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Note-se, ainda que o elemento subjetivo representado pelo conceito amplo de culpa nem
sempre será indispensável, uma vez que, poderá haver responsabilidade civil independente-
mente da sua aferição, em hipóteses especiais previstas de forma expressa em lei, ou quando
a sua atividade normalmente desenvolvida pelo causador do dano importar em risco para os
direitos de outrem.
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Como já visto, quem infringe dever jurídico fica obrigado a reparar o dano causado.
Esse dever passível de violação, porém, pode ter como fonte tanto uma obrigação imposta por
um dever geral do Direito ou pela própria lei quanto uma relação negocial preexistente, isto é,
um dever oriundo de um contrato. O primeiro caso é conhecido como responsabilidade civil
aquiliana, enquanto o segundo é a epigrafada responsabilidade civil contratual.
Com efeito, para caracterizar a responsabilidade civil contratual, faz-se mister que a vítima e o
autor já tenham se aproximado anteriormente e se vinculado para o cumprimento de uma ou
mais prestações, sendo a culpa contratual a violação de um dever de adimplir, que constitui
justamente o objeto do negócio jurídico, ao passo que, na culpa aquiliana, viola-se um dever
necessariamente negativo, ou seja, a obrigação de não causar dano a ninguém.
Ëustamente por essa circunstância é que, na responsabilidade civil aquiliana, a culpa deve ser
sempre provada pela vítima, enquanto na responsabilidade contratual, ela é, de regra,
presumida, invertendo-se o ônus da prova cabendo à vítima comprovar, apenas, que a
obrigação não foi cumprida, restando ao devedor o 22
por exemplo, de que não agiu
com culpa ou que ocorreu alguma causa excludente do elo de causalidade.
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am dos campos mais importantes e de contornos por vezes dramáticos para a aferição da
responsabilidade civil é quando ela está relacionada ao exercício de uma atividade profissional.
Quando adjetivada dessa última forma, refere-se ao conjunto de atos praticados por um
sujeito, em decorrência do exercício de seu oficio (profissão autônoma ou subordinada).
Vale destacar, inclusive, que, no campo das relações laborais, toda vez que se utilizar a
expressão ͞atividade profissional͟, entenda-se o desempenho da atividade do trabalhador,
reservando-se o termo ͞atividade econômica͟ para o empreendimento empresarial.
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Como não poderia deixar de ser, a Constituição Federal também assegurou o direito à
indenização por dano moral e material, conforme prescreve o art. 5º, incisos V e X.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X ʹ são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Por força dos artigos acima, a responsabilidade civil do Advogado encontra guarida na
Constituição Federal, assegurando aos clientes o supedâneo jurídico necessário à reparação
dos danos materiais e morais ocasionados pela má atuação de seu procurador.
O artigo 71 do Estatuto da OAB indica que a jurisdição disciplinar não exclui a comum,
devendo ser comunicado às autoridades competentes, quando o fato constitui crime ou
contravenção.
Cabe, no entanto, uma opinião pessoal a respeito da atuação da OAB no que diz respeito à
seleção de candidatos à carreira de advogado. Tal seleção dá-se a partir do Exame da Ordem,
que consiste numa prova a qual todos, que almejem exercer a profissão de advogado devem
se submeter, sendo avaliados seus conhecimentos mediante a aplicação de testes escritos e
orais.
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A prestação de serviços advocatícios é, em regra, uma obrigação de meio, uma vez que o
profissional não tem como assegurar o resultado da atividade ao seu cliente.
O importante é perceber, todavia, que, embora exercendo uma atividade com potencial risco
de dano, a responsabilidade civil será sempre subjetiva (DCD, art. 14,§ 4°, e lei n. 8.906/94Ͷ
Estatuto da AdvocaciaͶart.32), distribuindo-se o ônus da prova do elemento culpa em função
da natureza da obrigação avençada e geradora do dano, em benefício do consumidor do
serviço.
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Como se trata de perda de uma chance, jamais se poderá saber qual seria o resultado do
julgamento se o ato houvesse sido validamente realizado. Nessas situações, há hipóteses
extremas em que fatalmente se reconhecerá que uma ação ajuizada é fadada à procedência
ou à rejeição como uma aventura processual. A imensa gama de situações intermediárias,
porém, impõe admitir que só há possibilidade de responsabilização se for sobejamente
demonstrado o nexo de causalidade e a extensão do dano.
A relação cliente/advogado deve sempre ser pautada pelo respeito e confiança, embora um
pouco de cautela não faça mal a ninguém.
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O profissional da advocacia tem imunidade para sua conduta, conforme consta expressamente
do art. 142, I, do vigente Código Penal brasileiro. Tal preceito é reforçado pelo § 2° do art. 7 da
lei n. 8.906/94, que estabelece que o advogado tem imunidade profissional, não