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ISKCON – Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna 1

Fundador Ācārya A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda

Bhagavad-gītā Como Ele é, 10.34

Por Sua Santidade Hridayānanda Dāsa Goswāmī

Rādhāstami, 1ª Conferência Vaishnavī no Brasil, Nova Gokula, 2000

Por DEVI Seva Brasil – Transcrição por Gitamrta Devi Dasi (HDG)

“Eu sou a morte que tudo devora, sou o princípio encarregado de gerar tudo
o que vai existir. Entre as mulheres sou a fama, a fortuna, a linguagem
afável, a memória, a inteligência, a firmeza e a paciência”.

Śrīla Prabhupāda sempre dizia, quando explicava este verso, que se você tem vinte anos já morreu
vinte anos. Você tem um tempo que lhe foi dado e, assim, ter tantos anos significa tantos anos já esgotados.
Neste momento, o mundo material está se transformando. A cada instante que passa, uma realidade
material morre. Você não pode olhar duas vezes a mesma paisagem, respirar duas vezes no mesmo corpo. E
a morte em si, quando a pessoa é obrigada a mudar completamente de paisagem, de corpo, de tudo, essa
morte é Krishna. E quanto ao desenvolvimento futuro, Śrīla Prabhupāda diz que todas as entidades vivas
sofrem seis mudanças básicas: nascem, crescem, duram algum tempo, reproduzem-se, definham e, por fim,
desaparecem. Dessas mudanças, a primeira é o parto e isso é Krishna. Podemos observar que o nascimento
possibilita todas as outras fases de existência; os seres gerados primeiros [sic] abrem caminho a todas as
atividades futuras (como os devotos que abriram Nova Gokula e que não deveriam ser esquecidos, se
gostamos de cultura). Assim, essa fase primordial, essa fase fundamental é Krishna.
Tudo é Krishna, mas Ele está dando alguns exemplos de Sua opulência. E as sete opulências
enumeradas – fama, fortuna, linguagem afável, memória, inteligência, firmeza e paciência – são consideradas
femininas.
Śrīla Prabhupāda diz aqui que o sânscrito é uma língua perfeita. E essas sete palavras são femininas
assim como o português tem palavras femininas e masculinas e (como também o sânscrito) uma terceira
forma que é neutra. Então, não pode ser coincidência que essas qualidades sejam palavras femininas. Por ser
o sânscrito uma língua perfeita, isto faz-nos pensar no fato de que essas opulências de caráter, essas
qualidades, sejam por intenção, com razão, palavras femininas. Krishna poderia ter falado “Entre as palavras
femininas, Eu sou...” essas coisas, mas Ele disse especificamente “narinam”, entre as mulheres.
A primeira é kirtih, fama. Śrīla Prabhupāda diz que as mulheres são tipicamente mais religiosas que os
homens ou, pelo menos, são mais atraídas às cerimônias religiosas. Por isso, encontram-se mais mulheres
que homens nas igrejas e templos, essa tendência a adorar... Porque a fama é isso – quando todo mundo
adora uma pessoa, ela tem fama. Nesse sentido também a fama é feminina – essa boa vontade, esse desejo
de adorar, quem deseja o que também coincide com a natureza da alma. E essa natureza de adorar
direcionada para o alvo certo chama-se auto-realização. A palavra kirtih, fama,
está relacionada a kīrtan, glorificar. Então, kirtih significa não somente fama, mas o
processo de glorificar. E, uma vez que as devotas têm essa tendência a adorar,
facilmente isso se converte em auto-realização. Por tudo isso a fama é considerada
feminina.
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E depois, srih, beleza. Sim, a beleza feminina. E vak (que em português é vogal, vocal) a fala; a
linguagem; a lembrança, smritih (talvez as mulheres lembrem mais o aniversário que os homens) essa
qualidade de lembrança; e medha, a inteligência; dhritih, a determinação; e kshama, a paciência.
É muito interessante que essas palavras sejam femininas porque encontramos nas escrituras. Que
essas palavras não sejam só femininas no sentido linguístico, mas que essas qualidades sejam literalmente
mulheres, por encontrarmos cada qualidade dessas personificada numa deusa. Se estudarmos a criação do
Universo, as primeiras gerações de entidades divinas ou celestiais, veremos que todas essas qualidades
foram personificadas por uma mulher celestial. Isto é até mais interessante porque a relação não é somente
linguística, mas também pessoal.
Quando fui convidado a dar essa aula hoje, eu pensei que seria muito saudável para o Movimento
para a Consciência de Krishna – até grandioso, consciente, devocional e marcante – reconhecer a
contribuição histórica das devotas na Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. É uma maneira
de apreciar a grande contribuição das devotas é reconhecer o fato de que o Movimento nem poderia existir
sem elas. Mesmo dizer que as devotas ajudaram o Movimento como se ele fosse nosso, dos homens devotos,
acho que isso seria uma ilusão masculina, uma ilusão de nossa parte. Podemos dizer que nós também as
ajudamos porque, vendo a história do Movimento para a Consciência de Krishna, sem dúvida, ele não
existiria sem as devotas.
E srih, beleza. Podemos observar que a beleza de uma devota avançada é uma beleza espiritual,
mesmo que seja também uma beleza externa, ou aquilo que o mundo chama de beleza. Mas, devido ao seu
caráter elevado, é uma beleza que não agita, mas que purifica – a verdadeira beleza. Quando uma pessoa
fica apegada e luxuriosa, tal apego apaga completamente a capacidade de perceber a beleza. E quanto
maior esse apego no homem, mais ele tenderá a ficar irado, agitado; depois aquele apego superintenso vira
uma briga muito intensa e crimes de paixão. Apegando-se como uma besta, como um animal ao corpo
externo de uma mulher, a consciência fica encoberta como o céu com muitas nuvens. E, assim, a própria
capacidade de experimentar a beleza morre, é substituída pela ira e um tipo de necessidade animal de
possuir, de dominar, de tocar, que nunca pode ser uma capacidade refinada, avançada de apreciar a beleza.
Ao contrário, quando um homem percebe a beleza de uma devota consciente de Krishna, casta e pura, essa
própria atração purifica sua consciência porque ele está também percebendo uma beleza espiritual de caráter,
de virtude, uma beleza completa.
Purificando a consciência, o próprio observador aumenta sua capacidade de apreciar a beleza. Assim,
certas atividades são chamadas pecaminosas exatamente porque destroem a capacidade de escolher.

Se você decide, com seu livre arbítrio, tomar drogas pesadas e ficar viciado, você toma uma decisão
que destrói a possibilidade de mais decisões; você faz uma escolha que elimina qualquer outra escolha futura.
Não é simplesmente uma doutrina religiosa, é algo científico que se você aceita liberdade como valor,
consciência como valor, então mais liberdade, mais consciência, têm mais valor. Atividades que
cientificamente destroem a consciência e a liberdade são completamente contra o interesse prático da alma
e, por isso, são tidas como pecaminosas para alertar. (Se você “aguenta” o barulho do detector de fumaça,
quando chegar o incêndio... “boa viagem”). Nós não podemos resistir a esse sistema de avisos.
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Vak, a eloquência das devotas. As devotas são eloquentes porque uma devota sincera deixa Krishna
falar através dela. Podemos observar que, assim como os devotos, as devotas sinceras realmente são porta-
vozes da Verdade Absoluta. E muitos e muitos devotos, eu diria que não menos que a metade deles, são feitos
por devotas pregando.
Smritih e medha, memória e inteligência. Estas duas palavras
colocadas juntas são um fato que se repete, por um bom motivo, nos versos
do Gītā, onde Krishna diz que contemplando os objetos dos sentidos surge o
apego, do apego, a luxúria, a ira, da ira, a confusão, a perda da memória, da
perda da memória, a perda da inteligência. Smritih e buddhi, memória e
inteligência. Buddhi é especificamente o processo, a capacidade de analisar,
discriminar, separa o bem do mal, o seguro do inseguro, o benéfico do
maléfico, o dever do não dever; essa capacidade de confrontar um quadro de
dados sensoriais, digamos, de encontrar uma coleção de experiências ou de
sensações, de emoções e de categorizá-los; colocar cada sentimento, cada
percepção no devido lugar e compreender. E, exatamente no momento em que
você não pode mais lembrar, você perde sua inteligência. Por exemplo, no
passado cometi pecados e sofri muito; se os repito, sofrerei outra vez. Mas, no momento em que fico preso
por desejo material, esqueço disto. Assim, existem muitos exemplos nas escrituras, onde as devotas
lembraram aos homens seus deveres quando eles os esqueceram, criando neles, outra vez, inteligência
espiritual. As escrituras estão cheias desses exemplos. Se o propósito das escrituras é mostrar que as
mulheres são menos inteligentes, por que os passatempos selecionados de Krishna têm situações onde as
mulheres são mais inteligentes?
Quando os amigos de Krishna estavam com fome e Ele disse: “Lá está tendo um sacrifício de
brāhmanas eruditos. Vão até eles e peçam a prasāda do sacrifício. Os meninos foram, pediram humildemente
e os brāhmanas, muito arrogantes: “Nós somos brāhmanas, vocês são vaqueirinhos!” E não deram nada. Os
amigos de Krishna voltaram frustrados e, aí, Krishna recomendou: “Olha, voltem e falem para as esposas dos
brāhmanas, pois, elas são bem mais inteligentes”. Eles voltaram, pediram para elas e, como eram devotas
puras, imediatamente compreenderam.

O interessante é que todas as autoridades masculinas as proibiram. Eu acho que, o fato dessa
coleção completa de autoridades masculinas ter dado um mau conselho, não é por acaso. Estamos vendo um
ponto filosófico: o pai, o marido, o filho e o irmão proibiram. Se fosse uma história em que o pai proibiu e
o esposo não, alguém poderia dizer que talvez o pai não possa proibir, mas o marido sim. Ou se fosse o
marido, não o pai – o marido, não, mas pai, sim, tem de obedecer a cultura védica. Por isso, Śukadeva
Goswāmī contou uma história na qual todas as autoridades masculinas, cada uma delas proibiu, mas as
devotas foram de qualquer jeito e ficaram gloriosas. E, finalmente, lembrando suas atividades puras,
lembrando aos maridos sobre a verdade, eles também se renderam a Krishna; se envergonharam,
reconheceram a inteligência superior das esposas, que elas com sua lembrança de Krishna re-despertaram
neles inteligência pura. E, assim, Kuntī também o fez, lembrando Pāndu de seu dever religioso.
A determinação, dhritih, e paciência, kshamā. Eu vejo o fato de tantas devotas ainda estarem conosco
lembrando nossas impurezas, também como um bom exemplo dessas últimas qualidades, pois, só pessoas
pacientes podem aguentar a gente – nós não aguentamos nem nós mesmos!
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Acho que, por tudo isso, nós, como sociedade, devemos reconhecer a grande contribuição
das devotas admitindo-o publicamente. E não só admitir, senão glorificar o fato de que não
haveria uma Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, sem as devotas, ou sem
essas qualidades. Sem dúvida, temos de agradecer não unicamente a elas, mas não menos que aos
homens, pela presença dessas qualidades. E, além disso, temos de facilitar, olhar o serviço das
vaishnavīs, para que essas qualidades cresçam mais e mais na ISKCON. A letra “s” de ISKCON
significa sociedade, e a metade desta são as devotas. Temos de sempre lembrar que
considerando a contribuição delas ficamos inteligentes. E quando alguém chegasse deveria
encontrar, ver uma tradição, uma inspiração pelo que os vaishnavas e vaishnavīs que começaram
fizeram para a missão de Śrīla Prabhupāda em cada projeto, em toda a parte.
Muito obrigado.

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