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SÓCRATES E OS SOFISTAS

Desde o início, os filósofos se deram conta de que nosso pensamento parece seguir
certas leis ou regras para conhecer as coisas e que há diferença entre perceber e pensar.
Pensamos a partir do que percebemos ou pensamos negando o que percebemos? O
pensamento continua, nega ou corrige a percepção? O modo como os seres nos
aparecem é o modo como realmente eles são?
Preocupações como essas levaram, na Grécia clássica, à duas atitudes filosóficas: as
do sofistas e a de Sócrates, com eles os problemas do conhecimento tornaram se
centrais.
Os sofistas diante da pluralidade e do antagonismo das filosofias anteriores,
concluíram que não podemos conhecer o ser, mas só podemos ter opiniões subjetivas
sobre a realidade. Por isso, para se relacionarem com o mundo e com os outras
humanos, os homens devem valer-se de outro instrumento, a linguagem, para persuadir
os outros de suas próprias idéias e opiniões. A verdade é uma questão de opinião e de
persuasão, e a linguagem é mais importante do que a percepção e o pensamento.
Em contrapartida, Sócrates, distanciando-se dos primeiros filósofos e opondo-se
aos sofistas, afirmava que a verdade pode ser conhecida, mas primeiro devemos afastar
as ilusões dos sentidos e das palavras ou das opiniões e alcançar a verdade apenas pelo
pensamento. Os sentidos nos dão as aparências das coisas e as palavras meras opiniões
sobre elas. Conhecer é passar da aparência para essência, da opinião ao conceito, do
ponto de vista individual à idéia universal de cada um dos seres e de cada um dos
valores da vida moral e política.

Métodos de filosofar:
Para que objetivos sejam alcançados, a utilização do método se tornou fundamental.
E no âmbito do pensar não se faz diferente, portanto, a partir de agora vamos conhecer
alguns filósofos que desenvolveram diferentes métodos.
Sócrates, filósofo grego, nascido em Atenas. Seu método se divide em duas partes:
a ironia (em grego significa perguntar), e é destrutiva, pois conclui pela descoberta da
própria ignorância; a maiêutica (em grego significa parto), é o “dar a luz” a novas
idéias, portanto, é construtiva. Assim, Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber
constituído para depois reconstruí-lo na definição de conceito. A seguir faremos um
exercício intelectual sobre essa técnica.
DIÁLOGO ENTRE SÓCRATES E TEETETO:

Sócrates e Teeteto foram apresentados por Platão, e assim se seguiu o diálogo:

S – Teeteto, ouço sobre tua pessoa em Atenas e muito te elogiam.


T – Não sou merecedor de tais elogios.
S – Dentre suas definições, que tive oportunidade de ouvi-las por outros companheiros,
uma que muito me atrai é a definição de sensação e conhecimento, fale-me sobre elas.
T – Sensação é tudo que podemos sentir, perceber, portanto, quando sentimos
conhecemos.
S – Portanto, sensação é conhecimento?
T – Dentro de minhas convicções, sim.
S – A sensação existe quando estamos percebendo algo?
T – Faço desta sua pergunta minha afirmação.
S – Neste momento eu estou tendo a sensação de sua existência?
T – Correto Sócrates, portanto você também está me conhecendo e vice-versa, pois
também tenho a sensação de sua pessoa.
S – Fica-me uma dúvida, ao término deste diálogo, ao nos recolhermos à nossas casas
deixaremos de ter a sensação um do outro?
T – Evidente.
S – Portanto, se ao nos afastarmos de algo deixamos de ter sua sensação, e se sensação é
conhecimento, como você mesmo afirmou caro Teeteto, ao me afastar de você deixo de
ter sua sensação e deixo de saber quem tu és, pois também deixo de conhece-lo?
T – Sócrates, realmente dialogar com sua pessoa é um grande desafio, pois, a partir
deste momento você colocou em dúvidas minhas afirmações.
S – Sensação é conhecimento?
T – Já não tenho tanta certeza, Sócrates.
S – Teeteto, defina sensação novamente.
T – É tudo que podemos sentir e perceber.
S – E agora, defina conhecimento.
T – É tudo que percebemos, memorizamos e levamos conosco, mesmo na ausência da
sensação.
S – Teeteto, sensação é conhecimento?
T – Perdoe-me pela minha ignorância, sensação não é conhecimento.

Texto adaptado por Adenilson Padovan

Fragmento da análise do diálogo entre


Socrates e Teeteto.

Devido Teeteto ter afirmado que sensação é conhecimento, Sócrates tem como
objetivo parir pensamentos em Teeteto para a reformulação de sua conclusão anterior.
As coisas são percebidas por partes do corpo, como por exemplo: a cor é percebida
pelos olhos, o som pelos ouvidos, o sabor pela língua, e isto é sensação. Porém, essas
sensações podem ocorrer ao mesmo tempo, e a parte do corpo que possibilitará a
percepção de tudo isso, possibilitará perceber a semelhança e dissemelhança, identidade
e diferença é a alma. É na alma que se capta a impressão das coisas através do corpo,
porém, relacioná-las com a essência e considerar a sua utilidade só é possível através do
tempo, trabalho e estudo. E só se atinge a verdade quando se chega na essência, e na
verdade se tem o conhecimento. O conhecimento não reside na impressão das coisas,
mas no raciocínio ao seu respeito.
É na alma que se dá o ato de pensar e que se formarão as opiniões através do
método da comparação, pois o um não existe sem o outro. E a alma é um depósito de
cera que registra as sensações e pensamentos (memória) que possibilita não deixar de
conhecer as coisas já conhecidas quando estão ausentes. Mas existe a possibilidade da
formação de opiniões falsas e opiniões verdadeiras, opiniões que tanto sendo falsas
como verdadeiras só podem ser formadas sobre coisas que se conhece.
As opiniões verdadeiras se formarão nas almas que têm a cera profunda e
abundante, branda e suficientemente amassada, as impressões aí deixadas serão puras e
duradouras e os indivíduos com semelhante condição aprendem facilmente e de tudo se
recordam e sempre formam pensamentos verdadeiros. As almas que a cera é carregada
de impurezas ou muito úmida ou muito seca, aprendem depressa, mas esquecem
facilmente e recebem impressões pouco claras, por carecerem de profundidade. Os
indivíduos desse tipo são propensos a emitir juízos falsos. Portanto, o conhecimento é a
opinião verdadeira acompanhada da explicação racional aliada ao conhecimento da
diferença, que só se atinge através da comparação.
“Assim, quem acrescentar à opinião verdadeira de um ser a diferença que o
distingue dos demais, terá adquirido conhecimento do que antes ele tinha apenas
opinião. Logo, a opinião verdadeira de qualquer coisa diz respeito às diferenças”.

Texto não publicado escrito por:


Adenilson Padovan
Bibliografia:
PLATÃO, Teeteto. Universidade Federal do Pará, Belém, PA, 1988.

ATIVIDADE BIMESTRAL:
O grupo deverá realizar seguintes reflexões:
1. Escolha um dos filósofos estudados e desenvolva sua teoria aplicando-a nos dias de
hoje.
2. Defina a memória através de Sócrates e Demócrito. A dupla defende uma das
teorias? Justifique.
3. “Para Anaxágoras a alma é mortal”. Esta afirmação está correta? Justifique.
4. “Não existiria som se não houvesse o silêncio, não haveria luz se não fosse a
escuridão...” Esta frase de autoria de Lulu Santos pode ser relacionada a teoria de
que filósofo estudado? Por quê?
5. Defina a essência através de Sócrates.
6. Elabore um diálogo utilizando a ironia e a maiêutica socrática. Tema livre.

O MUNDO DAS IDÉIAS DE PLATÃO.

Através do texto “mito da caverna”, Platão contrapõe dois mundos, o dos


sentidos e das idéias. No mundo dos sentidos o máximo que conseguimos é ter um
conhecimento aproximado ou imperfeito, pois neste mundo tudo flui, está em constante
transformação, portanto, o que era agora pouco, já não é mais, e em breve já será outra
coisa. Devido a este movimento constante não pode nunca se chegar ao conhecimento
pleno.
Já no mundo das idéias, este é composto pela razão, pois lá se encontra as
fôrmas de todas as coisas, estas que estão estáticas para Platão, consequentemente
quando se descobre esse mundo chega-se ao verdadeiro conhecimento, pois as coisas
neste mundo não se transformam, não de movimentam, são imutáveis e universais. Mas
como se descobre o mundo das idéias? Para Platão a alma já reside no mundo das idéias
antes de vir habitar nosso corpo, e a partir do momento que a alma passa a habitar o
corpo humano, ela esquece das idéias perfeitas. Mas a visão (pelos sentidos) das coisas
sensíveis desperta na alma as lembranças adormecidas. A alma percebe o corpo e tudo
que é sensorial como imperfeito, isto cria na alma um desejo de retornar para o mundo
das idéias, de se libertar da “prisão” chamada corpo.
Platão era um idealista, pois somente através da filosofia teria condições de se
alcançar o mundo das idéias, portanto chegar ao conhecimento, e chegando nele deveria
“retornar” para o mundo dos sentidos e orientar as pessoas que não vêem e ainda se
encontram aprisionadas. Cabe aos sábios ensinar e dirigir. O Estado deveria ser
governado por filósofos.

O mito da caverna
Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna.
Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no
pescoço e nos pés, de sorte que tudo que vêem é a parede da caverna.
Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras
de forma humana sustentando outras figuras que se elevam para além
da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas
figuras, elas projetam sombras bruxeleantes na parede da caverna.
Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este
“teatro de sombras”. E como essas pessoas estão ali desde que
nasceram, elas acham que as sombras que vêem são a única coisa que
existe.
Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar
daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas
sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar
dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele
se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro?
Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada.
Depois a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só
vira as sombras, ofusca sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e
passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda
para enxergar devido à abundância de luz. Mas depois de esfregar os
olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e
contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras
na parede da caverna não passavam de imitações baratas.
Agora, o feliz habitante da caverna pode andar livremente pela natureza,
desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras
pessoas que ainda continuam dentro da caverna não lhe saem da
cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta
explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas
imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas
apontam para a parede da caverna e dizem que o que vêem é tudo que
existe. Por fim, acabam matando-o.

Páginas 104 e 105 do livro o “Mundo de Sofia”.


Utilizando-se do texto “mito da caverna” e do texto acima, responda
filosoficamente as questões abaixo:
1. que é a caverna?
2. que são as sombras?
3. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
4. que é o mundo exterior à caverna?
5. que é a visão do mundo real iluminado?
6. Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o ex-habitante da caverna que
retornou para lhes contar sobre o novo mundo?
7. A que fato Platão está se referindo quando conta a história deste habitante que foi
condenado à morte?

O MUNDO CONFORME ARISTÓTELES

Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, logo se torna


crítico do mestre elaborando uma filosofia original. Enquanto Platão
privilegiava a matemática, ciência abstrata por excelência;
Aristóteles, filho de médico vai sofrer importante influência do estudo
da biologia, este fato levou-o a priorizar o “mundo dos sentidos”.
Enquanto Platão era poeta e criador de mitos, Aristóteles baseava
seus estudos nas ciências naturais.
Diferentemente de Platão, Aristóteles não acreditava que as
idéias eram inatas, ele concordava que a forma do cavalo era eterna
e imutável, mas a idéia cavalo não passava de um conceito criado
pelos homens e para os homens depois de eles terem visto um certo
número de cavalos. A idéia ou a forma cavalo não existe antes da
experiência vivida. Platão considera tudo o que vemos ao nosso redor
na natureza meros reflexos de algo que existe no “mundo das idéias”
e, por conseguinte também na alma humana. Aristóteles achava
exatamente o contrário: o que existe na alma humana nada mais é do
que reflexos dos objetos da natureza. Para Aristóteles, Platão foi
prisioneiro de uma visão mítica de mundo, no qual confundia as idéias
dos homens com a realidade do mundo.
Aristóteles constata que a realidade consiste em várias coisas
isoladas que representam uma unidade de forma e substância. A
substância é o material que a coisa se compõe, ao passo que a forma
é as características peculiares da coisa. Tomemos como exemplo uma
galinha, a forma da galinha é bater as asas, cacarejar e botar ovos.
Assim, a forma da galinha são as características próprias da espécie,
em outras palavras, a forma da galinha é aquilo que ela faz. Quando a
galinha morre - portanto pára de cacarejar, de bater asas e botar
ovos - a forma da galinha também deixa de existir. A única coisa que
resta é a substância da galinha, mas aquilo não é mais uma galinha.
A partir do momento em que as pessoas passam a conhecer a
diferença entre forma e substância passam também a ordená-las em
grupos e categorias. Por exemplo, em sua casa cada coisa terá seu
devido lugar e se encontrará junto com outras coisas do mesmo
grupo ou categoria. Os talheres nunca serão guardados na sapateira
ou junto com as cuecas ou calcinhas. Temos uma tendência e a
necessidade em ordenar tudo que está ao nosso redor, e também
precisamos distinguir. Distinguimos o tempo todo; distinguimos as
coisas vivas das coisas mortas, as plantas dos animais, os seres
racionais dos irracionais e assim sucessivamente. Tome como
exemplo você em sua própria residência. Pegue qualquer objeto
encontrado no chão e antes de colocá-lo em seu devido lugar, faça
uma análise sobre o mesmo e verá que este está inserido em uma
ordem superior. E é esta ordem que permite classificar o objeto e
atribuir sua função determinada. Caso você encontre algo que não
consiga classificar, levará um grande choque, perceberá que é
necessário, no mínimo, saber ao certo a que reino esta coisa
pertence, ao reino animal, vegetal ou mineral. Caso isso não ocorra,
você não ousaria toca-la.
O ser humano é o único capaz de sair pelo mundo classificando
e ordenando as coisas, e isso só é possível devido a razão. E esta
ordenação das coisas foi chamada por Aristóteles de lógica.
Vamos fazer alguns exercícios de lógica no qual usamos e
podemos usar em nosso cotidiano:
• Constata-se que “todas as criaturas vivas são mortais” (1ª
premissa), e depois se constata que “Totó é uma criatura viva”
(2ª premissa), logo (lógica) conclui-se que “Totó é mortal”.
• Um grupo de amigos decide fazer o jogo de adivinhação. O
grupo coloca um dos participantes para fora da sala enquanto
se pensa o que o coitado terá que adivinhar. Decide-se pelo
Merlim, o gato do vizinho que neste momento foi avistado pela
janela andando pelo jardim. Então, o pobre coitado volta para a
sala e começa a adivinhar. Os outros só podem responder “sim”
ou "não". Num primeiro instante parece que nosso amigo
adivinhão tem uma missão impossível, mas se ele for um bom
aristotélico deixará de ser um coitado, como até então
estávamos tratando-o e aumentará significativamente suas
chances em acertar o que os demais pensaram utilizando-se da
lógica. O diálogo com os demais poderia acontecer assim: É
concreto? (Sim!) Pertence ao reino mineral? (Não!) É vivo?
(Sim!) Pertence ao reino vegetal? (Não!) É um animal? (Sim!) É
um pássaro? (Não!) É um mamífero? (Sim!)... e assim
sucessivamente até chegar ao gato Merlim.
Aristóteles foi um organizador, um homem extremamente
meticuloso, que passou sua vida buscando a ordenação de todas as
coisas do universo. De fato, é inegável que ele é um dos que fundou a
ciência da lógica, estabelecendo uma série de normas rígidas para
que conclusões ou provas pudessem ser consideradas logicamente
válidas.

Texto escrito e organizado por:


Adenilson Padovan
Bibliografia:
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Editora Cia. das Letras.

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