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2 Manual do Professor – ed 08
Sumário
Apresentação
Referências ............................................................................................................................................................. 40
Referências ............................................................................................................................................................. 56
Novidade à direita
Novidade à esquerda
Planejamento Semestral
Carga horária semanal: 2 aulas Semestre: 2º
• Oficina: Atividade 1
4 – Descobrindo as desigualdades • Leitura de texto, de imagens e exercício cartográfico
nas sociedades humanas Roteiro 1
• Leitura individual e coletiva de texto e debate.
Roteiro 2
• Exercício cartográfico em dupla.
• Coleta de informações.
• Retomada da noção de Índice de Desenvolvimento
Humano.
• Tratamento da informação dos dados coletados.
• Leitura de desenho e participação de discussão.
• Produção de texto em quadrinhos.
3.a Roteiro 3
• Aprofundamento do conhecimento sobre as desigual-
dades das sociedades do nosso planeta Terra.
• Análise de banco de dados do Níger, incluindo leitura
e exercício cartográfico e de imagens.
• Navegação na Internet.
• Análise de banco de dados da Noruega, incluindo
leitura de mapa, exercício cartográfico e leitura de
texto com exercícios.
• Navegação na Internet.
Atividade 4
• Apresentação da música “Tristeza do Jeca”, interpre-
tada por Almir Sater em seu CD Rasta Bonito, de 1989.
• Leitura individual e compartilhada do texto “O modo
6.a de vida pantaneiro” e das ilustrações do texto.
• Realização de desafios em dupla.
• Debate.
• Degustação do Arroz Boiadeiro.
Atividade 5
• Preparação de uma atividade investigativa com a exe-
cução dos roteiros 1 e 2.
7.a • Resposta à questão problematizadora do título da se-
ção: “Populações tradicionais: uma outra relação com a
natureza?”
• Investigação sobre populações tradicionais do es-
paço de vivência ou proximidades.
Avaliação
• Trilha: • Leitura individual e coletiva do texto.
6 – O futuro das populações tradi- • Realização do roteiro da atividade: expedição a uma
a
8. cionais comunidade caiçara do litoral brasileiro.
Primeiro momento
• Compartilhando vivências • Partilha de saberes da Atividade 2.
2 – Os hábitos de consumo da mi- • Apresentação coletiva dos registros.
nha turma • Apreciação do trabalho dos colegas através de troca
de livros.
Segundo momento
• Compartilhando vivências • Apresentação e análise dos registros da Atividade 3.
2 – Os hábitos de consumo da mi- • Elaboração de dois cartazes.
nha turma Terceiro momento
• Tratamento de dados sobre o PROCON.
• Relato das entrevistas.
• Organização de mural.
11.a Quarto momento
• Tratamento de dados sobre as mudanças climáti-
cas.
• Elaboração de legendas nas imagens coletadas.
• Organização de mural.
• Elaboração de texto conclusivo a partir do título: As
mudanças climáticas e o estilo de vida da sociedade
de consumo.
Avaliação coletiva.
Em sala de aula
Atividade 1
• Compartilhamento das atividades com o colega mais
próximo.
• Apresentação e debate.
Atividade 2
• Desafio interdisciplinar com Ciências, Língua Portu-
guesa e Artes: criar receita de um lanche saudável.
14.a • Palestra com especialista em nutrição.
• Visita ao site da Dra. Jocelen Salgado.
• Planejamento de apresentação e degustação da re-
ceita de cada dupla.
• Organização de um livro de receitas da turma.
Atividade 3
Roteiro do texto 1 da seção Anexos
• Realização de desafios em grupo: leitura de texto das
páginas 71 e 72, exercício cartográfico e dramatização
do texto.
Roteiro do texto 3 da seção Anexos
• Realização de desafios em grupo: leitura de texto das
páginas 75 e 76, Júri simulado.
Roteiro do texto 4 da seção Anexos
15.a • Realização de desafios em grupo: leitura de texto das
páginas 77 e 78, ampliando as informações com a
orientação da página 58.
Investigação da agricultura familiar no município
• Outros lugares, outros tempos • Leitura do texto de orientação à página 59.
5 – Vivências de consumidores • Planejamento de visita a uma feira de produtores.
responsáveis • Tratamento da informação dos dados coletados.
• Dramatização do dia-a-dia de um produtor rural fei-
rante do município.
• Elaboração de mensagem ao Ministro da Agricultura
do nosso país.
8 Manual do Professor – ed 08
• Outros lugares, outros tempos • Leitura coletiva do texto “Nos tempos de criança do
5 – Vivências de consumidores res- ambientalista José Lutzenberger”.
ponsáveis Atividade de casa
Atividade 1
• Realização da Atividade 1 com leitura de texto e ela-
boração de respostas para as duas questões.
Na sala de aula
• Apresentação das respostas dos alunos.
• Produção coletiva de conclusões com registro na pá-
gina 62 – “Registro das ações propostas pela turma
para a construção de uma vida sustentável.”
Atividade de casa – Atividade 2
• Leitura coletiva do texto “Ecovilas: espaços sustentá-
veis de vida”.
16.a • Elaboração das respostas sobre o texto à página 64.
Em sala de aula
• Apresentação coletiva das respostas dadas.
• Debate: Você gostaria de morar numa ecovila? Por quê?
Atividade 3
• Leitura e discussão das idéias do texto à página 65:
“Ecovilas: espaços futuristas de vida”.
• Organização da turma em grupos de três para a rea-
lização dos dois desafios propostos.
• Apresentação do desafio 1 – o dia-a-dia em uma
ecovila – dramatização.
• Execução do desafio 2 – planejamento de uma ma-
quete de uma ecovila, incluindo o esboço, a execu-
ção e a apresentação.
MANUAL DO PROFESSOR
Competências
• Reconhecer a importância do uso de satélites artificiais nos meios de comunicação e na localização geográ-
fica – GPS (Sistema de Posicionamento Global).
• Representar, através de desenhos e imagens, seu modo de perceber o planeta Terra.
• Compreender o planeta Terra como um sistema ativo dotado de uma dinâmica própria evidenciada pela
ocorrência de fenômenos sísmicos, como vulcanismo, terremoto e maremoto.
• Exemplificar como a ciência e a tecnologia podem beneficiar a humanidade sem prejudicar o planeta.
• Perceber as diferenças sociais entre as sociedades humanas.
• Conhecer uma forma de medir o bem-estar da população, em especial o bem-estar infantil – o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).
• Identificar no mapa-múndi o IDH dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
• Investigar a qualidade socioambiental do espaço de vivência.
• Avaliar as relações que as pessoas estabelecem com a natureza em seu espaço de vivência e no planeta Terra.
• Compreender e explicar o significado de uma sociedade sustentável e de uma sociedade insustentável.
• Identificar as características de uma comunidade sustentável.
• Compreender o significado de populações tradicionais sabendo diferenciá-las entre si.
• Diferenciar populações tradicionais e populações citadinas, usando como referência seus modos de vida.
• Ler e interpretar mapas e imagens relacionadas à localização de populações tradicionais no território nacional.
• Identificar as situações que podem colocar em situação de risco a integridade da pluralidade cultural brasileira.
• Avaliar o uso das paisagens naturais de espaços de vivências das populações tradicionais por diferentes
formas de turismo.
• Apreciar e valorizar o multiculturalismo nas paisagens culturais brasileiras.
• Investigar o modo de vida das populações tradicionais no município, no estado, no país, propondo ações que
garantam seus direitos constitucionais de pertencimento a grupos sociais diversos.
• Problematizar os valores que têm norteado os padrões de produção e de consumo na sociedade atual.
• Desenvolver noções de comunidades sustentáveis, cidades sustentáveis e estatuto da cidade.
• Estabelecer relação entre as formas de produção e consumo praticadas pela sociedade na atualidade e as
questões socioambientais que colocam em risco a “saúde” do planeta Terra.
• Reconhecer a necessidade de mudar os padrões de produção e de consumo que têm tido como modelo um
estilo poluidor e consumista.
• Adotar uma postura de cooperação nas atividades empreendedoras que tenham por objetivo oferecer valo-
res constitutivos do bem-estar social.
• Perceber-se como membro participante de um grupo social e de uma comunidade.
• Participar de discussões e ações acerca dos limites de uso dos bens naturais pela sociedade.
• Desenvolver uma consciência ética em relação a todas as formas de vida do planeta, respeitando seus ciclos vitais.
• Evidenciar aprendizagens voltadas para atitudes/ações, tais como: economizar, reciclar, complementar, com-
partilhar e preservar.
• Propor ações de intervenção no estilo de consumo em suas práticas cotidianas.
• Perceber diferentes níveis entre as pessoas na cidade, no poder de compra, na freqüência a shopping
centers, no acesso à saúde pública e privada, no material escolar, vestimentas.
• Utilizar procedimentos relacionados ao tratamento da informação, comunicações em linguagens diversas,
exercícios e atitudes que envolvam liderança democrática e solidária.
• Comunicar-se em uma variedade de formas, incluindo imagens, desenhos, plantas e mapas.
• Reconhecer plantas e mapas como portadores de textos com informações sobre cidades, países, mundo.
• Ampliar e aperfeiçoar seu vocabulário, utilizando-o adequadamente na verbalização de experiências pessoais.
• Manusear globos terrestres e atlas e ser capaz de localizar neles países, continentes, oceanos.
10 Manual do Professor – ed 08
Formação de atitudes
Orientações / Sugestões
1
A agenda 21 é um guia para a construção de sociedades sustentáveis.Trata-se de um documento aprovado na Conferên-
cia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (ECO-92), que
expõe, em seus quarenta capítulos, um programa de ação rumo à construção de um desenvolvimento sustentável.
Consulte: BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente: As estratégias de mudança da AGENDA 21. 2.ed.
Petrópolis:1998.
12 Manual do Professor – ed 08
O satélite Telstar 1, lançado em 1962, foi o de cálculos matemáticos com relação ao tempo
primeiro capaz de transmitir sinais de televisão ao de retorno do sinal emitido por eles, é possível
vivo e de telefonia entre a Europa e os Estados determinar a sua exata posição/localização em
Unidos. Em abril de 1965, foi posto em órbita o qualquer ponto da superfície do planeta Terra.
primeiro satélite comercial de comunicação, o Você já ouviu falar no uso do GPS para
Intelsat 1. Na década de 1980, o consórcio inter- monitorar veículos e localizá-los em caso de roubo?
nacional Intelsat já incluía cerca de 400 estações Pois é, mas a sua maior utilização é mesmo militar.
terrestres localizadas em 150 países. Eles são usados nos sistemas de defesa e lançamen-
Todos esses satélites artificiais são monitorados to de mísseis teleguiados, devido à sua extrema
permanentemente da Terra, por meio de um sistema precisão (de centímetros), possibilitando acertar
de comunicação por rádio. Eles são dotados de pe- um alvo a quilômetros de distância, com margem
quenos motores e baterias, recarregadas por poten- de erro inferior a meio metro. O GPS é usado tam-
tes painéis solares, que transformam a energia solar bém em embarcações (iates, lanchas e navios)
em energia elétrica. em substituição à bússola.
Em suma, os satélites artificiais têm múltiplas
Os satélites artificiais brasileiros aplicações, daí a sua importância. Eles são usados
Em 1985, o Brasil lançou seu primeiro satélite para:
doméstico de comunicação, o Brasilsat A-1, fabricado • observação militar e reconhecimento de áreas es-
por uma empresa canadense. Em associação com tratégicas do globo;
dezenas de estações terrestres de recepção e trans- • repetição de sinais de TV, telefone e de rádio;
missão de microondas, o Brasilsat A-1 destinava-se a • comunicação entre regiões distantes do planeta;
fornecer serviços de telefonia, televisão, radiodifusão • estudos meteorológicos que fornecem imagens e
e transmissão de dados para todo o país. medições das condições atmosféricas;
Em 1986, um ano depois, foi lançado o Brasilsat • pesquisa geodésica para análise da forma e do
A-2, com condições de atender também a usuários da tamanho exato da Terra;
América do Sul. • avaliação dos recursos naturais do planeta, como o
Em 1994, foi posto em órbita o Brasilsat B-1 ritmo de devastação das florestas e o nível de
e, no ano seguinte, o Brasilsat B-2, este de fabricação poluição do ar e do mar;
americana e com alguns canais destinados aos países • orientação de navios e aviões.
do Mercosul (Argentina, Uruguai). Lançados na déca- Aqueles que giram em uma órbita mais alta
da de 1990, os equipamentos SCD1 e SCD2, para (36 mil quilômetros da Terra) são as grandes estrelas
coleta de dados ambientais, inscreveram o Brasil num da era da comunicação global: os satélites de comu-
seleto grupo de países capazes de construir e operar nicações. São eles que transmitem sinais de televi-
seus próprios satélites. são, telefone e rádio através do planeta.
Para saber mais: http://www.brasilescola.com/
A importância dos satélites artificiais fisica/satelites-artificiais.htm
A maioria dos meios de comunicação utiliza os A segunda noção que precisa ser discutida é:
satélites como meio de propagação de suas ondas. lugares mais remotos do planeta. Que lugares são
Um exemplo é a televisão. As ondas eletromagné- esses localizados nos confins da Terra? O deserto do
ticas são geradas numa estação chamada geradora, e Atacama, no norte do Chile; Wanganui, na Nova
lançadas para a órbita da Terra, onde são recebidas Zelândia; Fingal, na Tasmânia e Antártida, no pólo Sul,
por um satélite. Este, por sua vez, retransmite o sinal são alguns deles. Nesses lugares remotos, parece
para uma segunda estação na Terra, chamada que o tempo se esqueceu de passar. Alguns são
receptora, muitas vezes a milhares de quilômetros de desertos inóspitos ou selvas impenetráveis e outros
distância. Por meio de sinais eletromagnéticos, auxili- são lugares cujos povos vivem o tempo da natureza,
ados por satélites, também funcionam alguns tipos ou seja, levam uma vida sem veículos motorizados e
de telefonia celular, TVs por assinatura (Direct TV; luz elétrica. Todos eles são de difícil acesso, ou seja,
SKY), alguns tipos de radioamador, etc. não é fácil chegar até lá. Confira a lista a seguir e nave-
Outra aplicação é o Sistema de Navegação gue através deles pelo site http://www.freepgs.com/
por Satélite (GPS – sigla de Global Positioning vidaselvagemc/lugaresremotos/
System). Trata-se de um aparelho portátil dotado África: Costa do Esqueleto, na Namíbia; Ma-
de uma pequena antena capaz de receber sinais ciço de Ennedi, Chade; Parque Nacional de
de até 24 satélites em órbita da Terra. Com base Salonga, República Democrática do Congo.
nos dados recebidos desses satélites, e por meio
14 Manual do Professor – ed 08
Europa: Parque Nacional de Sarek, na Sué- Organize a turma para a apresentação e dis-
cia. cussão das idéias contidas nos cartazes. Escla-
América do Norte: Ultima Thule, na reça que democracia pressupõe respeito à
Groenlândia; Ilha de Baffin, no Canadá; Arctic National pluralidade de idéias, embora tenhamos o direito
Wildlife Refuge, no Alasca. de concordar com elas ou discordar delas.
América do Sul: Cidade Perdida de Durante a apresentação, desafie os alunos, so-
Vilcabamba, no Peru; Pico da Neblina, no Brasil; Cam- licitando que estabeleçam relação entre as próprias
pos de Gelo da Patagônia, no Chile e Argentina. idéias e a de seus colegas; descubram as semelhan-
Ásia: Montanhas Altai, na Mongólia; Vale de ças e diferenças entre elas; encontrem significado pes-
Baliem, na Indonésia; Arunachal Pradesh, na Índia; soal para elas; apliquem os conhecimentos em pro-
Deserto de Taklamakan, na China; Península de cesso com outros já produzidos anteriormente, reven-
Kamchatka, na Rússia; Kanchenjunga, no Nepal. do-os, se for o caso; construam argumentações para a
Oceania: Ilha de Pitcairn, no Oceano Pacífico; defesa de suas idéias; elaborem críticas às idéias apre-
Grande Deserto de Areia, na Austrália. sentadas.
Antártida: Ilha Geórgia do Sul, Oceano Atlân- Decidam, juntos, os critérios para a organiza-
tico; Arquipélago de Kerguelen, no Oceano Índico. ção dos cartazes e a escolha de um local para a mon-
A terceira noção – relações fronteiriças que tagem do MURAL.
estabelecem com os seus vizinhos – envolve dois Ao final da Mostra, cada aluno deve colar seu
conceitos caros ao pensamento geográfico: terri- desenho no espaço reservado do livro na página 4.
tório e fronteira. Ambos relacionam-se às ques- Os textos produzidos deverão compor o conteúdo
tões de soberania, de territorialidade. Volta e meia de um livro produzido pela turma, com a colaboração
a TV noticia conflitos fronteiriços fruto de disputas do professor de Língua Portuguesa, com o qual os
territoriais entre países/povos. Na atualidade, vêm critérios de ordenação do sumário e da obra serão
se arrastando questões de disputa do território discutidos e definidos.
da Cachemira entre a Índia x Paquistão. Na Améri-
ca do Sul, houve questões de disputa pelo Canal
de Beagle entre Argentina x Chile. Em 1980, sob a
mediação do papa João Paulo II, apaziguaram-se
as animosidades e a iminência de uma guerra
entre os dois vizinhos. O Tratado de Paz e Amizade
seria assinado entre os dois em 1984.
As disputas territoriais entre países presen-
3 – Viagem ao centro do planeta Terra
tes na mídia televisiva no dia-a-dia envolvem ques-
tões geopolíticas complexas, que se arrastam ao
As atividades propostas nesta seção têm
longo da história, como é o caso da disputa
como objetivo oportunizar a compreensão de que a
territorial entre israelenses x palestinos.
ocorrência de fenômenos vulcânicos e sísmicos (ter-
Enfim, como os seus alunos vêem o plane-
remotos e maremotos) são evidências de que o nos-
ta Terra?
so planeta Terra é ativo. Ou seja, que ele possui uma
Partimos do pressuposto de que todos eles
dinâmica em sua parte interior com base nos fenô-
assistem à TV (incluindo a TV por assinatura paga,
menos e nas transformações que nele ocorrem. Va-
com maior diversidade de canais e programas), lêem
mos, em primeiro lugar, discutir a dimensão
revista, navegam na Internet, enfim, recebem uma sig-
conceitual desse objetivo que lhe dará subsídios
nificativa carga de diferentes informações sobre a so-
para o desenvolvimento desta seção.
ciedade humana, sua cultura, sua territorialidade, o uso
Observe a seguir, na figura 1, a estrutura
e o domínio da natureza do planeta. O “como” ele vê
concêntrica da Terra.
é a partir de um determinado ponto de vista relaciona-
do ao vivido, bem como a forma como sua mente
processa as informações recebidas. As atividades
propostas – produção de texto e representação atra- Manto
inferior
vés de desenho – devem ser tomadas como avalia-
ção inicial, diagnóstica.
Veja que a parte externa da Terra é uma “cas- As placas tectônicas da litosfera (lithos = pe-
ca” que varia de 5 km a 60 km de espessura, deno- dra) fragmentada flutuam sobre o material da
minada litosfera ou crosta terrestre. Essa cama- astenosfera. Elas se dispõem como um mosaico
da não é inteira. Ela está fragmentada em várias de placas encaixadas entre si como um gigantes-
partes, chamadas placas tectônicas. Considera- co quebra-cabeças. Ora oceanos e massas conti-
se que há na superfície terrestre 14 placas nentais se aproximam, ora se distanciam a veloci-
tectônicas formando a litosfera. Volte ao desenho dades medidas de alguns centímetros por ano,
anterior. Após a litosfera, encontra-se o manto, com assim contribuindo para a incessante evolução do
sua parte superior, também chamada astenosfera, relevo e da distribuição dos continentes e dos oce-
anos na superfície terrestre. O choque entre as
e inferior. E, por fim, o núcleo.
placas tectônicas motivado por altas pressões do
Segundo estudiosos, o material no interior da
manto dá origem aos abalos sísmicos, responsá-
Terra encontra-se em estado sólido, à exceção ape-
veis por terremotos e maremotos que, por sua vez,
nas do núcleo externo, onde o material líquido metáli-
causam os tsunamis, gigantescas ondas oceâni-
co se movimenta, gerando correntes elétricas e o cam- cas que atingem o litoral dos continentes com uma
po magnético da Terra. Não fossem as elevadas pres- força devastadora (como os desastres em dezem-
sões existentes no manto, os materiais que o formam bro de 2004, na Ásia e na África, amplamente divul-
também estariam em estado líquido, pois as tempe- gados pela mídia da época). Enfim, o movimento
raturas ali são muito elevadas. Esse material só se das placas tectônicas desencadeia processos
liquefaz quando acontece uma ruptura na crosta ter- como terremotos, maremotos, atividades vulcâni-
restre. Então, ele sobe e se extravasa até a superfí- cas e formação de montanhas, afastando e aproxi-
cie, modificando-a. É a lava expelida por vulcões, mando os continentes ao longo do tempo até che-
que no contato com a atmosfera e a hidrosfera se res- garmos à atual configuração do mapa-múndi.
fria e solidifica, formando um corpo de rocha chamada Na figura 3, a seguir, observe a localização
vulcânica. Caso contrário, o magma fica retido no inte- dos lugares de intensa atividade sísmica no nos-
rior da litosfera, formando a câmara magmática. so planeta Terra.
Observe no desenho a seguir a câmara magmática e
o conduto que leva material magmático (chaminé)
até a superfície (cratera), liberando energias acumu-
ladas ao longo de anos, milhares ou milhões de anos. ** * ** * *
* ** * **
* * **
***** ** ** **
** *
** **
Bombas Vulcânicas Cratera
Fluxo Piroclástico
Sinopse: O professor Lidenbrock, respeita- retornam à Terra, caindo no mar, sendo resgata-
do cientista alemão, encontrou um misterioso per- dos por um navio de guerra... Pois não é que 103
gaminho em um livro antigo. Depois de decifrar a anos depois os americanos realizam uma expedi-
mensagem contida nesse importante documento, ção chamada Apolo 8, tal como Júlio Verne des-
convocou seu sobrinho Axel para realizar uma fan- creveu e previu em seus dois livros? A mais fan-
tástica viagem ao centro da Terra. tástica expedição imaginada por Júlio Verne está
Leia, atentamente, a seqüência didática que em seu livro Viagem ao Centro da Terra. De que se
estamos propondo. trata essa obra? São três as personagens mais
importantes: o audacioso e destemido professor e
1) Sugestão para introdução ao tema “Viagem cientista alemão Otto Lidenbrock, seu sobrinho
ao centro do Planeta Terra” muito medroso, o jovem Axel, e o guia Hans. O
Vocês já ouviram falar no escritor JÚLIO VERNE? prof. Lidenbrock descobre um manuscrito científi-
co que descreve um caminho para atingir o centro
Ele nasceu na França, no ano de 1828, e da Terra. É um fascinante desafio! As três persona-
faleceu em 1905, aos 77 anos de idade. Em 2005, gens se lançam nessa aventura pelas profundezas
comemorou-se no mundo inteiro o centenário de da Terra. O ponto de partida é a cratera de um vul-
seu falecimento. Vejam que, passados 100 anos, cão extinto. Lá se foram eles! Logo de início, os
ele continua sendo lembrado e seus livros ainda caminhos se transformam em labirintos onde vi-
encantam leitores de todas as idades. Querem sa- vem seres extraordinários e um mar nunca antes
ber o porquê de seu sucesso? Em seus livros, Júlio navegado... Querem saber mais sobre essa histó-
Verne usa e abusa da imaginação para inventar ria? Pois, então, vamos fazer uma leitura coletiva
histórias fantásticas, aparelhos mirabolantes, coi- dessa obra.
sas fictícias, impossíveis de terem existido na épo-
ca em que ele viveu. O segredo de Júlio Verne para 2) Leitura do livro – Com essa introdução, você
criar mundos fictícios em seus livros, com tantos despertará a curiosidade e o interesse da turma
detalhes que até pareciam reais, é que ele era um para conhecer o livro. Deixe que os alunos o ma-
apaixonado pela ciência, fascinado pela geogra- nuseiem. Do modo como você achar mais ade-
fia, fazia estudos e pesquisava muito para escre- quado, organize a turma para a leitura e interpreta-
ver seus livros. É claro que o ambiente em que ele ção dos 20 subtítulos. Lembre-se de que a leitura
viveu, em plena Revolução Industrial, com tantas deve ter preparação prévia: identificação dos
novidades e invenções tecnológicas, atiçou-lhe a vocábulos geográficos cujo significado será preciso
imaginação para descrever e criar realidades mui- discutir e treinar as partes de suspense... Reproduza,
to além de seu tempo. Júlio Verne é muito impor- desenhando numa cartolina, a figura 2 deste ma-
tante na literatura mundial por ter introduzido um nual – “Estrutura interna da Terra e formação de
novo gênero de livro: a FICÇÃO CIENTÍFICA! Que- vulcão” – identificando no edifício vulcânico: câ-
rem saber o que isso significa? Em sua obra, ele mara magmática, conduto ou chaminé, cratera,
descreve mundos inventados em que a ciência e a derrame de lavas, explosões. Pregue-o no mu-
tecnologia são muito avançadas no tempo... Por ral para usá-lo sempre que for necessário. Va-
isso ele é considerado o pai da ficção científica.O mos discutir, em seguida, as possibilidades de
PROFETA DO FUTURO. De certo modo, podemos cada subitem e as novas noções geográficas a
dizer que Júlio Verne profetizou o futuro, pois mui- serem construídas.
tas das invenções descritas em suas aventuras fan-
tásticas acabaram por se tornar realidade algum Item 1 – O pergaminho misterioso
tempo depois. Vamos ver? Em “Vinte mil léguas • Material didático: mapa político da Europa. Discuta
submarinas” ele conta a história do capitão Nemo as noções de nacionalidade, país, continente na
e seu submarino Nautilus numa viagem ao redor identidade geográfica da personagem professor
do mundo. Mas, em 1873, não existia tecnologia Otto Lidenbrock: ele é alemão, quer dizer, nascido
para construir um submarino! Isso somente se tor- na Alemanha, país localizado no continente euro-
nou possível 25 anos depois da publicação desse peu. Sua cidade é Hamburgo; e do escritor Snorri
livro... Esse dado também é fantástico! Nos livros Sturluson: ele é islandês, quer dizer, nascido na
Da Terra à Lua (1865) e Ao redor da Lua (1870), Islândia, país insular (é a segunda maior ilha do
Júlio Verne descreve uma expedição ao satélite planeta, perdendo somente para a Groenlândia),
natural da Terra. O ponto de lançamento é a cidade localizado no continente europeu.
americana de Tampa. Três astronautas, a bordo
da nave espacial, dão a volta em torno da Lua e
17 Geografia – CP08 – 142M2
• Século XII: a noção de século é muito complexa cultura, daí se constituírem de fortes
para criança e pré-adolescente. Veja, professor: adensamentos populacionais. Há também o apro-
você e seus alunos pertencem ao século XXI veitamento das emanações gasosas (enxofre, gás
(2000); Júlio Verne é do século XIX (1800); o carbônico) industrialmente na França e na Alema-
manuscrito é do século XII (1200). Ou seja, algo nha. Na Itália, na Nova Zelândia e no Japão, há
em torno de 600 anos daquele momento vivido aproveitamento energético feito nas centrais
por Júlio Verne e o fictício professor Otto geotérmicas.
Lidenbrock.
• Os vocábulos pergaminho e rúnico estão expli- Item 3 – A partida
cados no próprio contexto. • Use o mapa político da Europa para acompanhar
o deslocamento do professor Lidenbrock e seu
Item 2 – Enigma desvendado sobrinho Axel, de Hamburgo, na Alemanha, para
• Neste subitem (da página 6 à página 10), os vo- a cidade de Copenhague, capital da Dinamarca e,
cábulos mais difíceis, tais como criptograma e al- em seguida, para a cidade de Reykjavik, capital
quimista estão explicados no próprio contexto. da Islândia. Esse é o percurso de ida.
• Pela primeira vez, surgem as palavras vulcão e • Discuta os tipos de transporte da época: carrua-
cratera. Embora sejam vocábulos bem contex- gem, locomotiva, barco a vapor.
tualizados, é preciso ampliar esse conceitos. As
personagens da história de Júlio Verne descerão Item 4 – Na terra de Saknussemm
rumo ao centro da Terra através da cratera de um • A palavra Islândia significa “terra de gelo e de fogo”.
vulcão. Você já dispõe de dados conceituais ne- Esse país localiza-se no extremo norte do oceano
cessários para encantar seus alunos, sem se des- Atlântico, nos limites do Círculo Polar Ártico. A
cuidar do primeiro objeto da seção: o planeta Terra Islândia é uma ilha vulcânica, de relevo monta-
tem atividade e a prova disso é a ocorrência de nhoso, litoral recortado com fiordes, que são vales
vulcões, terremotos e maremotos provocados pelo litorâneos alongados e profundos onde o mar entra
movimento das placas tectônicas. e possibilita a concentração de peixes, que é base
Um vulcão é uma estrutura formada pela sa- da sua economia. Esse país, localizado a noroes-
ída de magma (lava) e gases na superfície da Terra. te da Europa, é hoje considerado um dos melho-
A passagem aberta pelo magma é uma espécie de res países do mundo para se viver devido ao seu
túnel que se denomina conduto vulcânico ou cha- alto padrão de vida, ao seu melhor, entre todos
miné. Esse túnel termina na cratera do vulcão, por países, índice de desenvolvimento humano (IDH)
onde sai lava (nome do magma quando atinge a e à alta qualidade de vida da sua população. Apro-
superfície). A lava e os detritos expelidos pela cratera ximadamente 30% do território islandês são
depositam-se em suas bordas: o material grosso e recobertos por campos de lava, dando a impres-
pesado nas proximidades e os materiais mais leves são de se estar na Lua!!
a distâncias maiores. Acumulando-se nas sucessi- • Risdales é a antiga moeda. Atualmente, a moeda
vas erupções, as lavas e os detritos vão construindo islandesa chama-se Coroa.
o cone ou edifício vulcânico. Eles apresentam forma-
to cônico e montanhoso. O vulcão mais antigo do Item 5 – Rumo a Sneffels
mundo ainda em atividade é o Etna, que fica na Itália • Instrumentos de medida: termômetro, manômetro
e tem cerca de 350 mil anos. Os vulcões podem ser (são explicados no texto), cronômetro (medição
ativos, dormentes ou extintos, os dois primeiros do tempo), bússola (direção espacial).
têm câmara magmática em profundidade a partir da Bússola: embora tenha sido inventada pelos
qual irrompe o magma através da chaminé sempre chineses, a palavra bússola tem origem italia-
que tectonismo ou a pressão do magma e gases na e significa “pequena caixa”. É um pequeno
associados forçar a saída da lava. Os vulcões extin- ímã em forma de agulha que gira sobre um
tos são aqueles que não têm mais magmatismo ou ponto de apoio. Afastada de qualquer ímã, é um
ele não é mais significativo. Não se sabe ao certo eficiente instrumento de orientação, uma vez
quantos vulcões existem na Terra. Presume-se que que aponta sempre para o pólo Norte terrestre.
sejam 550 vulcões terrestres e outros mil vulcões Na atualidade, a localização mais precisa de
ativos no fundo dos oceanos. A Islândia, essa ilha qualquer lugar na superfície da Terra é
gelada da Europa, para onde irão as personagens conseguida através do GPS (Global Positioning
da história de Júlio Verne, possui a maior concentra- System ) ou Sistema de Posicionamento Glo-
ção de vulcões no mundo. bal. Trata-se de um sistema de posicionamen-
Nos arredores de vulcões, os solos são to por satélite utilizado para determinar a posi-
bastante férteis, ricos em sais minerais para a agri- ção de um receptor na superfície da Terra ou
18 Manual do Professor – ed 08
em órbita terrestre. O GPS informa as coordena- • O Sol da meia-noite é um fenômeno que ocorre
das (latitude e longitude) e altitude, tem uma bús- nas regiões polares do Hemisfério Norte e He-
sola imbutida para indicar o Norte e também indi- misfério Sul no verão, quando o Sol nunca des-
ca a velocidade da pessoa ou do objeto (se esti- ce na linha do horizonte. Ou seja, nos meses
ver em movimento também indica a velocidade) de verão é dia durante as 24 horas.
em qualquer lugar do planeta. Ele pode ser usa- • A mitologia escandinava pré-cristã, constituída
do por qualquer pessoa, a utilização é gratuita. de crenças e lendas dos povos escandinavos,
Basta apenas um aparelho de GPS que capte o incluindo os que se estabeleceram na Islândia,
sinal emitido pelos satélites. Ou seja, é só com- é muito rica! Por exemplo: Thor é o deus do tro-
prar o aparelho e usá-lo!! O custo desse aparelho vão da mitologia nórdica, fazendo justamente
é a partir de US$ 120. Sua utilidade hoje: aviação seus raios com o seu martelo Mjolnir. Queren-
geral e comercial e na navegação marítima, qual- do saber mais, consulte o site: http://
quer pessoa que queira saber sua posição, en- pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_N%C3%B3rdica .
contrar seu caminho para determinado local (ou • Discuta o significado de furacão. Ele tem ori-
de volta ao ponto de partida), conhecer a velocida- gem no nome do deus Huracan, da mitologia
de e direção de seu deslocamento, durante expe- maia, povo indígena da Península do Iucatã
rimentos científicos de coleta de dados, na América Central. De acordo com essa mito-
rastreamento de veículos. Com a popularização logia, o deus Huracan tinha como tarefa des-
do GPS, um novo conceito surgiu na agricultura: a truir e reconstruir a natureza. Por isso, ele foi
agricultura de precisão. Uma máquina agrícola associado às tormentas e tempestades. Os
dotada de receptor GPS armazena dados relati- conquistadores espanhóis usaram essa pa-
vos à produtividade em um cartão magnético que, lavra para designar grandes tempestades,
tratados por programa específico, produz um transmitindo-a para outros idiomas. Geografi-
mapa de produtividade da lavoura. As informa- camente, o furacão é um fenômeno climático.
ções permitem também otimizar a aplicação de Trata-se de aglomerados de nuvens que che-
corretivos e fertilizantes. Lavouras americanas e gam até 500 km de extensão e abrigam ventos
européias já utilizam o processo. Para saber mais, de, no mínimo, 120 km. Eles ocorrem de junho
consulte o site: www.gpsglobal.com.br. a dezembro nas Américas Central e do Norte.
Mas de onde vêm e como surgem esses mons-
• Por que em países como a Islândia, o Sol não tros? O ar quente do Oceano Atlântico transfor-
se põe nos meses de junho e julho? Certamente ma tempestades tropicais em furacões.
essa pergunta será feita pela turma. É neces-
sário que você tenha em mãos um globo ter-
restre e resgate saberes dos alunos sobre as
estações do ano. A construção dessa resposta
tem a ver com duas questões: a distribuição
dos raios solares sobre a superfície do planeta
e as estações do ano. Veja a explicação: a Terra
Dia 1 Dia 2 Dia 4 Dia 7
é como um pião girando ao redor do Sol. Esse Tempestades tropi- As nuvens de tem- Os ventos no inte- O olho se forma. O fu-
pião se inclina em sua órbita, sempre para o cais começam a se pestade começam rior da tempestade racão está no auge da
desenvolver sobre a adquirir um for- se tornam mais in- sua destrutividade.
mesmo lado, percorrendo sempre o mesmo ca- um oceano tropical. mato de espiral. tensos e surge um
minho, num período de 365 dias. Quando a Ter- centro.
ra está em um dos lados do Sol, a inclinação Figura 4: Formação de um furacão
faz com que o Hemisfério Norte fique mais pró-
ximo dele (meses de junho/julho/agosto). Seis Em março de 2006, Santa Catarina foi varri-
meses mais tarde, quando a Terra está no ou- da por uma tempestade sem precedentes. Batiza-
tro lado do Sol, é o Hemisfério Sul que mais se da de Catarina, foi apontada por meteorologistas
aproxima da nossa fonte de luz (meses de de- americanos como um furacão em andamento. Essa
zembro / janeiro / fevereiro). No hemisfério incli- classificacão gerou polêmica entre os meteorolo-
nado, qualquer que seja ele, o Sol sobe alto no gistas brasileiros. “Não dá para dizer que foi um
céu, e os dias são longos e menos frios: é o furacão”, diz Maria Assunção. Ela explica que o
verão. No outro hemisfério, mais distante, o Sol Catarina surgiu como um ciclone extratropical. Esse
se levanta pouco no céu, e os dias são curtos e fenômeno, que atinge o Sul do Brasil rotineiramen-
frios: é o inverno. Perto dos pólos, como é o te, tem características bem diferentes dos furacões,
caso da Islândia, o Sol não se põe por vários pois neles o ar mais quente não fica no interior do
meses durante o verão. Devido à inclinação da sistema, e sim nas laterais. “Aos poucos, porém, o
Terra, há luz do dia durante 24 horas. Essas Catarina foi se transformando. No final de sua vida,
áreas são chamadas “terras do Sol da meia- era um híbrido entre as duas coisas”, analisa.
noite”. Enquanto um pólo tem luz de dia cons- REVISTA GALILEU. Rio de Janeiro: Globo, ago. 2006.
tante, o outro é envolvido no escuro do inverno,
onde o Sol nunca se levanta.
19 Geografia – CP08 – 142M2
Para saber mais consulte o site http:// Darwin. O mastodonte, por exemplo, é o ances-
revistagalileu.globo.com/Galileu/ tral do elefante.
0,6993,ECT832797-3434,00.html. Item 13 – Combate no mar
• O significado de antediluviano: antiqüíssimo,
Item 06 – Na cratera anterior ao dilúvio universal.
• No mapa: localize a maior ilha do planeta, a
Groenlândia, onde vive o povo esquimó chama- Item 14 – A tempestade
do Inuit. • O gêiser (leia-se gueizer), uma manifestação
• As rochas vulcânicas são formadas a partir do de vulcanismo, é uma nascente termal que
resfriamento e da consolidação da lava expelida entra em erupção periodicamente, lançando
pela cratera dos vulcões. São rochas escuras, uma coluna de água quente e vapor para o ar. O
e sua decomposição em clima tropical dá ori- nome Géiser provém de Geysir, o nome de uma
gem à famosa terra roxa, do Sul do Brasil. nascente eruptiva em Haukadalur, na Islândia.
• Granito: tipo de rocha formada no interior da Este nome deriva, por sua vez, do verbo gjósa,
Terra. que significa “jorrar”. É um fenômeno raro. Exis-
• No fundo da cratera encontra-se a câmara tem cerca de mil deles no planeta e a metade
magmática (Ver Figura 2). deles está no Parque Nacional de Yellowstone,
nos Estados Unidos da América. Os gêiseres
Item 07 – A descida quebram a monotonia da calota de gelo que
• As estalactites são formações encontradas no cobre 10% do território da Islândia e fornecem
teto de grutas calcárias, formadas a partir da dis- água aquecida e energia limpa para os 270 000
solução dessa rocha pela água de infiltração. habitantes do país. Observe-o na figura 5 que
Elas estão representadas no livro às páginas 22 segue.
e 23. As gotinhas que caem no chão formam as
estalagmites.
• Período quaternário – Como existe o tempo his- Finalizada a empolgante leitura do livro, você ain-
tórico para a narrativa da história humana no pla- da tem como possibilidade de exploração do tema
neta Terra, existe o tempo geológico que é a nar- a exibição do DVD do filme Viagem ao centro da
rativa dos acontecimentos da dinâmica do nos- Terra. Trata-se de um roteiro que recria a expedi-
so planeta Terra, contada pelos fósseis. Ele é divi- ção original, introduzindo novas personagens e si-
dido em Eras (Paleozóica – 325 milhões de anos; tuações desafiantes. Veja:
Mesozóica – 180 milhões de anos; e Cenozóica, Título original: Journey to the center of the Earth
65 milhões de anos) e essas em períodos. O Ano de produção: EUA/1959
quaternário é o último período da Era Cenozóica e Direção: Henry Levin
o fato mais importante do quaternário é o surgi- Elenco: Pat Boone, James Mason, Arlene Dahl,
mento da espécie humana no planeta. Diane Baker, Peter Ronson, Thayer David, Robert
Adler, Alan Napier, Alex Finlayson, Ben Wright
Item 16 – Novas pistas de Saknussemm Sinopse: Fantasia e diversão certamente são o
• Punhal “enferrujado”. O punhal é produzido a partir ponto alto desta versão cinematográfica do clássi-
do ferro. O contato desse metal com o ar / orvalho co suspense de Júlio Verne, estrelado por James
da atmosfera provoca uma reação química de oxi- Mason, Pat Boone e Arlene Dahl. Com lugares es-
dação, transformando-o em ferrugem até o pó, es- petaculares como pano de fundo, a história conta
tágio final da oxidação. as aventuras da expedição liderada pelo profes-
sor Lidenbrock (Mason) rumo ao centro da Terra.
Item 17 – Travessia forçada Também são membros do grupo um estudante de
• A pólvora foi inventada há mais de 1000 anos pe- Astronomia Alec (Boone) e a viúva de um colega
los chineses. Segundo a história, foi uma inven- (Arlene Dahl). Perigos, como seqüestro, morte,
ção ao acaso, pois na verdade eles estavam em sabotagem preparada por um explorador rival, es-
busca do elixir da imortalidade. É uma substância preitam pelo caminho. Répteis pré-históricos gi-
com alto poder de combustão e explosão, é usada gantes surgem a todo o momento. Mas, os aventu-
em armas de fogo. Sua constituição química, três reiros também encontram maravilhas deslumbran-
partes de carvão vegetal, 15 partes de salitre e 2 tes como uma reluzente caverna de cristais de
partes de enxofre, triturados e misturados. Da pól- quartzo, algas luminescentes, uma floresta de co-
vora foram inventados artefatos bélicos, explosi- gumelos gigantes e a cidade perdida de Atlantis.
vos usados em mineração e demolições, fogos Permanecendo fiel à narrativa de Verne, esta é uma
de artifício, foguetes, mísseis, satélites de comu- aventura arrebatadora que garante suspense e di-
nicação e monitoramento. Discuta com a turma o versão para todos os exploradores da família.
seguinte: a pólvora pode ser usada para o bem A aquisição pode ser feita na Livraria Cultura (SP)
(fogos de artifício para diversão e entretenimento, por R$ 34,90 –Tel. (11) 3024 -3599. Damyler/Depto.
satélites de comunicação) e para o mal (armas de de Vendas dfcunha@livrariacultura.com.br
destruição do próprio homem).
No livro, os alunos vão desenvolver as seguintes
Item 18 – A erupção atividades:
• Este subitem contém vários vocábulos discutidos
anteriormente com a turma: tremor de terra, erup- • Atividade cartográfica 1 de localização do percur-
ção, chaminé do vulcão, chamas sulfurosas, lava, so da expedição do professor Lidenbrock ao cen-
furacão. tro da Terra. Convencione com a turma as cores da
legenda. Por exemplo: linha azul para o percurso
Item 19 – Salvos! de ida (Hamburgo, na Alemanha; Copenhague, na
• A oliveira é um arbusto que produz a azeitona. Dinamarca; Reykjavick, na Islândia) e linha ver-
• Náufrago é uma pessoa vítima de acidente que melha para o percurso de volta (Messina, na Itá-
resultou no afundamento de embarcação. (Dicio- lia; Marselha, na França e Hamburgo, na Alema-
nário Houaiss) nha.). Confira a atividade no livro do aluno.
• Atividade 2 - “Da bússola ao Sistema de Posicio-
Item 20 – O retorno namento Global (GPS)” é uma atividade que tem a
• Use o mapa político da Europa para traçar o cami- ver com o final da história, ou seja, a bússola foi
nho de retorno da expedição: ilha da Sicília, na Itália, afetada (inversão dos pólos) pelas explosões vul-
e nela a cidade de Messina. A partir daí, nossos he- cânicas e as nossas personagens ficaram perdi-
róis entraram num navio-correio francês e aportaram dos. Com o GPS isso não teria acontecido... Solici-
na cidade de Marselha, na França. De lá, por terra, tamos que os alunos coletem dados sobre os usos
eles retornaram a Hamburgo, na Alemanha. do GPS. Eles podem encontrá-los fazendo uma
• A noiva de Axel é irlandesa. Localize no mapa a busca na Internet (www.gpsglobal.com.br), entre-
Irlanda, ilha da costa noroeste da Europa. Ela é vistando professores de Geografia... Você poderá
circundada em três de seus lados pelo oceano acrescentar, caso seja necessário, com o banco
Atlântico e separada da Grã-Bretanha pelo Mar da de dados do Item 5 – Rumo a Sneffels, não é mes-
Irlanda. A capital do país é Dublin. mo?
21 Geografia – CP08 – 142M2
mica, a população cresceu e rapidamente se ças deixam em evidência essas diferenças. O im-
urbanizou, a sociedade tornou-se mais complexa, portante é que o material visual possibilite a per-
mas a concentração da renda não só persistiu, cepção das desigualdades sociais nas socieda-
como se aprofundou, pois a grande maioria da des humanas. Convide a turma à descrição das
população permaneceu à margem do mercado imagens; à comparação de imagens em que a
consumidor de bens duráveis. condição humana de crianças mostre a face da
Todavia, a crise do modelo de substituição pobreza e da riqueza; estimule-as para que per-
das importações, na década de 1980, e o seu co- guntem o porquê da existência de diferenças soci-
lapso, seguido da aplicação de doutrinas ais; se há programas para acabar ou diminuir es-
neoliberais na década seguinte, não só levaram à sas desigualdades (nesse sentido tem sido in-
ampliação das desigualdades sociais, como tam- cansável a luta da Unesco e do Programa das
bém permitiram compreender melhor que, à me- Nações Unidas para o Desenvolvimento [PNUD]
dida que a sociedade incorpora novas realidades, pela diminuição das desigualdades entre os po-
criam-se novas necessidades (o acesso à educa- vos, haja vista que a diminuição da pobreza é uma
ção, ao trabalho, à renda, à moradia, à informa- das oito Metas do Milênio, que você poderá confe-
ção, etc) que vão além da simples subsistência. rir no site: http://www.pnud.org.br/odm/ - As 8 for-
Essas transformações mais recentes fize- mas de mudar o mundo.
ram por cristalizar dois “tipos” de exclusão social,
um “antigo” e outro “recente”. O primeiro refere-se Em seguida, apresente à turma os três ro-
à exclusão que afeta segmentos sociais que histo- teiros que serão desenvolvidos nessa atividade 1.
ricamente sempre estiveram excluídos. O segun-
do atinge aqueles que, em algum momento da vida, Roteiro 1 – Leitura individual e coletiva do
já estiveram socialmente incluídos. texto “Índice de Desenvolvimento Humano: O que
No Brasil, as desigualdades analisadas pelo é isso? Para que serve?” São apresentadas ao
ângulo da concentração de renda indicam que o final cinco perguntas que deverão encaminhar o
rendimento dos 10% mais ricos da população é debate das idéias do texto. São elas:
cerca de vinte vezes maior que o rendimento mé- 1. O que significa o Índice de Desenvolvimento Hu-
dio dos 40% mais pobres. Mais ainda: o total da mano – IDH?
renda dos 50% mais pobres é inferior ao total da 2. Que programa é responsável pelo levantamen-
renda do 1% mais rico. Esses dados comprovam to do IDH dos países que possuem represen-
que o crescimento econômico brasileiro desenvol- tação da ONU?
veu-se sob o signo da concentração de renda. As 3. Como será a condição de vida da criança de
grandes desigualdades sociais também se mani- um país que apresenta o IDH baixo?
festam nas unidades regionais do país. 4. Como será a condição de vida da criança de
Disponível em: http://www.clubemundo.com.br/ um país de IDH elevado?
revistapangea. Acesso em: 28 jun. 2006 5. E como será a condição de vida de uma criança
de um país de IDH médio?
Em suma: as desigualdades sociais são
uma decorrência de uma distribuição de renda in-
justa, pois a maior parte fica nas mãos de poucos.
Tais desigualdades não são por acaso, uma vez Roteiro 2 – Exercício cartográfico
que elas são produzidas por um conjunto de rela- A leitura e análise do “Mapa-múndi: o Índice
ções que abrangem as esferas da vida social. Por de Desenvolvimento Humano dos Estados-mem-
exemplo: na economia existem relações que le- bros da Organização das Nações Unidas – Ano
vam a exploração do trabalho e a concentração da 2006” deve ser realizada em dupla, sob sua orien-
riqueza nas mãos de poucos; na política, o desen- tação criteriosa: que título tem o mapa? Do que
volvimento humano é excluído das decisões go- trata seu assunto? Como se apresenta a legen-
vernamentais. da? Como é a distribuição do IDH de acordo com
os continentes? Com a ajuda de um mapa-múndi
Atividade 1 político, tente localizar os países de IDH elevado,
O seu ponto de partida para o trabalho com médio e baixo junto com a turma. Em seguida, con-
essa Oficina é a organização de um banco de ima- vide a turma para completar o quadro das respos-
gens que evidencie as diferenças entre as socie- tas, que você irá conferir a seguir:
dades humanas, isto é, as diferentes condições 1. A maior parte das nações do planeta apresenta
de vida da população mundial. Procure diversificar IDH que varia de médio a elevado.
as imagens com crianças africanas, européias, 2. O Brasil está na faixa do IDH médio.
asiáticas, latino-americanas, brasileiras, em dife- 3. As nações de IDH baixo encontram-se, sobre-
rentes condições existenciais. Você poderá levar tudo, no continente africano.
para a sala de aula o livro Crianças como Você, A solicitação para elaborar uma pergunta
indicado na seção Estante. As imagens das crian- curiosa sobre os dados do mapa pode gerar ativi-
24 Manual do Professor – ed 08
dades do tipo debate e (por que não?) um projeto Aqui você, professor, deve retomar à noção de
explorando as curiosidades da turma. desigualdade possibilitada pelo estudo do IDH.
A atividade Para casa é avaliativa: a turma • E, finalizando, uma avaliação sob a forma de
deverá reconhecer imagens e dados de revistas e um texto em quadrinhos em que o aluno deverá
jornais sobre as condições de vida de populações denunciar as condições socioambientais do
de diferentes países do mundo com base no mapa nosso planeta.
de IDH trabalhado. Aos internautas, sugerimos uma Veja os instrumentos de avaliação de de-
visita ao site da Wikipedia para ampliar as informa- sempenho que esse roteiro lhe oferece!
ções sobre a temática. Leia a síntese a seguir, para se informar mais
A aula seguinte é de tratamento da informa- sobre o tema da sustentabilidade / insustentabili-
ção dos dados coletados, através de: dade.
• leitura de textos da mídia impressa; A SUSTENTABILIDADE apresenta as se-
• apresentação de palavras novas para discussão guintes dimensões:
do significado;
• leitura de imagens; Sustentabilidade ecológica refere-se à
• apresentação de perguntas curiosas... base física do desenvolvimento e à manutenção
A noção-chave que estará em evidência é a dos estoques de recursos naturais incorporados
de sustentabilidade / insustentabilidade da nossa às atividades produtivas.
sociedade humana. O IDH analisado mostra as Sustentabilidade ambiental relaciona-se
desigualdades sociais cuja face mais perversa é com a capacidade da natureza de absorver as
representada pela fome e pobreza extrema. ações humanas e se regenerar.
Feita a análise dos dados, das imagens e Sustentabilidade social refere-se à
das informações, cada grupo terá como desafio or- melhoria da qualidade de vida da população, ven-
ganizar duas das páginas que irão compor um LI- cendo os graves problemas de desigualdade e
VRO que responderá à pergunta: Por que somos exclusão social que caracterizam vários povos da
uma sociedade insustentável? Faça um sorteio para Terra, principalmente o Brasil.
definir a tarefa de cada equipe. As tarefas são: Sustentabilidade política acha-se associa-
– ilustrar; inserir título e nome dos autores da aos processos de construção da cidadania e à
que irão compor a capa do livro; incorporação plena das pessoas nos processos de
– criar a contra-capa; desenvolvimento (GUIMARÃES: 1994 apud
– criar sumário; Barbieri: 1998).
– apresentar a obra;
– criar texto para a orelha do livro;
– organizar os textos do livro. Agora, analise o quadro a seguir. Embora
Você tem em mãos um excelente material ele esteja programado para ser trabalhado no ca-
para avaliação de desempenho de sua turma. pítulo 4, seção Ampliando nossos saberes, con-
Três atividades relacionadas finalizam o Ro- sideramos importante que você já reflita sobre as
teiro 2:
diferenças entre sociedades insustentáveis e so-
• a leitura oral de um desenho, atentando para a
simbologia do cadeado que nos prende à Terra ciedades sustentáveis desde agora.
e sua lágrima; o líquido que escorre nas mãos
humanas que parecem oprimir o planeta (eles
podem colorir, se quiserem. Preste atenção à es-
colha que farão da cor...);
• a discussão da questão apresentada: O planeta
Terra está doente ou a doença está na forma
como a sociedade humana se organiza?
25 Geografia – CP08 – 142M2
• Os recursos naturais são finitos e, se usados • Idéia de que os recursos naturais são infinitos,
com desperdício, podem acabar. inesgotáveis.
Roteiro 3 – Uma viagem pelo Níger e pela água. O rio mais importante também se chama
Noruega Níger, e Niamey encontra-se às margens dele. As
fronteiras territoriais do Níger são as seguintes:
O objetivo desse roteiro é de ampliar e ao norte é feita com dois países: Argélia e Líbia; ao
aprofundar o conhecimento sobre as desigualda- sul é com a Nigéria e o Benin; a leste é com o
des das sociedades do nosso planeta Terra. A ati- Chade; e a Oeste com o Mali e Burquina Fasso.
vidade consiste em tratar a informação geográfi- O dado 2 é um texto para leitura individual e
ca de um banco de dados relativos aos dois paí- coletiva, seguida da observação que mostram os
ses em pauta. graves problemas da infância da criança nigerense
O dado 1 trata da localização geográfica, e o e as condições de pobreza.
dado 2 trata das condições do desenvolvimento A organização Médicos Sem Fronteira atua per-
humano. manentemente no atendimento às populações po-
Para a atividade de localização geográfica, bres desse país. Os internautas da turma deverão
você deverá ter disponível o mapa-múndi político coletar dados sobre essa organização, conforme site
ou um atlas para cada grupo); e o globo terrestre. sugerido.
Comecemos pelo Níger. Chame a atenção Para a elaboração dos murais, sugerimos
da turma para a representação cartográfica do exer- que a turma seja dividida em dois grupos: um fica
cício – o zom mostra esse país do continente afri- responsável pelo mural do Níger, e o outro grupo,
cano que ocupa a porção cardeal centro-oeste e pelo mural da Noruega.
tem como capital da república a cidade de Niamey.
O Norte do continente africano é dominado pelo Médicos Sem Fronteiras: o que é?
deserto do Saara. O território do Níger tem dois
terços dele localizados nesse deserto. Chame Médicos Sem Fronteiras foi criada em 1971
atenção para os espaços vazios nas porções Nor- por um grupo de jovens médicos e jornalistas que,
te, Leste e Sudeste desse país. As principais cida- em sua maioria, tinham trabalhado como voluntá-
des localizam-se na porção Oeste e Sul, onde há rios em Biafra, região da Nigéria, que, no final dos
26 Manual do Professor – ed 08
anos 60, estava sendo destruída por uma guerra embaixada da Noruega em Brasília e solicitar
civil brutal. Enquanto trabalhavam para socorrer material de divulgação do país. Certamente serão
as vítimas do conflito, eles perceberam que as li- atendidos.
mitações da ajuda humanitária internacional da Endereço: SES, Avenida das Nações, Qua-
época eram fatais. Para tratar dos doentes e feri- dra 807, Lote 28, CEP 70.418-900 Brasília - DF,
dos era preciso esperar por um entendimento en- Telefone: +55 61 3443 8720 / 22 / 91 Fax: + 55 61
tre as partes em conflito ou pela autorização oficial 3443-2942 - emb.brasilia@mfa.no
das autoridades locais. Além do emperramento
burocrático, os grupos de ajuda humanitária não Atividade 2: Convite à investigação
se manifestavam diante dos fatos testemunhados. As atividades desenvolvidas na Oficina, até
Em 1971, o sentimento de frustração desse grupo agora, tiveram como intenção formadora o desen-
e a vontade de assistir às populações mais ne- volvimento mais ampliado e aprofundado acerca
cessitadas de modo rápido e eficiente deram ori- de noções e de conceitos relacionados à origem
gem à Médicos Sem Fronteiras. A organização sur- dos problemas socioambientais do nosso planeta.
giu com o objetivo de levar cuidados de saúde para Veja: não é o planeta Terra que está doente. A doen-
quem mais precisa, independentemente de interes- ça está na sociedade, ou seja, na forma como ho-
ses políticos, raça, credo ou nacionalidade. No ano mens relacionam-se entre si (marcadas pelo indi-
seguinte, MSF fez sua primeira intervenção, na Ni- vidualismo, competição cada vez mais acirrada,
carágua, após um terremoto que devastou o país. extração do lucro a qualquer preço e custo) e com a
Hoje, mais de 22 mil profissionais trabalham com natureza (relações de domínio e de exploração).
Médicos Sem Fronteiras em mais de 70 países. Faça uma leitura comentada do texto das pá-
Disponível em: http://www.msf.org.br/ ginas 14 a 20 e explique o “convite à investigação” –
Acesso em: 30 ago. 2007. O que está em evidência é a construção conceitual
de “sociedade sustentável, ou “comunidade susten-
Em seguida, estão os dados da Noruega. tável” . Relacione as idéias do texto com a realida-
O procedimento da leitura cartográfica é como o de do espaço de vivência. Confira a seguir.
usado anteriormente com o Níger: mapa-múndi e Uma comunidade sustentável vive em har-
globo terrestre. Veja que a diferença da localiza- monia com seu meio ambiente e não causa da-
ção geográfica entre os dois países merece uma nos a meios ambientes distantes ou a outras co-
atenção especial. A Noruega é um país europeu munidades – agora ou no futuro. A qualidade de
que ocupa a Península da Escandinávia. Sua lo- vida e os interesses das futuras gerações são mais
calização é vizinha do Pólo Norte, e, por isso, as valorizados do que o crescimento econômico ou o
condições climáticas são muito rigorosas, mes- consumo imediato. (Agenda 21 Local).
mo com a passagem por seu litoral sul da corren- Em outras palavras, podemos dizer que
te marinha quente proveniente do Mar do Caribe, a uma comunidade sustentável é aquela que
Corrente do Golfo. Ela é um amenizador das tem- • respeita o modo de vida das comunidades tra-
peraturas e possibilita a ocupação humana nessa dicionais;
parte do litoral. Mesmo assim, as temperaturas • valoriza a natureza do lugar;
são muito rigorosas. • tem sob seu controle qualquer tipo de poluição;
As temperaturas nos meses mais quentes • não desperdiça recursos naturais e financei-
(junho, julho e agosto) em Oslo ficam em torno de ros;
16 ºC. • valoriza todo tipo de trabalho;
• cuida da alimentação, moradia, saúde e do sa-
Em suma: a Noruega localiza-se na parte neamento básico;
norte do continente europeu e sua capital é Oslo. • protege o patrimônio cultural e natural;
Suas fronteiras são as seguintes: a leste, com a • cria oportunidades de trabalho e estimula o em-
Suécia, e ao norte, com a Finlândia, e numa pe-
preendedorismo;
quena faixa com a Rússia.
• investe recursos locais no atendimento às ne-
Os alunos já sabem que a Noruega é o país
que por quatro anos consecutivos apresenta o mai- cessidades;
or IDH dos países-membros da ONU. Convide a • faz escolhas visando ao bem comum;
turma para a leitura do texto do dado 2 – As condi- • faz coleta seletiva de lixo e recicla materiais;
ções do desenvolvimento humano na Noruega. • consome energia de fontes renováveis e não
Faça uma discussão do texto, comparando o pa- poluentes;
drão de vida do norueguês com o do nigerense. O • cria envolvimento dos jovens com serviços co-
que pode explicar o alto nível de bem-estar social munitários.
alcançado pelo provo norueguês? O Estado é
comprometido com os direitos do cidadão? Como Munidos com essas lentes para observação
é distribuída a riqueza? Não seria ela a chave para e análise da paisagem, passaremos a investigar as
explicar as condições de desenvolvimento huma- condições socioambientais do espaço de vivência
no da Noruega? Em seguida, propomos um exer- da turma.
cício com cálculos matemáticos para resolução Sobre a noção “condições socioambientais”,
individual e, após, uma apresentação coletiva. Para cabe aqui uma explicação. O significado da pala-
finalizar, convide a turma para organizar um mural vra ambiente, durante muito tempo, referia-se ex-
da Noruega. Vocês podem fazer contato com a clusivamente a uma dimensão naturalista. Na
27 Geografia – CP08 – 142M2
construção de um espaço geográfico que atenda aos 3 – O lixo é um problema muito sério. Que destino
interesses e necessidades de todos os cidadãos. tem dado aos resíduos do processo produtivo
Organize a turma em três grupos de de sua empresa?
entrevistadores e divida as tarefas entre eles: 4 – Que tipo de colaboração os senhores podem
Grupo de entrevista aos moradores oferecer ao poder público e à comunidade para
Esse grupo deve englobar um número mai- a melhoria da qualidade socioambiental?
or de alunos, para que a amostra dos moradores
seja a mais significativa possível, isto é, abarque Grupo de entrevista à administração pú-
diversos grupos sociais, desde os mais pobres blica da cidade
aos mais abastados. Esse grupo deve entrevistar um represen-
Sugestão de perguntas dirigidas aos mo- tante da administração pública. A entrevista pode
radores da comunidade: ser feita por carta/e-mail e dirigida à assessoria
1 – Quais são os problemas socioambientais da do prefeito ou ao secretário de meio ambiente. É
nossa cidade? muito importante, na formação do cidadão, com-
2 – Em sua opinião, o que causa esses problemas? preender, desde tenra idade, que a cidade tem uma
3 – Você se acha um consumidor consciente, da- lógica de organização. Essa lógica envolve toda a
queles que pensam duas vezes antes de comunidade: ela elege seus representantes pelo
comprar ou é um consumidor compulsivo, voto direto e pode e deve participar da construção
tudo o que vê quer comprar, sem medir as de uma gestão democrática. Desse modo, entre-
conseqüências? vistar a administração pública da cidade não pode
4 – A qualidade socioambiental de uma cidade de- ser entendido como um incômodo às autoridades,
pende da participação efetiva de toda a comuni- mas a participação delas no processo formador
dade nas questões sociais, culturais e econô- do cidadão.
micas do município. Como você avalia sua par- Sugestão de perguntas:
ticipação? 1 – A administração municipal tem assegurado o
fornecimento de água potável, coleta de lixo e
Grupo de entrevista aos empreendedores tratamento do esgoto doméstico e industrial
da cidade para todos os moradores da nossa cidade?
Esse grupo deve entrevistar um represen- 2 – Quais são os problemas de difícil solução para
tante de cada ramo de atividade identificado na a melhoria da qualidade socioambiental da
comunidade. Por exemplo: um comerciante, um nossa cidade?
fazendeiro, um industrial, um artesão, um feirante, 3 – Que providências têm sido tomadas para
motorista de táxi... resolvê-los?
Sugestão de perguntas: 4 – Como o senhor avalia a participação da comu-
1 – Como o senhor vê a qualidade socioambiental nidade na busca de melhora da qualidade so-
da nossa cidade? cioambiental da nossa cidade?
2 – Seu empreendimento pode ser considerado Com os dados coletados, passa-se ao tra-
ecologicamente correto, isto é, as tecnologias tamento dos mesmos, começando pela análise,
e energia usadas não poluem o ambiente? sob a sua orientação. Entre as atividades que se-
Caso contrário, o que tem impedido sua cola- guem, selecione aquelas que você considerar
boração para com a “limpeza” da nossa cidade mais adequadas à sua turma:
e do no nosso planeta?
30 Manual do Professor – ed 08
Propor Comparar
Imaginar Criticar
A atividade de análise é feita individualmente e depois em pequenos grupos. Os resultados devem ser
registrados. A essa altura, as fotos já foram reveladas e devem ser agora apreciadas, analisadas, selecionadas
e legendadas.
Monte o seu banco de dados e informações. água em abundância são as causas responsá-
ampliando os conhecimentos contidos nos desa- veis por esse verdadeiro viveiro natural.
fios e no texto de apresentação do Pantanal. Estu- Como essa atividade é individual, ela deve
de seu bioma; suas águas; seus tipos de solos; e ser partilhada, ao final, com toda a turma.
a vegetação típica com exemplares do cerrado, da
Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, num verda- Atividade 2 – Leitura de mapa: Onde fica o
deiro mosaico das espécies vegetais do país bem Pantanal?
como dos países que são vizinhos a ele. No O roteiro dessa atividade, que inicialmente
Paraguai e na Bolívia, o Pantanal leva a denomi- deve ser feita de modo individual para que você
nação de Chaco (leia Tchaco). Verifique em quais possa avaliar o desempenho cartográfico de cada
estados brasileiros localiza-se esse bioma e os aluno, está organizado com questões de a) a j). As
riscos de contaminação de uma das últimas re- respostas devem ser produto da observação do
servas naturais e paradisíacas do planeta. Fique mapa. Veja a chave de conferência a seguir:
expert em Pantanal! Encante sua turma com seu
entusiasmo, procurando despertar o sentimento a) Os estados brasileiros onde se localiza o Pan-
de preservação dos nossos patrimônios naturais tanal: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
e culturais. b) A qual dos dois estados pertence a maior parte
Confira as atividades no livro do aluno. dessas terras? Ao estado do Mato Grosso do
Sul.
c) Países que fazem fronteira com o Pantanal: Bo-
Atividade 1– Leitura de imagens lívia e Paraguai.
Convide a turma para observar, descrever as d) Bacia hidrográfica que drena as terras
imagens do Pantanal e opinar sobre elas. Provo- pantaneiras: é o Rio Paraguai e seus afluentes
que os alunos com perguntas desafiantes do tipo: Miranda, Taquari, Cuiabá, Coxim, Aquidauana,
Por que será que existe essa profusão de vida no entre outros.
Pantanal? A resposta relaciona-se ao clima tropi- e) A cidade mais importante no Pantanal é
cal, quente e com duas estações bem marcadas: Corumbá, que fica na fronteira com a Bolívia.
verão chuvoso e inverno seco. Nas regiões pola- f) Corumbá se localiza no estado do Mato Grosso
res, por exemplo, o frio inibe a grande diversidade do Sul.
de animais e os mais importantes são a foca, o g) A rodovia federal de acesso ao Pantanal é a BR-
pingüim, o urso, o lobo-marinho. 262.
h) Essa rodovia liga Campo Grande (capital do
Em seguida, faça com a turma o exercício Mato Grosso do Sul) a Corumbá.
“Orientação para a leitura coletiva das imagens do i) O grande entroncamento rodoviário é a cidade
Pantanal”, à página 23. Em primeiro lugar, propo- de Campo Grande.
mos uma discussão do significado da palavra “pân- j) As rodovias procedem de São Paulo, de Goiás
tano”, segundo o dicionário Aurélio, e a escolha e do Mato Grosso.
daquele corretamente aceito para designar o “Pan-
tanal” – “terras baixas e alagadiças” conforme a Atividade 3 – Leitura de texto
leitura que você fez do texto da página 30 deste
manual. Outra questão que poderá encantar a tur- Essa atividade pode ser realizada como ta-
ma é tentar descobrir o porquê da enorme varie- refa de casa e compartilhada na sala de aula.
dade da vida selvagem no Pantanal (pergunta Estimule a turma ao aprofundamento dos
nº 4). A relação catalogada considera: problemas socioambientais do Pantanal proble-
– Mamíferos – 95 matizando as idéias do texto.
– Aves – 665 A tarefa final pode e deve ser considerada
– Répteis – 162 uma atividade avaliativa. Trata-se de COMPARAR
– Anfíbios – 40 os problemas ambientais do espaço pantaneiro
A variedade de hábitats combinados com com os problemas ambientais do espaço vivência
uma grande variedade de solos, vegetação e a
33 Geografia – CP08 – 142M2
Não são apenas os índios que brigam para uma região e mantêm o mesmo modo de vida de
preservar suas tradições. A Secretaria Especial de seus antepassados, numa estreita dependência
Políticas de Promoção da Igual de Racial reconhe- do meio natural. São muitos os seus problemas,
ce cerca de 700 comunidades remanescentes de e o mais difícil, embora eles tenham esse direito
quilombos espalhadas pelo Brasil. A maior parte garantido em lei, é a luta pela posse da terra de
encontra-se na região Nordeste. Uma população seus ancestrais.
de, aproximadamente, 2 milhões de habitantes,
que faz da luta pela terra uma via de afirmação de
sua cultura. Apesar de esse direito estar previsto CULTURA CAIÇARA
na Constituição de 1988, apenas 32 comunidades
conseguiram o título de suas terras em todo o país. A população tradicional Caiçara é hoje
Assim como os índios, os descendentes de qui- um dos últimos traços visíveis do momento da
lombolas dedicam-se à agricultura, caça, pesca, criação do povo brasileiro. Fazendo parte das
culturas litorâneas brasileiras, os caiçaras re-
coleta de frutos, além do artesanato.
presentam um forte elo entre o homem e seus
REVISTA Os caminhos da Terra. São Paulo: Editora Azul.
recursos naturais, gerando um raro exemplo de
Ano 12 n.143, mar. 2004. p.12. comunidade harmônica com o seu ambiente.
Turistas e aventureiros que buscam o litoral su-
Em seguida, estabeleça um diálogo dos alu- deste como abrigo para suas férias, travam con-
nos com as seguintes perguntas: tato, sem saber, com uma das mais belas e anti-
• O que eram os quilombos? gas culturas brasileiras.
• Como se organizavam?
• Onde se localizavam? Origem dos caiçaras
• Quais eram os seus objetivos?
• Quais foram os quilombos mais importantes? No Brasil, há inúmeras nações indíge-
nas. No ato da colonização, os índios foram sen-
• Quem foi Zumbi dos Palmares?
do exterminados de nosso litoral, deixando he-
• Quem são os quilombolas?
ranças que ainda hoje se perpetuam. Os caiçaras
Planeje a atividade investigativa junto com são um exemplo vivo dessa combinação, que
o professor de História. Inclua no planejamento se estabeleceram nos costões rochosos,
uma visita de estudos à comunidade tradicional restingas, mangues e encostas da Mata Atlânti-
para que a turma possa conhecer e entrevistar seus ca.
integrantes acerca de seus saberes e fazeres, e A palavra caa-içara é de origem tupi-
coletar dados sobre as questões levantadas ante- guarani. Separadas, as duas palavras sugerem
riormente. O resultado pode gerar ações de inter- uma definição: caa significa galhos, paus, “mato”,
venção na realidade, por exemplo, o cumprimento enquanto içara significa armadilha. A idéia pro-
legal da posse da terra de seus antepassados. vinda dessa junção seria, à primeira vista, uma
armadilha de galhos. Essa armadilha também
poderia estar ligada à denominação dada pelos
indígenas aos trabalhadores da costa brasileira
no início do século XVI para designar os índios
escravos que colhiam o pau-brasil; a armadilha
estaria ligada também aos espinhos que o tron-
co da madeira possui, dificultando seu transpor-
te. O termo, porém, denomina as comunidades
6 – O futuro das populações tradicionais de pescadores tradicionais de muitos estados
brasileiros como São Paulo, Paraná e Rio de
Inicie a aula retomando e comentando as Janeiro .
informações contidas no texto 2, da seção Ane- Os caiçaras evoluíram aproveitando os
recursos naturais à sua volta, que resultou numa
xos. Depois, convide os alunos à leitura do texto
grande intimidade com o ambiente. Essas pe-
de abertura da seção Trilha. Trata-se de uma ativi-
quenas comunidades tentam, ainda hoje, pre-
dade que envolve o futuro das comunidades tradi- servar seus valores de grupo. Suas terras foram
cionais ainda existentes no território brasileiro. Cha- alvo da especulação imobiliária, devido à sua
mamos de populações tradicionais os grupos hu- beleza e excelente estado de conservação, mas
manos culturalmente diferenciados que vivem em
36 Manual do Professor – ed 08
dade com Língua Portuguesa. Não é necessário al. O autor faz despertar no coração e na mente do
que exatamente esta indicação de leitura seja se- aluno um compromisso com nosso planeta, ao
guida. O importante é o fato de o livro escolhido mesmo tempo em que trata as questões da prote-
abordar o tema estudado no capítulo. ção ambiental como compromisso de toda a hu-
Faça uma leitura prévia do livro, destaque e manidade.
anote os principais pontos de conexão entre o livro KINDERSLEY, Anabel; BARNABAS. Crianças como
e o tema estudado para possibilitar a construção você. São Paulo: Ática, 1997. Constitui-se num rico
de interfaces. material de exploração da linguagem de interpre-
Combine com os alunos a leitura do livro, tação geográfica. Ele permite ler as paisagens, os
dividindo-a em partes. Comente cada uma das par- lugares, os territórios em escalas geográficas di-
tes, ao final da leitura, apontando os pontos mais versas (crianças de vários lugares do mundo) cons-
relevantes e suas relações com o tema do capítu- truindo as habilidades de observação, descrição,
lo. identificação, localização, comparação, represen-
Faça uma avaliação final com os alunos tação, análise. Os autores se propõem a retratar o
acerca da história narrada no livro. cotidiano de crianças das diversas regiões do
Aqui, estamos sugerindo a seguinte obra: mundo, apontando para a diversidade cultural e
VERNE, Júlio. Viagem ao centro da Terra. São Pau- favorecendo a construção de uma postura de valo-
lo: Scipione, 2001. Ela é o foco do desenvolvimen- rização das diferenças raciais e étnicas e respeito
to das atividades da seção Ampliando nossos sa- a elas. Com isso, a obra oferece ricas oportunida-
beres. Essa leitura permitirá o desenvolvimento des de abordagens geográficas na construção de
das noções básicas sobre a dinâmica do planeta conceitos cartográficos, mapeamento de informa-
Terra, através do conhecimento de sua estrutura ções dos aspectos naturais e sociais e uma pro-
interna. fusão de imagens propícias ao exercício de inter-
pretações geográficas. Enfim, amplia, de modo
divertido e instigante, a visão de mundo da crian-
ça.
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41 Geografia – CP08 – 142M2
Formação de atitudes
Orientações / Sugestões
var o planeta para nós mesmos. Adote uma forma dade 4, propomos uma coleta de dados de dois
criativa para que, no desenrolar do capítulo, a tur- temas muito importantes: 1 – o PROCON. Ele existe
ma leia o livro recomendado. Comente o conteúdo em seu município? Seria possível uma entrevista
dele para a turma. O livro descreve a situação do em sala de aula com um de seus funcionários? É
meio ambiente no planeta e informa o que os go- também solicitado ao aluno averiguar nas suas
vernos e os jovens estão fazendo para enfrentar relações familiares e de amizade se alguém já
os desafios ambientais do século XXI. Mais de 10 acionou os serviços prestados pelo Procon, para
mil crianças e jovens de todo o mundo colabora- um relato do que ouviu aos demais colegas; 2 –
ram com desenhos, relatos e poemas para a sua MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Você também deverá
produção. Sua leitura mostra qual é o papel dos
montar seu banco de dados sobre o tema 2 para
governantes, a opinião dos cientistas e o que as
poder introduzi-lo, com segurança, num diálogo
crianças e os jovens podem fazer para ajudar a
com a turma. Lembre-se: é uma “introdução” ao
salvar o planeta Terra. Construa parceria com o tema. Nos anos seguintes do Ensino Fundamen-
professor de Língua Portuguesa e de História para tal, ele será ampliado e aprofundado.
a leitura do livro.
6 insustentável A paisagem rural mostra a pobreza de uma família. São três adultos e quatro
crianças dividindo um pequeno barraco de pau-a-pique.
7 insustentável Paisagem urbana que mostra a poluição do ar pela queima de combustíveis dos
veículos.
Voltando à atividade 2: No roteiro 1, a dupla cujas pistas apontam para sociedades insusten-
deverá analisar as imagens e classificá-las em táveis e preencha o quadro.
sustentáveis e insustentáveis. A sistematização Assim, a seção se finaliza. Vamos ter mui-
dessa atividade está na página 50. É o preenchi- tas oportunidades de verificar se os alunos estão
mento de um quadro-síntese. sabendo aplicar esses conhecimentos em novas
O roteiro 2 é uma atividade avaliativa indivi- situações de aprendizagem nas próximas seções.
dual. Confira:
Escolha duas figuras cujas pistas apontam
para sociedades sustentáveis e duas imagens
46 Manual do Professor – ed 08
Roteiro do texto 4 – “Agricultura familiar, lavoura Faça uma leitura da imagem e dos dados
orgânica e fome” que a acompanham. Indague a turma sobre a exis-
tência, ou não, de um roteiro turístico desse tipo
O trabalho com esse texto tem por objetivo no município em que vivem.
fundamentar a investigação sobre a agricultura Com esses dados, procedam à investiga-
familiar no município. Faça uma leitura coletiva se- ção VISITANDO UMA FEIRA de produtores, ou um
guida de discussão das idéias que envolvem as MERCADO dos produtores. A escolha dependerá
políticas públicas propostas pelo governo: o do tamanho da cidade onde vocês vivem, embora
PRONAF (Programa de Apoio à Agricultura Famili- as cidades grandes e as metrópoles tenham feira
ar). Visite o site oficial www.pronaf.gov.br/ nos bairros da cidade em um determinado dia da
O Programa de Combate à Pobreza Rural semana. Acrescentem às perguntas da entrevista
destina-se à região Nordeste. Ele tem como finali- outras que vocês julgarem necessárias. Façam o
dade: Apoiar as comunidades rurais pobres orga- tratamento dos dados coletados e “enfeixem” a
nizadas para que possam superar a pobreza. O Oficina com uma dramatização do cotidiano de uma
programa será implementado conforme as linhas propriedade de agricultores familiares.
do apoio de desenvolvimento de comunidades es- A mensagem ao Ministro da Agricultura, Pe-
tabelecidas pelo programa de desenvolvimento ru- cuária e Abastecimento pode ser remetida através
ral do Nordeste. As principais linhas de atuação do de e-mail . Para isso, consulte o site
projeto são: fornecer infra-estrutura social e eco- www.agricultura.gov.br/faleconosco.
nômica básica, além de oportunidades de gera-
ção de emprego e renda às comunidades rurais
pobres; apoiar as comunidades rurais no planeja-
mento e implementação de seus subprojetos; for-
necer uma rede de proteção social aos
beneficiários e suas famílias; alavancar
mobilização de receitas nos níveis municipal e
comunitário. O projeto assegurará que os recursos 5 – Vivências de consumidores responsá-
serão focalizados e eficientemente transferidos às veis
comunidades mais pobres, e promoverá uma
maior descentralização do processo decisório para As duas atividades aqui propostas transi-
os níveis estadual, municipal e local. O projeto con- tam na temporalidade geo-histórica e nas esca-
tém três componentes principais: subprojetos co- las de valores e atitudes que desejamos incorpo-
munitários em infra-estrutura social e produtiva ou rar ao nosso novo estilo de vida sustentável.
pequenos projetos industriais; desenvolvimento
institucional (fornecimento de assistência técnica
e treinamento); e administração, monitoramento e Atividade 1
avaliação do projeto. Para a abordagem da primeira atividade (o
Disponível em: <http:// tempo passado), valemo-nos de um relevante
www.bancomundial.org.br/index.php/content/ resgate de vivência cotidiana dos tempos de cri-
view_projeto/491.html> Acesso em: 14 fev. 2005. ança, narrada por José Lutzenberger, combativo
Para mostrar a relevância da agricultura fa- ambientalista gaúcho, falecido em 2002. Confira
miliar em nosso país, acrescentamos ainda as a atividade no livro do aluno. Trata-se de uma ativi-
seguintes informações ao exercício do aluno: dade para ser realizada em casa (Orientação 1),
• Em cada 100 propriedades rurais do Brasil, 85 discutindo as questões com a família e fazendo
pertencem a grupos familiares. os registros necessários. Na aula seguinte, ocu-
• São 13 800 000 milhões de pessoas em cerca pe a metade da aula com a discussão das tarefas
de 4 100 000 milhões de estabelecimentos fa- realizadas nos itens 1 e 2. Em seguida, sistemati-
miliares. ze no quadro as “Ações propostas pela turma para
• Em cada 100 alimentos consumidos pela po- a construção de uma vida sustentável”. Esse texto
pulação brasileira, 60 são produzidos por agri- pode e deve ser reelaborado na aula de Língua
cultores familiares. Portuguesa e transformado em matéria ilustrada
• Sua importância ainda é maior porque cria opor- para publicação no jornal da escola, da cidade, da
tunidades de trabalho local, diminuindo o êxodo região. Deve ser ilustrado pelos alunos.
49 Geografia – CP08 – 142M2
A geração de energia renovável é uma exi- criar a utopia. Essa utopia ainda não se concreti-
gência básica. A reciclagem de todos os detritos zou na sua forma mais completa, mas muitos
também. Detritos orgânicos devem ser reintegra- grupos humanos estão no caminho certo, desafi-
dos ao solo. A água deve ser limpa e reutilizada. ando as estratégias de controle, elitização e ma-
O consumo de substâncias inorgânicas deve ser nipulação das massas.
cuidadosamente planejado, e a reciclagem feita É difícil julgar qualquer assentamento hu-
prioridade. Nesse aspecto, as tecnologias já exis- mano em relação às suas qualidades de susten-
tem, e são muito mais simples do que as mirabo- tação. Algumas comunidades podem apresen-
lantes invenções utilizadas para conduzir esses tar um nível de auto-suficiência elevado quanto à
detritos para fora da nossa vista, poluindo o am- produção de alimentos ou energia, mas as suas
biente. estruturas de relacionamento social são fracas e
Sustentando o desenvolvimento humano levam ao conflito crônico entre os residentes. Ou-
saudável – ECOVILAS são comunidades huma- tras podem regozijar-se em uma atmosfera fra-
nas, e como tais, devem ter a saúde humana inte- terna de cooperação, sem produzir sequer o seu
grante nos seus objetivos. Mas o que significa de- alimento mais básico.
senvolvimento humano saudável, senão o equilí- Quais, entre estes, seriam os assentamen-
brio de todos os aspectos da vida humana: físico, tos mais sustentáveis? Quais seriam aqueles a
emocional, mental e espiritual? permanecer vivos por muitas gerações?
Nesse caso, o projeto de saúde em uma Para ajudar a compreender melhor essa
ECOVILA deve enfatizar o caráter preventivo do questão, estabelecemos uma análise dos QUA-
trabalho. A saúde preventiva começa no solo. Pes- TRO ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE UMA
soas satisfeitas, seguras e amadas, com uma di- ECOVILA. Relacionando as características sus-
eta orgânica, e atividade física adequada, rara- tentáveis básicas de um assentamento humano,
mente adoecem. esperamos que seja possível iniciar a identifica-
De forma contínua e permanente – Este é ção concreta dos quesitos menos atendidos,
o caráter sustentável das ecovilas. aqueles a serem aperfeiçoados, e também da-
Não basta que sejam criados assentamen- quelas qualidades existentes, a serem promovi-
tos onde todas as necessidades são atendidas de das.
forma imediata. É necessário um futuro para as
gerações ainda não nascidas. OS QUATRO CAMPOS DE UMA ECOVILA
Uma cidade não é uma ecovila, mas, com
um planejamento adequado, vontade e trabalho, [1] INFRA-ESTRUTURA
pode se tornar uma federação de ecovilas Sistemas de captação, armazenamento,
interdependentes. Da mesma forma, comunida- distribuição e reciclagem da ÁGUA
des rurais necessitam de uma auditoria cuidado- A água é a substância vital para a existên-
sa nos seus sistemas de suporte, pois uma infra- cia da vida. Dos oceanos surgiu a vida que habi-
estrutura baseada na utilização de combustíveis ta o planeta. O ciclo hidrológico de evaporação,
fósseis, sem um sistema de reciclagem de detri- transpiração, precipitação e absorção que ocor-
tos, e dependente das importações de recursos é re na biosfera é a força de propagação da vida. O
um sistema destinado ao colapso. E, com ele, o cuidado com os recursos hídricos, bem como a
colapso de todos que dele dependem. restauração daqueles já degradados é respon-
A crise não é tanto material quanto uma sabilidade das comunidades que se assentam
crise de caráter. A falta de determinação para re- em qualquer microbacia hidrográfica.
alizar as mudanças, utilizando as soluções já dis- ECOVILAS devem preocupar-se com o
poníveis, é a maior carência. Ecovilas são feitas abastecimento adequado de água potável e para
por visionários. Pioneiros que se recusam a parti- irrigação, armazenando a pluviosidade (água das
cipar do ciclo de exploração e dedicam-se a criar chuvas) e melhorando a qualidade das nascen-
um novo futuro. Um futuro possível. tes e dos córregos existentes.
Também o tratamento biológico da água
OS ELEMENTOS DE UMA ECOVILA utilizada deve ser uma prioridade. A qualidade
da água descartada por qualquer comunidade
No planeta, existem milhares de vilas. Mui- deve ser igual ou superior àquela utilizada. O pla-
tas, principalmente nos países menos industriali- nejamento adequado para a utilização das águas
zados, com sistemas sustentáveis estabelecidos superficiais, particularmente do escorrimento su-
há muitas gerações. Essas vilas têm muito a nos perficial que ocorre em áreas pavimentadas, te-
ensinar sobre a vida equilibrada com o ambiente lhados e solos descobertos, é mais um fator a
natural. Também temos muito a aprender com os ser considerado.
pioneiros, de hoje e do passado, que identifica-
ram os caminhos errados da civilização, e parti-
ram na direção das terras desconhecidas para
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ção à utilização prioritária de materiais locais, não Todas as ECOVILAS devem engajar-se
tóxicos, além das técnicas apropriadas para a em programas de plantio de florestas, elimina-
participação comunitária na construção de suas ção de erosão e recuperação das áreas degra-
habitações. dadas nas suas regiões. Essa ação, em si só,
A indústria da construção civil é responsá- teria condições de absorver todo o desemprego
vel pelo maior consumo dos recursos naturais no existente nas regiões habitadas do mundo.
planeta. Florestas, metais e outros recursos são
utilizados com enorme desperdício, em prejuízo [4] ESTRUTURAS SOCIAIS E ECONÔMI-
das futuras gerações. Enquanto isto, três quartos CAS
das habitações do planeta são eretas com o ma- Decisão e governo em nível local
terial mais básico: a terra, e permanecem por sé- O fluxo de informações em uma comuni-
culos. Além da argila, palha, pedras e até mesmo dade determina a forma com que ela é organi-
a madeira, plantada para esse fim, podem substi- zada, como os elementos sociais são
tuir a grande maioria dos materiais hoje utiliza- estruturados. Assim, uma organização vertical,
dos na construção civil. hierárquica, estabelece um sistema em forma
É muito importante que haja uma revisão de pirâmide, em que as decisões são concen-
dos valores pessoais, particularmente aqueles re- tradas por uma minoria na ponta, e a grande
lativos aos conceitos estéticos. ECOVILAS são bo- maioria permanece fora de contato e alienada.
nitas, as casas são confortáveis e eficientes. E seus Por outro lado, um fluxo circular de informação
habitantes se beneficiam da saúde proveniente permite que todos participem, de alguma for-
de uma habitação não tóxica. ma, no processo decisório, particularmente na-
quelas decisões que tenham impacto direto nas
Consideração ao ciclo de vida dos mate- suas vidas.
riais Organização em círculos sempre foi par-
Antes da aquisição de um objeto, trazen- te integrante do processo decisório de tribos e
do-o para dento do sistema, deve-se realizar uma comunidades ancestrais. Os conflitos e os ru-
reflexão quanto ao ciclo de vida dos materiais que mos de uma comunidade são decididos com a
utilizados neste objeto. Será que existe mesmo a participação de todos aqueles que venham a se
necessidade da compra? Pode esse objeto ser beneficiar ou ser atingidos pelas decisões to-
consertado em caso de falha? Por quanto tempo madas.
será útil? Poderá ser reciclado? Poderia ser subs- Essa questão nos leva a discutir o núme-
tituído por outro feito de materiais naturais locais? ro ideal para que uma comunidade possa deci-
A análise do ciclo de vida dos materiais já faz parte dir seus rumos. Um assentamento não pode ser
das organizações empresariais mais avançadas. muito numeroso, para que todos tenham voz e
Está intimamente relacionada aos conceitos de acesso às suas lideranças, nem tão minúsculo,
qualidade. Esse aspecto nos leva a considerar os arriscando assim a sustentabilidade econômica
impactos ecológicos, regionais e sociais da tecno- ou genética. Um número muito acima de 500
logia que optamos por utilizar. pessoas sugere a necessidade de subdivisões
territoriais e sociais, aproveitando, talvez, os
[3] PRIORIZAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DOS RE- marcos geográficos que ocorrem naturalmente.
CURSOS: Esse campo de estudo nos apresenta al-
Prioritários – aqueles que aumentam com guns dados interessantes. De acordo com
o uso (ex.: informação...) – aqueles não afetados Mollison, os assentamentos humanos variam na
pelo uso (ex.: água em micro-hidroelétricas...) – sua capacidade de prover os recursos necessá-
recursos que se degradam quando não utilizados rios para a sua população de forma sustentável
(ex.: frutas, hortaliças...) Uso regulado – recursos em função da população. Também variam os
que reduzem pelo uso (ex.: combustíveis fósseis...) níveis de conflito e o comportamento social dos
Banidos – aqueles que destroem (ex. agrotóxicos, grupos.
energia nuclear...) Um número de cem pessoas adultas se-
ria necessário para estabelecer uma instituição fi-
Restauração dos ecossistemas naturais nanceira local sustentável. Sabemos que 500 pes-
A recuperação dos ambientes naturais é soas é o limite aproximado para que todos pos-
responsabilidade de toda a espécie humana e, sam se conhecer. Isso quando existir a organi-
por analogia, de qualquer ECOVILA. A redução zação de eventos sociais e reuniões informais.
das quantidades de solo fértil no planeta é o pro- Um bom início poderia estar em torno de
blema mais urgente que enfrentamos. As flores- 30 adultos, com suas crianças, atingindo grada-
tas, os mangues e sistemas aquáticos da Terra tivamente uma população de 200 ou 300. Nes-
também têm sofrido uma degradação sem prece- se aspecto existem experiências que podem en-
dente, em sua maioria, devido às atividades hu- sinar um caminho único, como as cooperativas
manas.
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• cultura de PAZ;
• espaço futurista;
• estilo de vida desagregador da natureza e das
pessoas;
• vida sustentável.
Peça que sublinhem as palavras cujo sig- 6 – Ações para uma vida sustentável
nificado será preciso discutir. Certamente, um de-
les é a palavra “futurista”. Eles já conhecem a Essa seção tem como objetivo aprofundar
palavra futuro? Pois é, futurista é algo que está as questões relativas ao potencial dos mananciais
por vir... As ecovilas anunciam uma mudança de hídricos em nível planetário e, em seguida, lançar o
estilo de vida, de esbanjador e consumista para foco para o Brasil. Nesse percurso, analisaremos
um estilo que valoriza aquilo que é suficiente para o mapa da distribuição da população brasileira x
viver bem, respeitando os limites da natureza. espacialização dos nossos recursos hídricos e dis-
Todos os desafios propostos serão de- cutiremos sobre nossas potencialidades em ter-
senvolvidos em grupo de 4 alunos. mos de água subterrânea, investigando o
O desafio 1 é de criação de um roteiro de AQÜÍFERO GUARANI.
dramatização do cotidiano de uma ecovila por Organize a sala em duplas e proceda ao de-
meio de mímica. A atividade envolve elaboração- senvolvimento da seguinte seqüência didática:
ensaio-apresentação-avaliação coletiva. • Ponto de partida:
O desafio 2 é o planejamento de maque- A água é um bem de uso comum de todo ser
te de uma ecovila. A atividade envolve elaboração humano e demais seres vivos. É impossível viver
de um esboço da maquete – execução da ma- sem ela. Durante milênios, a humanidade a consi-
quete – apresentação – avaliação coletiva. derou um bem infinito, inesgotável. Vivia-se um tem-
Confira essa atividade no livro do aluno, po em que seus mananciais eram abundantes, lim-
no item 3 – Material necessário para a execução pos, renováveis.
o projeto. Um dos maiores segredos para cons- No entanto, os 6 bilhões de seres humanos
truir uma boa maquete é o planejamento, inclu- que vivem hoje no planeta provocam uma crescen-
indo um esboço detalhado. te demanda de água. Como se isso só não bastas-
se, o mau uso e o desperdício fazem com que a
Para ampliar as possibilidades, leia a in- disponibilidade de água limpa seja cada vez mais
formação a seguir: difícil...
Depois da leitura desse texto, proceda à lei-
Receita de massa de biscuit tura do mapa-múndi começando pela legenda. Ana-
lise com a turma a relação entre cada símbolo e
Misture bem a cola, o suco de limão, o sua localização no mapa. Cada dupla deve ter dis-
óleo e o amido de milho. No microondas, cozi- ponível mapa-múndi político para localizar os fatos
nhe a massa por três minutos na potência máxi- da legenda. Numa visão geral, a análise
ma interrompendo a cada minuto para mexer cartográfica pode ser feita por continente. Nesse
com uma colher de pau. No fogão, cozinhe a mis- caso, o resultado é o seguinte:
tura em panela anti-aderente, em fogo brando, • Continente americano: predomina pouca ou ne-
mexendo sempre. nhuma escassez de água. No entanto, parte dos
A massa está pronta quando se solta do Estados Unidos e do México há escassez e qua-
fundo e das laterais da panela. Espalhe o creme se escassez física de água, quer dizer, ela não
para as mãos em uma superfície de pedra e des- existe mesmo por se tratar de área de clima
peje a massa cozida, ainda quente. Sove-a até desértico. No litoral do Peru e em parte do Equa-
ficar com a consistência ideal para modelar. dor, na América do Sul, existe quase uma escas-
Assim que a massa esfriar, embale-a com sez física de água. O litoral é um deserto. Na
papel filme ou plástico para que não resseque. América Central, há escassez econômica de
Num recipiente bem fechado, ela dura de 30 a água, quer dizer, além da carência de água, há o
45 dias. fator pobreza que dificulta o acesso à água lim-
Quando a massa estiver fria ou mesmo pa. Chame a atenção para o Brasil: ou nenhuma
depois de guardada, você pode tingi-la. Use tinta escassez de água.
óleo ou corante universal. Misture bem para ga- • Continente africano: a maioria dos países so-
rantir a uniformidade da cor. Se seus alunos fo- frem, como a América Central, de escassez eco-
rem muito pequenos, fique atento para que não nômica de água, quer dizer, além da carência de
coloquem a massa na boca. água há o fator pobreza que dificulta o acesso à
Disponível em: <http:/www/ água limpa. Os países do extremo Sul, incluindo
novaescola.abril.com.br/ed/171_abr04/html/faca.htm - a República Sul-Africana e Madagascar, estão
27k Acesso em: 18 ago. 2007 próximos à escassez física de água. Os países
do extremo Norte – deserto do Saara – têm o
mesmo problema de escassez física de água.
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• Continente europeu: com exceção de uma pe- Paraguai, Argentina e Uruguai. Analise sua espa-
quena mancha na Espanha, que está próxima cialidade no Brasil: o estado de São Paulo está
à escassez de água, todos os demais países situado sobre ele. Podemos dizer que sua ocor-
têm pouca ou nenhuma escassez de água. rência é sob a bacia do Rio Paraná, que também
• Continente asiático: podemos dizer que nessa coincide com o local onde ocorreu um grande der-
parte mais povoada do nosso planeta a situa- rame de lavas vulcânicas em era geológica pas-
ção da água é mais crítica, predominando es- sada. São os seguintes estados brasileiros que
cassez e quase escassez física de água. A ex- se beneficiam desse patrimônio: MG, SP, GO, MS,
ceção é feita em parte da China, o Japão e o MT, PR, SC e RS.
Sudeste Asiático, pouca ou nenhuma escassez Em grupo, os alunos deverão fazer uma
de água. coleta de dados sobre o Aqüífero Guarani, analisá-
• Austrália e Oceania: Exceto o Sudeste australi- los, selecioná-los e organizá-los em meia folha
ano, com escassez física de água (deserto) exis- de cartolina para compor um belo álbum para futu-
te pouca ou nenhuma escassez de água. ros estudos com as turmas que virão.
O foco passa para o Brasil com a análise
dos seguintes dados:
• O Brasil detém 11,6% da água doce superficial
do mundo.
• Os 70 % da água disponível para uso estão
localizados na Região Amazônica. São duas as atividades. Confira:
• Os 30% restantes distribuem-se desigualmen- • Elabore três compromissos que você esteja
te pelo país, para atender a 93% da população. disposto a assumir como habitante responsá-
vel pela conservação do nosso planeta Terra.
O Brasil já vive um problema muito sério de • Faça uma apreciação dos estudos geográficos
água: o maior potencial hídrico é a Amazônia, quer realizados no semestre e participe de uma ava-
dizer, distante da maior demanda de água, que é o liação coletiva na turma.
Centro-Sul e o Nordeste. Ou seja, a distribuição
espacial da população brasileira, concentrada no O ano letivo chegou ao seu final e é hora de
litoral e numa faixa que não excede 500 km para o planejar uma festa bonita para o lançamento dos
interior, já vem sofrendo problemas de raciona- Livros 1 e 2 desta Coleção, produzidos em co-au-
mento em algumas capitais, como São Paulo, Rio, toria: familiares, amigos, colegas e professor. To-
Curitiba. Para essa constatação, propomos uma das as séries participarão deste lançamento.
análise cartográfica sobre a DISTRIBUIÇÃO ES-
PACIAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA.
Já sugerimos que seja reservado um tem- nos. Se possível, forme um grupo de leitura. In-
po das aulas de Geografia (e, quem sabe, tam- centive e motive os alunos para a leitura dos livros.
bém de Ciências e Língua Portuguesa) para a Para tanto, destaque os hábitos de leitura de pes-
leitura coletiva de Pachamama: Missão Terra 2. soas que eles admiram ou mesmo conte alguma
Ações para salvar o planeta. São Paulo: Melhora- parte intrigante do livro para criar um clima de
mentos, 2001. Ao descrever a situação do meio suspense e curiosidade. Estamos sugerindo:
ambiente no planeta e informar o que os governos Jovens em ação. Ações para melhorar o
e os jovens estão fazendo para enfrentar os desa- ambiente e a qualidade de vida nas cidades, da
fios ambientais do século XXI, a obra oferece um Editora Melhoramentos.
interessante aporte conceitual para a ampliação e
o aprofundamento dos estudos geográficos da 4.a Autores: Ângela Baeder, Aloma F. de Carva-
série/ 5.o ano. lho, Neide Nogueira e Rosicler M. Rodrigues
Essa seção fornece outras indicações de Confira no livro do aluno. Você encontrará,
leitura para possibilitar opções. Se não por isso, nessa seção, quatro textos para o seminário pro-
os livros aqui sugeridos poderão ser lidos durante posto na seção Oficina.
as férias e depois comentados por grupos de alu-
Referências
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BRANCO, Samuel M. Ecologia da cidade. 23.ed. São Paulo: Moderna,1991. 56p.
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Diálogos entre as esferas global e local: contribuições de organizações não-governamentais e movimentos
sociais brasileiros para a sustentabilidade, eqüidade e democracia planetária. Coordenação do projeto Rubens
Harry Born. São Paulo: Peirópolis, 2002. 174p.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2002. 217p.
HELENE M. Elisa M.; BICUDO, Marcelo B. Sociedades sustentáveis. São Paulo: Scipione, 1994. 47p.
LEFF. Enrique. Ecologia, capital e cultura. Racionalidade ambiental, democracia participativa e desenvolvimento
sustentável. Blumenau: Editora da FURB, 2000. 373p.
MARCONDES, M. José de Azevedo. Cidade e natureza: proteção dos mananciais e exclusão social. São Paulo:
Studio Nobel,1999. 238p.
MAY, Peter H. et al (Org.). Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 318p.
PROTEÇÃO DO CAPITAL SOCIAL E ECOLÓGICO por meio de Compensações por Serviços Ambientais (CSA).
Como comunidades rurais e indígenas do Brasil, fortalecidos politicamente, podem satisfazer suas necessida-
des básicas e ter acesso a novos benefícios, até financeiros, protegendo os recursos naturais de seus territó-
rios. Coordenação do projeto Rubens Harry Born e Sérgio Talachi. São Paulo: Peirópolis: São Lourenço da
Serra, São Paulo: Vitae Civilis, 2002. 150p.
SACHS, I. et. al. (Org.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 522p.
SANTOS. Milton; SILVEIRA, Maria Laura. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro:
Record, 2001. 471p.
ROSS, Jurandir L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2001. 546p.
TRIGUEIRO, André. Meio ambiente no século 21. 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas
de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 367p.