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Meditação de olhos abertos e o que é a essência?

Escrevi em artigo anterior que qualquer forma de meditação nos levaria à(s) lembrança(s) da
vida fetal e apenas isso. Portanto, a crença de que através dela se pudesse ver o mundo em sua total
realidade em contraste com os dados que proveem de nossos cinco sentidos, seria uma completa
ilusão.
Quero nesse artigo, voltar alguns passos atrás. É que encontrei na internet o livro de Samuel
Sagan, O Despertar da Visão Interior (C:\Documents and Settings\user\Meus documentos\O
Despertar da Visão Interior.mht) e me surpreendi com o exercício (prática do contato visual) de se
olhar no espelho (ou olhar para uma outra pessoa que esteja a sua frente), se esforçando para perder
o foco da visão a ponto de começar:
(1) a ver outros rostos que não o meu, incluindo rostos do que pareceu ser um neandertal(?) e
de uma pessoa cheia de rugas e com olhar de muita raiva!
(2) perceber que meu rosto escurecia, como se a sala se escurecesse, também, embora fossem
três horas da tarde (ou duas, pelo horário de verão). Acho que isso pode ser uma ilusão,
pois havia variações da luz do sol, por ele ser encoberto por nuvens.
(3) Apareceu a minha imagem com 4 olhos. Achei aquilo fantástico: era alguma imagem de
outra vida? Em sala de aula, um aluno disse que se aproximássemos o rosto de um espelho,
bem próximo, perceberíamo-nos com 4 olhos... e ele estava certo... é uma ilusão de ótica.
(3) mais tarde, surgiu uma névoa cobrindo a imagem do meu rosto e a minha volta. Pensei que
talvez isso fosse causado pelo fato de que eu recentemente tinha chegado de uma corrida e estava
suando muito...Lembrei que monges budistas secam roupas com o calor que geram nas meditações!
(4) uma pequena luminosidade, como dezenas de minúsculos pontos de cor lilás apareceram
enquanto meu rosto estava quase coberto pela escuridão. Aquela mancha lilás foi cobrindo o rosto.
fiquei pensando... será que a cor lilás que apareceu em meu rosto não decorreu do fato de que as
paredes da sala onde eu estava meditando eram das cores azul clara e vermelho escuro e, juntas, dá
lilás? Mas, depois, lendo o livro de Samule Sagan, descobri que ele também cita o aparecimento da
cor púrpura...
(5) Pude ver ao fundo da sala, na porta dos fundos a luz do dia, ora se intensificar, ora voltar ao
normal. O sofá perto de mim também emitia alguma luz cor de bronze... paralelo a isso, meu rosto
foi sucedido pela imagem de outros rostos e apareceu, ainda, a luz púrpura (ou mancha com muitos
pontinhos quase imperceptíveis), após a luz sobre o meu rosto se escurecer.
(6) não sei se foi por ter lido que podemos perceber aura, que reparei depois de uma vinte
meditações uma luz amarelada suave, pálida, saindo da minha cabeça.
(7) resolvi me abster de sexo para ver se a meditação melhoraria, uma vez que parece, segundo
aquele autor, que sexo está em oposição à meditação – ele escreveu, recorrendo ao mito da Atlântida
e outras fontes míticas, que a humanidade tenderá a evoluir cada vez mais para uma consciência mais
ampla em contraste com o progressivo desuso dos órgãos sexuais até seu completo desaparecimento.
(8) na mesma época resolvi comprar vinho branco e beber alguns copos até a embriguez.
Depois, fui dormir, sonhei que estava falando com minha mãe (falecida) e quando acordei vi no teto
do quarto escuro aquela luminosidade púrpura. Liguei a tv para esquecer isso, pois lembrei o que li
do autor: não ingerir álcool, pois, a substância atrairia energias negativas. Aqui, pode-se observar o
quanto de místico existe em nós. Se minha mãe aparecesse diante de mim, o que poderia acontecer?
Que medo é esse que tive? De onde tirei a ideia de que poderia acontecer algo de ruim? A vida
poderia sair de mim? Será que isso são lembranças enraizadas na infância (cantavam para nós sobre
o bicho papão...), o medo do escuro? Dessa experiência, tirei algo: a luz púrpura apareceu-me sem
esforço ou, pelo menos, depois de um sonho (não pesadelo!) emocionalmente (positivamente)
intenso.
(9) depois da meditação, isto é, de ficar com os olhos abertos por alguns minutos (cinco,
talvez?) ou, então, antes de dormir , depois de um dia cheio, e quando eu coço os olhos observo uma
luminosidade – será resquício de eletricidade no nervo óptico? Recentemente, observei não apenas
essas luzes, mas, ainda, aquela mancha púrpura e, mais recente, o que pareciam ser rostos.

Kant e o seu exercício da mão direita (ou esquerda) refletida no espelho.


Será que eu não entendi a complexidade do problema kantiano? Ponha a mão direita na frente
de um espelho. Surge a imagem refletida dela. Parecerá a mão esquerda, mas não são idênticas sr.
Kant: há diferenças nas linhas e marcas eu distinguem claramente uma da outra.
E a pergunta seguinte é: por que não podemos pôr a luva da mão direita naquela mão esquerda
refletida (corrigindo o sr. Kant: “mão direita refletida”)? Será que ele acreditou que o reflexo deveria
ser idêntico à imagem original?
Essa dúvida kantiana não passa de um pseudo-paradoxo. E um dos sinais disso é que Kant
tentou usá-la para provar tanto concepções realistas (o mundo físico é real), quanto idealistas (o
mundo mental é tudo o que existe).
Quero oferecer uma alternativa à tese kantiana de que o espaço é uma construção de nossa
imaginação: percebi, com estranheza, que qualquer imagem no espelho tem três uma profundidade,
mas como isso é possível? Se a camada de prata que cobre o vidro é plana? Segue que a imagem só é
tridimensional na nossa cabeça. Uma boa definição de ser humano: um ser tridimensional. Disso se
segue que o espaço é ilusório? Não por esse experimento.

Voltando à meditação de olho aberto.


Desde a primeira vez que experimentei, a cada vez que refazia o exercício ficava mais fácil
experimentar aquelas sensações. Tinha medo que eu não consegui sair daquele “transe”, auto
hipnotismo?
O que causou as imagens dos rostos? Através da meditação, não só acessaríamos as memórias
fetais? O que seriam os rostos? Dos primeiros momentos de vida, física, após deixar o útero? Pensei
nas primeiras imagens de rostos que um bebê veria, mas, nos primeiros dias, o bebê vê desfocado...
Havia um rosto que me olhava com ódio! Seria uma parte de mim que não gosta do que eu sou ou me
tornei?
Tive algumas experiências na infância que expliquei como cansaço visual, como ver luzes
(raios) prateadas girarem no teto do meu quarto ou, então, e mais comum, fechar os olhos e ver uma
rede de linhas se cruzando como figuras geométricas ou, ainda, de olhos fechados, luzes como se
fossem pulsos indo do fundo do olho para fora.

Efeitos... e mais perguntas.


Eis algumas de minhas observações:
- há sensações distintas conforme a distância até o espelho.
- Não sei se foi coincidência, mas lembrei do sonho que tive de um modo nítido. Será que
esse exercício consiste em uma limpeza no nosso “disco rígido”?
- Não pensei e nem fiz sexo na quantidade comum.
- Senti-me mais envergonhado do que o normal, a ponto de não falar com alunos que
encontrava por onde eu caminhava
- Pareceu que eu empobreci meu vocabulário, tendo esquecido algumas palavras (talvez seja
porque estou de férias e tenho dormido lá pelas 5h30 da manhã...)
- Eu passei a observar objetos e seres distâncias: em um hipermercado eu observei os
atendentes dos caixas e notei que elas estavam em uma série de umas vinte pessoas e as vi
uma após outra, coisa que nunca tinha feito. Em uma avenida, observei algo semelhante
com os carros, isto é, minha percepção pareceu não se ampliar em largura, mas em
profundidade!?
- Meu gato me viu parado de frente ao espelho e grunhiu (?), algo que ele não faz
normalmente. Será que ele também vê algo?
- Quando estava próximo de cair no sono senti algo como uma dor de cabeça, mas sabia que
tinha algo a ver com a televisão e o computador que estavam ligados a noite inteira e
finalmente os tinha desligado. Será que em vez do campo eletromagnético irritado o
“terceiro olho”, como Samuel Sagan diz? Ou algum sentido interno? Qual? Sempre vi tv e
trabalhei com computador horas a fio (tenho 37 anos), mas só agora sentia seus efeitos?
- Me senti mais tolerante com colegas de trabalho. Será uma sensação passageira? Será que
foi causado por outro motivo independente da meditação?

Perceber a realidade completa...


Faz sentido pensar (ou sentir) que o que está no rosto entorno não é a única realidade. O que
me incomoda é quando dizem que o que aprendi a chamar de realidade não passe de ilusão! Isso é
muito incômodo. Mas, faz sentido dizer que há mais coisas que não percebemos: não percebemos as
estruturas subatômicas, nem enxergamos como os répteis o calor dos corpos, a não ser, atualmente,
com óculos de visão noturna.

É possível conhecer “Essência” de algo?


Com o racionalismo de Aristóteles aprendi que é impossível dois mundos distintos – um
etéreo, eterno e, outro, físico – interagirem como água e óleo, inconciliáveis, imiscíveis, o que os
uniria? Critica-se o excesso de racionalismo que examina a vida, mas esquece de viver! Há um outro
aspecto central nesse presente debate: no capítulo XI, de O despertar do terceiro olho, o autor
escreveu: “Por exemplo, se o gato está tentando confundí-lo quanto ao fato de você já ter lhe dado o
jantar ou não, você se sintoniza no gato, e você se torna o gato”. A filosofia sempre perseguiu o ser
das coisas, a essência das coisas. Lembrando novamente Aristóteles, ele definiu o homem como “um
animal racional” e, para ele, a essência de uma coisa (ser vivo ou objeto) é sua definição ou, pelo
menos, esse é o máximo de conhecimento que teremos sobre a essência da coisa. A filosofia
Ocidental, grega antiga, me decepcionou muito quanto a crer que pudéssemos conhecer a essência
das coisas. Cheguei a ponto de pensar que tinha sido um erro grosseiro ter imaginado que existiria
essência nas coisas. Com a tese de Samuel Sagan (esse Sagan lembra o cientista, talvez seja um
pseudônimo) posso pensar que se estivermos na mesma sintonia podemos conhecer a essência de
qualquer coisa. Mas, e a essência humana? Não estou sintonizado comigo mesmo? Ou apenas com
minha aparência? Aquilo que vejo no espelho? Mas, aí, não me diferencio da velha filosofia
ocidental, racional, porque também através dela só conseguimos conhecer a “casca” das coisas e de
mim mesmo. É preciso um terceiro olho. Ok, Mas quantas pessoas conseguiram ou conseguirão essa
habilidade? Eu não consegui, embora me sinta melhor, física e mentalmente, ainda que tenha
começado há pouco. Pelo menos, temos aqui uma possibilidade, em contraste com a filosofia grega/
ocidental, que abandonou a busca pela essência.
Já que citamos o racionalismo, Samuel critica Descartes: “O tempo veio inverter o provérbio
clássico do filósofo francês: “cogito ergo sum” (penso, logo existo). Uma visão mais elevada revela
exatamente o oposto: "Eu penso, então eu não sou." É parando a mente que você pode sair da gaiola,
e dizer: "eu não penso, então eu sou.", acrescenta ele.
Mas, o erro de Samuel é que ele vê a vibração, também, como aparência e aí ele nos lembra
os pressocráticos quando crê que existam como elementos essenciais de uma coisa os “pequenos
seres elementais... não é fácil porque os elementais são espertos, eles se escondem o tempo todo”.
Ele, à la Hegel, crê que ao perceber uma coisa nem com os sentidos, nem com a razão, percebemos a
coisa mesma e mais, esquecendo nosso “eu” finito nos descobrimos em um “eu” universal. Aquela
coisa que parece como objeto externo sou eu mesmo. Mas, pergunto: há um “eu”, há prova disso?

Presentes que a filosofia recebeu.


Essa é uma contribuição de uma religião para nós filósofos – devemos reconhecer e agradecer
por isso – essência é como uma coisa ressoa, sua freqüência? (por que os físicos não pensaram
nisso?). Uma outra contribuição que a filosofia recebeu veio das artes: Kandinsky disse que a forma
muda como o tempo, mas o conteúdo, as cores, não. Brilhante!
E se mergulhando minha imagem no espelho eu, na verdade, mergulharia dentro de mim?,
como alguém que vivendo a vida toda na profundeza de um lago (ou caverna, de Platão) um dia
resolvesse ultrapassar os limites da superfície e acabasse descobrindo que há algo do de fora daquilo
que chamávamos de única, absoluta, realidade? Esse mundo seria como uma fina película (de Henry
Bérgson) que nos separa dela?
Há, aliás, pouca ou nenhuma chance desse mundo físico ser real, do espaço ser real e do tempo,
também, ser real: foi o filósofo Zenão quem perguntou se esse universo (físico) está em algum lugar?
E esse lugar, está em algum outro lugar e, tais respostas, criam uma série sem fim, um paradoxo, isto
é, uma impossibilidade! Então, talvez, a meditação possa ser um outro caminho para se seguir,
quando todos os caminhos anteriores levaram-nos a ruas sem saída?

_________________________
Antonio Jaques de Matos
Professor de Filosofia
Porto Alegre, 5 de fevereiro de 2011.

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