o furto de dólares, euros e
cocaína na Superintendência Regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro
no ano passado.

Conforme o acórdão HC-2006.02.01.010043-8, um laudo pericial emitido


por papiloscopistas policiais federais “seria o único documento a dar
respaldo à delação premiada do co-réu, além de prova da materialidade dos
delitos”, na ação penal nº 2005.51.01.522938-1 da 8ª Vara Criminal da
Justiça Federal no Rio de Janeiro.

Os advogados de defesa embasaram o HC em argumentos que tentaram


desclassificar o trabalho dos Papiloscopistas. Argumentos constantes do
Ofício n. 3437 de 10 de outubro de 2006, ex-Diretora do Instituto Nacional
de Criminalística, a Perita Criminal Federal Zaira Hellowell, exonerada há
poucos dias, e que respondeu a um questionamento feito via e-mail por um
dos advogados de defesa, e omitiu a atribuição pericial prevista para o
Papiloscopista desde a criação do INI em 1965, e existente na Portaria n.
523/89 – GAB/SEPLAN que classifica todos os cargos da Polícia Federal.

Na resposta ela diz que no Departamento de Polícia Federal, os peritos


oficiais são os Peritos Criminais Federais. “Papiloscopistas policiais
federais, assim como qualquer outra pessoa, podem, desde que nomeados
pela autoridade policial ou judiciária, elaborar e assinar laudos periciais nos
locais em que não existam Peritos Criminais Federais”. A resposta está no
ofício n. 3437/06- GAB/INC.

Apesar do injustificável desprezo e notória falta de reconhecimento


profissional que o papiloscopista policial federal sofre dentro de sua própria
instituição, o Desembargador Federal, Sergio Feltrin Corrêa analisou
tecnicamente o ordenamento jurídico que sustenta a atribuição técnica do
papiloscopista. O trabalho que resultou no acórdão foi aprovado de forma
unânime pelos desembargadores. Ganhou a sociedade.

No texto o desembargador diz que entende não haver exigência legal para
que o candidato aprovado no concurso para perito federal criminal tenha
formação específica em papiloscopia. “Em outras palavras, não é o perito
criminal pessoa habilitada para realizar levantamento de impressões digitais.
O papiloscopista é um especialista, um expert em identificação e atua em
área de conhecimento técnico específico em relação ao perito federal
criminal. Ambos, portanto, são “peritos oficiais”, cada um dentro de sua
especificidade”, diz Sérgio Feltrin.

Mais adiante ele ressalta que ante a especificidade do cargo deve se


considerar, para fins processuais penais, o papiloscopista como órgão
auxiliar do juízo, nos termos dos artigos 159 do CPP. “Portanto, mácula
alguma se faz possível lançar sobre trabalhos realizados por mencionados
policiais federais, no desempenho regular de atividades típicas do cargo
público ocupado, parecendo-me, aqui, absolutamente inconfundíveis as
claras circunstâncias da atuação especificamente empreendida por esses
servidores”.

O Desembargador relator do processo ressaltou, ainda, que o justo


reconhecimento profissional do serviço pericial sempre prestado pelo
papiloscopista não pode ser interpretado como uma manobra de equiparação
salarial, sendo justificada sua impossibilidade nas súmulas n. 399 do STF e
recurso especial n. 299.181 do STJ: “Promoções anteriores, à falta de
expressa previsão no Decreto-Lei nº 2.251/85, em nada repercutem em
reposicionamento decorrente de reestruturação subseqüente de cargo, pena
de concessão de aumento por isonomia, vedado no enunciado nº 339 da
Súmula do Supremo Tribunal Federal”.
(Retirado do site: http://www.fenapef.org.br)”

Inacreditavelmente, os advogados dos réus recorreram da decisão ao STJ, que refez a


decisão do TRF, dando ganho de causa aos réus, ao não reconhecerem o papiloscopista
da Polícia Federal como perito, conforme transcrito abaixo:

HABEAS CORPUS Nº 71.563 - RJ (2006/0266101-7)


RELATOR : MINISTRO NILSON NAVES
REL. P/
ACÓRDÃO
: MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
IMPETRANTE : MÁRCIO ENGELBERG MORAES E OUTRO
IMPETRADO : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO
PACIENTE : ANDRÉ CAMPOS (PRESO)

EMENTA
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. PROVA DA AUTORIA.
"LAUDO PAPILOSCÓPICO". NATUREZA DE INFORMAÇÃO
TÉCNICA. NULIDADE DA SENTENÇA. RECONHECIMENTO.
NECESSIDADE DE ENVIO DA INFORMAÇÃO TÉCNICA AOS
PERITOS OFICIAIS.

1. A informação técnica oriunda dos papiloscopistas deve ser


encaminhada aos peritos oficiais a fim de se elaborar o laudo
pericial, sob pena de violação do art. 159 do CPP, bem como do teor do art.
6º da instrução normativa n.14-DG/DPF, de 30.06.05.

2. Ordem concedida, em parte, pelo voto médio, para anular a


sentença e determinar que seja encaminhada aos peritos criminais a "perícia
papiloscópica" n. 401/2005-INI elaborada pelos papiloscopistas policiais
federais, para a elaboração de laudo, nos termos do art. 6.º da Instrução
Normativa n. 14-DG/DPF, de 30.06.2005. Após a apresentação do laudo, as
partes deverão ser intimadas para se manifestar, proferindo-se nova sentença.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça:
"Após o voto do Sr. Ministro Relator concedendo a ordem, do voto da Sra.
Ministra
Maria Thereza de Assis Moura concedendo a ordem em menor extensão e
dos votos
dos Srs. Ministros Hamilton Carvalhido e Napoleão Maia Filho denegando o
habeas
corpus, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus, pelo voto médio da
Sra.
Ministra Maria Thereza de Assis Moura que lavrará o acórdão. O Sr.
Ministro
Hamilton Carvalhido fará declaração de voto."

Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Paulo Gallotti e Paulo


Medina.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.
Brasília, 19 de junho de 2007.(Data do Julgamento)
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Relatora

Com toda a vênia, Senhores Ministros, uma capitis diminutio para os peritos em
Papiloscopia sem precedentes em mais de cem anos de história.
Está lá, estampado nos arquivos do STJ para os advogados de todos os réus condenados
com base nos laudos emitidos pelos peritos em Papiloscopia ao longo desses anos lerem
e tomarem as atitudes pertinentes.

Mais outra decisão, do mesmo STJ:

EDcl nos EDcl no HABEAS CORPUS Nº 71.563 - RJ (2006/0266101-7)


RELATORA : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
EMBARGANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMBARGADO : ANDRÉ CAMPOS (PRESO)
ADVOGADO : JAIRO FERNANDO MECABÔ E OUTRO(S)
INTERES. : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO

EMENTA
PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE
DROGAS. DELIMITAÇÃO DOS CONCEITOS DE PAPILOSCOPISTA E
PERITO OFICIAL. OMISSÃO. ARTIGO 6º, INCISO VIII, DO CPP.
OMISSÃO. EXISTÊNCIA DE OUTRAS PROVAS A RESPALDAR A
CONDENAÇÃO. OMISSÃO. INTERESSE PROCESSUAL. AUSÊNCIA.
1. Declarada a eiva da sentença, determinando-se a ultimação de perícia
papiloscópica, sobrevindo novo édito condenatório, com idêntica pena,
mantida a prisão processual, retornando o processo à fase que se encontrava
antes da anulação, não há mais falar-se em interesse processual para a
reforma doaresto do habeas corpus .
2. Embargos de declaração não conhecidos.

ACÓRDÃO
"A Turma, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, nos
termos do voto da Sra. Ministra Relatora." A Sra. Ministra Jane Silva
(Desembargadora convocada do TJ/MG) e os Srs. Ministros Hamilton
Carvalhido e Paulo Gallotti votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Nilson Naves.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Brasília, 27 de março de 2008 (Data do Julgamento)
MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Relatora

Outra ação judicial, agora uma ADI, ainda sob a análise dessa Suprema Corte:

ADI/2914 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


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Origem:ES - ESPÍRITO SANTO

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