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Este artigo apresenta reflexões sobre o tema abandono na velhice, com base
na percepção que idosos domiciliados e institucionalizados possuem sobre
abandono. A discussão teve como focos aquilo que o idoso entende por
abandono e em que situação ele se sente abandonado. O primeiro foco foi
trabalhado para delinear um conceito de abandono na velhice, e o segundo,
para identificar em que situações reais o abandono se configura e em que
contexto ele se dá. A discussão metodológica de natureza qualitativa utilizou a
análise de conteúdo para fundamentar o trabalho. Com vistas a sintetizar as
falas dos idosos, destacaram-se os aspectos mais importantes, classificaram-
se as idéias e propuseram-se as categorias de análise que representam o olhar
dos idosos entrevistados sobre o abandono. O texto traduz, da forma mais
fidedigna possível, a exploração qualitativa das falas dos idosos. As reflexões
apontam para um tema de fundamental importância e mostram que existem
várias possibilidades para enfrentar o abandono.
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A discussão sobre o tema abandono foi tratada em momentos distintos,
com fins de responder a duas questões essenciais do estudo: ³O que você
entende por abandono?´ e ³Em que situação uma pesso a se sente
abandonada?´. As duas questões foram os elementos norteadores da
indagação e expressam a inquietação sobre o assunto. Y
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O entendimento de abandono na velhi ce, sob o olhar dos idosos
entrevistados, relaciona -se à idéia de sozinho: ser sozinho, estar sozinho, ficar
sozinho, sentir-se sozinho e de não ter. Ser sozinho, como algo constitutivo,
intrínseco, permanente do ser humano; estar sozinho, como algo que po de ser
transitório, passageiro; ficar sozinho, como uma circunstância de perda, como
deixar de ter o que já teve; sentir -se sozinho, como experiência emocional de
sentir, de ter um sentimento; não ter, como ausência ou privação de alguém ou
alguma coisa.
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Com esses significados, abandono é ser sozinho no mundo, estar só, sem
ninguém para partilhar a vida, para auxiliar durante a velhice. É ficar só pela
perda de companheiro, filhos, familiares ou amigos. É sentir -se sozinho, ainda
que rodeado de seres humanos, pela falta de um bem -querer espontâneo e
sincero, de carinho, de amor dos filhos, do aconchego da família, da intimidade
com o outro. É não ter ninguém por si. É não ter a presença dos familiares, de
amigos, de companhia, de visitas. É não te r filhos, não ter nada. Y
O fato de os filhos adultos não quererem mais viver com os pais e cuidar
deles, ou de filhos trabalharem e não quererem deixar os pais idosos sozinhos
também podem levar ao asilamento. Y
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A reflexão sobre o abandono na velhice não se esgota nesta análise.
Aponta para um tema de fundamental importância nas relações estabelecidas
entre os idosos e os diversos grupos sociais. Mostra que existem várias
possibilidades para enfrentar o problema, tais como o envolvimento da família
nas relações com seu idoso, a consciência da sociedade, a preparação para
envelhecer e as ações sociais eficazes, fruto de políticas púb licas e sociais.
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