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A
o longo dos anos, o homem tem vivenciado
diversas mudanças no seu estilo de vida. Muitas
dessas alterações são decorrentes do processo de
modernização e industrialização, que podem refletir diretamente na
vida dos indivíduos, modificando seus hábitos diários. Resultando
em um estilo de vida próprio de uma sociedade cada vez mais
consumista e dinâmica, que associa em sua rotina estresse, fumo,
sedentarismo e alimentação excessivamente calórica.
Nesse contexto, em se tratando de saúde pública podemos
observar principalmente um aumento acentuado da mortalidade
causada por doenças crônico-degenerativas. Pois estes novos hábitos
de vida possibilitaram o aparecimento de um conjunto de doenças de
etiologia não especifica, que são relacionadas às condições de vida
próprias desta nova sociedade. A alteração qualitativa e quantitativa
da ingestão alimentar, o aumento dos fatores estressantes, a
diminuição da atividade física, o aumento do tabagismo, entre
outros fatores estão relacionados com o aparecimento de doenças
cardiovasculares, em especial a hipertensão arterial; metabólicas,
como a diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade; entre outras doenças
crônicas, como o câncer e a osteoporose (PITANGA, 2004).
Este conjunto de doenças ditas crônico-degenerativas pode
ser considerado a principal causa do aumento da mortalidade na
população mundial, sendo responsáveis por cerca de dois terços
das mortes na população americana (EYRE et al., 2004), com
uma prevalência maior para as doenças cardiovasculares, estas
responsáveis por cerca de 40% de todas as mortes nos Estados
Unidos no ano de 2001 (PERSINGER et al., 2004). Neste contexto,
uma menor exposição aos fatores de risco predisponentes ao
aparecimento dessas patologias é uma das principais ações de
prevenção primária para essas doenças.
Entre os fatores de risco modificáveis (dieta, fumo,
hipercolesterolemia, hipertensão arterial, glicemia de jejum elevada,
sobrepeso, estresse e inatividade física), a prática de exercícios
físicos tem lugar de destaque. Baseando-se nestas relações, esse
texto busca organizar terminologias, conceitos e recomendações
sobre atividade física e saúde com objetivo de tornar consensuais
as informações sobre a prática de atividade física como forma de
prevenção de doenças crônico-degenerativas.
DEFINIÇÕES TERMINOLÓGICAS
Diante desse quadro em que os cuidados com a prevenção e
promoção da saúde passam a ser as principais formas de intervenção
das equipes de saúde, é de fundamental importância que os diversos
profissionais da área de saúde assumam um discurso unificado,
de forma que as informações prestadas à população sejam mais
consensuais.
Entretanto, ainda é comum, mesmo em textos específicos da
área de atividade física, como o documento da Sociedade Brasileira
de Medicina do Esporte (CARVALHO et al., 1996), observar uma
confusão conceitual de termos como “atividade física”, “exercício
físico” e “aptidão física”. Tal fato dificulta uma recomendação
adequada da prática de atividade física para a promoção da saúde,
além de dificultar a comunicação entre os profissionais de diferentes
áreas relacionadas a essa prática.
As definições adotadas por Araújo & Araújo (2000) parecem
mais fáceis de serem entendidas por diferentes profissionais. Para
eles, atividade física é conceituada como qualquer movimento
corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultem em
gasto energético acima do nível de repouso. Contudo, falta nesta
definição, ressaltar a intencionalidade desse movimento, visto
que, por exemplo, um espirro é um movimento reflexo e não uma
atividade física. Os mesmos autores mostram que exercício físico é
um subgrupo da atividade física que para ser caracterizado como
tal dever ser planejado, estruturado e repetido com o propósito
de manter e/ou melhorar o condicionamento físico. E terminam
apresentando o significado de aptidão física como sendo a habilidade
do corpo para a realização de atividades físicas.
Partindo destas definições, fica mais fácil a recomendação
e prescrição dessas atividades. Em consonância com a utilização
dos termos adequados e com as recomendações de combater o
sedentarismo ou a inatividade física (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000;
CARVALHO et al., 1996; DUNN, ANDERSEN & JAKICIC, 1998),
os diversos profissionais de saúde devem encorajar as pessoas a
incrementarem seus níveis de atividade física diárias, com posturas
mais ativas em seu dia a dia, como utilizar escadas, realizar tarefas
domésticas, participar de atividades de lazer ativo; de maneira que
elas resultem em um mínimo de 30 minutos de atividades leves e
moderadas na maioria dos dias da semana, quer de forma continua
quer de forma fracionada, visto que ambas tem o mesmo impacto
nas já condições gerais de saúde (HARDMAN, 2001). Para que
CONCLUSÃO
Partindo das informações aqui apresentadas, fica bem
explicita a relação entre a prática regular de atividade física e a
melhoria na saúde de seus praticantes. Tal melhora se deve tanto ao
seu impacto direto na saúde, quanto pela sua relação com fatores
como a perda de peso, controle da glicemia, da pressão arterial,
além de melhorar diversos quadros de estresse emocional.
Assim a atividade física se configura como um fator positivo
no combate as doenças crônico-degenerativas, por apresentar forte
relação com os demais fatores de risco predisponentes dessas
doenças.
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Sobre os autores
Alex Soares Marreiros Ferraz
Doutorando em Biotecnologia (Universidade Estadual do Ceará
- UECE); Professor da UFPI.
e-mail: ferrazalex@hotmail.com