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Capı́tulo 14

Antenas Direcionais

14.1 Introdução
Antenas Direcionais são utilizadas em rádio-enlace, uma vez que elas possuem car-
acterı́sticas de radiação que levam à concentração de potência radiada numa deter-
minada direção do espaço. Estas caracterı́sticas são: alta diretividade ou ganho,
feixe de meia-potência estreito e alta relação frente-costas. Para se obter estas pro-
priedades, as antenas direcionais são constituı́das de refletores ou vários elementos,
como dipolos e “loops”. As antenas com refletores serão analisadas mais adiante,
sendo o foco neste capı́tulo voltado para aquelas compostas por elementos. Foram
selecionadas para análise três tipos de antenas muito utilizadas comercialmente. São
elas: yagi-uda, log-periódica e helicoidal.

14.2 Antena Yagi-Uda


As antenas do tipo yagi-uda, comumente denominadas de yagi, foram primeiramente
descritas e analisadas num artigo do professor japonês S. Uda, em março de 1926
[35]. Entretanto, estas antenas só se tornaram mundialmente conhecidas depois da
publicação, em 1928, de um artigo em inglês assinado por H. Yagi [38], colega do
professor Uda.
A antena yagi mais comum é aquela constituı́da de dipolos espaçados paralela-
mente sobre um determinado eixo, como mostrado na Figura 14.1. Na yagi apenas
um elemento é excitado sendo os outros chamados de elementos parasitas. Os el-
ementos em frente ao radiador ou excitador, na direção do lóbulo principal, são
denominados de elementos diretores. Enquanto que os elementos atrás do radiador,
no sentido oposto à direção de campo máximo, são chamados de refletores. Na sua

263
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 264

configuração mais simples, a yagi tem um refletor e um elemento radiador. Num


projeto otimizado, um número grande de elementos leva a um maior ganho da an-
tena, isto é, uma antena de três elementos pode fornecer um ganho máximo maior
que uma composta de apenas dois.

Elementos Elementos
Refletores Diretores

Elemento
Radiador

Figura 14.1: Antena yagi de 6 elementos.

14.2.1 Yagi de Dois Elementos


A Figura 14.2 mostra uma antena yagi de dois elementos, com comprimento l1 e
l2 , espaçados a uma distância d um do outro. O elemento 1 (radiador), excitado
por uma tensão V qualquer, gera uma distribuição de corrente que produz campos
eletromagnéticos radiados em forma de onda. Apesar de não haver excitação direta
no elemento 2 (parasita), existe uma distribuição de corrente induzida pelo campo
oriundo do elemento radiador. Esta por sua vez produz também campos eletro-
magnéticos que, superpostos com os campos do elemento 1, formam o campo total
radiado pelo arranjo. As caracterı́sticas de radiação e a impedância de entrada da
antena dependem dos comprimentos e espaçamento entre os elementos.
A impedância de entrada é obtida aplicando-se a teoria apresentada no capı́tulo
anterior, Seção 13.4. Neste caso, por se tratar de apenas dois elementos, têm-se

Z11 I1 + Z12 I2 = V (14.1)


265 14.2. Antena Yagi-Uda

l1

1
θ

d 0 r

l2

Figura 14.2: Antena yagi de 2 elementos alinhada ao longo do eixo z.

Z21 I1 + Z22 I2 = 0 (14.2)


donde se conclui que a corrente induzida no elemento 2 é

Z21
I2 = −I1 (14.3)
Z22
A impedância de entrada é expressa então por

Z21
Zin = Z11 − Z12 (14.4)
Z22
A expressão do campo elétrico distante radiado pelo conjunto é obtida de

E(θ) = E1 (θ) + E2 (θ) (14.5)


sendo
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 266

Tabela 14.1: Ganhos e impedâncias em relação ao comprimento do elemento 2


(d = 0, 1λ e a = 0, 0001λ).
l2 /λ G(dBi) Zin (Ω) Z22 (Ω)
0,5 6,7 21 + j59 73 + j42
0,505 6,3 27 + j63 75 + j57
0,515 5,5 37 + j66 80 + j85
0,485 6,7 12 + j31 67 + j
0,48 7,3 16 + j20 65 − j13
0,475 6,7 25 + j11 63 − j26

    
j60I1 cos kl21 sen θ − cos kl21
e−jk(r− 2 cos θ)
d
E1 (θ) =  kl1  (14.6)
r sen 2 cos θ
e
  kl2   
j60I2 cos sen θ − cos kl22
e−jk(r+ 2 cos θ)
d
2
E2 (θ) =   (14.7)
r sen kl22 cos θ

Para uma yagi com elemento radiador de comprimento igual a λ/2, a expressão
(14.5) fica
−jkr
   d
E(θ) = j60I1e
r cos θ
cos π2 sen θ ejk 2 cos θ

kl2 kl2
 (14.8)
cos( sen θ)−cos( ) −jk d2 cos θ
− ZZ21 2
kl2
2
e
22 sen ( 2 )
A Tabela 14.1 mostra o comportamento do ganho de uma yagi de 2 elementos em
relação ao comprimento do elemento 2, sendo o espaçamento d = 0, 1λ, l1 = 0, 5λ
e o raio a = 0, 0001λ. O ganho da antena pode ser elevado reduzindo-se, neste
caso, o tamanho do elemento parasita para 0, 48λ. Nota-se que, para os dois últimos
comprimentos da Tabela 14.1, as impedâncias próprias do elemento 2 têm parte
reativa capacitiva. O diagrama de radiação mostrado na Figura 14.3 deixa claro
que, neste caso, este elemento atua como um elemento diretor, uma vez que o lóbulo
principal está no sentido z − . Para comprimentos ligeiramente superiores a λ/2, o
elemento parasita tem reatância indutiva e atua como refletor, como apresentado na
Figura 14.4.
267 14.2. Antena Yagi-Uda

−30 30

−60 60

−90 90

−120 120

−150 150

180 Plano E

Figura 14.3: Diagrama de radiação para uma yagi de 2 elementos (l2 = 0, 48λ,
d = 0, 1λ e raio a = 0, 0001λ).

Na Tabela 14.2, observa-se o comportamento do ganho em função do espaçamento.


Neste caso, l1 = 0, 5λ, l2 = 0, 48λ e o raio a = 0, 0001λ. O que se nota é uma queda
do ganho com o aumento do espaçamento.

14.2.2 Yagi de Três Elementos


Esta configuração de yagi é muito utilizada na faixa de HF. O elemento mais longo é o
refletor e o mais curto o diretor. O sistema é equivalente à configuração óptica de um
espelho (refletor), fonte de luz e lente (diretor). O diagrama de radiação apresentado
na Figura 14.5, referente a um projeto de yagi com três elementos, mostra que a
largura do feixe de meia-potência é menor que aquelas obtidas com antenas de dois
elementos, o que resulta num ganho um pouco mais elevado. A relação frente-costas
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−60 60

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−120 120

−150 150

180 Plano E

Figura 14.4: Diagrama de radiação para uma yagi de 2 elementos (l2 = 0, 505λ,
d = 0, 1λ e raio a = 0, 0001λ).

também é aumentada, uma vez que a radiação de fundo (θ =180◦ ) é menor que as
obtidas no caso anterior. Experimentos mostram que se pode obter ganhos mais
elevados, da ordem de 9 dBi, utilizando-se espaçamentos de 0, 16λ a 0, 25λ entre
os elementos refletor e excitado e de 0, 16λ a 0, 19λ entre os elementos excitado e
diretor.
A expressão do campo elétrico utilizada para traçar o diagrama da Figura 6.5
é o resultado da superposição dos campos produzidos pelos elementos parasitas e o
excitado, isto é,

E(θ) = Er (θ) + Ee (θ) + Ed (θ) (14.9)

onde Er (θ), Ee (θ) e Ed (θ) são respectivamente os campos oriundos dos elementos
refletor, excitado e diretor. Para o arranjo alinhado na direção z, como mostrado
na Figura 14.6, com o elemento excitado de comprimento le posicionado na origem,
269 14.2. Antena Yagi-Uda

Tabela 14.2: Ganhos e impedâncias em relação ao espaçamento (l2 = 0, 48λ e a =


0, 0001λ).
d G(dBi) Zin (Ω)
0,1 7,3 16 + j20
0,15 6,1 23 + j46
0,2 6,2 38 + j63
0,25 6,3 56 + j71

o elemento diretor de comprimento ld a uma distância dd da origem e o elemento


refletor de comprimento lr a uma distância dr da origem, têm-se

    
j60Ir cos kl2r sen θ − cos kl2r
Er (θ) =  klr  e−jk(r+dr cos θ) (14.10)
r sen 2 cos θ
    
j60Ie cos kl2e sen θ − cos kl2e
Ee (θ) =  kle  e−jkr (14.11)
r sen 2 cos θ
e

    
j60Id cos kl2d sen θ − cos kl2d
Ed (θ) =  kld  e−jk(r−dd cos θ) (14.12)
r sen 2 cos θ

Portanto, a equação (14.9) pode ser reescrita como


 klr klr
j60Ie e−jkr Ir cos( 2 sen θ)−cos( 2 ) −jkdr cos θ
E(θ) = r cos θ Ie kl
sen ( 2 )
r
e

π 
+ cos 2
sen θ (14.13)

kld
 
kl
 
cos sen θ −cos 2d
2 jkdd cos θ
+ IIde 
kl
 e
sen 2d

As razões entre as correntes, IIre e IIde , são obtidas a partir da solução do sistema
abaixo,
    
Z11 Z12 Z13 I1 0
 Z21 Z22 Z23   I2  =  V  (14.14)
Z31 Z32 Z33 I3 0
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−90 90

−120 120

−150 150

180 Plano E

Figura 14.5: Diagrama de radiação de uma antena yagi de 3 elementos cujo refletor
tem 0, 505λ de comprimento, o diretor 0, 48λ, os espaçamentos 0, 1λ e o raio 0, 0001λ.
O ganho máximo é de 7,7dBi e a relação frente-costas igual a 16dB.

ou

ZI = V (14.15)
isto é,

I = Z−1 V (14.16)
sendo I1 = Ir , I2 = Ie e I3 = Id . A impedância da antena de três elementos é dada
por

Id Ir
Zin = Z21 + Z22 + Z23 (14.17)
Ie Ie
ou
271 14.2. Antena Yagi-Uda

ld
1

dd
r
0
2
le
dr

3
lr

Figura 14.6: Antena yagi de três elementos.

V
Zin = (14.18)
Ie

14.2.3 Yagi de N Elementos


Experimentos e simulações mostram que o aumento do número de elementos refle-
tores não melhoram muito a diretividade da antena yagi. Entretanto, o acréscimo
de elementos diretores na antena leva a um incremento no ganho máximo de aproxi-
madamente 1dB por elemento. A Tabela 14.3 apresenta algumas configurações com
seus respectivos ganhos. Nestes exemplos, o espaçamento entre o refletor e o ele-
mento excitado é igual a 0, 15λ. Valores tı́picos variam entre 0, 15λ e 0, 25λ. Os
espaçamentos entre os elementos diretores, para estas configurações, são de 0, 3λ. O
mesmo valor é utilizado entre o elemento excitado e o primeiro elemento diretor. Os
comprimentos dos elementos refletor, excitado e diretor são respectivamente 0, 482λ,
0, 45λ e 0, 428λ. Todos os elementos têm raio igual a 0, 0043λ.
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 272

Tabela 14.3: Número total de elementos × ganho em dBi.


No de Elementos G(dBi)
3 9,4
6 12,4
9 14

Existem algumas tentativas de se estabelecer um procedimento sistemático para


o projeto de antenas yagi de N elementos que conduza à maximização do ganho. Um
procedimento muito adotado é começar o projeto pelo ajuste do comprimento do
refletor ligeiramente acima do comprimento do elemento excitado. Em seguida,
determina-se o espaçamento entre o elemento refletor e o excitado na faixa de
freqüência comentada anteriormente. Os elementos diretores são ajustados com val-
ores abaixo do comprimento do elemento excitado, sendo finalmente os espaçamentos
estabelecidos dentro da faixa tı́pica de 0, 13λ a 0, 42λ. Atualmente, com a facilidade
de recursos computacionais e técnicas numéricas modernas, é possı́vel maximizar
parâmetros, como ganho e relação frente-costas, em projetos de antenas do tipo
yagi num espaço de tempo relativamente curto. Técnicas como algoritmos genéticos
podem ser empregadas no processo de otimização do projeto [18].
Mais uma vez, o campo total radiado pela antena é obtido pelo somatório dos
campos radiados pelos elementos parasitas e o excitado, ou seja,


N
E(θ) = Ei (θ) (14.19)
i=1
ou

.      /

N
j60Ii cos kl2i sen θ − cos kl2i
E(θ) =  kli  e−jk(r−di cos θ) (14.20)
i=1
r sen 2 cos θ

onde as correntes são obtidas a partir de

I = Z−1 V (14.21)
sendo
 t
I= I1 I2 · · · Ii · · · IN (14.22)

 t
V= 0 V 0 0 ··· 0 (14.23)
273 14.3. Antena Log-Periódica

e
 
Z11 Z12 Z13 ··· Z1N
 Z21 Z22 Z23 ··· Z1N 
 
 Z31 Z32 Z33 ··· Z1N 
Z =  (14.24)
 .. .. .. ... .. 
 . . . . 
ZN 1 ZN 2 ZN 3 · · · ZN N
Considerando-se que o elemento 2 é excitado, a impedância de entrada pode ser
fornecida por

I1 Ii IN
Zin = Z21 + Z22 + · · · + Z2i + · · · + Z2i (14.25)
I2 I2 I2
ou simplesmente

V
Zin = (14.26)
I2
A Figura 14.7 apresenta o diagrama de radiação da antena yagi de 9 elementos
citada como exemplo na Tabela 14.3.

Exemplo 14.1 Projete uma yagi de 3 elementos para operar na frequência de 300MHz.
Seu ganho deve ser maior que 7dBi e sua impedância igual a 75Ω.

Solução: A yagi da Figura 14.5 pode ser utilizada para atender a especificação de
ganho do projeto. As dimensões da antena, neste caso, são: lr = 50, 5cm, le = 50cm
e ld = 48cm, uma vez que λ = 1m. Se forem utilizados tubos de aluminio de 1cm de
diâmetro (a = 0, 005λ), tem-se um ganho de aproximadamente 8,4dBi, um pouco
maior que aquele obtido para a = 0, 0001λ. A impedância de entrada do elemento
irradiador, considerando-se esta geometria, é 1 + j34Ω. O valor de 75Ω pode ser
alcançado através da aplicação de uma das técnicas de casamento apresentadas no
Capı́tulo 4. A solução mais simples é obtida utilizando-se um toco em curto com
comprimento ltc = 0, 017λ = 1, 7cm, posicionado na linha de transmissão a 41,6cm
dos terminais da antena. Note que neste caso não foi feito o balanceamento das
correntes.

14.3 Antena Log-Periódica


Antenas do tipo Logarı́tmica-periódica, ou apenas Log-periódica, foram apresen-
tadas à comunidade cientı́fica pela primeira vez por R. H. Duhamel e D. E. Isbell
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Figura 14.7: Antena yagi de 9 elementos com ganho de 14dBi e relação frente-costas
de 30dB.

[17] num artigo publicado em 1957 [11]. Com este tipo de periodicidade logarı́tmica
é possı́vel se manter o ganho da antena praticamente constante para uma faixa
ampla de freqüências. As antenas do tipo log-periódica mais comuns no mercado são
aquelas constituı́das de dipolos coplanares posicionados lado a lado paralelamente,
como mostrado na Figura 14.8. À primeira vista, uma log-periódica se assemelha
muito com uma yagi. Entretanto, uma análise cuidadosa revela diferenças não só nas
geometrias como também em algumas de suas caracterı́sticas. Os ganhos máximos
obtidos com antenas log-periódicas têm valores próximos aos obtidos com antenas do
tipo yagi, porém a diferença, como já foi comentado, está na manutenção do ganho
para uma faixa larga de freqüências. Com relação à geometria, pode-se comentar
que as dimensões das antenas log-periódicas seguem uma regra especı́fica baseada
na seguinte equação:

1 Rn+1 ln+1 sn+1 dn+1


= = = = (14.27)
τ Rn ln sn dn
275 14.3. Antena Log-Periódica

d n+1

2α s n+1 ln+1
z

Rn

R n+1

Figura 14.8: Antena Log-periódica de 5 elementos.

onde τ é um parâmetro de escalonamento das dimensões da antena. Ele está asso-


ciado à diretividade ou ganho da antena e ao espaçamento relativo

Rn+1 − Rn
σ= (14.28)
2ln+1
Todos os elementos da log-periódica são alimentados, enquanto na yagi apenas
um é excitado. A alimentação pode ser feita com linhas balanceadas, como mostrado
na Figura 14.9. A alimentação com linhas cruzadas, Figura 14.9b, fornece uma
defasagem adicional de 180◦ entre elementos adjacentes. Nesta condição, o lóbulo
principal ocorre na direção do menor dipolo do conjunto. Em alguns projetos, a linha
que alimenta os dipolos é terminada, na extremidade onde se encontra o elemento
mais longo, por um toco de λmax /8. Isto faz com que haja uma redução nos lóbulos
secundários, na direção oposta ao lóbulo principal, causando um aumento na relação
frente-costas da antena.
O princı́pio de funcionamento de uma log-perı́odica pode ser explicado da seguinte
maneira: para certas freqüências, dentro da faixa de operação da antena, apenas um
dos dipolos ressoa e radia praticamente toda a potência fornecida ao arranjo. Por
exemplo, na freqüência mais alta ressoa o dipolo mais curto, enquanto na freqüência
mais baixa ressoa o elemento mais longo. Nestas situações, os outros dipolos mais
longos atuam como elementos refletores e os mais curtos como elementos diretores.
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 276

Isso faz com que este tipo de antena mantenha a diretividade para diferentes valores
de freqüência dentro da banda projetada.

(a) (b)

Figura 14.9: (a) alimentação com dois fios retos; (b) alimentação com fios trançados.

14.3.1 Projeto de uma Log-periódica


Para se projetar uma antena log-periódica, segue-se, até hoje, o procedimento apre-
sentado por R. L. Carrel na sua tese de doutorado em 1961 [6]. Este procedimento se
baseia nas especificações que se quer da antena. Em geral, estas especificações são:
diretividade (ou ganho), largura da banda de passagem e impedância de entrada da
antena. Com as especificações em mão, obtém-se os seguintes parâmetros:

1. periodicidade τ e espaçamento relativo σ;


2. ângulo de abertura do arranjo, α;
3. comprimento total do arranjo, lt ;
4. número de elementos, N ;
5. comprimento dos elementos, ln ;
6. espaçamento entre elementos, Rn+1 − Rn ;
7. largura da linha de alimentação, s.

Correções para este procedimento foram sugeridas, ao longo dos anos, por out-
ros autores [9][10][25], tornando os projetos das log-periódicas mais próximos dos
resultados obtidos experimentalmente.
277 14.3. Antena Log-Periódica

Tabela 14.4: Valores do ganho da antena em dBi para diferentes τ e σ


τ \ σ 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22
0,8 7 7,2 7,5 8 8,3 8 7,5 7 5,5
0,82 7,2 7,4 7,7 8,2 8,4 8,3 7,9 7,3 6,1
0,84 7,3 7,6 7,9 8,3 8,6 8,6 8,2 7,6 6,5
0,86 7,6 7,8 8,2 8,4 8,8 8,9 8,6 8 7,3
0,88 7,9 8,1 8,4 8,7 9 9,2 9,1 8,5 7,8
0,9 8,3 8,6 8,8 9 9,3 9,6 9,5 9 8,5
0,92 8,7 8,9 9,1 9,4 9,6 10 10 9,7 9,2
0,94 9,1 9,3 9,5 9,8 10,2 10,7 10,9 10,5 10,1
0,96 9,5 9,7 10 10,4 11 11,5 11,7 11,5 10,9
0,98 10 10,4 10,6 11,1 11,6 12,3 13,2 12,5 11,5

Espaçamento Relativo e Periodicidade


O espaçamento relativo e o fator de periodicidade são obtidos a partir da Tabela
14.4 de acordo com o ganho desejado [1]. Valores de τ pequenos levam à antenas
mais compactas. O espaçamento relativo ótimo, aquele que oferece o maior ganho
para um dado valor de periodicidade, é obtido através de

σopt = 0, 258τ − 0, 066 (14.29)

Ângulo de abertura do Arranjo


O ângulo α, em graus, é determinado utilizando-se a expressão
 
180 1−τ
α= arctg (14.30)
π 4σ

Comprimento Total do Arranjo


O comprimento total do arranjo está relacionado com o ângulo de abertura e as
freqüências máxima e mı́nima, isto é,
 
75 1 − B1s
lt = (14.31)
fmin tg α
sendo fmin em MHz e
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 278

 
fmax (1 − τ )2
Bs = 1, 1 + 7, 7 (14.32)
fmin tg α

Número de Elementos

O número de elementos é obtido de

ln Bs
N =1− (14.33)
ln τ
arredondando-se para o inteiro mais próximo.

Comprimento dos Elementos

O maior comprimento é calculado considerando-se a menor freqüência da banda de


interesse, ou seja,

λmax 150
lN = lmax = = (14.34)
2 fmin
lembrando-se que fmin é fornecido em MHz. Os outros comprimentos são determi-
nados utilizando-se

ln−1 = τ ln (14.35)

começando-se com lN até se obter l1 .

Espaçamento entre Elementos

Utilizando-se o espaçamento relativo σ e a expressão (14.28), determina-se os espaçamentos


entre os elementos

Rn − Rn−1 = 2σln (14.36)

começando-se com ln = lN e

lN
Rn = RN = (14.37)
2 tg α
279 14.3. Antena Log-Periódica

Largura da Linha de Alimentação


O espaçamento entre os fios ou tubos, que alimentam os elementos da antena, é
obtido calculando-se primeiro a impedância caracterı́stica da linha de alimentação.
Seu valor aproximado é fornecido pela expressão [1]
  
2
Rin Rin
Zo  Rin   + + 1 (14.38)
8σ Za 8σ  Za

sendo Za , denominada impedância caracterı́stica média dos elementos, dada por


 
ln
Za = 120 ln − 2, 55 (14.39)
dn
e σ  por
σ
σ = √ (14.40)
τ
Rin é a resistência nos terminais de alimentação da antena e dn o diâmetro do n-ésimo
elemento.
Utilizando-se a expressão de impedância de uma linha de fios paralelos, vista no
Capı́tulo 4,
 
120 2s
Zo  √ ln (14.41)
r d
tem-se
 
d Zo
s  exp (14.42)
2 120
onde d é o diâmetro dos condutores da linha que alimenta os dipolos.

Exemplo 14.2 Projete uma antena log-periódica para operar na faixa de freqüência
dos canais de TV de 7 a 13 (174-216MHz). Seu ganho deve ser superior ou igual a
10dBi e sua impedância de entrada 300Ω.

Solução: O menor valor de τ obtido na Tabela 14.4 para o ganho desejado é 0,92.
O espaçamento ótimo, obtido de 14.29, é igual a 0,17. Sendo assim,
 
180 1 − 0, 92
α= arctg  6, 7◦
π 4 × 0, 17
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 280

 
216 (1 − 0, 92)2
Bs = 1, 1 + 7, 7  1, 886
174 tg 6, 7◦
e
ln 1, 886
N =1−  9 elementos
ln 0, 92
O comprimento total do arranjo é aproximadamente
 
1
75 1 − 1,886
lt =  1, 72 m
174 tg 6, 7◦
e o do maior dipolo
150
l9 =  86, 2 cm
174
Utilizando-se (14.35), obtém-se o comprimento dos elementos restantes e através de

Rn−1 = Rn − 2σln

considerando
l9 86, 2
R9 = =  3, 66 m
2 tg α 2 tg 6, 7◦

as distâncias do vértice aos elementos (vide Figura 14.8). Os resultados são apre-
sentados a seguir:

n 1 2 3 4 5 6 7 8 9
ln (cm) 44,2 48,1 52,3 56,8 61,8 67,1 73 79,3 86,2
Rn (m) 1,88 2,04 2,22 2,41 2,62 2,85 3,1 3,37 3,66

Os diâmetros dos elementos têm que variar de acordo com (14.27), entretanto,
na prática, não se encontram tubos condutores de qualquer bitola. Considerando-se,
para o cálculo da impedância da linha de alimentação, um tubo de diâmetro igual
a 1cm, referente ao elemento central (número 5), tem-se
0, 17
Za = 120 ln (61, 8) − 2, 55  492, 3Ω e σ  = √  0, 177
0, 92
281 14.4. Antena Helicoidal

Logo,
  
2
300 300
Zo  300  + + 1  455, 5 Ω
698 698

e os espaçamento da linha, para fios de 2mm de diâmetro,


 
0, 2 455, 5
s exp  4, 5 cm
2 120

14.4 Antena Helicoidal


As antenas helicoidais são constituı́das, na sua forma mais popular, por uma espi-
ral (ou hélice) condutora e um disco refletor, como mostrado na Figura 14.10. A
alimentação é feita em geral através de cabos coaxiais, onde o condutor interno é
conectado à espiral e a malha externa ao refletor. Helicoidais podem radiar ondas
eletromagnéticas em muitos modos de propagação, sendo que os mais relevantes são:
o modo normal (ou transversal), onde a intensidade máxima de radiação ocorre no
plano normal ao eixo da espiral (vide Figura 14.11a); o modo axial (ou longitu-
dinal), onde a intensidade de radiação máxima ocorre na direção do eixo espiral,
como mostrado na Figura 14.11b. Os modos de propagação estão relacionados com
as dimensões da antena. Para uma antena radiar no modo normal, o comprimento
total da espiral, lt = N ls , tem que ser muito menor que o comprimento de onda na
freqüência de ressonância, ou seja, lt λ. Enquanto que no modo axial, o diâmetro
d e o passo s da hélice têm valores tı́picos iguais às frações do comprimento de onda,
isto é, λ/4, λ/8, etc. O primeiro modo é utilizado em aplicações de radiodifusão,
particularmente na faixa de UHF, enquanto o segundo é empregado em rádio-enlace
devido às suas caracterı́sticas direcionais.

14.4.1 Modo Normal


Uma antena helicoidal de comprimento muito pequeno pode ser considerada, numa
primeira aproximação, como um arranjo de dipolos curtos intercalados por um ar-
ranjo de antenas do tipo laço (loop), também conhecida como antena de quadro
(vide Figura 14.12). O campo elétrico distante radiado por um dipolo curto de
comprimento s é

jηkIo s sen θ − j k r
Eθ = e (14.43)
4πr
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 282

lh
2a
ls
ls s
d
α

s
C =π d

Figura 14.10: Antena Helicoidal.

Enquanto que o campo radiado por uma antena de laço muito pequena, do tipo anel
com diâmetro igual a d, é [2]

ηk 2 Io d2 sen θ − j k r
Eϕ = e (14.44)
16 r
Observe que, neste caso, o campo elétrico radiado pela antena helicoidal tem com-
ponentes em quadratura de fase. Portanto, se a razão axial,

|Eθ | 4s 2λ s
AR = = = (14.45)
|Eϕ | πkd2 C2
for igual a um, então, os campos radiados têm polarização circular. Esta condição
é obtida quando

C= 2λ s (14.46)
A antena operará com polarização linear quando AR = 0 ou AR = ∞. A
primeira condição é obtida fazendo o passo da hélice igual a zero, de forma que a
antena helicoidal torne-se uma antena de laço do tipo anel. Já a segunda condição
é fornecida por (14.45) quando d = 0, o que leva a antena a se comportar como um
dipolo de comprimento lh . A Figura 14.10 mostra que os passos e o diâmetro da
espiral estão relacionados através da equação
s s
tg α = = (14.47)
πd C
Para α = 0, a espiral torna-se um anel de diâmetro D e a onda radiada pela antena,
na região de campos distantes, possui apenas a componente de campo elétrico na
direção ϕ. Se a antena estiver alinhada com o eixo vertical, sua polarização, neste
caso, será linear horizontal. À proporção que α vai aumentando, o campo distante
283 14.4. Antena Helicoidal

0 0
-30 30 -30 30

-60 60 -60 60

-90 90 -90 90

-120 120 -120 120

-150 150 -150 150

180 180

(a) (b)

Figura 14.11: Diagrama de radiação de uma antena helicoidal operando no modo:


(a) normal e (b) axial.

tem as duas componentes em quadratura e amplitudes diferentes, o que resulta em


uma onda elipticamente polarizada. Quando a circunferência C é dada por (14.46),
 
C
α = arctg (14.48)

os módulos das componentes de campo são iguais e a onda radiada fica circularmente
polarizada. Finalmente, para o caso de α = 90◦ , a espiral converge para um fio reto
vertical de comprimento lh e o campo elétrico distante tem apenas a componente em
θ, o que significa que a antena opera com polarização linear vertical. Em todos os
casos, os diagramas de radiação são semelhantes ao apresentado na Figura 14.11a.

14.4.2 Modo Axial


É neste modo que a antena helicoidal se comporta como uma antena direcional. Os
passos da hélice são suficientemente longos para construir padrões de interferência
de campo semelhantes àqueles produzidos pelas yagis, com a diferença que as ondas
radiadas, neste caso, têm polarização elı́ptica ou circular.
O campo elétrico da helicoidal pode ser obtido considerando-a como um arranjo
de N espiras espaçadas por uma distância s. Seu valor normalizado, na região de
campos distantes, é fornecido por [20]
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 284

Figura 14.12: Modelo equivalente de uma antena helicoidal.

 
 π  sen  N φ 
E  cos θ sen  φ2  (14.49)
2N sen 2

sendo
 
ls
φ = ks cos θ + β = k s cos θ − (14.50)
p
A expressão entre colchetes em (14.49) é o fator de arranjo normalizado para N
antenas isotrópicas alinhadas ao longo do eixo z. Neste caso, a normalização π  do
campo elétrico produzido pelo arranjo é feita utilizando-se o termo sen 2N . A
variável β, em (14.50), fornece a defasagem entre dois pontos da espiral separados
pelo comprimento ls . Esta defasagem está associada à onda de corrente que se
propaga ao longo da espiral com velocidade relativa p.
Para se obter o lóbulo principal no sentido z + (θ = 0◦ ) é necessário que
 
◦ ls
φ (θ = 0 ) = k s − = −2πm (14.51)
p
Donde se deduz que

ls /λ
p= (14.52)
s/λ + m
sendo m um número inteiro não-negativo. Lóbulos com feixes de meia-potência mais
estreitos podem ser obtidos quando
285 14.4. Antena Helicoidal

 
◦ ls π
φ (θ = 0 ) = k s − = −2πm − (14.53)
p N
o que leva a uma velocidade relativa

ls /λ
p= (14.54)
s/λ + 2mN 2N
+1

A condição imposta em (14.53) foi proposta pela primeira vez por Woodyard e
Hensen [16]. Ela corresponde a uma das condições para se obter superdiretividade
num arranjo de antenas.
O cosseno que multiplica o fator de arranjo normalizado, em (14.49), representa
uma aproximação da distribuição de campo elétrico de cada espira. Através de
uma análise mais detalhada, pode-se mostrar que as componentes de campo elétrico
produzido por cada espira [23], na região de campos distantes, são dadas por

 
ηkIo a − j (k r+ϕ) J1 (ka sen θ) s
Eθ = e 2 cos θ − sen θ J1 (ka sen θ) (14.55)
4r ka sen θ πa
e

jηkIo a − j (k r+ϕ) ∂J1 (ka sen θ)


Eϕ = − e (14.56)
2r ∂r
onde a é igual ao raio da seção transversal da espira. É importante dizer que, para
valores grandes de N , o fator de arranjo torna-se predominante, fazendo com que
(14.49) seja uma boa aproximação do campo elétrico radiado. Pode-se verificar
em (14.55) e (14.56) que a polarização da helicoidal na direção de ganho máximo
(θ = 0◦ ) é circular, uma vez que |Eθ | / |Eϕ | = 1 nesta direção.
Expressões empı́ricas [20], baseadas em medições para antenas com N > 3,
3/4 < C/λ < 4/3, e 12◦ < α < 14◦ , são utilizadas para se obter: a impedância de
entrada,

C
Zin  140 (14.57)
λ
a diretividade em relação a uma antena isotrópica,

C 2s
Do  15N (14.58)
λ3
a razão axial (no caso de superdiretividade),
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 286

2N + 1
AR = (14.59)
2N
e o feixe de meia-potência em graus,

52λ3/2
θM P  √ (14.60)
C Ns
Neste caso, a polarização é praticamente circular na direção do lóbulo principal.
O refletor ou plano-terra, utilizado em conjunto com a espiral condutora, tem que
ter diâmetro maior ou igual a λ2 , enquanto o fio desta espiral deve ter diâmetro,
preferencialmente, entre 0,006λ e 0,05λ [28].

Exemplo 14.3 Projete uma antena helicoidal para operar em 900MHz, com dire-
tividade igual ou superior a 20dBi, polarização circular e impedância de 75Ω.

Solução: Considerando-se C/λ = 1, 205 em (14.57), tem-se

Zin  140 × 1, 205  168, 7 Ω

Este é o melhor valor de impedância que se pode obter dentro da faixa de valores C/λ
possı́veis de se aplicar em (14.57), pois utilizando-se, por exemplo, um transformador
com relação de espiras igual a 2:3, obtém-se a impedância desejada de 75Ω.
O valor da circunferência da espiral é C = 1, 205λ  0, 4m, uma vez que o
comprimento de onda é igual a meio metro, enquanto que o passo da espiral, obtido
através de (14.47), tem valor

s = C tg α  9, 2 cm

onde α foi considerado igual a 13◦ . O diâmetro da espiral é então d = C/π = 60/π 
12, 7cm, enquanto que o número de voltas na espiral pode ser obtido de (14.58), ou
seja,

λ 3 Do 0, 037 × 10
N =  17
15C 2 s 15 × 0, 16 × 0, 092
Finalmente, o diâmetro da placa refletora deve ser, no mı́nimo, igual a 25cm e o fio
que compõe a espiral 3mm.

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